Vendas do varejo brasileiro registraram crescimento de 7,5% em novembro

Segundo índice Mastercard SpendingPulse, destaque foram Combustíveis, Restaurantes, Materiais de Construção e Supermercados.

Os setores de Combustíveis (+42,6%), Restaurantes (+19,5%), Materiais de Construção (+11%) e Supermercados (+10,8%) superaram a taxa de crescimento das vendas totais no varejo, enquanto em Móveis e Eletrônicos (-10%), Móveis para Casa (-6,6%) e Artigos de Uso Pessoal (-1,7%), o crescimento das vendas no varejo foi menor na comparação com o mesmo período do ano passado.

Em termos de vendas totais nas regiões, Norte (+14,7%), Centro-Oeste (+9,7%), Sul (+9,4%) e Nordeste (+8,2%) superaram as demais regiões do país, enquanto no Sudeste (+6,3%), o desempenho foi inferior ao crescimento das vendas nacionais.

Vendas no comércio eletrônico

Como resultado do rápido crescimento do e-commerce experimentado no ano passado, as vendas do comércio eletrônico no Brasil diminuíram -16,5% em comparação com novembro de 2020.

Nos critérios do Mastercard SpendingPulse, as vendas no comércio eletrônico são vendas de bens e serviços nas quais os compradores fazem um pedido ou o preço e os termos da venda são negociados pela internet, em um dispositivo móvel (M-commerce), Extranet, rede EDI (Electronic Data Interchange), correio eletrônico ou outro sistema online comparável. O pagamento pode ou não ser feito online.

Comparativo ano a dois anos

Para uma melhor compreensão do que significam esses números, a comparação com 2019 revela índices interessantes para análise: as vendas totais no varejo cresceram +19,1% no comparativo ano a dois anos e as vendas de e-commerce aumentaram +39,7%quando comparadas com o mesmo mês de 2019.

“Essa comparação com o período pré-pandêmico nos fornece insights relevantes para analisar as preferências de consumo dos brasileiros. Ao nos aproximarmos do fechamento de 2021, podemos constatar que o e-commerce realmente passou a fazer parte dos hábitos de consumo – e, quando comparado ao cenário de vendas de 2019, está em constante crescimento. Tal comportamento era esperado, porque depois que os brasileiros experimentaram a praticidade, segurança e facilidade com as compras online, fica mais difícil abandoná-las”, afirma Estanislau Bassols, gerente-geral da Mastercard Brasil.

Volume de vendas não acompanha aumento de circulação no comércio e serviços

Circulação em restaurantes, cafés, shopping centers, parques temáticos, museus, bibliotecas e cinemas cresceu 12% entre junho e setembro.

Fortemente atingidos pela pandemia de covid-19, os setores de comércio e serviços já demonstram tendência de recuperação da circulação de pessoas aos níveis pré-pandêmicos, mas a atividade econômica e o volume de vendas não estão acompanhando o crescimento nos indicadores de mobilidade.

Segundo o relatório Mercado de Pagamentos em Dados, do Instituto Propague, em parceria com a área Economic Research da Stone, a média móvel de circulação em restaurantes, cafés, shopping centers, parques temáticos, museus, bibliotecas e cinemas passou de -20%, em junho deste ano, para -8,14% no final do terceiro trimestre. O estudo usou dados do Google para mostrar essa evolução e comparou os números com fevereiro de 2020, momento exato do início da pandemia.

“Apesar da melhora representativa nos medidores de mobilidade, o estudo apontou que a atividade econômica não retomou os patamares pré-pandemia. Entre os segundo e terceiro trimestres de 2021, houve uma queda de cerca de -0,4% no volume mensal médio transacionado no trimestre, com redução ainda maior na comparação com o mesmo trimestre de 2020, que ficou em -1,6%”, afirma Bernardo Piquet, diretor do Instituto Propague.

Supermercados e hipermercados registraram retração no volume de vendas de 0,9% entre os segundo e terceiro trimestres de 2021. O setor de combustíveis e lubrificantes apresentou queda ainda maior totalizando 1,5% a menos de vendas no terceiro trimestre de 2021.

Uma das quedas mais significativas no setor de comércio foi no setor de móveis e eletrodomésticos, com retração de 4,5% no volume de vendas.

