Vendas no e-commerce pelas redes sociais saltam de 22% para 34% em 2020

O e-commerce foi um dos setores que mais movimentaram a economia do País no ano passado. Os negócios on-line registraram um aumento de 185% entre 2019 e 2020 e, neste cenário, as redes sociais assumiram um papel fundamental: representaram um terço dessas vendas.

No último ano, as compras realizadas por intermédio das redes sociais saltaram de 22% para 34%, aponta a 6ª edição do estudo NuvemCommerce, realizado pela Nuvemshop, plataforma com mais de 70 mil lojas virtuais na América Latina – em sua maioria, de pequenos e médios empreendedores (PMEs).

O Instagram tem se destacado pela importância na estratégia dos lojistas. Essa rede social já corresponde a 87% das vendas. Dentre todos os empreendedores, 57% afirmam utilizar a ferramenta Instagram Shopping, enquanto a Loja do Facebook é utilizada por 46%. Embora outros canais de venda tenham sido mencionados pelos comerciantes, 21,5% afirmaram que não usam nenhum outro canal além de sua própria loja virtual.

Entre os entrevistados, 96% utilizam o Instagram para divulgação da marca, 80% estão no Facebook e 71% estão no WhatsApp, que apresentou aumento de 13 pontos porcentuais em relação ao ano anterior. O TikTok aparece pela primeira vez no levantamento e é utilizado por 15% dos lojistas.

No quesito atendimento, o Whatsapp  é adotado por 95%, consolidando-se como principal canal, seguido por Instagram (83,5%), e-mail (51%), Facebook (49,5%), telefone (42%), chat on-line (17%) e outros (5,5%).

Parceria com influenciadores

A parceria com influenciadores digitais é realidade para quase metade dos empreendedores: 39,5% afirmam que fornecem produtos em troca de divulgação, enquanto 8% investem algum valor para isso. No entanto, ainda há espaço para crescimento, uma vez que 33,5% ainda não fizeram ações com os famosos, mas têm interesse. Por outro lado, 19% não pretendem utilizar esta estratégia.

Outro destaque da pesquisa é a consolidação das vendas por dispositivos móveis, que representam 71%. O crescimento total foi de 5,4% em relação a 2019.

De acordo com Alejandro Vázquez, cofundador e CCO da Nuvemshop, os números evidenciam a mudança do comportamento do consumidor durante a pandemia, uma vez que o e-commerce ganhou novos compradores. “Mais de 10 milhões de pessoas começaram a adquirir produtos pela internet e gostaram, incorporando esse hábito em seu dia a dia. Além disso, quem já estava familiarizado com as compras on-line começou a encontrar itens diferentes. Isso fez com que a penetração do e-commerce no varejo dobrasse de 5% para 10% em menos de um ano. E é fato que as redes sociais funcionaram e continuam sendo a porta de entrada nesse sentido, ao facilitar o alcance do lojista ao seu consumidor”, afirma.

Faturamento aumentou 47%

Além dos dados de comportamento de lojistas e de consumidores relacionados ao uso das redes sociais, o estudo NuvemCommerce compila e apresenta dados relevantes do setor no Brasil e no mundo por meio de dados exclusivos de seu ecossistema e fontes de pesquisas externas.

O levantamento registra os números recordes do setor. No mundo, o faturamento do comércio eletrônico bateu os US$ 4,28 trilhões, representando aumento de 27,6%. No Brasil, o crescimento foi disparado, chegando a 47%. Por conta do isolamento social, 46% dos brasileiros aumentaram as compras on-line e 7% realizaram a primeira experiência.

Lojas virtuais alcançam quase 20 bi de acessos no país em 2020, revela pesquisa

As maiores lojas virtuais no Brasil atingiram a marca de quase 20 bilhões de acessos de consumidores ao longo de 2020, ano em que se intensificou a migração dos clientes do varejo físico para as vendas on-line. Os dados constam do Relatório Setores do E-commerce no Brasil, da consultoria Conversion.

