E-commerce na América Latina atinge USD 200 bilhões e é o segundo que mais cresce em 2020, segundo estudo do EBANX

Em meio à pandemia, mercado deve crescer 8,49% e vê subir participação de meios de pagamento alternativos, como cash vouchers e carteiras digitais; players internacionais dividem espaço com gigantes latinas entre as marcas mais confiadas pelo consumidor

Em um ano com uma pandemia sem precedentes e de muitas incertezas econômicas, o e-commerce na América Latina deve crescer 8,49% e atingir aproximadamente USD 200 bilhões em valor de mercado, tornando-se o segundo que mais cresce no mundo, aponta o estudo Beyond Borders 2020/2021, divulgado pela fintech EBANX.

A partir de dados colhidos com os principais players do setor em parceria com a AMI (Americas Market Intelligence), além de pesquisas com consumidores e dados internos do EBANX, a Beyond Borders 2020/2021 se dedicou a entender os impactos da COVID-19 no mercado de compras on-line da região e em quatro países latino-americanos: Brasil, México, Colômbia e Chile.

“Há uma nova América Latina que surge com a pandemia. A despeito dos trágicos efeitos à saúde pública e da crise na economia dos países, milhões de pessoas passaram a acessar bens e serviços de forma digital, e foram incluídas financeiramente com novos produtos. É este cenário que a Beyond Borders delineia, e que pode ser um caminho para a retomada econômica e para a inclusão de milhares de latino-americanos”, diz João Del Valle, cofundador e COO do EBANX.

Segundo o levantamento, 52 milhões de pessoas aderiram ao comércio eletrônico durante a pandemia na América Latina, elevando o número de consumidores on-line em até 30% nos países da região – um salto que, em condições normais, só seria alcançado em 2022.

“A pandemia mais que dobrou a estimativa de novos consumidores on-line na América Latina”, afirma Juliana Etcheverry, diretora de Expansão LatAm e Parcerias Estratégicas do EBANX. Medidas de isolamento social adotadas ao longo do ano, além do pagamento de auxílios emergenciais por meio de contas digitais, ajudaram a impulsionar o mercado on-line.

Novos métodos de pagamento como carteiras digitais e o cartão de débito, no Brasil, avançaram no e-commerce da região, chegando a crescer até 32% em alguns países, como ocorreu com e-wallets no Chile, segundo dados da AMI.

Ainda assim, pagamentos em dinheiro (ou cash vouchers, como o boleto bancário no Brasil e o OXXO, no México) representam até 20% das compras on-line na LatAm durante a pandemia, e crescem no e-commerce internacional. No Brasil, por exemplo, 68% apontam o boleto como método preferencial de pagamento para compras cross-border, aponta um levantamento realizado com 3.280 consumidores pela Beyond Borders 2020/2021.

Comércio cross-border
Nas compras internacionais, o fator preço se tornou ainda mais decisivo para o consumidor latino-americano, em meio a uma crise econômica com desemprego recorde. Pagar mais barato se tornou o principal motivador de compra em sites internacionais, segundo consumidores consultados pela Beyond Borders 2020/2021.

Mesmo com a desvalorização das moedas locais frente ao dólar, que impactou negativamente as compras em varejistas internacionais em 2020, o latino-americano ampliou o consumo de produtos e serviços digitais e de assinatura oferecidos por grandes empresas globais – que cresceram até 63%.

A internacionalização do comércio eletrônico na América Latina se reflete também em algumas das marcas mais lembradas pelos consumidores. Netflix, SHEIN, Amazon, AliExpress e Spotify são algumas das nomeadas como mais dignas de confiança pelos consumidores entrevistados pela Beyond Borders 2020/2021.

Ao se considerar o tráfego de visitantes on-line, os principais players do e-commerce na América Latina são Mercado Libre, Americanas, OLX e Amazon, seguidos pelos brasileiros Magazine Luiza e Casas Bahia.

Brasil 
Principal mercado consumidor da América Latina, o Brasil teve um salto de 25% no número de consumidores on-line em 2020, segundo os números colhidos pela Beyond Borders 2020/2021. Com isso, o mercado de e-commerce no país deve crescer 8,3% neste ano, e acelerar 19% em 2021, chegando a um valor total de USD 134 bilhões.

Em meios de pagamento, o uso do cartão de débito no e-commerce cresceu 16% durante a pandemia, impulsionado por um novo protocolo de autenticação e pelo uso do auxílio emergencial para compras. Serviços digitais como streaming e jogos on-line aumentaram 42%, e as compras pelo celular atingiram níveis recordes: 85% dos consumidores consultados pela Beyond Borders 2020/2021 disseram já ter comprado pelo aparelho.