O estudo mostra também que o setor de livros, jornais, revistas e papelaria chegou a setembro de 2021 com valores 35% menores do que os de fevereiro de 2020, mesmo com a mobilidade tendo aumentado significativamente.

Taxas positivas

No comércio, apenas o segmento de tecidos, vestuário e calçados apresentou taxa positiva, com crescimento de cerca de 5,8%.

Em setores relacionados a serviços, o estudo mostra que o volume de vendas cresceu cerca de 3% no comparativo entre a média mensal do segundo e o terceiro trimestres de 2021. Quando comparado com o mesmo trimestre de 2020, o crescimento foi de mais de 15%, mostrando uma recuperação mais expressiva do que aquela apresentada no comércio.

O setor de alojamento e alimentação cresceu cerca de 18,6% desde o segundo trimestre de 2021, ainda que siga operando em níveis aquém daqueles alcançados pré-pandemia: em setembro de 2021, o valor em sua média móvel anual seguia 20% menor do que o valor registrado em fevereiro de 2020.

Um outro setor de serviços que apresentou crescimento com o aumento de circulação das pessoas foi o de transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio, atingindo um patamar cerca de 7% maior daquele observado em fevereiro de 2020, com um expressivo aumento de mais de 18% na média mensal entre o terceiro trimestre de 2020 e o de 2021.

Recuperação lenta

O estudo mostra, no entanto, que apesar do expressivo aumento da mobilidade em locais importantes para o comércio e o serviço, de forma geral os setores estão se recuperando de forma lenta. Entre os fatores que explicam a lentidão do retorno da atividade econômica estão a inflação e a alta nos juros.

A Black Friday mais omnicanal da história atendeu às expectativas?

Os resultados da Black Friday de 2021, monitorados pela Neotrust, apontam que o comércio eletrônico movimentou R$ 5,419 bilhões, um crescimento de 5,8% em relação à edição passada.

Contudo, apesar do número positivo, Paulina Gonçalves Dias, head de Inteligência da Neotrust, disse ao InfoMoney que o faturamento ficou abaixo da expectativa. Ela destacou que, neste ano, foram 7,6 milhões de pedidos no período, 0,5% abaixo do desempenho registrado na quinta-feira e na sexta-feira de 2020.

O tíquete médio, por sua vez, foi de R$711,38 em média, 6,4% mais alto que em 2020. Já para o varejo físico, de acordo com dados do Cielo-ICVA – Índice Cielo do Varejo Ampliado, o varejo cresceu 2% em relação ao ano passado.

Ainda assim, apesar do aumento em relação a 2020, o patamar de faturamento do varejo foi 9,1% inferior ao registrado em 2019 – reflexos ainda da pandemia e da atual conjuntura econômica global.

Como os varejistas avaliam a performance?

Segundo Marcelo Fujimoto, CEO e Founder da Mandaê, antes da Black Friday (BF), mais de 80% de seus clientes estavam otimistas com a data, esperando alta nas vendas de até 30%.

“Aqui na Mandaê, a data foi muito boa. Batemos o nosso recorde de processamento diário e crescemos 61% no dia da Black Friday (comparando com 2020). Também tivemos crescimento de 150% de volume em alguns dias, se comparado a dias normais, sem sazonalidade”, comenta o executivo.

Fujimoto acredita que, pelos resultados das expectativas da pesquisa que fizeram antes da data e com a confirmação de crescimento expressivo no número de processamentos diários que tiveram, a maioria de seus clientes vivenciaram positivamente a edição 2021. “Mas é uma percepção ainda preliminar, já que estamos realizando esse estudo qualitativo pós BF”, pontua.

Entre erros e acertos

O CEO da Mandaê destaca que a maior parte dos lojistas se prepararam para a Black Friday com cerca de 1 mês de antecedência.

Ele acredita que o preparo prévio da loja, com investimentos em reposição de estoque, infraestrutura, revisão dos meios de pagamento do checkout e planejamento das promoções são essenciais para se obter sucesso nessa data.

“Sem o preparo prévio, a performance pode não ocorrer da forma esperada. Além disso, foi-se a época que a BF era um evento de apenas um dia. Vimos muitos dos nossos clientes anteciparem suas promoções. Ano após ano, as ofertas passaram a ser promovidas de forma antecipada. Isto não apenas estimulou as vendas ao longo de todo o mês de novembro, como também permitiu ao comércio online evitar problemas operacionais, mantendo uma boa experiência de compra nas plataformas”, acredita Fujimoto.

