Alibaba tem queda de 8% nas ações após declaração da Ant Group

As ações do Alibaba caíram 8% nesta quinta-feira, depois que o afiliado financeiro Ant Group disse que atualmente não tem planos de reviver um IPO, e um regulador importante disse que não realizou uma avaliação sobre uma possível listagem. Mas o Ant Group disse que não há planos para um IPO.

O IPO planejado do Ant Group, que é controlado pelo bilionário fundador do Alibaba, Jack Ma, foi cancelado em novembro de 2020, depois que os reguladores sinalizaram preocupações com a empresa. A dupla listagem em Hong Kong e Xangai teria sido o maior IPO da história.

Desde então, o Ant Group recebeu ordens de reguladores para retificar seus negócios para cumprir as regras chinesas , incluindo a criação de uma holding financeira.

Na quinta-feira, a Bloomberg informou que os reguladores financeiros chineses iniciaram discussões iniciais sobre a retomada do IPO, citando pessoas familiarizadas com o assunto. A Reuters informou que a liderança chinesa deu luz verde para uma listagem.

“Sob a orientação dos reguladores, estamos focados em avançar constantemente com nosso trabalho de retificação e não temos nenhum plano para iniciar um IPO”, disse um porta-voz da empresa à CNBC na quinta-feira.

A Comissão Reguladora de Valores Mobiliários da China, que dará luz verde às listagens, disse em comunicado na quinta-feira que não realizou “trabalho de avaliação e pesquisa” sobre um potencial IPO do Ant Group. O CSRC acrescentou que apoia empresas de plataforma elegíveis que se tornam públicas em casa e no exterior.

O afundamento do IPO do Ant Group de US$ 35 bilhões em 2020 marcou o início de 16 meses intensos de aperto regulatório de Pequim, que eliminou bilhões de dólares em valor dos gigantes de tecnologia domésticos da China.

Mas há sinais de que a repressão de Pequim ao setor de tecnologia chinês está diminuindo . O Wall Street Journal informou esta semana que as autoridades na China estão perto de encerrar as investigações sobre a gigante Didi . A Didi abriu seu capital nos EUA no ano passado, mas dias após a listagem se viu sujeita a uma revisão de segurança cibernética pelos reguladores chineses.

No mês passado, o vice-primeiro-ministro da China, Liu He, prometeu apoio ao setor de tecnologia e planeja abrir capital nas empresas de internet

Brasília entra na rota de distribuição nacional do e-commerce

Na última sexta-feira (27), o governador Ibaneis Rocha assinou o decreto que flexibiliza a tributação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) em produtos do e-commerce armazenados e distribuídos a partir do Distrito Federal. Para tanto, o ato deve ser publicado em edição do Diário Oficial (DODF) ainda hoje (30).

A medida vai facilitar a instalação de empresas de logística em Brasília que, a partir de agora, passarão a taxar o imposto somente após a sua comercialização. Ou seja, não será mais quando ele chega de outro estado para ser armazenado no centro de distribuição à espera da compra. O decreto vai atender não só os grandes, como os médios e pequenos empresários do setor, possibilitando a expansão de seus negócios com mais segurança.

“A comodidade das pessoas exige que o agente econômico seja muito rápido na relação com o consumidor, com entregas mais rápidas, eficazes e, consequentemente, com cada vez mais vendas. E caso se venda mais, a economia aquece e mais empregos são demandados”, avalia o secretário de Governo, José Humberto Pires.

O propósito do Governo do Distrito Federal (GDF) é estimular na cidade a instalação de empresas de logística — de pequeno, médio e grande porte — responsáveis pelas entregas mais ágeis e econômicas, principalmente no Centro-Oeste, de produtos vendidos pela internet.

Secretário de Economia, Itamar Feitosa diz que o DF é um dos primeiros entes federativos a criar uma legislação específica para os grandes operadores logísticos. “É uma inovação que reconhece a existência dessas empresas responsáveis por fazerem a ponte entre as mercadorias e os consumidores, gerando mais empregos para a nossa cidade”.

