Setor de bens de consumo tem sido impactado por redução de gastos dos consumidores

Segundo estudo da Bain & Company, 54% das empresas entendem que o freio do consumidor tem afetado os resultados.

O mundo vem passando por um período financeiro complicado, vendo uma onda inflacionária acabar aumentando os preços de um modo geral. Segundo o novo Relatório Global de Bens de Consumo da Bain & Company, chegou a hora das empresas recuperarem o crescimento em volume. O estudo ressalta uma necessidade de reformulação de conceitos e estratégias nas organizações, já que o espaço para aumento de preços e redução de custos é pequeno.

A consultoria estratégica global entrevistou mais de 120 executivos sêniores de diversas regiões do mundo para entender as perspectivas sobre como restaurar valor e lucratividade ao setor. De forma global, o valor das vendas no varejo (RSV) subiu quase 10% de 2022 para 2023. Contudo, três quartos do total são resultado de aumento de preços. Nos Estados Unidos e na Europa, os aumentos de preços foram responsáveis por 95% do crescimento do RSV, enquanto na América Latina essa parcela representa 85% do total. Essa escalada nos preços ocorreu principalmente pelo aumento de custos e commodities para as organizações.

“De um lado, durante a alta dos preços, os consumidores acentuaram a polarização do consumo, com muitos migrando para marcas mais acessíveis ou para produtos premium em categorias específicas – outros também passaram a comprar menos ou em promoções. Em contrapartida, os preços não subiram o suficiente e, para reduzir gastos, grande parte das principais companhias do setor está recorrendo a grandes programas de corte de custos para compensar o impacto nas margens”, comenta Ricardo de Carli, sócio da Bain e líder da prática de bens de consumo para a América do Sul.

Os números do segmento confirmam essa contraposição: enquanto 54% dos executivos dizem que foram significativamente afetados pela redução dos gastos dos consumidores em 2023, suas organizações aumentaram os preços em mais de 20%, em média, desde o terceiro trimestre de 2021. Ainda assim, a margem EBIT média ficou próxima ao mínimo dos últimos 10 anos (12,2% no terceiro trimestre de 2023 na comparação com um máximo de 13% em 2020).

Desse modo, a busca pelo crescimento sustentável nesse novo panorama envolve desde o investimento em mercados emergentes, que oferecem maior espaço para crescimento de volume, até um entendimento profundo das novas demandas dos consumidores, que estão mais sofisticados e heterogêneos. O crescimento vai depender de uma reformulação completa das propostas de valor, dos portfólios e dos modelos de negócio.

Desafios do setor

Investimentos em ESG e tecnologia se destacam como desafios que, enfrentados com seriedade e diligência, têm o potencial de criar vantagens competitivas para o negócio. Em relação à tecnologia, os pioneiros terão maior facilidade para capitalizar o conhecimento em gestão de dados e Inteligência Artificial generativa. As possibilidades de ganhos com otimização de tempo, personalização no atendimento e ampliação do relacionamento com o consumidor são os exemplos mais evidentes.

A pressão crescente sobre a sustentabilidade exige que as empresas avancem em direção a metas ambientais, sociais e de governança. Metade dos consumidores globais diz agora que a sustentabilidade é uma das quatro principais considerações quando fazem compras. Apesar disso, apenas 20% dos entrevistados apontam que a proteção ao meio ambiente é uma prioridade em 2024. Por outro lado, entre as companhias, apenas cerca de 10% sentem que estão atrás de seus concorrentes em relação a produzir um impacto positivo no planeta.

A redefinição da agenda de crescimento é a principal prioridade para o setor de bens de consumo em 2024 e a melhor forma para alcançar esse objetivo é uma abordagem equilibrada para atender a consumidores, clientes, colaboradores e o planeta. Para a maioria das organizações, isso deve exigir uma transformação completa – do portfólio, das capacidades e das empresas. Embora não seja uma tarefa simples, pode ser feita. Com as pressões crescentes do mercado, a adaptação e a inovação serão essenciais para o sucesso contínuo da indústria de bens de consumo.

