A hiperpersonalização ainda não atingiu seu grau máximo

Com o avanço da tecnologia e da IA, varejo aposta em hiperpersonalização para aumentar fortalecer o relacionamento com os clientes.

Nos últimos anos, a hiperpersonalização tem se tornado um dos pilares fundamentais para o varejo. Com o avanço da tecnologia e a capacidade de análise de dados, empresas do setor passaram a investir fortemente na ciência de dados para aprimorar a experiência do consumidor e potencializar suas vendas.

Os avanços em Inteligência Artificial (IA) e na capacidade de processamento de dados permitiram uma revolução na maneira como os varejistas interagem com seus clientes. Antes, a abordagem de vendas era baseada em métodos tradicionais, com pouca personalização. Agora, com a coleta e análise inteligente dos dados, é possível identificar padrões de comportamento e oferecer experiências mais personalizadas.

Atualmente, com os avanços das ferramentas de CRM, o sistema pode identificar o comportamento no consumidor, por exemplo, em um shopping, conforme explica Raphael Carvalho, CEO da Spot Metrics. Quando um consumidor tem a necessidade de comprar um produto específico, a tecnologia pode reconhecer esse padrão e auxiliar na experiência de compra.

Interações personalizadas

A utilização estratégica dos dados também possibilita a personalização das interações entre vendedores e clientes. Quando um consumidor busca um produto específico e não o encontra no momento, a tecnologia pode avisá-lo assim que o item voltar ao estoque. Isso não apenas melhora a satisfação do cliente, mas também aumenta as taxas de conversão.

“O algoritmo com IA, inclusive, pode sugerir para o vendedor o próximo contato com o cliente. Esse contato não terá relação com venda, mas sim para saber sobre a experiência com o produto, se atendeu à expectativa. Esse tipo de gatilho é o que mais gera vendas”, explica.

Ainda de acordo com executivo, a hiperpersonalização tem um impacto direto nas vendas, ajudando os vendedores a criarem vínculos mais fortes com os consumidores. “Nosso sistema gera, em média, um aumento de 27% na receita das marcas que o utilizam. Isso mostra como a hiperpersonalização pode tornar a relação entre marcas e consumidores mais próxima e humanizada”, ressalta.

Essa personalização também se reflete na comunicação. O varejo precisa encontrar um equilíbrio entre abordagem eficiente e interação natural. Um atendimento muito insistente pode afastar clientes, enquanto uma abordagem mais sutil e personalizada pode aumentar a fidelização.

“Em um mundo onde o e-mail marketing tem um custo irrisório e o SMS é barato, o atendimento personalizado por um vendedor é um dos canais mais eficazes para fidelizar clientes”, pontua.

Os desafios da hiperpersonalização regional

O Brasil é um país de dimensões continentais, com diferenças culturais e comportamentais marcantes entre suas regiões. Isso representa um desafio para empresas que desejam implementar estratégias de hiperpersonalização.

No Brasil, esse tipo de estratégia costuma ser mais focada no eixo Rio-São Paulo, onde estão concentradas muitas empresas. Mas, o país é maior do que isso. Personalizar para um país tão plural, onde o público do Nordeste é diferente do público do Sudeste, é um grande desafio. Essa característica deve ser levada em conta na estratégia de personalização para que o consumidor não se sinta pressionado ou desconsiderado.

“Aprendemos com as interações. Em geral, o cliente do Sul é menos permissivo com mensagens do vendedor. Já no Norte e Nordeste, as pessoas são mais relacionais. Então, é necessário refletir características sociológicas dentro do software, e com a ajuda de Inteligência Artificial”, comenta.

Como transformar dados em insights acionáveis

O executivo ressalta que, para que a hiperpersonalização seja eficaz, é essencial que as empresas consigam transformar os dados coletados em ações concretas. Isso envolve a integração de diversos canais de coleta de informação e a utilização de Inteligência Artificial para gerar insights relevantes.

Um dos pontos citados é a rede de wi-fi do shopping. Apesar de o celular do consumidor não estar conectado, ela enxerga o aparelho. Assim, é identificada a jornada feita no local. Através disso, é possível saber o que o cliente gosta ou consumiu naquela visita. Assim, esse comportamento é entendido e colocado em um banco de dados.

Com a análise adequada desses dados, as marcas podem antecipar as necessidades dos consumidores e oferecer experiências mais personalizadas. Por exemplo, se um cliente comprou um presente para sua sogra em um determinado período, o sistema pode sugerir uma nova opção de presente meses depois, antes de uma nova data comemorativa.

“Os dados podem ser capturados de várias maneiras, seja por ERP, PDV ou site. Isso tudo nos dá muitas informações. Assim, posso saber, por exemplo, que essa cliente ficou interessada em uma camisa de seda, estampada. Ao unir dados estruturados da marca e dados desestruturados da loja ou do vendedor, como isso gera insight em venda? Ao comunicar uma nova coleção, já filtramos os produtos que fazem sentido para ela. Isso gera venda, pois conseguimos ativar gatilhos personalizados”, relata.

Governança de dados

Dentro da coleta e análise de dados, as empresas ainda precisam ter cuidado para que tudo ocorra de forma ética. O primeiro passo é ter um ambiente seguro. É importante ainda saber a origem da base, para evitar problemas. “É necessário ter uma camada de governança de acesso a dados”, pontua. “O varejista deve estar atento. Vazar um dado é um problema grande, que pode impactar toda a operação”, acrescenta.

