Projeção do Ibevar para maio indica aumento nas vendas do varejo após meses em queda

De acordo com o Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo e Mercado de Consumo (Ibevar), as vendas do Varejo devem aumentar após dois meses consecutivos de queda. Neste caso, as projeções mostram que o Varejo Restrito deve subir 0,96% em relação ao anterior. Na outra mão, o Varejo Ampliado registra alta de 0,34% no mesmo período. Lembrando que o Varejo Restrito integra os segmentos de supermercados; alimentos; bebidas; vestuário; calçados; tecidos; artigos farmacêuticos; materiais para escritório, papelaria, jornal e outros itens de uso pessoal e doméstico. Já o Varejo Ampliado considera também veículos, motos, peças e materiais de construção.

“Apesar de positivo, os resultados desse mês foram pontuais. No acumulado, as estimativas ainda apontam um desempenho fraco das vendas do Varejo”, diz Claudio Felisoni de Angelo, presidente do IBEVAR.

Varejo Restrito

As projeções para Varejo Restrito mostram que o cenário deve ser melhor nos dois próximos meses: aumento de 0,35% em junho em relação a maio; e 0,76% em julho em comparação ao mês anterior. Em relação a maio do ano passado, as estimativas apontaram uma queda de 3,94% e uma nova baixa de 1,64% no acumulado dos últimos 12 meses.

Varejo Integrado

O Varejo Ampliado, por sua vez, segue a mesma tendência de alta: 0,34% em maio; 0,45% em junho em relação ao mês anterior e 0,77% em julho em comparação a junho. No comparativo anual, o pesquisador mostra que em maio do ano passado houve uma queda de 5,71% e uma nova baixa de 0,79% no acumulado dos últimos 12 meses. Em junho, porém, a projeção da variação mensal registra baixa de 2,90%, e nova queda de 3,75% em julho em relação ao mesmo período no ano passado.

Segundo o Ibevar, a projeção de vendas para supermercados, bebidas e produtos alimentícios deve ter a maior alta de maio, com 0,89%. Já nos próximos meses, os artigos pessoais e domésticos são os segmentos que deverão registrar a maior alta: 3,44% em junho e 4,46% em julho.

As estimativas são calculadas com base nos dados de série temporal e modelos econométricos coletados da Pesquisa Mensal de Comércio/IBGE.

Dados de pesquisa revelam por que as carteiras digitais são a bola da vez entre consumidores

Cada vez mais populares, as carteiras digitais caíram no gosto dos consumidores brasileiros. Para confirmar essa tendência, a Opinion Box traçou o comportamento das pessoas sobre o meio de pagamento. Como parâmetro, 35% dos entrevistados disseram que já usam as carteiras digitais mais do que os serviços de bancos. Além disso, 16% usam diariamente o recurso, enquanto 62% passaram a utilizar com mais frequência nos últimos 12 meses. Confira a seguir as mudanças que as carteiras digitais estão trazendo aos consumidores!

Entre os principais questionamentos da pesquisa, o motivo de uso das carteiras digitais estava em destaque. A resposta, nesse caso, ficou assim:

  • 61% disseram que usam o recurso para pagar contas do dia a dia;
  • 57% para transferência de dinheiro;
  • 53% comprar na internet;
  • 52% receber cashback em compras;
  • 45% receber dinheiro de outras pessoas;
  • 39% recarga de celular;
  • 39% para guardar dinheiro;
  • 33% descontos em lojas;
  • 31% comprar em lojas físicas;
  • 30% investir e render dinheiro;
  • 27% receber dinheiro de clientes;
  • 26% abastecimento de combustível;
  • 26% conseguir crédito/cartão de crédito;
  • 7% recarga de bilhete único;
  • 2% outros.

O que os consumidores sentem em relação às carteiras digitais?

