Varejo de moda dá sinais de recuperação, mas ainda não alcança nível pré-pandemia

Em enquete mensal realizada pela Associação Brasileira do Varejo Têxtil (ABVTEX), que representa 110 grandes marcas do varejo de moda nacional, as associadas apontam desempenho positivo em janeiro de 2022 comparado ao mesmo mês de 2021. Das empresas respondentes, 93% avaliaram que as vendas das lojas físicas tiveram melhor desempenho no comparativo a jan/21. Já a performance do e-commerce, neste mesmo período, foi considerada melhor por 67% das varejistas.

Para Edmundo Lima, diretor executivo da ABVTEX, mesmo que os resultados reportados tenham demonstrado sinais positivos, ainda há cautela por parte dos varejistas. “Quando comparado aos anos anteriores pré-pandêmicos, tanto com janeiro de 2020 quanto de 2019, é perceptível que metade das empresas não recuperou os volumes comercializados antes do surto. Portanto, é um desafio aos varejistas.”

Lima acrescenta que “o ano de 2022, além de apresentar o cenário com efeitos vinculados à pandemia, como o adiamento do carnaval em grandes cidades, tem ainda a inflação elevada, campanha eleitoral e evento da copa do mundo no final de ano”.

 

Compras com cartões cresceram 33% em 2021, aponta Abecs

As compras com cartões de crédito, débito e pré pagos cresceram mais de 33% em 2021. Isso é o que aponta um balanço da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs), apresentado na quinta-feira (10).

Foram R$ 2,6 trilhões movimentados na economia. De acordo com a associação, esse aumento expressivo segue uma tendência dos últimos anos, impulsionado pela digitalização das transações na economia e pela recuperação do consumo de bens e serviços no país, como explica Pedro Coutinho, presidente da Abecs.

A expectativa da Abecs é que os cartões ultrapassem a marcar dos R$ 3 trilhões em 2022, representando 60% do consumo das famílias. O cartão de crédito foi o meio de pagamento que apresentou o maior valor de movimentação, com aumento de 36,6%, se comparado ao ano anterior. Em seguida, o cartão de débito, com alta de cerca de 20%.

Os gastos de brasileiros no exterior ficaram estáveis em relação a 2020, com pequena redução de 0,7%, somando mais de US$ 3 bilhões. Apesar da estabilidade, no último trimestre de 2021 houve um aumento dos números.

Ainda de acordo com o balanço, os brasileiros continuam aumentando o uso dos cartões na internet, em aplicativos e outros tipos de compras não presenciais. Essas modalidades de compra movimentaram quase R$ 570 bilhões em 2021, o que representa uma alta de quase 31%.

Atualmente, os pagamentos não presenciais representam 35% de todos os gastos realizados com o cartão de crédito. Outro número que chamou a atenção foi o uso do cartão por aproximação, que cresceu 384% no ano passado. Hoje, de cada quatro transações presenciais com cartões de crédito, uma já é feita por aproximação. A estimativa da Abecs é que, até o fim de 2022, em torno da metade das transações presenciais seja feita por meio dessa tecnologia.

PIX cresce 281% e é o terceiro meio de pagamento mais aceito em e-commerce

A utilização do Pix vem ganhando espaço como forma de pagamento preferida pelo e-commerce. Segundo estudo realizado pela consultoria Gmattos, de janeiro de 2021 a janeiro de 2022, a aceitação deste meio de pagamento nas maiores lojas online do Brasil cresceu 281%.

Se antes, somente 16,9% contavam com essa opção, agora ela está disponível em 64,4% das empresas. Atualmente, o Pix só fica atrás do cartão de crédito (98,3% de aceitação) e do boleto bancário (74,6%). O levantamento analisou 59 lojas online, que representam 85% do comércio eletrônico do país.

