Centro de Distribuição dos Correios começa operar no RN no 1º semestre

O primeiro centro do Nordeste será um hub com 9 mil metros quadrados, localizado próximo ao Aeroporto Internacional Aluízio Alves.

O novo Centro de Distribuição Internacional no Rio Grande do Norte tem previsão para entrar em operações no primeiro semestre de 2025. Sendo o primeiro centro do Nordeste e o quarto no Brasil, o hub terá uma área de 9 mil metros quadrados e será localizado próximo ao Aeroporto Internacional Aluízio Alves, em São Gonçalo do Amarante. A nova estrutura espera reduzir os prazos de entrega das cargas para os estados do Nordeste em até uma semana e tem a expectativa de, quando em pleno funcionamento, processar 40 mil encomendas por dia.

O anúncio foi feito na última quinta-feira (26) pelo presidente da estatal, Fabiano Silva dos Santos, durante reunião com a governadora Fátima Bezerra, no Centro Administrativo, e contou com a participação de integrantes da superintendência regional dos Correios e de representantes do governo estadual.

“Hoje, os Correios estão com avanços significativos… teremos um espaço amplo para o manuseio de carga. As adequações estão em curso, e teremos um grande centro de distribuição. A previsão é que isso se concretize no primeiro semestre do próximo ano”, afirmou o presidente dos Correios.

A implantação da nova estrutura logística visa atender ao aumento no consumo de produtos importados no Nordeste, que representa 23% das encomendas internacionais do país. O centro potiguar recebeu um investimento R$ 854 milhões de recursos do Novo PAC para a construção e será o primeiro localizado no Nordeste, sendo o quarto em todo o Brasil. As outras três unidades estão localizadas nas regiões Sul e Sudeste: Rio de Janeiro, São Paulo e Curitiba.

Com a instalação do Centro de Distribuição (CD), os Correios pretendem diminuir o tempo de entrega das cargas destinadas para os estados do Nordeste entre dois e seis dias, que resultará numa economia de R$ 24 milhões anualmente apenas com transporte. O plano é de que quando concluído o novo empreendimento seja capaz de processar aproximadamente 40 mil encomendas por dia e gere aproximadamente 200 empregos diretos e 1.250 indiretos.

A escolha do Rio Grande do Norte para receber a unidade foi baseada em critérios técnicos apontados por estudos realizados pelos Correios. Entre os pontos fortes estava o terminal de cargas do aeroporto de São Gonçalo do Amarante, que possui 4 mil metros quadrados de área construída, presença de órgãos anuentes e intervenientes e recebimento de carga 24 horas.

“É uma enorme satisfação para o Rio Grande do Norte receber este centro de distribuição. É uma discussão que começou anos atrás, com o estudo de viabilidade técnica mostrando que São Gonçalo do Amarante é a área mais adequada para o serviço logístico. Queremos dar início ainda no primeiro semestre”, pontuou a governadora.

Além disso, os Correios também utilizarão um galpão da empresa estatal dentro do aeroporto Aluízio Alves, que iniciará com antecedência as atividades do centro de distribuição de encomendas para o Nordeste.

“Essa área já pode ser utilizada, necessitando apenas de algumas adaptações rápidas. Contamos com a colaboração da operadora do aeroporto [Zurich Airport] para essa sinergia”, destacou Fabiano Silva.

O CD também trará oportunidades para a criação de novos empreendimentos baseados em marketplaces e pretende atrair novas operações logísticas nacionais e internacionais. Segundo o presidente dos Correios, as negociações com operadores de cargas estrangeiros serão iniciadas em janeiro, com o objetivo de trazer encomendas para São Gonçalo do Amarante.

Ainda de acordo com Fabiano, a empresa pretende instalar galpões refrigerados para comportar a produção da fruticultura e da pesca potiguar, assim otimizando a malha aérea do estado e permitindo o envio desses produtos.

E agora, Shein? “Taxa das blusinhas” reduz vendas de importados e aquece o varejo nacional

Aumento da tributação sobre compras internacionais reduziu a diferença de preços entre produtos do varejo nacional e importados.

Com o aumento gradual de impostos, o governo federal vem dando alívio às varejistas locais ao fechar o cerco para as plataformas de e-commerce estrangeiras, especialmente asiáticas.

Com as taxações, foi registrado recuos nas vendas online de produtos importados e, para o setor nacional, trata-se de mais um passo em busca da isonomia tributária com seus concorrentes da moda.

Antes da implementação da “taxa das blusinhas”, em julho deste ano, foram registradas cerca de 19 milhões de remessas de até US$ 50, com valor total declarado de R$ 1,812 bilhão.

Já em agosto, quando passou a ser cobrado 20% de imposto de importação sobre os itens com este valor, as compras despencaram para 11 milhões, uma queda de aproximadamente 42% (com valor aduaneiro de R$ 902 milhões).

Os dados são do balanço de setembro do programa Remessa Conforme, que foram levantados pelo Santander.

A perda de disposição dos consumidores em comprar produtos estrangeiros se manteve em setembro, tendo o mesmo montante de remessas registradas no mês anterior (11 milhões, com um incremento de apenas R$ 42 milhões de impostos declarados).

Efeitos

O head de varejo do Santander, Ruben Couto, destaca que as varejistas nacionais ganharam participação de mercado (market share, no termo em inglês) no decorrer do ano, o que coincide com os graduais aumentos dos impostos aos estrangeiros.