Para quem utiliza as carteiras digitais, os principais sentimentos sobre o meio de pagamento são: praticidade e facilidade. Além disso, por ser um segmento conectado à vida financeira, a segurança também se destaca entre os entrevistados. Para 73% das pessoas, aliás, trata-se de um meio de pagamento definitivo. Isso, sem levar em conta que 42% delas já consideram como um modo melhor do que o oferecido pelos bancos tradicionais.

Imagem de um gráfico
Os números levantados na pesquisa deixam o alerta: oferecer carteiras digitais como forma de pagamento demanda investimento e assertividade por parte das empresas.

Diante dessas respostas, a pesquisadora já dispara um alerta aos estabelecimentos comerciais que aceitam ou pretendem aceitar esse tipo de meio de pagamento: 48% concordam que os estabelecimentos ainda não se mostram prontos para as carteiras digitais. Portanto, antes de oferecer o recurso, a preparação para dispor de um sistema eficiente é mandatória.

A pesquisa “Opinion Box: Insights Carteiras Digitais” foi realizada em abril de 2022, com 2.149 pessoas de todos os estados brasileiros pelo Painel de Consumidores do Opinion Box.

Sea, dona da Shopee, faz alerta sobre riscos da inflação para o e-commerce

Como a Sea enfrenta uma perspectiva de crescimento mais fraca, está reorientando a expansão nos principais mercados do Sudeste Asiático, Taiwan e Brasil

O grupo de tecnologia Sea, com sede em Cingapura, anunciou na última terça-feira (17), que a inflação e o aumento das taxas de juros podem representar “incertezas” para seus negócios de comércio eletrônico, à medida que os consumidores retornam às lojas físicas após o relaxamento das restrições do covid-19.

A empresa de jogos on-line e comércio eletrônico listada em Nova York registrou um prejuízo líquido de US$ 580 milhões no trimestre de janeiro a março, aumentando em relação aos US$ 422 milhões no mesmo trimestre do ano passado, uma vez que continuou a gastar agressivamente em marketing.

A receita do grupo foi de US$ 2,89 bilhões, um aumento de 64% no ano, graças ao crescimento da receita em todas as suas linhas de negócios.

Os resultados da Sea ocorrem quando as ações de tecnologia que cresceram durante a pandemia perdem parte de seus ganhos em todo o mundo com a reabertura das economias. A Sea não é exceção. A venda massiva de ações eliminou cerca de 80% de seu valor de mercado de seu pico em outubro do ano passado.

Os temores de inflação e recessão na região podem complicar o caminho da empresa de volta ao lucro ao enfraquecer os gastos.

“As atuais microtendências e incertezas podem afetar nossa região e o mundo no curto e médio prazo”, disse o executivo-chefe (CEO), Forrest Li, em uma teleconferência.

O grupo de tecnologia desfrutou de um “boom” durante a pandemia, quando houve um grande afluxo rumo aos seus serviços digitais. As vendas no ano passado mais que dobraram em seu negócio de comércio eletrônico Shopee.

O forte crescimento da Sea veio por trás de grandes gastos com marketing e recompensas para ganhar uma fatia de mercado maior no Sudeste Asiático, onde rivais como GoTo – uma fusão entre Tokopedia e Gojek – competem por usuários. Também expandiu seus negócios de comércio eletrônico para a América Latina e Europa durante a pandemia.

Desde o trimestre de outubro a dezembro, no entanto, a Sea perdeu força nas vendas e engajamentos on-line à medida que mais economias asiáticas emergem da pandemia. Nos primeiros três meses de 2022, os usuários ativos trimestrais em jogos on-line caíram para 615,9 milhões, recuando pelo segundo trimestre consecutivo.

Em março, a Sea previu receita de entretenimento digital entre US$ 2,9 bilhões e US$ 3,1 bilhões para todo o ano de 2022, abaixo dos US$ 4,3 bilhões do ano passado. Esperava-se que o crescimento das vendas de seus negócios de comércio eletrônico caísse pela metade, para cerca de 76% este ano a partir de 2021.