Mercado Livre, Americanas e OLX são os principais players de e-commerce no Brasil em tráfego on-line; a americana Amazon aparece em quarto lugar, seguida por Magazine Luiza e Casas Bahia.

México
País onde as compras pelo celular já ultrapassam o desktop, o México deve fechar o ano com 31% a mais de consumidores on-line, maior aumento da região. O mercado de e-commerce deve crescer 12% e saltar para 25% em 2021. Um dos principais destaques, assim como nos outros países, é o consumo de produtos digitais, que cresceu 37%.

Compras internacionais respondem por quase 20% do mercado de e-commerce, principalmente em função da proximidade com os Estados Unidos. Entre os consumidores entrevistados pela Beyond Borders 2020/2021, a preferência por sites internacionais é de 51%, dividindo a atenção com marcas do próprio país. Isso se traduz no tráfego on-line: Mercado Libre, Amazon e Coppel, numa divisão entre marcas locais e globais, são os principais players de e-commerce no México.

Quanto à forma de pagamento, destaca-se o voucher OXXO, que é o terceiro método mais utilizado no país, atrás apenas dos cartões de crédito e débito.

Colômbia
Um dos mercados de e-commerce que mais cresce na América Latina, a Colômbia viu o pagamento com e-wallets saltar 20% neste ano, segundo dados da AMI. As compras pelo celular se equiparam às feitas pelo desktop, e o mercado de e-commerce deve dobrar de tamanho até 2023.

Chama a atenção a penetração de serviços de streaming: 80% dos consumidores consultados pela Beyond Borders 2020/2021 no país possuía assinaturas, percentual bem maior que em outros mercados. Não por acaso, o consumo de produtos digitais na Colômbia cresceu 63% durante a pandemia, segundo dados da AMI.

Mercado Libre, Amazon e Falabella aparecem como os principais players de e-commerce no país, segundo dados de tráfego on-line.

Chile
Apesar de ser o menor mercado entre os países pesquisados, o Chile deve ver o volume de compras on-line dobrar de tamanho até 2023. A população do país é mais bancarizada que no resto da América Latina, e os cartões representam cerca de 85% dos pagamentos no comércio on-line.

Ao mesmo tempo, as compras pelo celular, apesar de ainda serem menos significativas do que em outros países, mostram altíssima aderência nos últimos meses: mais de 80% dos chilenos entrevistados pela Beyond Borders usaram algum app para fazer compras depois da pandemia, o que deve aumentar a participação deste tipo de compra no país.

A chilena Falabella, seguida de Mercado Libre e Yapo, aparece como o principal player de e-commerce no país, de acordo com dados de tráfego on-line.

 

Sobre o EBANX
O EBANX é uma fintech unicórnio com atuação global e DNA latino-americano. Tem operações no Brasil, México, Argentina, Colômbia, Chile, Peru, Equador, Bolívia e Uruguai.  Foi fundado em 2012 para resolver um gap de acesso entre latino-americanos e sites internacionais. Hoje, a empresa oferece mais de 100 opções locais de pagamento da América Latina, já ajudou mais de 70 milhões de latino-americanos a acessarem serviços e produtos globais, e mais de mil sites internacionais a expandirem para a região. AliExpress, Wish, Uber, Pipedrive, Airbnb e Spotify (esses dois em parceria com a Worldline) são algumas das empresas que usam as soluções do EBANX. Em 2019, começou a oferecer processamento local no Brasil, por meio da empresa EBANX Pagamentos Ltda. No início de 2020, entrou definitivamente no mundo B2C, com o lançamento da conta de pagamentos digital EBANX GO no Brasil. Para mais informações, visite https://business.ebanx.com/pt-br/.

 

Empresas de e-commerce gastam até 8,5% do faturamento com impressões fiscais

Além do impacto ambiental, a burocracia para a emissão e a impressão dos documentos fiscais obrigatórios pode representar um custo de até 8,5% do faturamento anual das empresas de e-commerce, considerando o gasto com folhas, tinta de impressora e outros insumos necessários, segundo estimativa da FecomercioSP (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo). Além disso, os processos de impressão desses documentos podem consumir até 31 dias de um ano de trabalho, impactando diretamente a produtividade das empresas.

O e-commerce brasileiro utilizou aproximadamente 2,4 bilhões de folha para impressão em todas as transações feitas em 2019, segundo levantamento da FecomercioSP. O número se refere às quase 150 milhões de compras realizadas no comércio eletrônico durante o ano. Só no primeiro semestre de 2020, o volume de papel aumentou: estima-se que foram feitas 1,6 bilhão de impressões para dar conta dos 91 milhões de pedidos no período.

