E-commerce cresce 12,6% e fatura R$ 39,6 bilhões no 1º trimestre de 2022

Segundo a Neotrust, o e-commerce brasileiro teve um crescimento de 12,6% no 1º trimestre de 2022. Isso representou um faturamento de R$ 39,6 bilhões ao comércio digital. Houve também alta no número de pedidos, que totalizou 89,7 milhões de compras online. Ou seja, uma elevação de 14% em comparação aos três primeiros meses do ano passado.

O destaque é a região Nordeste, que registrou aumento de 20% no faturamento e somou R$ 6,95 bilhões. Além disso, teve alta de 29% nos pedidos, com 14,3 milhões de compras realizadas. Vale lembrar que, segundo a pesquisadora, todas as regiões brasileiras apresentaram crescimento no e-commerce no 1º tri de 2022. O Sudeste, região com maior faturamento e número de pedidos no varejo digital do Brasil, arrecadou R$ 22,8 bilhões. No caso dos pedidos, foram mais de 54,7 milhões de compras, elevação de 9% em ambos os indicadores em comparação com o mesmo período do ano passado.

Categorias em destaque da Neotrust

As categorias que tiveram maior faturamento no 1º trimestre de 2022 são:

  • telefonia;
  • eletrodomésticos;
  • eletrônicos;
  • moda e acessórios;
  • e informática.

Os destaques em faturamento são os eletrodomésticos, com crescimento de 25,8%, e moda e acessórios, com elevação de 25,5%. Apesar de configurarem entre os segmentos de maior arrecadação, telefonia e informática apresentaram queda em faturamento, com redução de 0,6% e 20,3%, respectivamente.

Entre as categorias com maior número de pedidos entre janeiro e março deste ano estão:

  • moda e acessórios;
  • beleza e perfumaria;
  • alimentos e bebidas;
  • saúde e utilidades domésticas.

Alimentos e bebidas, neste caso, foi s setor que mais cresceu no 1º trimestre, em 73,4%. Saúde também avança no e-commerce, com aumento de 38,1% nas compras online.

Métodos de pagamento

Entre as formas de pagamento, o cartão de crédito foi o método mais utilizado nas compras digitais nos primeiros três meses de 2022 (representou 82,6% do faturamento total). De acordo com a Neotrust, houve 6,5 pontos percentuais de redução no número de pagamentos por boleto no 1º trimestre. Portanto, um movimento contrário ao Pix, que vem sendo utilizado cada vez mais. Afinal, a forma de pagamentos saltou de 4,3% no primeiro trimestre de 2021 para 9,7% no mesmo período em 2022.

Sobe número de clientes únicos

De acordo com o levantamento da Neotrust, o número de clientes únicos — que fizeram ao menos uma compra — cresceu no 1º trimestre deste ano. Segundo os dados, 24 milhões de clientes únicos realizaram compras contra 23 milhões no mesmo período em 2021, 16 milhões no mesmo período em 2020 e 13 milhões no mesmo período em 2019.

“Apesar do constante crescimento, o que se percebe é a desaceleração de clientes únicos no e-commerce devido à retomada do varejo físico após a pandemia. Com isso, é esperado um avanço do comércio online de forma menos expressiva em relação aos anos anteriores”, concluiu Paulina Dias, Head de Inteligência da Neotrust.

No Dia das Mães, marketplaces omnichannel avançam 46% na receita

O Dia das Mães já passou, mas o assunto continua em alta. Principalmente porque a data – conhecida como uma das mais importantes para o varejo – tem motivo para a fama, já que mesmo em um cenário econômico de recessão, ela continua com índices de crescimento no faturamento e nas vendas.

Na data comemorada oficialmente no último domingo (8), o consumidor comprou mais do varejo omnichannel – que integra as frentes físicas e virtuais.  De acordo com um levantamento da Linx, as vendas por marketplace cresceram 21% no número de pedidos e 46% na receita em comparação com o mesmo período de 2021. Já o modo showrooming avançou 48% no número de pedidos e 21% na receita.