Fonte: “Setor de bens de consumo tem sido impactado por redução de gastos dos consumidores – Mercado&Consumo (mercadoeconsumo.com.br)

Mesmo com desafios, PMEs crescem 1,2% em junho, aponta Omie

O mês de junho não costuma ser uma data aquecida para o varejo, a não ser pelo Dia dos Namorados. Este ano, o Brasil registrou um aumento de 9% em relação a junho de 2023, conforme dados do IPV. Enquanto as PMEs, tiveram um modesto crescimento de 1,2% em comparação ao mesmo período do ano passado, de acordo com o Índice Omie. Mesmo assim, as PMEs do e-commerce se destacaram no primeiro semestre ao faturar R$ 2bilhões.

Conforme o Índice Omie de Desempenho Econômico das PMEs (IODE-PMEs) no acumulado do ano foi identificado um avanço de 4,3% frente ao primeiro semestre de 2023.

Após uma sequência de quatro trimestres desafiadores, as PMEs do setor de comércio também têm se recuperado nos últimos meses. No mês de junho, o setor registrou um crescimento de 1,9% em comparação ao mesmo período de 2023. “Este movimento tem sido impulsionado, principalmente, pelo segmento atacadista – que apresentou um aumento significativo de 6,9% na comparação anual”, explica Felipe Beraldi, economista e gerente de Indicadores e Estudos Econômicos da Omie.

As PMEs do varejo estão se esforçando ainda mais para retomar o crescimento. Em junho, o segmento registrou uma queda de 1,3% no faturamento, embora algumas áreas, como as “lojas de departamento” e o “varejo de livros”, tenham encerrado o mês com resultados positivos.

Com uma redução de 1,7% no faturamento real em comparação com 2023, o setor de serviços também encarou desafios. O cenário sugere uma possível desaceleração econômica nos próximos meses. Mesmo assim, segmentos como “atividades financeiras e de seguros”, “saúde humana”, e “serviços de informação” mostraram avanços, ajudando a mitigar a queda geral.

Além disso, as PMEs do setor de infraestrutura também enfrentaram dificuldades, com uma retração de 4,1% na movimentação financeira em relação a junho do ano passado. Apesar disso, os serviços especializados para construção continuaram a ter um desempenho positivo, mantendo a tendência de crescimento observada nos últimos meses.

O economista Felipe Beraldi destaca que, em um cenário de aumento das incertezas, como a elevação das expectativas de inflação, é esperado um enfraquecimento da atividade econômica doméstica no curto prazo. Embora os dados de junho indiquem um desaquecimento em relação aos meses anteriores, especialmente no setor de serviços, ainda é cedo para afirmar se essa tendência se manterá, considerando que o consumo continua a ser sustentado pelo aumento da renda das famílias.

Fonte: “https://www.ecommercebrasil.com.br/noticias/mesmo-com-desafios-pmes-crescem-12-em-junho-aponta-omie”

 

 

E-commerce cresce, mas varejo patina nas vendas de junho, diz ICVA

A situação do varejo nacional continua instável em outros levantamentos. Dessa vez, o Índice Cielo do Varejo Ampliado (ICVA) mostrou retração de 1,6% em junho, descontada a inflação. Apesar disso, em termos nominais, e-commerce, vendas físicas e o setor em geral cresceram 6,9%, 1,8% e 2,8%, respectivamente, em relação ao mesmo mês em 2023.

Um dos motivos pelo varejo não contar com uma queda maior em junho, segundo o ICVA, está ligado ao movimento durante o Dia dos Namorados. Neste período, segmentos como como Óticas e Joalherias, Varejo Alimentício Especializado e Recreação e Lazer se destacaram. O calendário também suavizou o resultado porque, em 2024, o feriado de Corpus Christi aconteceu em maio e não em junho, como em 2023.

“Assim como o Dia das Mães representou um alento para o varejo em maio, em junho foi a vez do Dia dos Namorados desempenhar esse papel. O resultado dos chamados segmentos presenteáveis não foi suficiente para estancar a queda do faturamento em geral, mas a data amenizou resultado que seria ainda mais negativo”, explica Carlos Alves, vice-presidente de Tecnologia e Negócios da Cielo.

Os três macrossetores – Bens Duráveis e Semiduráveis, Bens Não Duráveis e Serviços – registraram queda.No caso de Bens Duráveis e Semiduráveis (3%), o segmento que mais impactou negativamente no resultado foi Vestuário e Artigos Esportivos.