O levantamento traz uma análise dos 200 maiores sites de vendas (no total, 217 lojas) e 15 setores que compõem o cenário do e-commerce nacional.

Segundo o relatório, dos 15 setores analisados, 13 tiveram aumento de visitas entre o início e o final do ano, como Farmácia & Saúde (64,10%), Pet (73,20%), Comidas & Bebidas (91,20%) e Moda & Acessórios (82,10%). As categorias de Turismo e Infantil tiveram queda de 27% e 11%, respectivamente.

Em 2020, o comércio eletrônico teve um incremento de 34% nas visitas totais, impulsionado principalmente pelo aumento em Varejo (39%) e Moda e Acessórios (82%). De acordo com o estudo, maio foi o mês que mais alavancou o crescimento dos acessos mensais e se tornou um marco do novo patamar do e-commerce nacional. O varejo ampliado deteve 52% dos acessos no on-line, seguido por Moda e Acessórios, que ampliou seu market share em 36%.

“Enquanto as lojas de rua e shopping centers estão reabrindo gradativa e intermitente no Brasil, o e-commerce não para de crescer e mudou para sempre o hábito de compras do consumidor. Prova disso é que, mesmo com a reabertura do varejo físico, o comércio eletrônico tem registrado recordes constantes, consolidando-se como o principal canal de vendas no país”, comenta Diego Ivo, CEO da Conversion.

Maio com mais visitas

Pelo mapeamento da Conversion, o segundo semestre de 2020 foi o período de maior visita dos consumidores às lojas virtuais, com crescimento de 24% em relação aos seis meses anteriores.

O comércio eletrônico registrou em janeiro deste ano 1,77 bilhão de acessos, o que marca um aumento de 25% em comparação ao mesmo período do ano anterior. Já com relação a dezembro de 2020, o e-commerce teve queda de 6,86%.

Dos 15 setores analisados, dez tiveram aumento de mais de 20% no YoY (Year over Year), como Farmácia & Saúde (90,42%), Pet (75,38%), Comidas & Bebidas (74,07%) e Casa & Móveis (61,21%). Turismo teve queda de 25,26% comparado ao ano anterior, porém, segue em recuperação com aumento de 3% no MoM.

Farmácia & Saúde liderou o ranking de setor com maior crescimento (200%) no pós-pandemia (Janeiro de 2020 vs. Fevereiro de 2020) e também no comparativo anual. Shopee e Shein, da categoria importados, tiveram em janeiro os maiores crescimentos no YoY (2.100% e 922%) de todos os sites analisados. Mercado Livre, o maior site do segmento, perdeu 15% de market share no YoY, já a Amazon Brasil cresceu 30% no mesmo período.

“Neste mês, o canal de busca orgânica e paga foi o que mais contribuiu nas visitas, com participação de 59%, seguido pelo canal direto, 32%. A expectativa para os próximos meses é de um crescimento irrefreável nos acessos diários”, ressalta o CEO da Conversion.

O acesso ao estudo completo pode ser feito no endereço https://www.conversion.com.br/blog/relatorio-ecommerce-mensal/

Cresce interesse por canais digitais de compras e pagamentos, diz estudo

Novo estudo da Visa sobre o consumidor na América Latina e Caribe revela um aumento de interesse por diferentes canais de pagamento e compra; 78% dos consumidores esperam usar novas tecnologias de pagamento no futuro.

O ano de 2021 começa mais digital do que nunca, provocando alterações nos hábitos dos consumidores. A terceira rodada do Visa COVID-19 Consumer Sentiment, estudo sobre as preferências dos consumidores durante a COVID-19 na América Latina e no Caribe, revela tendências e comportamentos de pagamento a serem consideradas na região. Os consumidores disseram que estão com fadiga de pandemia.

Apesar das constantes preocupações com a saúde, estão se aventurando a sair mais do que antes e, segundo 83% dos pesquisados, o supermercado é seu lugar preferido para fazer compras. As lojas de departamento são o segundo lugar mais visitado, seguidas das instituições financeiras. De acordo com a pesquisa, o consumo também subiu: 66% dos consumidores dizem ter gastado o mesmo ou mais nos últimos três meses, contra 49% em julho de 2020.