Porém, um ponto de atenção destacado pelo CEO foi o aumento de 131% das tentativas de fraude, apontadas por um estudo da ClearSale. Os dados não revelam a quantidade de fraude efetivada, mas sem dúvida é preciso continuar fortalecendo os sistemas de segurança de compra de todas as plataformas.

“Outro ponto que talvez tenha gerado uma certa decepção foi o crescimento um pouco menor do que o esperado. Talvez tenha frustrado alguns setores, mas não foi o que aconteceu na Mandaê, pelo contrário, estamos muito satisfeitos”, conclui.

Desafios pós Black Friday

A Black Friday se consolidou como a principal data sazonal do e-commerce no Brasil. Mesmo 2021 sendo um ano desafiador, com a pandemia ainda em curso, taxa de desemprego e inflação em alta, a edição deste ano ainda apresentou crescimento em comparação à 2020.

É verdade que muitos esperavam mais, mas vale lembrar que as restrições de circulação e compras em loja física no ano passado eram bem maiores que neste ano, portanto, nessa retomada, tivemos mais pessoas indo aos shoppings para comprar, o que, de certa forma, impacta também as vendas no e-commerce.

“Mas, mesmo assim, tivemos crescimento em meio a forte retração econômica, algo para celebrarmos. Por aqui, estamos colhendo resultados ainda melhores do que o planejado”, celebra o CEO.

Para Fujimoto, o maior desafio nos dias pós Black Friday é o de parar para avaliar onde houve erros.

“Como fazer o mea-culpa se é preciso entregar produtos, administrar reclamações e devoluções e ainda seguir vendendo já na campanha pré-natalina”, questiona o executivo?

Para ele, além de contratar apoio, é preciso aceitar que as decisões urgentes têm que ser tomadas com uma ínfima margem de erros.

“As semanas, daqui até o Natal, poderão ser melhores que as de 2020, mas será preciso tratar o pequeno ou médio e-commerce com um profissionalismo de quem lidera uma empresa de milhares de funcionários. No comércio eletrônico a sinergia entre estratégia de venda e de entrega sempre pode ser melhorada e ajustada, mesmo que seja em meio a pressão da maratona de final de ano”, conclui o CEO.

De olho no empreendedorismo feminino, Marisa estimula geração de renda entre consumidoras

Plataforma oferece workshops e treinamentos gratuitos para alavancar as vendas e comissões das empreendedoras.

Visando estimular o empreendedorismo feminino, a rede de moda feminina e lingerie Marisa anunciou a repaginação do Programa Sou Sócia, que foi lançado em maio de 2020 e hoje funciona como sua plataforma de venda digital.

O programa foi modernizado com o propósito de ajudar as consumidoras da Marisa a gerarem renda extra com a venda de produtos da marca. O programa é válido em todo o país e permite a venda de todos os itens disponíveis nas lojas físicas pelo site da marca.

Além de reformulação do layout, com a repaginação a plataforma ganhou um sistema mais intuitivo, desenvolvido com base na experiência e vivência das próprias “sócias”.

Somadas à oferta de workshops e treinamentos gratuitos, a estratégia visa alavancar as vendas e comissões das empreendedoras. Aliás, a comissão varia de 5% a 10% e não incide apenas sobre as vendas dos produtos, mas também sobre serviços como entrega e frete.

Vendas descomplicadas

“Nosso objetivo com essa reformulação é certificar que mais consumidoras possam ter acesso à plataforma e a conteúdos exclusivos para divulgação das vendas de forma descomplicada. Esta é mais uma iniciativa da Marisa que reforça o nosso comprometimento de estimular o empreendedorismo feminino”, afirma Rodrigo Poço, vice-presidente de Tecnologia e Digital da rede.

Lançado em maio de 2020, o Sou Sócia permite a venda de todos os itens disponíveis nas lojas físicas da Marisa por meio do site da marca, mas com a possibilidade de usar o código da vendedora em questão, também por meio de um link com URL personalizada.