Para Bens Não Duráveis (1,3%), o desempenho de Livrarias e Papelarias foi o que mais pesou para a baixa. Por fim, Estética e Cabeleireiros foi o segmento que mais prejudicou o macrossetor de Serviços (1%).

Regiões

De acordo com o ICVA deflacionado e com ajuste de calendário, os resultados de cada região em relação a junho de 2023 foram:

  • Sul (+0,7%)
  • Sudeste (-0,2%)
  • Norte (-0,6%)
  • Centro-Oeste (-1,1%)
  • Nordeste (-1,8%)

Pelo ICVA nominal – que não considera o desconto da inflação – e com ajuste de calendário, os resultados foram:

  • Sul (5,2%)
  • Sudeste (4,4%)
  • Norte (3,6%)
  • Centro Oeste (3,2%)
  • Nordeste (3,1%)

Faturamento do varejo no semestre

Já descontada a inflação, as vendas no 1º semestre de 2024 caíram 0,7% relação ao mesmo semestre em 2023. Houve retração do varejo em quatro meses do semestre: janeiro, março, abril e junho.

Em termos nominais, o faturamento do varejo subiu 3% no semestre.

Fonte: “https://www.ecommercebrasil.com.br/noticias/e-commerce-cresce-mas-varejo-patina-nas-vendas-de-junho-diz-icva”

Varejo registra retração em junho mas fecha primeiro semestre com alta, mostra Stone

O termo ‘instabilidade’ foi marcante para o varejo durante o primeiro semestre de 2024. Com atuações boas e ruins tanto em segmentos quanto nas regiões, o setor viu crescimento tímido de 0,3% no volume de vendas dos primeiros seis meses do ano. Mesmo assim, em junho, houve baixa de 0,1%. Os dados são do Índice de Atividade Econômica Stone Varejo.

Construída em conjunto com o Instituto Propague, a pesquisa reforçou o clima de incerteza na movimentação do varejo brasileiro. Segundo Matheus Calvelli, pesquisador econômico e cientista de dados da Stone, entre altos e baixos, o resultado da primeira metade de 2024 só confirma o esperado.

“Com os dados deste mês, o cenário de incerteza pontuado no último relatório parece se resolver, mostrando que o primeiro semestre de 2024 se encerrou com uma tendência de estabilidade e leve alta quando comparado com os primeiros seis meses de 2023”, complementa.

Regiões do país

Por estado, a análise da Stone mostra equilíbrio, em junho, quanto às variações no volume de vendas do período. Segundo Calvelli, no caso do Rio Grande do Sul, que em maio sofreu com enchentes, o recorte do varejo é positivo.

“O estado apresentou, de forma generalizada, forte alta na primeira quinzena de junho em vários setores, com o restante do mês seguindo em linha com a média histórica. Após o impacto ocasionado pelas cheias, a alta pode demonstrar que o varejo do estado do RS está se reestabilizando, mas será necessário aguardar os resultados de julho para confirmar essa tendência”, explica.

Na comparação com o mesmo período em 2023, portanto, dez estados foram destaques positivos:

  • Maranhão (9,1%)
  • Rio Grande do Sul (7%)
  • Amazonas (6,1%)
  • Roraima (5,2%)
  • Pará (2,2%)
  • Sergipe (2%)
  • Acre (0,8%)
  • Mato Grosso (0,5%)
  • Mato Grosso do Sul (0,1%)
  • Pernambuco (0,1%)

Contudo, outros quatorze estados registraram quedas no comparativo anual:

  • Rondônia (13%)
  • Alagoas (9,9%)
  • Piauí (5%)
  • Santa Catarina (3,8%)
  • Ceará (3%)
  • Amapá (1,6%)
  • Paraíba (1,6%)
  • Bahia (1%)
  • Paraná (0,8%)
  • Espírito Santo (0,8%)

Os estados do Rio Grande do Norte e Minas Gerais, além do Distrito Federal, permaneceram estáveis (0%).

Desempenho por segmento

Entre os seis segmentos analisados, também houve equilíbrio nos resultados mensais, comparando anualmente. Ao todo, três registraram altas, sendo o setor de Livros, jornais, revistas e papelaria liderou os índices positivos (1,7%), seguido por Tecidos, vestuários e calçados (0,6%) e Material de construção (0,5%).