No terceiro trimestre, as Lojas Renner (LREN3) tiveram alta nas vendas nominais de 12%, ante o mesmo trimestre de 2023. Enquanto isso, o mercado de vestuário cresceu menos que a marca (6%), segundo dados da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC/IBGE).

Da mesma forma, os pares C&A (CEAB3) (19%) e Guararapes (GUAR3) (11%) também mostraram evolução nas vendas.

Impacto no varejo nacional

Para Couto, os efeitos do programa Remessa Conforme adotados no ano passado demoraram para estarem refletidos nos extratos financeiros, umas vez que as empresas internacionais foram aderindo aos poucos ao programa e, segundo ele, o aumento de impostos sempre gera “uma grande discussão política por ter viés mais impopular”.

“Já desde o primeiro trimestre deste ano, ficou muito mais rítmico o ganho de share das listadas aqui no Brasil, até por que fez as varejistas acordarem para o mundo do e-commerce, que é uma estratégia já dominada pelo comércio cross-border [comércio transfronteiriço]”, afirma o profissional.

Segundo o analista de consumo e varejo do BTG Pactual, Luiz Guanais, no começo de 2024 havia uma diferença de preço entre 25% e 30% na relação entre os produtos do varejo local e os estrangeiros. No entanto, após a implementação da “taxa das blusinhas”, o banco identificou que a diferença de preço reduziu para 10%.

Nos dois casos, os produtos locais continuaram mais caros que os estrangeiros e os cálculos foram feitos com base em uma cesta de produtos das empresas Renner, C&A e Guararapes em relação a Shein.

Contudo, Guanais destaca que o aumento da tributação não foi o único responsável por diminuir a diferença de preço, uma vez que também houve uma redução nos preços dos produtos locais na tentativa de se tornarem mais atraentes para os clientes brasileiros.

“Houve uma redução da diferença de preços, e agora, com essa perspectiva de aumento do ICMS, apesar de ser uma pequena mudança ainda deve ajudar a reduzir um pouco mais o gap [diferença] de preço. Não vai reduzir 100%, mas continua ajudando a ter um pouco mais de equidade na tributação desses players”, diz o analista.

Novos ajustes tributários

No início deste mês, os estados anunciaram um acordo para elevar a alíquota do Imposto de Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) de 17% para 20% sobre as encomendas internacionais.

A taxação é feita sobre as compras internacionais de até US$ 3.000, que são importações realizadas pelo Regime de Tributação Simplificado.

A medida só terá efeito a partir de 1° de abril por causa dos princípios tributários da anterioridade e da noventena. Nos Estados em que a alíquota praticada é menor que 20%, haverá a necessidade de encaminhar projetos de lei para as respectivas assembleias legislativas.

Fonte: “https://www.seudinheiro.com/2024/economia/e-agora-shein-taxa-das-blusinhas-reduz-vendas-de-importados-e-aquece-o-varejo-nacional-mcss/”

 

Conheça o Haul, a nova aposta da Amazon (AMZO34) para desafiar Shein e Temu

O Haul apresenta uma proposta clara: produtos acessíveis, frete grátis e uma experiência de compra digital para os consumidores.

Pouco antes da Black Friday, a Amazon (AMZO34) fez um movimento inesperado ao lançar o Haul, uma nova plataforma integrada ao seu aplicativo, voltada exclusivamente para produtos com preços baixos.

Sem muito alarde, essa iniciativa surge como a grande estratégia da gigante do e-commerce para disputar diretamente com marcas como Temu e Shein, que têm conquistado grande popularidade nos Estados Unidos.

O Haul apresenta uma proposta clara: produtos acessíveis, frete grátis e uma experiência de compra digital otimizada para dispositivos móveis.

O que é o Haul e como funciona?

O Haul, lançado discretamente em novembro, está disponível apenas para dispositivos móveis e apresenta uma seleção de produtos com preços limitados a até US$ 20.

A ideia é simples, mas poderosa: oferecer aos consumidores a oportunidade de adquirir itens variados, como utensílios de cozinha, capas de celular e roupas, sem comprometer o orçamento.

Por exemplo, é possível encontrar tênis por apenas US$ 9,98 ou utensílios de cozinha por US$ 5,99.

Para estimular compras maiores, a plataforma oferece frete grátis para pedidos acima de US$ 25 e descontos progressivos à medida que o valor total do carrinho aumenta.

Essa estratégia de incentivo é também o que inspira o nome “Haul”, que em inglês significa “grande carga”, aludindo à ideia de compras volumosas por valores baixos.

No entanto, a entrega segue um modelo diferente do padrão Amazon Prime. Enquanto o Prime foca na velocidade, garantindo entregas em até dois dias, o Haul aposta em preços baixos e tolerância a prazos maiores: os pedidos podem levar de uma a duas semanas para chegar, pois muitos produtos vêm diretamente da China.

O segredo por trás dos preços baixos

O Haul aproveita uma isenção fiscal conhecida como “de minimis”, que permite que produtos com valores inferiores a US$ 800 sejam importados para os Estados Unidos sem a necessidade de pagamento de tarifas ou impostos.

Essa política, amplamente utilizada pela Temu e Shein, reduz os custos operacionais e permite oferecer preços altamente competitivos aos consumidores.

Para exemplificar, um utensílio de cozinha que custaria US$ 15 em um marketplace tradicional pode ser vendido por menos de US$ 10 no Haul.

Essa diferença atrai um público sensível a preço, disposto a abrir mão de entregas rápidas em troca de economias significativas.

