CTT dão a mão à Amazon e aumentam número de pontos de recolha de encomendas em Portugal

A partir de agora, os clientes da Amazon em Portugal poderão receber as suas encomendas em qualquer ponto da rede dos CTT, incluindo lojas, Pontos CTT agentes Payshop e cacifos Locky. Este novo serviço será implementado antes da Black Friday, inicialmente em cerca de 1.000 pontos, incluindo 600 lojas e pontos físicos, além de 400 cacifos Locky.

A parceria entre a Amazon e os CTT visa facilitar a entrega durante a época festiva, oferecendo aos clientes mais flexibilidade na receção das suas encomendas. A partir de 2025, a rede de pontos de entrega será expandida para cerca de 3.800 locais.

João Sousa, administrador-executivo dos CTT, diz que “esta parceria com a Amazon em toda a rede CTT demonstra a nossa capacidade de entregar conveniência ao cliente final e reforça o nosso posicionamento de empresa líder no segmento de expresso e encomendas.”

Fonte: “https://executivedigest.sapo.pt/noticias/ctt-dao-a-mao-a-amazon-e-aumentam-numero-de-pontos-de-recolha-de-encomendas-em-portugal/”

Asia Shipping adquire Hórus Logística e segue com plano de estratégia de crescimento

Companhia passa a atender o segmento com soluções de armazenagem, cross-docking, entre outras.

A Asia Shipping deu seguimento ao seu plano de crescimento com o anúncio da aquisição da Hórus Logística, empresa catarinense de serviços logísticos e armazenagem. Com essa movimentação, a companhia passa a atender o segmento com soluções de armazenagem, cross-docking e gestão de inventário, serviços que contam com o uso de tecnologias como rastreamento RFID, software de gerenciamento de armazém (WMS) e Power BI (Business Intelligence).

Em abril deste ano, a Asia Shipping também anunciou a compra da Dati, uma plataforma em nuvem baseada em Inteligência Artificial (IA), para simplificar e aprimorar as operações de comércio exterior. Além de automatizar quase 90% dos processos na área, por meio de uma única solução, o importador e exportador têm visibilidade total de sua operação com o uso da solução, desde o pedido até a entrega da carga.

“Além de atuar na integração de diversos modais fundamentais para a importação e exportação, fazendo a ponte entre fornecedores, armadores, portos e transportadoras, agora vamos atuar também como um grande centro de distribuição, com mais de 12 mil metros quadrados de área. Por conta disso, essa aquisição é uma etapa importante para a expansão do nosso negócio no segmento logístico. Seremos a primeira empresa nacional a atender a cadeia do setor integralmente, do início ao fim das operações”, conta Alexandre Pimenta, CEO da Asia Shipping.

Rafael Dantas, diretor comercial da Asia Shipping, explica que a aquisição também irá reforçar a expansão da companhia para outras regiões. Atualmente, a integradora logística está presente em 12 países, com 41 escritórios pelo mundo, sendo dez no Brasil.

“As mudanças previstas na nova reforma tributária exigirão que os importadores busquem alternativas logísticas para manterem sua competitividade, e queremos estar na vanguarda para oferecer essas soluções inovadoras. Estamos também implementando um modelo inspirado no mercado norte-americano, que integra a visão de um freight forwarder com a de um provedor logístico completo. Isso permitirá uma maior visibilidade sobre as necessidades logísticas dos nossos clientes, reforçando nosso compromisso com um atendimento mais estratégico e eficiente”, acrescenta Dantas.

Fonte: “Asia Shipping adquire Hórus Logística e segue com plano de estratégia de crescimento – Mercado&Consumo

Aeroporto de Guarulhos (SP) interrompe recebimento de cargas secas internacionais

A partir desta quinta-feira (7), o Aeroporto Internacional de Guarulhos (SP) passa a não receber mais cargas secas internacionais. A decisão, válida até a próxima segunda-feira (11), vem da concessionária GRU Airport. As informações são da Agência Estado.

Em decisão da administradora, cargas de  e-commerce e em trânsito internacional também contam com mudanças. Dessa forma, elas precisam ser separadas das cargas formais de importação e, a partir disso, seguirem para suas respectivas alfândegas. Isso faz com que o terminal de cargas do aeroporto seja pulado entre as etapas de fiscalização destes itens importados ao Brasil.

Mais informações

A interrupção acontece em meio a atrasos na liberação de produtos que desembarcaram no Aeroporto de Guarulhos nos últimos dias. A informação foi confirmada pela GRU Airport em nota.

