Uma radiografia do e-commerce no Brasil – o caso do Mercado Livre

Líder em comércio eletrônico na América Latina deu transparência a dados e políticas internas para responder se cumpre padrões da OCDE.

Os hábitos dos brasileiros mudaram e comprar online já está no cotidiano de grande parte das 150 milhões de pessoas conectadas. Com isso, nos últimos três anos, o comércio eletrônico movimentou R$ 450 bilhões em operações de compra e venda no país, de acordo com o Observatório de Comércio Eletrônico do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).

Mas essas mudanças de comportamento, tão aceleradas, vieram acompanhadas da evolução do e-commerce brasileiro no mesmo ritmo? Ou, o comércio eletrônico nacional, segue os mesmos níveis de mercados que observaram antes o crescimento do consumo online?

O Mercado Livre resolveu buscar as respostas – voltando o olhar para dentro do grupo, que tem valor de mercado de US$ 70 bilhões, recebe cerca de 670 milhões de acessos mensais e acaba por influenciar todo o setor ao ocupar a liderança na América Latina.

O ponto de partida foram diretrizes e parâmetros para plataformas de comércio eletrônico estabelecidos pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), formada por países membros e da qual o Brasil participa. A organização reúne as melhores práticas em 12 princípios com foco em garantir a confiança dos consumidores em ambiente virtual, bem como o desenvolvimento das plataformas de e-commerce.

Com isso em vista, o Laboratório de Direitos Humanos e Novas Tecnologias (LabSul) realizou uma radiografia para entender em qual medida e como o Mercado Livre, em suas plataformas de comércio e pagamento, atende os princípios – que deu origem ao relatório Boas práticas internacionais no e-commerce: estudo de caso Mercado Livre. O estudo perpassa por cada um dos padrões internacionais da OCDE – que vão desde proteção ao consumidor, segurança em dados e pagamentos até inclusão e garantia de direitos.

E o diagnóstico do LabSul é que o comércio eletrônico brasileiro, puxado pela plataforma, tem lugar de destaque pelo apoio ao microempreendedorismo, o crédito facilitado, a geração de empregos e a preocupação com o desenvolvimento econômico regional e a dedicação com o crescimento sustentável. Colocados em prática, esses elementos funcionam como aceleradores da transformação econômica e social da América Latina.

Olhar para dentro é essencial para entender se, de fato, esse objetivo está sendo perseguido – e sem efeitos colaterais que poderiam ser evitados.

“Com o aumento do comércio eletrônico e das plataformas de pagamento, é essencial estabelecer padrões para garantir a segurança, a confiabilidade e a eficiência das transações online. Ter standards claros e bem definidos é fundamental não apenas para proteger os consumidores, mas para promover um ambiente de negócios saudável e competitivo”, comenta o professor e consultor Gustavo Silveira Borges, diretor executivo do LabSul e coordenador do levantamento.

Proteção a direitos: privacidade, segurança e propriedade intelectual
Um dos maiores desafios para o comércio eletrônico no mundo todo é o combate à pirataria e a proteção à propriedade intelectual – problema que preocupa consumidores e desafia plataformas, já que, segundo a própria OCDE, o comércio de bens falsificados pode representar cerca de 3% das vendas globais.

O estudo constatou uma boa notícia: as ferramentas avançadas do Mercado Livre, com capacidade de checar até cinco mil variáveis em um anúncio em cerca de um segundo, têm sido capazes de deter ofertas de produtos que violam esses direitos.

“Além de priorizarmos a proteção da privacidade dos usuários, oferecemos diversas opções para denunciar violações de direitos de propriedade intelectual, bem como garantir a conformidade com os Termos e Condições”, afirma o diretor de relações governamentais do Mercado Livre, François Martins. Nessa linha, em 2022, foram removidos mais de 90 mil vendedores da plataforma por violações.

Um exemplo é que o Mercado Livre tem o botão de “denunciar” em todas as publicações, permitindo que qualquer usuário reporte violações às políticas da plataforma. Em relação à proteção à propriedade intelectual de forma mais específica, há um canal de denúncias exclusivo, o Brand Protection Program (BPP), que opera em 18 países com atenção redobrada.

O BPP oferece uma ferramenta avançada para denúncias e gestão de casos, permitindo a solicitação de remoção de publicações que violem direitos de propriedade intelectual, mesmo por parte de não usuários da plataforma.

De acordo com relatórios de transparência do Mercado Livre, o BPP conta com mais de 9 mil membros e mais de 50 mil direitos cadastrados – ou seja, o alcance de marcas e autores conhecidos e protegidos de antemão, volume que está em constante ampliação –, tendo recebido mais de meio milhão de denúncias de violações.

“Integrando tecnologias de machine learning para aprender com as denúncias recebidas no BPP, aprimoramos a identificação proativa de conteúdos irregulares. Nossos relatórios indicam que mais de 1,8 milhão de detecções proativas foram realizadas, representando 85% dos conteúdos excluídos por violações de direitos de propriedade intelectual no ano passado”, conta Martins.

Em 2022, mais de 1,8 milhão de detecções proativas foram realizadas, representando 85% dos conteúdos excluídos por violações de direitos de propriedade intelectual

Já em relação à privacidade de dados e cibersegurança, que são outras preocupações elencadas pela OCDE, a empresa mantém vigilância para evitar vazamento de informações e prevenir incidentes por uma equipe de cerca de 300 engenheiros inteiramente focados no assunto – eles se somam a outros 25 mil funcionários treinados.