“Os consumidores estão aprendendo a viver em um ambiente mais dinâmico e fragmentado. Eles saem mais e procuram formas mais seguras e inteligentes de comprar e pagar”, disse Vanesa Meyer, vice-presidente de Inovação da Visa América Latina e Caribe. “As mudanças de comportamento provocadas pela pandemia, que antes pareciam temporárias, estão se tornando permanentes, fazendo surgir um novo perfil. Um consumidor que compra em qualquer lugar e a qualquer momento, especialmente se houver opções de pagamento por aproximação disponíveis”.

De acordo com a nova pesquisa, os gastos nos estabelecimentos comerciais aumentaram e as pessoas têm preferido usar cartão a dinheiro – 74% dos consumidores disseram usar cartão de débito, ao passo que 53% usam dinheiro. Assim como o dinheiro em espécie, o uso de outras formas físicas de pagar tem diminuído à medida que os consumidores alteram suas preferências para o pagamento por aproximação e carteiras digitais. Quando indagados sobre seus dez últimos pagamentos em um estabelecimento comercial físico, 48% dos consumidores disseram ter usado o pagamento por aproximação (cartões, carteiras digitais e acessórios inteligentes) ante 23% em abril.

As carteiras digitais continuam ganhando terreno e 20% dos consumidores dizem usá-las nos pontos de venda.

A tendência de pagamentos por aproximação confirma os padrões de consumo observados entre os portadores de cartão na América Latina e no Caribe. Em novembro de 2020, a penetração dos pagamentos por aproximação na região ultrapassou a marca de 15%, o que representa um crescimento anual de 130% na comparação com novembro de 2019.

O estudo também descobriu que o interesse pelo comércio eletrônico continua forte – quase metade dos consumidores disseram comprar pela internet uma ou mais vezes ao mês, ao passo que 71% planejavam manter a atual frequência de compras online. Além de terem aumentado o uso de cartões de crédito e débito, os consumidores também disseram estar usando cada vez mais as carteiras digitais nas compras pela internet (26%), pois as consideram os métodos mais seguros para pagar on-line.

A demanda e a confiança em novas tecnologias de pagamento também estão crescendo, como indicado na pesquisa. Setenta e oito por cento deles disseram planejar usar novas tecnologias de pagamento no futuro e esperam inovações como compras em redes sociais, pagamentos via aplicativo de mensagem, biometria, criptomoedas entre outras formas.

Abaixo, segue percentual de consumidores dispostos a experimentar as seguintes tecnologias quando estiverem disponíveis:

• Plataformas de mensagens instantâneas e de redes sociais: 58%

• Biometria: 42%

• Criptomoedas: 25%

• Internet das Coisas: 22%

• Realidade virtual/realidade aumentada: 10%

“Com a carteira digital ganhando espaço na região e a crescente confiança na biometria, vemos um consumidor muito mais aberto a novos canais de compras e novas formas de pagar. Um consumidor que se sente à vontade para entrar e sair de ambientes de pagamentos digitais na nuvem”, acrescentou Meyer.

 

B2W e Lojas Americanas devem unir operações e usar lojas físicas como pontos logísticos

A varejista online B2W (dona de Americanas.com e Submarino) e a Lojas Americanas, anunciaram, em fato relevante, que iniciaram estudos para uma possível combinação operacional dos dois negócios.

A medida já era cobrada por analistas como solução para destravar a avaliação das empresas. A explicação é que, com as operações separadas, o negócio digital do grupo deixa de usar a rede de lojas físicas como pontos logísticos estratégicos para fazer os produtos chegarem aos clientes de forma mais rápida e barata. Em 2020, a B2W assistiu a empresas que são tradicionalmente do ramo de lojas físicas ganharem força no segmento de e-commerce.