São por números como esses que a FecomercioSP, em parceria com outras instituições do setor, tem atuado há mais de um ano por uma logística sem papel no e-commerce. Segundo o site GUS.digital, as principais propostas da entidade giram em torno do fim da obrigatoriedade da impressão de documentos fiscais para o envio de mercadorias.

Hoje, em razão dos processos burocráticos exigidos pelas Secretarias da Fazenda Estaduais, por exemplo, até 16 documentos fiscais são obrigatoriamente utilizados em cada transação feita no comércio eletrônico, sendo que todos poderiam ser disponibilizados digitalmente.

Para o consumidor final, há ainda a questão da segurança, já que o documento fiscal anexo às mercadorias circula com suas informações pessoais, como nome, endereço, telefone, CPF e valor do produto.

Como a logística sem papel pode diminuir a burocracia?

Como parte do projeto Logística Sem Papel, a FecomercioSP se reúne a entidades representativas dos setores de comércio, logística e transporte, e tem três propostas principais para desburocratizar o processo de entrega de mercadorias do e-commerce, como também do varejo físico.

O primeiro deles é acabar com a obrigação de que alguns comprovantes fiscais sejam emitidos em papel, como o Documento Auxiliar do Manifesto de Documentos Fiscais Eletrônicos (DAMDFE), o Documento Auxiliar do Conhecimento de Transporte Eletrônico (Dacte) e o Documento Auxiliar da Nota Fiscal Eletrônica (Danfe) – esses dois últimos são impressos para cada mercadoria adquirida. A ideia é que eles sejam disponibilizados apenas em versões digitais, com código QR com informações sobre a mercadoria e o transporte.

Para as entidades envolvidas no projeto, a medida diminuiria custos e tempo de trabalho das empresas na emissão dos documentos e, ao mesmo tempo, tornaria a transação mais segura aos consumidores.

A segunda proposta se volta mais às práticas do setor do que para as regulações públicas. Ela sustenta que os comércios on-line e físico iniciem projetos de otimização dos seus processos, com o objetivo de reduzir a burocracia na emissão e impressão de determinados documentos. Isso passa por deixar de imprimir contratos, guias, boletos e comprovantes, tornando-os digitais.

Por fim, a terceira proposta do Logística Sem Papel é que o poder público simplifique as regras vigentes para disponibilização de documentos fiscais. Isso passa tanto pela digitalização de serviços públicos, reduzindo a impressão de papéis e estimulando o uso de dispositivos digitais, como pela redução da carga tributária, o que incentivaria as empresas do setor a investir em suas operações, gerando mais empregos e crescimento econômico.

Todas essas propostas podem se materializar facilmente no Brasil, onde quase todos os habitantes têm dispositivos móveis e que dispõe de um setor de e-commerce estruturado em praticamente todas as regiões.

 

Pesquisa mostra que 47% dos brasileiros têm comprado mais on-line na pandemia

A crise do novo coronavírus, e o consequente isolamento social a nível global trouxeram mudanças significativas nos hábitos de consumo da população, com impacto especialmente em economias locais. Segundo a pesquisa Shopping During The Pandemic, realizada pela Ipsos com entrevistados de 28 países, 47% dos brasileiros têm feito mais compras on-line do que faziam antes da pandemia de Covid-19. No mundo todo, o índice é de 43%.

Os respondentes que mais aumentaram a frequência com que fazem compras on-line, desde o início da crise sanitária, foram os do Chile (59%), Reino Unido (55%), Turquia e Coreia do Sul (54%). Enquanto 47% das pessoas no Brasil estão comprando mais pela internet, 17% relataram comprar menos e 36% compram tanto quanto antes.

Com o aumento das compras em plataformas digitais, 36% dos entrevistados País disseram que estão comprando menos em lojas pequenas, de comércio local, se comparado ao período pré-pandemia. Por outro lado, 49% afirmaram ir a lojas tanto quanto antes e 15% têm frequentado tais estabelecimentos com mais frequência do que antes da crise do novo coronavírus.

No que diz respeito aos hábitos de compra, o brasileiro tem evitado frequentar lojas locais mais do que a média das nações. No mundo todo, o percentual de pessoas que tem saído menos para comprar em comércios da proximidade é de 30%.

Mulher, jovem e de alta renda

Globalmente, as pessoas com poder aquisitivo mais alto tiveram o crescimento mais significativo nas compras on-line: 49% fazem mais compras pela internet do que antes. Entre os respondentes de baixa renda, são 37%; na classe média, são 43%.