“Houve aumento súbito e atípico do volume e alteração da tipologia da carga aérea recebida no Terminal de Cargas de Guarulhos”, diz a companhia. No período, apenas cargas perecíveis, fármacos, COMAT e animais vivos serão tratados no terminal aéreo.

Por fim, o Aeroporto de Guarulhos conta ainda com dois novos locais para armazenagem e entrega de cargas secas de importação. As medidas incluem descontos no valor, sendo 20% de desconto para cargas retiradas ao sábados e 40% às retiradas aos domingos e feriados entre 9 e 30 de novembro.

Fonte: “https://www.ecommercebrasil.com.br/noticias/aeroporto-de-guarulhos-sp-interrompe-recebimento-de-cargas-secas-internacionais”

Shein reduz prazo de entregas em até 5 dias com novo centro de desembaraço aduaneiro

Nova estrutura da empresa no Aeroporto de Guarulhos tem capacidade de processar 100 mil pacotes por dia.

Pensando em garantir mais agilidade e eficácia à malha logística, a Shein inaugurou um centro de desembaraço aduaneiro no Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, com um investimento de R$ 13 milhões. Com essa estrutura, a empresa agora processa até 100 mil pacotes por dia, reduzindo o prazo de entrega em até 5 dias.

“Com infraestrutura e equipe dedicada, direta e indiretamente, garantimos a eficácia dos processos e agilizamos o prazo de entrega dos pacotes em 4 a 5 dias, melhorando a experiência dos nossos mais de 50 milhões de consumidores no Brasil”, afirma Cesar Borges, diretor de Logística da Shein para a América do Sul.

A abertura do centro de desembaraço é estratégica, pois está no ponto de chegada dos produtos importados da Shein. “Estamos prontos para atender à alta demanda de varejo em grandes datas como 11.11, Black Friday e Natal com excelência nas entregas”, ressalta Borges.

Em sua capacidade total, a nova área irá processar até 100 mil pacotes e contará com um time de aproximadamente 100 profissionais, diretos e indiretos. “Essa iniciativa faz parte dos investimentos contínuos da empresa no Brasil e reforça nosso compromisso com a expansão no país”, destaca Borges.

Além da nova área alfandegada no Aeroporto de Guarulhos, a Shein conta com três galpões logísticos localizados também em Guarulhos, na Grande São Paulo, o que garante à empresa uma operação logística mais otimizada. Ao todo, são perto de 256 mil m² destinados à armazenagem e triagem de produtos, o equivalente a 36 campos oficiais de futebol.

Fonte: “https://mercadoeconsumo.com.br/06/11/2024/ecommerce/shein-reduz-prazo-de-entregas-em-ate-5-dias-com-novo-centro-de-desembaraco-aduaneiro/”

 

Plataformas deverão informar operações de comércio eletrônico antecipadamente

MP 1.271/24 também reduz a zero a alíquota incidente sobre medicamentos importados por pessoa física.

O governo federal criou uma nova obrigação acessória para as plataformas de comércio eletrônico que fazem remessas internacionais. Agora, as empresas deverão prestar informações à Receita Federal do Brasil, através do registro da declaração de importação, sobre essas mercadorias antes da chegada delas ao Brasil.

As alterações constam na Medida Provisória 1.271/2024, publicada no Diário Oficial da União da última sexta-feira (25/10). Serão atingidas as empresas de comércio eletrônico que adotam o regime de tributação simplificada.

A MP prevê a obrigação de repasse aos cofres públicos, direta ou indiretamente, dos tributos devidos pelo consumidor nessas operações. De acordo com o texto, os valores serão repassados “para o responsável pelo registro da declaração de importação de remessa no sistema informatizado da Secretaria Especial da Receita Federal do Brasil destinado ao controle das remessas internacionais”.

Atualmente, as plataformas que já aderiram ao programa de conformidade da Receita Federal fazem a retenção, e o valor é repassado ao transportador. O Programa Remessa Conforme foi estabelecido na Portaria Coana 130/2023.

“A MP introduz ajustes para facilitar e agilizar as importações por empresas de comércio eletrônico no âmbito do Regime de Tributação Simplificada, passando a exigir informações antecipadas para o registro da declaração de importação e o repasse dos tributos para a empresa responsável pela sua formalização no Siscomex”, entende o advogado Eduardo Kiralyhegy, do escritório NMK Advogados.