Esse modelo multicanal já é explorado pelas concorrentes Magazine Luiza e Via Varejo. O Magazine Luiza conta com 40 centros de distribuição, incluindo os 22 do Magalu, cinco hubs da LogBee e outros 13 da recém adquirida GLF. A empresa ainda conta com a capacidade logística de mais de 800 lojas físicas que operam no sistema dark store, o que permite que os produtos saiam diretamente de seus estoques para a casa do cliente.

A Via Varejo vem acelerando os processos para integração da malha logística com a rede de lojas e aos canais digitais de vendas. A empresa realiza, em média, duas entregas por segundo por meio de mais de mil pontos de retirada de produtos em todo o Brasil.

Suíça lidera índice global de comércio eletrônico

A Suíça é o país mais bem equipado para compras pela internet, de acordo com uma comparação das Nações Unidas de mais de 150 países.

No ano passado, 97% da população suíça utilizou a Internet, revelou o estudo anual da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD), sediada em Genebra. A nação alpina recebeu uma das notas mais altas (97 de 100) pela fiabilidade dos serviços postais. Este é um elemento-chave das compras on-line, que em 2018 foram estimadas em 4,4 trilhões de dólares globalmente, 7% a mais do que no ano anterior.

Oito dos dez principais países estavam na Europa (Singapura e Hong Kong foram os outros dois), tornando-o o principal continente para o comércio eletrônico. Mais de 70% da população adulta no Canadá, nos Estados Unidos e em 10 países europeus fazem compras pela Internet. Mas na maioria dos países de baixa renda, essa proporção está bem abaixo de 10%.

“A clivagem do comércio eletrônico continua enorme”, disse Shamika N. Sirimanne, que chefia a divisão baseada em Genebra responsável pela preparação do índice. Com a pandemia da Covid-19, tornou-se mais urgente para os países que ficaram para trás reforçar sua disposição para o comércio eletrônico, acrescentou ela, para que suas populações possam se beneficiar da economia digital. Globalmente, a pandemia deu um impulso às compras on-line.

Para estabelecer o ranking, a UNCTAD avaliou os países quanto ao acesso a servidores seguros de Internet, fiabilidade dos serviços postais e o acesso das pessoas à Internet e a uma conta bancária ou serviços financeiros móveis.

Varejo on-line: B2W Marketplace anuncia novas parcerias com grandes marcas

A B2W Marketplace – plataforma que reúne os sites Americanas, Submarino e Shoptime, além da venda corporativa pelo Americanas Empresas – acaba de firmar parceria com várias marcas, diversificando o sortimento dos sites. Eudora, Duracell, Panasonic, HP, Bombril e Suzano são algumas das marcas que passaram a disponibilizar seus produtos na plataforma.

“Investimos no crescimento da nossa operação de marketplace para que as pessoas encontrem nos sites e apps tudo o que desejam ou precisam”, afirma o diretor de Tecnologia e Marketplace da B2W Digital, Jean Lessa. “Nos últimos três anos, avançamos com um modelo híbrido de plataforma digital, que combina venda direta, marketplace e serviços. ” Segundo ele, a empresa investiu, nesse período, mais de R$ 1,2 bilhão de reais em tecnologia e logística.

A empresa também está focada na aceleração da operação O2O (On-line to Off-line), e firmou, ao longo do ano passado, parcerias que permitem que os clientes tenham acesso aos produtos que estavam acostumados a adquirir em lojas físicas sem sair de casa.

A BR Distribuidora passou a vender os itens de sua rede de conveniência – BR Mania – na companhia. Para vendas nas plataformas de varejo alimentar Supermercado Now e Americanas Mercado, a companhia também firmou uma parceria com o Grupo Big (bandeiras Big, Bom Preço, Nacional, Mercadorama, Todo Dia, Sam’s Club e MaxxiAtacado).

Além disso, realizou um acordo com as administradoras dos shopping centers Ancar Ivanhoe e BR Malls, disponibilizando todo o sortimento dos shoppings – produtos de 7.900 lojas em 42 empreendimentos de todo o País – nos sites e app da Americanas.

