2% do PIB: setor de operadores logísticos teve receita bruta de R$ 166 bilhões em 2021

Dados são referentes à 5ª edição do “Perfil do Operador Logístico no Brasil”, publicado na Biblioteca do RadarIC, em Pesquisas Externas (link ao final da matéria) e realizado pela ABOL em parceria com o ILOS; 82% dos OLs entrevistados tiveram alta de receita bruta no período.

O setor de operadores logísticos registrou receita bruta de R$ 166 bilhões em 2021, representando aproximadamente 2% do PIB brasileiro no período e ocupando a 4ª colocação no índice de faturamento dos setores de serviço no país. Os insights foram divulgados pela Associação Brasileira de Operadores Logísticos (ABOL) na 5ª edição do “Perfil do Operador Logístico no Brasil”, estudo que neste ano foi realizado, pela primeira vez, em parceria com o Instituto de Logística e Supply Chain (ILOS).

Ao todo, a pesquisa teve a participação de 117 empresas – dessas, 31 são associadas da ABOL. Entre as companhias entrevistadas, 82% ressaltaram o aumento de receita bruta no período, enquanto 13% mantiveram a receita e 4% registraram queda. Outros destaques do estudo foram o aumento de aumento da capilaridade regional, o índice de custos nas operações e o investimento dos OLs em tecnologia, especialmente atrelado a startups e logtechs.

Segundo o presidente do Conselho Deliberativo da ABOL, Djalma Vilela, o setor de operadores logísticos teve grande importância nos últimos anos por conta da pandemia de Covid-19. No período, transporte e armazenagem tiveram alta para atender à demanda por vacinas e suprimentos de maneira geral.

No entanto, apesar do crescimento em receita bruta, a 5ª edição do “Perfil do Operador Logístico no Brasil” ressaltou que a margem de lucro não acompanhou a alta de receita de forma proporcional. “Nem todos conseguiram repassar os aumentos de custos para os preços oferecidos aos clientes finais”, explica Maria Fernanda Hijjar, sócia-executiva do ILOS. “O preço não acompanhou esse aumento, o que influencia diretamente na taxa de lucro.”

Nas empresas em que a margem de lucro diminuiu, observou-se que o preço do serviço cresceu menos do que o aumento de custos. Já entre os OLs que registraram alta de lucro, a pesquisa apontou que a estratégia de oferecer mais serviços foi usada como forma de distribuir o aumento de custos sem prejudicar a margem de lucro.

“O nosso setor vem batendo recordes de carga transportada e movimentada. Aumentamos substancialmente a receita bruta, mas não conseguimos fazer esse mesmo aumento de resultado. Há uma dificuldade de repassar os aumentos de insumos nos últimos dois, três anos.” – Djalma Vilela, presidente do Conselho Deliberativo da ABOL.

E-COMMERCE E SETORES DE DESTAQUE

De acordo com a pesquisa realizada pela ABOL em parceria com o ILOS, 65% dos OLs têm clientes no setor de cosméticos e personal care, uma alta de 12% em relação a 2020. Segmentos como alimentos processados, eletroeletrônicos, bebidas e o setor automotivo/autopeças também aparecem na cartela de clientes de, respectivamente, 61%, 60%, 57% e 57% empresas respondentes.

Apesar de menos da metade dos respondentes terem clientes no e-commerce, o comércio eletrônico foi o setor em que os OLs mais firmaram novos negócios: de 26% em 2020 para 42% em 2021. A alta acompanhou o crescimento notável do e-commerce no Brasil, que aumentou de R$ 144 bilhões para R$ 183 bilhões em vendas – um salto de 27% –, segundo levantamento da Ebit/Nielsen.

CAPILARIDADE: DESTAQUE PARA O CENTRO-OESTE

Apesar de o Sul e o Sudeste ainda concentrarem grande parte das operações, o que a pesquisa apontou foi o aumento da atuação dos OLs na região Centro-Oeste. Entre 2020 e 2022, a presença dos operadores logísticos na região aumentou 25% – de 37% para 62%. Apesar disso, as regiões Sul e o Sudeste também tiveram alta em termos de presença: 12% e 2%, respectivamente.

Entre as empresas respondentes da pesquisa, 37% atuam nas cinco regiões do país. Já 51% dos OLs participantes têm operações no exterior.

INVESTIMENTO EM TECNOLOGIA

No caso do investimento em tecnologia, houve um aumento de 86% em relação à 2020. Segundo Beatris Huber, sócia-gerente do ILOS, há uma grande intenção por parte dos OLs de apostar em tecnologias disruptivas. “Nenhum dos respondentes da pesquisa manifestou interesse em diminuir o investimento em qualquer tecnologia, o que mostra que as empresas estão cientes dos benefícios que as tecnologias podem trazer.”

Entre as tecnologias mais utilizadas pelos OLs estão TMS e WMS, com 93% cada, computação em nuvem (72%) e torre de controle (55%). Porém, quando se fala em recursos que ainda são poucos difundidos, o percentual diminui: o uso de drones, realidade aumentada e virtual, veículos autônomos e blockchain já são utilizados por 14%, 12%, 9% e 9% dos operadores logísticos entrevistados, respectivamente.

A diretora executiva da ABOL, Marcella Cunha, ressalta que não existe nenhuma tecnologia disruptiva que seja unanimidade entre os OLs. “Algumas empresas já usam drones para entregas e meio de transporte, e também dentro de um armazém para controle e gestão de estoque. Eles estão investindo em inovação e tecnologia para isso, mas essa ainda não é uma realidade para as empresas menores e médias. Isso também vale para a realidade expandida/aumentada, que também não é um recurso tão estabelecido.”

Apesar disso, a 5ª edição do “Perfil do Operador Logístico no Brasil” aponta uma projeção positiva para o futuro da tecnologia dentro dos OLs. De acordo com os dados levantados, 38% dos respondentes preveem aumento do investimento em drones, por exemplo, até 2024, enquanto 62% planejam manter o valor gasto nesse tipo de tecnologia.

A integração com o cliente foi outra estratégia que se destacou dentro dos OLs: 88% dos entrevistados afirmaram ter tecnologias específicas para isso. Isso se reflete nas ações dedicadas à integração de forma geral, que tiveram alta em 90% dos operadores respondentes da pesquisa.