Com mais de 70 anos de mercado, a marca tem buscado fortalecer a autoestima das mulheres brasileiras ao longo de sua história. Reconhecida pelo slogan “De Mulher para Mulher”, a rede Marisa está presente em todas as regiões do Brasil e conta com quase 350 lojas. Com e-commerce há mais de 20 anos, a Marisa também possui uma divisão de produtos e serviços financeiros, o MBank, criado para oferecer financiamento das compras feitas nas lojas da rede.

 

Com atraso e aos poucos, atacarejos se rendem às vendas pela internet

Seguindo o comércio varejista, o setor de atacado começa a se digitalizar, de olho em regiões mais distantes do País. A iniciativa ainda é tímida, mas é apontada por especialistas como uma tendência irreversível, já que a aposta é que, mesmo com o fim da pandemia, as pessoas continuem a comprar pela internet.

Prova disso é que a Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores (Abad) iniciou, na semana passada, um marketplace batizado de AbasteceBem. O shopping virtual é voltado a venda a empresas, e não ao consumidor final. “A demanda de um marketplace veio dos próprios atacadistas”, conta Leonardo Severini, presidente da Abad. Por enquanto, sete atacadistas participam do marketplace, mas há 150 empresas interessadas.

O e-commerce entre os atacadistas é algo relativamente novo. Pesquisa da consultoria Nielsen para a Abad revelou que, em setembro do ano passado, quase metade dos atacadistas (48,4%) não estava no comércio online, 19,7% estavam em fase de construção desse canal e 31,9% já usavam o e-commerce. Destes, só um terço estava em marketplaces.

É uma realidade que começa a mudar. Em agosto, o Atacarejo Raiz ingressou no Mercado Livre. A empresa faz parte do grupo Lopes, de Guarulhos (SP), que tem 29 lojas de supermercados e três atacarejos. A companhia viu a possibilidade de chegar aos 70 milhões de clientes ativos do gigante da internet. “É uma plataforma de vendas muito forte, com um potencial de negócio fantástico”, afirma José Osvaldo Leivas, diretor-presidente do Lopes Supermercados.

Custos

German Quiroga, consultor técnico do projeto da Abad, diz que o baixo custo de acesso ao marketplace é o grande atrativo. “É óbvio que a loja física continua super-relevante, mas o consumidor mudou. Temos de pensar numa forma mais inteligente e barata para atender os clientes”, diz.

No marketplace da Abad, cada atacadista administra as suas entregas ou as mercadorias vendidas podem ser retiradas pelos clientes nas lojas. O objetivo é ter em três anos o marketplace consolidado, prevê o presidente da associação.

Já no caso do Raiz, os estoques ficam nos centros de distribuição do Mercado Livre pelo Brasil, que garantem a realização da entrega em até dois dias. “Se o cliente compra da indústria ou de outro distribuidor, demora de cinco a seis dias para receber o produto”, explica Leivas. Uma parte do custo do frete é subsidiada pelo atacarejo e a outra, pelo consumidor.

O Raiz já negocia a entrada do atacarejo em um segundo marketplace e planeja ter o próprio site no ano que vem, além de manter a presença nas plataformas de entrega rápida.

Devagar

Enquanto atacadistas e atacarejos menores avançam no online, os gigantes do atacarejo caminham em marcha lenta. O Assaí, que pertence ao gigante francês Casino (também dono do Grupo Pão de Açúcar), não tem e-commerce próprio nem está em marketplaces. No momento, no entanto, o atacarejo tem um projeto ousado de abertura de lojas físicas.

Em setembro, a companhia fechou parceria com o aplicativo de entregas Cornershop by Uber. O Assaí informa que, por enquanto, a melhor estratégia para atender seu cliente é usar aplicativos de última milha (chamado de “last mile”). A companhia tem intenção de fechar acordos com outros aplicativos desse segmento nos próximos meses.

Faz um ano que o concorrente Atacadão, que pertence ao grupo Carrefour, comprou a CotaBest, uma startup referência no mercado de atacado online. Com isso, montou um marketplace onde estão presentes 300 vendedores parceiros. A empresa informa que os clientes desse marketplace são outras empresas, e não o consumidor final. A companhia também firmou parcerias com aplicativos de entrega, como Rappi e Cornershop.

