Os Poderosos do Varejo Global 2022

O Brasil tem quatro empresas entre as 250 maiores varejistas do mundo, aponta pesquisa da Deloitte.

Um ano de resiliência e sustentabilidade crescente. No ano passado, os varejistas enfrentaram fortes ventos contrários econômicos contra o pano de fundo de um vírus imprevisível e suas variantes ressurgindo. E, no entanto, os varejistas permaneceram resilientes e conseguiram crescer nesses tempos sem precedentes e foram capazes de responder às expectativas dos consumidores.

O relatório Global Powers of Retailing 2022 da Deloitte analisa o cenário econômico global e seu impacto no setor de varejo. O relatório identifica os 250 maiores varejistas do mundo com base em dados disponíveis publicamente para o ano fiscal de 2020 (exercícios financeiros que terminam nos 12 meses de 1º de julho de 2020 a 30 de junho de 2021) e analisa seu desempenho em todas as regiões e setores de produtos. Ele também fornece uma perspectiva econômica global, analisa os varejistas de crescimento mais rápido e destaca os novos participantes do Top 250. O relatório deste ano também oferece uma avaliação dos crescentes esforços de sustentabilidade dos varejistas.

Varejo cresce apesar dos desafios

Apesar dos muitos desafios que os varejistas enfrentaram em 2021, os 250 principais conseguiram superar o ano anterior em todas as principais métricas de crescimento. Na verdade, os 10 principais varejistas tiveram um crescimento de dois dígitos e até receberam um participante da China pela primeira vez. E, apesar da instabilidade econômica e da incerteza, os varejistas conseguiram intensificar seus esforços para melhor atender à demanda do mercado por práticas e produtos mais sustentáveis.

Um fator determinante para os varejistas continuou sendo o comércio eletrônico, com os consumidores ainda optando por comprar em casa devido à pandemia. A importância dos recursos on-line foi um fator que contribuiu para o primeiro 10 varejista chinês deste ano, que também foi listado como um dos 10 principais varejistas de crescimento mais rápido do ano. Outros fatores-chave no crescimento do varejista foram a rápida expansão orgânica das lojas e o aumento da atividade de M&A.

Sucesso em todos os setores

Não surpreendentemente, o setor de bens de consumo em rápida evolução representou a maior parte dos 250 principais varejistas, já que as mercearias continuaram se beneficiando das lojas que permaneceram abertas durante os bloqueios. Alguns dos varejistas de maior sucesso no ano passado foram mercearias que também tinham uma grande presença digital.

Também experimentando forte crescimento, bens de linha dura e lazer foi o setor mais lucrativo no ano fiscal de 2020 e registrou a maior taxa de crescimento de receita de varejo ano a ano. Com menos viagens e mais tempo em casa, os consumidores procuraram esses produtos para refrescar os espaços pessoais e proporcionar entretenimento dentro e fora de casa.

O grupo de produtos diversificados registrou a segunda maior taxa de crescimento ano-a-ano da receita do varejo, depois de hardlines e bens de lazer, com o comércio eletrônico sendo um impulsionador significativo entre os maiores varejistas deste setor. E embora os varejistas de vestuário e acessórios tenham sido atingidos no ano fiscal de 2020, há sinais de recuperação desse setor.

Sustentabilidade em alta

Com 55% dos consumidores afirmando que compraram um produto ou serviço sustentável nas últimas 4 semanas, o relatório deste ano também analisa como os varejistas globais estão lidando com o crescimento sustentável e responsável. Quase todos os varejistas no Top 250 delinearam seus compromissos ambientais, sociais e de governança (ESG) e estão publicando métricas relacionadas a ESG. As credenciais de sustentabilidade de seus produtos, bem como sua marca geral, são uma parte essencial da estratégia de negócios do varejista visando os clientes Millennial e Geração Z.

Leia a seção sobre sustentabilidade no relatório Global Powers of Retailing 2022 para explorar ainda mais as respostas CxO do setor e os esforços do varejista em torno da sustentabilidade.

Leitura obrigatória do varejo

relatório Global Powers of Retailing 2022 fornece um instantâneo crítico de onde o varejo esteve e para onde está indo. E com a pandemia global continuando a atrapalhar as economias, antecipar as necessidades dos clientes nunca foi tão crítico.

Aqueles varejistas que conseguem levar aos consumidores o que eles querem, onde eles querem e quando eles querem, serão os que continuarão a ganhar.