O perfil que mais aderiu às compras on-line durante a crise de Covid-19, além de ser de alta renda, é também majoritariamente feminino e jovem. De todas as participantes do estudo, 45% disseram estar comprando mais pela internet, contra 41% dos homens. Além disso, 45% dos entrevistados com menos de 35 anos aumentaram o consumo on-line na pandemia, contra 40% entre os mais velhos, de 50 a 74 anos.

“Enquanto 49% das pessoas de classe alta aderiram às compras on-line no mundo, no Brasil o número chegou a 59%. Além disso, as mulheres brasileiras também foram mais seduzidas por esta modalidade de compra (53%, contra 45% globalmente). Sendo assim, é importante que as marcas que querem chegar até o consumidor digital do Brasil pensem em estratégias que atraiam estes públicos”, analisa Rafael Lindemeyer, diretor de negócios na Ipsos.

Restaurantes versus delivery

Assim como a ida às lojas físicas, o brasileiro tem evitado comer fora mais do que o resto do mundo. Dos respondentes do País, 67% declararam estar indo a restaurantes locais com menos assiduidade do que antes. Considerando todas as nações, são 63%.

Apesar da queda da clientela nos salões dos restaurantes de bairro, apenas um entre cada quatro brasileiros (25%) disse ter pedido mais delivery no período pandêmico. Em contrapartida, 35% estão comprando menos comida por delivery e 40% escolhem a modalidade de entrega em casa tanto quanto faziam antes.

De 28 países, apenas oito apresentam um índice de pessoas que aumentaram o consumo por delivery mais alto do que o de pessoas que diminuíram o consumo por delivery. São eles: Chile, Colômbia, Malásia, Estados Unidos, Bélgica, Coreia do Sul, Alemanha e Holanda. Na média do mundo todo, 23% têm recorrido com mais frequência à entrega de refeições, contra 32% que estão pedindo menos delivery e 45% que não mudaram seus hábitos.

“Os indicadores refletem comportamentos adquiridos durante o confinamento. Comprar menos por delivery não significa que o mercado de aplicativos esteja prejudicado, pois está em plena expansão, mas sim que restaurantes que não se adequam a este novo canal perdem apelo ao consumidor. É importante que as empresas do ramo tenham uma estratégia para não ficar de fora do leque de decisão do comprador”, ressalta Lindemeyer.

Redução na ida a restaurantes

As pessoas que menos têm saído para comer são mulheres: 66% do total de participantes do sexo feminino diminuíram suas idas a restaurantes, enquanto 59% dos homens fizeram o mesmo. A faixa etária de 50 a 74 anos está se prevenindo mais, pois 68% relataram queda na frequência com que comem fora. Entre aqueles com idade de 35 a 49 anos, são 64% e, entre os entrevistados com menos de 35 anos, 57%.

A pesquisa on-line foi realizada com 20.504 entrevistados de 28 países, com idades de 16 a 74 anos, entre os dias 20 de novembro e 04 de dezembro de 2020. A margem de erro para o Brasil é de 3,5 pontos percentuais.

Alibaba Cloud registra lucro pela primeira vez após 11 anos

O Alibaba Cloud, braço de computação em nuvem da gigante chinesa de comércio eletrônico Alibaba, tornou-se lucrativa pela primeira vez no fim de 2020, anunciou a empresa em seu relatório de lucros.

A unidade de nuvem da empresa alcançou EBITA ajustado positivo (lucro antes de juros, impostos e amortização) durante o trimestre, depois de estar no negócio desde 2009. O marco é em parte resultado da “realização de economias de escala”, disse o Alibaba.

O Alibaba Cloud, que incorpora desde banco de dados, armazenamento, análise de big data, segurança e aprendizado de máquina até serviços de IoT, dominou o mercado de infraestrutura em nuvem da China nos últimos anos e sua participação no mercado mundial continua a crescer. Em 2019, o gigante da nuvem era a terceira maior empresa de nuvem pública (fornecendo infraestrutura como serviço) do mundo, com um mercado de 9%, atrás da Amazon e da Microsoft, de acordo com reportagem do TechCrunch.

Computação na nuvem na pandemia

A Covid-19 tem sido uma oportunidade para a adoção da nuvem e digital em todo o mundo, pois o vírus força as atividades off-line e on-line. Por exemplo, o Alibaba observa em seus ganhos que a demanda por digitalização na indústria de restaurantes e serviços permanece forte no período pós-Covid na China, uma tendência que beneficia seu aplicativo de entrega de comida e serviços sob demanda, Ele.me. A receita de nuvem da empresa cresceu para US$ 2,47 bilhões no trimestre de dezembro, principalmente impulsionada pelo “crescimento robusto na receita de clientes nos setores de internet e varejo e do setor público”.