Os outros três segmentos que tiveram retrações foram Artigos farmacêuticos (1%), seguido por Móveis e eletrodomésticos (0,6%) e Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (0,5%).

Fonte: “https://www.ecommercebrasil.com.br/noticias/varejo-junho-primeiro-semestre-stone”

E-commerce brasileiro pode crescer até 10,45% em 2024

Estimativa é que o faturamento do e-commerce nacional seja de R$ 205,11 bilhões neste ano, se comparado com a previsão de vendas para 2023.

De acordo com dados da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (Abcomm), a expectativa é que a curva de crescimento do e-commerce seja mantida nos próximos quatro anos. Olhando especificamente para 2024, a previsão é de que o faturamento das vendas on-line seja de R$ 205,11 bilhões. Comparado com a previsão de vendas para 2023, a cifra representa um aumento de 10,45%.

O ticket médio por comprador, por sua vez, deve girar em torno de R$ 490,00 ao passo que o número de pedidos pode totalizar 418,6 milhões. Toda essa demanda deve ocorrer por conta de um aumento na quantidade de clientes realizando compras digitais, chegando à marca de 91 milhões de consumidores.

Segundo a consultora de e-commerce da Maya Comércio e porta-voz da Le Casa Home & Decor, Rejane Pinheiro, a pandemia produziu um cenário que obrigou as pessoas, ainda que resistissem a realizar compras on-line, a testar de fato a confiabilidade dos sites. Ela ressalta ainda que, diante disso, “houve o aumento da aceitação e, principalmente, da familiaridade do brasileiro em utilizar este tipo de negócio, resultando na alta demanda dos serviços de e-commerce – como deliverys de comida, transporte por aplicativo, marketplaces de utilidade doméstica, entre outros”.

“Há décadas o e-commerce é um dos setores brasileiros que mais cresce. Portanto, já era de se esperar que o consumidor que veio para o varejo on-line permanecesse e comprasse outra vez. Este comportamento se manteve, embora o boom de compras que alguns setores vivenciaram não tenha sido mantido pela natural desaceleração do ritmo de vendas no período pós-pandemia,” explica Pinheiro.

E a tendência é que o setor cresça ainda mais nos próximos anos. De acordo com a pesquisa E-commerce Trends 2024, realizada pela Octadesk em parceria com o Opinion Box, 54% dos consumidores entrevistados pretendem aumentar a frequência de compras pela internet nos próximos 12 meses. Seis entre dez (62%) dos respondentes dizem fazer de duas a cinco compras on-line por mês, enquanto 85% dos brasileiros fazem pelo menos uma compra por mês na internet.

“Hoje posso afirmar que o cenário permanece convidativo, já que os novos compradores virtuais devem chegar a mais de 107 milhões até 2028. Para aproveitá-los, é preciso oferecer um diferencial competitivo diante da concorrência. Um desafio que pode ser ainda maior para pequenos e médios negócios”, avalia a consultora.

O levantamento mostra ainda que 57% dos participantes citam a praticidade de comprar sem sair de casa como seu ponto favorito do e-commerce e 56% comentam sobre as promoções que só existem on-line. Para 58% dos respondentes, o consumo digital ajuda a conseguir preços mais baixos em comparação às lojas físicas. “Considerando que já estamos no fim do primeiro semestre, consigo dizer que 2024 já superou o volume de venda em relação ao mesmo período no ano passado”, destaca.

Na hora de comprar, os brasileiros também têm suas preferências: 63% dos entrevistados preferem fazer compras em lojas virtuais, enquanto 60% são adeptos a consumir em marketplaces e 49% preferem aplicativos da própria marca. “Vencer os desafios do e-commerce e ter rentabilidade são metas de todos, mas, para o pequeno e médio empreendedor, esses desafios se intensificam. Logo, é imprescindível planejar o que de fato será vital para garantir o seu sucesso”, conclui Pinheiro.

Fonte: “https://www.folhavitoria.com.br/geral/noticia/07/2024/e-commerce-brasileiro-pode-crescer-ate-10-45-em-2024”

Varejo tem alta prevista até setembro, mas com instabilidade entre segmentos, afirma Ibevar

Dados do indicador mensal de volume de vendas Ibevar, da FIA Business School, mostra um cenário positivo, apesar de turbulento, para o varejo nacional entre julho e setembro. De acordo com o levantamento, o setor crescerá 1,11% no índice ampliado (que inclui Veículos e Material de Construção) e sofrerá retração no restrito (que se exclui Veículos e Material de Construção) de 0,21%.