A concorrência direta com Temu e Shein

A Temu, lançada em 2022, rapidamente se tornou um fenômeno nos Estados Unidos, liderando as listas de aplicativos gratuitos mais baixados na Apple Store por dois anos consecutivos.

Parte desse sucesso se deve à mesma política de preços baixos e frete acessível, características que a Amazon agora busca replicar com o Haul.

Por outro lado, a Shein domina o mercado de moda acessível, oferecendo milhares de opções com design atrativo e preços que cabem no bolso.

A entrada do Haul nesse cenário adiciona um novo elemento à competição, pois a Amazon possui a vantagem de uma base de clientes estabelecida e confiança consolidada em sua marca.

Críticas e desafios

Apesar do sucesso, as plataformas de produtos baratos enfrentam críticas constantes relacionadas à sustentabilidade e às condições de trabalho na cadeia de fornecimento.

Um relatório recente da Câmara dos Representantes dos EUA destacou que produtos da Temu foram vinculados à região de Xinjiang, conhecida por graves violações de direitos humanos, incluindo trabalho forçado.

A Shein também enfrentou questões semelhantes, com acusações sobre práticas insustentáveis e exploração trabalhista.

Embora a Amazon não tenha sido diretamente associada a essas práticas no contexto do Haul, a empresa também enfrenta sua parcela de polêmicas.

Investigações federais nos EUA apuram altas taxas de acidentes de trabalho em seus centros de distribuição, e uma recente decisão judicial determinou que a Amazon pode ser responsabilizada por recalls de produtos defeituosos.

Fonte: “https://investidor10.com.br/noticias/conheca-o-haul-a-nova-aposta-da-amazon-amzo34-para-desafiar-shein-e-temu-109945/”

Demanda de transporte aéreo de cargas deve crescer 6% em 2025

Segundo dados da IATA, receita do setor deve alcançar US$ 157 bilhões, representando 15,6% das receitas totais da indústria aérea.

A Associação do Transporte Aéreo Internacional (IATA) anunciou suas projeções financeiras de 2025 para a indústria aérea global, com um pequeno fortalecimento da lucratividade em meio aos desafios contínuos relacionados a custos e à cadeia de suprimentos. Os lucros líquidos devem atingir US$ 36,6 bilhões em 2025, com a margem de lucro líquido de 3,6%. Isso será uma pequena melhoria em relação a 2024, que deve apresentar lucro líquido de US$ 31,5 bilhões (margem de lucro líquido de 3,3%).

Segundo a associação, o retorno sobre o capital investido (ROIC) da indústria global deve ser de 6,8% em 2025. Embora isso seja uma melhoria em relação ao ROIC de 6,6% de 2024, o retorno para a indústria global permanece abaixo do custo médio ponderado de capital. O ROIC mais forte é das empresas aéreas na Europa, Oriente Médio e América Latina, onde excedeu o custo de capital.

A receita total do setor deve atingir US$ 1,007 trilhão, com aumento de 4,4% em relação a 2024. Pela primeira vez, a receita total do setor vai ultrapassar a marca de US$ 1 trilhão. As despesas devem crescer 4,0% e atingir US$ 940 bilhões. Os volumes de carga devem atingir 72,5 milhões de toneladas, com aumento de 5,8% em relação a 2024.

“Esperamos que as empresas aéreas apresentem o lucro global de US$ 36,6 bilhões em 2025. Isso será conquistado com muito esforço, com as empresas aéreas aproveitando os preços menores do petróleo, mantendo as taxas de ocupação acima de 83%, controlando rigorosamente os custos, investindo na descarbonização e gerenciando o retorno a níveis de crescimento mais normais após a extraordinária recuperação da pandemia”, disse o diretor-geral da IATA, Willie Walsh.

De acordo com o executivo, os esses esforços ajudarão a reduzir vários obstáculos para atingir a lucratividade que estão fora do controle das empresas aéreas, como os desafios persistentes da cadeia de suprimentos, as deficiências de infraestrutura, a regulamentação onerosa e a carga tributária crescente.

PRINCIPAIS FATORES DE IMPACTO NAS ESTIMATIVAS

Segundo a IATA, o desempenho financeiro geral deve melhorar em 2025 devido à queda nos preços do combustível de aviação e aos ganhos de eficiência. Aumentos adicionais ainda não foram atingidos por problemas de capacidade resultante de problemas não resolvidos na cadeia de suprimentos. Isso está limitando as oportunidades de crescimento e aumentando várias áreas de custo, incluindo leasing e manutenção de aeronaves.

A lucratividade líquida também será reduzida, pois devem acabar a ajuda fiscal da era da pandemia, levando a um aumento nas alíquotas de impostos em 2025.

RECEITA TRANSPORTE DE CARGAS

A receita do transporte aéreo de carga deve atingir US$ 157 bilhões (15,6% das receitas totais) em 2025. A demanda deve aumentar 6,0%, com o yield médio de 0,7%, que apresentou queda mas ainda assim ficou bem acima dos níveis pré-pandemia. As taxas de frete (cotadas em dólares/kg de 2014) devem ser de US$ 1,34, US$ 0,06 a menos que em 2024 e 24,4% abaixo dos níveis de 2014.

Várias tendências devem continuar favoráveis ao transporte aéreo de carga em 2025, incluindo a incerteza geopolítica contínua no transporte marítimo que passam pelo Canal de Suez e o comércio eletrônico em expansão originário da Ásia.

DESPESAS

Segundo a associação, as despesas devem aumentar 4,0% e atingir US$ 940 bilhões em 2025.

