E-commerce brasileiro cresce 27% e fatura R$ 161 bilhões em 2021, revela Neotrust

O e-commerce brasileiro registrou um faturamento recorde em 2021, que totalizou mais de R$ 161 bilhões, um crescimento de 26,9% comparado ao ano anterior. O número de pedidos aumentou em 16,9% com 353 milhões de entregas, conforme levantamento da Neotrust, empresa responsável pelo monitoramento de mais de 85% do e-commerce brasileiro e pertencente ao T.group. O ticket médio também registrou aumento, de 8,6% em 2021 em relação a 2020, atingindo a média de R$ 455 por compra.

No balanço trimestral, um dos destaques é o aumento no número de pedidos do 1° trimestre, que passou de 49,9 milhões em 2020 para 78,5 milhões em 2021. “O varejo online continua com tendência de crescimento, mesmo após a flexibilização das restrições devido à pandemia e a retomada gradual do comércio físico. Apenas no 4° trimestre de 2021 foram realizados 101,6 milhões de pedidos, contra 86,6 milhões em 2020. O faturamento atingiu R$ 46,4 bilhões em 2021, contra R$ 38,7 bilhões em 2020”, destaca Paulina Dias, Head de Inteligência da Neotrust.

As categorias com mais pedidos realizados durante o ano são: moda, beleza e perfumaria, e saúde – que apresentou crescimento de 87% no faturamento de venda de remédios pela Internet em 2021. Celulares, eletrodomésticos e eletroeletrônicos foram os segmentos com maior faturamento em 2021. E as regiões de maior destaque são o Sudeste, que concentrou 62,3% das encomendas de 2021, e o Nordeste, com 15,1% das encomendas – o equivalente a 3,5 pontos percentuais a mais que em 2020 para a região.

Segundo a Neotrust, os resultados por gênero indicam que as mulheres possuem 58,9% do share de pedidos, frente a 41,1% dos homens. Entretanto, o ticket médio feminino é menor que o masculino: R$ 387 contra R$ 552, respectivamente. O índice por idade demonstra que as compras online vêm predominantemente da faixa etária dos 36 a 50 anos, representando 34,9%, e dos 26 a 35 anos, representando 32,1% do volume total. Já as compras realizadas por pessoas com mais de 51 anos passaram de 15,5% em 2020 para 16,6% em 2021.

Ainda de acordo com o levantamento da Neotrust, o cartão de crédito continua sendo o modo de pagamento preferencial dos brasileiros no e-commerce. Segundo a análise, 69,7% das compras foram feitas com cartão de crédito, 16,9% com boleto bancário, 11,1% com outras formas de pagamento (como wallet e cashback) e 2,3% via Pix. Embora ainda sejam pouco expressivos, os pedidos pagos com Pix aumentaram em 2021: em janeiro representavam 1% entre todos os meios de pagamento e em dezembro atingiram 4%.

Projeção do e-commerce para 2022

Segundo projeção realizada pela Neotrust para 2022, a receita do e-commerce deve crescer cerca de 9%, atingindo um faturamento recorde de R$ 174 bilhões neste ano. Apesar de ser uma alta positiva, a inflação, o dólar elevado e a projeção pessimista do PIB brasileiro são fatores que podem impactar negativamente o crescimento do varejo online.

A expectativa é que os pedidos pela Internet aumentem em 8%, totalizando 379 milhões de compras. Já o ticket médio deve se manter estável, com aumento de cerca de 1%, estimado em R$ 460 por pessoa.

A categoria que mais deve crescer é a de eletrônicos, em 21%, seguida de eletroportáteis, em 19%, de alimentos e bebidas, que deve subir 18%. Os segmentos de maior faturamento devem ser: telefonia (R$ 32,4 bilhões), eletrodomésticos (R$ 23,7 bilhões) e eletrônicos (R$ 18,6 bilhões).

“Para 2022 é esperado que haja uma expansão no marketplace, com as empresas mais preparadas para este canal. Outra tendência é a melhoria na interação do físico com o digital, que irá permitir mais eficiência nas compras e na relação do consumidor com a loja”, analisa Fabrício Dantas, CEO da Neotrust.

“Em relação aos pagamentos, as carteiras digitais e o Pix devem continuar em alta, de forma a ampliar sua participação no e-commerce. Com um mercado cada vez mais competitivo, o varejo online deve apostar em fretes mais rápidos e funcionais, por exemplo, como forma de atrair e reter clientes”, finaliza Dantas.