Desde então, a pressão inflacionária se fortaleceu em Cingapura e nos países vizinhos do Sudeste Asiático.

Na terça-feira, a Sea ampliou a previsão de vendas de comércio eletrônico de US$ 8,5 bilhões para US$ 9,1 bilhões, dos US$ 8,9 bilhões anteriores para US$ 9,1 bilhões. “Ainda achamos que a previsão original é potencialmente alcançável para nós, mas dadas as tendências econômicas, queremos ser cautelosos”, disse Yanjun Wang, diretor corporativo da Sea.

Como a Sea enfrenta uma perspectiva de crescimento mais fraca, está reorientando a expansão nos principais mercados do Sudeste Asiático, Taiwan e Brasil. Em março, a Sea saiu de seus negócios de comércio eletrônico na Índia “em vista das incertezas do mercado global”, após uma retirada da França. Ambos foram mercados em que a empresa entrou apenas em outubro.

A concorrência deve aumentar na região depois que a GoTo se tornou pública em abril. “Sempre levamos a concorrência muito a sério”, disse Wang. “Não a vemos como um jogo de soma zero. Vemos como uma maratona, onde nosso sucesso depende de nossa capacidade de execução.”

Sea disse que está “no caminho certo” para o negócio de comércio eletrônico alcançar EBITDA ajustado positivo [lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização] antes da alocação de custos da sede no Sudeste Asiático e em Taiwan.

Vendas do varejo caem 1,2% em abril na comparação com março, aponta índice da Serasa

Contração foi puxada pelo segmento de Veículos, Motos e Peças, que registrou queda de 4,2%.

As vendas nacionais do varejo físico caíram 1,2% em abril, na comparação com março, mostrou o Indicador de Atividade do Comércio da Serasa Experian. A contração foi puxada pelo segmento de Veículos, Motos e Peças, que registrou queda de 4,2%, após recuo de 7,7% no mês anterior.

“O retorno das atividades comerciais pós pandemia tem sido afetado por fatores como as consecutivas altas da inflação e da taxa de juros, além do endividamento e inadimplência das famílias brasileiras, que bateu novo recorde em abril, assolando o poder de compra dos consumidores e dificultando o fluxo de caixa das empresa”, explica em nota o economista da Serasa Experian Luiz Rabi.

Na direção contrária do setor, o segmento de Combustíveis e Lubrificantes apresentou crescimento de 3,3% em abril, mesmo com os reajustes de preços da Petrobras em março.

“Um dos motivos é a volta das atividades presenciais, aumentando a circulação de pessoas nas cidades”, diz Rabi.

Lockdown em Xangai afeta operações logísticas ao redor do mundo

O lockdown em Xangai, na China, em função de um surto de Covid-19 já causa impactos na logística global. O porto da cidade chinesa é o maior do mundo em movimentação de cargas e um dos mais importantes para o comércio internacional. Embora permaneça operando, o porto vem enfrentando congestionamento e atrasos nas exportações. Os reflexos se estendem para outros portos ao redor do mundo.

“Devido ao congestionamento nos portos chineses, estamos enfrentando problemas de falta de equipamentos para exportação no Brasil e nos demais países do mundo por consequência do atraso no retorno desses containers que estão atualmente parados nos portos chineses. O fato é agravado, pois os portos de Xangai e Shenzhen também são considerados hubs importantes para o transporte marítimo global”, afirma Eduardo Martins, gerente de exportação marítima e rodoviária da Windlog, empresa especialista em logística.

A situação atual impossibilita a China de proceder com importação em larga escala de insumos, o que afeta diretamente o ritmo da produção local e manufatura de mercadorias para posterior exportação desses produtos também em larga escala. Os atrasos logísticos refletem no aumento do custo do transporte de mercadorias, impactando no cenário de inflação nos mercados globais.