Despesas não relacionadas a combustível: Custos maiores foram vistos em todos os setores em 2024, sem contar o combustível, pressionando as margens. Os principais problemas de custo incluíram intensa pressão salarial e despesas pontuais relacionadas a várias greves de funcionários de empresas aéreas em 2024. Além disso, houve um aumento acentuado nos custos de manutenção devido a aeronaves paradas e uma frota global envelhecida. Os custos unitários gerais não relacionados a combustível aumentaram 1,3% em 2024 para um total de US$ 643 bilhões. Espera-se que os aumentos de custos unitários não relacionados a combustível em 2025 sejam limitados a 0,5%, atingindo US$ 692 bilhões.

A maior despesa não relacionada a combustíveis é a de mão de obra. Em 2025, as despesas trabalhistas devem totalizar US$ 253 bilhões, que representa aumento de 7,6% em relação a 2024. Porém, com os ganhos de produtividade, os custos unitários médios de mão de obra provavelmente aumentarão apenas 0,5% em 2025 em comparação a 2024. A força de trabalho das empresas aéreas deve aumentar em 4%, somando 3,3 milhões de pessoas.

Despesas relacionadas a combustível: Os preços do combustível de aviação caíram para US$ 70/barril em setembro de 2024 pela primeira vez desde o início da guerra entre a Rússia e a Ucrânia. Em 2025, o combustível de aviação deve ter a média de US$ 87/barril (abaixo dos US$ 99/barril em 2024), com base em spread crack (valor para refinar o petróleo bruto e convertê-lo em combustível de aviação) de US$ 12 por barril e preço do petróleo bruto de US$ 75/barril (Brent). Com isso, o gasto acumulado com combustível das empresas aéreas deve ser de US$ 248 bilhões, que representa queda de 4,8%, apesar do aumento esperado de 6% na quantidade de combustível que será consumida (107 bilhões de galões). O combustível deve ser responsável por 26,4% dos custos operacionais em 2025, abaixo dos 28,9% em 2024.

O custo de conformidade com o CORSIA (compra de créditos de carbono) começou a ser calculado em 2024, quando foi estimado em US$ 700 milhões, aumentando para US$ 1 bilhão em 2025. Os custos das quantidades limitadas de combustível de aviação sustentável disponíveis devem acrescentar US$ 3,8 bilhões às despesas de combustível do setor em 2025, acima dos US$ 1,7 bilhão em 2024.

RESUMO DE CADA REGIÃO

De acord com a IATA, Todas as regiões devem apresentar melhorias em seu desempenho financeiro em 2025 em comparação a 2024, e todas as regiões devem ter lucro líquido coletivo em 2024 e 2025. A lucratividade, no entanto, varia amplamente entre as transportadoras e entre as regiões. Por exemplo, a margem de lucro líquido coletiva das empresas aéreas da África deve ser a menor, de 0,9%, enquanto as transportadoras do Oriente Médio provavelmente terão as margens maiores, de 8,2%.

América do Norte

A América do Norte continua gerando o maior lucro absoluto, embora em níveis menores do que antes da pandemia. Isso se deve a vulnerabilidades evidentes da cadeia de suprimentos no setor de baixo custo. Entregas mais lentas de aeronaves de última geração e a dependência de um único tipo de aeronave afetaram particularmente esse segmento, enquanto o aumento dos salários reduziu a vantagem competitiva das transportadoras de baixo custo (LCC) em relação às transportadoras de rede. A lucratividade deve melhorar em 2025, mesmo que alguns problemas, como greves de funcionários e incidentes de TI, tenham impactos que provavelmente serão transferidos para o ano novo.

Europa

A Europa enfrentou vários desafios que impactaram a competitividade em 2024, incluindo aumento de salários, paralisação de frotas, restrições de voos relacionadas a ruídos, aumento de taxas aeroportuárias, regulamentações onerosas e altos impostos nacionais. A guerra em andamento na Ucrânia continua afetando as transportadoras do continente com 20% de seu espaço aéreo fechado, resultando em rotas mais longas para alguns destinos na Ásia, já que o espaço aéreo russo continua fora dos limites para as transportadoras europeias. No entanto, 2025 deve trazer uma pequena melhoria na lucratividade, impulsionada em grande parte pelo setor de LCC, já que em 2024 houve grandes paralisações de frotas devido a problemas na cadeia de suprimentos.

Ásia Pacífico

A Ásia-Pacífico é o maior mercado em termos de RPK, com a China representando mais de 40% do tráfego da região. Em 2024, os RPKs aumentaram 18,6%, em parte devido ao estímulo do mercado com menos requisitos de visto para entrada em vários países, incluindo China, Vietnã, Malásia e Tailândia. As transportadoras da China relataram perdas líquidas no primeiro semestre de 2024 resultantes de problemas na cadeia de suprimentos, excesso de oferta no mercado interno e a limitação de 100 voos semanais da China para os Estados Unidos (um terço a menos do que antes da pandemia). A região da Ásia-Pacífico também apresentou a queda mais acentuada nos yields em 2024. Graças à forte demanda e ao aumento das taxas de ocupação, uma ligeira melhoria na lucratividade é esperada para 2025.

América Latina

A América Latina tem empresas aéreas que estão prosperando e empresas aéreas que estão passando por dificuldades financeiras significativas, incluindo procedimentos de falência segundo o Capítulo 11 da lei de falências americana. As depreciações cambiais em alguns países com operações domésticas significativas trouxeram muitos desafios, pois os principais itens de custo, como despesas de frota e dívidas, são pagos em dólares americanos. A lucratividade deve melhorar em 2025, depois que as transportadoras saírem do procedimento do Capítulo 11 com maior competitividade e quando as taxas de câmbio estiverem mais favoráveis às transportadoras da região.