– Evan Sheehan, líder global de varejo da Deloitte

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Para saber mais sobre o GPR de 2022 e o estado do varejo, entre em contato com Evan Sheehan, líder global de varejo da Deloitte, ou visite nossa página de práticas do setor de varejo, atacado e distribuição .

Edições anteriores

PMEs registram 20% de alta no e-commerce; Pix já representa 14,5% dos pedidos pagos online

Mesmo com o retorno gradual das atividades comerciais em lojas físicas, as vendas online continuam quentes no início de 2022. É o que mostra o levantamento inédito da Nuvemshop, que aponta um crescimento de 20% no faturamento das PMEs em janeiro deste ano ante o mesmo mês do ano anterior. Apenas no primeiro mês de 2022, os pequenos e médios negócios já faturaram R$ 177,7 milhões. Moda é o segmento que liderou as vendas, movimentando R$ 63,7 milhões, seguido por Acessórios (R$ 16,2 milhões) e Saúde & Beleza (R$ 11,5 milhões).

Segundo o levantamento, o número de pedidos online foi de 762 mil, o que representa um aumento de 13,6% em relação a janeiro de 2021 (670,7 mil pedidos). Já o total de produtos vendidos chegou a 3,4 milhões, volume cerca de 13% maior que no primeiro mês do ano anterior. “A cada ano que se inicia, observamos que o e-commerce tem ganhado mais força. O crescimento de pessoas procurando meios de iniciar as vendas online ou até mesmo potencializar a presença digital da marca é notório. Muitas empresas já estão investindo fortemente no e-commerce há alguns anos e a tendência é termos um 2022 com números excelentes para o comércio online, especialmente quando falamos em PMEs”, afirma Luiz Natal, gerente de E-commerce e Desenvolvimento de Plataforma da Nuvemshop.

Um dos dados de destaque em janeiro de 2022 é a popularidade do Pix dentre as formas de pagamento em lojas online de PMEs. A ferramenta, que possuía baixa adesão no começo do ano passado (apenas 0,1% dos pedidos), já representa 14,5% dos pedidos pagos neste começo de ano, ultrapassando o boleto (5%). O Pix ficou atrás apenas das opções de pagamentos customizados (17,2%), que são aqueles negociados diretamente entre o empreendedor e o cliente (como depósito bancário, dinheiro e outras opções) e do cartão de crédito (54,8%). Este último continua líder dos pagamentos online, embora tenha apresentado uma queda de quase 4% em relação ao mesmo período em 2021, reflexo da popularidade do Pix.

Os estados de São Paulo (R$ 88,7 milhões) e Minas Gerais (R$ 18,3 milhões) lideram o faturamento nacional, seguindo a tendência observada no ano anterior. Já o Rio de Janeiro, ocupa o terceiro lugar com R$12,7 milhões e chama atenção pela ascensão nos últimos meses. Em relação ao mesmo período em 2021, o Rio aumentou o faturamento em 44%, o maior percentual de crescimento entre os principais estados da estatística.

O levantamento também apresenta outros dados relevantes, como:

  • Os tipos de produtos mais vendidos no primeiro mês do ano foram: máscaras utilizadas para proteção contra Covid-19 (19,4%), óculos (17%), materiais para produção de chocolate para a Páscoa (7,8%) e maquiagem (3,4%);
  • O ticket médio cresceu 6,2% em relação ao início de 2021;
  • A utilização do celular para realizar compras é um hábito potencializado nos últimos anos. Em janeiro deste ano, o “mobile” representou 75,4% dos pedidos em e-commerces de PMEs, enquanto no mesmo mês de 2020 eram 67%;
  • PMEs estão diversificando a logística para garantir competitividade no e-commerce e aderindo a aplicativos de envio para atender às expectativas de frete e prazos de envio dos consumidores. Como reflexo, houve uma queda de pedidos enviados pelos Correios: em janeiro de 2020, quase metade dos pedidos foram enviados por esse meio de logística, enquanto em janeiro de 2022 os Correios representaram apenas 28,8%.

Alibaba anuncia queda de 74% no lucro líquido no terceiro trimestre

A gigante chinesa do comércio eletrônico Alibaba anunciou nesta quinta-feira (24) a queda de 74% de seu lucro líquido interanual no terceiro trimestre de 2021.

O grupo, com sede em Hangzhou, atribuiu esses resultados a um “ambiente de mercado complexo e volátil”.