Além da Amazon, visitada pelo governador Ibaneis Rocha nesta semana, Brasília será também polo de distribuição do Mercado Livre — uma das maiores empresas do setor no país —, com expectativa de geração inicial de 500 empregos.

Para o diretor de Relações Governamentais da empresa, François Martins, o decreto flexibiliza as operações logísticas e “atende aos anseios que tínhamos em relação à simplificação da estrutura tributária no Distrito Federal”. “Novas empresas vão surgir e as que estiverem aqui vão crescer, inclusive as pequenas, provocando toda a cadeia do setor de entrega de produtos do e-commerce”, conclui.

Presidente sanciona projeto que modifica regras do Pronampe

O presidente Jair Bolsonaro sancionou na quarta-feira (25), o Projeto de Lei 3.188/2021, que que mantém recursos para garantir empréstimos a micro e pequenas empresas por meio do Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe). O texto foi aprovado em definitivo pelo Congresso Nacional no fim de abril.

A norma que agora entra em vigor adia para 2025 a devolução ao Tesouro Nacional de valores não utilizados de um fundo relativo a empréstimos do Pronampe. O programa foi criado em maio de 2020 para auxiliar financeiramente os pequenos negócios e, ao mesmo tempo, manter empregos durante a pandemia da Covid-19. No ano passado, o Pronampe se tornou uma política pública permanente do governo federal.

A estimativa do governo é garantir pelo menos R$ 50 bilhões em crédito para micro e pequenas empresas com o programa, através do sistema financeiro. A nova rodada do Pronampe vai abranger também microempreendedores individuais (MEIs), que somam cerca de 13 milhões de pessoas. Somando às mais de 5,5 milhões de micro e pequenas empresas, a nova fase do Pronampe tem o potencial de atender mais de 20 milhões de empresas e microempreendedores, que representam 98% das empresas do país.

Mudanças

A proposta sancionada torna permanente o uso de recursos do Fundo de Garantia de Operações (FGO) em operações não honradas. Uma das alterações aprovadas no Congresso dispensa as empresas de cumprirem cláusula de manutenção de quantitativo de empregados prevista nas contratações até 31 de dezembro de 2021. Essa regra só será restabelecida para empréstimos feitos a partir de 2022.

O texto também acaba com a data limite, estipulada até o fim de 2021, para que o governo aumente o aporte de recursos ao FGO para atender o Pronampe, pois o programa se tornou permanente. Caso esse aumento de participação da União aconteça por meio de créditos extraordinários, os valores recuperados ou não utilizados deverão ser destinados à amortização da dívida. Já outros valores utilizados pelo FGO para honrar prestações não pagas deverão ser direcionados para a cobertura de novas operações contratadas.

O nova lei ainda estabeleceu uma mudança no Programa de Estímulo ao Crédito (PEC) para ampliar o seu acesso a empresas com até R$ 300 milhões de receita bruta anual, consideradas de médio porte.

A legislação que criou o programa destinava o PEC somente a microempreendedores individuais (MEI), a micro e pequenas empresas, a produtores rurais e a cooperativas e associações de pesca e de marisqueiros com receita máxima de R$ 4,8 milhões. Para o público-alvo atual, o texto reserva 70% do valor total que pode ser contratado.

O programa permite aos bancos contarem com créditos presumidos de tributos federais a serem usados para diminuir o valor a pagar em troca de empréstimos feitos sob seu risco. As contratações de operações, cujo prazo de funcionamento tinha acabado em 2021, serão reabertas até dezembro de 2022.

Outra medida incluída na lei é a dispensa de exigência de apresentação de alguns tipos de certidões pelos interessados em obter empréstimo, como as de quitação eleitoral, comprovação do recolhimento do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (ITR) e Certificado de Regularidade do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, para as instituições que emprestarem por meio do PEC.

Veto

Por orientação da área jurídica, segundo o Palácio do Planalto, o presidente da República decidiu vetar os dispositivos da lei que dispensavam apresentação da Certidão Negativa de Débito (CND) relativa à Seguridade Social por meio do PEC.