“A integração com cliente e a digitalização estão quase juntas”, ressalta Marcella Cunha. “Isso acontece porque não há como falar em integração sem pensar em um app ou um serviço personalizado, por exemplo.”
CUSTOS E A ALTA DO DIESEL

A alta acelerada e desproporcional do preço do diesel, que disparou 41,48% entre fevereiro de 2021 e fevereiro de 2022, também apareceu na pesquisa. Sem surpresas, 77% dos operadores logísticos entrevistados apontaram que o custo com combustível foi o grande responsável pelo aumento de gastos entre 2020 e 2021.

O preço elevado do diesel é reflexo do conflito no leste europeu e as sanções que a Rússia tem sofrido. Essa crise pode, inclusive, prejudicar o abastecimento de combustível – o que, segundo Maria Fernanda Hijjar, sócia-executiva do ILOS, é uma possibilidade.

“É um risco. Não podemos dizer que isso não vai acontecer porque estamos em um momento de muita instabilidade. Temos alternativas, mas elas não são o suficiente. Se acontecer [o desabastecimento], é como se fosse uma paralisação de transporte e outras operações que usem o diesel.” – Maria Fernanda Hijjar, sócia-executiva do ILOS.

Para Marcella Cunha, a questão do diesel e o risco de desabastecimento são motivos para voltar as atenções para fontes renováveis – como veículos elétricos e movidos a GNV – de forma urgente e racional. “As novas fontes podem resolver a questão e contribuir com a sustentabilidade, que é outra demanda importante”, reforça a diretora executiva.

Atualmente, 26% dos OLs que participaram da 5ª edição do “Perfil do Operador Logístico no Brasil” já usam veículos elétricos e 52% que já estão direcionando investimentos para essa implementação.

Conheça o relatório completo “Perfil do Operador Logístico no Brasil” publicado na Biblioteca do RadarIC em Pesquisas Externas “https://radaric.correios.com.br/3d-flip-book/perfil-dos-operadores-logisticos-2022-abol/”

Shopify, de comércio eletrônico, demite cerca de mil funcionários no mundo todo

Em momento de crise, cerca de 10% dos funcionários da empresa canadense serão afetados pelo corte

A Shopify, empresa canadense de comércio eletrônico, está demitindo cerca de mil trabalhadores, ou 10% de sua força de trabalho global. Isto reverte uma aposta no crescimento do comércio eletrônico que a empresa de tecnologia fez durante a pandemia, de acordo com um memorando interno divulgado nesta terça-feira, 26.

Tobi Lütke, fundador e presidente-executivo da Shopify, disse aos funcionários em comunicado que as demissões são necessárias à medida que os consumidores retomam velhos hábitos de compras e recuam nos pedidos online, que impulsionaram o recente crescimento da empresa.

A Shopify, que ajuda as empresas a criar sites de comércio eletrônico, alertou que espera uma diminuição da receita este ano. Suas ações caíram quase 80% desde que o pico em novembro. Ela deve informar seus resultados trimestrais na quarta-feira, 27.
Lütke disse que esperava que o crescente crescimento das vendas de comércio eletrônico durasse além dos problemas causados pela pandemia de covid-19. “Agora está claro que a aposta não valeu a pena”, disse Lütke na carta, que foi publicada pelo jornal americano Wall Street Journal. “Em última análise fazer esta aposta era a minha decisão e eu entendi errado.”

A empresa cortará empregos em todas as suas divisões, embora a maioria das demissões ocorra em unidades de recrutamento, suporte e vendas, disse Lütke. Os cortes de empregos da Shopify estão entre os maiores até agora em uma onda de demissões e congelamento de contratações que afeta as empresas de tecnologia. O aumento das taxas de juros, a escassez da cadeia de suprimentos e a reversão das tendências da pandemia, incluindo trabalho remoto e compras no comércio eletrônico, esfriaram o que antes era um setor de tecnologia em brasa.

A Netflix demitiu cerca de 300 funcionários em junho ao lidar com a perda de assinantes. O Twitter, agora atolado em um impasse legal com Elon Musk, demitiu menos de 100 funcionários de sua equipe de aquisição de talentos. A própria empresa de Musk, a fabricante de veículos elétricos Tesla, no final de junho demitiu cerca de 200 pessoas, depois de anunciar que cortaria 10% do pessoal assalariado. Outras empresas, incluindo Microsoft e Google disseram que vão desacelerar as contratações no resto do ano.

Carteira do Google chega ao Brasil com suporte a pagamentos, ingressos e cartões

O Google anunciou a chegada do seu serviço de carteira digital para o Brasil na última quarta-feira (20). Chamado Carteira do Google (Google Wallet, em inglês), o aplicativo vai permitir armazenar e centralizar itens digitais, como cartões de crédito e débito, comprovantes de vacinação, bilhetes de transporte e ingressos para cinema ou eventos diversos.

Serão disponibilizados aplicativos para Android e WearOS. Dessa forma, será possível usar a Carteira nos celulares ou relógios inteligentes. O Google Pay, também conhecido como GPay, será integrado ao serviço para permitir o pagamento sem contato com dispositivos.

Esse modelo havia sido anunciado em maio desde ano, durante a Google I/O, e chegou apenas a poucos países. Agora, no total, 38 países devem receber a Carteira do Google nos próximos meses.

O serviço está bem parecido com o aplicativo de carteira da Apple, que também unifica tudo em um só local. Milhões de pessoas já usam seus celulares para comprar ingressos para shows, entradas de cinema ou teatro e fazer pagamentos em restaurantes ou estabelecimentos comerciais, mas o problema é que tudo costuma ficar espalhado em dezenas de apps diferentes ocupando oespaço no seu celular e exigindo a memorização de dezenas de senhas.

O que faz a Carteira do Google?
Um dos destaques é o armazenamento do comprovante de vacinação contra a covid-19, emitido pelo Ministério da Saúde. Graças a uma parceria com o Datasus, as pessoas poderão baixar diretamente do site e guardá-lo na Carteira do Google para exibir em locais onde for exigida a comprovação.

Imagem do aplicativo da carteiro do Google em um smartphoneCartões de embarque, cupons de fidelidade, ingressos de shows, comprovantes de vacina e cartões de pagamento podem ser adicionados na Carteira do Google (Imagem: Divulgação/Google)
Quem frequenta shows e cinemas também têm novidades: ingressos para o Rock In Rio 2022 também devem ser suportados pelo programa, e a platforma Ingresso.com integrou a API da Carteira para permitir que você centralize seus passes de entrada de modo digital no app do Google.