A empresa enfrenta várias dificuldades, desde a desaceleração do crescimento das vendas até a intensificação da concorrência e o endurecimento regulatório imposto pelo governo.

As autoridades estão agora especialmente intransigentes contra certas práticas no setor de tecnologia que antes eram toleradas, como a coleta abusiva de dados pessoais de usuários.

Nesse contexto, o grupo fundado por Jack Ma divulgou nesta quinta-feira um lucro líquido em queda no terceiro trimestre de seu ano fiscal.

No período entre outubro e dezembro, o faturamento foi de 20,43 bilhões de yuanes (2,89 bilhões de euros, 3,22 bilhões de dólares), ante 79,4 bilhões de yuanes no ano anterior, o que representa um declínio de 74%.

Em termos anuais, seu volume de negócios aumentou apenas 10%, para 242,6 bilhões de yuanes (34,3 bilhões de euros, 38,3 bilhões de dólares).

Este é o ritmo de aumento mais lento desde que a empresa estreou na bolsa em 2014, segundo a Bloomberg.

As ações do Alibaba em Hong Kong e Nova York perderam metade de seu valor nos últimos 12 meses.

Vendas do varejo crescem 2,5% em janeiro, aponta índice setorial

As vendas no varejo em janeiro de 2022 cresceram 2,5%, descontada a inflação, em comparação com igual mês de 2021. Em termos nominais, que espelham a receita de vendas observadas pelo varejista, o Índice Cielo do Varejo Ampliado (ICVA) registrou alta de 14,4%.

“Como a base de comparação é o início de 2021, momento no qual ainda enfrentávamos uma pior fase da pandemia, o abrandamento de medidas de isolamento continua a favorecer o desempenho de alguns setores na comparação com janeiro de 2021. Efeitos de calendário também colaboraram para a alta. Em janeiro de 2022, por conta da composição dos dias do feriado de ano novo, houve um dia útil a mais”, explica a empresa.

Descontando esse efeito, o crescimento nominal seria de 13,9% e, descontando efeitos inflacionários, de 2,1%.

“O comércio varejista se mantém em recuperação. É o terceiro mês seguido de alta nas vendas. Isso está relacionado com a volta gradativa à rotina, que foi bastante afetada pelo agravamento da covid-19 no fim de 2020 e nos primeiros meses do ano passado, mas também ao bom comportamento de alguns setores do varejo. Neste mês, por exemplo, podemos destacar positivamente o setor o setor de Drogarias e Farmácias”, afirma em nota Pedro Lippi, Head de Inteligência da Cielo.

Setores

Descontada a inflação e com o ajuste de calendário, o macrossetor de Bens Não Duráveis acelerou em relação a dezembro de 2021, com destaque para os segmentos de Drogarias e Farmácias.

Os macrossetores de Bens Duráveis e Semiduráveis registraram desaceleração na passagem mensal. Em Bens Duráveis e Semiduráveis, um dos segmentos que mais contribuíram para a desaceleração foi Móveis, Eletro e Depto. enquanto, em Serviços, foi o segmento de Turismo e Transporte.

Regiões

De acordo com o ICVA deflacionado e com ajuste de calendário, todas as regiões apresentaram crescimento em relação a janeiro do ano passado. A região Norte registrou alta de 9,7%, seguida da região Sul (+6,5%), Nordeste (+1,7%), Centro-Oeste (+1,4%) e Sudeste (+1,0%).

Segundo o ICVA nominal com ajuste de calendário na comparação com janeiro de 2021, as vendas na região Norte cresceram 19,2%, seguida da região Sul (+17,3%), Nordeste (+14,8%), Centro-Oeste (+13,1%) e Sudeste (+12,3%).

O Índice Cielo do Varejo Ampliado (ICVA) acompanha mensalmente a evolução do varejo brasileiro, de acordo com as vendas realizadas em 18 setores mapeados pela Cielo, desde pequenos lojistas a grandes varejistas. Eles respondem por 1,3 milhão de varejistas credenciados à companhia. O peso de cada setor no resultado geral do indicador é definido pelo seu desempenho no mês.

E-commerce registra alta de 20,56% nas vendas em janeiro de 2022

O setor de vendas do mercado online brasileiro, que inclui todas as vendas de bens de consumo e entretenimento, cresceu 20,56% em janeiro de 2022, na comparação com o mesmo período do ano passado.

Os dados são do indicador MCC-ENET, uma parceria entre a Companhia Compre & Confie e a Câmara Brasileira da Economia Digital.