ABComm projeta faturamento de R$ 169,5 bilhões no e-commerce em 2022

A Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm) traz as expectativas para o e-commerce em 2022 e apresenta um balanço das vendas online em 2021. No ano passado, o e-commerce chegou à marca de 19%. Já para este ano, a projeção é que o setor mantenha o crescimento gradativo e atinja os 12%.

As restrições para conter a pandemia de Covid-19 se mantiveram por algum tempo em 2021, mas o varejo físico viu a retomada gradativa de suas atividades com o avanço da vacinação. O cenário trouxe para o e-commerce um faturamento de R$ 150,8 bilhões. Para 2022, espera-se que o setor arrecade R$ 169,5 bilhões.

O número de consumidores no comércio eletrônico também deve aumentar de 79,8 milhões (2021) para 83,7 milhões (2022). Já o ticket médio deve crescer de R$ 450 para R$ 460, segundo a associação.

Para o ano novo, a ABComm aponta que o crescimento continuará, mas de forma mais amena. “Tivemos a entrada de milhares de novos consumidores online em 2021. A cada ano, as pessoas veem no comércio eletrônico a praticidade dessas compras e se sentem mais seguras com a ideia. Hoje, o setor é popular nas diferentes categorias, que incluem desde produtos de bens duráveis, até itens de supermercado ou farmácia. Apesar da retomada do varejo físico, a consolidação do e-commerce faz parte da vida dos brasileiros e deve se manter neste ano, elevando ainda mais as projeções para as vendas do varejo online”, afirma Alexandre Crivellaro, diretor de Inteligência de Mercado da ABComm.

Shopee e RecargaPay oferecem desconto em compras pagas via Pix

Em compras acima de R$ 30 na Shopee, novos usuários ganham R$ 15 de desconto.

A RecargaPay e a plataforma de e-commerce Shopee firmaram uma parceria que tem por objetivo incentivar pagamentos via Pix. Os clientes que fizerem a primeira compra na Shopee usando Pix via app da RecargaPay vão ganhar R$ 15 de desconto, contanto que o valor total da compra seja superior a R$ 30. A Shopee reúne vendedores brasileiros e internacionais, incluindo mais de 100 grandes marcas.

“O Pix é uma solução prática e que busca facilitar a vida dos consumidores, assim como o app da RecargaPay. Queremos mostrar aos consumidores como ele é fácil de usar, além de oferecer benefícios aos usuários, como esse desconto na Shopee, uma plataforma que oferece uma experiência fácil, acessível, segura e divertida, com uma grande variedade de produtos”, diz a head de Parcerias da RecargaPay, Julia Canalini.

Para conseguir o desconto, o usuário deve resgatar o cupom Shopee clicando no botão “EU QUERO” na página da parceria na plataforma. Depois, ele poderá escolher os produtos que deseja comprar e, ao chegar na tela de finalização do pedido, deve selecionar o cupom de desconto resgatado e o método de pagamento Pix. Em seguida, basta abrir o app da RecargaPay e selecionar a opção Pix que deseja: “Copia e Cola” ou “Pagar com QR Code”. Após a confirmação do pagamento, a compra será realizada.

O cupom de desconto ficará disponível até o dia 28 de fevereiro. Para abastecer a carteira digital no app da RecargaPay, além da opção Pix, também é possível utilizar cartão de crédito, transferência bancária, depósito ou boleto.

Vendedores locais

A Shopee foi fundada em 2015 em Singapura como parte da Sea Limited (NYSE: SE) e é líder de e-commerce no Sudeste Asiático e no Taiwan. A empresa está no Brasil desde 2019 e tem investido cada vez mais em sellers locais.

Além de uma grande variedade de produtos com pagamentos e logística integrados, a plataforma inclui opções de entretenimento populares de acordo com cada mercado. Além disso, a Shopee contribui para a economia digital das regiões em que atua.

A Sea Limited também é proprietária de outros negócios, como Garena, o braço de entretenimento digital, e SeaMoney, de serviços financeiros digitais.

IDV projeta crescimento de vendas no varejo a partir de março

Empresas estimam alta de 0,2% em janeiro e queda de 0,3% em fevereiro – para março, alta será de 11,4%.