O ticket médio da modalidade omnichannel também registrou crescimento de 9% em relação ao ano passado, com R$ 233,02. Os dados foram extraídos da base de clientes omnicanais da Linx Digital, no período de 24 de abril a 08 de maio, considerando pedidos totais, sem filtragem de cupons promocionais específicos.

Os resultados positivos para marketplaces confirmam a consolidação do canal de vendas impulsionado durante a pandemia. Uma pesquisa global da Mirakl mostrou que, em 2021, 71% dos brasileiros compram exclusivamente em marketplaces, e 58% haviam planejado comprar mais desses negócios em 2022.

Na outra ponta, a data mais aguardada no primeiro semestre para o universo varejista apontou o showroom como um grande potencial do ano. A modalidade se refere à tática omnichannel de vendas que se iniciam na loja física, mas que tem o pedido retirado em outra unidade ou entregue em domicílio.

“Antes, se o cliente ia até a loja e se frustrava ao não sair do local com a compra na mão, significava que a oportunidade do varejista estava perdida. Agora, a partir de um atendimento humano e eficiente, que oferece ao consumidor a opção de efetuar a compra ali mesmo e receber depois, o gargalo de perda é praticamente eliminado. Em uma data como o Dia das Mães, em que muitos saem de casa já com algo em mente para adquirir como presente, é crucial ter essa opção para evitar tais perdas”, comenta Tiago Melo, diretor de produtos na Linx Digital.

Desaceleração da China já afeta o resto do mundo

Por ser grande consumidora de produtos e insumos e exportadora de bens industriais, seus problemas desferem um duplo golpe à economia global.

Durante décadas a China foi um enorme chão de fábrica e mercado para o mundo. Mas agora, com o crescimento econômico do país desmoronando, o problema está se tornando mundial.

Os “lockdowns” impostos para conter a covid-19 estão estrangulando a atividade na segunda maior economia do mundo. A demanda pelas exportações da China está caindo à medida que as economias lutam com o aumento dos preços e das taxas de juros.

Os efeitos da desaceleração da China aparecem em todo lugar, das fábricas alemãs aos pontos turísticos da Austrália. As exportações dos países asiáticos estão caindo com a menor demanda chinesa. Empresas como Apple e General Electric (GE) alertaram os investidores para dificuldades de produção e entrega decorrentes dos problemas da China bem como da queda nas vendas.

As vendas de automóveis na China despencaram, afetando montadoras como BMW, Volkswagen e Tesla. A Tesla vendeu apenas 1.512 carros produzidos na fábrica de Xangai em abril, uma queda de 98% em relação aos mais de 65 mil veículos vendidos em março, segundo dados da Associação dos Carros e Passageiros da China. A Toyota, por sua vez, pediu desculpas por descumprir suas metas de produção, em parte devido aos lockdowns na China. Agora a Toyota espera produzir 700 mil veículos em maio, em vez dos 750 mil planejados anteriormente.

A desaceleração da China tem um duplo impacto na economia global. O país é um grande mercado para os produtos, componentes e matérias-primas do resto do mundo e também a grande fábrica no centro do comércio global.

Isso significa que o enfraquecimento de sua economia é uma má notícia para exportadores de commodities como o Brasil, Chile e a Austrália, que fornecem à China petróleo, cobre e minério de ferro. É também uma má notícia para potências industriais como a Alemanha. A China é um grande mercado para máquinas, automóveis e semicondutores de Taiwan e da Coreia do Sul, além de ser um elo crítico nas cadeias de suprimentos globais de suas companhias.

Trata-se também de uma má notícia para os EUA, onde a inflação em alta reduz o poder de compra das famílias. O presidente do Federal Reserve (Fed, o BC americano), Jerome Powell, alertou na semana passada que, junto com a guerra na Ucrânia, os problemas econômicos da China poderão agravar a pressão inflacionária nos EUA se impedirem a normalização das cadeias de suprimentos que são cruciais para esfriar a inflação.

“Todo mundo está exposto”, diz Carlos Casanova, economista sênior para a Ásia da Union Bancaire Privée de Hong Kong. “O que quer que aconteça na China afeta o crescimento mundial.”