“Como atualmente a China ocupa a posição de maior importador e exportador no ranking mundial, é fato que haverá menor oferta de insumos e produtos manufaturados produzidos na China, o que por consequência é mais um fator a ser considerado no cenário de aumento da inflação nos mercados mundiais”, afirma o gerente.

No Brasil, as empresas que eventualmente têm os seus principais fornecedores de insumos na China necessitarão recorrer a fornecedores de outros países, que certamente irão vender os insumos com preços menos competitivos, o que influenciará diretamente no aumento dos custos e repasse no preço final das mercadorias.

Crescimento do e-commerce no Brasil até 2025 será de 18%

Movimentações envolvendo dinheiro em espécie devem cair pela metade até 2025.

Segundo o relatório The Global Payments Report 2022, da Worldpay from FIS, a partir do portal E-Commerce Brasil, o e-commerce latino-americano terá um crescimento médio anual de 19% até o ano de 2025. Brasil e México terão uma taxa composta de crescimento anual (CAGR) de 18% e 17%, respectivamente. Já na Argentina, 26%. O crescimento é baseado nos métodos de pagamento, que estão cada vez mais variados. O estudo considerou seis países na América Latina, incluindo o Brasil.

A pesquisa mostra que formas tradicionais de pagamento, como cartões de crédito e dinheiro em espécie, apesar de ainda serem muito usadas em loja de berço, por exemplo, e em outros varejos, estão perdendo espaço no e-commerce do Brasil. No ano passado, os cartões de crédito foram responsáveis por 39,3% do valor das transações. Os cartões de débito, 18,2%.

Peru e Chile vão influenciar as taxas projetadas em relação à utilização de cartões até 2025. Apesar da diminuição de 3% na participação, os cartões de crédito estarão na liderança dos pagamentos do e-commerce nos mercados latino-americanos nos próximos anos, menos no México – onde as carteiras digitais devem assumir o protagonismo. Movimentações envolvendo dinheiro em espécie devem cair pela metade até 2025. No Brasil, essa opção cai abaixo de um terço do valor dos pagamentos do ano passado, com previsão de redução abaixo de 25% até 2024.

PIX SERÁ O MEIO DE PAGAMENTO MAIS UTILIZADO NA PRÓXIMA DÉCADA

Ainda sobre as formas de pagamento adotadas, de acordo com a pesquisa Carat Insights – Futuro dos Meios de Pagamento, feita pela Fiserv, empresa do ramo de pagamentos e tecnologia de serviços financeiros, a partir do portal E-Commerce Brasil, o Pix é a opção predominante (91%) para os brasileiros em relação à pretensão de usar novos meios de pagamento nos próximos 12 meses. No ranking dos preferidos, também estão a carteira digital (80%) e leitura de QR Code (73%). Pagamentos usando redes sociais ainda ficam distantes. A pesquisa também aponta uma análise para os próximos 10 anos.

“O sucesso do Pix confirma a crescente inserção dos brasileiros no mundo da economia digital e aponta o potencial de crescimento que ainda existe no setor. A criação de novos produtos como o Pix Saque, Pix Troco e Pix Cobrança; além dos próximos lançamentos previstos pelo Banco Central como Pix internacional e Pix offline deverão impulsionar este avanço”, aponta o vice-presidente de inovação para América Latina da Fiserv.

Mesmo que as movimentações com Pix estejam aumentando rapidamente – cerca de 30% ao mês –, a previsão é que o sistema cresça ainda mais, uma vez que os pagamentos por pessoas físicas para empresas simbolizam apenas 17% do total das transações com Pix, de acordo com informações do Banco Central (BC).

Magazine Luiza tem prejuízo no 1º tri, promete defender margens em 2022

O Magazine Luiza manterá ao longo de 2022 o conjunto de controle de despesas e foco em ganho de sinergias de ativos comprados nos últimos anos para defender margens como fez no primeiro trimestre e fazer frente a um cenário de inflação e juros mais altos, disse um executivo na última segunda-feira (16).