Na avaliação do governo, a medida viola a Constituição Federal, que veda acesso a crédito e benefícios tributários de pessoa jurídica devedora da Previdência Social.

Governo Federal descarta assinar MP para taxar compras do exterior adquiridas através da Shein, Shopee e AliExpress

O Governo Federal afirma que não assinará a Medida Provisória para taxar compras feitas por consumidores da Shein, Shopee e AliExpress, aplicativos chineses que disponibilizam produtos mais baratos.

O presidente Jair Bolsonaro anunciou em suas redes sociais no último sábado (21), que o Governo Federal não assinará nenhuma Medida Provisória (MP) para taxar compras do exterior feitas em aplicativos internacionais como Shein, Shopee e AliExpress. A afirmação foi feita dois dias após o ministro da Economia, Paulo Guedes, adotar uma posição contrária do presidente.

Todos os detalhes sobre a decisão do Governo Federal sobre não taxar compras internacionais

De acordo com Bolsonaro, em uma publicação no Twitter e Instagram, não será assinado nenhuma MP para taxar compras em aplicativos como Shein, Shopee e AliExpress, como grande parte da mídia está divulgando e para que irregularidades nestes serviços sejam corrigidas, a saída deve ser a fiscalização e não o aumento de impostos.

Na última quinta-feira (19), Guedes criticou as plataformas em um evento de uma consultoria. De acordo com o ministro, os aplicativos praticam fraude por não pagarem impostos. A regra atual permite a entrada de produtos de até US$ 50, sem nenhuma taxa, desde que a venda seja dada entre pessoas físicas. De acordo com o titular da pasta em um evento da Arko Advice com o Traders Club, o objetivo da MP é que “a regra do jogo” seja pelo menos igual para todo mundo.

Não deve ser permitido lojas que estão, claramente, aplicando fraudes, que entram sem imposto, sem nada e também afirmou que é uma fraude porque o valor do bem é falsificado.

Entenda como funciona o sistema de taxar compras da Shein, Shopee e AliExpress

De acordo com o presidente da Comissão de Direito Tributário da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-CE), Hamilton Sobreira, remetentes pessoas físicas podem enviar encomendas de até US$ 50 sem a cobrança de taxas para o consumidor final residente no Brasil, como dito anteriormente.

Acima deste valor, é cobrado 60% de tributos de importação. A partir de US$ 500, é acrescentado o Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e uma tarifa de despacho aduaneiro. O presidente destaca que manipular dados ao registrar mercadorias mais caras com preço abaixo do limite estabelecido é caracterizado como evasão fiscal tipificada como crime de sonegação.

É importante frisar também, que sites asiáticos como Shein, Shopee e AliExpress são uma alternativa para consumidores que buscam comprar artigos infantis, aparelhos eletrônicos e roupas infantis mais baratas. Para se ter uma noção, um brinquedo com 1 mil peças de blocos de montar, que em uma loja brasileira custa mais de R$ 330 reais, cai para R$ 39 a R$ 126,84 nestas plataformas online.

De onde surgiu a Medida Provisória para taxar compras internacionais?

O comércio por meio da Shein, Shopee e AliExpress tem se tornado cada vez mais popular no Brasil nos últimos anos, numa espécie de “camelódromo digital”. Sendo uma boa alternativa ao aumento de impostos, o governo federal defende a fiscalização das vendas com objetivo de evitar possíveis irregularidades.

O dono da rede de lojas Havan e aliado de longa data do atual presidente, o empresário Luciano Hang, ao lado do presidente da Multilaser, Alexandre Ostrowiecki, costuraram a articulação para o texto da Medida Provisória. Os empresários também se uniram a outros empresários do ramo.

Sendo assim, sob pressão da indústria e do varejo, o intuito seria tornar as regras para importação mais rígidas. Na receita Federal, há uma avaliação de que empresas internacionais estariam vendendo a brasileiros de forma ilegal. Outra fraude possível seria declarar o bem por um valor inferior, abaixo do limite estabelecido.