Para o economista e diretor financeiro do Popibank, Marcelo Pereira, não deve demorar muito para que o Pix se torne o segundo meio de pagamento mais popular nos comércios online do Brasil. “Ele é vantajoso para o cliente que tem o seu processo de entrega agilizado, levando em consideração que o boleto bancário pode levar até dois dias úteis para ser compensado. E também para a empresa, que consegue atender melhor, aumenta sua taxa de conversão de venda (dado que o boleto abre maior margem para desistência) e ainda evita golpes de compras falsas”, afirma.

Segundo o portal especializado e-Commerce Brasil, o Pix ainda traz uma economia de até 80% em taxas para os lojistas que vendem por ele, em comparação às tarifas cobradas pelos outros meios. “Isso explica o porquê o cartão de débito está na contramão do Pix e vem diminuindo sua aceitação nas lojas online. Ambos têm a liberação da venda na hora, mas as taxas cobradas aos vendedores são maiores”, pontua Pereira. O cartão de débito diminuiu sua aceitação de 37,3% para 30,5% em um ano.

Parcelamento

O crescimento do Pix deve ter uma alavancagem ainda maior com o futuro lançamento da opção de parcelamento. “Quando tivermos a opção de Pix parcelado eu acredito que será um grande impulsionador para que ele ultrapasse o pagamento por boleto e se torne o segundo meio mais aceito no país”, avalia o especialista. “Só não deverá passar o cartão de crédito, pois embora seja uma opção com taxas mais altas para as empresas, seguirá sendo a mais utilizada pelos usuários devido à possibilidade de realizar a compra mesmo sem ter dinheiro disponível no momento”, completa.

Crescimento total

Em um ano, não foi apenas nas lojas online que o pagamento instantâneo teve uma grande aceitação. De acordo com dados do Banco Central do Brasil, de janeiro de 2021 para janeiro de 2022, cresceu em 105% o número de pessoas jurídicas cadastradas no Pix. No total, o aumento foi de 3.987.196 usuários para 8.203.985.

KPMG apresenta principais riscos para a indústria de consumo e varejo

Um relatório realizado pela KPMG apontou os principais riscos relacionadas à indústria de consumo e varejo no próximo ano. O documento levantou os fatores que podem afetar as empresas desses setores em nove âmbitos diferentes que vão desde as questões regulatórias e de tecnologia, passando por sociedade e pessoas, reputação e ética, clientes até estratégia, saúde, segurança e meio ambiente, crescimento e concorrência e produção e operações.

Segundo o sócio-líder de consumo e varejo da KPMG no Brasil e na América do Sul, Fernando Gambôa, com a pandemia, o setor de consumo foi um dos mais afetados pelos riscos ligados à saúde.

“Os riscos emergentes baseiam-se nas mudanças atuais e a pandemia foi uma delas. Em outras palavras, as empresas precisam estar atentas aos sinais de mudanças do mercado e apresentar mudanças significativas”, analisa.

Os principais riscos estão relacionados às seguintes áreas:

Compliance — Riscos regulatórios relacionados ao não cumprimento de leis, regulamentos e regulamentações e padrões éticos dentro da jurisdição das operações.

Sociedade e pessoas — O não atendimento às responsabilidades corporativas e sociais e a dificuldade em atrair e reter pessoal qualificado; riscos relacionados aos recursos humanos e mão de obra no que diz respeito à capacitação e segurança.

Reputação e ética — Insucesso na manutenção da privacidade e segurança e riscos relacionados à manutenção de altos níveis de qualidade e manutenção de serviços.

Rentabilidade e liquidez — Lojas de varejo utilizando sites de comércio eletrônico para vender produtos com desconto e menores preços; riscos relacionados a fornecedores; insucesso no desempenho do negócio na geração de caixa como esperado; riscos de fraudes, incluindo cartão crédito e a manutenção de descontos.