As empresas associadas ao Instituto para Desenvolvimento do Varejo (IDV) estimam variação positiva de 0,2% em janeiro, queda de 0,3% em fevereiro e aumento de 11,4% em março, na comparação com os mesmos meses do ano anterior.

É o que mostram as projeções do IAV-IDV (Índice Antecedente de Vendas do Instituto para Desenvolvimento do Varejo), elaborado com base nas projeções feitas pelas empresas associadas do Instituto e apurado pela EY. Em dezembro de 2021, o IAV-IDV fechou em queda de 5,8%, em comparação com dezembro de 2020.

Os principais fatores macroeconômicos que poderão ajudar a impulsionar o varejo neste ano são o aumento da renda, a diminuição do desemprego e a redução nas taxas de juros. O aumento da confiança do consumidor e o avanço da vacinação contra a covid-19 também deverão contribuir no crescimento das vendas.

“Por meio desta pesquisa mensal, os varejistas possuem dados sobre as projeções de vendas para os próximos meses que os ajudam a balizar os seus investimentos, ações de marketing, operações logísticas, entre outros, pois o IAV-IDV consegue antecipar, nos três meses seguintes, a tendência dos indicadores da PMC (Pesquisa Mensal do Comércio), do IBGE“, diz Marcelo Silva, presidente do IDV.

Índice consolida evolução das vendas

Criado em outubro de 2007, o IAV-IDV é um índice que consolida a evolução das vendas efetivamente realizadas pelos associados do IDV, permite projetar expectativas para os próximos meses e, assim, servir de base de informação para a tomada de decisão dos executivos do varejo.

Para se chegar aos números apresentados pelo IAV-IDV, as empresas associadas reportam seus próprios resultados e suas expectativas sobre vendas nos meses seguintes.

O IDV representa 75 empresas varejistas de diferentes setores, como alimentos, eletrodomésticos, móveis, utilidades domésticas, produtos de higiene e limpeza, cosméticos, material de construção, medicamentos, vestuário e calçados.

Comércio e serviços foram segmentos que mais cresceram entre PMEs

Tecnologia é apontada como pilar para que pequenas e médias empresas possam continuar crescendo em 2022, mostra estudo da Omie.

A Omie, startup especialista em sistemas de gestão em nuvem para pequenas e médias empresas, lançou nessa quinta (27) o Índice Omie de Desempenho Econômico das PMEs (IODE-PMEs). O levantamento considera o faturamento médio mensal de mais de 87 mil PMEs brasileiras e funciona como um termômetro econômico das companhias com faturamento de até R$ 50 milhões anuais.

O ano passado, apesar de desafiador, mostrou que a atividade econômica das PMEs ganhou fôlego no segundo semestre. Porém, o fraco desempenho dos setores agropecuário e indústria restringiu o resultado consolidado de 2021.

Dentre os principais setores monitorados pelo IODE-PMEs, 2021 foi marcado pelo fraco desempenho da Agropecuária (-10,7% ante 2020), da Indústria (-5,9%) e, em menor medida, da Infraestrutura (-0,3%). Por outro lado, houve crescimento expressivo em Comércio e Serviços (+11,7% e +13,5%, respectivamente), principais setores favorecidos pelo avanço da vacinação contra a covid-19 no Brasil e, consequentemente, pela reabertura da economia.

No setor de Serviços destacaram-se positivamente: Atividades Imobiliárias (+54,3% ante 2020);  Transporte, Armazenagem e Correio (+22,6%) e; Atividades Financeiras, de Seguros e Serviços relacionados (+21,8%).

Já no segmento industrial, apesar do bom desempenho da ‘Indústria extrativa’ (+16,7% ante 2020), o enfraquecimento da ‘Indústria de transformação’ (-6,2%), que vem sofrendo, globalmente, por conta dos efeitos das primeiras ondas da pandemia, condicionou a retração do setor como um todo. A crise sanitária também causou a interrupção de diversas cadeias globais de produção e ocasionou desabastecimento e grande pressão sobre custos de componentes básicos.

“A tecnologia, para as PMEs, quer dizer produtividade e competitividade. Nós percebemos que a curva de crescimento para quando o dono começa a perder o contato visual com o negócio.  Ele começa a perceber que tem vazamento de recursos e se se lembra de quando ele era menor e dava tudo certo e decide dar um passo para trás. A tecnologia vem para dar capacidade de visão do negócio para esse pequeno empresário continuar crescendo. Ou seja, a tecnologia de gestão é a fundação necessária para a empresa crescer”, comenta Marcelo Lombardo, cofundador e CEO da Omie.