Mais de 40 mil novos lojistas

Só em 2020, a companhia conectou mais de 40 mil novos lojistas. O sortimento dos sites da B2W cresceu três vezes em comparação ao ano de 2019 e a quantidade de categorias aumentou cinco vezes, também comparada com 2019.

Esse crescimento reflete também na participação do marketplace no GMV (Gross Merchandise Volume) da companhia: no final de 2015, quando a B2W iniciou sua operação de marketplace, ele representava 9,6% do GMV total e no terceiro trimestre de 2020, esse número saltou para 60,5%.

A B2W pretende alcançar 100 milhões de itens em seu sortimento e 150 mil lojistas conectados no marketplace. Com isso, a companhia prevê continuar gerando caixa e mais que dobrar de tamanho até 2023.

“Entendemos que o caminho para o crescimento do marketplace é atrair lojistas de todos os tamanhos. Sabemos da importância de ter grandes parceiros, já consolidados, vendendo nos nossos sites e apps, mas também reconhecemos nosso potencial de ajudar pequenos e microempreendedores a começarem a vender on-line”, diz Lessa. “Nossa plataforma oferece uma estrutura pronta e grande visibilidade, além de diversos serviços que auxiliam na operação dos pequenos lojistas”, complementa.

A empresa oferece treinamentos para potenciais parceiros por meio da Universidade B2W Marketplace. Atualmente, são oferecidos mais de 300 cursos gratuitos para lojistas nacionais e internacionais, com os mais variados temas que englobam vendas, atendimento ao cliente, empreendedorismo, tecnologia, operação e logística.

São diversos formatos de conteúdo, com videoaulas, áudio treinamentos e webinars ao vivo, além de ferramentas para ajudar desde o pequeno e médio empreendedor, que nunca vendeu on-line, até quem já é experiente no mercado e quer alavancar suas vendas. No terceiro trimestre de 2020, mais de 3,9 mil lojistas foram treinados.

 

Brasil sobe 10 posições em índice que mede grau de preparação no comércio digital

O Brasil subiu dez posições e alcançou o 62º lugar no Índice Mundial de Comércio Eletrônico de 2020, da Unctad – Agência das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento, que classifica 152 países pelo seu grau de preparação no comércio digital entre empresas e consumidores (B2C).

O País, que estava em 72º no ano de 2010, subiu 10 posições devido ao que a agência chama de “confiabilidade fiscal”. Ainda de acordo com o relatório, o B2C no Brasil teve faturamento de US$ 20 bilhões em 2019 e o Mercado Livre é considerado o maior site de e-commerce da América Latina para o B2C.

Em 2020, segundo Felipe Dellacqua, vice-presidente de vendas e sócio da Vtex, multinacional que desenvolve plataformas de e-commerce presente em mais de 30 países, além de alimentação, setores como como móveis, decoração, material de construção, itens de cama, mesa e banho e material de escritório tiveram forte crescimento neste ano de pandemia.

“Uma categoria que surpreendeu bastante foi a de cama mesa e banho, que era pouco representativa, mas cresceu muito e continua muito grande, beirando os percentuais de alimentação”, conta Felipe. Segundo o especialista, o crescimento foi de mais de 300% em número de pedidos a partir de março – entre as empresas atendidas pela Vtex – puxado por alimentos.

Segundo a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm), entre abril e setembro de 2020, 11,5 milhões de pessoas fizeram sua primeira compra pela internet. A associação registrou ainda a criação de mais de 150 mil novas lojas on-line no período. Outro estudo da Neotrust Compre&Confie, em parceria com a ABComm, indicou que o número de transações no comércio eletrônico, entre janeiro e agosto de 2020, cresceu 80%. O faturamento foi ainda 75,5% maior em relação ao mesmo período de 2019.