“Assaí e Atacadão estão mais atrasados na digitalização, estão entrando de forma mais experimental”, afirma Quiroga, da Abad. A razão, segundo o consultor, é que essas redes de atacarejo têm uma posição muito interessante no mercado com lojas tradicionais. Por isso, optam por explorar outros canais de vendas apenas quando atingem uma posição consolidada no varejo físico.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

Primeiras 13h da Black Friday movimentam quase R$ 2 bilhões, com crescimento recorde do e-commerce

O faturamento da Black Friday no e-commerce já movimentou R$ 3,05 bilhões desde a madrugada da última quinta 25, e 2021 caminha para se tornar o ano mais relevante para o comércio online na data. Apenas nesta sexta, dia em que são anunciadas as maiores promoções, varejistas e marketplaces virtuais faturaram R$ 1,9 bilhão, segundo levantamento da Neotrust.

O levantamento das 13h desta sexta consolida o cenário observado no e-commerce na véspera da Black Friday: alta do faturamento sendo puxada pelo aumento do valor do tíquete médio, que chegou a R$ 681,36, 5% maior ante 2020. O valor, bem superior ao observado no “esquenta” Black Friday, de R$ 553.

De olho nas melhores ofertas, o horário mais procurado para realizar compras nesta Black Friday foi entre 10h e 11h, em que 308,3 mil. E os campeões de compras foram os jovens entre 26 e 35 anos (35,17%), mulheres (57%) e moradores da Região Sudeste, que concentram 56,3% do faturamento total.

Na mesma toada da véspera, os smartphones não lideram o ranking de categorias mais procuradas na Black Friday. Até 13h, era o terceiro setor mais procurado, atrás de moda e acessórios e beleza e perfumaria. Os eletroportáteis estão apenas na terceira colocação.

Na véspera, balanço diário da consultoria NielsenIQ Ebit mostra que as varejistas e maketplaces online fecharam no dia com saldo positivo no crescimento nominal, que saltou 10% no dia, em comparação com 2020, chegando a R$ 1,05 bilhão, aliado ao tíquete médio com alta de 15%, a R$ 661. Por outro lado, o número de pedidos caiu 4%, para 1,54 milhões.

Cyber Monday: entenda o que é a data e a diferença para a Black Friday

Evento surgiu em 2005 nos Estados Unidos e oferece descontos para compras no e-commerce.

A Black Friday já se tornou o segundo evento anual mais importante para o varejo brasileiro, mas além dela há também a Cyber Monday. As duas surgiram nos Estados Unidos, mas a primeira tem foco no varejo físico, enquanto a segunda foi pensada para o e-commerce.

A Cyber Monday acontece na primeira segunda-feira após a Black Friday. Neste ano, ela será em 29 de novembro.

Apesar do nome “cyber”, o evento não é voltado para produtos cibernéticos. Na verdade, o objetivo da data é oferecer descontos para quem quer realizar compras no comércio virtual.

Qual a diferença entre a Black Friday e a Cyber Monday?

A Black Friday surgiu antes da Cyber Monday. A partir da década de 1990 a Black Friday passou a ser usada pelo varejo do país para se referir à sexta-feira posterior ao dia de Ação de Graças, com uma oferta de grandes descontos. Com isso, o termo se tornou sinônimo de um evento do varejo para realizar grandes queimas de estoque antes do Natal.

A Cyber Monday surgiria alguns anos depois, em 2005. A data foi criada para incentivar a realização de descontos por parte dos sites de compras, em uma época em que o e-commerce ainda era recente e pouco conhecido. Além disso, ela buscava incentivar à adesão do público à nova forma de compra.

Como na década de 1990 as compras eram feitas quase que inteiramente no varejo físico, a Black Friday ainda é bastante associada no país a esse setor, enquanto o e-commerce trabalha com a Cyber Monday.

Cyber Monday no Brasil

As duas datas vieram para o Brasil oficialmente no mesmo ano, em 2011. O responsável foi o portal Busca Descontos, que registrou os domínios dos sites para a Black Friday e a Cyber Monday.

Mas a data possui algumas particularidades em relação à versão original. No Brasil, os varejistas não realizam queimas de estoque nessa época do ano, e a data acaba sendo usada para vender lançamentos e produtos mais novos com grandes descontos.