Logística reversa de medicamentos já é realidade em 60% das farmácias

Em vigor desde o início do ano passado, a logística reversa de medicamentos já é uma realidade em seis de dez farmácias brasileiras, mesmo entre aquelas desobrigadas a cumprir a lei nesse primeiro momento. É o que indicou a última enquete do Panorama Farmacêutico.

Dos 3.238 profissionais do setor que se manifestaram, 1.935 (60%) informaram que já descartam os medicamentos vencidos ou em desuso no próprio ambiente da farmácia. Somente 22% (697) mencionaram o lixo doméstico, enquanto 7% (237) relataram que seu PDV não promove a logística reversa.

O decreto presidencial de 2020 prevê diferentes fases para a adoção obrigatória da logística reversa de medicamentos. As farmácias e drogarias devem manter pelo menos um ponto fixo de recebimento a cada 10 mil habitantes. Em até dois anos, todas as capitais brasileiras e os municípios com população superior a 500 mil habitantes terão que contar com pontos de coleta. Em cinco anos, chegará a vez das cidades acima de 100 mil moradores.

Um relatório do Ministério do Meio Ambiente, divulgado no último mês de abril, confirma os avanços da logística reversa. Mais de 3,6 mil pontos de coleta foram implantados em 2021, o que evitou o descarte inadequado de 53 toneladas de remédios.

Conscientização das farmácias e da população

O varejo farmacêutico vem abraçando a causa e estimulando a rápida adesão à lei. Em torno de 3,2 mil lojas das grandes redes vinculadas à Abrafarma recolheram 130 toneladas de resíduos de medicamentos e embalagens no ano passado, dos quais 93% foram incinerados e 7% destinados a aterros sanitários. “E ainda temos espaço para avançar ainda mais nesses números, a julgar pelo exemplo de Portugal, que descarta mais de 1.200 toneladas de medicamentos anualmente. Ou mesmo a França, que recolheu cerca de 9.700 toneladas em 2020”, avalia o CEO Sérgio Mena Barreto.

De acordo com a Febrafar, cerca de 200 farmácias associativistas no estado de São Paulo já participam da logística reversa. “Para o restante do país a expectativa é que também se tenha grande adesão, em função do custo-benefício do programa”, explica Valdomiro Rodrigues, consultor da entidade.

Mas representantes do setor entendem que é necessário reforçar a conscientização da população sobre o tema, tendo a indústria farmacêutica como protagonista. Esse cenário serviu de pretexto para a formulação do Projeto de Lei 977/22, de autoria do deputado Lucas Redecker (PSDB-RS), determinando que as bulas de medicamentos contenham orientações aos consumidores sobre as formas adequadas para o descarte.

Segundo a Agência Câmara, a proposta tramita em caráter conclusivo nas comissões de Desenvolvimento Econômico, Indústria, Comércio e Serviços; de Seguridade Social e Família; e de Constituição e Justiça e de Cidadania do Congresso Nacional.

Custo para a indústria

Apesar dos avanços, o debate sobre o compartilhamento de custos persiste. O projeto de lei em discussão, inclusive, tende a gerar um gasto adicional para a indústria farmacêutica, que afirma enfrentar dificuldades com as quais outros segmentos não convivem – como o de eletrônicos e de óleos lubrificantes.

“No nosso caso, o medicamento não pode ser reaproveitado, não vira subproduto. Ele precisa ser destruído ou seguir para aterro sanitário específico”, explica o presidente do Sindusfarma,  Nelson Mussolini.

Por conta do controle imposto ao preço dos medicamentos, a indústria farmacêutica não pode repassar os gastos ao consumidor final. Segundo Mussolini, também é responsabilidade da população o processo de logística reversa, o que justificaria o repasse.

Logística reversa de medicamentos

Nova enquete

Com a nova enquete que está no ar, queremos saber como o mercado corporativo está lidando com as máscaras no ambiente de trabalho, diante do descompasso entre a flexibilização do uso e a alta no número de casos da Covid-19.