E, de modo a garantir que os consumidores estejam seguros, inclusive no pagamento das transações, são implementados princípios de automação e descentralização, resposta automática e análise comportamental, que visam evitar o vazamento de informação e prevenir ataques cibernéticos.

Já sobre os direitos do consumidor, pontos centrais das diretrizes da OCDE, foram destacadas a garantia do exercício do direito de arrependimento aos consumidores, no programa Compra Garantida – em vez de sete dias após a entrega do produto, como estabelece a legislação, há a ampliação para até 30 dias.

Além disso, os usuários têm acesso à estrutura para a solução de reclamações, com uma equipe especializada em mediação e que tem o potencial de reduzir a judicialização. No Brasil, a plataforma faz uso ativo de métodos extrajudiciais para resolução de conflitos, como o Consumidor.gov, por exemplo.

Para a companhia, os resultados do estudo são um sinal positivo sobre o caminho que a empresa segue – com a confiança de que a rota é segura. “O estudo é essencial para fortalecer a posição do Mercado Livre como um parceiro confiável, alinhado com padrões internacionais de boas práticas no setor de e-commerce e comprometido com o desenvolvimento de políticas públicas que impulsionam a inovação, protejam os consumidores e promovam um mercado digital saudável e competitivo”, resume Martins.

Democratização do acesso
Contudo, a empresa reconhece que há pontos a reforçar. Um dos principais focos de desenvolvimento é o da democratização do acesso, que se espera que o Mercado Livre avance na remoção de barreiras de conexão e no aprimoramento da acessibilidade para pessoas com deficiência em suas plataformas.

“Este é um dos maiores desafios enfrentados não apenas pela empresa, mas por toda a indústria de comércio eletrônico. O compromisso do MELI com a acessibilidade é evidenciado pela aplicação do princípio ‘nada sobre nós sem nós’”, comenta o Woolley Ribeiro, responsável por programas e parcerias dentro da área relações governamentais do Mercado Livre e idealizador do estudo.

“Por isso, nos esforçamos para garantir que nossa equipe seja diversa e inclusiva, incluindo especialistas e pessoas com deficiência. Esse esforço visa a assegurar que as plataformas sejam cada vez mais acessíveis e amigáveis para todos os usuários”, completa.

Em relação a esse ponto, o estudo observou a recente implementação de ferramentas de acessibilidade no Mercado Pago, o banco digital do grupo, para aprimorar a experiência de pessoas surdas sinalizantes e aquelas com deficiência auditiva por meio da disponibilização de atendimento em Libras no SAC. O modelo passará por melhorias contínuas se adaptando à trajetória dos usuários. Isso ainda deve se expandir para outras frentes, incluindo o marketplace.

Um dos pilares de recomendações da OCDE recai justamente sobre políticas de educação, conscientização e competência digital, que devem ser implementadas por plataformas de e-commerce.

O estudo identificou iniciativas do Mercado Livre que envolvem capacitação técnica para jovens de comunidades próximas aos centros de distribuição, foco do programa Redes para o Futuro; para formar profissionais de tecnologia, no Certified Tech Developer; e despertar o interesse de adolescentes para disciplinas de ciências, tecnologia, engenharia e matemática, no projeto Entropía, entre outros programas.

Para se ter noção do impacto desse tipo de programa, entre os 545 jovens formados pelo programa Redes para o Futuro no Brasil, 36% deixaram a formação direto para o primeiro emprego formal; no Chile, esse foi o resultado para 70% dos participantes. Já após o Entropía, 96% dos adolescentes disseram fazer planos de estudar engenharia após terem o interesse despertado pelo projeto.

Essas são algumas das iniciativas na área, e que o estudo enxerga potencial de reduzir desigualdades na América Latina, mas pondera que, de modo geral, elas estão concentradas somente em alguns países em que a empresa atua. Levar essas iniciativas a mais gente deve estar nos próximos passos.

O Mercado Pago tem ferramentas de acessibilidade para aprimorar a experiência de pessoas surdas sinalizantes e aquelas com deficiência auditiva por meio da disponibilização de atendimento em Libras no SAC. O modelo ainda deve se expandir para outras frentes, incluindo o marketplace

Outras frentes com resultados relevantes – mas que o LabSul recomendou ampliar para aprofundar os impactos positivos – são de gestão ambiental e agenda de sustentabilidade.

Os primeiros resultados já são animadores. Hoje, a companhia implementa ações para migrar 100% das operações dos centros de distribuição para fontes de energia limpa; investe na ampliação da frota e da infraestrutura para veículos elétricos (aumentou a rede em 45% em 2022); utiliza apenas caixas de papelão certificado ou reciclado; apoia projetos de regeneração de biomas no Brasil e no México; e vendeu quase 8 milhões de produtos destacados pelo impacto positivo nos últimos dois anos.

Melhoria contínua e o que vem pela frente
Mirando o futuro, o foco da empresa está em consolidar e expandir suas práticas alinhadas com os padrões internacionais, buscando o aprimoramento e evolução alinhados à cultura da empresa.

“Isso inclui garantir a conformidade com as diretrizes da OCDE, promover inovação contínua, fortalecer a colaboração com stakeholders e adaptar-se ao contexto regulatório local. Entretanto, a empresa está atenta a alguns cuidados essenciais. Isso envolve estar em conformidade com regulamentações locais, especialmente sobre proteção do consumidor e segurança de dados”, aponta Martins, do Mercado Livre.