Perspectivas para 2022

As projeções do estudo apontam um avanço de 1,2% em 2022. “O cenário tem como base a perspectiva de continuidade da retomada que vem sendo observada no mercado de trabalho, viabilizada pela reabertura da economia com o avanço da vacinação contra a covid-19 no país, além da projeção de maior controle da inflação frente ao observado no ano anterior”, afirma Felipe Beraldi, especialista de Indicadores e Assuntos Econômicos da Omie.

A empresa acredita que haja uma retomada da demanda por serviços, considerando as menores restrições observadas na economia, além da continuidade do crescimento do setor de Comércio – ainda que em menor intensidade. A expectativa também é positiva para o setor agropecuário, diante da expectativa de recuperação das safras agrícolas, após os efeitos adversos da crise hídrica em 2021.

Por outro lado, a recente subida da taxa Selic pelo Banco Central – justamente para conter as pressões inflacionárias – tende a atenuar os efeitos positivos esperados sobre as atividades das PMEs neste ano, sobretudo por encarecer o crédito e prejudicar os investimentos na economia de modo geral. Neste contexto, como destaques setoriais negativos para 2022, o índice elenca novamente a Indústria – que deve continuar sofrendo no início do ano com o desbalanceamento das cadeias produtivas globais.

O especialista alerta para a importância de programas de suporte aos microempreendedores e às empresas de pequeno porte, principalmente após as crises econômicas. Nesse sentido, ganham relevância para incentivar o desempenho das PMEs neste ano os debates em torno dos programas de renegociação de dívidas de empresas do Simples Nacional, assim como medidas de incentivo ao crédito.

“Momentos de grandes incertezas na política costumam ser marcados por paralisações de investimentos e perda de ímpeto do consumo, o que pode afetar negativamente o desempenho econômico das PMEs brasileiras”, conclui Felipe.

Rede de mercados autônomos Market4u dobra de tamanho em 2021

O crescimento também impactou na estrutura da empresa, que precisou dobrar o tamanho da equipe de um ano para o outro.

A rede de mercados autônomos Market4u fechou o seu segundo ano de operação se consolidando como uma das principais do segmento na América Latina. A startup, que foi criada em Curitiba (PR) e agora já está presente em mais de 100 municípios, cresceu 100% no período de um ano e atingiu a marca de 2.000 unidades, entre próprias e franqueadas.

“Foi um ano de muito trabalho. A gente não parou um minuto, pelo contrário, sempre pensando em melhorar nossa solução para os clientes, fazer com que a experiência Market4u fosse satisfatória em todas as unidades do País”, comenta Eduardo Córdova, CEO da market4u.

O crescimento também impactou na estrutura da empresa, que precisou dobrar o tamanho da equipe de um ano para o outro. Além disso, a empresa precisou mudar para um escritório maior e agora está em um novo local com 520 m².

A empresa destaca que um dos principais fatores para o crescimento foi a criação do “É daqui”, rede social de classificados de condomínio, uma plataforma criada dentro do próprio aplicativo. Por meio da plataforma, é possível anunciar produtos e serviços para os vizinhos. “Isso fortalece os relacionamentos dentro da comunidade e também movimenta a economia local”, destaca o CEO.

Além disso, a empresa implantou unidades em academias de ginástica e também em condomínios comerciais e grandes escritórios, como os da CSN (Companhia Siderúrgica Nacional) e do banco BV.

O bom ano da companhia rendeu alguns prêmios, como o Top de Marketing 2021 na categoria Startup/PME e o primeiro lugar na órbita Varejo do reality show Rocket Startup da RPC/TV.

10 mil unidades no País

Para o ano de 2022, o objetivo da Market4u é encerrar o ano com 10 mil unidades pelo País, o que resultaria em um crescimento de 500%. Para atingir essa meta, a companhia pretende contratar 200 novos funcionários, com prioridade para a área de tecnologia.

Além disso, a empresa visa melhoria no sistema de segurança com visão computacional e Inteligência Artificial e Business Inteligence (B.I). Já no primeiro semestre o objetivo é lançar um marketplace no próprio aplicativo que dará a possibilidade de os condôminos encomendarem produtos de diferentes estabelecimentos e receberem em casa em até 24 horas e sem custo adicional.