Oriente Médio

O Oriente Médio obteve o melhor desempenho financeiro em 2024, conforme indicado pelo maior lucro líquido por passageiro entre as regiões. As empresas aéreas se beneficiaram do desempenho econômico robusto da região, investimentos estratégicos em infraestrutura, políticas governamentais de apoio e do fechamento do espaço aéreo russo para empresas aéreas europeias, americanas e algumas asiáticas. O Oriente Médio foi a única região com aumento nos yields de passageiros em 2024, apoiado por um forte serviço premium de longa distância. Os yields podem se estabilizar em 2025 devido à expansão de capacidade esperada. Apesar do conflito em Gaza, as transportadoras do Golfo permaneceram praticamente sem impacto. Metas ambiciosas de crescimento para 2025 podem ser afetadas por problemas na cadeia de suprimentos com atrasos nas entregas de aeronaves e disponibilidade limitada de motores.

África

As transportadoras da África enfrentam altos custos operacionais e uma baixa tendência de despesas com viagens aéreas em muitos de seus mercados domésticos. Um problema significativo é a escassez de dólares americanos em algumas economias que, juntamente com os desafios de infraestrutura e conectividade, dificultam a expansão e o desempenho do setor aéreo. Apesar desses obstáculos, há uma demanda sustentada por viagens aéreas, o que deve melhorar um pouco a lucratividade da região em 2025.

Fonte: “Demanda de transporte aéreo de cargas deve crescer 6% em 2025

Azul Cargo Express conecta Brasil a 47 destinos internacionais

Entre os destinos que contemplam os transportes por meio de parcerias estão Áustria, Canadá, China, Estados Unidos, Finlândia, Hungria, Inglaterra, Irlanda, Itália, Noruega, Polônia, Suécia, Suíça e entre outros.

A Azul Cargo Express, unidade de logística da Azul, está conectando o Brasil a 47 destinos internacionais por meio de parcerias comerciais com empresas de transporte de diferentes países. A operação abrange a exportação e importação de diversos produtos, como frutas, peças automotivas, equipamentos industriais, fármacos e computadores.

Um dos exemplos é a exportação sazonal de lichia para Amsterdã, na Holanda. Durante o período de safra, cerca de 15 toneladas da fruta são transportadas de Campinas, principal hub da Azul, até Paris (ORY), em um voo que dura 11 horas e 20 minutos. De lá, a carga segue para Amsterdã em caminhões dedicados e refrigerados, completando o trajeto em até 72 horas, considerando os processos de liberação fitossanitária e agrícola. O transporte é realizado em condições controladas de temperatura, assegurando a qualidade do produto até a entrega final.

Além da lichia, a Azul Cargo Express também transporta peças automotivas para Bruxelas. Assim como na operação para Amsterdã, a carga é levada de Campinas para Paris via aérea e, de lá, segue para o destino final em caminhões, atendendo às exigências específicas da carga.

Entre os destinos que contemplam os transportes da Azul Cargo por meio de parcerias estão Áustria, Canadá, China, Estados Unidos, Finlândia, Hungria, Inglaterra, Irlanda, Itália, Noruega, Polônia, Suécia, Suíça e entre outros.

Na rota inversa, a Azul Cargo Express opera a importação de produtos de destinos estratégicos, como Frankfurt, Amsterdã, Madrid e Copenhague. As cargas chegam ao Brasil por voos vindos de Paris e Lisboa, sendo desembarcadas em Campinas e, em seguida, distribuídas para diversas localidades brasileiras.

Nas cidades atendidas pela malha aérea da Azul, a entrega é feita diretamente por meio de voos regulares da companhia. Já para localidades que não são operadas pela Azul, o transporte terrestre garante a distribuição em todo o país.

Entre os itens importados estão computadores enviados de Madrid para Manaus, que seguem pela malha aérea convencional da Azul, além de fármacos trazidos de Copenhague, peças de caminhão oriundas de Amsterdã e equipamentos industriais provenientes de Frankfurt, ambos para Campinas.

Fonte: “Azul Cargo Express conecta Brasil a 47 destinos internacionais

Novas regras da China facilitam exportações no comércio eletrônico

China Anuncia Novas Regras para o Comércio Eletrônico Transfronteiriço

O Departamento Geral das Alfândegas da China revelou medidas que prometem facilitar o comércio eletrônico transfronteiriço, a partir de 15 de dezembro de 2024. As mudanças incluem a eliminação da exigência de registro para empresas de armazenamento no exterior e a simplificação nos processos de declaração de exportação.

A Administração Geral das Alfândegas informou que o valor total das importações e exportações nos primeiros oito meses do ano foi de 28,58 trilhões de yuans, apresentando um crescimento de 6% em relação ao mesmo período do ano anterior. As exportações totalizaram 16,45 trilhões de yuans e as importações 12,13 trilhões de yuans, com aumentos de 6,9% e 4,7% em relação ao mesmo período do ano passado, respectivamente, e um aumento de 13,6% no superávit comercial.

Flexibilização e Responsabilidades das Empresas

Entre as principais alterações, foi revogada a Nota nº 75, de 2020, que obrigava empresas de armazenamento a se registrarem junto às alfândegas. Apesar da flexibilização, essas empresas devem continuar transmitindo eletronicamente os dados de reserva de espaço de armazenamento e são legalmente responsáveis pela veracidade das informações.