E, em tempos de novidades constantes em um cenário em que a Inteligência Artificial muda constantemente, Raphael frisa que a hiperpersonalização ainda não atingiu seu grau máximo. Além disso, as empresas devem estar preparadas para um futuro cada vez mais digital.

“Nessa jornada de digitalização, as empresas têm ocupado camadas diferentes. O varejo deve se posicionar escolhendo o parceiro correto, e com uma governança de dados forte. Como está mudando, não existe uma plataforma estacionária. O varejista precisa se desenvolver como phygital – físico e digital“, finaliza.

Fonte:”https://consumidormoderno.com.br/hiperpersonalizacao-ia-consumo/?utm_campaign=news_42&utm_medium=email&utm_source=RD+Station”

IA, governo e mais: os planos de Mark Zuckerberg para a Meta em 2025

Clima tenso em primeira reunião geral vazada, traz perguntas polêmicas de colaboradores, planos ambiciosos para a Inteligência Artificial própria e novas políticas da companhia.

“Será um ano intenso, então apertem os cintos. Temos muito a fazer. Estou animado com isso”, disse Mark Zuckerberg aos funcionários da Meta, no término da primeira reunião geral do ano que já começou sem segredos – o encontro segue com o motivo para seu vazamento ainda como um mistério.

Mas, apesar do “ânimo” manifestado por Zuckerberg, o líder não escondeu seu descontentamento e prometeu demitir o responsável por tornar públicas as informações da agenda, segundo o portal nova-iorquino The Verge.

“Tentamos ser realmente abertos e então, tudo o que eu digo vaza. É uma droga”, esbravejou, mostrando aborrecimento com a falta de privacidade e o controle das narrativas da empresa.

Nova dinâmica

De qualquer forma, as tensões já tinham sido antecipadas pelo próprio RH, que avisou que, pela primeira vez, as regras da reunião seriam mudadas. “Pularemos perguntas que achamos que podem ser improdutivas”, comunicaram.

Nesse novo cenário, as perguntas mais votadas não foram classificadas e os comentários foram desabilitados durante a transmissão ao vivo. Mesmo sem a abertura para as questões “improdutivas”, o que não faltou foram pontos polêmicos levantados.

Alguns deles, relativos às novas políticas que assombram os corredores da companhia, como o retorno definitivo ao trabalho presencial – desmentido por Zuckerberg, que deverá manter a flexibilidade do modelo híbrido – e os planos iminentes de demissão por baixo desempenho.

Em relação a este último o executivo foi cirúrgico. “O melhor a fazer é arrancar o band-aid de uma vez”.

A Inteligência Artificial na “reunião secreta”

O executivo manteve o alinhamento com Donald Trump ao reforçar projetos ambiciosos com vistas para uma supremacia norte-americana em Inteligência Artificial.

“Agora temos uma oportunidade de ter uma parceria produtiva com o governo dos Estados Unidos e vamos aproveitar isso. Acho que é a coisa certa a fazer porque há várias áreas onde temos objetivos comuns que farão com que a gente possa servir melhor nossa comunidade, promovendo os interesses do nosso país juntos”, afirmou.

Óculos inteligentes

O líder da Meta manteve as projeções já mencionadas sobre Inteligência Artificial e os óculos inteligentes desenvolvidos em parceria com a Ray-Ban, revelando que as vendas ultrapassaram a marca de 1 milhão de unidades em 2024 – um dado inédito para a empresa.

“Nosso desafio é saber se conseguiremos dobrar esse número ou mesmo quintuplicá-las para 5 milhões ainda este ano”, disse e complementou. “Nós, essencialmente, criamos esta categoria e, embora os concorrentes ainda não tenham surgido de forma expressiva, sabemos que isso vai acontecer. Por isso, precisamos usar este momento para expandir rapidamente o alcance dos óculos Meta AI e aproveitar ao máximo esta oportunidade”.

Llama

Zuckerberg falou do Llama, sistema de IA da Meta que já conta com cerca de 700 milhões de usuários ativos por mês e busca se equiparar ao ChatGPT. O bilionário se mostrou confiante de que esse número deverá ultrapassar a marca de um bilhão ainda em 2025.

“Temos o compromisso de disponibilizar um produto de ponta, sem custos para o usuário, que possa competir de igual para igual com as melhores soluções de IA disponíveis no mercado”, disse.

O que chamou atenção mesmo foi a calma do líder demonstrada diante dos modelos de IA chineses. O CEO parecia mais preocupado em “ressuscitar” a relevância da plataforma que o lançou para o mundo – o Facebook.

Moderação e minorias

Entre as pautas consideradas polêmicas, as perguntas endereçadas ao CEO passaram pelas mudanças promovidas pelas nas políticas de moderação de conteúdo das plataformas da Meta e o fim dos programas de diversidade e inclusão na companhia – tendência já anunciada por outras companhias entre o fim do ano passado e o início de 2025.

A resposta para alguns questionamentos foi “vamos tentar abordar todos os principais tópicos, mas, onde estamos agora, há um monte de coisas que eu acho que são destruidoras de valor para eu falar, então, eu simplesmente não vou falar sobre elas”.