“É crucial encontrar um equilíbrio entre inovação e regulação, assegurando que novas tecnologias e práticas estejam alinhadas com as recomendações internacionais e legislações locais”, completa.

O estudo realizado pelo LabSul, seguindo os parâmetros estabelecidos pela OCDE, oferece um olhar aprofundado sobre as práticas e políticas adotadas pelo Mercado Livre no cenário do e-commerce – fornecendo insights para o mercado como um todo.

“Ao refletir sobre a evolução do comércio eletrônico no Brasil e sua conformidade com os princípios internacionais da OCDE, ficou evidente o compromisso do Mercado Livre em priorizar a confiança do consumidor, promover o desenvolvimento econômico regional e impulsionar um ambiente de negócios saudável”, afirma Borges, do LabSul.

Uma das principais constatações, que ultrapassam a liderança setorial, é o papel da empresa em contribuir para a formulação de políticas públicas, com foco na inovação, proteção dos consumidores e estímulo a um mercado digital competitivo.

“Olhar para o futuro implica consolidar não apenas as práticas alinhadas com padrões internacionais, mas também adaptá-las de acordo com as demandas locais, garantindo um equilíbrio entre inovação e conformidade regulatória, um desafio central para o avanço sustentável do comércio eletrônico”, pontua Martins.

‘https://www.jota.info/coberturas-especiais/uma-radiografia-do-e-commerce-no-brasil-o-caso-do-mercado-livre-22122023

Após tributação do governo, compras na Shein, Aliexpress e Shopee despencam

Compras feitas nas plataformas Aliexpress, Shein e Shopee recuam mais de 50%.

Em outubro último, as importações de produtos de pequeno valor, categoria que inclui aqueles comprados em plataformas de comércio eletrônico como Aliexpress, Shein e Shopee, registraram o maior recuo do ano com uma queda de 54,5% em comparação ao mesmo mês de 2022.

No total, o valor importado chegou a US$ 659 milhões em outubro de 2023, contra US$ 1,4 milhões de 2022. O levantamento foi realizado pela Vixtra, fintech de comércio exterior, com base em dados divulgados pelo Banco Central na primeira semana de dezembro.

Este é o maior recuo desde que as discussões sobre uma possível taxação desses produtos começou a ser debatida pelo governo – em abril deste ano. Em agosto, primeiro mês em que as novas regras de tributação para esses produtos entraram em vigor, as importações haviam crescido 32,9% em relação ao mês anterior. Entretanto, em comparação ao mesmo mês de 2022, houve recuo de 13,6% no período.

A partir de setembro, houve uma queda mais acentuada. Naquele mês, as importações recuaram 30,3% e chegaram a US$ 832 mi – em números absolutos a queda foi de US$ 361. Em outubro, os dados mais recentes disponibilizados pelo Bacen revelam que o recuo continuou e cresceu ainda mais. Em números, a queda de 54,5% e chegaram a US$ 659 milhões – em números absolutos a queda foi de US$ 791 milhões.

Impostos, impostos e mais impostos

Leonardo Baltieri, co-CEO da Vixtra, avalia que a taxação é a principal responsável pela redução.

“A medida que os consumidores começaram a ser taxados e os relatos foram se espalhando pelas mídias sociais, muitas pessoas começaram a ter receio de comprar nessas plataformas ou até evitá-las”, afirma. “Os consumidores são atraídos pelos preços mais acessíveis praticados por essas empresas, com a taxação desses produtos, muitos começam a questionar se ainda faz sentido adquiri-los por esses canais. Com as novas regras, as mercadorias abaixo de US$ 50 têm os impostos de importação zerados, mas ainda incidem 17% de ICMS. Para os produtos acima de US$ 50, os valores praticamente dobram, uma vez que incidem sobre eles uma alíquota de 60%, além dos 17% de ICMS.”

No acumulado anual, também houve um recuo, embora menor. Nos dez primeiros meses deste ano, foram importados US$ 8,3 bilhões, queda de 16,12% em comparação ao mesmo período do ano passado, quando atingiu US$ 9,9 bilhões. Em números absolutos, a queda é de US$ 1,6 bilhão a menos.

“A despeito do recuo, esse tipo de importação ainda movimenta bilhões anualmente e, provavelmente, deve seguir assim por algum tempo. Todavia, as novas regras tributárias devem segurar o crescimento expressivo que essas transações alcançaram continuamente no decorrer dos últimos anos”, afirma Baltieri.

“O custo-benefício seguirá como o principal fator-chave para a realização dessas compras pelo consumidor final”, conclui.

‘https://www.terra.com.br/economia/apos-tributacao-do-governo-compras-na-shein-aliexpress-e-shopee-despencam,eb869d5a5ec37057d8c7276ae29b5ec6mgc0j0jh.html?utm_source=clipboard

A COP e a transição energética no transporte

No Brasil, está tramitando no Congresso Nacional a regulação do mercado de carbono; é importante perceber que esse é um passivo que vai chegar para todos, de fora para dentro.

Tive o privilégio de ser convidado para representar a Bravo na COP28, maior e principal evento do mundo para debater e buscar soluções para a crise climática global. O convite aconteceu por meio da Confederação Nacional dos Transportes (CNT) para dividir o palco em um painel e falar sobre transição energética no transporte.

Foi uma oportunidade incrível ver tanta diversidade de povos e pessoas envolvidas na questão climática, olhando pelo planeta. Por outro lado, também trouxe algumas inquietações: a mudança climática já chegou e a transição energética está apenas começando.