Outra novidade é a possibilidade de transmissão de dados por meio do “portal único” de comércio internacional ou da plataforma de serviços de desembaraço aduaneiro. Essa atualização elimina a necessidade de enviar dados de recibos de pagamento para declarações de listas de exportação de varejo.

Expansão de Programas e Supervisão

O programa piloto de “inspeção antes do carregamento” será ampliado para 12 alfândegas regionais, abrangendo cidades como Xangai, Hangzhou, Ningbo e Guangzhou. Simultaneamente, o modelo de supervisão para devoluções no varejo será promovido em 20 alfândegas, incluindo locais como Pequim, Shenzhen e Chengdu.

Essas mudanças visam agilizar os processos e garantir maior eficiência no crescente setor de comércio eletrônico da China.

Fonte: “Novas regras da China facilitam exportações no comércio eletrônico | Exame

 

 

Shein, Shopee, AliExpress e Temu aceleram entregas e avançam sobre varejistas brasileiras

Até alguns anos atrás, comprar da China por meio das plataformas de comércio eletrônico era contraindicado aos ansiosos. Exigia paciência e alguma dose de sorte. A espera para receber o produto durava de dois a quatro meses e ainda havia o risco de o pedido ficar preso na alfândega ou até ser barrado e devolvido ao país de origem.

Nos últimos dois anos, porém, a vida do consumidor de importados online mudou muito. Se você acha que suas compras na Shein, na Shopee, na Aliexpress ou na Temu têm chegado bem mais rápido, não é só impressão. O prazo médio de entrega caiu mesmo. Algumas compras já alcançam as mãos do comprador de um dia para o outro. E aquelas que demoram mais são enviadas em até três semanas.

E não são apenas as asiáticas: algumas grandes empresas brasileiras, como a Magalu, estão tirando proveito dessa onda chinesa por meio de parcerias.

Mas o que aconteceu para ter ocorrido uma transformação tão radical na experiência de compra dessas plataformas? Houve uma verdadeira revolução logística.

As plataformas dobraram os embarques tanto marítimos quanto aéreos para o país nos últimos dois anos. E a previsão é que a quantidade de voos com mercadorias triplique novamente até 2026. Além disso, com uma maior frequência, o custo do frete diminuiu.

Hoje decola da China praticamente um avião por dia útil com mercadorias para o Brasil. Em média, já são quatro voos semanais, que trazem cerca de 400 toneladas de produtos, afirma Marcio Chaer, diretor de logística da Magalu e da empresa de logística do grupo, a Magalog. “O cross-border [comércio transfronteiriço] é uma realidade cada vez maior.”

Os sites asiáticos também estão colocando os dois pés no mercado nacional. Algumas plataformas como a chinesa Shein e a Shopee, de Cingapura, inauguraram operações locais. Os empresas têm implementado estruturas logísticas próprias com redes de galpões e serviços de entrega no Brasil.

“A logística deixou de ser uma commodity para se tornar um diferencial competitivo”, afirma Cesar Borges, diretor dessa área na Shein para a América do Sul. Baseada nessa percepção, a varejista chinesa estabeleceu como prioridade no Brasil construir uma infraestrutura capaz de absorver qualquer crescimento de atividade nas compras locais.

Fonte: “https://investnews.com.br/negocios/shein-shopee-aliexpress-e-temu-aceleram-entregas-e-avancam-sobre-varejistas-brasileiras/”

 

 

Greve na Receita Federal: auditores fiscais aderem nacionalmente e impactam logística do e-commerce

Nesta terça-feira (26), auditores fiscais da Receita Federal oficializaram o início de uma greve nacional em prol de um reajuste salarial. Ainda sem tempo determinado para acabar, a ação deve impactar no andamento do e-commerce nas próximas semanas, principalmente na logística.

A decisão pela paralisação aconteceu na última quinta-feira (21), em assembleia geral do Sindicato Nacional dos Auditores-Fiscais da Receita Federal (Sindifisco Nacional). O principal motivo é a falta de acordo com o Governo Federal, por meio do Ministério da Gestão e Inovação (MGI), com relação ao reajuste de cargos e salários dos auditores fiscais.

Sem formação de mesas específicas, que deveria acontecer até julho deste ano, o grupo decidiu protestar por meio da greve.

“É inaceitável que os auditores fiscais não tenham reajustado o seu vencimento básico, que acumula perdas inflacionárias desde 2016. Da mesma maneira, não aceitaremos tratamento não isonômico em relação a outras categorias. O governo tem uma obrigação a cumprir com os auditores fiscais e está inadimplente. Vamos, mais uma vez, com a força da nossa categoria mobilizada, fazer valer nossos direitos”, afirma Isac Falcão, presidente do Sindifisco Nacional.

A curto prazo, entre os principais impactos da greve, incluindo o e-commerce nesta equação, estão os atrasos nos procedimentos aduaneiros, dificuldade com cargas de importação e exportação, além da perda de arrecadação.

Opinião

Procurado pela reportagem do E-Commerce Brasil, Ewerton Caburon, CEO de Emiteai, falou como executivo que integra um processo importante em remessas do e-commerce. Segundo ele, quanto aos impactos da greve, ele acredita que ela pode não refletir diretamente, principalmente na Black Friday, mas alerta para outras consequências.