Outra pesquisa realizada pela Ebit/Nielsen mostrou que as vendas no comércio eletrônico devem crescer 26% e alcançar R$ 110 bilhões de reais no ano de 2021. De acordo com o estudo, o desempenho das vendas pela internet será impulsionado pelo crescimento do número de consumidores, consolidação dos e-commerces locais, fortalecimento dos marketplaces e logística mais ágil. A pesquisa indicou ainda que 95% das pessoas pretendem continuar fazendo compras on-line em 2021.

“É uma tendência que veio para ficar. Estamos digitalizando muitos processos que antes eram totalmente físicos para garantir ainda mais conforto ao consumidor. Muitos varejistas físicos adotaram o Whatsapp como canal de compra digitalizando uma compra que seria física. Grande parte do varejo também permite que se faça a compra por marketplace ou Whatsapp e a retirada seja por meio de drive-thru, o que também é confortável para o consumidor que quer retirar a compra de forma rápida”, explica.

 

A transformação dos shoppings em Ecossistemas de Negócios digitais já começou

Você vai ao shopping center para almoçar com a família, beber uma cerveja com os amigos, pegar um cinema ou ver uma exposição que só acontece ali – tomando todos os cuidados e usando máscara, é claro. Aproveita a ocasião, passa na sua loja favorita e retira aquele produto que comprou enquanto assistia a uma demonstração sobre maquiagem no Instagram. Percebe que acumulou pontos suficientes no programa de fidelidade do shopping para ganhar um super brinde, mas ele não está disponível de imediato. Pede pelo aplicativo que o presente seja entregue no locker localizado no posto de combustível ao lado da sua casa e acha até bom, porque assim não precisará carregar uma sacola a noite toda. Na hora de voltar para casa, o aplicativo lembra onde o carro está estacionado e a cancela abre automaticamente, debitando o valor do estacionamento na sua conta digital, que funciona em todos os shoppings dessa rede e também fora dela, possibilitando que você acumule ainda mais benefícios.

Parece ficção científica? Pois boa parte de tudo isso está disponível ou estará ao longo do ano em pelo menos uma das maiores redes de shopping centers do País, como mostra o Relatório de Resultados do 4º trimestre de 2020 da Multiplan, rede criada 45 anos atrás pelo genial e visionário José Isaac Peres, ainda hoje à frente do negócio.

No processo de evolução dos centros comerciais, a Multiplan leva vantagem em relação à maioria dos concorrentes pela tradição em agregar boas atrações em termos de mix, ambiente e eventos. A rede foi a primeira a levar cinemas para dentro dos shoppings, na década de 1980, e sempre investiu em operações de entretenimento, como boliches e parques. Na década de 1990, promoveu shows originais da Disney nos estacionamentos do BarraShopping e MorumbiShopping e sacudiu o cenário da moda nacional com os desfiles da Semana BarraShopping de Estilo e o Morumbi Fashion. Mais recentemente, construiu o BarraCadabra, um incrível parque infantil no BarraShopping Sul. Multiplan foi também uma das pioneiras em criar áreas gastronômicas em shoppings, bem como em investir forte na oferta de serviços, como centros médicos. Isso significa que os shoppings da Multiplan estão bem posicionados para atender à crescente demanda das pessoas por espaços capazes de reunir entretenimento, socialização, serviços e compras, assumindo o papel de “pontos de encontro para as diversas tribos sociais que habitam as nossas cidades”.

No entanto, nesses novos tempos, os shopping centers, além de espaços físicos atraentes, precisam necessariamente integrar canais digitais, o que está sendo feito agora. A estratégia omnichannel da Multiplan está apoiada em seu aplicativo, o Multi, orientado para atender os clientes da região primária dos shoppings em suas necessidades de compras on-line. Mas inclui também parcerias com plataformas de marketplace, como Mercado Livre, B2W e Rappi, tudo para elevar a conveniência para os clientes. Ferramentas de social commerce e stream shopping também estão sendo testadas, via Multi.