O apelo feito ao final da COP28 por quase 200 países a favor de uma transição energética que permita abandonar progressivamente o uso dos combustíveis fósseis, foi um aceno importante. Não me arrisco a discutir se ainda há tempo de contermos o avanço da temperatura ou não, até porque não sou especialista em clima, mas é importante perceber que precisamos transformar as intenções em ações e o verbo agir precisa ser conjugado na primeira pessoa, é hora de ser protagonista e não seguidor.

E vale questionarmos: quanto a mudança climática pode afetar os nossos negócios? Muito. Estamos falando de secas, inundações, catástrofes, interrupção no fornecimento de energia, restrições na logística e mudanças de hábitos de consumo. Aqui no Brasil está tramitando no Congresso Nacional a regulação do mercado de carbono e é importante perceber que este é um passivo que vai chegar para todos, de fora para dentro.

Tudo indica que a partir de determinados limites de emissão, teremos responsabilidades no mercado regulado para reportar, reduzir e compensar. Importante termos consciência de que mudanças virão e nos prepararmos para elas — como pessoas e como empresas. É recomendável revermos nossas matrizes de riscos e agirmos antes que seja tarde para assegurar a longevidade dos nossos negócios.

Lembrando que risco e oportunidade caminham juntos. Muitos compromissos de redução de emissões de GEE (gases de efeito estufa) foram assumidos pelos mais diversos setores e as empresas de logística que se prepararem para atender as demandas de baixo carbono, encontrarão um mercado cada vez mais ansioso por novas soluções.

Não existe bala de prata, nem solução pronta que possa resolver a questão das emissões de GEE no transporte de uma forma geral. Qualquer solução tem prós e contras e precisa ser planejada em cada contexto. O caminhão elétrico, por exemplo, é uma solução com emissão zero, se a origem da geração da energia for de fonte renovável, mas que apresenta restrições de autonomia, sendo indicada para rotas curtas e mobilidade urbana. Já o biodiesel misturado ao diesel fóssil é tema de discussão sobre qual o percentual de mistura é adequado.

Os testes do B100 100% de biodiesel foram iniciados sob autorização da ANP. O biometano, já famoso nas discussões, tem grande potencial de crescimento e promete ser uma boa alternativa, mas deve encontrar soluções para a falta de infraestrutura de abastecimento. O HVO é o sonho de todo o transportador, pois é “drop in”, é abastecer e sair rodando nos veículos Euro 5 e Euro 6, mas tem alto custo e falta escalabilidade.

O hidrogênio verde surgiu como a grande promessa a longo prazo, mas tem a tecnologia de produção do veículo e combustível em desenvolvimento. Por fim, o diesel fóssil continuará a ser a matriz dominante nos próximos anos e deve ser utilizado de forma mais eficiente por meio de veículos com menor consumo e programas para redução de consumo e emissões.

Aqui na Bravo estabelecemos uma estratégia de combate às mudanças climáticas baseada em três pilares: malha logística, multimodalidade e transição energética. Com isso, buscamos soluções inovadoras, às vezes encontrando mais perguntas que respostas, mas no final trazendo de forma pioneira soluções de baixo carbono para os nossos clientes.

Mas temos a consciência de que estamos em uma jornada de aprendizado e desafios, já que temos um negócio com características específicas e rotas de longo percurso, o que dificulta abastecimento dos veículos com combustíveis renováveis, não disponíveis na cadeia de abastecimento tradicional.

Quando falamos em redução das emissões, não podemos resumir a transição energética ao transporte rodoviário — que corresponde a cerca de 11,8% das emissões no Brasil —, mas a cada um de nós, as ações de todos como uma comunidade. Olhando do ponto de vista pessoal, o quanto cada um de nós está contribuindo para o todo? Estamos dispostos a fazer mudanças? Que combustível utilizamos nos nossos veículos, quais os nossos hábitos de consumo, reciclamos nossos resíduos?

Mesmo sem perceber estamos nos adaptando a mudança climática, já enfrentamos as tempestades com cautela, nos preparamos melhor para enfrentar as altas temperaturas, levamos o clima mais seriamente ao planejar nossas viagens e por aí vai.

Olhando o cenário como um todo, é possível imaginar um trade-off de custo entre a transição energética e o impacto das mudanças climáticas. Se não começarmos a agir agora, talvez tenhamos uma conta muito maior a pagar no futuro. A jornada é longa, mas em 2030, o primeiro marco dos compromissos de redução de GEE do Pacto de Paris está logo aí. Então, mãos à obra!

* Marcos Azevedo é head de Sustentabilidade da Bravo Serviços Logísticos.

‘https://mundologistica.com.br/artigos/a-cop-e-a-transicao-energetica-no-transporte

PL que regulamenta atividade dos operadores logísticos é aprovado na CDE

De acordo com a Associação Brasileira dos Operadores Logísticos (ABOL), o Projeto de Lei 3757/2020 busca oferecer um ambiente de negócios mais ágil e menos burocrático.

Foi aprovado no último dia 13,  na Comissão de Desenvolvimento Econômico (CDE) da Câmara dos Deputados, o Projeto de Lei 3757/2020, que regulamenta as atividades dos operadores logísticos e atualiza a legislação dos armazéns, a mesma desde 1903. O PL ainda deve passar por mais duas comissões antes de chegar ao Senado Federal.