Mudança nas compras digitais
Segundo dados do Google, somente no ano passado, as buscas por pagamento sem contato cresceram 24%, um claro resultado do interesse dos brasileiros nesta nova forma de pagamento. Os pagamentos sem contato corresponderam a quase 1/3 das transações em março de 2022, conforme a Associação Brasileira de Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs).

A gigante das buscas explica que dados pessoas não poderão ser compartilhados com terceiros sem a sua permissão e tudo só será acessado com senha, desenho do padrão ou biometria. Em caso de perda ou roubo do celular, a Carteira do Google oferecerá suporte ao recurso de “Encontrar meu dispositivo”, assim dá para localizar, bloquear ou apagar remotamente seu aparelho.

Quem já tem o Google Play instalado no dispositivo nem precisa se preocupar com o download, já que o aplicativo será atualizado automaticamente. Os que ainda não conhecem podem acessar a Play Store e procurar por “Carteira do Google” para começar a desfrutar dessa importante novidade.

Quais bancos são compatíveis com a Carteira do Google no Brasil?
Segundo a companhia, são 17 instituições parceiras da Carteira do Google no Brasil, o que inclui bancos, emissores de cartões e bandeiras:

Bradesco;
Banco do Brasil;
Caixa;
BTG;
C6Bank;
Itaú;
Inter;
Digio;
Neon;
Next;
Nubank;
XP;
Visa;
Mastercard;
ELO;
Ministério da Saúde;
e Ingresso.com.
A lista deve ser expandida nos próximos meses, principalmente porque qualquer pessoa pode fazer a integração. É só baixar a API e fazer os ajustes no serviço para oferecer o suporte à Carteira do Google.

Uma das possibilidades seria atrair órgãos públicos para permitir o armazenamento de documentos oficiais. Em vez de baixar um aplicativo para RG e outro para a Carteira de Motorista, você poderia apenas deixar tudo em um só local, sem a necessidade de andar com a versão física para lá e para cá.

Venda on-line tem o pior 2º trimestre desde 2018

Relatório do banco Goldman Sachs prevê que canal on-line seja 14% das vendas totais do varejo neste ano.

A venda on-line volta a cair no país pelo terceiro mês consecutivo e o setor fecha o trimestre de abril a junho com um recuo de 4,2% frente a 2021, segundo dados da empresa de pesquisas MCC/Neotrust, apresentados ontem em relatório do banco Goldman Sachs. É a primeira queda num segundo trimestre na história do levantamento da MCC, realizado desde 2018.
Em junho a queda foi de 5,7%, após duas retrações em abril (-6,4%) e em maio (-1%).

A participação do comércio eletrônico no varejo total ainda deve aumentar no menor ritmo do setor nos últimos anos, mesmo comparado com o período anterior à pandemia. Pelo relatório da equipe de análise do Goldman, o on-line deve representar 14% das vendas do varejo em 2022, 0,5 ponto acima de 2021. É o menor crescimento em percentual desde, pelo menos, 2018 (início dos comparativos anuais do relatório). São utilizados dados do IBGE, da consultoria Ebit, além de informações da área de pesquisa do banco.

Houve um salto nessa fatia do segmento no bolo total após a pandemia (de 7% em 2019 para 13,5% em 2021), e era projetado uma alta menos forte desse índice pelo efeito da base de comparação de 2021. Mas a elevação está mais discreta do que o previsto no começo do ano. Para 2023, a equipe estima participação de 16%.

Relatório do banco Goldman Sachs prevê que canal on-line seja 14% das vendas totais do varejo neste ano

A Neotrust projetava, meses atrás, alta de 8% nas vendas dos canais digitais em 2022, e neste mês, reviu para 5%. Se fechar nesse patamar, ainda ficará acima das estimativas para o varejo físico no ano (3,5% a 4% no ano, a depender da casa de análise). Entrada de recursos do governo com benefícios recém-aprovados pode acelerar essa taxa, dizem economistas.

Nos dados do segundo trimestre, há o efeito da desaceleração da demanda e da queda do poder de compra que afeta parte do comércio virtual de produtos de alto valor. Dados coletados mensalmente pela GfK Brasil, diretamente nas empresas de varejo de bens duráveis, mostra que o peso do on-line na venda total está se estabilizando nos últimos meses em cerca de 45% (lojas físicas registra os 55% restantes). Está abaixo da taxa de mais de 50% registrada no primeiro ano de pandemia.

O material da equipe do banco, liderada pela analista Irma Sgarz, revê projeção de crescimento de todas as empresas de comércio on-line, menos para o Mercado Livre. Estima que Americanas e Magazine Luiza vão se expandir no segundo trimestre em vendas no “marketplace” (plataforma que reúne lojistas) à metade da velocidade do Mercado Livre.

Para os analistas, a volta mais forte da venda física em shoppings, o consumidor transferindo parte de seus gastos de produtos para serviços, além da necessidade do consumidor reduzir gastos em categorias discricionárias ou de alto tíquete (Mercado Livre é menos exposto a esses itens) pressionam parte desse mercado on-line.

O banco projeta que Mercado Livre crescerá em vendas totais transacionadas (GMV, da sigla em inglês) 17% no segundo trimestre. Apesar da desaceleração frente a taxas de 2021 (de mais de 80% no trimestre) ainda está acima da estimativa do banco para o setor (recuo de 4%). Para o ano de 2022, a equipe acredita que o GMV do grupo deve se expandir 19%, versus alta de 13% para o mercado.
A equipe comenta a informação, antecipada pelo Valor neste mês, de alterações na política junto aos lojistas. Os principais “marketplaces” estão repassando os aumentos no custo do dinheiro e nas despesas aos lojistas que operam nas plataformas. Isso inclui os estrangeiros, como Shopee e Amazon. A primeira onda de repasses começou em dezembro e a segunda onda, em junho.

O Mercado Livre, por exemplo passou a exigir, após junho, que o consumidor gaste R$ 199 (era R$ 79 antes) na cesta de supermercados para ter frete grátis. Outra medida tomada foi subir o valor da compra mínima para parcelamento grátis de R$ 300 para R$ 500. “Enquanto o Mercado Livre pode restringir seletivamente o investimento em iniciativas de crescimento de médio prazo, o investimento contínuo em logística e em equipes da empresa contrasta com o notável ‘trade-off’ entre crescimento e lucratividade que seus principais pares estão sendo forçados a fazer”, dizem os analistas da área de varejo.