Estratégia — Risco de expansão das operações internacionais; operações de varejo eletrônicas e conversões de lojas de descontos afetam os concorrentes tradicionais; riscos de reputação aumentaram em função das redes sociais e internet; riscos financeiros dependem das estratégias de compra e de exportação.

Clientes — declínio no dispêndio com o consumo; varejistas são forçados a apresentarem produtos de marca para atender as expectativas do cliente.

Saúde, segurança e meio ambiente — Divulgação de doenças e riscos da pandemia.

Crescimento e concorrência — Pressão crescente para atender a demanda imprevisível dos clientes; concorrência globalizada intensa; oscilações em moeda corrente e outros riscos de mercado; insucesso ao atendimento a uma gama de preferências pessoais.

Tecnologia — Ameaças crescentes de ataques cibernéticos e de segurança; empresas que contam com um único fornecedor para todas as necessidades poderiam enfrentar um tempo maior de inatividade; insucesso na manutenção ou melhoria de infraestrutura tecnológica.

Produção e operações — Vantagem competitiva através da automação e da adoção de tecnologia emergentes; risco resultante de interrupção da atividade causada por sindicatos, greves e paradas de trabalho; qualidade e segurando do produto; disrupções na distribuição ou no processamento de mercadorias.

“Os riscos são os mais variados e relacionados às várias áreas das empresas. Por isso, precisam estar atentas a cada um deles e se antecipar a essas consequências para evitar que o negócio seja impactado”, finaliza o sócio-diretor de Gestão de Riscos da KPMG, Luís Navarro.

Governo lançará linha de crédito de R$ 100 bi para micro e pequenas empresas

Limite para enquadramento no programa será um faturamento de R$ 300 milhões por ano.

O governo deve lançar um programa de crédito de R$ 100 bilhões, na próxima semana, destinado a pequenas e médias empresas. De acordo com o presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), Paulo Solmucci, a informação foi repassada pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, em almoço nesta quarta-feira, 16, com representantes da União Nacional de Entidades do Comércio e Serviços (UNECS).

A ideia é que sejam beneficiadas de microempreendedores individuais (MEIs) a empresas de médio porte. O limite para enquadramento no programa será um faturamento de R$ 300 milhões por ano.

“Gostamos muito da notícia, especialmente por ter data definida. Vai ampliar o crédito total e também tratar as questões da inadimplência”, afirmou.

Segundo Solmucci, o ministro pediu à equipe que busque uma solução para a questão da inadimplência do Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe), que aumentou com a alta de juros.

Vendas do varejo caem 0,1% em dezembro, mas fecham 2021 com alta de 1,4%

As vendas do comércio varejista ampliado acumularam alta de 4,5% no ano de 2021.

As vendas do comércio varejista tiveram leve queda de 0,1% em dezembro ante novembro, na série com ajuste sazonal, informou hoje o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado ficou acima da mediana das estimativas colhidas pelo Projeções Broadcast, de recuo de 0,5% no mês. O intervalo das estimativas ia de queda de 1,6% a alta de 2,2%.

Na comparação a dezembro de 2020, sem ajuste sazonal, as vendas do varejo tiveram queda de 2,9% em dezembro de 2021. Nesse confronto, as projeções eram de queda de 5% a alta de 4,8%, com mediana de contração de 3,2%.

“De modo geral, o volume de vendas no varejo se aproxima do patamar pré-pandemia, sendo que alguns setores já se encontram bem acima, como é o caso dos Artigos Farmacêuticos, que já cresce há cinco anos”, destacou o gerente da pesquisa, Cristiano Santos.

Entre as oito atividades pesquisadas, três tiveram queda em dezembro sobre o mês anterior: Outros artigos de uso pessoal e doméstico (-5,7%), Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-2,0%) e Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-0,4%).

Quanto ao varejo ampliado, que inclui as atividades de material de construção e de veículos, as vendas cresceram 0,3% em dezembro ante novembro, na série com ajuste sazonal. O resultado ficou abaixo da mediana das estimativas dos analistas, que apontava para alta de 0,7%, com intervalo de queda de 0,9% a alta de 3,5%.