Fonte: Redação Panorama Farmacêutico

Shopee e Shein podem sofrer (e muito) se governo alterar taxação de produtos; entenda

Por pressão do setor das varejistas e e-commerce, está nos planos do governo criar uma MP (Medida Provisória) para alterar o tipo de taxação de produtos vendidos em aplicativos cross-border, ou seja, vindos de outros países. As principais empresas atuantes nesse segmento no Brasil são a Shopee, Shein, AliExpress e Wish. Analistas da XP Investimentos observam o impacto dessa medida.

A MP seria baseada no conceito de tributar qualquer mercadoria comprada nessas plataformas em 60%, independente de seu valor. Hoje, os produtos só são taxados pela Receita Federal se o valor total dos produtos alcançar US$ 50.

“Hoje, a discussão está restrita ao Ministério da Economia, contando com algum apoio interno, apesar de preocupações com o potencial impacto da sua aprovação na imagem do governo”, aponta o relatório. “Caso ela avance, nós vemos as varejistas de moda como as mais beneficiadas.”

A Shein, uma das empresas que trabalham com o modelo de negócios baseado em moda, seria a mais afetada. O ponto forte do e-commerce da Shein é justamente um preço diferente do que se vê no mercado nacional, afetando a competitividade. A Shopee, por outro lado, aceleraria as operações locais, de acordo com a XP.

O time de política da XP lembra que a discussão está em seus estágios iniciais, no Ministério da Economia e a Receita Federal. “Para além do Ministério da Economia, a discussão também precisaria passar pelo corpo técnico do Palácio do Planalto antes de a medida provisória ser efetivamente editada, o que ainda não havia acontecido até esta semana. Não há prazo para essa análise, que acaba tendo seu timing definido principalmente por fatores políticos”, ressaltam os analistas.

Perspectivas sobre a medida

A XP Investimentos aponta que a MP poderia ser popular e impopular ao mesmo tempo, dependendo do ângulo da questão. O dois principais desafios para a implementação da medida:

  • Potencialmente impopular por reduzir um poder de compra já pressionado do consumidor médio brasileiro;
  • Desafios na fiscalização do lado da Receita, uma vez que apenas o Shopee foi responsável por 140 milhões de pedidos no 4º trimestre (cerca de 1,5 milhão ao dia).

“Nosso time de política confirmou que de fato há alguma resistência à medida pelo primeiro ponto, enquanto uma solução para o segundo seria tributar a compra direto no site”, afirmam.

Já o lado oposto mostra que a medida seria popular por dar fôlego aos varejistas e indústrias brasileiras, o que poderia potencializar a geração de renda/emprego no país.

Quem sai ganhando?

O relatório destaca que ainda há desafios para a aprovação da medida pelo potencial de viés negativo, assim como pelas eventuais priorizações do governo em um ano de eleições. Assim, a XP acredita que ela pode ser um gatilho positivo para ações de e-commerce e varejistas de moda.

Dessa forma, a XP mantém cautela com as empresas de e-commerce, enquanto vê uma visão mais construtiva para Lojas Renner (LREN3).

“Existe um impacto positivo mais estrutural para varejistas de moda, uma vez que o modelo de negócio da Shein é essencialmente baseado em importação e seu baixo preço se mantém como um diferencial importante”, diz o texto. Já no caso de Shopee o possível aumento de tributação faria a companhia acelerar a captação de vendedores locais, que já ultrapassam 2 milhões e representam mais de 85% das vendas do marketplace.

Por que o novo decreto do SAC poderia ser chamado de lei da omnicanalidade?

Um das finalidades do novo decreto do SAC (de número 11.034/2022), norma que regula o atendimento ao cliente em setores regulados (bancos, seguradoras, telecomunicações e outros), é oferecer mecanismos para que consumidores e empresas busquem solucionar os conflitos de consumo.