Mas, sobre o tema equidade, afirmou que “não pode fazer coisas que beneficiem grupos específicos”, mas que “provavelmente trará de volta” o treinamento sobre preconceito inconsciente para funcionários. Momento em que Janelle Gale, chefe de RH da Meta, interviu: “Temos tolerância zero para assédio ou discriminação de qualquer tipo”, disse, afirmando que “a empresa vai celebrar o Mês da História Negra e continuará recrutando um amplo grupo” de talentos.

Quanto às alterações relacionadas às moderações de conteúdo, que, segundo críticos, viabilizam comentários preconceituosos nas redes sociais, Zuckerberg justificou a decisão argumentando que as políticas anteriores da empresa limitavam excessivamente a liberdade de expressão em suas plataformas.

“Francamente, estávamos muito fora do mainstream. Quando dizemos que alguém pode dizer algo em nossos serviços, isso não significa necessariamente que concordamos com essa coisa. Significa apenas que queremos ser uma plataforma onde as pessoas podem discutir coisas”.

Fonte: “IA, governo e mais: os planos para a Meta em 2025

Casas Bahia moderniza marketplace com IA generativa e reduz tarefas manuais em 50%

Grupo Casas Bahia deu um importante passo na modernização de seu marketplace ao implementar o projeto “Enriquecimento de Catálogo”, com o uso da inteligência artificial generativa do Google Cloud. A iniciativa resolveu desafios operacionais significativos, como o cadastro diário de cerca de 300 mil novos produtos, garantindo consistência e qualidade nas informações apresentadas aos consumidores.

Antes da implementação, a plataforma enfrentava problemas de inconsistências nas descrições e classificações dos produtos, o que prejudicava a busca e a tomada de decisão de compra. Hoje, com a IA generativa, 95% dos produtos cadastrados são corretamente classificados em categorias apropriadas, e atributos detalhados, como dimensões, capacidades e resoluções, são preenchidos automaticamente. O sucesso desse processo já alcança 90%, melhorando a experiência do consumidor e otimizando modelos de busca e recomendação na plataforma.

Automação atinge metade dos cadastros

Um dos avanços mais notáveis é que 50% dos cadastros não dependem mais de revisões manuais para atender às exigências de órgãos reguladores. Antes, equipes precisavam corrigir manualmente casos críticos, mas a automação progressiva já reduziu essa necessidade, com expectativa de alcançar quase 100% de automação em breve.

“Todos os dias, buscamos criar soluções que ampliem nossa capacidade de oferecer uma dedicação total ao cliente. A parceria com o Google Cloud tem gerado resultados consistentes, impulsionada pelo uso de tecnologias de IA preditiva e generativa, que desempenham um papel fundamental em fortalecer essa missão”, afirma Filipe Jaske, Diretor Executivo de Tecnologia do Grupo Casas Bahia.

Impacto para colaboradores e parceiros

A automatização das tarefas repetitivas também trouxe benefícios significativos para os colaboradores. Com menos recursos humanos alocados na gestão do catálogo, as equipes passaram a focar em atividades estratégicas, fortalecendo a operação do marketplace.

Além disso, a tecnologia facilita o cadastro de novos produtos pelos parceiros, melhorando a competitividade no mercado. “Este projeto proporciona ganhos para toda a cadeia, desde parceiros até consumidores, ao facilitar processos e otimizar a experiência de compra”, ressalta Jaske.

IA transforma o varejo

A adoção da IA generativa foi estratégica, escolhida pela sua escalabilidade, integração com os sistemas existentes e desempenho confiável. “O projeto exemplifica como a inteligência artificial pode transformar os desafios operacionais de grandes varejistas, criando um ambiente mais eficiente e preparado para o futuro do marketplace“, explica Silvia Somazz, Head de Varejo no Google Cloud.

Fonte: “https://www.ecommercebrasil.com.br/noticias/casas-bahia-moderniza-marketplace-com-ia-generativa-e-reduz-tarefas-manuais-em-50”

TikTok pode gerar R$ 39 bi em mercadorias e ser concorrente do e-commerce

O TikTok poderá se tornar o mais novo concorrente do comércio eletrônico e gerar cerca de R$ 39 bi em volume de mercadorias no Brasil até 2028. A transformação da rede social em uma espécie de loja virtual têm o potencial de impactar o e-commerce global e chegar em solo brasileiro, segundo relatório do Santander publicado nesta semana.

O documento trata da nova ferramenta TikTok Shop, que já está presente nos Estados Unidos, Filipinas, Indonésia, Malásia, Reino Unido, Singapura, Tailândia e Vietnã, e pode chegar na América Latina neste mês.

O México será o primeiro país da região a receber o programa e o Brasil tem potencial de ser o próximo a poder realizar compras dentro do TikTok, segundo o Santander.

Se isso se confirmar, a projeção do banco é que essa plataforma capture de 5% a 9% de todo o e-commerce brasileiro dentro de três anos após o lançamento.

O Brasil é o terceiro maior mercado, com 111 milhões de usuários no TikTok, atrás apenas da Indonésia e dos EUA.

  • 1º Indonésia: 161,1 milhões de usuários;
  • 2º EUA: 137,9 milhões de usuários;
  • 3º Brasil: 111,3 milhões de usuários;
  • 4º México: 81,1 milhões de usuários;
  • 5º Vietnã: 69,2 milhões de usuários.