Para a advogada Thais Veiga Shingai, sócia do Mannrich e Vasconcelos Advogados, a MP reforça a estratégia do governo de tributar as importações de baixo valor feitas por meio de plataformas de comércio eletrônico. “Para tanto, cria um regime de cobrança antecipada de tributos no momento da venda, exigindo que as plataformas recolham o imposto antes mesmo do produto entrar no país. Mitiga as oportunidades de subfaturamento e facilita a fiscalização, numa tentativa de frear a evasão fiscal e melhorar a competitividade com empresas nacionais”, diz a tributarista.

Outro aspecto da MP apontado pela advogada é a criação de um ônus para as plataformas, que agora vão precisar adaptar seus sistemas para fazer essas antecipações.

O texto dispõe que a regulamentação poderá ser feita por ato da Secretaria da Receita Federal, que pode, inclusive, estabelecer um prazo de adaptação para as empresas não admitidas em programas de conformidade na data de publicação da MP.

De acordo com Shingai, a tributação das importações de pequeno valor “não necessariamente terá o impacto desejado sobre a indústria e o comércio locais, pois há vários outros fatores, além dos tributos, que tornam muitos fabricantes estrangeiros mais competitivos”. Ela cita como exemplo “leis trabalhistas mais brandas e, portanto, menos onerosas”.

“Por isso é importante monitorar os efeitos dessa nova legislação envolvendo as compras internacionais de pequeno valor, para avaliar, daqui algum tempo, seu custo-benefício. Existe sempre um tradeoff [uma escolha] entre a criação de novas medidas de controle e os benefícios por elas gerados. Essa balança precisa ser equilibrada com muito cuidado para que a fiscalização não seja mais onerosa do que os benefícios”, pondera a advogada.

Fonte: “Plataformas deverão informar operações de comércio eletrônico antecipadamente

 

 

 

Lucros da Amazon impressionam—Evercore aumenta meta para ações, destaca IA e eficiência logística

Na sexta-feira, a Evercore ISI aumentou seu preço-alvo para as ações da Amazon.com (NASDAQ:AMZN) para 260 USD de 240 USD, mantendo a classificação de Outperform. A decisão da empresa vem na esteira do relatório do terceiro trimestre da Amazon, que revelou uma lucratividade significativa, particularmente nos segmentos AWS e Varejo Internacional, ambos alcançando margens operacionais recordes. Além disso, as margens do Varejo na América do Norte foram reportadas como as segundas mais altas em cinco anos.

O analista destacou a perspectiva da empresa para o quarto trimestre, que prevê até 20 bilhões USD em lucro operacional. Esse número supera as expectativas do mercado, que eram de cerca de 16 bilhões USD, e sugere uma margem de 11%, outro recorde. O crescimento previsto é atribuído a vários fatores, incluindo escala, eficiências logísticas, avanços em robótica e IA, aumento da receita de publicidade, aceleração do crescimento da AWS e práticas de contratação mais disciplinadas.

As ações da Amazon responderam positivamente a essa notícia, com um aumento de 6% nas negociações após o mercado. O comentário do analista apontou para vários fatores que apoiam a recomendação de manter a Amazon como um investimento de longo prazo. Esses fatores incluem o potencial para maior aceleração do crescimento da AWS, o início da monetização do Amazon Prime Video e a expansão da Amazon em novas iniciativas de crescimento, como Farmácia e Kuiper.

Além disso, a empresa enfatizou a crescente lucratividade da Amazon, que deve continuar à medida que as reservas de caixa da empresa potencialmente excedam 100 bilhões USD. Essa posição financeira pode levar a retornos de capital significativos no futuro. A perspectiva do analista para a Amazon é baseada em uma combinação dessas áreas de crescimento estratégico e no robusto desempenho financeiro da empresa.

Em outras notícias recentes, a Amazon.com Inc (NASDAQ:AMZN) tem feito progressos significativos em seu desempenho empresarial. A empresa reportou resultados robustos de lucros e receitas, com um aumento ano a ano de 11% para 159 bilhões USD. O lucro operacional da Amazon também superou as estimativas de consenso. A Amazon Web Services (AWS), a divisão de computação em nuvem da empresa, reportou um crescimento ano a ano de 19%.

Várias empresas financeiras ajustaram suas perspectivas sobre a Amazon após esses fortes resultados. A Baird aumentou seu preço-alvo para as ações da Amazon para 220 USD, mantendo a classificação de Outperform. A Citi elevou o preço-alvo da Amazon para 252 USD, mantendo a classificação de Compra, enquanto a BofA Securities aumentou seu preço-alvo para 230 USD, também mantendo a classificação de Compra.