O comércio continuou sendo o maior impulsionador da receita do Alibaba no último trimestre, respondendo por quase 70% da receita, enquanto a nuvem contribuiu com 7%.

O segmento de nuvem da Tencent é o rival mais próximo do Alibaba Cloud. Em 2019, tinha um mercado global de 2,8%, de acordo com a publicação.

Uma estratégia chave para o crescimento do Alibaba Cloud é a integração da nuvem ao aplicativo de bate-papo corporativo do Alibaba, Dingtalk, que a empresa espera que possa direcionar as indústrias em todos os setores para os serviços em nuvem. É uma relação que ecoa entre o Microsoft 365 e o Azure.

 

Amazon expande sistema de leitura de palma da mão em lojas nos EUA

A Amazon lançou um novo dispositivo biométrico, o Amazon One, que permite aos clientes pagar nas lojas Amazon Go usando a palma da mão no fim do ano passado. Hoje, a empresa diz que o dispositivo está sendo implementado em lojas adicionais da empresa em Seattle — uma expansão que tornará o sistema disponível em oito lojas físicas de varejo da varejista, incluindo as lojas de conveniência.

Desde segunda-feira (1º), o sistema Amazon One está sendo adicionado como uma opção de entrada na loja em Seattle. Nas próximas semanas, ele também será lançado em mais duas lojas, segundo a empresa. Isso leva o sistema a oito locais em Seattle e prepara o terreno para uma expansão mais ampla nos Estados Unidos nos próximos meses.

Segundo o TechCrunch, o sistema usa tecnologia de visão computacional para criar uma impressão palmar exclusiva para cada cliente, que a varejista então associa ao cartão de crédito que o cliente insere na configuração inicial. Embora o cliente não precise ter uma conta na varejista para usar o serviço, se ele associar as informações da conta, poderá ver seu histórico de compras no site.

E a privacidade com a Amazon?

A Amazon afirma que as imagens da impressão da palma da mão são criptografadas e protegidas na nuvem, onde as assinaturas dos clientes são criadas. No momento de seu lançamento inicial, a gigante norte-americana argumentou que essas  impressões eram uma forma mais privada de autenticação biométrica do que alguns outros métodos, porque você não pode determinar a identidade de um cliente com base apenas na imagem da palma da mão.

O sistema levanta questões sobre os planos maiores da Amazon, já que o uso histórico da biometria pela empresa é bastante controverso. A empresa vendeu serviços de reconhecimento facial biométrico para policiais nos Estados Unidos. Sua tecnologia de reconhecimento facial foi objeto de um processo de privacidade de dados. Em termos de privacidade de dados do usuário, a empresa também não foi cuidadosa, como no caso de continuar armazenando dados de voz da Alexa mesmo quando os usuários apagaram arquivos de áudio.

Além do mais, a empresa não visualiza o Amazon One apenas como um meio de entrada em suas próprias lojas —eles são apenas um mercado de teste. Com o tempo, a empresa quer disponibilizar a tecnologia para terceiros também, incluindo estádios, prédios de escritórios e outros varejistas não pertencentes à Amazon.

Locações de galpões logísticos batem recorde de volume dos últimos 5 anos

Apesar dos impactos da pandemia, o mercado de galpões logísticos segue firme e com estabilidade, o que deve se repetir em 2021. De acordo com o último relatório da Colliers International Brasil, no ano passado a absorção bruta bateu recorde, com mais de 2.600 mil m² de área locada. Já a absorção líquida – saldo entre novas locações e devoluções – atingiu a marca histórica de 1.500 mil m². Vale destacar que os imóveis próximos às grandes capitais apresentaram boa performance de locação no período. A região metropolitana de São Paulo tem taxa de vacância abaixo de 10%. O e-commerce e varejo seguem como os principais setores que mais alugaram no trimestre, sendo 20% do inventário locado apenas para o comércio on-line.

Com o setor aquecido, as novas entregas de inventário também cresceram. Ao todo, foram entregues mais de 1 milhão de m² em 2020, contra 900 mil m² em 2019. Entre expansões e novos empreendimentos, o mercado se aproxima de 17 milhões de m² construídos. De acordo com a Colliers, é importante ressaltar que foi superada a marca de mais de 14 milhões de m² ocupados, maior patamar já registrado neste segmento.

Perspectivas positiva para 2021

De acordo com Rogério Luz, gerente da divisão de logística da Colliers Internacional, com o início da vacinação da população, diminuição das restrições de circulação, retomada do emprego e melhora da economia, a aposta é que o mercado logístico continue aquecido em 2021. “Estimamos que a taxa de vacância fique próxima a 15% e a absorção líquida se mantenha no patamar de 2020, sendo impulsionada, principalmente, pelos setores de e-commerce, transporte e varejo”, analisa.