Com autoria do deputado Hugo Leal (PSDB/RJ), o PL teve parecer favorável apresentado pelo deputado Carlos Chiodini (MDB/SC), relator do projeto, que destacou a relevância dos operadores logísticos e a segurança jurídica que o setor necessita para se desenvolver no país.

De acordo com a Associação Brasileira dos Operadores Logísticos (ABOL), o PL busca oferecer um ambiente de negócios mais ágil e menos burocrático. A entidade reforçou necessidade de uma legislação própria para o setor diante do desconhecimento generalizado sobre a função dos operadores logísticos, da falta de regramento jurídico claro, do excesso de burocracia e ingerências entre os diversos órgãos intervenientes e da legislação tributária, fiscal e trabalhista.

“Cada passo representa uma grande vitória para o setor. Com o apoio dos parlamentares e o engajamento das empresas, alcançaremos o nosso objetivo, dando fim a gargalos logísticos e garantindo o reconhecimento necessário para esse grupo responsável pelo crescimento sustentável do e-commerce, abastecimento dos supermercados, escoamento do agronegócio e muito mais. Eles são parte fundamental do crescimento econômico brasileiro”, destacou a diretora-executiva da ABOL, Marcella Cunha.

O Projeto de Lei 3757/2020 foi apresentado, inicialmente, em julho de 2020, na Câmara dos Deputados Federais. Em novembro do ano passado, foi aceito pela Comissão de Viação e Transportes (CVT) e agora aprovado pela Comissão de Desenvolvimento Econômico (CDE). As próximas etapas são a avaliação pela Comissão de Indústria, Comércio e Serviços (CICS) e Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJC). Por fim, o PL segue para o Senado Federal.

https://mundologistica.com.br/noticias/pl-regulamenta-operadores-logisticos-aprovado-cde

IA generativa e 3 pontos que dificultam sua regulamentação

Definir os potenciais danos causados pela IA generativa é uma das partes mais difíceis para regulamentar a ferramenta.
Qualquer nova tecnologia necessita de regulamentação, e com a inteligência artificial não seria diferente. Mas, como qualquer novidade altamente acessível e difusa, criar normas se torna difícil. Esse é um dos desafios que os governos dos Estados Unidos, Europa, Ásia e América Latina, e outros territórios estão passando.

De acordo com a Harvard Business Review, nos Estados Unidos, por exemplo, Biden pretende remodelar a abordagem do governo federal em relação à IA. A lei que está servindo de modelo para a nova regulamentação é baseada em uma da época da Guerra da Coreia, que obriga empresas desenvolvedoras de certos modelos de IA generativa de alto impacto a notificarem o governo e compartilharem os resultados.

Já no Reino Unido foi criada a Cúpula de Segurança de IA, e a União Europeia formalizou sua Lei de IA, pretendendo ser líder global na regulamentação da tecnologia. Todo esse movimento que está sendo feito serve para ficar de olho e conter os danos causados pela Inteligência Artificial generativa que podem acontecer se ela for usada de forma incorreta.

Um estudo de Stanford analisou o impacto dos principais pontos da Lei de IA nos 10 modelos generativos mais usados da ferramenta. O resultado foi chocante: nenhum deles chegou perto de estar em acordo com a regulamentação já existente.

Maiores obstáculos para regulamentar a IA generativa
Definir os danos
Por ser capaz de gerar áudios, textos e imagens, a IA generativa causa dificuldade na medição de danos. Isso acontece porque os impactos dela são menos claros e não podem ser definidos com facilidade. Por exemplo, quem sai prejudicado após uma conversa de vários dias com um robô que usa essa tecnologia?

Como a IA é capaz de criar essas imagens e áudios, fake news podem parecer reais e espalhar desinformação “confiável”, ou seja, uma foto de um político fazendo algo errado pode ser gerada, causando comoção internacional – e reparar esse dano é quase impossível, uma vez que aquilo já foi compartilhado.

Avaliar os danos
Como citado anteriormente, por ser capaz de gerar qualquer tipo de mídia, avaliar os danos causados pela IA generativa também é complicado. E, além disso, sem a regulamentação pronta, fica ainda mais tênue a linha entre o que é aceitável de ser “gerado” ou não. Mesmo se as normas forem definidas, quais as penalidades e os graus que elas devem ser aplicadas para quem infringi-las? E como medir quando essas normas são infringidas?

Monitoramento da regulamentação
Nos países autoritários, como China e Coreia do Norte, “vigiar” leis ligadas à internet e tecnologia é bem mais simples. Como o acesso é limitado, as normas acabam sendo mais efetivas. Já nos Estados Unidos, Europa e até no Brasil, esse controle é mais complicado – a internet é usada pela maioria da população, assim como o acesso aos smartphones, que podem ser um meio de utilizar a IA, também são altamente difundidos no país.

Alguns exemplos comuns de usos da Inteligência Artificial generativa que está prejudicando algumas pessoas são os deepfakes. Esses vídeos são criados pela IA, e podem ser feitos com imagem de qualquer pessoa: um famoso, um desconhecido de banco de imagens ou até uma pessoa que não existe.

O ator Tom Hanks foi um dos atingidos pelos deepfakes. A imagem dele falando sobre um produto em uma campanha publicitária foi criada completamente por IA sem o conhecimento ou aval de Tom. Ele fez um comunicado em seu Instagram falando para os fãs que não tinha autorizado aquela criação e nem participado dela, e que os seguidores deveriam ficar espertos. Assim, podemos concluir que se a forma com as quais as leis são aplicadas não mudarem, dificilmente a regulamentação da Inteligência Artificial generativa vai funcionar.