“Precisávamos reposicionar nossas margens operacionais, então reduzimos subsídios e custos fixos, ajustamos a taxa cobrada dos vendedores no marketplace, reduzimos prazos e repassamos custos mais altos”, disse à Reuters o diretor financeiro e de relações com investidores, Roberto Rodrigues.

A rede de varejo anunciou , na última segunda-feira, que teve prejuízo ajustado de 99 milhões de reais no primeiro trimestre, ante resultado positivo de um ano antes, em meio a uma fraca performance das lojas físicas e maiores despesas financeiras.

A empresa apurou queda de vendas mesmas lojas no varejo físico de 2,8% no primeiro trimestre, enquanto as vendas do marketplace e do comércio eletrônico tiveram alta de 16%.

Embora suas vendas totais de 14,1 bilhões de reais tenham sido 13,2% maiores do que um ano antes, seu lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado, de 434 milhões de reais, evoluiu apenas 1,7% e a margem encolheu de 5,2% para 5%.

O movimento mostra como, após um boom de vendas durante os dois anos de pandemia, empresas de varejo fortemente baseadas em tecnologia estão tendo que ajustar seus planos para lidar com um cenário de inflação e juros altos no país. A rival Via, dona das Casas Bahia e Ponto, teve avanço das vendas mesmas lojas de 0,3% para o primeiro trimestre.

Segundo Rodrigues, as medidas tomadas pelo Magazine Luiza – incluindo a redução do saldo de estoques em mais de 1 bilhão de reais comparado ao fim de 2021 – ganharam tração em março, quando a margem Ebitda ajustada alcançou 6,1%.

A empresa elevou seu parque de lojas físicas, em parte também usadas como centrais de distribuição para as operações de varejo online, em 167 unidades, para 1.477 pontos. Rodrigues contou que as vendas nas lojas físicas acelerou a partir de abril com o fim da exigência do uso de máscaras de proteção.

Para manter os níveis de margens obtidos no começo deste ano, a companhia deve também aproveitar sinergias dos ativos que estão sendo integrados, após uma escalada de aquisições nos últimos dois anos.

O executivo citou ainda alguns fatores que podem contribuir para o desempenho da companhia na segunda metade do ano, como a Copa do Mundo sobre as vendas de eletrônicos e da sua divisão de artigos esportivos Netshoes.

Além disso, Rodrigues disse esperar que o juro futuro comece a perder força, o que pode reduzir a pressão sobre o serviço da dívida da companhia.

Número de inadimplentes chega a 61,94 milhões de brasileiros, aponta CNDL/SPC Brasil

A CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas) e o SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito) estimam que quatro em cada dez brasileiros adultos (38,45%) estavam negativados em abril de 2022 — o equivalente a 61,94 milhões de pessoas. No último mês, o volume de consumidores inadimplentes cresceu 5,59% em relação ao mesmo período do ano anterior. Portanto, trata-se de um número ainda maior do apresentado pelo Ibevar.

Com base nos dados disponíveis em sua base, que abrangem informações de capitais e interior de todos os 26 Estados da federação, além do Distrito Federal, a CNDL e o SPC Brasil informam que a variação anual observada em abril deste ano ficou abaixo da observada no mês anterior. Na passagem de março para abril, o número de devedores cresceu 0,46%. Por essas e outras, recomendamos a você, lojista, ouvir o podcast sobre Cadastro Positivo, em nosso canal do Entre Amigos. Afinal, sempre é importante entender os benefícios na análise de crédito e suas vantagens para o e-commerce.

Número de pessoas inadimplentes

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Em relação à evolução do número de dívidas no Brasil, o indicador aponta que em abril de 2022, este número teve crescimento de 9,89% em relação ao mesmo período de 2021. O dado observado em abril deste ano ficou abaixo da variação anual observada no mês anterior. Na passagem de março para abril, o número de dívidas apresentou alta de 0,85%.