“Acreditamos que esse trade-off é mais pronunciado para Magazine Luiza, Via e Americanas devido a um custo médio de aquisição de clientes relativamente mais alto”.
Para a Americanas, o Goldman, projeta um crescimento de GMV de 7% no segundo trimestre e para Magalu, 9%. Na Via, a equipe estima um recuo de 9% no GMV.

Prime Day: resultados de 2022 superam preocupações macroeconômicas

Caso você esteja se perguntando, o Prime Day ainda é um grande negócio. Em todo o mundo, os clientes do Amazon Prime fizeram 300 milhões de compras somente este ano – mais do que qualquer Prime Day na longa história da Amazon. Por que o Prime Day deste ano foi um sucesso? E o que a popularidade do Prime Day significa para pequenas e médias empresas, sem falar no consumidor americano cada vez mais sobrecarregado?

Para entender o sucesso do Prime Day deste ano, é essencial vê-lo dentro das lentes da economia atual. O índice de preços ao consumidor subiu mais de 9% em junho de 2022, uma alta de 41 anos. Os consumidores se comprometeram a reduzir praticamente tudo, desde jantar fora até serviços baseados em assinatura e dirigir, então, do ponto de vista econômico, não estava claro como seria o Prime Day deste ano.

Da parte da Amazon, foi rápido para enquadrar o sucesso do Prime Day deste ano, destacando os dólares economizados do consumidor, em vez dos dólares de varejo lucrados – o que é uma mudança interessante na forma como é apresentado. Ainda assim , os grandes varejistas lucraram. De fato, as vendas totais de varejo online nos Estados Unidos atingiram quase US$ 12 bilhões no Prime Day – quase 9% a mais do que o comércio eletrônico geral durante o evento do ano passado. E embora o Prime Day seja um evento da Amazon, muitos outros gigantes do varejo, da Best Buy à Target, conseguiram capitalizar o sucesso do Prime Day – e o desejo dos americanos de economizar. Se você estivesse assistindo as notícias que antecederam o Prime Day, pensaria que a Black Friday chegou no início de 2022.

Espalhando riquezas
Não é nenhum segredo que a Amazon sofreu seu quinhão de críticas pelo que muitos acham ser o fim das pequenas empresas. Mesmo durante a pandemia, que obrigou muitas empresas a fechar, a Amazon conseguiu dobrar seu lucro de vendas de US$ 2,6 bilhões em 2019 para US$ 5,2 bilhões em 2020 . Nos últimos anos, a Amazon tem procurado mudar a narrativa, fazendo esforços extras para direcionar clientes para vendedores de pequeno e médio porte, em um esforço para espalhar a riqueza.

De 21 de junho a 11 de julho, os clientes tiveram a chance de ganhar prêmios como uma viagem com todas as despesas pagas ao Super Bowl por se registrarem nos sorteios de pequenas empresas. Uma vez registrados, os clientes recebiam entradas adicionais para cada US$ 1 gasto em produtos qualificados para pequenas empresas. Além disso, a Amazon organizou uma seleção de produtos de pequenas marcas e fabricantes americanos para criar uma vitrine dedicada na Amazon em si.

O programa foi totalmente financiado pela Amazon e, no geral, foi um grande sucesso. Os clientes gastaram mais de US$ 3 bilhões em mais de 100 milhões de itens de pequenas empresas incluídos nos sorteios Apoie Pequenas Empresas para Ganhar Grandes Sorteios. Se você está contando, isso significa que 1 em cada 3 itens vendidos no Prime Day foi para apoiar empresas menores. Portanto, no geral, é uma vitória para as empresas menores nos Estados Unidos. Ainda assim, com as pequenas empresas respondendo por 44% da economia, seria bom ver esse número continuar crescendo em relação aos varejistas menores.

Descontos do Prime Day
O que aprendemos com o Prime Day deste ano não é tanto ciência do foguete, mas bom senso: quando uma recessão está se aproximando, os consumidores irão para onde estão as ofertas. E não estamos falando apenas de necessidades domésticas. Claro, a maioria (quase 60%) dos itens vendidos no Prime Day custavam menos de US$ 20, mas os consumidores não se concentravam apenas em itens essenciais para casa, como sacos de lixo e pratos de papel. Não, eles realmente queriam fazer compras.

Alguns dos itens mais populares vendidos incluíam coisas como fraldas e lenços umedecidos, mas também incluíam coisas como bastões de TV Fire, alto-falantes inteligentes Echo, óculos de sol, Apple Watch Series 7 e “essenciais” de cozinha Le Creuset. (Se você está acompanhando, Apple Watches e utensílios de cozinha Le Creuset não são nem de longe baratos ou essenciais.) O que vimos no Prime Day deste ano é que os consumidores ainda estão dispostos a comprar se o preço for justo.

De fato, quase 35% disseram que esperaram o Prime Day para comprar algo com desconto, enquanto apenas 28% disseram que realmente rejeitaram um acordo porque não era necessário. (Fazendo as contas, isso significa que 72% estavam dispostos a comprar algo de que não precisavam porque o preço estava certo – uma clara maioria).

O Prime Day, a promoção de pequenas empresas da Amazon e a miríade de outros eventos de desconto que aconteceram este mês realmente fornecem um teste decisivo para a confiança do consumidor neste momento pós-pandemia. Eu estava preocupado que uma grande desaceleração no Prime Day pudesse ter levado a ainda mais temores de recessão. No entanto, simplesmente não foi assim. No momento, é seguro dizer que os consumidores estão dispostos a gastar agora para economizar um pouco mais tarde, se houver itens que eles esperavam comprar de qualquer maneira. O problema, claro, é que o cenário econômico do mercado de hoje é tudo menos estável. Os casos de coronavírus estão aumentando. As taxas de juros estão subindo. Os preços de quase tudo estão subindo. E como esses custos continuam a pesar sobre os consumidores americanos, devemos ver alguma quebra em sua disposição de comprar.

Foco em pequenas empresas
Talvez terminar em pequenas empresas seja adequado para um Prime Day que foi inequivocamente um vencedor para seus parceiros de pequenas empresas. Do ponto de vista da Amazon, focar em pequenas empresas faz sentido. Isso é algo que eu comento há muito tempo e, embora não seja tudo altruísta, eles ainda estão ganhando receita ajudando os outros.