Já na comparação entre janeiro de 2022 com o mês de dezembro de 2021, as vendas realizadas por e-commerce tiveram uma leve alta de 0,63%. No acumulado dos últimos 12 meses, a expansão foi de 16,14%.

“No primeiro mês de 2022, observamos a mesma tendência de crescimento sustentável das vendas online no Brasil, já observada nos últimos anos. O faturamento do segmento nos últimos 12 meses, comparado ao período anterior, alcançou mais de 25% de crescimento. São sinais fortes da força do canal online nos hábitos de consumo do brasileiro. Esperamos crescimento de dois dígitos no volume de vendas para 2022 em relação ao ano passado”, afirma Gastão Mattos, responsável pela Divisão de Varejo Online da Câmara Brasileira da Economia Digital.

As categorias mais vendidas, segundo o levantamento, foram equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (43,1%); móveis e eletrodomésticos (28,2%); e tecidos, vestuário e calçados (10,3%).

Na sequência, artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (7%); outros artigos de usos pessoal e doméstico (5,5%); hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (3,9%); e, por último, livros, jornais, revistas e papelaria (2%).

Na avaliação regional, usando o período comparativo de janeiro de 2022, ante o mesmo mês do ano passado, a composição ficou da seguinte forma: Norte (33,49%); Centro-Oeste (28,87%); Nordeste (27,35%); Sul (23,19%); e Sudeste (17,22%).

Já no acumulado dos últimos 12 meses, a região Nordeste é que apresentou o melhor desempenho (27,98%); seguido do Centro-Oeste (25,70%); Norte (24,68%); Sul (22,78%); e Sudeste (11,10%).

O faturamento do segmento, por sua vez, cresceu em 8,09% em janeiro de 2022, em relação a dezembro de 2021. O acumulado dos últimos 12 meses teve variação positiva de 25,31%.

A pesquisa do MCC-ENET mostra ainda que, no trimestre de outubro a dezembro de 2021, 18,5% dos internautas brasileiros realizaram ao menos uma compra online.

Um dado que chama a atenção é o crescimento do pagamento das compras online via PIX em 2021. Enquanto em janeiro 1% das compras online eram pagas com PIX, em dezembro esse índice já era de 4%.

Na média, em 2021, o PIX representou 2,3% de todos os métodos de pagamento pela internet, segundo levantamento da Neotrust, empresa responsável pelo monitoramento de 85% do e-commerce brasileiro.

As categorias em que os brasileiros mais compraram com PIX em 2021 foram: moda e acessórios, alimentos e bebidas, beleza e perfumaria, utilidades domésticas e eletroportáteis.

Já as categorias de maior faturamento foram: telefonia, informática, eletrodomésticos, móveis e eletrônicos.

O pagamento no e-commerce com wallet – as conhecidas carteiras digitais – também subiu em 2021, atingindo 6,03%.

Em 2020, o índice de pagamento com wallet chegou a 5,91%, sendo que em 2019 esse número era de apenas 0,26%.

PMEs crescem 7,7% em um ano, mas agravamento da pandemia limita resultados

Os efeitos da covid-19 na economia continuam afetando as pequenas e médias empresas (PMEs) em 2022, mas em menor escala do que em 2021. Pelo menos, é o que mostra o Índice Omie de Desempenho Econômico das PMEs (IODE-PMEs). Segundo o estudo, ainda que o início do ano não tenha sido tão bom quanto o final de 2021, até mesmo pela sazonalidade da época, janeiro registrou um crescimento na média da movimentação financeira real das PMEs de 7,7% na comparação com um ano atrás.

Já a comparação direta com dezembro do ano anterior aponta uma retração de 16,4% no último mês, a qual está associada, em grande parte, à perda sazonal de fôlego da economia nos primeiros meses de cada ano.

Comércio apresenta melhores resultados em 2022 para PMEs

O IODE-PMEs funciona como um termômetro econômico das empresas com faturamento de até R$ 50 milhões anuais, consistindo no monitoramento de 622 atividades econômicas que compõem cinco grandes setores: Agropecuário, Comércio, Indústria, Infraestrutura e Serviços.

IODE-PMEs
(Número índice – base: média 2019=100) / Fonte: IODE-PMEs (Omie)

Ao analisar as aberturas setoriais do IODE-PMEs em janeiro, é possível observar que o crescimento do índice frente ao mesmo período do ano anterior foi puxado, sobretudo, pelo crescimento dos setores de Comércio. O aumento foi de 18,7% ante janeiro de 2021. Logo em seguida vem o setor  de Infraestrutura, com alta de 17,9%.