Na comparação a dezembro de 2020, sem ajuste, as vendas do varejo ampliado tiveram queda de 2,7% em dezembro de 2021. Nesse confronto, as projeções variavam de queda de 4,0% a alta de 4,2%, com mediana indicando contração de 2%. As vendas do comércio varejista ampliado acumularam alta de 4,5% no ano de 2021. As projeções iam de queda de 0,8% a até expansão de 3,5%, com mediana de crescimento de 1,0%.

Revisões

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística revisou o resultado das vendas no varejo em novembro ante outubro, de uma alta de 0,6% para avanço de 0,4%. As vendas do varejo ampliado – que incluem as atividades de veículos e material de construção – também foram revisadas, de uma alta de 0,5% para alta de 0,7% em novembro ante outubro, com ajuste sazonal.

 

Frete mais baixo e atendimento via WhatsApp se destacam no varejo online

Almanaque do e-commerce mostra comportamento do consumidor em 2021 e tendências para 2022.

Segundo o relatório, as visitas aos e-commerces via mobile cresceram mais de 28% no segundo semestre do ano passado. “Este é um movimento que pode estar atrelado à popularidade do social commerce, por exemplo, considerando que nossos estudos revelam que 76% dos brasileiros utilizam as redes sociais para pesquisar produtos”, afirma o líder de produtos da All iN/Social Miner, Ricardo Rodrigues.

Também de acordo com o relatório, a prática do frete grátis cresceu de 2019 a 2021 no varejo. Além disso, o valor médio do frete diminuiu nas vezes em que ele é cobrado. Para Ricardo, isso indica que o comerciante está atento aos desejos dos consumidores. “Hoje as empresas já têm acesso a uma grande base de dados que pode ser usada para nortear essas estratégias para oferta de benefícios como esses, a fim de que cupons ou frete grátis, por exemplo, sejam distribuídos de forma inteligente para aqueles consumidores com maior potencial de conversão.”

Outra estratégia usada pelos varejistas para fidelizar clientes está baseada na melhoria do atendimento pós-venda. Considerando-se os três canais pesquisados – WhatsApp, e-mail e chat -, o WhatsApp foi o mais usado e também o que mais cresceu no último ano. Para Ricardo, o resultado evidencia a vantagem de o canal esta sempre à mão, ser prático e ágil para o dia a dia.

Quanto às formas de pagamento, o cartão segue liderando em 2021, tendo crescido 4,7 pontos percentuais em relação ao ano anterior e chegando a representar 71,7% das vendas do varejo online. A participação dos boletos caiu de 32,4% para 24,4% e o Pix representou 3,6% das transações em 2021.

Alta no faturamento

O faturamento do varejo online cresceu 26% em 2021 em relação a 2020, chegando a R$ 161 bilhões no ano, com 353 milhões de pedidos e ticket médio de R$ 455. As categorias de produtos que mais faturaram foram Celulares (20%), Eletrodomésticos (13%), Eletrônicos (10%), Informática (9%) e Moda (9%). “O varejo se mostrou resiliente e, com criatividade, estratégia e apoiado pela tecnologia, vem entregando resultados positivos”, destaca Ricardo Rodrigues. Novembro, mês da Black Friday, foi o mês com maior destaque em visitas, cadastros e vendas em 2021.

A categoria Farmácia e Saúde foi a que mais cresceu em número de visitas no ano de 2021, com aumento de 132% em relação ao ano anterior. Outra categoria que teve um expressivo crescimento foi Materiais de Construção, com incremento de 46% nas visitas. Durante o ano, porém, aconteceram variações nas buscas entre o primeiro e segundo semestre no varejo online. Eletrodomésticos e Eletroportáteis foram procurados 58% a mais na segunda parte do ano. Já Materiais de Construção e Bebidas tiveram destaque na primeira metade.