E os brasileiros passam, em média, nove horas online, das quais cerca de uma hora é destinada somente ao TikTok.

“Com as operações do TikTok nos EUA enfrentando uma possível proibição governamental, os mais de 160 milhões de usuários combinados do Brasil e México oferecem uma alternativa atraente ao Shop, em nossa opinião”, afirmou o Santander.

Os efeitos do TikTok Shop abrangem todos os setores, com destaque para os segmentos de beleza e moda. Além disso, o impacto se estende além do comércio eletrônico, se tornando um desafio para as tradicionais lojas físicas.

“Os varejistas convencionais enfrentam uma escolha urgente: aprender a navegar no ecossistema da TikTok ou ver seu reconhecimento de marca desaparecer para marcas mais competentes”, analisa o estudo.

Com isso, o relatório do Santander ainda traz um ranking das empresas que melhor podem se adaptar à nova ferramenta de vendas na plataforma.

Na liderança estão o Boticário, Burger King, Smart Fit e Natura, que já possuem estratégias que geram maior engajamento e menores custos de aquisição de clientes no TikTok.

Além disso, o banco diz que Natura, Renner, C&A, Mercado Livre e Magazine Luiza estão bem preparadas para capturar os potenciais ganhos do TikTok Shop.

Fonte: “https://www.cnnbrasil.com.br/economia/macroeconomia/tiktok-pode-gerar-r-39-bi-em-mercadorias-e-ser-concorrente-do-e-commerce/”

O paradoxo do emprego na logística: Cresce ou desaparece?

Postos de trabalho relacionados à entrega rápida devem crescer até 2030, mas gaps em qualificação e avanço da tecnologia criam um cenário contraditório em outras funções.

De forma geral, o mercado de trabalho está se transformando, impulsionado por questões que vão desde avanços tecnológicos a mudanças nas cadeias produtivas. Até 2030, o mercado global deverá criar 170 milhões de novos postos de trabalho, enquanto 92 milhões de funções atuais serão extintas.

É um saldo positivo de 78 milhões de empregos, de acordo com informações do “Futuro dos Empregos 2025”, relatório publicado pelo Fórum Econômico Mundial.

No caso da logística, as perspectivas são relativamente otimistas. De acordo com a pesquisa, motoristas de caminhonete ou de serviços de entrega estão na 2ª posição no ranking das profissões que mais devem crescer até 2030. A lista ainda traz os motoristas de carro, van e motocicleta na 7ª colocação e gerentes gerais e de operações fechando o Top 10.

Uma das justificativas para esse cenário é o crescimento do comércio eletrônico. Segundo uma publicação do E-commerce Brasil, o setor faturou R$ 204 bilhões em 2024 — uma alta de 10,5% em relação ao ano anterior. A projeção é de que esse faturamento ultrapasse os R$ 230 bilhões em 2025, conforme projeção da Associação Brasileira do Comércio Eletrônico (ABComm).

Outro cenário que favorece esse tipo de trabalho é a demanda por operações de last mile cada vez mais rápidas. O que se viu nos últimos anos foram as grandes empresas — desde as tradicionais, como Magalu, até as “cronicamente online”, como Mercado Livre e Amazon — investindo fortemente para diminuir o tempo de entrega.

O PARADOXO DA TECNOLOGIA

Enquanto existe uma tendência de alta em algumas profissões que compõe a cadeia logística, outras devem diminuir ao longo dos próximos anos. No relatório do Fórum Econômico Mundial, os assistentes de controle de materiais e estoquistas apareceram na 4ª colocação dos postos de trabalho que devem ser reduzidos até 2030.

Essa perspectiva pode estar diretamente ligada ao movimento de transformação digital nas operações internas ao redor do mundo. De acordo com a pesquisa “O Armazém do Futuro”, conduzida em uma parceria entre Infor e Seal Sistemas, a automação robótica foi apontada por 27% dos entrevistados como uma das tecnologias que devem impulsionar os armazéns do futuro.

O cenário também é justificado no relatório “Next stop, nex-gen”, da Accenture. Segundo o documento, empresas que adotam tecnologias como IA e Machine Learning conseguem aumentar a eficiência dos recursos de engenharia em 21%.

As contradições em relação à tecnologia aparecem até quando relacionadas às profissões que devem crescer. Apesar de haver um crescimento na procura por motoristas para transporte e entregas, também há um aumento na busca por especialistas em veículos autônomos. Esse paradoxo pode ser explicado pelo fato de os veículos autônomos ainda não serem implementados em larga escala, o que mantém em alta a demanda por motoristas humanos.

A ESCASSEZ DE TALENTOS

Mesmo com um cenário promissor para os profissionais de logística, a falta de qualificação ainda é um grande obstáculo. Segundo a pesquisa do ManpowerGroup, o Brasil aparece na 7ª posição global entre os países que mais sofrem com a escassez de talentos.

O setor de logística e transporte é o mais afetado, com 91% do segmento reportando dificuldade em encontrar mão de obra qualificada. Em relação às habilidades mais difíceis de encontrar no país, destacam-se TI e análise de dados (39%), engenharia e manufatura (28%), vendas e marketing (24%) e operações e logística (20%).

Aqui, outra contradição: de acordo com reportagem publicada pela MundoLogística em setembro de 2024, 18,9% dos alunos que se formaram em logística estão desempregados no Brasil.