‘https://consumidormoderno.com.br/2023/11/02/regulamentar-ia-generativa/?utm_campaign=cm_news_061123&utm_medium=email&utm_source=RD+Station

A tecnologia e o futuro do agente de carga

Tendências de mercado são segmentadas com base no tipo de serviço, modo de transporte, indústria final e região geográfica; empresas precisam se destacar entre os grandes players estabelecidos.

No panorama do mercado de frete global, cada movimento conta uma história de desafios, mudanças e oportunidades. Da interrupção causada pela pandemia de covid-19 aos avanços tecnológicos que estão redefinindo a eficiência logística, nossa exploração abrange os eventos e fatores mais impactantes. E para isso, mergulharemos nesse cenário dinâmico, desvendando as tendências e análises que moldam o futuro dos agentes de carga.

A pandemia de covid-19 trouxe um impacto significativo para a indústria de transporte. Uma das primeiras consequências foi a redução temporária das emissões de gases de efeito estufa, especialmente no setor de logística.

Com o fechamento de empresas e restrições de movimento, a demanda por serviços de transporte diminuiu. No entanto, o frete aéreo foi um dos setores mais afetados. O cancelamento de voos comerciais resultou na redução das atividades logísticas e atrasos significativos nas operações. Tais desafios resultaram em interrupções nas cadeias de suprimentos, aumentando os custos de frete e causando escassez de contêineres e espaço de armazenagem.

Além disso, muitos portos ao redor do mundo tiveram que ser fechados temporariamente devido à pandemia, levando a atrasos nos embarques e congestionamentos. Esses eventos ressaltaram a vulnerabilidade das cadeias de suprimentos globais, crises inesperadas e a importância de uma ação estratégica por parte dos agentes de carga.

O CRESCIMENTO DO TRANSPORTE AÉREO

Embora as opções terrestres e marítimas sejam mais comumente utilizadas no mercado global de frete, espera-se que o transporte aéreo cresça consideravelmente nos próximos anos.

Um estudo realizado pela Mordor Intelligence, uma empresa de pesquisa de mercado e consultoria estratégica, prevê um crescimento de mais de 6% no transporte aéreo nos próximos cinco anos.

Isso se deve ao fato de que o transporte aéreo é considerado um meio alternativo mais rápido e eficiente para o envio de mercadorias. Mesmo após a pandemia, a demanda por serviços de frete aéreo continua a crescer, impulsionada pela necessidade de entrega rápida de produtos.

Atualmente, a região da Ásia-Pacífico domina o mercado de frete aéreo. No entanto, de acordo com as estimativas do estudo para o período entre 2019 e 2028, prevê-se que o Oriente Médio e a África apresentarão a taxa de crescimento anual composta (CAGR) mais alta do setor. A América Latina também experimentará um crescimento significativo nos próximos anos.

Por outro lado, um novo relatório do Banco Mundial projeta um crescimento global da economia de 3,2% em 2023. No entanto, o relatório também ressalta os riscos potenciais, como novas variantes da covid-19, tensões geopolíticas e níveis elevados de dívida em muitos países.

O estudo também prevê que o mercado de transporte de carga continuará a crescer nos próximos anos — ponto de interesse para agentes de carga. Isso se deve, em grande parte, ao aumento do comércio eletrônico e à demanda crescente por bens de consumo que serão distribuídos globalmente.

EVOLUÇÃO DA LOGÍSTICA E TECNOLOGIA NO AGENCIAMENTO DE CARGAS

Conforme o mercado de frete global continua a evoluir, surge a necessidade de os agentes de carga recorrerem a soluções de logística mais eficientes e de baixo custo. Tal fato está impulsionando a indústria a adotar tecnologias avançadas, como robótica e automação, para otimizar suas operações.

As tendências de mercado são segmentadas com base no tipo de serviço, modo de transporte, indústria final e região geográfica. Isso significa que as empresas precisam se destacar entre os grandes players estabelecidos, oferecendo soluções inovadoras e personalizadas.

Para atingir esse objetivo, haverá um aumento da demanda por soluções de logística integrada. Os principais impulsionadores desse crescimento estão atrelados ao comércio internacional e ao gerenciamento da cadeia de suprimentos.

TENDÊNCIAS FUTURAS

Entre as principais tendências do mercado de frete global, destaca-se o foco cada vez maior na agilidade das entregas, pois os consumidores esperam receber seus produtos de forma mais rápida e eficiente.

Essas mudanças estão moldando o futuro do transporte de cargas e os agentes de carga que conseguirem se adaptar a essas tendências estão em posição de destaque.

Um estudo realizado em parceria com diversos especialistas pela empresa de logística alemã Deutsche Post DHL, intitulado “Delivering Tomorrow – A Scenario Study”, explorou várias possibilidades para o setor de logística até o ano de 2050.

Alguns dos cenários destacados incluem:

  • Mudanças climáticas e desastres naturais que podem impactar as cadeias de suprimentos;
  • O crescimento verde favorecido por megacidades;
  • A individualização do consumo, que pode levar ao aumento do comércio regional;
  • A regionalização das cadeias de suprimentos em oposição à globalização.

O setor de logística precisará se adaptar a essas mudanças à medida que novas catástrofes afetarem as cadeias de suprimentos.