Junte isso a outras iniciativas, como usar a tecnologia para ajudar a combater fraudes e proteger a propriedade intelectual das marcas , e fica claro que a Amazon está fazendo sua parte para melhorar todo o setor de varejo. Sim, eles ainda são um gigante do comércio eletrônico, mas não estão eliminando a concorrência para seu próprio ganho, o que é revigorante de se ver.

E-commerce fatura R$ 38,4 bilhões e número de pedidos cresce 4,3% no 2º tri de 2022

Segundo a Neotrust, o e-commerce brasileiro apresentou um crescimento de 4,3% no número de pedidos no 2º tri de 2022. Este valor é comparado ao mesmo período do ano passado, e revela um total de 89,6 milhões de vendas online. Aliás, entre os meses de abril e junho, o comércio eletrônico teve faturamento de R$ 38,4 bilhões — portanto, uma queda de 3,2% em relação ao segundo trimestre de 2021.

Em relação aos números por região, o levantamento da Neotrust aponta que o Norte é o principal destaque brasileiro no 2º trimestre de 2022, com um total de R$ 1,16 bilhão arrecadado.

Queda no número de clientes e no ticket médio
Outro dado apontado pela pesquisadora é que houve uma queda no número de clientes únicos no 2º trimestre deste ano, sendo a primeira redução desde o início da pandemia. Segundo a pesquisa, de abril a junho de 2022, o varejo digital contou com 37 milhões de clientes únicos. Ou seja, uma redução de 1,4 milhão se comparado a 2021, que obteve 38,4 milhões de consumidores online.

“Analisando o segundo trimestre do comércio eletrônico, percebemos uma redução no faturamento e no ticket médio, apesar do aumento do número de pedidos. O que pode explicar esse declínio em receita é a diminuição do poder de compra dos consumidores devido ao cenário econômico desfavorável. O ticket médio das compras realizadas entre abril e junho de 2022 foi menor que o do mesmo período em 2021”, explica Paulina Dias, Head de Inteligência da Neotrust.

Em relação aos números por região, o levantamento da Neotrust aponta que o Norte é o principal destaque brasileiro no 2º trimestre de 2022. Na ocasião, elevou em 7,4% o faturamento, com um total de R$ 1,16 bilhão arrecadado. Em número de pedidos, o crescimento foi de 14,7%, totalizando 2,15 milhões de compras virtuais. Já o Sudeste (região com o maior faturamento e vendas online do país) apresentou queda de 5,1% em receita e teve uma tímida alta em pedidos, calculada em 1,7%.

Categorias e formas de pagamento
No segundo trimestre de 2022, as categorias telefonia, eletrodomésticos e eletrônicos figuram entre os três segmentos de maior faturamento no e-commerce. Por outro lado, moda e acessórios, beleza e perfumaria, e saúde possuem o maior número de pedidos, respectivamente.

Quanto às formas de pagamento, o cartão de crédito continua absoluto na preferência do consumidor em compras online. No segundo trimestre deste ano, 70% dos pedidos foram pagos com cartão de crédito, tendo participação de 72,6% no faturamento.

O Pix segue como destaque no varejo digital, no qual representou 11,2% dos pedidos feitos de abril a junho, com um total de 4% no faturamento. No primeiro trimestre de 2021 as compras online com Pix representavam somente 3% dos pedidos feitos e 1,6% de faturamento, o que demonstra sua rápida expansão.

“O Pix e outras formas de pagamento, como as carteiras digitais, seguem crescendo no e-commerce devido a rápida aderência e aceitação do consumidor em relação aos métodos tradicionais, como o boleto bancário, por exemplo. Neste segundo trimestre, o boleto perdeu bastante espaço no comércio eletrônico e apresentou queda de 10 pontos percentuais em faturamento e 9,6 pontos percentuais em pedidos feitos”, observa a Head de Inteligência da Neotrust.

Amazon diz que teve o maior Prime Day de sua história

De acordo com a Amazon, a edição de 2022 do Prime Day foi a maior já registrada pela empresa e vendeu mais de 300 milhões de itens pelo mundo. As promoções ocorreram entre os dias 12 e 13 de julho e geraram um faturamento de US$ 11,9 bilhões para a empresa nas vendas realizadas nos Estados Unidos, um crescimento de 8,5% em relação às vendas de 2021.

Amazon Prime Day

Segundo a companhia, os membros Prime, ou seja, aqueles que puderam usufruir dos melhores benefícios e descontos do evento, economizaram US$ 1,7 bilhão em promoções. O montante equivale a aproximadamente R$ 9,2 bilhões. Em 2021, o total de itens vendidos ficou em torno de 250 milhões.

Em um comunicado oficial, a Amazon declarou que “este ano foi o maior evento do Prime Day para vendedores parceiros da Amazon, muitos dos quais pequenos e médios negócios”. Somente de pequenos e médios vendedores do marketplace, mais de 100 milhões de itens foram comprados, movimentando US$ 3 bilhões em receita.

A companhia afirma ainda que os consumidores Prime compraram 100 mil itens por minuto.

Categorias
Alguns dos dispositivos mais vendidos nos dois dias são da própria Amazon, como é o caso dos aparelhos Fire TV, Echo e Blink. Entre os produtos e categorias mais vendidos se destacam:

Produtos de beleza
Produtos essenciais de cozinha de grandes marcas
Proteínas
Roupas e acessórios
Produtos para limpeza e lavagem de automóveis
Produtos focados em pets

EUA: vendas online chegam US$ 12 bilhões durante Prime Day

As vendas online nos EUA durante o evento de compras Prime Day da Amazon.com Inc saltaram 8,5% em relação ao ano passado, para quase US$ 12 bilhões, com os americanos atingidos pela inflação apostando em itens essenciais e eletrônicos com desconto, mostraram dados da Adobe Índice de Economia Digital. Os membros do programa de fidelidade Prime contabilizaram 100 mil produtos comprados por minuto.

Os compradores foram duramente atingidos por décadas de inflação alta nos últimos meses, que varejistas como Walmart Inc e Target Corp disseram ter levado a compras restritas de produtos discricionários. O aumento dos preços de tudo, de alimentos a roupas, estimulou os consumidores a aproveitar os grandes descontos de vários grandes varejistas dos EUA que pegam carona no Prime Day da Amazon.

“Os consumidores aproveitaram os descontos oferecidos, após muitos meses de preços elevados, online”, disse o vice-presidente da Adobe, Pat Brown.