Em 2021 a China respondeu por 18,1% do PIB mundial, segundo o Fundo Monetário Internacional, atrás dos 23,9% dos EUA, mas à frente do bloco da União Europeia (UE), com 17,8%. Responde por quase um terço da produção industrial global, segundo dados da Nações Unidas de 2020. A economia chinesa cresceu num ritmo modesto no início do ano, mas os dados de março e abril apontam uma grande desaceleração.

A política de tolerância zero de Pequim para conter os surtos de covid-19 levou a lockdowns rígidos em centros industriais como a província de Jilin, no nordeste, e megacidades como Shenzhen e Xangai. Os controles rígidos mantiveram milhões de pessoas dentro de casa, fecharam fábricas e lojas e prejudicaram o transporte, aumentando a pressão sobre a economia, já pressionada por uma crise imobiliária e pela repressão regulatória sobre setores como o de tecnologia e educação.

Dados da balança comercial desta semana mostraram um fraco crescimento das exportações chinesas em abril, com os lockdowns trimestre em relação ao primeiro e um aumento do desemprego. Autoridades chinesas prometeram reavivar o crescimento com grandes gastos em projetos de infraestrutura, mas muitos economistas não acreditam que o governo ou o banco central conseguirão fazer muito para estimular a economia, enquanto mantiverem a estratégia de “covid-zero”.

“As autoridades chinesas anunciaram uma flexibilização para evitar uma desaceleração do crescimento – mas ainda não agiram totalmente nesse sentido”, disseram economistas do BlackRock Investment Institute, divisão de análises de investimentos da maior gestora de ativos do mundo, a BlackRock, em nota para clientes.

A Apple disse recentemente que os lockdowns na China poderão lhe custar entre US$ 4-US$ 8 bilhões em vendas perdidas por causa dos problemas na cadeia de suprimentos. A GE disse que sua divisão de cuidados com a saúde enfrenta problemas de produção e entrega por causa dos lockdowns.

No Japão, a Sony e a Nintendo disseram na terça-feira que as limitações de suprimentos ligadas à China afetarão a produção de seus consoles de videogames. Segundo a Sony, as restrições contra a covid-19, incluindo o lockdown em Xangai, tornaram mais difícil para as empresas presentes na China fabricar e despachar peças usadas em suas máquinas.

Na Austrália, a Fortescue Metals Group, a quarta maior produtora de minério de ferro do mundo, disse que os lockdowns na China afetaram a demanda por aço e elevaram os custos do transporte de commodities. A Rio Tinto, segunda maior mineradora do mundo, disse que os lockdowns representam um risco de curto prazo para a atividade de construção na China.

Em uma das maiores fazendas de lavanda do mundo na Tasmânia, Austrália, dos cerca de 85 mil visitantes todos os anos antes da pandemia, um número significativo eram chineses. Mas desde a reabertura das fronteiras aos turistas internacionais em fevereiro, poucos visitantes vieram da China.

As exportações de Taiwan e Coreia do Sul para a China em abril caíram 3,9% em relação a março, segundo o Goldman Sachs. A queda mostra como algumas economias asiáticas estão fortemente conectadas ao motor industrial da China, tornando-as especialmente vulneráveis a uma desaceleração.

Dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) mostram que peças e outros insumos chineses respondem por 1,4% do valor das exportações de bens dos EUA para o resto do mundo, na Coreia do Sul, essa participação é de 5,2%, em Taiwan 6,3% e no Vietnã 14,4%.

Na Europa, a produção industrial da Alemanha registrou sua maior queda mensal em março desde o início da pandemia em 2020, refletindo os problemas na China e as consequências da invasão da Ucrânia pela Rússia.

Na semana passada a BMW informou uma queda de 19% no volume de produção nos primeiros três meses de 2022, na comparação anual, citando gargalos globais no fornecimento de componentes e os lockdowns na China. As entregas de veículos para a China caíram cerca de 9% no trimestre.

A fabricante de artigos esportivos Adidas disse que sua receita na China caiu 35% ao ano no primeiro trimestre, enquanto os custos mais altos de fornecimento e frete corroeram sua lucratividade.

“A China é muito importante para nós como mercado”, disse Jörg Wuttke, presidente da Câmara de Comércio da UE na China. Cerca de 900 mil empregos na Alemanha dependem do mercado chinês, enquanto que as empresas alemãs empregam perto de um milhão de pessoas na China.