A DA Davidson confirmou sua classificação de Compra para a Amazon com um preço-alvo estável de 235,00 USD. A Cantor Fitzgerald elevou seu preço-alvo para 240 USD, após os resultados do terceiro trimestre da Amazon que superaram as expectativas. A Stifel aumentou seu preço-alvo para a Amazon para 245 USD, após um lucro operacional mais forte do que o esperado. Esses ajustes refletem uma perspectiva positiva sobre o contínuo crescimento financeiro e eficiência operacional da Amazon.

Entre outros desenvolvimentos, espera-se que o chip de IA proprietário da Amazon, o Trainium2, tenha um impacto significativo na avaliação da empresa. A empresa também está implementando robótica em suas operações, com sua primeira instalação totalmente automatizada na Louisiana esperada para reduzir a dependência de mão de obra e iniciar um novo ciclo multianual de eficiência. Estes são os desenvolvimentos recentes nas atividades financeiras e empresariais da Amazon.

Fonte: “Lucros da Amazon impressionam—Evercore aumenta meta para ações, destaca IA e eficiência logística Por Investing.com

 

Mais centros de distribuição e aviões: o plano do Mercado Livre para dobrar a operação logística

Varejista online vai inaugurar 11 novos CDs até o fim de 2025, chegando a mais Estados do Nordeste e do Sul, além do Distrito Federal.

Em ritmo acelerado de crescimento, o Mercado Livre vai inaugurar 11 centros de distribuição até o fim de 2025, passando dos 10 atuais para 21 centros de distribuição.

Seis centros de distribuição serão inaugurados ainda neste ano, como parte do montante de R$ 23 bilhões de investimentos anunciados pela companhia em abril. Outros cinco CDs serão inaugurados ao logo do próximo ano, fazendo parte do orçamento que a companhia ainda está definindo. “Mas, com certeza, será maior”, garante Fernando Yunes, líder do Mercado Livre no Brasil.

O objetivo dos novos investimentos é expandir a presença geográfica da operação logística da companhia, entrando especialmente em novos Estados como Ceará, Rio Grande do Sul, Pernambuco e Distrito Federal. Dos novos endereços, 63% são fora de São Paulo.

“É uma aposta no Brasil, no e-commerce e no crescimento que acreditamos realizar nos próximos anos”, diz o executivo. No primeiro semestre deste ano, as vendas da companhia no país cresceram 33% ante o mesmo período de 2023, com  o país liderando as operações do grupo — além do Brasil, que representa cerca de 50% do faturamento, o Mercado Livre opera no México e na Argentina, onde nasceu.

Mercadorias estocadas

Todas as novas instalações fazem parte do modelo fulfillment, em que as mercadorias ficam estocadas até que o consumidor realize a compra. Com isso, argumenta Yunes, a empresa amplia em 40% o número de cidades que irão receber entregas no mesmo dia. Hoje, são 232 municípios nessa modalidade de entrega.

Com mais de 900 mil metros quadrados adicionados à malha logística, a expectativa é de que os custos de frete sejam reduzidos em até 50%, cortando preços para vendedores e consumidores, de acordo com o diretor de operações, Luiz Vergueiro.

A intensidade de crescimento da plataforma de marketplace chama atenção do mercado e tem garantido recomendações de “buy” para as ações do Meli, negociadas em Nova York, mas investidores têm se mostrados mais atentos aos investimentos logísticos, os custos operacionais e as margens do negócio.

Para Yunes, o crescimento de vendas deve logo responder à pressão inicial de despesas por causa dos investimentos. “Nossa visão é seguir melhorando rentabilidade ano após ano, custo da rede logística está dentro disso. Não esperamos impacto na rentabilidade pelo aumento na rede logística”, afirma.

De acordo com ele, o crescimento de todo o setor de ecommerce no Brasil  (cuja penetração está em torno de 15% contra mais de 20% de mercados mais maduros como o norte-americano) vai vir por mais pessoas no ecossistema, mas também por mais compras ao mês, o que deve ser ampliado com o aumento de entregas em mesmo dia, bem como com a entrada de sellers regionais conforme mais CDs são inaugurados.

O executivo exemplifica com o centro de distribuição da Bahia, inaugurado ainda em 2020 e que marcou a entrada do Mercado Livre em regiões menos concentradas. “Desde que o lançamos ganhamos 15 pontos de market share. O de Pernambuco, inaugurado há um mês, está sinalizando que vai refletir esse comportamento”, afirma.