“A greve dos auditores fiscais pode não refletir diretamente nos custos diretos desta Black Friday, mas sim nos esforços e tempo dos times de logística, pois muitas empresas já estão com suas operações da Black Friday planejadas e em andamento, mas com certeza terão que pensar em como resolver este problema agora, para que o impacto seja menor nos custos das vendas de final de ano. Esse problema chega em um período onde os esforços dos times de logística já estão intensificados, sem falar no trabalho pós Black Friday. Além disso, embarcadores e transportadores provavelmente precisarão repassar os custos adicionais ao cliente final, enquanto enfrentam gargalos significativos nas operações de distribuição, comprometendo prazos e a eficiência logística”, comenta.

Situação do desembaraço aduaneiro

Apesar da greve ser geral, a classe de trabalhadores informou que 30% das aduanas ainda devem operar. Neste caso, a prioridade destas estações será processar cargas vivas, perecíveis (alimentos e medicamentos) e itens de perigo.

“Na próxima quarta-feira (27), será realizado, ainda, um ato público no Porto de Santos, com a participação dos representantes de cada Região Fiscal. As Delegacias Sindicais da 8ª RF deverão mandar caravanas para reforçar a manifestação. A categoria reivindica, entre outros pontos, o reajuste do vencimento básico – congelado desde 2016, à exceção dos 9% conquistados em 2023 depois de negociação na Mesa Nacional de Negociação Permanente”, diz o Sindifisco Nacional em comunicado oficial.

Até o momento, a classe também se manifesta em frente ao Ministério da Economia, em Brasília.

Fonte: “Greve na Receita Federal: auditores fiscais aderem nacionalmente e impactam logística do e-commerce – E-Commerce Brasil

DHL expande transporte terrestre na América do Sul e mira crescimento logístico

Com foco em conectividade regional, empresa amplia serviços em países como Brasil, Argentina e Chile.

A DHL Global Forwarding, braço logístico do Grupo DHL, expandiu suas soluções de transporte terrestre internacional em rotas estratégicas da América do Sul, abrangendo países como Brasil, Argentina, Chile, Colômbia e Peru.

A iniciativa busca atender à crescente demanda por conectividade na região, oferecendo uma alternativa eficiente e sustentável aos modais marítimo e aéreo. Nos últimos dois anos, a empresa registrou um aumento de 35% no volume de transporte terrestre na América do Sul.

“O transporte terrestre na região está repleto de oportunidades, e nosso objetivo é oferecer uma solução segura para movimentar mercadorias. Nossa estrutura regional garante um serviço padronizado para setores como automotivo, farmacêutico e de bens de consumo”, afirmou Alberto Oltra, CEO da DHL Global Forwarding para a região.

Protagonista no transporte rodoviário

Dados de 2023 apontam que o Brasil exportou cerca de 7,65 milhões de toneladas e importou 6,5 milhões por meio terrestre, movimentando US$ 19,9 bilhões e US$ 10,07 bilhões, respectivamente. O país, que ocupa 47,3% do território sul-americano e faz fronteira com nove países, é peça-chave no transporte rodoviário da região.

“Como maior país da América do Sul, o Brasil desempenha um papel fundamental nas rotas rodoviárias internacionais. Mercadorias originadas em países como Chile e Equador frequentemente passam pela malha viária brasileira, sobretudo em direção ao Uruguai, Paraguai e Argentina”, destacou Eric Brenner, CEO da DHL Global Forwarding no Brasil.

O transporte terrestre continua sendo uma solução estratégica para a DHL, principalmente em rotas tradicionais como Brasil-Argentina e Chile-Argentina. A empresa observou um aumento na demanda por trajetos menos explorados, como Argentina-Peru e Brasil-Colômbia, também incluídos na nova oferta.

De acordo com Felipe Vallini, diretor de Transportes da DHL no Brasil, o transporte terrestre oferece flexibilidade crucial para a região. “Essa modalidade permite que nossos clientes reajam rapidamente a disrupções regionais e desafios em outros modais, garantindo que seus produtos cheguem a tempo, sem depender exclusivamente de opções mais caras ou lentas, como aéreo ou marítimo”, afirmou.

Fonte: “DHL expande transporte terrestre na América do Sul e mira crescimento logístico – Mercado&Consumo

 

Mercado D2C: oportunidades e desafios da venda direta ao consumidor final

Nos últimos anos, o modelo de negócios direct-to-consumer (D2C) tem experimentado uma expansão significativa, especialmente no ambiente digital.

O D2C permite que marcas estabeleçam uma conexão direta com seus consumidores, eliminando intermediários e proporcionando maior controle sobre a experiência de compra e os dados de seus clientes.

Para empreendedores digitais, essa estratégia se tornou uma via estratégica para crescer, impulsionar a inovação e construir marcas sólidas e próximas do consumidor final.

Conheça mais sobre o cenário do D2C no Brasil, assim como as vantagens e os desafios desse modelo de negócio, ao longo do artigo.

Cenário atual: o crescimento do D2C no Brasil e no mundo

De acordo com um estudo da eMarketer, as vendas no modelo D2C nos Estados Unidos totalizaram US$ 182 bilhões em 2023. O Brasil segue essa tendência, impulsionado pelo aumento contínuo do comércio eletrônico. Estima-se que, nos próximos anos, o D2C venha a representar uma parcela cada vez maior das vendas online, especialmente em categorias como moda, cosméticos e eletrônicos.

A pandemia de Covid-19 foi um fator decisivo para acelerar esse movimento, com diversos negócios – tanto globais quanto locais – buscando novas formas de vender diretamente ao consumidor. Marcas como Nike e Apple investiram pesadamente em seus próprios canais digitais. No Brasil, startups e Digital Native Vertical Brands (DNVBs), como Amaro e Insider Store, têm ganhado relevância nesse formato.