Wuttke disse acreditar que o pior da ruptura relacionada à covid e aos lockdowns recentes, ainda não foi sentido na Europa, uma vez que as remessas que deveriam ter deixado a China nos últimos dois meses só agora começarão e chegar aos portos europeus.

A intensidade do freio da China sobre a economia global dependerá do quanto ela irá desacelerar. Algumas empresas e economistas esperam ver uma recuperação antes do fim do ano.

E-commerce contribui para crescimento de 1,7% do setor de serviços, diz IBGE

Na comparação com o mês anterior, o volume de serviços no país cresceu 1,7%, mostrou o IBGE. De acordo com Rodrigo Lobo, gerente da pesquisa, o e-commerce influenciou diretamente nesse resultado. Afinal, um dos segmentos que ditou a alta dessa atividade foi o de transportes rodoviário de cargas, ainda mais acentuado por conta da pandemia. Vale destacar que essa é a segunda alta consecutiva do indicador, assim como o maior patamar desde maio de 2015.

Além disso, os serviços também estão 7,2% acima do patamar de fevereiro de 2020, ou seja, do período pré-pandemia. Na comparação com março de 2021, o setor registrou alta de 11,4%. Por outro lado, no acumulado do ano o setor cresceu 9,4% e, no acumulado de 12 meses, alta de 13,6%.

O setor do agronegócio também influenciou positivamente no resultado, assim como o de transporte aéreo de passageiro. “Isso ocorreu não só por conta do aumento do fluxo de passageiros, mas pela queda do preço das passagens aéreas observadas no mês de março”, explicou Lobo.

As demais atividades apresentaram que taxas de crescimento foram:

  • informação e comunicação (1,7%);
  • profissionais, administrativos e complementares (1,5%);
  • prestados às famílias (2,4%);
  • e outros serviços (1,6%).

Turismo

As atividades turísticas também cresceram em todas as bases de comparação do IBGE: 4,5%, em relação a fevereiro; 75,6%, em relação a março do ano passado; e 42,2%, no acumulado do ano.

Benefícios sociais devem impulsionar varejo no segundo trimestre, diz CNC

Mesmo com inflação e juros altos, as vendas no varejo devem aumentar 1,5% no segundo trimestre na base mensal, estima a CNC.

Os vários benefícios sociais que serão ou já estão sendo liberados pelo governo devem ajudar as vendas no varejo no segundo trimestre, de acordo com a Confederação Nacional do Comércio.

A entidade cita a antecipação do 13º salário a aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social, INSS, a disponibilização de saques do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, FGTS, e o pagamento do Auxílio Brasil pelo governo.

A CNC espera que as vendas no varejo aumentem 1,5% entre abril e junho em comparação aos três primeiros meses de 2022. A previsão anterior, feita em abril, indicava alta de 1,1% para o mesmo período.

Os benefícios sociais podem impulsionar a inflação, mas, “no curto prazo, ajudam a recompor a renda das famílias, dando fôlego às vendas no varejo”, apontou a CNC, citando possível injeção de R$ 39 bilhões no setor ao longo deste ano por meio do Auxílio Brasil e dos saques do FGTS.

O cenário de escalada da inflação e dos juros freia o avanço do comércio, conforme a pesquisa. No entanto, a instituição vê os preços no atacado desacelerando nos últimos meses.

O volume das vendas no varejo em março cresceu 1,0%, marcando o terceiro mês seguido de alta, segundo a Pesquisa Mensal de Comércio, divulgada na última terça-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, IBGE. O dado superou a estimativa da CNC, de aumento de 0,3% ante a fevereiro.

 

Setor de fretes e cargas prevê aumento de 3% nos contratos com reajuste do diesel

Após o anúncio da Petrobras de uma alta de 8,9% no preço do diesel para as distribuidoras, a Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC&Logística) aponta que o reajuste irá representar um aumento emergencial de pelo menos 3,1% no custo dos fretes no Brasil.

De acordo com a entidade, para manter a saúde financeira das empresas, é imprescindível que seja repassado de “forma imediata” o acumulado das subidas no valor do combustível.