DESAFIOS AMBIENTAIS E REGULATÓRIOS

Para frear o aumento da temperatura global até 2100, as emissões de gases de efeito estufa (GEE) precisam diminuir em 50% até 2050, segundo o professor Alan McKinnon, diretor do Centro de Pesquisa em Logística da Universidade Heriot Watt em Edimburgo, no Reino Unido. Isso requer regulamentações mais rigorosas e ações concretas.

A Comissão Europeia, por exemplo, se comprometeu a reduzir em até 60% as emissões de GEE até 2050. O maior desafio recai sobre a indústria logística, que precisa encontrar maneiras de reduzir suas emissões de forma significativa.

Uma opção para enfrentar esse desafio é a mudança do transporte rodoviário para o ferroviário ou aquaviário sempre que possível, especialmente para cargas que viajam distâncias maiores do que 300 km.

Outras soluções incluem priorizar o fornecimento local e fomentar o desenvolvimento de cidades de baixo carbono. Com a crescente complexidade do mercado global de frete, as empresas precisam de recursos eficazes para se manterem competitivas.

Neste sentido, há soluções que podem otimizar cada aspecto da operação dos agentes de carga, como plataformas SaaS 100% em nuvem, de fácil utilização e não demanda grandes investimentos em infraestrutura de TI. Basta acessar a internet, conectar e começar a usar.

Trata-se de uma das principais soluções para agentes de cargas que permite planejamento, monitoramento e visibilidade avançada da América Latina. Ela permite a gestão da cadeia de suprimentos de ponta a ponta com eficiência, transparência e rastreio da jornada da carga em tempo real, desde a retirada do contêiner na origem até a entrega para o cliente no destino.

Não apenas oferece rastreamento em tempo real, mas também recursos de Inteligência Artificial e Machine Learning, otimizando, assim, o monitoramento das operações e reduzindo custos extras evitáveis, como demurragedetention, multas aduaneiras e perdas de prazos.

Além disso, a plataforma oferece uma solução que auxilia na identificação de oportunidades de negócios por meio de informações assertivas sobre importações e exportações. Isso permite expandir a carteira de clientes de forma estratégica e eficaz.

Shipment Intel fornece informações detalhadas sobre portos de origem e destino, ranking de consignatários, armadores, tipos de cargas e pagamentos, além de volumes de embarques por período.

O FUTURO DOS AGENTES DE CARGAS SE FAZ AGORA

O mercado global de frete está em constante evolução e as empresas que desejam prosperar precisam estar preparadas para enfrentar os desafios e aproveitar as oportunidades que surgem. A pandemia de covid-19, a preocupação com as mudanças climáticas e a demanda por entregas mais rápidas estão moldando o futuro da indústria de transporte de carga.

Considerando este contexto, investir em soluções tecnológicas avançadas é essencial para reduzir custos, aumentar a eficiência e manter a competitividade.

Conforme as tendências e análises do mercado global de frete continuam a se desdobrar, as empresas que adotarem uma abordagem estratégica estarão bem-posicionadas para enfrentar os desafios e colher os benefícios do crescimento do setor.

Com visibilidade, eficiência e inteligência de dados, as empresas podem navegar nas ondas do mercado global de frete com confiança e sucesso.


* Helmuth Hofstatter é cofundador e CEO da Logcomex.

‘https://mundologistica.com.br/artigos/a-tecnologia-e-o-futuro-do-agente-de-carga

Governo dos Estados Unidos processa Amazon por práticas antitruste

Comissão Federal de Comércio e 17 estados acusam gigante do varejo de usar seu poder para inflacionar preços, cobrar demais dos vendedores e reprimir a concorrência.

A Amazon está sendo processada nos Estados Unidos pela Comissão Federal de Comércio (FTC, na sigla em inglês) e por 17 procuradores-gerais estaduais por práticas antitruste. A alegação é a de que a gigante do varejo usa sua posição no mercado para inflacionar preços em outras plataformas, cobrar demais dos vendedores e reprimir a concorrência.

Segundo o jornal The Guardian, a ação é resultado de uma investigação de anos sobre os negócios da empresa e uma das contestações legais mais significativas movidas contra ela em seus quase 30 anos de história.

“A denúncia apresenta alegações detalhadas, observando como a Amazon está agora explorando seu poder de monopólio para enriquecer, ao mesmo tempo em que aumenta os preços e degrada o serviço para as dezenas de milhões de famílias americanas que compram em sua plataforma e para as centenas de milhares de empresas que dependem da Amazon para alcançá-los”, disse Lina Khan, presidente da FTC, em comunicado.

Os requerentes pedem ao tribunal que seja emitida uma liminar permanente para proibir a Amazon de se envolver em conduta ilegal e afrouxar o seu “controlo monopolista para restaurar a concorrência”.

Em resposta, a varejista afirmou que o processo é equivocado e prejudicaria os consumidores, pois levaria a cobrança de preços mais altos e entregas mais lentas.

“As práticas que a FTC está desafiando ajudaram a estimular a concorrência e a inovação em todo o setor de varejo e produziram maior seleção, preços mais baixos e velocidades de entrega mais rápidas para os clientes da Amazon e maiores oportunidades para muitas empresas que vendem na loja da Amazon”, disse David Zapolsky, conselheiro geral da companhia.

Táticas na mira da justiça

No processo, a FTC argumenta que a Amazon é um monopólio não devido ao seu tamanho, mas sim porque utiliza a sua posição para negar uma concorrência significativa.

O órgão a acusa de táticas como “anti-desconto”, que penalizam os vendedores que oferecem seus produtos mais baratos em outros mercados online, e aponta que ela controla uma vasta rede de distribuição e força vendedores terceirizados a pagar taxas elevadas por seus serviços de atendimento.