No entanto, há uma segunda característica do decreto que vem chamando a atenção e que justificaria, para alguns, o novo apelido da norma: a “lei da omnicanalidade”.

Definição legal

Um dos motivos estaria justamente na definição do Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC). Pelo decreto, SAC “é realizado por diversos canais integrados dos fornecedores de serviços regulados com a finalidade de dar tratamento às demandas dos consumidores, tais como informações, dúvida, reclamação, contestação, suspensão ou cancelamento de contratos e serviços”.

Ou seja, SAC não é um canal, mas vários e que se juntam para solucionar as mais variadas demandas dos consumidores.

É importante notar que a lei não associou omnicanalidade com a definição presente na lei. No entanto, segundo especialistas ouvidos pela Consumidor Moderno, a definição utilizada pelo legislador caberia muito bem com a ideia da omnicanalidade.

Estamos realmente testemunhando a primeira definição legal de omnicanalidade brasileira.

E como seria a omnicanalidade brasileira?

Mas a norma vai além de descrever o significado de omnicanalidade à brasileira. O decreto também cita características da nossa integração de canais.

Pela lei, o acesso e os serviços oferecidos pelo SAC são gratuitos. A omnicanalidade brasileira também deverá funcionar dentro do esquema 24 x 7, ou seja, 24 horas por dia, 7 dias na semana.

No entanto, dentro do modelo de 24 x 7 é preciso observar alguns asteriscos. Uma delas é que a nossa omnicanalidade poderia ser interpretada como relativa, pois a integração de canais pode não funcionar durante todo o dia. Segundo a lei, empresas precisam garantir que, no mínimo, um dos canais funcione por 24 horas.

Um chat, por exemplo, poderia funcionar em 24 x 7, mas o mesmo não precisaria acontecer no WhatsApp.

Bom, mas e como fica o telefone nessa história?

A grande invenção de Graham Bell seria o segundo asterisco dessa história de  omnicanalidade brasileira.

O novo decreto determina que o SAC telefônico humano deverá funcionar  por, no mínimo, 8 horas por dia. O tempo é menor se comparado com o decreto anterior, que exigia o funcionamento do telefone em esquema 24 x 7.

Ou seja, a norma deixa claro que o telefone também estaria fora de uma omnicanalidade 24 x 7, o que reforça a relativização da integração de canais ao prever o funcionamento em apenas 8 das 24 horas de um dia.

É claro que esse cenário de omnicanalidade relativa poderia mudar a partir do desejo de uma agência reguladora, como é o caso da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Ela tem poderes para ampliar o horário de funcionamento de um SAC telefônico humano e até dizer se dois ou mais canais de atendimento devem funcionar por 24 horas.

Aliás, as agências reguladoras podem ter outro papel na construção da omnicanalidade brasileira: é possível que tenhamos até mesmo modelos de integração de canais entre os setores da economia. Os poderes das agências reguladoras sobre o tema são imensos.

Robôs: dentro ou fora da lei?

Um tema que o novo decreto ou lei da omnicanalidade não menciona é o uso de robôs. Aliás, o assunto canal digital, e mensagerias ou chats em redes sociais, q. Tampouco cita o uso de robôs no atendimento ao cliente.

Mais uma vez, esse tipo de detalhamento será uma missão para agência reguladora de cada setor.

Cenário

Com todas essas dúvidas e incertezas no ar, o decreto do SAC entra em vigor no dia 2 de outubro deste ano ou em menos de cinco meses. Uma boa olhada no atual cenário de atendimento, especialmente o digital, existem bons motivos para acreditar que a omnicanalidade será benéfica e até desejável para o consumidor.

O consumidor, por exemplo, deseja canais digitais. E isso só aumentou a partir da pandemia.

Uma pesquisa feita pela Sercom mostra que, dos 1081 brasileiros entrevistados, 64% preferem ser atendidos nos canais digitais das empresas (WhatsApp/Telegram), chat (28%) e redes sociais (8%) em vez do atendimento tradicional (email, telefone).