Vale destacar que a Multiplan desenhou sua estratégia de marketplace tendo como objetivo o crescimento das vendas dos lojistas de seus shoppings. Ao mesmo tempo, defende a ideia de que o “take rate é o novo aluguel” (take rate é a taxa cobrada pelos marketplaces dos varejistas, como um porcentual em cima das vendas efetuadas). Ao comparar o take rate com o custo de ocupação na Multiplan, que no 4º trimestre de 2020 ficou em 11,6% na média, a rede procura explicar que seus lojistas não pagam simplesmente pelo aluguel de um espaço físico, mas também pela exposição a uma maior quantidade de consumidores nas plataformas online, além dos serviços proporcionados pelo app e parceiros de logística, como o Delivery Center.

Resumindo, o ecossistema que está sendo construído pela Multiplan consiste em um núcleo, formado por shopping centers orientados para gerar alto fluxo e recorrência de visitas por meio de entretenimento, serviços e alimentação, integrados a um sistema de vendas online e logística compartilhada para entrega de produtos a partir dos estoques das lojas do shopping. Com isso, pretende que os lojistas sigam pagando aluguéis, não mais por uma loja física e sim por um conjunto de serviços, capazes de elevar seus resultados e melhorar a eficiência de suas operações.

Mas todo esse ecossistema, para seguir em sua jornada de expansão, incluindo aí aumento da base e retenção de clientes, exige sofisticado sistema de captura de dados. Ciente disso, a Multiplan está desenvolvendo o MultiVocê, programa de fidelidade unificado em toda a rede, que pretende não somente estimular compras nos shoppings, mas, principalmente, acumular informações sobre o comportamento dos consumidores. Como informação sozinha ajuda pouco, a Multiplan criou também o projeto MINDFul, para traduzir dados em insights. Daí até produzir interações personalizadas com os frequentadores dos shoppings e afinar a pontaria no planejamento de mix e ações de marketing é um pulo.

Um dos aspectos mais interessantes do relatório que sintetiza a estratégia de transformação digital da Multiplan é o reconhecimento de que o “calcanhar de Aquiles” do processo, como em geral acontece em todas as empresas, é a cultura. No caso da Multiplan, é muito clara a vocação para fazer shopping centers excelentes, traduzida no mantra repetido à exaustão pelo Dr. Peres: “o segredo do sucesso é fazer bem feito”. Mas o desenvolvimento do ecossistema digital exige mudanças no mindset da companhia, incluindo a incorporação de novas lideranças, talentos com novas competências e a revisão do modelo de negócio tradicional, que se mostrou eficiente por décadas. O conjunto de medidas apresentado pela Multiplan permite supor que, apesar de tanto tempo de estrada, a empresa está em um bom caminho.

Finalmente, uma última reflexão: as condições do ambiente de negócios mudaram radical e rapidamente. Mas não são poucos os shopping centers, sejam redes, sejam shoppings independentes, que ainda não construíram consenso entre as opções de tentar dar alguma sobrevida ao modelo de negócio tão bem-sucedido ao longo de tanto tempo ou mergulhar de cabeça na transformação da empresa. Enquanto isso, o tempo passa, o tempo voa.

 

Cielo começa a aceitar pagamentos por meio de reconhecimento facial

A Cielo vai começar a usar o reconhecimento facial nas compras presenciais feitas com cartões de crédito, à medida que a maior empresa de meios eletrônicos de pagamentos expande os canais para transações sem contato, que têm crescido rápido diante da pandemia da Covid-19.

A solução, em parceria com a startup catarinense Payface, começa em fase piloto em uma unidade da Drogaria Iguatemi, em um shopping da capital paulista, na última quinta-feira (18), sendo depois estendida para outras lojas da rede em São Paulo e em Curitiba.

“Depois, planejamos estender o uso para outras grandes redes de drogarias”, disse na quarta-feira (17) o presidente-executivo da Cielo, Paulo Caffarelli. “Quem sabe, no futuro, para supermercados.”

Sem risco de fraude, afirma Cielo

Para usar essa tecnologia, o consumidor deve fazer uma cadastro prévio de seu rosto e do seu cartão de crédito no aplicativo Payface. A solução dispensa a necessidade de dispositivos extras, dado que pode ser acionada apenas com o uso de um smartphone.