De acordo com a Synapcom, as vendas D2C representam 15% do faturamento das indústrias nos Estados Unidos. No Brasil, essa fatia é de apenas 5%, destacando o grande potencial de crescimento desse modelo no país, especialmente com a crescente digitalização.

Vantagens do modelo D2C

O modelo D2C oferece uma série de vantagens competitivas para as empresas e os empreendedores digitais. Entre os principais benefícios estão:

– Controle total da experiência do cliente: ao eliminar intermediários, as marcas conseguem gerenciar diretamente o atendimento, a personalização da jornada de compra e o marketing;

– Acesso a dados estratégicos: no D2C, as marcas têm acesso direto aos dados de seus consumidores, o que permite a criação de estratégias mais direcionadas e insights valiosos. Isso inclui desde a customização de ofertas até o desenvolvimento de novos produtos com base no feedback direto dos clientes;

– Margens mais altas: sem intermediários, as marcas D2C conseguem operar com margens de lucro mais elevadas. Isso significa mais lucro ou maior competitividade em termos de preços;

– Agilidade e inovação: as marcas podem lançar produtos mais rapidamente e testar novas abordagens de marketing de forma ágil, algo que se torna mais complicado em canais de venda tradicionais. A startup de moda Amaro, por exemplo, utiliza dados de vendas em tempo real para ajustar coleções e estratégias de marketing em ciclos curtos, algo que seria inviável em um modelo tradicional de distribuição.

O boom das DNVBs

Dentro do modelo de negócio direct-to-consumer, uma tendência que se destaca são as Digital Native Vertical Brands. (DNVBs) No bom português, marcas verticais nativas digitais.

No Brasil, empresas como Insider Store, Sallve e Liv Up se destacam por operar exclusivamente no ambiente digital, oferecendo produtos diferenciados e experiências personalizadas.

Vale destacar que as marcas D2C nativas digitais são, em sua maioria, baseadas em um produto exclusivo que resolve as necessidades não atendidas dos clientes. Para isso, contam com posicionamento, design e embalagem inovadores.

E, segundo a eMarketer, os consumidores também são atraídos pelos produtos D2C devido à percepção de um produto de maior qualidade a um custo menor, justificado por um caminho mais curto até a compra.

Desafios do modelo de negócio D2C

Embora o modelo D2C ofereça vantagens claras, ele também traz desafios que os empreendedores precisam enfrentar. Os principais são:

– Concorrência crescente: com a facilidade de acesso ao e-commerce, há uma saturação crescente de novas marcas entrando no modelo D2C. Diferenciar-se torna-se cada vez mais difícil, especialmente em nichos competitivos. Nesse cenário, a construção de uma proposta de valor única, apoiada por um forte posicionamento da marca, é vital;

– Complexidade da cadeia de suprimentos e logística: indústrias que vendem diretamente para o cliente final precisam gerenciar todas as etapas da cadeia de fornecimento, desde a produção até a entrega final, o que exige alta eficiência logística;

– Aquisição de clientes: sem intermediários, atrair clientes diretamente pode ser caro e exigir investimentos consideráveis em marketing digital e construção de marca;

– Fidelização e retenção: manter a lealdade do cliente em um mercado com muitas opções exige estratégias sólidas de personalização, experiência do cliente e suporte pós-venda.

O D2C exclui outros canais de venda?

O modelo D2C não elimina completamente outros canais de venda. Inclusive, muitas marcas estão repensando suas estratégias para equilibrar o relacionamento direto com o cliente e a conveniência oferecida pelos canais tradicionais.

Embora o D2C ofereça às marcas controle total sobre a experiência do cliente e acesso direto aos dados, muitas DNVBs estão ampliando sua presença ao adotar canais de venda como varejistas físicos para alcançar mais clientes.

Um exemplo disso é a Sallve, que, além de vender diretamente em seu site, oferece seus produtos em varejistas físicos como a RaiaDrogasil, com o objetivo de atender à demanda dos consumidores por acesso mais rápido aos produtos em lojas físicas.

Até mesmo gigantes como Nike e Adidas ajustaram suas estratégias para incluir tanto o D2C quanto canais tradicionais, mostrando que a presença multicanal pode ser fundamental para impulsionar o crescimento e atender melhor os consumidores onde eles preferem comprar.

Em conclusão, o modelo D2C representa uma transformação significativa no relacionamento entre marcas e consumidores, proporcionando maior controle, personalização e competitividade no mercado digital. No entanto, junto às oportunidades, surgem também desafios complexos, como a gestão da logística e a fidelização do cliente em um cenário cada vez mais competitivo.

No Brasil, embora o modelo ainda esteja em crescimento, o potencial é imenso, impulsionado pela digitalização e pelo comportamento dos novos consumidores. Para obter sucesso no D2C, as marcas precisam não apenas de agilidade e inovação, mas também de uma visão estratégica que equilibre a eficiência operacional com a criação de uma experiência única para o consumidor.

Afinal, o D2C não deve ser visto como uma substituição de canais, mas como uma oportunidade de integrar o melhor dos dois mundos – o digital e o físico – e oferecer ao consumidor uma jornada de compra cada vez mais fluida e personalizada.

Fonte: “https://www.ecommercebrasil.com.br/artigos/mercado-d2c-oportunidades-e-desafios-da-venda-direta-ao-consumidor-final”