Com o intenso crescimento de empresas do e-commerce trabalhando com condomínios logísticos, a expectativa para as empresas é de crescimento contínuo. De acordo com Rodrigo Demeterco, presidente da Capital Realty, líder do segmento no Sul, empresas de e-commerce devem ampliar a ocupação de galpões logísticos para ampliar a cobertura de entregas.

“Importantes varejistas estão migrando e absorvendo áreas disponíveis, pois garante vantagens logísticas. Além de um custo menor se comparado com empresas que constroem espaços próprios de armazenagem, alugar galpões em condomínios logísticos traz agilidade na entrega, pois as áreas estão espalhadas em regiões estratégicas do país, o que faz com que a empresa possa operar em todo o Brasil e em menor tempo”, analisa.

“Neste ano, a área de galpões se mostrou mais resiliente em relação a varejo e escritórios, em que o fechamento das atividades comerciais e a adoção do sistema home-office trouxeram impacto mais relevante, tanto em novas locações como em devoluções”, diz Demeterco.

As maiores locações na região em 2020 foram para os setores de varejo, e-commerce, cosméticos, alimentício e transporte.

China anuncia novas regras anti-monopólio mirando gigantes da internet

A Administração Estatal de Regulamentação do Mercado da China (SAMR) divulgou no último domingo (7), novas diretrizes anti-monopólio que visam plataformas de internet, aumentando as restrições já enfrentadas pelas gigantes da tecnologia do país.

As novas regras, divulgadas pela SAMR em seu site, formalizam um projeto de lei anti-monopólio lançado em novembro passado e esclarecem uma série de práticas monopolísticas que os reguladores planejam reprimir.
Espera-se que as diretrizes exerçam uma nova pressão sobre os principais serviços de internet do país, incluindo sites de comércio eletrônico como o Taobao e o Tmall marketplace do Alibaba, ou o JD.com e serviços de pagamento como o Alipay do Ant ou o WeChat Pay da Tencent.

As empresas são proibidas de uma série de comportamentos e obrigadas a escolherem entre os principais players da internet do país. Ademais, serão impedidas de fixar preços, restringir tecnologias e usar dados e algoritmos para manipular o mercado.

Segundo o órgão regulador, as novas diretrizes “interromperiam os comportamentos monopolistas na economia da internet e protegeriam a concorrência leal no mercado”. Ainda de acordo com a SAMR, denúncias de comportamento anti-monopólio relacionado à internet aumentaram e o órgão enfrentou desafios para regulamentar o setor.

Em dezembro, os reguladores lançaram uma investigação antitruste sobre o Alibaba Group após a dramática suspensão do plano de oferta pública inicial de US$ 37 bilhões de sua afiliada de pagamento, Ant Group.

Na época, os reguladores alertaram a empresa sobre supostas práticas de monopólio na China que incluíam forçar os comerciantes a assinarem pactos de cooperação exclusivos à custa de outras plataformas da internet.

Como o Brasil pode tirar o atraso do comércio eletrônico

Para o cofundador do Mercado Livre, o país “reúne as melhores condições para o crescimento do e-commerce”.

“O e-commerce brasileiro levou cerca de 20 anos para chegar a uma penetração de 6% do varejo brasileiro, entre 1999 até 2019.

Ninguém poderia imaginar, portanto, que os quatro pontos percentuais seguintes seriam conquistados em apenas 12 meses.

Esse foi o tamanho do avanço que 2020 trouxe para o comércio eletrônico brasileiro, em um ano em que esse canal virou a salvação para muita gente.

Do lado do consumidor, muitas pessoas novas, de diferentes faixas etárias e poder aquisitivo, recorreram aos sites por necessidade, diante do fechamento de lojas e do receio do Covid-19, ou curiosidade: será que a encomenda chega rápido mesmo?

Do lado do varejo, desde pequenos e médios lojistas, até players importantes da indústria, construíram ou ampliaram sua atuação no mundo on-line.

A necessidade de vender, pura e simples, fez o despertador digital soar para muitos.

A infraestrutura criada ao longo de mais de 20 anos nesse setor atendeu, em boa parte, as duas pontas. O consumidor teve uma boa experiência, o produto chegou.

O varejo físico encontrou dezenas de empresas e ferramentas dispostas a armazenar seus produtos, fazer o atendimento on-line e garantir a complexa logística.

A direção do e-commerce daqui para frente é apenas uma: para cima. É verdade que o lockdown e o auxílio emergencial trouxeram um impulso extra ao setor em 2020, mas, mesmo sem esses dois fatores, não existe a menor possibilidade de o varejo on-line perder participação no mercado.