O indicador também mostra crescimento da movimentação financeira nos setores de Serviços (+4,7%) e Indústria (+8,8%) na mesma base de comparação. A única exceção no mês foi a retração verificada no segmento Agropecuário (-2,0%).

Influência da pandemia

É importante pontuar que janeiro de 2021 foi um período difícil para as empresas brasileiras – o IODE-PMEs mostrou retração de 10,1% em janeiro de 2021 na comparação anual -, diante da configuração da segunda grande onda de covid-19 no país, com o espalhamento da variante Gama. Esta variante foi descoberta em Manaus no quarto trimestre de 2020, gerando um aumento da pressão no sistema de saúde em vários estados a partir do início de 2021, o que resultou na reimplementação de medidas restritivas à circulação de pessoas no país.

“Apesar da recente disparada dos casos de covid-19 no Brasil desde os primeiros dias de 2022, a situação atual é bastante diferente. Proporcionalmente aos casos da doença, observa-se que a pressão no sistema de saúde é relativamente menor do que o visto em 2021, reflexo da evolução da vacinação no país”, informou o Omie, em nota.

Atualmente, o Brasil conta com cerca de 71% da população vacinada (tomando como referência as pessoas que tomaram 2 doses da vacina ou a vacina de dose única), ao passo que, no início de 2021, o país ainda estava nos primórdios da campanha de imunização.

Com isso, a onda recente ocasionada pelo espalhamento da variante Ômicron no país não foi acompanhada por grandes restrições à mobilidade, como aconteceu em momentos anteriores. “De fato, os resultados recentes do IODE-PMEs indicam que os efeitos da pandemia sobre o funcionamento das PMEs no Brasil têm se mostrado mais restritos no início de 2022, uma vez que houve crescimento da movimentação financeira real na maioria dos setores monitorados, comparativamente ao desempenho do mesmo período do ano anterior”, completou a nota.

Setores afetados

Nesse sentido, importantes atividades econômicas das PMEs brasileiras que foram afetadas nos períodos mais críticos da pandemia, sobretudo nos setores de Comércio e Serviços, mostram robusta recuperação na comparação anual em janeiro. Tanto o comércio atacadista quanto o comércio varejista mostraram importante avanço ante o ano anterior, ainda que se observe enfraquecimento sazonal das atividades (movimento usual na passagem de dezembro para janeiro).

Já no setor de Serviços, é possível verificar recuperação na comparação anual na maioria das atividades das PMEs do segmento, com destaque para alguns grupos muito afetados em contextos de maiores restrições por conta da pandemia, tais como ‘Agências de viagens, operadores turísticos e serviços de reservas’, ‘Alojamento’ e ‘Alimentação’. Na Indústria, por sua vez, o crescimento em termos anuais no último mês foi puxado pela reação da indústria de transformação (alta de 9% ante janeiro de 2021), com destaque para o bom desempenho da atividade de fabricação de bebidas, além do avanço da produção de produtos alimentícios.

Assim, ainda que não seja possível dizer que a economia passe totalmente ilesa a esta e outras eventuais ondas da covid-19 no país, os dados do IODE-PMEs mostram que começamos a colher os frutos do avanço da vacinação também na manutenção do funcionamento da economia em períodos de recrudescimento das ondas virais. Em suma, a pandemia seguirá como um importante fator de risco à atividade econômica no curto prazo, porém os resultados recentes do IODE-PMEs trazem sinais mais animadores.

Efeitos positivos do Pix para o varejo começam a ser sentidos pelo mercado financeiro

Na última semana, uma pesquisa publicada pela consultoria Gmattos mostrou que o Pix como meio de pagamento nos maiores e-commerces do Brasil atingiu aceitação recorde, ameaçando ultrapassar o boleto.

De acordo com os dados que foram publicados pelos pela consultoria, em janeiro, a aceitação deste meio de pagamento foi de 64,4%. No mesmo período do ano anterior, sua aceitação era de apenas 16,9%. Se manter o ritmo de crescimento atual, as transações em Pix podem ultrapassar nos próximos meses as do boleto, de acordo com os especialistas.

Para Henrique Weaver, CEO da Pagaleve, uma fintech que permite que consumidores realizem compras através do Pix parcelado, esta já era uma tendência natural e prevista quando anunciaram a criação do Pix. “Nós sabíamos que o TED e o DOC se tornariam obsoletos. Assim como outros serviços já consagrados dentro do mercado financeiro do Brasil”, explica.