Vai pagar como? Por que a forma de pagar agora faz diferença para o consumidor

NRF 2022 eleva a importância de pagamentos digitais, contactless, PIX e novos formatos como fundamentais para a boa experiência e retenção de clientes; confira!

O consumidor está comprando e pagando de forma diferente. Com a adoção de soluções alternativas de pagamento – incluindo o Compre Agora e Pague Depois (Buy Now, Pay Later, do original em inglês, modalidade, aliás, bem conhecida dos brasileiros), que alcançou mais de 45 milhões de consumidores dos EUA acima de 14 anos em 2021 – o varejo tem uma grande oportunidade para adotar opções de pagamento inovadoras e que não termina no checkout. Toda essa dinâmica esteve presente na NRF 2022.

Um bom exemplo foi debate entre Ian Leslie, Diretor Sênior da Bolt (desenvolver de serviços para pagamento sem caixa), Mason Lin, CEO da Pockit (uma carteira digital global) e Daina Melencio, Sócia da XRC Labs, que revelaram como essas plataformas podem ajudar as marcas a atrair e reter novos clientes por meio de atividades de marketing dedicadas em mídias sociais, boletins informativos, eventos e ativações exclusivas de compras.

Sob a perspectiva do consumidor, o que ele demanda em termos deméritos de pagamento? Na opinião de MasonLin,o consumidor pede o mínimo de fricção nos pagamentos e velocidade de resolutividade. Os avanços no Sudeste Asiático são expressivos, com uma infraestrutura toda desenvolvida para permitir que as pessoas resolvam sua vida pelo celular a partir dos chamados super apps.

Ian Leslie disse que sua empresa, a Bolt, registrou crescimento superior a 40%, beirando 50% de uso dos meios de pagamento que não são cartões ou dinheiro, particularmente com carteiras digitais. E qual foi o impacto da pandemia na adoção de meios de pagamento sem contato e baseados no celular? Tudo isso transcende o pagamento, as pessoas querem maior conveniência, rapidez e facilidade evitando caixas, filas e obstáculos.

Como é essa conveniência no e-commerce?

No lado do e-commerce, acessibilidade e opções para melhorar a conversão das vendas são determinantes. A covid-19 trouxe um senso de urgência para o varejo adotar novas tecnologias que tornassem a jornada do cliente mais eficiente e inteligente. Não importa se o canal era físico ou digital, a flexibilidade era essencial. A facilitação do pagamento tinha de obedecer à promessa da publicidade. O cliente vê um anúncio, clica nele e então quer resolver a venda da forma mais simples e instantânea. É uma mudança de mentalidade que atravessa fronteiras.

No Brasil, pudemos constatar essa necessidade a partir da adoção estrondosa do PIX, que democratizou as transferências entre pessoas e facilitou o pagamento de compras pequenas sem a necessidade de uso dos cartões físicos. Para os varejistas, é imprescindível que as novas formas de pagamento possam sem implementadas por meio de APIs simples, com integração funcional, para eliminar os ruídos e pontos de dor sempre associados às transferências, particularmente as tarifas.

Mas adotar um novo meio de pagamento depende de processos simples, tarefa desafiadora quando conhecemos o processo no Brasil, com as legislações estaduais de ICMS que podem sempre impactar na construção ou adoção de um meio de pagamento. O importante é ressaltar que meios de pagamento mais ágeis, baseados em aplicativos e sistemas sem contato, aumentam as taxas de conversão no e-commerce mesmo nas lojas físicas.

Os negócios tendem a se tornar mais locais, mas ainda assim, o consumidor quer se beneficiar de economia de tempo. De todo modo, pagamentos sem contato serão agora elementos indissociáveis da experiência em todos os mercados.

O que esperar do futuro?

O futuro dos pagamentos ainda traz a dinâmica das criptomoedas e a possibilidade de uso em qualquer lugar e em qualquer dispositivo, incluindo transações no Metaverso. Os checkouts estão em processo acelerado de aposentadoria, porque os consumidores querem que todo o processo seja limitado a 3 passos no máximo, e, novamente, independentemente do canal.

É fato que quando o consumidor ganha uma conveniência para fazer transações, rapidamente a adota de modo intenso. O PIX está aí para provar. Quanto mais frequentarem os marketplaces, que irão dominar a paisagem digital e crescer inclusive em termos de criarem super apps, mais os clientes darão preferência ao pagamento invisível. É parte do conforto digital que passa a ser um conceito dominante nas interações entre empresas e clientes.