Os varejistas estão dando grandes descontos para se livrar do excesso de estoque em que estão depois de comprarem farras durante a crise da cadeia de suprimentos da pandemia para atender aos compradores cheios de dinheiro dos cheques de estímulo do ano passado.

A Best Buy anunciou seu evento de compras Prime Day concorrente como “Black Friday em julho” e ofereceu mais de US$ 100 de desconto em smartphones Google e fones de ouvido Sony. Ofertas semelhantes também foram anunciadas na Target e Amazon.

Os brinquedos tiveram os maiores descontos entre os varejistas, com descontos médios de 15%, de acordo com a Adobe. O segmento de vestuário foi descontado em 12%, enquanto os níveis de desconto de eletrônicos ficou em torno de 6%.

Black Friday 2022: oito tendências e pontos de atenção para vender mais

É cedo para começar a falar sobre a época mais promocional do ano? Se você quer fazer da Black Friday 2022 um sucesso de vendas, julho é o mês ideal para começar a revisar os processos, as ferramentas e a infraestrutura do seu site.

Assim, a sua loja estará pronta até lá, garantindo que surpresas negativas não comprometerão a sua rentabilidade.

Vale lembrar que a Black Friday 2022 acontece no dia 25 de novembro. Apesar disso, o estoque, a logística e as campanhas de marketing precisam ser estruturados bem antes.

Para começar a preparar a sua operação para essa data tão especial, neste artigo vamos falar sobre as tendências e os pontos de atenção para a ocasião. A partir disso, você poderá tirar vários insights para levar para a sua operação.

Aprendizados da última Black Friday
O ponto de partida para começar a organizar a Black Friday 2022, sem dúvidas, é a coleta de aprendizados da última edição.

Nesse sentido, é importante analisar os dados consolidados de mercado a nível nacional. Além disso, vale um olhar cuidadoso para o que foi essa data para o seu próprio negócio no ano passado.

Esses estudos são importantes para trazer mais assertividade para estruturar a oferta, o estoque e todos os outros pilares importantes para as vendas, suprindo gaps que possam ter sido deixados no ano passado.

O objetivo, claro, é aprender com o passado, mudar o que não foi tão bom e replicar as fórmulas de sucesso visando a melhor atender o cliente nesse momento.

Então, como foi a última Black Friday no Brasil?
Em termos de mercado nacional, as seguintes tendências foram observadas:

O esquenta Black Friday, semana anterior à quinta-feira pré-Black Friday, tem se consolidado no calendário nacional. Em 2021, o período teve um faturamento de R$ 2,8 bilhões, 31% maior do que em 2020;
Além disso, a quinta-feira teve um crescimento de vendas maior do que a sexta-feira em um comparativo com 2020, crescendo 10% contra 4%;
Em volume de pedidos, os segmentos mais bem-sucedidos foram: eletrodomésticos, casa e decoração e moda e acessórios;
Entre a meia-noite de quinta e 23h59 de sexta, o maior volume de faturamento foi das 11h00 às 11h59, passando dos R$ 220 milhões;
54% das compras foram feitas à vista, 15,4% parceladas de quatro a nove vezes e 10,6% parceladas em dez vezes.
Fonte: NielsenIQ Ebit.

Black Friday 2022: o que esperar de novo?
Enquanto sociedade, estamos sempre mudando e evoluindo. Por isso, além de olhar para o passado, é preciso ter atenção ao contexto socioeconômico atual e às principais tendências de mercado que têm sido desenvolvidas.

Assim, é possível oferecer o que os consumidores esperam e, mais do que isso, surpreendê-los positivamente na ocasião com experiências memoráveis. Para isso, confira algumas dicas a seguir com os principais pontos de atenção para fazer da Black Friday 2022 um sucesso de vendas no seu e-commerce.

1- O retorno das compras presenciais
No ano passado, 41% dos consumidores brasileiros declararam que pretendiam fazer compras nas lojas físicas, de acordo com o levantamento da Offerwise.

No entanto, nem mesmo nesse contexto o online foi esquecido. 54% da população tinha intenção de pesquisar o preço na internet antes de fazer a compra.

Este ano, as compras presenciais já estão estabelecidas e, por isso, dois pontos merecem atenção.

Se você vende apenas no online, vai precisar se destacar com reconhecimento de marca ou ofertas bombásticas para conquistar o consumidor. Afinal, se ele encontrar o mesmo produto que o seu em uma loja física, pode cortar os gastos com frete e comprar presencialmente.
Já se o seu negócio tem presença on e offline, é o momento de começar a preparar a sua operação para oferecer uma experiência omnichannel para os consumidores. No ano passado, 17% dos brasileiros pretendiam verificar na internet se o produto estava em estoque antes de sair de casa, de acordo com um levantamento do Google.
Esse dado sintetiza a importância de integrar as operações física e digital para melhor atender o cliente. Além desse ponto, trocas e devoluções, preços e atendimento precisam ser unificados.

De forma geral, o retorno das vendas presenciais significa que a competição estará mais acirrada. No entanto, essa sazonalidade tem espaço para todo mundo vender e melhorar a rentabilidade para fechar bem o ano.

Para aproveitar a ocasião, basta preparar bem a sua loja em termos de estrutura, experiência de compra e, claro, caprichar nas ofertas – o que nem sempre significa rasgar preço (falaremos disso mais adiante).

2- Live commerce
Uma estratégia que começou a se popularizar no ano passado e que tem tudo para ser um sucesso na Black Friday 2022 é o live commerce.

O conteúdo em vídeo já é a grande preferência dos consumidores. Então, aliar isso às promoções é uma excelente tática para a ocasião.

Vale lembrar que essa estratégia de vendas foi criada pelos chineses e, no ano passado, foi a grande aposta dos grandes marketplaces e e-commerces do Brasil para vender no evento.

No live commerce, um apresentador da marca (que também pode ser um digital influencer) expõe ao vivo os produtos da loja e oferece descontos exclusivos. As condições podem ser acessadas via QR code por aqueles que estão acompanhando a transmissão.

Após o sucesso da estratégia na Black Friday de 2021, negócios de todos os tipos vêm experimentando o live commerce. Em 2022, essa técnica de vendas tem tudo para se destacar, envolvendo a audiência e batendo recordes de receita.