Muitas empresas confirmam essa tendência de preferência por canais digitais, caso da ConectCar. A companhia registrou um aumento de 22% na base de clientes de 2020 para 2021, mas, ao mesmo tempo, verificou  uma queda de 17% no número de ligações telefônicas recebidas no mesmo período.

O motivo seria justamente o seu autosserviço e demais investimentos em canais digitais como chat no site, Whatsapp, telefone e redes sociais. Aliás, após a  implementação do autosserviço específico de contestação, o atendimento humano para este assunto apresentou uma queda de 14%.

“Logo que lançamos o autosserviço, as curvas dos atendimentos humano e via bot se cruzaram e percebemos que o atendimento automatizado passou a ser mais representativo no total, que as pessoas realmente estavam utilizando”, afirma Felix Cardamone, CEO da ConectCar.

No Itaú Unibanco, Estevão Lazanha, diretor de Tecnologia do banco, explica que, no quarto trimestre de 2021, 63% das contratações de produtos por pessoas físicas já eram realizadas digitalmente.

“Fechamos o ano com 90% dos serviços disponíveis na nossa prateleira pelo internet banking ou no mobile, sendo que 100% dos produtos já podem ser contratados nos canais digitais. No mesmo período, também tivemos 8,8 milhões de novos clientes adquiridos digitalmente – aumento de 54% em relação ao mesmo período de 2020”.

Na Vivo, Luiz Eduardo Medici, vice-presidente de Dados e Inteligência Artificial da empresa, explica que a Aura, a IA da Vivo, já realiza uma média de 30 milhões de interações/mês. Ela responde sobre serviços, consumo de dados, conta, recarga e outras dúvidas. “Ela possui mais de 90% de precisão. Desde que foi lançada, a Aura já fez mais de 500 milhões de interações e nos próximos anos queremos que ela esteja cada vez mais presente na interação dos clientes com a Vivo”.

Resolutividade

Por outro lado, existe um ponto de atenção importante quando o assunto é a construção de um cenário fundamentalmente de atendimento digital: a resolutividade.

Hoje, muitos robôs realizam uma parte significativa do atendimento ao consumidor, inclusive com bons resultados. Mas será que eles realmente são eficientes que humanos

De olho nesse tema, o levantamento feito Centro de Inteligência Padrão (CIP), que embasou o Prêmio Consumidor Moderno de Excelência em Serviços ao Cliente 2021, comparou a resolutividade de robôs e humanos. O resultado supreendeu.

Quando o assunto é telefone, o levantamento mostra que humanos e robôs tem resolutividade bem parecida, quase idêntica aliás. De acordo com o estudo, o atendente humano obteve uma resolutividade de 87,45% contra 87,1% de agentes virtuais.

Nos demais canais, o agente humano supera o robô, inclusive nos canais digitais. No chat humano, a resolutividade foi de 84,34% contra 59,65% de um robô. No Facebook, a vantagem também é nossa: 84,33% x 58,21%.

A construção da omnicanalidade, pelo menos sob o ponto de vista do decreto, será um desafio para empresas e o poder público. A partir de outubro teremos os primeiros indícios de como tudo isso vai se desenhar.

Shopee está com os dias contados com maior tributação?

Com a expectativa do governo criar uma MP (Medida Provisória) para aumentar a taxação de produtos vendidos em aplicativos cross-border, ou seja, com atividade comercial vinda de outros países — como é o caso da Shopee, Shein, AliExpress e Wish —, a XP divulgou relatório sobre o possível impacto nas ações de varejo.

O possível aumento da tributação é uma demanda das varejistas brasileiras, que pedem maior fiscalização dessas plataformas, para conter sua escalada impulsionada principalmente pela alta competitividade de preço oferecido.

Entretanto, o relatório destaca que a medida pode ter uma receptividade positiva ou negativa, a depender do ângulo analisado.

Medida pode ser impopular em ano de eleições

Segundo o relatório, os principais desafios para a implementação da medida e que a tornam potencialmente impopular são a redução do poder de compra já pressionado do consumidor médio brasileiro e os desafios na fiscalização pelo lado da Receita, visto que apenas o Shopee foi responsável de 140 milhões de pedidos no 4º trimestre (média de 1,5 milhão ao dia).