Um levantamento da própria NTC&Logística mostra que o diesel teve um aumento médio de 21,21% nos postos de combustíveis somente neste ano de 2022.

De acordo com o assessor técnico da entidade, Lauro Valdivia, os custos com combustível representam cerca de 30% a 35% dos gastos do setor. E, além da escalada no preço do diesel, o representante cita que as empresas enfrentam o aumento de outros insumos.

“É muita coisa para absorver, os preços de caminhão subiram cerca de 50%, o pneu, 40%, e agora, no meio do ano, têm os gastos com dissídio salarial, que devem ser de cerca de 11%. Isso porque mão de obra representa aproximadamente 25% dos custos das empresas”, aponta Valdivia.

“Então é uma escalada de aumento fora da realidade, é muito difícil para o setor absorver ou até repassar. Você não consegue nem repassar o anterior e já tem outro, a frequência é muito próxima um do outro.”

O assessor destaca ainda que o setor de transporte de fretes e carga está ligado diretamente ao Produto Interno Bruto (PIB) do país, já que a oferta por serviço depende da produção e consumo de outros setores da economia.

Lauro Valdivia afirma que muitos caminhoneiros autônomos estão largando o setor porque não conseguem lidar com os aumentos suscetíveis de preços.

Para o especialista em transportes da Fundação Getúlio Vargas (FGV/Transportes), Marcus Quintella, o reajuste terá um impacto inflacionário a médio prazo. Ele alerta que, no fim das contas, o aumento chegará no bolso do consumidor.

“O aumento dos combustíveis cria um problema na cadeia produtiva como um todo. Como o repasse acaba vindo para o consumidor final de uma forma ou de outra, esse acréscimo vai chegar na inflação em um certo espaço de tempo”, aponta Quintella.

O economista reforça ainda que quem mais sofre com esse tipo de alta é o caminhoneiro autônomo, que deve refazer toda composição de custo do frete.

Dia das Mães movimenta 142 milhões de reais no e-commerce em 2022

O e-commerce foi um importante canal de vendas para o Dia das Mães deste ano: o faturamento online das pequenas e médias empresas cresceu 6,8% no período relacionado ao Dia das Mães, em comparação a 2021, e alcançou um total de R$ 142 milhões. Os dados são do levantamento realizado pela Nuvemshop, plataforma de e-commerce líder na América Latina com mais de 90 mil lojas virtuais ativas, em sua maioria de pequenos e médios empreendedores.

Os segmentos de Moda (R$ 54,3 milhões), Saúde & Beleza (R$ 11,36 milhões) e Acessórios (R$ 11,3 milhões) lideraram as vendas online em 2022 no período relacionado à data comemorativa. Os produtos mais vendidos foram camisetas e óculos de sol. Este último representa mais de 8% do total comercializado neste último Dia das Mães.

“Apesar dos desafios econômicos, o Dia das Mães continua sendo uma das datas mais relevantes para o varejo. E os números indicam que o mercado do e-commerce no Brasil segue aquecido, especialmente para os pequenos e médios negócios, que têm um potencial maior de alcance de novos clientes de todos os estados ao vender online”, afirma Luiz Natal, especialista em e-commerce e Gerente de Desenvolvimento de Plataforma da Nuvemshop.

No total, 2,48 milhões de produtos foram adquiridos nas lojas online nas três semanas analisadas, com um ticket médio de R$ 245, indicando um aumento de 11% no valor médio por cada compra online em relação ao mesmo período do ano anterior. Os estados São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro lideram o faturamento nacional do período.

Dentre as formas de pagamento, o cartão de crédito sobressaiu como a principal escolha, utilizado em 53,9% das compras online. O segundo meio de pagamento mais utilizado nas PMEs online é o Pix, que representou 18,2% dos pedidos do período. A ferramenta tornou-se popular por sua praticidade e substituí pedidos anteriormente pagos em boleto, que representou apenas 3,5% dos pedidos do Dia das Mães.