Quando questionado sobre como pode existir, simultaneamente, oferta de vagas e profissionais desempregados, o professor Orlando Fontes Lima Jr., da Unicamp, declarou que essa é uma realidade de todas as áreas. “As empresas querem determinadas qualificações que não são compatíveis com as formações dadas aos profissionais.”

Inclusive, ao repercutir o relatório do Fórum Econômico Mundial, o Valor Econômico destacou a tendência de alta na procura por profissionais especialistas em transformação digital, IA e Machine Learning — tópicos que ainda não ganharam espaço cativo na educação formal em logística no Brasil.

Fonte: O paradoxo do emprego na logística: Cresce ou desaparece?

Correios investe em automação para aumentar 30% de eficiência na separação de encomendas

Empresa adquiriu 52 máquinas da linha One Ship Slim Sorter da Pitney Bowes que serão usadas nas operações de separação e classificação de mercadorias.

A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos firmou parceria com a Pitney Bowes para acelerar sua modernização. A parceria inclui a aquisição de 52 máquinas de automação da linha One Ship Slim Sorter, que serão usadas nas operações de separação e classificação de mercadorias, também conhecidas como Middle Mile, em centros de distribuição para lojas físicas e outras instalações.

De acordo com Murilo Namura, Head Of Sales da Área de Equipamentos da Pitney Bowes, os Slim Sorters são sistemas que melhoram a eficiência e precisão na separação de itens de diversos clientes, garantindo maior rapidez e redução de erros humanos.

“Esse sistema utiliza tecnologia avançada para garantir que cada item seja direcionado ao seu destino correto de forma rápida e precisa durante o processo de separação e classificação, reduzindo significativamente o tempo de processamento e aumentando a capacidade de manuseio de volumes elevados com menor risco de erros humanos”, disse.

O projeto envolve a instalação das 52 máquinas em 22 locais diferentes no Brasil, ao longo de 2025. A meta dos Correios é automatizar 80% do manuseio de encomendas no Middle Mile até dezembro de 2026.

O Diretor de Operações dos Correios, Paulo Penha, afirmou que a aquisição dessas máquinas visa melhorar a eficiência da separação de encomendas em 30%, reduzir o tempo de processamento e melhorar a rastreabilidade e confiabilidade das entregas.

“É uma mudança significativa que vemos como estratégia para consolidar os Correios como líderes em logística e entrega, fortalecendo a nossa presença nacional e apoiando o crescimento do e-commerce brasileiro para melhor atendermos a população brasileira”, ressaltou.

Fonte: “Correios investe em automação para separação de encomendas

O fulfillment como motor do crescimento do e-commerce

Nos últimos anos, o e-commerce brasileiro apresentou um crescimento exponencial, transformando-se em um dos segmentos mais promissores do varejo. Esse avanço se deve a diversas inovações e estratégias que impulsionam a eficiência operacional e a experiência do consumidor, com destaque para o fulfillment. Esse serviço logístico é um dos pilares fundamentais para otimizar a cadeia de suprimentos e atender às demandas de um mercado cada vez mais dinâmico.

Neste artigo, exploramos como o fulfillment está diretamente relacionado ao sucesso e à expansão do e-commerce.

Por que o e-commerce cresce tanto no Brasil?

Estima-se que o mercado de e-commerce brasileiro ultrapassará os R$ 550 bilhões até 2027 (fonte: E-Commerce Brasil). Esse crescimento acelerado reflete uma mudança significativa nos padrões de consumo e é impulsionado por fatores como:

– Transformação digital: a popularização da internet e dos smartphones tornou as compras online mais acessíveis e convenientes.

– Avanço tecnológico: plataformas modernas e ferramentas especializadas facilitaram a entrada de novos empreendedores no mercado digital.

– Pandemia de Covid-19: o isolamento social foi um catalisador para que muitos consumidores experimentassem o e-commerce pela primeira vez.

– Demanda por agilidade: os consumidores estão cada vez mais exigentes, buscando entregas rápidas, opções personalizadas e atualizações em tempo real.

Com isso, as lojas virtuais foram forçadas a elevar o nível de suas operações logísticas, e é nesse contexto que o fulfillment ganha destaque como um diferencial competitivo.

O que é fulfillment e como funciona?

O fulfillment refere-se ao conjunto de operações logísticas que garantem a gestão eficiente de pedidos, desde o armazenamento até a entrega ao cliente final. É o processo que assegura que os produtos sejam entregues corretamente, no prazo e em perfeitas condições.

Seus principais passos incluem:

– Recebimento: checagem da quantidade e qualidade dos produtos no centro de distribuição.

– Armazenagem: organização estratégica dos itens no estoque para agilizar a separação.

– Processamento de pedidos: separação, embalagem e preparo dos produtos para envio.

– Expedição e transporte: entrega ao cliente final com rastreamento em tempo real.

O fulfillment pode ser gerenciado internamente pela empresa ou terceirizado a parceiros especializados. A segunda opção é particularmente vantajosa, pois permite acesso a tecnologias avançadas e expertise logística sem necessidade de grandes investimentos em infraestrutura.

O papel do fulfillment no crescimento do e-commerce

O fulfillment vai além de organizar estoques e garantir entregas: ele é estratégico para o crescimento sustentável do e-commerce. Aqui estão os principais benefícios que ele oferece:

1. Eficiência operacional

Com sistemas automatizados e processos bem definidos, como os oferecidos por plataformas de WMS (Warehouse Management System), é possível reduzir erros, atrasos e retrabalho.