E-commerce brasileiro fecha 2021 com alta de 48,41% no faturamento

O faturamento do comércio eletrônico brasileiro teve um resultado expressivo no ano de 2021, com alta de 48,41%. Seguindo essa tendência, no mesmo período as vendas também se expandiram: 35,36%. Os dados são do índice MCC-ENET, desenvolvido pela Neotrust | Movimento Compre & Confie, em parceria com o Comitê de Métricas da Câmara Brasileira da Economia Digital (camara-e.net).

“O forte crescimento das vendas online em 2021 revela um novo hábito do consumo, com migração de compras para a internet. No ano passado, não tivemos períodos críticos de confinamento e quarentena como em 2020, e, mesmo assim, os consumidores adotaram em maior proporção as compras remotas. Em novembro de 2021, o e-commerce representou 17,9% das vendas varejistas, um recorde no histórico observado desde janeiro de 2018, quando a penetração era de apenas 4,7%”, afirma Gastão Mattos, responsável pela Divisão de Varejo Online da camara-e.net.

Vendas online

Na análise das vendas praticadas pela internet, referente à comparação entre dezembro de 2021 com o mesmo mês do ano anterior, houve expansão de 15,15%. Por sua vez, quando a avaliação é entre os meses de dezembro e novembro, houve queda de 27,48%.

Considerando os dados por região, na comparação de dezembro de 2021 e o mesmo período de 2020, os resultados foram: Norte (32,70%); Centro-Oeste (26,55%); Nordeste (23,69%); Sul (15,24%); e Sudeste (11,99%).

Já no acumulado dos últimos 12 meses, o desempenho foi: Norte (56,16%); Centro-Oeste (52,58%); Nordeste (48,43%); Sul (38,98%); e Sudeste (30,30%).

Faturamento

Quando o período comparado foram os meses de dezembro (2021 e 2020), a métrica de faturamento teve alta de 16,52%. Mas, em contrapartida, entre dezembro e novembro houve queda de 39,50%.

Os resultados por região, usando a base de comparação entre os meses de dezembro (2021 e 2020), foram: Centro-Oeste (27,68%); Norte (25%); Sul (21,87%); Nordeste (20,03%); e Sudeste (12,82%).

No acumulado dos últimos 12 meses, a configuração ficou da seguinte forma: Centro-Oeste (67,73%); Norte (61,13%); Sul (57,97%); Nordeste (56,91%); e Sudeste (41,65%).

Participação do e-commerce no comércio varejista

Em novembro de 2021, o e-commerce representou 17,9% do comércio varejista restrito (exceto veículos, peças e materiais de construção). No acumulado dos últimos 12 meses, nota-se que a participação do e-commerce no setor corresponde a 12%. Vale destacar que esse indicador foi feito a partir da última Pesquisa Mensal do Comércio do IBGE, divulgada no último dia 14.

Categorias

Em novembro de 2021, a composição de compras realizadas pela internet, por segmento, ficou da seguinte forma: equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (43,4%); móveis e eletrodomésticos (28%); e tecidos, vestuário e calçados (10,2%). Na sequência, artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (6,9%); outros artigos de usos pessoal e doméstico (5,6%); hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (3,8%); e, por último, livros, jornais, revistas e papelaria (2,1%). Esse indicador também utiliza a Pesquisa Mensal do Comércio do IBGE como base.

Consumidores Online

Outra métrica avaliada pelo MCC-ENET revela que, no trimestre de outubro a dezembro de 2021, 18,5% dos internautas brasileiros realizaram ao menos uma compra online.

Para compor o índice, a Neotrust | Compre & Confie coleta 100% de todas as vendas reais de grande parte do mercado de e-commerce brasileiro, utilizando adicionalmente processos estatísticos para composição das informações do mercado total do comércio eletrônico nacional. Também são consideradas informações dos indicadores econômicos nacionais do IBGE, IPEA e FGV.

Desempenho do varejo deve ser negativo no 1º trimestre, diz Ibevar

O desempenho do varejo nacional deve ser negativo no primeiro semestre deste ano na comparação com o mesmo período do ano passado, de acordo com levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo e Consumo (Ibevar), sobre as vendas no período. Segundo dados da pesquisa de intenção de compra, as projeções do varejo ampliado indicam queda de 2,22% para o primeiro trimestre de 2022, em relação ao mesmo período do ano passado. Já em comparação ao trimestre anterior, observa-se baixa de 0,35%.