Varejistas da moda serão as mais beneficiadas

Caso a Medida Provisória avance, os analistas da XP observam as varejistas de moda como as mais beneficiadas.

O impacto positivo é visto como mais estrutural para varejistas de moda, uma vez que o modelo de negócio da Shein é essencialmente baseado em importação enquanto seu baixo preço é um diferencial importante.

O relatório destaca que a XP segue cautelosa com as empresas de e-commerce, com uma visão mais construtiva para a Lojas Renner (LREN3).

Sancionada lei que cria Dia do Profissional de Logística

Foi sancionada a Lei 14.329, que institui a data de 6 de junho como o Dia Nacional do Profissional de Logística. A norma teve origem o PLC 35/2017, relatado pelo senadora Daniella Ribeiro (PSD-PB). A nova lei foi publicada no Diário Oficial da União da última quarta-feira (4).

Transcrição
LOC: FOI SANCIONADA A LEI QUE INSTITUI A DATA DE 6 DE JUNHO COMO O DIA NACIONAL DO PROFISSIONAL DE LOGÍSTICA.

LOC: A NOVA LEGISLAÇÃO FOI PUBLICADA NO DIÁRIO OFICIAL DA UNIÃO DA ÚLTIMA QUARTA-FEIRA. REPÓRTER SABRINA DIAS.

Já está em vigor a lei que institui a data de 6 de junho como o Dia Nacional do Profissional de Logística. Segundo a Associação Brasileira de Logística (Abralog), 6 de junho é uma referência ao Dia D, a data do desembarque aliado durante a Segunda Guerra Mundial, na Normandia, uma região no norte da França. A operação, que marcou o início da derrota dos nazistas, é considerada um dos mais importantes movimentos logísticos da história. A lei tem como origem o projeto de autoria do ex-deputado Julio Lopes, apresentado em 2017 e aprovado pelo Plenário do Senado no dia 30 de março deste ano. A relatora, Daniella Ribeiro, do PSD da Paraíba, destacou a importância de reconhecer o trabalho desses profissionais: Daniella Ribeiro: São trabalhadores com perfil flexível, dispostos a encarar jornadas em horários não convencionais, necessárias para lidar com a operação de centros de distribuição, fábricas, portos, aeroportos e varejo. Esse reconhecimento se dá, entre tantas outras razões, pelo seu papel de destaque para a economia brasileira, seja no setor privado ou no setor público. Os profissionais de logística são responsáveis por tarefas como administração de materiais e recursos, melhoria do uso dos espaços físicos e busca da eficiência de processos de trabalho, além de controle de estoque e armazenagem.

 

Shopee, Shein, AliExpress : governo prepara medida para aumentar preço nestes apps

Ministério da Economia prepara tributação no momento da compra em plataformas.

O governo federal pretende aprovar uma medida provisória para taxar produtos de baixo valor que são vendidos por plataformas internacionais, como Shopee, AliExpress, Wish e Shein, por exemplo.

Segundo a revista Exame, a medida é uma reposta a um pedido de empresários brasileiros liderados por Luciano Hang, dono das Lojas Havan.

As plataformas de marketplace são ambientes onde o consumidor final pode fazer compras sem ser tributado, dentro de um limite estabelecido pelo governo.

A nova tributação mudaria essa atual legislação, que taxa em alíquota única de 60% apenas os produtos que passam dos 50 dólares — o equivalente a cerca de R$ 250.

Nos cálculos feitos pelo Instituto Brasileiro de Gestão e Planejamento Tributário (IBGPT), e divulgado pela revista Exame, esta mesma regra valeria para produtos de qualquer valor.

“Comprar produtos do exterior por aplicativo deve se tornar mais burocrático, caro e demorado, retraindo a relação de consumo do brasileiro”, avaliou Douglas Herrero, sócio-diretor do IBGPT.