Além dos novos CDs, o Mercado Livre está adicionando dois aviões à sua frota com o braço de logística de carga da Gol, a Gol Log. No total, serão nove aeronaves. “Ter aeronaves nos ajuda a ter desenvolvimento dos mercados. Com as entregas chegando em até dois dias, o mercado cresce, e depois conseguimos construir nossa rede logística”, diz Yunes.

A frota aérea tem sido especialmente utilizada na operação logística para a região Norte do país, onde o Mercado Livre ainda não tem centros de distribuição.  No Amazonas, por exemplo, o período médio de entrega passou de até 15 dias para dois dias.

Além dos novos CDs, a companhia anunciou ampliação de instalações, incluindo a ampliação na atuação na Bahia e no Rio de Janeiro. Também pretende aumentar os investimentos em robótica. Hoje são 334 robôs autônomos no CD de Cajamar (SP), sua maior instalação, o que levou a 20% menos tempo no processamento de pedidos.

A ação do Meli acumula alta de mais de 63% no último ano da Nasdaq, levando a companhia a um valor de mercado de US$ 107 bilhões.

Fonte: “https://exame.com/insight/mais-centros-de-distribuicao-e-avioes-o-plano-do-mercado-livre-para-dobrar-a-operacao-logistica/p”

 

FedEx firma parceria para expandir pontos de envio internacional de remessas no Brasil

As oito unidades, distribuídas entre São Paulo e Brasília, permitirão que clientes enviem encomendas para 220 países.

A Federal Express Corporation (FedEx) firmou parceria com a AlphaGraphics, franqueadora internacional que oferece soluções de comunicação visual, para a expansão de Centros de Envio Autorizados da FedEx (FASCs). São oito unidades, distribuídas entre São Paulo e Brasília, onde consumidores podem enviar remessas para mais de 220 países.

Atualmente, a FedEx tem mais de 360 FASCs no Brasil. Os pontos oferecem serviços como FedEx International Economy, FedEx International Priority e FedEx International Connect Plus, com opções de tempo de trânsito variando entre um e seis dias úteis.

Segundo o diretor de Marketing e Experiência do Cliente da FedEx, Gabriel Kayser, os Centros de Envio Autorizados permitem que qualquer pessoa realize envios internacionais com facilidade. “Este é mais um investimento que estamos fazendo para reforçar a infraestrutura e alavancar a capacidade operacional da empresa, o que diversifica o leque de opções disponíveis aos consumidores”, disse.

“Essa união reflete o nosso compromisso com a expansão de ofertas, garantindo que as lojas credenciadas sejam pontos de serviço para envios internacionais, serviços de impressão, soluções de marketing, design gráfico e produção de sinalização e banners”, disse Rodrigo Abreu, presidente da AlphaGraphics Brasil.

Fonte: “FedEx expande pontos de envio internacional no Brasil

 

Parceria entre Magazine Luíza e AliExpress já soma 700 milhões de acessos mensais

 Magazine Luiza e o AliExpress estão otimistas com a parceria firmada em junho. Especialmente para a próxima edição da Black Friday e Natal. Hoje, a parceria da varejista brasileira com a plataforma chinesa gera um tráfego de 700 milhões de acessos mensais. Desde o último domingo, 13, as empresas adotaram uma estratégia de vendas cruzadas, possibilitando a comercialização de produtos em ambas as lojas digitais.

Pela primeira vez o Magazine Luiza atua como vendedora em uma plataforma considerada concorrente, uma movimentação que visa fortalecer a posição no mercado de cross-border e consolidar sua liderança no e-commerce brasileiro durante as festividades, conforme informou Lucas Ozório, gerente de Relações Institucionais do Magalu, ao Broadcast. Paralelamente, o grupo Alibaba, que controla o AliExpress, obtém acesso direto ao consumidor brasileiro.

Segundo Ozório, analistas de mercado estão otimistas com as vendas decorrentes dessa estratégia. Haroldo Monteiro, especialista em finanças e consultor empresarial, atribui essa expectativa à dinâmica da parceria: enquanto o Magazine Luiza disponibiliza produtos de maior valor agregado para a plataforma chinesa, o AliExpress oferece um vasto catálogo de itens a preços competitivos.