A avaliação, segundo Claudio Felisoni de Angelo, presidente do Ibevar e professor da FIA Business School, é de um panorama misto. Enquanto há expectativa de crescimento geral, a visão mais minuciosa e específica entre os segmentos mostra muita variação, o que favorece a instabilidade esperada para este recorte temporal.

“O panorama heterogêneo neste período pode ser associado às incertezas políticas causadas pela ‘quedas de braço’ entre Governo Federal e Banco Central (BC). A situação da taxa de juros e o controle da inflação são fatores que criam um ambiente de incertezas, afetando diretamente o comportamento dos consumidores”, comenta.

Segmentos

Em quesitos mais específicos, 11 segmentos relacionados ao varejo nacional foram observados pelo Ibevar. Para o período indicado, o levantamento fala em diminuição em três, enquanto quatro teriam estabilidade e quatro experimentariam melhora nas vendas. Veja:

Alta

  • Tecidos – 3,28%
  • Produtos de Uso Pessoal – 1,8%
  • Veículos – 1,55%
  • Produtos Farmacêuticos – 1,1%

Estabilidade

  • Produtos Alimentares
  • Supermercados
  • Combustíveis
  • Material de Escritório

Queda

  • Livros – 10,2%
  • Móveis e Eletroeletrônicos – 1,2%
  • Material de Construção – 0,5%

Fonte: “https://www.ecommercebrasil.com.br/noticias/varejo-alta-com-instabilidade-ibevar”

Estudo do Santander aponta crescimento no varejo brasileiro ampliado em junho

As prévias de junho do Índice de Gestão Econômica do Comércio Varejista Brasileiro (IGet), realizado pelo Santander em parceria com a Getnet, revelam um cenário misto para a economia brasileira. Enquanto o setor de serviços às famílias e o varejo ampliado apresentaram crescimento significativo, o varejo restrito, que exclui vendas de materiais de construção e partes automotivas, teve um ligeiro recuo.

Esse comportamento reflete a esperada desaceleração econômica no segundo trimestre de 2024. O destaque fica por conta do Rio Grande do Sul, onde os índices mostram sinais de recuperação na primeira quinzena de junho após as enchentes causarem uma forte redução nos resultados de maio.

Crescimento no setor de serviços

De acordo com os dados preliminares, o IGet Serviços registrou um aumento de 3,9% em relação ao mês anterior — superou a alta de 2,8% observada em maio, por exemplo. Essa aceleração ocorre após um início de ano marcado por comportamento instável entre janeiro e abril. No comparativo com junho de 2023, o crescimento do índice foi de 0,3%, uma desaceleração em relação ao aumento de 3,2% do mês anterior.

Os serviços de alojamento e alimentação indicaram alta de 3,1% em comparação com maio, sendo a segunda expansão forte consecutiva (+2,8% no mês anterior). O segmento de outros serviços apontou alta de 0,9%, recuperando-se parcialmente da queda de 1,3% em maio.

Segundo o relatório, os primeiros meses de 2024 foram marcados por flutuações nos serviços prestados às famílias. Em janeiro, houve uma forte queda, seguida por estabilidade até abril. No entanto, a prévia de junho sinaliza uma nova aceleração no segmento durante o segundo trimestre de 2024, com dois meses consecutivos de resultados sólidos.

Para Gabriel Couto, economista do Santander responsável pelo cálculo do IGet, os dados corroboram o cenário de desaceleração da atividade no segundo trimestre, embora os serviços tenham se mantido em trajetória positiva.

Desempenho no Rio Grande do Sul

No Rio Grande do Sul, o desempenho do IGet foi analisado para acompanhar o impacto econômico das enchentes. Na primeira quinzena de junho, o varejo no estado mostrou sinais de recuperação em relação às quedas de maio.