Outra diferença é que o período de descontos foi além do dia em si, e passou a englobar todo o mês de novembro. Isso acabou representando um problema para a Cyber Monday, que foi “engolida” pela data, que também foi bastante abraçada pelo e-commerce brasileiro.

Uma pesquisa da consultoria GfK aponta que as semanas de novembro anteriores à da Black Friday corresponderam a 40% do valor das vendas no mês em 2020, ante 37% em 2019 e 36% em 2018. Já a semana posterior, em que a Cyber Monday ocorre, correspondeu a 19% em 2020, 17% em 2017 e 18% em 2018. A Black Friday ainda concentra o maior valor, com 42%, 46% e 46% em cada ano.

Entretanto, a semana da Cyber Monday contou com uma parcela de descontos maior que a das semanas anteriores à Black Friday, com a maioria variando entre 10% e 15%. Atualmente, 40% dos que pretendem comprar na Black Friday sabem o que é a Cyber Monday.

“A Cyber Monday discretamente ganha importância, mas isso demanda uma visão mais ampla do período, e o varejo conseguir aproveitar o pós-Black Friday e oferecer ofertas”, diz Fernando Baialuna, diretor de negócios e varejo da GfK.

Para ele, é necessário melhorar a comunicação sobre a data, dando um propósito a ela e expandindo o alcance para além do público mais jovem e de classes A e B, que são os grupos que mais conhecem a Cyber Monday.

Em geral, a Cyber Monday exige os mesmos cuidados que a Black Friday, sendo importante ficar atento a grandes descontos, possíveis golpes e os falsos descontos, de produtos cujos preços subiram antes da data.

Penetração das compras online no varejo atinge maior nível desde 2018

Índice indica que compras online se tornaram hábito de consumo entre os brasileiros.

As compras realizadas pela internet se tornaram um hábito comum do consumidor e seguem em evolução, com crescimento de 10,86% no acumulado até outubro, em relação ao mesmo período de 2020. Segundo o índice MCC-ENET, desenvolvido pela Neotrust em parceria com o Comitê de Métricas da Câmara Brasileira da Economia Digital (camara-e.net), as vendas pelo e-commerce cresceram 19,03% em outubro e 21,92% no faturamento, na comparação com 2020.

No período acumulado entre janeiro e setembro 2021, a penetração média no comércio varejista restrito (exceto veículos, peças e materiais de construção) foi de 12%.

“A penetração das compras online no varejo atingiu, na média de 2021, o maior índice do histórico desde 2018, evidenciando que as compras online vieram para ficar no hábito de consumo do brasileiro. Em 2020, ano afetado pelo confinamento devido à pandemia, esse índice médio tinha alcançado o valor recorde, até então, de 9,6%”, afirma Gastão Mattos, responsável pela Divisão de Varejo Online da camara-e.net.

No acumulado dos últimos 12 meses, a participação do e-commerce no comércio varejista corresponde a 11,5%. Esse indicador foi feito a partir da última Pesquisa Mensal do Comércio do IBGE, divulgada no dia 11 de novembro.

Por região

Quando a comparação do índice de vendas é por região, considerando a comparação entre outubro de 2021, com o mesmo mês do ano passado, o desempenho foi: Norte (32,33%); Nordeste (28,61%); Centro-Oeste (28,50%); Sul (21,99%); e Sudeste (15,03%).

Já no acumulado do ano, a configuração ficou assim: Centro-Oeste (27,78%); Norte (25,98%); Nordeste (22,28%); Sul (19,95%); e Sudeste (4,90%).

Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (43,8%); móveis e eletrodomésticos (27,7%); e tecidos, vestuário e calçados (10,1%) foram as categorias mais vendidas em setembro. Na sequência, artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (6,7%); outros artigos de usos pessoal e doméstico (5,7%); hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (3,8%); e, por último, livros, jornais, revistas e papelaria (2,3%). Esses dados foram feitos com base na Pesquisa Mensal do Comércio do IBGE como base.

Fast Shop vai usar tuk tuks para fazer entregas em até 1 hora em São Paulo

Rede de varejo inicia operação focada em sustentabilidade em parceria com a startup Veloo.