De acordo com a pesquisa essa queda deve ser sustentada pelas categorias de materiais de construção (-5,05%); móveis e eletrodomésticos (-3,73%); escritório, informática e comunicação (-3,61%); combustíveis e lubrificantes (-2,56%); livros, jornais, revistas e papelaria (-0,88%) e hipermercados e supermercados (-0,58%).

Segundo o economista e presidente do IBEVAR, Claudio Felisoni de Angelo, esse resultado é um importante alerta para a economia brasileira, já que a queda está associada ao aumento da taxa de juros básica do país, a inflação e a deterioração do poder de compra do consumidor.

“No ano passado, a inflação alcançou a casa dos dois dígitos, o que influenciou negativamente o crescimento sustentável do consumo. Além disso, com o movimento ascendente das taxas de juros do país, em conjunto com a recuperação limitada do emprego, o varejo brasileiro deve contrair. Ou seja, os resultados em 2022 apontam para uma redução das vendas, em comparação ao ano anterior ”, analisou Felisoni.

E-commerce supera vendas em shopping centers no Brasil

Estudo da gestora Canuma Capital, publicado essa semana pelo jornal O Estado de São Paulo, e confirmado pelo E-Commerce Brasil, mostra que as vendas online atingiram R$ 260 bilhões em 2021, superando em R$ 160 bilhões o total de vendas registrado em 2019, período pré-pandemia.

Em 2019, os shoppings do Brasil faturaram cerca de R$ 190 bilhões, e a previsão é que esse número tenha caído para cerca de R$175 bilhões em 2021, considerando as mesmas lojas, conforme estudo.

Segundo a Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce), o Brasil tem um total de 601 shoppings, com um total de 110.938 lojas. Para a realização de seu estudo, a Canuma Capital utilizou dados dos grupos de capital aberto, incluindo as próprias empresas de comércio eletrônico, informações sobre shoppings investidos por fundos imobiliários, dados de associações e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), explicou Marcelo Vainstein, sócio da Canuma e ex-diretor da Brookfield Property Group, ao Estadão. “Os shoppings terão de se reinventar para ter a mesma receita por metro quadrado”, avalia Vainstein.

Vale lembrar a diferente penetração do e-commerce nas diferentes regiões do país (o e-commerce ainda é muito concentrado na região sudeste), o que quer dizer que o impacto nos shoppings é diferente em
cada uma das regiões.

O estudo apontou ainda que os shoppings brasileiros perderam aproximadamente R$ 35 bilhões de vendas para o e-commerce, além de outros R$ 15 bilhões de serviços uma vez que os shoppings receberam menor fluxo de pessoas em cinemas e área de alimentação, por exemplo.

Para o especialista do setor de varejo e e-commerce, conselheiro do E-Commerce Brasil e Sócio da OnFly, Marcelo Linhares, este número traz luz ao crescimento do mercado de comércio eletrônico, ao passo que sinaliza, pelo menos no curto prazo, uma estagnação do segmento de shoppings centers.

“Hoje todo mundo fala sobre convergência de canais, entre online e off-line, mas ainda há por parte dos shopppings centers uma completa inabilidade em entender em como desenvolver esta convergência. Modelos como ‘compre online e retire na loja’, por exemplo, deveriam ser estimulados pelos shoppings, e não punidos, cobrando comissões adicionais dos lojistas.”

Marcelo ainda destaca que as iniciativas digitais das grandes redes de shoppings centers no Brasil, com modelos de “marketplace” fracassaram ou possuem volumes transacionados irrisórios. “É o momento,
definitivamente, dos shoppings centers se reinvantarem como indústria, saindo essencialmente de um modelo de ‘real state’ para uma indústria mais digital, com fortes competências de marketing digital e
relacionamento com os consumidores e com os lojistas. Se os shoppings não executarem bem a convergência entre canais, é provável que se tornarão cada vez mais um ambiente de entretenimento e alimentação, e menos de varejo e transacional.”

Estima-se que o e-commerce já representa cerca de 13% do total de vendas de todo o varejo do Brasil no período pós pandemia, enquanto esse número representa 20% nos EUA e já supera os 50% na China.