Outras questões que constam na ação é que a Amazon exige que os comerciantes usem seus sistemas de entrega e atendimento para se qualificarem para o Prime, cobra que seja priorizada a sua linha interna de produtos em detrimento de outras, mesmo que esses sejam de melhor qualidade, e veicule um número cada vez maior de anúncios pagos e indesejados.

O The Guardian destaca que a liminar que a FTC e os estados estão buscando forçaria a empresa a interromper essas práticas, uma mudança que poderia alterar significativamente a forma como os clientes interagem com a plataforma e os tipos de produtos que surgem quando fazem compras.

‘https://epocanegocios.globo.com/empresas/noticia/2023/09/governo-dos-estados-unidos-processa-amazon-por-praticas-antitruste.ghtml

Tribunal reconhece vínculo entre Loggi e motoboy, com adicional de periculosidade

O Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região reconheceu, nesta terça (26), vínculo empregatício entre um motoboy que prestava serviços para a Loggi e a empresa.

O mesmo teria sido bloqueado da plataforma depois de três anos de trabalho, segundo a 4º turma da corte, que avaliou o processo.

A Justiça mandou ainda que fosse pago um ‘adicional de periculosidade’ devido ao ‘risco sobre a integridade física do trabalhador’.

O acordão considerou que havia ‘pessoalidade, habitualidade, onerosidade e subordinação‘ na prestação de serviços, o que configuraria, portanto, uma relação de emprego, segundo a desembargadora-relatora Maria Isabel Cueva Moraes.

Foi citada a rotina de trabalho, de segunda a sábado; o monitoramento do trabalhador por geolocalização e a remuneração, bem como a impossibilidade do motoboy ser substituído por outra pessoa fora de seu cadastro.

Outro ponto que o tribunal considerou foi a ‘rescisão contratual imotivada’, pois o motoboy foi bloqueado da plataforma da empresa.
‘https://www.moneytimes.com.br/tribunal-reconhece-vinculo-entre-loggi-e-motoboy-com-adicional-de-periculosidade/

Shein: 67% das encomendas que chegam ao País são de empresas do Remessa Conforme

A inclusão da Shein no programa foi certificada nesta quinta-feira, 14, com publicação no Diário Oficial

Shein: 67% das encomendas que chegam ao País são de empresas do Remessa Conforme

Com a adesão da Shein ao programa Remessa Conforme, que zera a alíquota de importação de compras de até US$ 50 feitas em e-commerce, a Receita Federal informou que as empresas habilitadas no programa foram responsáveis por 67% dos envios internacionais de encomendas ao País entre janeiro e julho deste ano.

A inclusão da Shein no programa foi certificada nesta quinta-feira, 14, com publicação no Diário Oficial.

Além da empresa, AliExpress e Sinerlog já aderiram ao programa. Com isso, a alíquota de imposto de importação para compras de até US$ 50 é zerada. Acima deste valor, o imposto incidente tem alíquota de 60%. Ainda há a cobrança por todos os Estados de ICMS com uma alíquota uniforme de 17%, conforme definição do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz).

Além da questão tributária, as empresas que aderem ao programa têm liberação mais rápida nos processos aduaneiros.

De acordo com o Fisco, nos sete primeiros meses de 2023, o Brasil recebeu 123 milhões de remessas vindas de e-commerces internacionais. Destas, cerca de 83 milhões de encomendas chegaram ao País por operadores de transporte que prestam serviços às empresas já certificadas no programa.

“É importante destacar que, para que os benefícios do programa sejam aplicados, como a alíquota zero do imposto de importação no envio por pessoas jurídicas, além da certificação é necessário que os sites das empresas sejam adequados às exigências do Programa Remessa Conforme”, destaca a Receita.

O programa estabelece tratamento aduaneiro mais célere e econômico para empresas de e-commerce porque, com o pagamento dos impostos feito de forma antecipada, a liberação das encomendas pode ocorrer antes mesmo da chegada ao País. Em contrapartida, a Receita intensificou a fiscalização sobre os demais volumes.

Com informações de Estadão Conteúdo.
Imagem: Shutterstock

Governo de SP permite que empresas de e-commerce operem como varejistas e operadoras logísticas

O governo do Estado de São Paulo fez uma alteração na norma que regulamenta as operações logísticas de empresas de comércio eletrônico, permitindo a operação tanto como empreendimento varejista quanto como operador logístico sob o mesmo Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) e Inscrição Estadual.

Com a mudança, as empresas também poderão atender a consumidores no comércio eletrônico com estoque próprio ou de terceiros. No entanto, devem demonstrar ter condições operacionais de atender às necessidades de controle da Secretaria da Fazenda e Planejamento do Estado de São Paulo (Sefaz-SP), conforme publicação no Diário Oficial do Estado (DOE) na terça-feira.

“Os produtos do operador logístico e de terceiros poderão ser armazenados nas mesmas prateleiras dentro dos centros de distribuição e também poderão ser enviados nos mesmos pacotes quando comprados em conjunto pelos consumidores”, disse o governo paulista em comunicado divulgado nesta quarta-feira.

A medida abre espaço para que empresas de e-commerce otimizem suas operações e ampliem suas ofertas de produtos na região.

‘https://economia.uol.com.br/noticias/reuters/2023/08/23/governo-de-sp-permite-que-empresas-de-e-commerce-operem-como-varejistas-e-operadoras-logisticas.htm