Segundo as empresas parceiras, a tecnologia não pode ser fraudada com fotos dos usuários, que podem ser reconhecidos mesmo que estejam usando máscara de proteção.

O anúncio ocorre no momento em que a pandemia de Covid-19 tem elevado rapidamente a procura por meios de pagamento sem contato.

Segundo a Cielo, cerca de 18% dos 6,2 bilhões de transações processadas pela empresa em 2020, usaram tecnologias sem contato, como QR Code e NFC.

Experiências de compra ruins geram perdas de US$ 2,5 trilhões por ano

Estar no lugar em que o consumidor está no momento que ele quer. Essa regra básica da omnicanalidade, intensificada depois do surgimento da pandemia de Covid-19, nem sempre basta para gerar boas experiências aos consumidores. Algumas outras demandas ainda não foram totalmente atendidas por grande parte do varejo: tornar o momento do pagamento e o acúmulo de pontos dos programas de fidelidade livres de atritos.

Dados da plataforma de pagamentos Adyen mostram que experiências de compras ruins geram mais de US$ 2,5 trilhões de perdas às empresas. Desse total, US$ 481 bilhões são resultado de produtos fora de estoque; US$ 370 bilhões, de filas longas; e US$ 251 bilhões, de falta de opções cross-channel.  Entre as empresas atendidas pela Adyen no Brasil, estão Amaro, MadeiraMadeira, Uber, 99, Magazine Luiza e Via Varejo.

Os varejistas vêm se esforçando, há muito tempo, para criar pontos de contato com os clientes: loja física, loja on-line, aplicativo. Mas o advento das compras digitais levou muitos clientes que só compravam na loja física a comprar na loja on-line, e a experiência de pagamento da loja física ainda tem muito atrito”, afirma o lead de Produtos para Varejo da Adyen para a América Latina, Rodrygo Moço.

Ou seja: por causa das facilidades do mundo on-line, os clientes estão mais exigentes também no físico. “O omnichannel está na moda há muito tempo, mas muitos varejistas entendem isso apenas como: ‘tínhamos só loja física e agora precisamos outro canal de contato’. Eles se esquecem de integrar os pagamentos, que influenciam bastante no funil de conversão e na experiência. E, se na hora do pagamento o cliente tiver uma experiência ruim, ele não volta mais. ”

Programas de fidelidade

Outro desafio que ainda não foi vencido diz respeito aos programas de fidelidade. Mais uma vez, a fluidez no mundo on-line, nesse caso, é bem maior. É só fazer uma compra pelo aplicativo da loja ou do prestador de serviços e ver os pontos se acumulando, por exemplo.

“Mas, se a pessoa vai a um restaurante e lá não existe essa interação entre o ambiente físico e o on-line, se ela precisa por exemplo dar o número do CPF ou outro dado pessoal para que isso aconteça, isso causa uma fricção na experiência”, exemplifica Rodrygo Moço.

Um outro estudo feito pela Adyen aqui no Brasil mostra que 79% dos entrevistados concordam com a frase: “os varejistas precisam melhorar a forma como me recompensam por comprar com eles”. Além disso, 80% afirmam que teriam “mais chances de comprar de um varejista se seu programa de fidelidade funcionasse automaticamente por meio” do cartão. Além disso, 64% consideram que os programas de fidelidade “demandam muito tempo”.

A proposta da Adyen para casos assim é que o cartão do cliente seja usado como ponto de reconhecimento, seja qual for o canal de vendas. “O cliente baixa o aplicativo, e inscreve e ganha pontos quando faz a compra pelo app ou pela maquininha. Esse é um conceito que agrada muito aos consumidores, tanto, no Brasil quanto em outros países. A tendência é de acabar com a jornada de longo prazo. ”

Para o gerente de produtos da Adyen para a América Latina, o fato é que o consumidor tinha um nível de exigência antes da pandemia e deve sair dela com outro. “Não sabemos como todos vão sair, mas fomos expostos a muitas formas de comprar diferentes. ”