3- Pagamentos invisíveis
Experiência de compra é o assunto mais falado nos últimos tempos. Afinal, chegamos a um patamar em que a oferta de produtos é muito vasta e com a possibilidade de compra facilitada em muitos sentidos.

Isso significa que, cada vez mais, os clientes buscam experiência e personalização, tornando-se mais exigentes e refinados em seu processo de compra.

Uma funcionalidade que tem muito a agregar na experiência de compra são os pagamentos invisíveis. Com eles, o cliente consegue comprar de maneira simples e descomplicada, tornando o processo de checkout e pagamento da compra quase imperceptível mas, ainda assim, absolutamente seguro.

Pensando que a Black Friday é o momento de ofertas bombásticas e promoções-relâmpago, é possível conquistar os clientes pela compra por impulso.

Nesse sentido, os pagamentos invisíveis podem ser grandes aliados da taxa de conversão de vendas.

Por exemplo, uma estratégia interessante pode ser criar expectativa para os clientes fidelizados, incentivando-os a se cadastrarem dias antes das promoções no seu site para, no grande dia, comprarem com apenas um clique e não perderem as melhores ofertas que o seu e-commerce disponibilizar na Black Friday 2022.

4- Pix
O Pix não é mais novidade, mas não podemos deixar de mencioná-lo como um dos principais aliados da Black Friday 2022.

No ano passado, 54% das compras foram feitas à vista, como já falamos no início do artigo. Atualmente, no online, a principal maneira de vender à vista é com o Pix, que alia segurança e agilidade, tanto para o cliente quanto para o lojista.

Os benefícios do Pix já são evidentes e comentados todos os dias nos canais online. Por isso, para o seu negócio se destacar nas promoções deste ano, com certeza, precisa oferecer o pagamento instantâneo como meio de pagamento.

Ainda vale destacar que as compras à vista são muito rentáveis para os negócios, por garantir o dinheiro na mão com menores taxas pagas aos intermediadores de pagamento.

Por isso, pode ser ainda mais uma oportunidade para promocionar, incentivando o uso desse método de pagamento pelo cliente final com ofertas ainda mais atrativas.

Essa é uma boa estratégia, principalmente para aqueles negócios que já trabalham com margens de lucro apertadas, como é o caso dos produtos artesanais. Afinal, possibilita que os empreendimentos aproveitem essa sazonalidade sem deixar a rentabilidade de lado.

5- Mídia paga x mídia orgânica
Durante o período da Black Friday, é muito comum que a compra de mídia paga torne-se mais cara. Afinal, você e toda a sua concorrência estão buscando posicionamento no Google, e a Lei da Oferta e da Demanda entra em ação.

Dessa forma, apenas negócios com alto budget para marketing conseguem se manter na competição.

Mas nem tudo está perdido! O ideal é investir em um posicionamento de marca orgânico no Google, com uma forte estratégia de SEO. Para isso, é preciso começar agora. Afinal, o SEO é uma estratégia de longo prazo, mas muito eficaz para negócios digitais.

Com ele, o seu site e as suas páginas de produto podem chegar na primeira página e nas primeiras posições dos buscadores. Desde que se consiga trabalhar as palavras-chave certas e produzir conteúdos de alto valor para o cliente final – seja com páginas de produto completas e atrativas ou com outros conteúdos educativos em um blog, por exemplo.

6- Campanhas de marketing
O marketing, como já mencionado em alguns pontos anteriores, é um pilar fundamental para uma Black Friday rentável. Afinal, é o meio pelo qual os seus clientes ou novos potenciais consumidores podem conhecer a sua marca e as suas ofertas.

Um recurso interessante é gerar expectativa e incentivar o engajamento, como uma forma de envolver os usuários na sua Black Friday. Assim, você garante que eles se lembrarão do seu negócio no dia de efetivar a compra.

O Close Friends do Instagram, o live commerce e as trends do TikTok são algumas das possibilidades que podem compor a sua estratégia.

Além disso, é importante lembrar de cativar aqueles que já compraram com você. O e-mail marketing é o canal mais assertivo para isso.

Avise aos seus já clientes das suas promoções e crie campanhas e ofertas exclusivas para eles. Assim, você valoriza quem já conhece e confia no seu negócio e economiza tempo e recursos na prospecção de novos clientes.

Vale lembrar que conquistar um novo consumidor pode ser de cinco a sete vezes mais caro do que gerar uma recompra.

7- Faça diferente
De mãos dadas com as campanhas de marketing estão as suas ofertas de valor. É um fato que a concorrência nas vendas online está acirrada, este ano ainda mais com o retorno do comércio presencial.

Mas, sendo realista, não é todo negócio que consegue rasgar preço, mesmo que a Black Friday seja uma sazonalidade voltada para as promoções.

Isso não significa que não é possível aproveitar a data para vender mais. Tudo depende da execução da estratégia e do que a marca se propõe a ser.

Muitos consumidores estão dispostos a pagar mais caro em busca de qualidade e de marcas social e ecologicamente responsáveis, por exemplo. Se você é do nicho de manufaturas, artesanatos, slow fashion ou qualquer outro segmento que trabalhe com margens de lucro apertadas e um tempo de produção elevado, pode destacar o seu negócio justamente pelo seu valor agregado.

A dica, portanto, é fortalecer a identidade de marca e fazer uma oferta que vá além do preço, destacando o seu produto e o seu negócio frente à concorrência.

Mais uma vez, esse não é um trabalho que se constrói do dia para a noite. Então, comece desde já a trabalhar a sua marca para que ela esteja fortalecida nesta e nas próximas edições da Black Friday.

8- Copo meio cheio ou meio vazio? E a crise econômica?
Por fim, o último insight para a Black Friday 2022 tem relação com o contexto político e econômico do país. Estamos vivendo um momento de desemprego e de inflação elevada. É normal que o consumo, principalmente de produtos não essenciais, diminua, levando em consideração que o dinheiro precisa ser racionado para os itens básicos.

Então, pode ser que essa Black Friday não seja um momento de recordes de vendas. No entanto, se você conseguir enxergar o copo meio cheio, a sazonalidade é estratégica: muitas pessoas aproveitam as promoções para comprar itens que já estão fazendo falta em suas rotinas, sobretudo os eletrônicos, como smartphones e computadores.

A época também é um momento em que muitos podem se preparar para antecipar as compras de Natal com sabedoria e conseguir poupar algum dinheiro nos itens que já estão em suas listas.