“A praticidade de compra e preços competitivos das lojas online se mostraram grandes atrativos para presentear as mães. Além disso, muitas PMEs apostaram em coleções especiais de produtos para a data e em condições especiais de compra, como frete gratuito e descontos, para se destacar no ambiente digital e competir também com as lojas físicas”, ressalta Natal.

Para o levantamento, foram consideradas as vendas realizadas na semana do Dia das Mães e nas duas anteriores, independentemente do ano.

Varejo marca primeira alta trimestral após duas quedas seguidas, diz IBGE

De janeiro a março, houve crescimento de 1,9%.

O volume de vendas no varejo restrito teve alta de 1,9% no primeiro trimestre de 2022, frente aos três meses antecedentes, segundo a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira.

É a primeira alta na série trimestral com ajuste sazonal desde o segundo trimestre de 2021 (2,2%). O comércio tinha recuado 0,1% no terceiro trimestre de 2021 e 2,3% no quarto trimestre daquele mesmo ano, ambos na comparação com os três meses imediatamente anteriores.

Esse aumento de 1,9% entre janeiro e março é o maior resultado para um primeiro trimestre de ano, na série com ajuste sazonal, desde 2017, quando tinha sido de 2,9%.
Na comparação anual, o varejo restrito também fechou com aumento no primeiro trimestre, mas de 1,3%.

Considerando apenas o mês de março, o varejo restrito subiu 1% ante fevereiro. É a terceira taxa positiva seguida, o que não ocorria desde 2020, quando o comércio se recuperava do período mais intenso de quedas do início da pandemia de covid-19.
No varejo ampliado, que inclui as vendas de veículos e motos, partes e peças, e material de construção, o volume de vendas subiu 2,3% nos três primeiros meses de 2022, frente ao trimestre anterior, na série com ajuste sazonal. É também o primeiro trimestre de alta após duas quedas: de 1,1% no terceiro trimestre de 2021 e de 1,8% no quarto trimestre daquele ano.

 

Via (VIIA3) tem queda de 90% no lucro do 1T22, a R$ 18 milhões, acima da expectativa

Via (VIIA3) encerrou o primeiro trimestre de 2022 com lucro líquido contábil de R$ 18 milhões no primeiro trimestre de 2022, queda de 90% ante mesmo período do ano passado, mostra documento enviado ao mercado nesta segunda-feira (9).

Já o lucro líquido operacional foi de R$ 86 milhões, queda de 52,2% na comparação com os R$ 180 milhões do mesmo ciclo do ano passado.

“No primeiro trimestre de 2022, houve R$ 29 milhões de incentivo de subvenção de maneira recorrente. Já no primeiro trimestre de 2021, houve efeito do incentivo de subvenção recorrente de R$ 33 milhões e R$ 117 milhões de períodos anteriores, totalizando R$ 150 milhões”, diz a Via para justificar a queda.

Mesmo assim, o número veio acima do esperado pelo consenso reunido pela Bloomberg, que apontava prejuízo de R$ 112 milhões.

“Esse avanço da margem acontece em razão dos fortes ganhos de produtividade e bom controle de despesas. Na linha do EBITDA, os ajustes não recorrentes relacionados à atualização dos processos trabalhistas (legado) foram de R$ 85 milhões no trimestre”, explica a empresa.

“A variação é explicada pelo decréscimo de 3,5% na receita das lojas físicas, apesar do avanço de 2,8% na receita online”, diz a Via.

O impacto da crise pandêmica da China no varejo brasileiro

Números de grandes companhias já têm demonstrado desaceleração ao longo dos últimos meses, enquanto a conjuntura difícil ainda não dá sinais de arrefecimento.

Com o endurecimento das medidas restritivas em função da Covid-19 na China, o mercado global se preocupa com o caos logístico implantado em meio ao frágil cenário econômico. O setor de varejo é um dos que se preocupam com essa conjuntura.

O Brasil é um grande importador para sua indústria de transformação, com o objetivo de sustentação do mercado de bens de consumo duráveis, semiduráveis e industriais.

Mas a política de combate à pandemia na China tem trazido fortes implicações ao país, o que inevitavelmente interrompe a oferta de determinados produtos.

Por mais que a potência asiática esteja ampliando seu apoio à economia, o suposto recrudescimento do novo coronavírus no país tem assustado os negociadores que veem os portos abarrotados de contêineres.