A rede de varejo Fast Shop vai começar a usar tuk tuks para fazer entregas na região central da cidade de São Paulo. A operação é realizada em parceria com a startup de logística Veloo. O veículo será usado na entrega de itens de pequeno e médio porte em até uma hora. A expectativa é a de que o formato seja explorado já durante a Black Friday.

Ainda em fase de projeto-piloto, a nova modalidade de delivery da Fast Shop conta com cerca de 100 tuk tuks envelopados para serem usados como plataforma de mídia pela varejista. A empresa destaca que, além de rápidos, os veículos são sustentáveis.

“Cuidar do meio ambiente é parte fundamental dentro da nossa missão de encantar e cuidar dos clientes por toda vida. O olhar para a sustentabilidade estará cada vez mais intrínseco aos nossos negócios”, explica o diretor geral de operações da Fast Shop, Eduardo Salem.

A varejista planeja expandir a nova modalidade de delivery sustentável para outras capitais onde atua já no início de 2022.

Fast Shop vai usar tuk tuks para fazer entregas em até 1 hora em São Paulo

Diferenciais do veículo

O maior diferencial do veículo, que passa a fazer parte da frota de entrega, é o respeito ao meio ambiente. Os veículos elétricos das Veloo têm bateria de lítio 60V 50 Ah, com potência de 3000Wh. Com autonomia de 80 quilômetros, são recarregados em até 6 horas e, por serem elétricos, não emitem CO2, diferentemente dos carros à combustão.

Segundo Cordeiro Junior, CEO da Veloo, a entrega feita em um carro comum, como uma Fiorino, emite cerca de 3.000kg de CO2 ao mês, em 2.500km percorridos. “Se colocarmos na ponta do lápis, quando o tuk tuk for implementado em todas as lojas Fast Shop, será feita uma redução em média de 255 mil toneladas de CO2 por mês, que deixaram de ser lançadas ao meio ambiente”, observa ele.

Outra iniciativa sustentável desenvolvida pela Fast Shop é o programa “De Volta ao Ciclo”, que visa conscientizar o consumidor sobre o descarte consciente de eletrônicos e incentivar a destinação correta desses produtos.

Nessa primeira etapa do projeto, coletores de eletroeletrônicos de pequeno e médio porte, como celulares, micro-ondas, televisores e notebooks, foram disponibilizados em 44 lojas da rede, incluindo as dos shoppings Ibirapuera, Lar Center, Iguatemi, Morumbi, Pátio Paulista e Bourbon Shopping, entre outros.

Ainda como forma de incentivo, a Fast Shop firmou uma parceria com a ISLA Sementes, empresa pioneira na produção de sementes no Brasil, e está distribuindo, para os clientes das lojas Higienópolis, Eldorado, Ibirapuera, Iguatemi SP e Paulista, envelopes de sementes de microverdes. A ação visa contribuir para a conscientização sobre a importância do descarte adequado.

Varejistas apostam em transmissão ao vivo e logística aprimorada para a Black Friday

Na Black Friday deste ano, grandes varejistas como AliExpress, Amazon, Americanas, Magalu, Mercado Libre e Via apostam na venda dos produtos por transmissão ao vivo pela internet e fortalecem a estrutura logística para atender os consumidores que, durante a pandemia, se tornaram mais exigente com prazos de entrega.

A partir desta quinta-feira, a Amazon vai estrear um reality show transmitido ao vivo no YouTube, reunindo seis influenciadores que irão demonstrar e testar produtos por cinco dias. Na data de inauguração, a Amazon’s “Casa Black Friday” contará com show do cantor Pablo Vittar.

No mesmo dia, a Americanas disputará audiência com a Amazon também em uma transmissão ao vivo com influenciadores no YouTube. “Na última feira, atingimos 5,5 milhões de visitantes únicos”, disse Marcio Cruz, CEO da plataforma digital da Americanas SA, que reúne as operações de e-commerce Americanas.com, Submarino e Shoptime.

O Mercado Libre, que lançou seu modelo de “comércio ao vivo” no início deste mês, também terá influenciadores fazendo vendas ao vivo no auge da Black Friday, enquanto a transmissão ao vivo da Via será feita por vendedores. “Eles trazem credibilidade”, disse Abel Ornellas, diretor comercial e de operações do varejista. Neste ano, a Via, dona das redes Casas Bahia e Ponto (antigo Ponto Frio), optou por não fazer shows para atrair o público. “Em vez de fazer um show, vamos oferecer tudo com desconto”, disse Ornellas.