“O relatório mostra que alguns setores que se destacaram em 2021, a exemplo de Farmácia e Saúde, podem continuar relevantes neste ano. Além disso, vale sempre destacar que é essencial para os varejistas usar os cadastros e os dados coletados na sua base para entender o comportamento do consumidor e qual a melhor forma de se comunicar – dica que vale para todos os segmentos”, finaliza Ricardo Rodrigues.

relatório foi elaborado pela All iN/Social Mine, em parceria com a Neotrust, Vindi, Octadesk e Delivery Direto.

Como os pagamentos digitais e o e-commerce estão ganhando força na América Latina – Estudo Ebanx

Impulsionada por uma crescente população digital, a crescente penetração de smartphones e as fintechs locais, a América Latina é a grande oportunidade para os e-commerces locais e globais que querem explorar um mercado onde o e-commerce deve crescer 30% a cada ano até 2025.

Enquanto isso, a expansão das soluções de pagamento digital e o surgimento de novas formas alternativas de pagamento, localizadas ou não, realmente transformaram a relação dos latino-americanos com os pagamentos, dando-lhes as coisas mais importantes: acesso e inclusão.

Clique abaixo e veja o estudo anual do EBANX, fintech de pagamentos brasileira com atuação global:

BEYOND BORDERS 2021/2022

https://business.ebanx.com/en/resources/beyond-borders-2021-2022

Fusões e aquisições têm melhor desempenho anual dos últimos 25 anos

Liderança no ranking ficou para as companhias de internet, com 658 operações.

Feito peça KPMG, o estudo foi iniciado em 1996 e indicou ainda que o último trimestre do ano passado registrou recorde, com 602 negócios concluídos, o melhor da trimestre da história.

Do total de operações realizadas no ano passado, a maioria foi doméstica (1.289), ou seja, realizada entre empresas brasileiras. Em segundo lugar, estão as operações do tipo CB1 (581), seguida por CB4 (40), CB2 (39) e CB3 (9) e CB5 (5).

“Estes resultados consolidam a tendência de investimento em transformação digital e inovação protagonizados pelas companhias brasileiras e multinacionais, que têm feito aportes estratégicos em diversos segmentos de negócios”, afirma Luis Motta, sócio-líder de do M&A Proprietário da KPMG no Brasil.

Motta destaca que o resultado indica que a confiança em negócios relacionados com inovação permanece em uma rota crescente desde o início da pandemia, em 2020.

Ranking de negócios

Com relação aos segmentos de negócios, no acumulado de 2021, a liderança no ranking ficou para as companhias de internet, que realizaram 658 operações de fusões e aquisições durante o ano passado, representando 34% do total.

Na sequência, aparecem tecnologia da informação, com 358 negócios, representando 18%. Juntos, estes dois setores responderam por mais da metade do total de operações do Brasil.

O segmento de instituições financeiras também foi fortemente impactado por diversos tipos de transações (161). Finalizam o ranking as companhias de serviços (78), hospitais e laboratórios de análises clínicas (70) e mídia e telecomunicações (66), sendo este último setor fortemente impactado por transações em infraestrutura e conectividade para modelos inovadores.

O aumento da representatividade do varejo no Brasil

É matemático. Em 2004, o varejo e o comércio representavam 19% do PIB do País. Após o período de maior crescimento desses setores, em 2012, chegavam a 25%. Em 2020, apesar do quadro atípico daquele ano, representou 28%. Foram 9 pontos percentuais de crescimento em um período de 16 anos. E em 2018 e 2019, pré-pandemia, já havia sido de 27%.

Para efeito de comparação, nos Estados Unidos, o varejo representava 25% do PIB do país em 2004. Em 2012, coincidentemente, permaneciam os mesmos 25%, igual ao Brasil. Já em 2020, a participação do varejo norte-americano havia crescido para 27%.