Outro dado publicado esta semana, desta vez  pelo Banco Central, mostrou que o Pix tirou R$ 1,5 bilhão da receita de grandes bancos do país, como o Santander, o Banco do Brasil, o Itaú Unibanco e o Bradesco, que são os maiores bancos do país listados no B3.

Isto porque, antes da ferramenta do BACEN, as transferências em dinheiro eram realizadas pelo TED e DOC que cobravam taxas para sua realização. Já o Pix, além de poder ser realizado 24 horas por dia, 7 dias por semana, é gratuito, ou seja, os bancos não ganham com a realização das transações.

Henrique explica que a absorção do Pix pelos brasileiros está transformando diversos setores. Ele cita o exemplo do setor varejista, no qual tem atuado fortemente nos últimos meses.

Segundo ele, “o trabalho que a Pagaleve realiza em parceria com os nossos clientes tem nos ajudado a alavancar as vendas dos e-commerces e também a diminuir o custo das operações dos varejistas, pois, como nosso meio de pagamento tem como pilar o Pix, naturalmente nossas taxas são menores.  Então, conseguimos proporcionar tanto ao consumidor quanto ao varejista custos menores de operação, diferentemente dos cartões de crédito, por exemplo”.

Para ele, hoje, quem mais sente os efeitos do Pix são os bancos e instituições financeiras, mas, em um futuro não muito distante, todos os setores poderão se beneficiar, “é uma revolução que os mais conservadores não vão conseguir parar”, completa.

Mercado Livre e Shopee driblam a perda de fôlego do comércio digital, que tem afetado o varejo

Todas as outras empresas perderam participação — Magazine Luiza, Americanas, Via (Casas Bahia) e Amazon — no total de aplicativos baixados no Brasil

A desaceleração do comércio on-line afeta diferentes segmentos e varejistas, mas há sinais de que essa perda de fôlego, desde setembro e outubro do ano passado, pode estar impactando mais determinados negócios do que outros.

Como os dados disponíveis são limitados, já que boa parte das empresas de comércio eletrônico no país são fechadas, e as companhias abertas ainda não publicaram balanços após o terceiro trimestre de 2021, analistas vêm acompanhando indicadores de visitação aos sites e “apps”, e o ritmo de downloads para ter alguma sinalização mais clara desse cenário de competição.

Ocorre que os números de 2022 indicam que a caça às ofertas por parte da população pode estar sendo especialmente difícil para as operações brasileiras, mostram relatórios de analistas de bancos desta semana. Nesse ambiente, o aspecto central é quando se terá indícios de que a fase de queda na taxa de crescimento do varejo de bens duráveis e semiduráveis irá cessar e voltará a se recuperar.

Numa comparação deste início de ano em relação ao começo de 2021, a participação do Shopee, do Sea Group, de Cingapura, e do Mercado Livre, sediado na Argentina, subiu em relação ao total de aplicativos baixados no Brasil. Os índices passaram de 23,4% para 26,8% na Shoppe e de 10,2% para 12,6% no Mercado Livre no intervalo. Todas as outras empresas perderam fatia — Magazine Luiza, Americanas, Via (Casas Bahia) e Amazon.

Os dados foram pesquisados pela equipe de análise do UBS, que regularmente levanta e cruza dados de vários países, com apoio de suas filiais. Eles foram obtidos junto à americana Sensor Tower, considerada uma espécie de especialista da coleta de dados em “apps” para as empresas, e publicados no dia 9 de fevereiro. O Shopee continua sendo o líder em downloads de aplicativos no país, com um participação de mercado média de 31% em janeiro.

O cenário se repete no segmento de moda, com empresas mais focadas em produtos de tíquete baixo ou em público com renda menor ganhando participação no bolo total de downloads. A americana Shein atingiu 48,7% dos aplicativos baixados em janeiro, até o dia 24 daquele mês, quase o dobro da fatia de 26,9% no início de 2021. A Marisa também ganhou um pouco mais de peso (3,7% para 3,9%).

No entanto, o relatório mostra que Lojas Renner, Riachuelo, C&A, Centauro, Privalia, Dafiti perderam “share” no total.

Como a comparação sobre o início de 2021 leva em consideração de um período de atuação forte dos sites e “apps” ainda forte — as lojas foram reabrir em alguns Estados depois de abril —, esses números são mais comparáveis.