Um crescimento de quatro pontos não deve acontecer de novo em tão pouco tempo. Mas, com a praticidade da compra em um clique, quem já conhecia o e-commerce está usando mais, enquanto quem ainda não conhecia passou a usar com frequência.

Além disso, 2021 ainda traz restrições para o varejo físico, o que impulsiona uma nova leva de novos entrantes nas compras digitais.

Entre as principais tendências do e-commerce aceleradas pela pandemia, a compra mobile — seja por meio do acesso ao site via celular ou por um aplicativo — viu seu uso crescer muito. Muitas pessoas tiveram o seu primeiro contato com o e-commerce direto no celular e isso deve continuar.

Quando se trata do consumo de novas categorias de produtos on-line, itens de supermercados devem continuar em expansão. É muito mais conveniente comprar tudo em poucos cliques e aguardar os produtos em casa.

Essa é uma das categorias em que apostamos no Mercado Livre, tanto para atrair novos clientes quanto para aumentar a recorrência. Hoje, o nosso usuário ativo faz, em média, uma compra por mês. Acreditamos que, ao trazer mais consumidores para itens de supermercado e também de moda, a atividade média pode aumentar para uma compra por semana.

Outra tendência interessante que veio com a pandemia e deve continuar presente é o e-commerce se tornando cada vez mais social e interagindo com as pessoas nas redes que elas usam.

O live commerce, que promove produtos por meio de lives, por exemplo, une duas tendências: a do entretenimento e a da compra on-line. É algo que tem um grande potencial, e em mercados como a China já está muito mais desenvolvido.

Mais investimentos em logística é outra tendência do e-commerce. Em 2020, tivemos grandes anúncios e isso deve seguir em 2021. A experiência do cliente no e-commerce está intimamente ligada à sua experiência com a entrega.

Enquanto a compra acontece em poucos cliques, em geral o consumidor passa dias esperando pelo produto. O frete no Brasil ainda é relativamente caro. É preciso diminuir o tempo de entrega e baixar custos. Isso se faz com escala e automação.

A integração entre mundo físico e on-line também é um grande desafio tecnológico para muitos lojistas. Pequenos comerciantes ainda carecem de softwares mais sofisticados para digitalizar seus estoques — algo mais evoluído em mercados como o chinês. Isso acaba elevando o tempo de entrega aqui.

Apesar do crescimento do e-commerce nacional, a má notícia é que continuamos atrasados na penetração do comércio on-line em nosso varejo. Os mercados mais desenvolvidos, China, Estados Unidos e Europa, viram seu percentual crescer na pandemia, e ficamos para trás.

A boa notícia é que o Brasil reúne as melhores condições para o crescimento do e-commerce no futuro.

Com mais de 212 milhões de habitantes, temos um tamanho de mercado muito bom. A penetração de cerca de 30% do e-commerce no varejo na China e de 20% nos Estados Unidos mostra que ainda podemos avançar em nosso índice de 10%.

Além disso, muitas empresas estão investindo para construir uma grande infraestrutura em diferentes áreas do e-commerce, como logística, tecnologia e atendimento ao cliente. Ainda vamos crescer muito.”

 

Transformação cultural e o futuro do varejo: insights NRF 2021

Nesse início de ano, tivemos a oportunidade de palestrar no Retail’s Big Show, maior evento de varejo do mundo, promovido pela National Retail Federation (NRF). Abordamos no evento o tema “Consumidor do Amanhã” com base no estudo de movimentações culturais e comportamentais que a Mosaiclab realizou em 17 países, incluindo Brasil.

Refletimos na sessão sobre algumas tendências, como:

Aceleração da hiperconveniência

  • Compras mais inteligentes e rápidas e importância do last mile;
  • Impacto de Big Datae análise preditiva em recomendações sobre compra;
  • Recomendações feitas por pessoas reais ou virtuais baseadas em uso de Inteligência Artificial;
  • Maior abertura para serviços de assinatura; aluguel em vez de compra;
  • Forte desejo pela real ominicanalidade;
  • Valorização do consumo de proximidade.

Maior busca por experienciar, pelo sentir

  • Crescimento do consumo intuitivo, privilegiando o que o consumidor “sente” ao consumir algo;
  • Desejo latente experenciar o novo no futuro, mesmo entre pessoas que antes de 2020 não tinham essa aspiração devido à pressão do isolamento (viajar, sair, busca por entretenimento inovador, etc.);
  • Virtualização das experiências, smart shop experienceslive commerce, metaverso.