Então, no momento de planejar a sua Black Friday 2022, leve esse contexto econômico em consideração para evitar prejuízos para o seu negócio com estoque encalhado.

Além disso, capriche nas estratégias de marketing para conquistar o consumidor e nas estratégias de unboxing e pós-venda para encantá-lo e fidelizá-lo.

Agora é hora de colocar a mão na massa a partir desses insights e fazer da Black Friday 2022 um sucesso para o seu negócio. Boas vendas!

Amazon Prime Day desencadeia guerra de ofertas no e-commerce, com descontos de até 70%

Na esteira aberta pelo Prime Day — campanha na qual a Amazon oferece descontos para os assinantes de seu pacote de benefícios —, quem navega pela internet nesta semana pode encontrar promoções por todo o lado.

Em tempos de vacas magras, para fazer frente à gigante americana, Casas Bahia, Mercado Livre e Magazine Luiza são alguns dos sites que estão oferecendo até 70% de abatimento em seus produtos.

Para o professor de Finanças do Ibmec Haroldo Monteiro, a ordem que movimenta o varejo on-line é não ficar para trás. Ainda mais em se tratando da tentativa de competir contra a Amazon, que é uma marca conhecida, em expansão no Brasil e que já consolidou a promoção no calendário dos consumidores.
Nos últimos dois anos, a Amazon inaugurou 16 estabelecimentos, entre centros de distribuição e estações de entrega no país. Segundo a companhia, os investimentos no país estão focados no longo prazo.

“Dado que a Amazon criou a campanha, as outras empresas acabam de uma forma geral se beneficiando desse dia se praticarem também menores preços em alguns dos seus produtos”, observa Monteiro, para quem as concorrentes podem se beneficiar da intenção de consumo dos que não encontraram determinados produtos em promoção na Amazon. “E se as marcas não aproveitam este dia, ficam para trás.”

O mês de julho, segundo o coordenador do curso de Marketing da FGV, Fernando Marchesini, sempre foi de muitas promoções. Por conta das férias escolares, o fluxo de pessoas nas ruas inspirava o comércio físico a baixar preços na tentativa de atrair o consumo por impulso. Esse formato se transfere para a internet num período em que os consumidores também estão mais expostos à publicidade on-line, consumindo mais entretenimento na internet.

A Amazon, nos dias 12 e 13 de julho, ofereceu descontos de até 50%, além de frete gratuito sem valor mínimo por pedido para todo o Brasil em produtos enviados pela empresa, para os assinantes de seu pacote de streaming Prime (a assinatura custa R$ 14,90 ao mês ou R$ 119 ao ano, equivalente a R$ 9,91 ao mês).
A Casas Bahia promoveu a quarta edição do Vip Days, seu programa gratuito de fidelidade, entre os dias 8 e 12, com até 50% de desconto para os cadastrados. Além disso, a varejista oferece frete grátis para as regiões Sul e Sudeste e entrega em até 48 horas, serviço premium de armazenamento em nuvem por três meses, e outros benefícios.

O Mercado Livre oferece cupons com até 70% de desconto para produtos de diversas categorias, além de vouchers para quem comprar acima de determinados valores, e envio rápido e grátis em compras a partir de R$ 79. “O interesse da empresa é utilizar a fidelização como um processo de vendas dos produtos. Hoje, é muito difícil fidelizar qualquer consumidor, que tem uma gama de ofertas à disposição. Ninguém compra mais em uma primeira olhada. Com um clique, qualquer pessoa pode comprar os preços e vantagens em cada site”, diz Marchesini.
“Então, se uma loja tem uma TV por R$ 2.900 e a outra, por R$ 2.850, mas entrega de graça ou te dá um voucher para usar na compra de outro produto, a vantagem faz mais diferença que o preço. E a loja está tentando fidelizar a pessoa a comprar um outro produto. Essas promoções estão cada vez mais agressivas em períodos mais interessantes”, acrescenta.

A Casas Bahia realiza o VIP Days mensalmente, desde abril, mas as datas variam a cada mês. Em julho, a rede antecipou e coincidiu com o primeiro dia da campanha da Amazon. E os resultados do programa de fidelidade estão de acordo com a estratégia, conta Guilherme Perez Simões, gerente executivo de CRM e Fidelidade da Via, dona das marcas Casas Bahia e Pontofrio. “Os resultados têm sido promissores. Com o Vip Casas Bahia, nosso programa de fidelidade, a rede percebeu uma maior recorrência do cliente e o dobro da taxa de conversão em relação a quem não integra o programa.

Apesar de praticar no dia 12 até 70% de desconto em itens de seu site, além de 10% para pagamento à vista, o Magazine Luiza informou que a campanha não era especial, mas uma edição de uma série de promoções que ocorrem quase diariamente.
Segundo o professor da FGV Fernando Marchesini, quanto mais empresas se relacionarem com a o Prime Day, maior deve ser a importância desta semana de julho no calendário do consumidor brasileiro. Mas como o Prime Day não é um evento aberto a qualquer pessoa, e sim reservado a assinantes, é difícil que ele chegue ao tamanho da Black Friday em popularidade.

A Amazon avalia, no entanto, que isso já é uma realidade, ressaltando que seu site já vende mais durante a campanha própria do que ao participar da ação global em novembro. Segundo a empresa, o Prime Day 2021 no Brasil registrou aumento de mais de 120% em quantidade de itens comprados pelos membros Prime em comparação a 2020, quando aconteceu a primeira edição do evento.

Além disso, nas primeiras 24 horas da edição de 2021, a quantidade de produtos comprados na Amazon.com.br foi superior à da Black Friday 2020, o que para a empresa seria uma evidência de que a data da varejista já é parte do calendário do brasileiro.

Empregos temporários

A Amazon informou que reforçou o quadro de funcionários em 17 pontos no Brasil para o Prime Day com 6 mil contratações temporárias no país. Só no Rio de Janeiro foram 730 temporários para o centro de distribuição em São João de Meriti, na Baixada Fluminense, e a estação de entrega em Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio. Os contratos são de um mês.

“Eventos como o Prime Day demostram nosso compromisso em desenvolver o e-commerce no Brasil. Além do desenvolvimento profissional, aqueles com interesse e excelente performance podem ingressar no quadro fixo de funcionários, como aconteceu nos nossos últimos eventos”, afirmou Thomas Kampel, líder de relações públicas da operação da Amazon no Brasil.