Por outro lado, o setor de serviços sofreu uma contração de 8,3% em comparação com junho de 2023, nível semelhante ao de abril, antes das enchentes. Já o varejo ampliado cresceu 14,3% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Atividades varejistas

A análise do varejo apresentou sinais mistos. No índice restrito, somente os setores de móveis e eletrodomésticos tiveram alta ante maio, de 4,6% e 1,2%, respectivamente. As vendas de supermercados ficaram estáveis, enquanto os setores de combustíveis, vestuário e outros registraram retração.

No índice ampliado, os segmentos de automóveis, partes e peças tiveram um aumento expressivo de 9,8% em relação a maio — o setor de materiais de construção cresceu 2,7% no mesmo período.

Fonte: “https://www.ecommercebrasil.com.br/noticias/estudo-do-santander-aponta-crescimento-no-varejo-brasileiro-ampliado-em-junho”

PMEs brasileiras do varejo online faturam R$ 2 bilhões no primeiro semestre de 2024

O levantamento é da plataforma de e-commerce Nuvemshop.

Nos primeiros seis meses do ano, as pequenas e médias empresas (PMEs) do varejo online brasileiro movimentaram R$ 2 bilhões, de acordo com levantamento realizado pela plataforma de e-commerce Nuvemshop. Esse montante é 33% superior ao total registrado em 2023 (R$ 1,5 bilhão).

Entre os meses de janeiro e junho de 2024, foram vendidos 31,8 milhões de produtos, volume que representa um crescimento de quase 26% em comparação com o ano passado. Os segmentos que apresentaram maior faturamento foram:

  • Moda (R$ 680,3 milhões)
  • Saúde & Beleza (R$ 187,3 milhões)
  • Acessórios (R$ 133 milhões)

“Apesar de as vendas online já fazerem parte do comportamento do consumidor no Brasil, é visível o potencial desse mercado frente a outros negócios para empreendedores de todos os segmentos. O e-commerce é e continuará sendo uma das melhores oportunidades para pequenos e médios varejistas que desejam iniciar ou mesmo expandir suas vendas”, comenta Daniela Spinardi, diretora de Pequenas e Médias Empresas na Nuvemshop.

Em relação aos meios de pagamento preferidos pelos consumidores, o cartão de crédito segue sendo a opção mais utilizada, representando 45% de todos os pedidos pagos no e-commerce. No ano passado, o Pix representava 35% do montante, e em 2024 esse total atingiu 44,5% das preferências, sendo o segundo meio de pagamento mais escolhido para as compras online. O ticket médio nacional foi de R$ 244,20.

Entre os estados onde as PMEs online mais faturaram no primeiro semestre, São Paulo lidera com R$ 976,5 milhões, seguido por Minas Gerais com R$ 193,6 milhões, Santa Catarina com R$ 149,4 milhões, Rio de Janeiro com R$ 149,3 milhões, e Paraná com R$ 106 milhões completam o top 5.

Fonte: “PMEs brasileiras do varejo online faturam R$ 2 bilhões no primeiro semestre de 2024 – Mercado&Consumo (mercadoeconsumo.com.br)

Onda de recuperação judicial no varejo impacta a economia e o emprego

Americanas, Polishop e SouthRock estão entre as empresas que realizaram demissões em massa.

Mesmo com a melhora nos índices de emprego, salários e na confiança do consumidor, o cenário pós-pandemia ainda impacta negativamente varejista de diferentes segmentos. Com dívidas crescentes, empresas têm recorrido à recuperação judicial para se reestruturar financeiramente.

Dados do Indicador de Falências e Recuperação Judicial da Serasa Experian apontam que em janeiro deste ano foram comercializados 149 pedido de recuperação judicial no país. Crises em empresas de grande porte afetam a economia de diversas formas, como demissões em massa, o que gera aumento no desemprego.

Érico Olivieri, advogado e especialista em processos do trabalho, avalia que crises como esta contribuem para o aumento de trabalhadores disponíveis, proporcionando às empresas maior poder de negociação de cargos e salários. “Tal situação é prejudicial como um todo, pois salários e benefícios tendem a ficar menores, e a insegurança na manutenção dos empregos pode levar a uma maior carga de ansiedade entre os trabalhadores, prejudicando seu bem-estar no desempenho das funções”, explica.