O ponto positivo é que as análises iniciais de consultorias e empresas de pesquisas apontam para uma retomada mais rápida, neste ano, na venda digital, em comparação com o canal de lojas físicas. Isso porque, para empresas como GFK Brasil, que recebem semanalmente dados de vendas das varejistas, a menor circulação de consumidores após a alta no contágio com a ômicron e a influenza podem dar um gás maior à demanda no on-line, enquanto as lojas devem ir se recuperando ainda de forma mais lenta.

https://valor.globo.com/empresas/noticia/2022/02/19/mercado-livre-e-shopee-driblam-a-perda-de-folego-do-comercio-digital-que-tem-afetado-o-varejo.ghtml

Novos negócios batem recorde de abertura em 2021, diz Sebrae

Com a pandemia do coronavírus, muitos negócios tiveram que encerrar as atividades por conta das medidas restritivas impostas . Apesar disso, a abertura de pequenos negócios no país bateu recorde em 2021. Isso é o que mostra o levantamento divulgado pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).

No total, mais de 3,9 milhões de empreendedores formalizaram micro e pequenas empresas ou se registraram como microempreendedores individuais (MEIs), no ano passado. O número representa crescimento de 19,8% em relação ao ano anterior, quando foram abertos 3,3 milhões de negócios.

Se comparado à 2018, período de pré-pandemia, a expansão chega a 53,9%, já que foram criados 2,5 milhões de cadastros nacionais de pessoas jurídicas (CNPJ) naquele ano. De acordo com o Sebrae, ao mesmo tempo em que a pandemia forçou muitas pessoas a irem para o empreendedorismo por necessidade, ela também estimulou a busca desse meio de vida por oportunidade.

Em 2020, o relatório Monitor do Empreendedorismo Global, conduzido pelo Sebrae e pelo Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade (IBPQ), estimou que 50 milhões de brasileiros que ainda não empreendiam tinham planos de abrir o próprio negócio nos próximos três anos e a pandemia seria principal motivação.

Redução da burocracia

Além da pandemia, o Sebrae atribuiu também o aumento da abertura de negócios à redução da burocracia, proporcionada pela Lei de Liberdade Econômica, de 2019, pela integração das juntas comerciais e por upgrades no registro eletrônico de novas empresas.

A principal mudança proporcionada pela lei, foi a consolidação da figura jurídica do microempreendedor individual (MEI). Isso acarretou na abertura de 3,1 milhões de empresas em 2021, representando 80% do total. Em 2018 e 2019, a categoria representava 75% dos negócios criados.

Em termos de faturamento, no ano passado, foram abertas 682,7 mil microempresas (17,35% do total), com arrecadações de até R$ 360 mil por ano, recorde da série histórica para o segmento. Já as pequenas e médias empresas representam 121,9 mil novas aberturas (2,65% do total). A categoria inclui empresas que faturam de R$ 360 mil a R$ 4,8 milhões por ano.

No entanto, a abertura de micro e pequenos negócios vem sendo constante com o passar dos anos. De 540,6 mil em 2018, saltou para 579,3 mil em 2019 e 579,5 mil em 2020. Em relação às empresas de pequeno porte, o total passou de 75 mil em 2018 para 94,3 mil em 2020.

Principais tendências de negócios para 2022

No ano passado, o mercado de assinatura movimentou mais de 1 bilhão de reais, sendo que, no primeiro trimestre de 2021, o número de novos assinantes cresceu 32% em relação ao mesmo período do ano anterior. Isso é o que mostra o levantamento realizado pela  Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm).

Além de um evidente avanço tecnológico em diversos setores, o mercado de assinaturas tem se reinventado para se adaptar a uma nova realidade: mais dinâmica, focada na comodidade do cliente, rapidez dos serviços e preocupada com a sustentabilidade e segurança de dados.

O modelo de assinatura também chegou na área da saúde. A Far.me, empresa de entrega de medicamentos, apostou na assinatura de pacientes crônicos, que recebem seus medicamentos mensalmente de acordo com sua necessidade. Criado em 2018, o serviço foi impulsionado pela pandemia e cresceu 233% em 2021, indicando que o modelo de negócios é promissor e tende a crescer muito no próximo ano.

Cross Border: a nova tendência do ecommerce brasileiro vem de fora

A presença chinesa, facilmente reconhecida no comércio de rua em todo Brasil, especialmente nas grandes cidades, começa a ser notada também no mundo online. Basta ver o ranking dos portais de compra que mais venderam no Brasil em dezembro de 2021. As asiáticas Shopee e Aliexpress aparecem juntas com as gigantes brasileiras Americanas.com e Magalu.