Importância de duráveis e semiduráveis para o varejo

A venda de geladeiras, máquinas de lavar, aparelhos televisores são grandes chamarizes de varejistas como Magazine Luiza (MGLU3), Via (VIIA3) e Americanas S.A. (AMER3), que têm barganhas em negociação de preços com fornecedores.

A venda desses produtos, inclusive, foi um dos principais combustíveis das varejistas entre 2020 e 2021. A renda artificial criada pelo auxílio emergencial, findada no fim do ano passado, gerou uma corrida para a “renovação” da residência, estimulados pela maior permanência em casa devido ao lockdown.

Esse tipo de produto tem tíquete médio alto e, em relação à receita, gerou bons trimestres ao setor varejista.

A fins comparativos, no terceiro trimestre de 2020, período em que o Brasil já lidava com a pandemia, o GMV (valor bruto de mercadoria) total da Via (à época chamada de Via Varejo) saltou 43% ante o mesmo período de 2019.

Via desacelera receita depois de pico após pandemia

Fonte: TradeMap
Fonte: TradeMap

No caso do Magalu, o salto foi ainda maior, de 81,2%. A empresa é líder de mercado de bens duráveis, patamar alcançado em 2020 justamente pelas mudanças de perfil de consumo provocadas pela pandemia, como a direção assumiu no quarto trimestre do ano passado.

Já para Americanas – especificamente Lojas Americanas -, a melhora foi de 31,1% no terceiro trimestre de 2020 em relação ao mesmo período do ano anterior.

Embora as empresas não revelem de forma segmentada os dados relacionados às vendas de bens duráveis, não negam os impactos da conjuntura macroeconômica em seus modelos de negócio, enquanto os números de crescimento desaceleram.

A demanda por bens de capital estrangeiros havia se intensificado ao longo dos últimos meses, com o governo brasileiro reduzindo em 10% os impostos sobre a importação da categoria em março de 2021, e em mais 10% no mês passado.

Os números passados indicam que a China é a principal origem dessas importações. No ano de 2020, o país correspondeu a US$ 7,5 bilhões, ou 31% das compras do Brasil, de bens de capital e de produtos do setor de informática e telecomunicações.

Restrição da oferta acompanha queda da demanda

Se por um lado os preços tendem a cair em razão da demanda menor numa conjuntura “estável” de oferta de produtos, por outro os preços são sustentados e favoráveis às fabricantes devido à restrição da oferta, o que traz menos produtos ao mercado.

Isso não significa que as varejistas terão caminho livre neste segmento nos próximos meses. O setor opera com margens de lucro pequenas por causa da agressiva guerra de preços entre os players do mercado. Não há perspectiva de melhora de margens nos próximos resultados.

Além disso, um aumento significativo dos preços de bens duráveis deve pressionar ainda mais a procura dos consumidores, sobretudo em função da queda da renda da população e alta da inadimplência.

De acordo com a Pnad Contínua, a renda média da população brasileira caiu de R$ 2.876 em setembro de 2020, auge do pagamento do auxílio emergencial, para R$ 2.489 no trimestre encerrado em janeiro deste ano – baixa de 13,4%. Com menos renda e crédito mais custoso, a inadimplência voltou a aparecer.

Se o brasileiro médio está com pouco recurso para pagar suas contas básicas, tampouco irá renovar a mobília de suas casas, como o fizeram durante a pandemia.

No saldo final, Magalu, Via e Americanas fazem parte do varejo que atua com o público de baixa renda e que aos poucos diversificam suas operações para as demais camadas da sociedade. As empresas, contudo, não divulgam dados segmentados.

Resultados recentes mostram desaceleração do varejo

Os números das grandes varejistas já têm demonstrado desaceleração ao longo dos últimos meses, enquanto a conjuntura difícil ainda não dá sinais de arrefecimento.

A temporada de balanços do primeiro trimestre ainda não foi iniciada pelas grandes companhias do varejo. A expectativa do mercado é a de que o período tenha sido mais desafiador que o quarto trimestre de 2021, quando os números já desagradaram.