Há pouco mais de um ano, após a descoberta de uma fraude fiscal e um rombo estimado em R$20 bilhões, a Americanas ainda tenta se recuperar após a aprovação de seu plano de recuperação judicial, que incluiu um aporte de R$ 12 bilhões por parte dos acionistas de referência da empresa. No mesmo ano, varejista iniciou um processo de desligamento em massa de funcionários, alegando reestruturação. Foram demitidos 1.400 trabalhadores em julho, 1.131 entre agosto e setembro, e no final do ano, entre novembro e dezembro de 2023, a empresa desligou 5.526 colaboradores.

Com R$ 53,5 milhões em dívidas e dificuldades na obtenção de crédito com bancos, a M.Officer teve o pedido de recuperação judicial aceito pela Justiça de São Paulo em dezembro de 2023. Em maio deste ano, foi a vez da varejista Polishop, com uma dívida de R$ 352 milhões. A empresa teve seu crescimento e suas finanças comprometidos pela pandemia de covid-19, que resultou em uma queda de 70% no seu faturamento, levando ao fechamento de diversas lojas da rede e consequentemente à demissão de quase 2 mil funcionários.

Entre os desafios enfrentados pelos trabalhadores prejudicados pelas demissões em massa, Érico Olivieri aponta a recolocação no mercado de trabalho. “Caso o trabalhador não possua habilidades e formação para atuar em outros setores, isso pode prolongar o período de desemprego.”

Recentemente, a União Geral dos Trabalhadores (UGT) anunciou que entrará com um pedido no Ministério Público do Trabalho (MPT) para que a Zamp, administradora do Burger King e Popeyes no Brasil, e que recentemente comprou as operações do Starbucks no País, seja solidária no pagamento dos direitos trabalhistas dos empregados demitidos da rede de cafeterias.

A aquisição do controle do Starbucks pela Zamp ocorreu no dia 6 de junho, após a antiga operadora, SouthRock, abrir um pedido de recuperação judicial no fim de 2023, deixando centenas de trabalhadores sem receber suas verbas rescisórias.

Olivieri explica que, em casos de crises como esta, os trabalhadores podem contar com o auxílio do sindicato de sua categoria, que possui mecanismos legais para a defesa dos empregos e trabalhadores, podendo até resultar no impedimento da demissão, caso fique configurado que é abusiva.

“A Justiça do Trabalho também pode ser acionada tanto de forma coletiva quanto de forma individual, para que os trabalhadores possam garantir seus direitos. Para acessar o Judiciário no caso de demissões em massa, os trabalhadores podem procurar o Ministério Público do Trabalho, a Procuradoria Regional do Trabalho e ainda se valer da contratação de advogados”, destaca Olivieri.

Impacto na economia e no consumo

Um dos casos mais recente é o da rede de supermercados espanhola Dia, que, no começo de junho, realizou a entrega de toda a operação da marca no Brasil pelo valor simbólico de 100 euros, o equivalente a R$ 568,19.

A empresa iniciou o processo de recuperação judicial no Brasil em março deste ano e anunciou que iria iniciar um processo de liquidação de todos os produtos disponíveis nas 343 lojas que foram fechadas no País. Após um acordo com a MAM Asset Management, do Banco Master, em maio, a rede vendeu a sua operação em território nacional e se comprometeu a realizar um aporte de 39 milhões de euros no desinvestimento total por parte do grupo no País.

Para Eduardo Yamashista, COO da Gouvêa Ecosystem, a rede Dia, o modelo operacional da rede espanhola, com ancoragem em marcas próprias como parte da sua proposta de valor, requer escala e tem margens “muito apertadas na última linha”, é um segmento muito complexo de ser gerenciado e que dá muito pouco espaço para erro.

“As empresas, independentemente do segmento de atuação, precisam estar em constante transformação e ajuste dos seus canais e, principalmente, modelos de negócio”, afirma.

O executivo destaca ainda que, com o orçamento familiar comprometido pelo endividamento e o aumento de preço dos últimos anos, o nível de confiança do brasileiro não está tão elevado, o que compromete o consumo e, consequentemente, o resultado do varejo.

“Este é o grande cenário que temos do consumo e varejo. O ponto que temos visto é que várias empresas estão reestruturando operações, fechando operações deficitárias, fechando lojas, exatamente para passar por este momento em que é necessário ter um foco ainda maior na geração de caixa e na busca por aquelas operações mais rentáveis”, afirma Yamashita.