 (Top Ecommerce Ranking Reports – Netrica / E-commerce Brasil/Reprodução)

A chegada dos estrangeiros ao nosso comércio eletrônico tem nome: Cross Border. Essa prática consiste na compra online de produtos de outros países, principalmente China e Estados Unidos. No passado, existia desconfiança das pessoas em relação a esta prática. Os produtos demoravam para chegar aos destinatários e havia um receio em relação ao pagamento de impostos alfandegários. Após investimentos em logística e marketing digital, a adesão do consumidor aumentou.

Em busca de novos mercados estas empresas têm investido pesado por aqui, não só em estrutura com escritórios locais, mas também em marketing. Prova disso são os comerciais de TV sempre presentes nos grandes canais do país e os anúncios digitais borbulhando em sites e redes sociais.

Por que eles escolheram o Brasil? Acredito que o tamanho do nosso mercado foi fundamental para que desembarcassem aqui. Somente em 2021, as vendas online atingiram R$ 260 bilhões, segundo a gestora Canuma Capital. Não é uma cifra a ser desprezada, mesmo para quem vende na China. Segundo dados do Webshoppers 44 da Ebit|Nielsen, o volume de vendas de produtos comprados por brasileiros no cross border está estimado em R$9,6 Bi no primeiro semestre de 2021 e com um crescimento de 15% na quantidade de pedidos comparado ao semestre anterior. Segundo a própria da Ebit|Nielsen, em 2020 o volume total de vendas estrangeiras por aqui foi de R$22,7 bilhões.

O momento para quem vem de fora não poderia ser melhor. Eles chegaram num período de pandemia em que os brasileiros se digitalizaram e perderam o medo da compra online. Além disso, a situação econômica do país – com desemprego recorde, juros em alta e inflação que ultrapassou os 10% – fez o brasileiro perder poder aquisitivo. Com isso, na hora de fazer suas compras, ele vem buscando opções com melhor custo-benefício, deixando de lado a preferência por uma marca ou outra.

Os preços baixos especialmente dos players chineses vêm aguçando a curiosidade dos consumidores que aos poucos estão comprando mais. Quem comprou um simples chaveiro de apenas R$ 10 e recebeu sem nenhum contratempo, vai se encorajar a adquirir itens mais caros a cada compra (como o famoso robô aspirador de pó inteligente). Com o tempo, passa a enxergar ainda mais vantagem no serviço lá de fora na comparação com os nacionais. Foi isso que vimos acontecer no ano passado e acredito que será intensificado este ano.

Dispostas a não perder a oportunidade, as marcas estrangeiras estão criando times próprios no Brasil para estabelecer um serviço cada vez mais competitivo. Melhorias já podem ser vistas no tempo de entrega e na qualidade do produto, que são as principais reclamações dos usuários de aplicativos internacionais.

O exemplo dos grandes atrai players menores, que começam a chegar por aqui via marketplaces. A Via Varejo já começou a colocar esse tipo de item estrangeiro em sua cartela de opções. Magalu está estudando esse caminho, Amazon já começa a liberar os sellers internacionais, Mercado Livre e Americanas têm isso já bem desenvolvido e com volumes crescentes.

Este fenômeno estimulou inclusive o surgimento da figura do integrador que faz esse meio de campo entre vendedores chineses e compradores brasileiros. Uma das empresas que presta esse tipo de serviço é a Cross Commerce Store, que inclui produtos estrangeiros em sua plataforma e cuida de todo relacionamento com os marketplaces nacionais. Para os chineses é maravilhoso, pois contam com atendimento em mandarim, ferramentas de tradução e cálculo de preço e não precisam se preocupar com o relacionamento local. Além disso, a Cross Commerce também resolve toda a logística, do armazém na China até a casa do consumidor, facilitando e incentivando sellers menores a venderem seus produtos para os brasileiros e melhorando muito a experiência de compra.

Todos esses fenômenos combinados – economia brasileira em crise, consumidor com menos poder aquisitivo e o movimento do mercado para facilitar a operação estrangeira – criarão as condições perfeitas para o aumento do market share dos cross borders. É só uma questão de tempo para vermos a multiplicação desses produtos, de eletrônicos a vestuário (quem aí já comprou na Shein?), em diversos sites nacionais. É esperar pra ver.