Número de dívidas em atraso

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O crescimento do indicador anual se concentrou no aumento de inclusões de devedores com tempo de inadimplência de 91 dias a 1 ano (50,87%).

Número de pessoas inadimplentes por tempo de atraso

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O número de devedores com participação mais expressiva no Brasil em abril está na faixa etária de 30 a 39 anos (24%), e segue bem distribuída entre os sexos: 50,86% de mulheres e 49,14% de homens.

Número de pessoas inadimplentes por faixa etária e sexo

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Na análise por faixa etária, a maior concentração de inadimplentes está no intervalo de 30 a 39 anos. São 15,36 milhões de pessoas nesta faixa etária registradas em cadastro de devedores. Tal montante equivale a 44,89% da população nesta faixa etária.

Estimativa de inadimplentes por faixa etária

Imagem de um gráfico

Cada negativado deve, em média, R$ 3.518,84. Mais da metade das dívidas são com bancos

Quase quatro em cada dez consumidores (35,72%) tinham dívidas de até R$ 500, percentual que chega a 50,95% quando se fala de dívidas de até R$ 1.000.

Número de pessoas inadimplentes por valor total das dívidas

Imagem de um gráfico

Em média, cada consumidor negativado devia R$ 3.518,84 na soma de todas as dívidas. Considerando todas essas dívidas, cada inadimplente devia, em média, para 1,87 empresas credoras.

Destaca-se a evolução das dívidas com o setor de Bancos, com crescimento de 18,75%, seguido de água e Luz (7,92%). Em outra direção, as dívidas com o setor credor de Comunicação (-9,53%) e Comércio (-4,20%) apresentaram queda no total de dívidas em atraso.

Em termos de participação, o setor credor que concentra a maior parte das dívidas é o de Bancos, com 57,93% do total de dívidas. Na sequência, aparece Comércio (14,01%), o setor de água e Luz (11,29%) e Comunicação (9,60%).

Vendas pela internet caem 8,48% em abril ante março, mostra índice MCC-ENET

O comércio eletrônico brasileiro registrou quedas de desempenho no mês de abril. O tombo foi de 8,48% no volume de vendas e de 12,77% no faturamento em comparação com o mês anterior. Além disso, houve queda de faturamento na comparação de abril deste ano com o mesmo mês de 2021. Nesse caso, a baixa foi de 6,45%. Já o volume de vendas teve leve alta de 1,52% na comparação com abril do ano passado. Em contrapartida, no acumulado do ano, o crescimento de volumes vendido segue em 9,63% e em 6,27% no faturamento. Os dados são do índice MCC-ENET, desenvolvido pela NeotrustMovimento Compre & Confie, em parceria com o Comitê de Métricas da Câmara Brasileira da Economia Digital (camara-e.net).

Para a coordenadora do Ciclo Micro e Pequena empresa (MPE) da camara-e.net, Renata Carcalho, a queda brusca de abril em relação a março é sazonal. “Historicamente, abril sempre foi um mês de quedas no comércio em geral, não apenas no e-commerce. Parte do motivo pelo qual é um período menos aquecido, é que os consumidores dispendem seus recursos com lazer, em razão dos feriados existentes nessa época”, afirma.

Participação do e-commerce no comércio varejista

Em março de 2022, o e-commerce representou 13,2% do comércio varejista restrito (exceto veículos, peças e materiais de construção).

No acumulado dos últimos 12 meses, nota-se que a participação do e-commerce no comércio varejista corresponde a 12,4%.

Vale destacar que esse indicador foi feito a partir da última Pesquisa Mensal do Comércio do IBGE, divulgada no dia 10 de maio.

Para compor o índice, a NeotrustCompre & Confie coleta 100% de todas as vendas reais de grande parte do mercado de e-commerce brasileiro, utilizando adicionalmente processos estatísticos para composição das informações do mercado total do comércio eletrônico brasileiro.