Valorização e respeito ao meio ambiente e humanos (indivíduo, coletivo e aceitação das diferenças)

  • Crescimento da importância da inclusão genuína;
  • Sustentabilidade ambiental cada vez mais latente como preocupação para a sociedade;
  • Sustentabilidade humana, tendência que emergiu nesse estudo que trata da importância da qualidade de vida visando acesso e equilíbrio de três pilares: saúde e bem-estar, segurança emocional, física e digital e desenvolvimento educacional;
  • Busca da hiperpersonalização.

O interessante é que muitas dessas tendências apontadas também foram abordadas em outras palestras e no pavilhão de inovações do evento. Compartilho aqui algumas soluções apresentadas na NRF 2021 alinhadas com as tendências e buscas do “Consumidor do Amanhã”:

Aceleração da hiperconveniência

  • Alkemics: plataforma de colaboração para varejistas com foco em omnichannel;
  • Shopopop: líder de entrega colaborativa na Europa;
  • Verteego: plataforma preditiva com inteligência artificial;
  • Fabric: centro de distribuição automatizado;
  • Stylumia: previsão com inteligência artificial de tendências da moda.

Maior busca por experienciar, pelo sentir

Valorização e respeito ao meio ambiente e humanos (indivíduo, coletivo e aceitação das diferenças)

  • AFC: Ecoplásticos;
  • Wipro: tecnologia da informação e a preocupação com diversidade.

Acompanhar as tendências de consumo possibilita antecipar ações, inovar e engajar consumidores de forma mais efetiva. O evento deste ano reforçou o quando é relevante a criação dessas conexões verdadeiras com seus consumidores e o papel da tecnologia além do olhar humano nesse engajamento.

* “Tommorow’s Consumer – Consumidor do Amanhã” é um estudo de tendências realizado em 17 países (Brasil, Chile, Argentina, Colômbia, Peru, Canadá, Estados Unidos, México, Reino Unido, Alemanha, França, Holanda, Portugal, África do Sul, China, Japão e Austrália.) Concepção, desenvolvimento e análise realizados pela Mosaiclab e campo on-line em parceria com a Toluna. Foram analisadas pela Mosaiclab mais de 500 variáveis tendências em comportamento e consumo, além de um extenso trabalho de cool hunting e data analytics.

Karen Cavalcanti é sócia-diretora da Mosaiclab, área de inteligência de mercado do Gouvêa Ecosystem

Entregas em até duas horas da Fast Shop já respondem por 73% das compras on-line da empresa

Mais de 54 itens de pequeno e médio porte foram entregues pela Fast Shop, por dia, em até duas horas depois de finalizada a compra, desde o início de dezembro. É o que mostra um balanço das entregas UltraFast, criadas pela marca para fortalecer sua estratégia de ultra conveniência e agilidade no atendimento ao consumidor.

Segundo a empresa, entre 1º de dezembro e 18 de janeiro, foram realizadas mais de 2,6 mil entregas com o UltraFast. Desse total, 32% foram entregues por motoristas vinculados à Uber, graças a uma parceria firmada em setembro de 2020 com o aplicativo de transporte.

Fones de ouvido, aspirador robô, batedeiras, celulares, Kindle, cafeteiras, smart speakers, micro-ondas e televisores estão entre os itens mais enviados em até 120 minutos. A cidade de São Paulo lidera no número de entregas rápidas (58%), seguida por Rio de Janeiro (12%), Curitiba (6%) e Belo Horizonte (4,5%). Mas consumidores de outras 16 cidades, incluindo Salvador, Santos, Campinas, Guarulhos, Brasília, Ribeirão Preto e a região do ABC Paulista também recorreram à entrega ultrarrápida.

“Sabemos que, cada vez mais, nossos consumidores estão buscando conveniências capazes de dar mais agilidade às demandas e necessidades do dia a dia. Nós temos como desafio tornar a entrega mais ágil, mantendo nosso histórico de qualidade, de modo que isso se torne um diferencial e seja fator decisivo no processo de decisão de compra dos nossos clientes”, afirma o diretor-geral de Operações da Fast Shop, ressalta Eduardo Salem.

A estratégia da Fast Shop foi reconhecida como case de sucesso durante a Retail’s Big Show, maior evento de varejo do mundo, organizado pela National Retail Federation. A CEO e fundadora da consultoria GDR Creative Intelligence, Kate Ancketill, destacou em seu painel as mudanças do varejo nos últimos meses e citou os diferenciais da rede, como as entregas ultrarrápidas, o conceito de experimentação em loja e o varejo phygital, além do serviço click and collect, em que o consumidor adquire o produto pelo site ou aplicativo da rede e, uma vez aprovada a compra, pode retirar a mercadoria em uma das mais de 80 unidades da Fast Shop.