2. Redução de custos

A terceirização do fulfillment elimina a necessidade de investimentos em infraestrutura própria e equipe especializada, além de possibilitar melhores condições de frete graças a parceiros logísticos experientes.

3. Escalabilidade e flexibilidade

Em períodos de alta demanda, como Black Friday, um sistema de fulfillment bem estruturado permite que o e-commerce lide com grandes volumes de pedidos sem comprometer a qualidade.

4. Satisfação do cliente

O fulfillment é crucial para proporcionar experiências positivas ao consumidor. Desde o prazo de entrega até a precisão do pedido, ele impacta diretamente a percepção do cliente em relação à loja.

O fulfillment é o futuro do e-commerce

Para se destacar em um mercado altamente competitivo, o e-commerce precisa de operações logísticas que combinem agilidade, precisão e economia. O fulfillment não apenas atende a essas demandas como também habilita as lojas virtuais a oferecerem experiências superiores, conquistando clientes e fidelizando-os ao longo do tempo.

Seja por meio da automação, da integração de tecnologias ou de parceiros especializados, o investimento no fulfillment é, sem dúvida, um passo estratégico para sustentar o crescimento e atender aos novos padrões de consumo. Afinal, em um mercado no qual a entrega é tão importante quanto o produto, o fulfillment é a chave para o sucesso.

Fonte: “O fulfillment como motor do crescimento do e-commerce – E-Commerce Brasil

TikTok Shop pode representar de 5% a 9% do e-commerce brasileiro até 2028

A plataforma conta atualmente com 111 milhões de usuários no País, sendo o terceiro maior mercado global.

Com um volume geral de vendas (GMV) estimado entre R$ 25 bilhões e R$ 39 bilhões, o TikTok Shop pode representar de 5% a 9% do e-commerce brasileiro até 2028, segundo um relatório divulgado pelo Santander. O estudo destaca que marcas e varejistas não podem se dar ao luxo de não dominar o TikTok. O relatório é assinado pelos analistas Ruben Couto, Eric Huang e Vitor Fuziharo.

No Brasil, de acordo com dados da Data.ai, Kepios e Meltwater, analisados pelo Santander, o TikTok conta atualmente com 111 milhões de usuários no país, sendo o terceiro maior mercado global, atrás da Indonésia (161 milhões) e dos Estados Unidos (138 milhões), onde a plataforma pode ser banida.

Um equívoco comum entre os varejistas é a percepção de que o TikTok é uma plataforma voltada apenas para o público jovem. Na realidade, 51% dos usuários têm entre 25 e 44 anos, enquanto 33% estão na faixa dos 18 aos 24 anos, o que demonstra que a ideia de que o aplicativo é dominado pela geração Z está desatualizada. Cada brasileiro passa, em média, uma hora por dia na plataforma — 33% a mais do que no Instagram — e o engajamento no TikTok é de três a quatro vezes maior do que na rede concorrente.

Além da grande audiência, a oportunidade para marcas e varejistas está no fato de que, no TikTok Shop, 71% das descobertas de produtos se convertem em compras.

Presença da plataforma no País

Com o possível banimento do aplicativo nos EUA — caso não seja vendido para uma empresa americana até 5 de abril deste ano —, o próximo país a receber a plataforma completa deve ser o Brasil. O Santander também identificou que 41% das vagas abertas pelo TikTok no Brasil estão relacionadas a atividades de comércio.

“Acreditamos que isso pode indicar um potencial lançamento iminente”, afirmaram os autores do documento. O Santander também analisou as métricas de engajamento e as estratégias de mídias sociais de 28 varejistas listadas em Bolsa para avaliar o quão preparadas elas estão para um possível lançamento do TikTok Shop no Brasil.

Segundo o banco, lideram o grupo as empresas “que já adotam estratégias nativas de plataforma, geram maior engajamento e apresentam menores custos de aquisição de clientes”. Por outro lado, os players tradicionais de lojas físicas ou aqueles com dedicação limitada à plataforma “enfrentam maior ameaça de perda de participação de mercado”.

Nesse cenário, embora tenham elevada exposição, foram classificadas como abaixo do ideal as empresas Azzas 2154 (OP), Guararapes (N), SBF (N) e Vulcabras (OP). Em relação a plataformas como Magalu e Mercado Livre, o Santander prevê a possibilidade de parcerias estratégicas, a exemplo do que ocorreu entre Amazon e TikTok Shop nos EUA.

Fonte: “TikTok Shop pode representar de 5% a 9% do e-commerce brasileiro até 2028 – Mercado&Consumo

 

Cinco tendências de logística para 2025, segundo a Loggi

O setor logístico está em plena transformação e, segundo o último Índice de Desempenho Logístico do Banco Mundial, realizado em 2023, o Brasil vem subindo a sua posição e, atualmente, ocupa a 51ª posição no ranking entre os 139 países analisados.

Impulsionado pela tecnologia e por novas soluções aos clientes, a logística vem conectando pessoas e empresas de forma mais eficiente, que inclusive é apontado pela pesquisa da Associação Brasileira de Operadores Logísticos (ABOL), em que existe uma tendência cada vez maior do segmento em colocar a tecnologia como um de seus principais investimentos.