Também são utilizadas informações dos indicadores econômicos nacionais do IBGE, IPEA e FGV. Não estão contabilizados no MCC-ENET dados dos sites MercadoLivre, OLX e Webmotors, além do setor de viagens e turismo, anúncios e aplicativos de transportes e alimentação, pois ainda não são monitorados pela NeotrustMovimento Compre & Confie.

Shopee e Shein podem sofrer (e muito) se governo alterar taxação de produtos; entenda

Por pressão do setor das varejistas e e-commerce, está nos planos do governo criar uma MP (Medida Provisória) para alterar o tipo de taxação de produtos vendidos em aplicativos cross-border, ou seja, vindos de outros países. As principais empresas atuantes nesse segmento no Brasil são a Shopee, Shein, AliExpress e Wish. Analistas da XP Investimentos observam o impacto dessa medida.

A MP seria baseada no conceito de tributar qualquer mercadoria comprada nessas plataformas em 60%, independente de seu valor. Hoje, os produtos só são taxados pela Receita Federal se o valor total dos produtos alcançar US$ 50.

“Hoje, a discussão está restrita ao Ministério da Economia, contando com algum apoio interno, apesar de preocupações com o potencial impacto da sua aprovação na imagem do governo”, aponta o relatório. “Caso ela avance, nós vemos as varejistas de moda como as mais beneficiadas.”

A Shein, uma das empresas que trabalham com o modelo de negócios baseado em moda, seria a mais afetada. O ponto forte do e-commerce da Shein é justamente um preço diferente do que se vê no mercado nacional, afetando a competitividade. A Shopee, por outro lado, aceleraria as operações locais, de acordo com a XP.

O time de política da XP lembra que a discussão está em seus estágios iniciais, no Ministério da Economia e a Receita Federal. “Para além do Ministério da Economia, a discussão também precisaria passar pelo corpo técnico do Palácio do Planalto antes de a medida provisória ser efetivamente editada, o que ainda não havia acontecido até esta semana. Não há prazo para essa análise, que acaba tendo seu timing definido principalmente por fatores políticos”, ressaltam os analistas.

Perspectivas sobre a medida

A XP Investimentos aponta que a MP poderia ser popular e impopular ao mesmo tempo, dependendo do ângulo da questão. O dois principais desafios para a implementação da medida:

  • Potencialmente impopular por reduzir um poder de compra já pressionado do consumidor médio brasileiro;
  • Desafios na fiscalização do lado da Receita, uma vez que apenas o Shopee foi responsável por 140 milhões de pedidos no 4º trimestre (cerca de 1,5 milhão ao dia).

“Nosso time de política confirmou que de fato há alguma resistência à medida pelo primeiro ponto, enquanto uma solução para o segundo seria tributar a compra direto no site”, afirmam.

Já o lado oposto mostra que a medida seria popular por dar fôlego aos varejistas e indústrias brasileiras, o que poderia potencializar a geração de renda/emprego no país.

Quem sai ganhando?

O relatório destaca que ainda há desafios para a aprovação da medida pelo potencial de viés negativo, assim como pelas eventuais priorizações do governo em um ano de eleições. Assim, a XP acredita que ela pode ser um gatilho positivo para ações de e-commerce e varejistas de moda.

Dessa forma, a XP mantém cautela com as empresas de e-commerce, enquanto vê uma visão mais construtiva para Lojas Renner (LREN3).

“Existe um impacto positivo mais estrutural para varejistas de moda, uma vez que o modelo de negócio da Shein é essencialmente baseado em importação e seu baixo preço se mantém como um diferencial importante”, diz o texto. Já no caso de Shopee o possível aumento de tributação faria a companhia acelerar a captação de vendedores locais, que já ultrapassam 2 milhões e representam mais de 85% das vendas do marketplace.