Má gestão

Especialista em recuperação de empresas e CEO da Excellance, Max Mustrangi aponta a má gestão da contabilidade como um dos fatores que levam à crise financeira.

“Com essa mania de reduzir custos, não tem uma empresa em que a gente trabalha que não terceirize a contabilidade. É uma área importante e, ao terceirizar, você acaba classificando e alocando os dados financeiros, os custos e as despesas de maneira errônea, o que gera relatórios gerenciais com dados incorretos, classificações equivocadas e leituras erradas. Assim, o gestor pode tomar uma decisão que seria correta, mas que está baseada em dados errados, causando um grande erro de gestão”, diz.

Uma crise em uma empresa de grande porte pode afetar toda uma cadeia de fornecedores, desde grandes até os de pequeno porte. O executivo explica que os fornecedores de médio e pequeno porte são “altamente afetados porque têm situações financeiras frágeis” e, dependendo do tamanho do impacto da participação que essa grande empresa tem, “pode levar esses fornecedores à falência”.

Mustrangi também aponta o impacto em outros setores da economia, como o sistema financeiro. “Sempre que uma grande empresa enfrenta uma crise, há provavelmente um problema de pagamento dos financiamentos junto a esse sistema ou antecipações de recebíveis, o que abala o humor e a confiança do sistema financeiro e reduz significativamente a oferta de crédito. Isso torna muito mais difícil conseguir crédito, com condições piores e custos elevados. Poucos conseguem acesso, causando uma asfixia no mercado como um todo.”

Os consumidores também são afetados, já que os preços dos produtos acabam subindo, podendo haver uma menor variedade nas prateleiras, além de afetar a qualidade. “Com menos competição, dependendo do tipo de produto, a empresa pode reduzir a qualidade porque o cliente acaba sendo obrigado a comprar o produto dela por falta de alternativa, permitindo que ela aumente sua margem”, conclui.

Fonte: “Onda de recuperação judicial no varejo impacta a economia e o emprego – Mercado&Consumo (mercadoeconsumo.com.br)

Imposto sobre compras estrangeiras até US$ 50 pode entrar em vigor em julho

A chamada “taxa das blusinhas”, como ficou conhecida a volta do Imposto de Importação sobre compras estrangeiras até US$ 50, pode entrar em vigor já no mês de julho se a Câmara dos Deputados aprovar a proposta na semana que vem e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sancionar a lei. Nesta sexta (7), o limite chega a R$ 263 segundo a cotação do dia.

Isso porque, de acordo com os especialistas da Warren Investimentos, a Constituição livra o tributo da chamada “noventena”, que é o período de anterioridade para um imposto entrar em vigor após a promulgação da lei.

A taxação das compras online estrangeiras de até US$ 50 foi aprovada nesta semana pelo Senado após passar pela Câmara dos Deputados, em uma negociação apertada entre o presidente Lula e Arthur Lira (PP-AL).

Ficou definida uma alíquota de 20% sobre cada compra, além dos 17% de ICMS dos estados, cobrados cumulativamente. Com o novo imposto, especialistas calculam que o governo deve arrecadar R$ 1,3 bilhão ainda em 2024 e chegando a R$ 2,7 bilhões ao ano.

A medida, no entanto, não foi bem recebida pelas varejistas estrangeiras. A Shein, que chegou a negociar com o ministro Fernando Haddad, da Fazenda, nacionalizar parte da produção e apoiou o Remessa Conforme, classificou a taxação como “retrocesso”.

“Com o fim da isenção, a carga tributária que recairá sob o consumidor final, passará a ser de 44,5%, o que com a isenção se mantinha em torno de 20,82% devido à cobrança do ICMS, no valor de 17%. Ou seja, um vestido que o consumidor da SHEIN comprava no site por R$ 81,99 (com ICMS de 17% incluso), agora custará mais de 98 reais com a nova carga tributária, formada pelo imposto de importação de 20% mais o ICMS de 17%”, disse a Shein em nota à Gazeta do Povo.

Fonte: “https://www.gazetadopovo.com.br/economia/taxa-blusinhas-saiba-quando-comeca-imposto-us-50/#:~:text=Imposto%20sobre%20compras%20estrangeiras%20at%C3%A9,entrar%20em%20vigor%20em%20julho”