Para a Loggi, referência em entregas no país, este promete ser um ano de avanços significativos, alavancado por algumas tendências que vão ajudar a impulsionar o mercado:

  • Eficiência em custo: inovações tecnológicas, otimização de processos e novas soluções na logística serão protagonistas para reduzir custos e oferecer serviços mais acessíveis e adequados aos diferentes perfis de clientes e, como consequência, promover mais vendas;
  • Recorrência e escalabilidade: implementação de modelos que garantam um fluxo fácil e constante de entregas, que permitam expansão em larga escala – tanto para local quanto para nacional;
  • Do Regional ao Nacional: negócios locais ganhando alcance nacional por meio de soluções logísticas otimizadas e acessíveis, promovendo o crescimento de empresas em todos os cantos do Brasil;
  • Especialização em categorias: serviços logísticos adaptados às necessidades de setores específicos, como moda, calçados, eletrônicos, bebidas, pets entre outros;
  • Tempo e rapidez, com qualidade: entregar no menor tempo pode fazer a diferença numa venda, e isso sem abrir mão da excelência. A eficiência operacional será crucial para alcançar essa combinação.

Fonte: “Cinco tendências de logística para 2025, segundo a Loggi – E-Commerce Brasil

Como a DeepSeek está pavimentando um novo cenário de IA

A nova IA do momento, a chinesa DeepSeek-R1, mostra que a tecnologia pode ser desenvolvida a um custo muito menor. O que isso muda na corrida da IA?

A DeepSeek é uma empresa chinesa de Inteligência Artificial (IA) fundada em 2023 por Liang Wenfeng. A empresa ganhou destaque ao desenvolver modelos de linguagem de grande escala comparáveis aos da OpenAI, dona do ChatGPT. A empresa lançou, recentemente, o modelo open-source DeepSeek-R1, o que a fez alcançar o topo das listas de downloads nas lojas da Apple nos Estados Unidos e na China. Para se ter uma ideia, o custo total de desenvolvimento do modelo foi de US$ 5,576 milhões. Isso é importante porque o valor é pequeno quando comparado aos outros modelos de LLM.

Até então, a criação de uma plataforma de IA era vista como algo extremamente caro. O motivo é o custo dos chips, essenciais para a alta demanda de processamento de dados da tecnologia. Porém, a DeepSeek utilizou chips menos avançados — componentes simples de videogames — para desenvolver sua IA, já que a NVIDIA, o principal nome do ramo e avaliada como a empresa mais valiosa do mundo, não fornece seus chips de última geração para o mercado chinês, após restrição imposta pelo governo de Joe Biden, dos Estados Unidos.

O lançamento refletiu em outras empresas, que viram suas ações caírem. A NVIDIA, por exemplo, teve uma perda de US$ 600 bilhões em valor de mercado. Na segunda-feira, 27/1, o índice Nasdaq, focado em empresas de tecnologia, fechou com queda de 3,07%, enquanto o S&P registrou perdas de 1,46%. Ao todo, o Nasdaq viu seu valor de marcado cair cerca de US$ 1 trilhão.

A novidade veio num momento estratégico: após o banimento do TikTok dos Estados Unidos e o subsequente adiamento da decisão, a adoção do app de vídeos chinês Red Note como substituto, e ainda a restrição de vendas de chips de IA, como os da NVIDIA, para países como Rússia e China.

O resultado é que a chegada da nova plataforma gerou debates sobre o futuro da liderança dos Estados Unidos na corrida da Inteligência Artificial. Afinal, quão longe essa nova empresa pode ir? Com esse modelo acessível, pode ser o começo de uma nova era da IA? E, claro, a pergunta que sempre fazemos quando se trata de Inteligência Artificial: o que virá a seguir?

Por dentro da DeepSeek

Para utilizar a DeepSeek-R1, é preciso fazer o download do app da startup no smartphone ou no PC/notebook. Também é possível utilizar a solução por meio do Perplexity Pro. Diferentemente de outras ferramentas de IA, como o próprio ChatGPT, o modelo chinês é gratuito. Um ponto de atenção: DeepSeek-R1 é um modelo de código aberto, ao contrário do ChatGPT. Ou seja, qualquer pessoa pode examinar, modificar e adaptar o modelo às suas necessidades.

Para iniciar o uso da ferramenta, é necessária a criação de uma conta. No site ou no aplicativo, a interface se assemelha com seu rival da OpenAI. Além disso, o uso da plataforma é simples e intuitivo. A ferramenta tem ainda o botão “DeepThink“, com a função de ativar um modo de análise mais detalhada e aprofundada para respostas complexas. Havia especulações de que a nova plataforma de IA poderia ser usada de forma offline por meio de ferramentas de terceiros. Durante o teste da Consumidor Moderno, o próprio aplicativo da DeepSeek não forneceu respostas quando a rede do celular estava desligada.

O DeepSeek pode ser considerado uma alternativa gratuita ao ChatGPT, mas com algumas diferenças importantes. Embora já existam opções gratuitas como ChatGPT (a versão básica), Claude, Gemini e a IA da Meta, o diferencial do DeepSeek está no desempenho de seu modelo R1, que rivaliza com o modelo mais avançado da OpenAI (o GPT-4), sem custos de assinatura. Isso desafia diretamente a estratégia da OpenAI de monetizar seu chatbots. Porém, quando foi solicitada uma geração de imagem, a DeepSeek sugeriu adquirir um plano pago. No ChatGPT essa funcionalidade é disponibilizada também para os usuários que usam a plataforma gratuitamente, assim como no Copilot.