No caso do Magalu, a economia ruim e a concorrência acirrada tiraram o brilho do crescimento do marketplace, um dos únicos pontos positivos do resultado.

O contexto mostra-se arriscado para a companhia, que preferiu puxar o freio de mão e segurar o processo de aquisições.

Primeiro, porque a escolha agora é por colher os frutos das compras já realizadas, mas também porque entre o quarto trimestre de 2020 e o mesmo período de 2021, a empresa saiu de caixa líquido para dívida líquida de R$ 3,88 bilhões.

No caso da Via, o resultado mostrou uma baixa de 91,4% do lucro líquido contábil, para R$ 29 milhões.

Uma das justificativas da integrante do varejo brasileiro é o descasamento entre o fechamento de lojas e a abertura de novas unidades no período, além do aparecimento da ômicron – embora o período mais intenso da Covid-19 causada por essa variante no Brasil tenha sido entre janeiro e fevereiro deste ano.

O que fica de destaque é que a empresa tem preferido o crescimento em detrimento de margens. A margem líquida encerrou o trimestre em dezembro na casa de 0,4%. O impacto da queda nas vendas de bens duráveis, que oferecem margem mais robusta, é latente.

Já para a Americanas, o desempenho foi levemente mais positivo. A empresa viu suas vendas digitais dispararem 36% no quarto trimestre de 2021 em relação ao mesmo período do ano anterior.

Os dados de GMV, receita bruta, receita líquida e lucro líquido tiveram crescimento sólidos dois dígitos, mas o ponto fraco ficou para as margens.

A margem Ebitda, resultado da relação entre Ebitda e receita líquida, caiu 4,3 pontos percentuais entre o quarto trimestre de 2020 e o último trimestre de 2021, para 11,8%. O indicador mostra a eficiência da empresa exclusivamente com sua operação.

O caos pandêmico na China certamente tem trazido relevante impacto para o varejo brasileiro nas últimas semanas. O resultado disso virá ao mercado somente no segundo semestre, quando os balanços do período entre abril e junho forem divulgados. Por ora, cabe às empresas estancar as perdas estimadas.

O que está acontecendo na China

Desde o final de março, a megalópole Xangai, centro comercial da China que abriga cerca de 26 milhões de pessoas -mais que o dobro da cidade de São Paulo -, está de portas fechadas.

As rígidas restrições colocadas em prática pelo governo fazem parte da iniciativa de “Covid zero”. O país, marco zero da pandemia ainda no fim de 2019, tem por objetivo eliminar por completo e é avesso à mínima transmissibilidade da doença.

Esse “extremo” no combate à pandemia tem gerado insatisfação entre os moradores. Alguns estão confinados há mais de um mês e encontram dificuldades para suprirem suas necessidades básicas diárias.

Por conta das restrições à mobilidade terrestre, os portos da China estão congestionados, o que trouxe à tona novamente o entrave logístico instaurado sobre o comércio global durante o pico da pandemia.

O porto de Xangai, o maior do mundo em termos de toneladas transportadas, tem filas de espera, pressionando o escoamento da produção chinesa. A queda da atividade afeta particularmente a oferta de semicondutores e peças para produtos eletrônicos e eletroeletrônicos mundo afora.

A tolerância zero ainda não dá indícios de que está perto de acabar, com casos ainda sendo registrados fora das áreas sob forte lockdown em torno de Xangai. Na última segunda-feira (2), foram anotadas 58 infecções pelo vírus.

Dados do governo chinês registram pouco mais de 14 mil mortes pela Covid-19 desde o início da pandemia.

Do ponto de vista de expectativa para a “normalização” do cenário, pode-se esperar que os lockdowns na China não demorem muito a cessar, principalmente na capital Pequim, embora não haja indícios do fim.

No segundo semestre deste ano, ocorrerá o Congresso do Partido Comunista. O governo do país aprovou uma resolução no fim de 2021, podendo fazer com que o presidente Xi Jinping alcance seu terceiro mandato, o que até então não era possível.

Uma boa aceitação por parte de Pequim é bem-vinda, embora a ditadura do país dificilmente mude de plano em razão do descontentamento ou aprovação pública.