Após o aumento da demanda por e-commerce impulsionado pela pandemia do ano passado, a estrutura logística dos principais varejistas online está mais robusta para a Black Friday deste ano.

O reforço começa com as contratações temporárias para o final do ano. A Amazon abriu mais de 5.500 empregos temporários em novembro e dezembro, dos quais 3.100 em São Paulo. “Muitos dos funcionários da empresa começaram como trabalhadores temporários”, disse Daniel Mazini, CEO da Amazon no Brasil.

A maioria das contratações da Amazon visa apoiar a logística da empresa, que expandiu o número de centros de distribuição de 8 para 12 desde a Black Friday do ano passado.

O mesmo vale para os 2.000 empregados temporários esperados pelo Mercado Libre entre outubro e dezembro. “Boa parte vem pela entrada de produtos, movimentação em armazéns e transporte”, disse Julia Rueff, chefe do marketplace online no Brasil.

Neste ano, a empresa aumentou de cinco o número de centros de distribuição para oito e acelerou os prazos de entrega, passando a enviar pedidos no mesmo dia em 50 cidades do Brasil. “Começamos a operar com produtos maiores, como eletrodomésticos e televisores de tela grande”, disse Rueff.

As operações de e-commerce da Americanas também terão profissionais temporários, mas a empresa não divulgou o número. Ampliou o número de centros de distribuição de 22 para 25 neste ano, incluindo uma nova operação em Curitiba, no Paraná, iniciada em outubro. “Na logística, já temos diferentes turnos para manter a operação funcionando 24 horas por dia, por exemplo”, disse Cruz.

O AliExpress, que não armazena produtos no país, aumentou de cinco para seis por semana o número de voos charter, que trazem pedidos da China para o Brasil. “Ainda há espaço para melhorar o prazo de entrega de sete dias”, disse Yan Di, chefe regional da empresa no Brasil.

O mercado da gigante chinesa de comércio eletrônico Alibaba já fez seu test drive de vendas no dia 11, a data promocional conhecida na China como Dia dos Solteiros. Neste ano, as operações do grupo faturaram R $ 84,5 bilhões globalmente na data – 14% acima do resultado do ano passado.

O treinamento de fornecedores parceiros para a Black Friday também faz parte da preparação dos varejistas. “Criamos uma pista de treinamento gratuita, com conteúdo robusto que engloba técnicas de negociação com fornecedores, direitos do consumidor e estratégias de publicidade”, disse Mazini, CEO da plataforma digital Americanas SA, que reúne 114 mil lojas terceirizadas.

Ornellas, da Via, diz que o trabalho com sócios, hoje 108 mil, começou há seis meses. O varejista também começou a testar o gerenciamento de estoque para 300 grandes vendedores. O início do serviço está previsto para o primeiro trimestre de 2022.

Para suportar o pico de acesso do consumidor às lojas online em um curto período de tempo, a infraestrutura de tecnologia também precisa de reforço.

Na última Black Friday, o Mercado Libre registrou 50 milhões de visitas e quase 50.000 pesquisas por minuto em um único dia. “Fazemos testes de estresse de acesso e temos servidores que sempre atenderam aos picos de demanda”, afirma o responsável pelo mercado online da empresa. “O Mercado Libre nunca caiu na Black Friday.”

Manter os sites em pleno funcionamento para não perder o cliente parecem ser lições já absorvidas pelos grandes varejistas online. “Os grandes já estão preparando suas estruturas de nuvem e amadureceram nesse aspecto da tecnologia”, disse André Silva, gerente de engenharia comercial do Google para o Brasil.

A segurança cibernética também é uma preocupação constante das lojas online, principalmente no final do ano e dado o aumento de ataques de hackers bem-sucedidos contra empresas brasileiras neste ano. “Nossos recursos de segurança são ajustados às particularidades do evento, incluindo, por exemplo, o grande volume de acessos em horários alternativos”, diz Cruz, da Americanas. O bloqueio de solicitações maliciosas de acesso à rede da empresa e a ampliação dos esforços de retirada de páginas falsas (phishing) estão entre as ações da empresa nesse período.