Ao mesmo tempo, o DeepSeek carece de algumas funcionalidades importantes que já estão disponíveis no ChatGPT, como o recurso de memória para lembrar detalhes de conversas anteriores e o Advanced Voice Mode, que permite interações por voz. Apesar disso, a startup promete expandir suas funcionalidades com novos recursos multimodais no futuro.

Em resumo, a DeepSeek atua como uma ferramenta de pesquisa em tempo real, capaz de acessar e extrair dados diretamente da internet. Enquanto isso, o ChatGPT funciona como um modelo de conversação e criação de conteúdo, mais focado em oferecer respostas ou criar textos com base em seu conhecimento prévio.

CM Testa

Imagine a seguinte cena: você está em uma sala com quatro especialistas. Cada um deles tem uma bagagem profissional e/ou acadêmica, e você direciona a ambos a mesma pergunta. Por ser um assunto em que poderia haver um consenso, ou uma pauta que esteja em alta, talvez sua expectativa fosse que as respostas fossem semelhantes. Porém, mesmo que o tema seja o mesmo, você ouve respostas que, embora relacionadas, seguem caminhos distintos. Foi essa experiência que a Consumidor Moderno teve ao testar quatro diferentes plataformas de Inteligência Artificial (IA) disponíveis no mercado.

Para o teste, foram escolhidas as ferramentas ChatGPT, da OpenAI; Copilot, da Microsoft; Gemini, do Google; e, por último, a nova do mercado, a DeepSeek. A mesma pergunta foi feita por texto a cada uma delas: “Trabalho para uma revista focada em consumo e varejo. Preciso falar sobre as cinco principais tendências para varejistas no Brasil em 2025. Quais tendências devo apontar?”. Embora cada ferramenta tenha abordado temas comuns, como sustentabilidade, omnicanalidade e IA, as diferenças na profundidade, estilo e foco das respostas mostram particularidades no tratamento das informações por cada uma.

A resposta das plataformas

Enquanto o ChatGPT forneceu uma resposta estruturada com tópicos detalhados, explorando exemplos práticos como “QR Codes para compra imediata” e “lojas físicas como hubs de experiência”, o Copilot oferece um resumo mais direto e sucinto. O DeepSeek, por sua vez, teve um tom analítico, focou na transformação digital e no papel das fintechs no varejo.

Lojas físicas devem se reinventar para se tornarem espaços de experiência, e não apenas pontos de venda. Conceitos como lojas-conceito, pop-up stores e espaços com realidade aumentada (AR) ou virtual (VR) ganharão destaque. A integração de tecnologia, como espelhos inteligentes e provadores virtuais, também deve crescer, especialmente no varejo de moda e beleza“, aponta a DeepSeek.

Por que as respostas divergem?

As diferenças nas respostas dependem da forma como cada IA é treinada e projetada. Inteligências Artificiais são alimentadas por bases de dados diversas, com modelos de aprendizado adaptados a objetivos distintos. Algumas plataformas priorizam informações mais recentes e específicas, enquanto outras podem se basear em dados amplos e genéricos.

Há IA que se concentra em linguagem técnica tende a atender profissionais especializados, enquanto outras são treinadas para um público geral. Além disso, ela está de olho em tudo que você já solicitou a ela, e isso pode direcionar as respostas dadas. Vale pontuar também que cada IA tem diferentes filtros para os mais diversos temas. Assim, podem ocorrer variações nas respostas.

Sendo assim, é importante ressaltar que o usuário tem um papel fundamental na formulação das perguntas – além da escolha adequada das ferramentas usadas. Assim, é possível ter um retorno mais completo da IA, com mais clareza. Ao mesmo tempo, a diversidade das respostas traz um alerta: não podemos seguir cegamente tudo o que uma Inteligência Artificial diz. Em um mundo de instabilidade e múltiplas plataformas, o papel do olhar humano crítico nunca foi tão importante.

O que vem por aí?

A criação de plataformas como a DeepSeek deixa evidente o ritmo acelerado da inovação no campo da Inteligência Artificial. Sendo assim – e com a possibilidade de lançar modelos com menores custos, como é o caso da novata –, os próximos anos (senão meses) podem trazer uma corrida pela liderança nesse setor, e promete ainda mais. O esperado é que haja maior integração entre IA e setores como saúde, educação e sustentabilidade, além do desenvolvimento de modelos mais éticos e inclusivos, capazes de refletir a diversidade cultural e social global.

Além disso, o surgimento de novas regulamentações e o debate ético sobre o uso da IA devem ganhar destaque, à medida que governos e empresas buscam equilibrar inovação com segurança e privacidade. Tecnologias como IA generativa, sistemas de aprendizado autônomo e Inteligência Artificial integrada à internet das coisas (IoT) devem moldar as interações humanas e o futuro das empresas. A corrida da IA está no começo, e plataformas como a DeepSeek demonstram que o potencial para transformar indústrias e a sociedade é ilimitado – basta que seja usado com responsabilidade e propósito.

Fonte: “Como a DeepSeek está pavimentando um novo cenário de IA – Consumidor Moderno