O crescimento da participação do varejo no PIB registrado em 2020 no Brasil deverá se repetir em 2021 e foi influenciado pela retração do setor industrial, que tem perdido representatividade na economia brasileira por questões estruturais e, naquele ano, pelos efeitos perversos gerados pela pandemia. Mas, ao mesmo tempo, é importante lembrar o crescimento também estrutural da participação dos setores de serviços e, em especial, do agro.

Esses números foram lembrados na abertura do evento Retail Trends – Pós NRF para justificar a nossa proposta de olharmos com muita atenção, como temos feito nos últimos 28 anos, a realidade do setor nos Estados Unidos, ainda o maior varejo do mundo.

Mas, ao mesmo tempo, mostrarmos o que de melhor temos feito no Brasil com exemplos importantes de resiliência, inovação, transformação digital, profissionalização, formalização, internacionalização e desenvolvimento estratégico e que, como mostra a evolução de participação no PIB, tem avançado de forma surpreendente, apesar de todas as dificuldades existentes no lado econômico, tributário e burocrático.

Uma parte dessa evolução deve-se exatamente à atitude de seus líderes, de buscar a inspiração do que se faz de melhor no mundo, seja nos Estados Unidos, na Europa e Ásia, com ênfase na China, e, rapidamente, ajustar e adaptar para a realidade local, como aconteceu recentemente com os Ecossistemas de Negócios Made in Brazil.

O Retail Trends Interativo – Pós NRF, na semana passada, realizado em formato inovador em rede nacional fígital, foi exatamente uma celebração dessa evolução da representatividade, olhando e atualizando conceitos a partir do que é visto, discutido e debatido durante a NRF 2022.

Mas também – e principalmente – mostrando que alguns dos conceitos tidos como mais inovadores, como é o caso do metaverso, ecossistemas de negócios, preocupações com ESG, entre outros estão já implantados e operacionais no Brasil, gerando resultados que podem ser também considerados benchmarks para outros mercados.

Perto de 3.000 líderes desses setores de varejo e consumo no Brasil, presencial ou virtualmente, acompanharam o evento e passaram um dia discutindo novos conceitos, sua aplicabilidade e os resultados do que tem sido feito e, pasmem, muito pouco foi discutido sobre os entraves, os problemas, as dificuldades e as complexidades que envolvem as atividades empresariais no Brasil, em especial, nesses setores.

Essas dificuldades estão sempre presentes até porque não é possível esquecê-las nunca. A atitude de debater e discutir o presente e o futuro do setor de varejo foi um exercício quase catártico, comemorando e valorizando as conquistas dos líderes do setor e valorizando e compartilhando a experiência e os ensinamentos que são desenvolvidos em benefício do crescimento do próprio setor e do País.

E, sem dúvida, a participação de Luiza Helena Trajano, do Abilio Diniz, do ministro Fábio Faria e de Paulo Camargo, ao lado dos líderes de negócios da Gouvêa e especialistas convidados especiais, deu uma dimensão, realidade, atualidade e profundidade ao evento que permitiram essa visão comparativa.

Sem esquecer um segundo do compromisso com a evolução da sociedade, da economia, do emprego, da renda e da sustentabilidade no Brasil, foi gratificante e inspirador perceber como os líderes do varejo, reunidos nessa cadeia nacional fígital, se abriram para continuar atuando de forma integrada pela continuidade da evolução da representatividade do setor no País.

Para quem pôde participar, o evento renovou energias e positividade, elementos importantes neste momento de cenários tão desafiadores e decisivos à frente.

Nota: O Interactive Retail Trends – Pós NRF com uma análise completa do que foi visto, analisado e discutido durante a NRF 2022 e seus impactos no mercado brasileiro. Se quiser conhecer o que foi apresentado e discutido, poderá acessar pela plataforma GoGOU e adquirir pelo link.