A colaboração entre os marketplaces também visa intensificar a competição no setor, pressionando as concorrentes, de acordo com Monteiro. Ele explica que essa competição tende a favorecer os consumidores, que terão acesso a ofertas mais atraentes, tanto em preço quanto em condições de pagamento, sobretudo nas principais datas comerciais.

Em relação à nova política de taxação de 20% sobre compras internacionais de até
US$ 50, em vigor desde agosto, a parceria foi estrategicamente planejada para atenuar os impactos dessa medida, segundo o próprio Magalu. “Nosso acordo prevê o uso do programa Remessa Conforme, que facilita a importação dentro do novo modelo tributário, garantindo que as operações estejam em conformidade com a legislação vigente no Brasil”, explica Osório.

Para Denis Medina, economista e professor da Faculdade do Comércio de São Paulo (FAC-SP), o cenário pode ser analisado por duas perspectivas: o impacto no mercado interno e as consequências para as importações via e-commerce.

Medina destaca um otimismo em relação ao mercado interno, apontando para condições econômicas favoráveis, como baixo desemprego e aumento da renda, impulsionadas pelo pagamento do 13º salário. “Com essas condições, podemos esperar um crescimento de pelo menos 10% nas vendas em relação ao ano passado”, diz.

Por outro lado, a nova política de taxação é vista como um fator que provavelmente reduzirá o volume de compras internacionais feitas em plataformas de vendas online.

Para Edson Agatti, diretor executivo da Faculdade Internacional Brasília, a perda de competitividade das plataformas internacionais pode abrir mais espaço para os players locais. Nesse cenário, a colaboração entre Magazine Luiza e AliExpress ganha relevância estratégica, potencializando o posicionamento de ambas as empresas no mercado.

Fonte: “https://www.jb.com.br/economia/2024/10/1052530-parceria-entre-magazine-luiza-e-aliexpress-ja-soma-700-milhoes-de-acessos-mensais.html”

 

Negócio de Encomendas dos CTT vai superar Correio “certamente este ano”

O investimento nas soluções de e-commerce, aliado à queda “monótona e constante” dos proveitos do correio tradicional, vão garantir que o negócio de Expresso e Encomendas dos CTT irá representar mais de metade das receitas totais do CTT no cômputo deste ano, dos 40% registados no primeiro semestre, afirmou João Bento, CEO da empresa, no quinto episódio do podcast do ECO ‘À Prova de Futuro’, focado em empresas e tecnologia (com o apoio da Altice).

Na primeira metade de 2024, os rendimentos operacionais do grupo atingiram 524,3 milhões de euros, dos quais 210,4 milhões foram no negócio de Expresso & Encomendas, com um aumento de 48,9% em termos homólogos.

Questionado sobre notícias de que a União Europeia estará a ponderar aplicar um travão a plataformas chinesas como Temu e Shein, cujos produtos os CTT entregam praticamente em exclusivo em Portugal, João Bento reconhece que é um tema importante, mas adianta que vê a “via fiscal” como um tiro ao lado.

O CEO dos CTT salienta por diversas vezes a inovação da empresa com a rede de cacifos Locky e sublinha o investimento em tecnologia – mais de 37 milhões de euros por ano (nos cinco anos desde que chegou ao cargo), cerca do dobro do que pagou em dividendos aos acionistas.

Sabemos que o comércio eletrónico é uma parte importante da estratégia dos CTT e os CTT são uma parte importante do e-commerce em Portugal. Qual é a vossa função? Qual é a importância disto no vosso negócio?

A importância é total e nós queremos afirmar-nos. A nossa equity story [história de bolsa] desenvolve-se em torno do conceito de sermos uma plataforma logística para o comércio eletrónico. Em inglês, quando vamos para o mercado de capitais, dizemos que queremos ser um ‘e-commerce logistics player‘, porventura aquele que mais cresce hoje em dia na Ibéria e na Europa. O e-commerce representa já a maior parte do que fazemos no Expresso e Encomendas, e o Expresso e Encomendas representa já cerca de 40% dos nossos proveitos e é de longe a área área que mais cresce.

Queremos ser um parceiro importante em Portugal e em Espanha. Em Portugal, onde temos uma posição muito relevante, sentimos que somos nós que temos que ajudar o mercado a crescer e em Espanha, em que nos comportamos como um attacker, também estamos a crescer muito. Somos, como disse, de longe, o operador que mais cresceu o ano passado, mas queremos também ganhar escala e continuar a alargar a nossa presença. Porque em Espanha o que fazemos, no essencial, é entregas.

O que é que estamos a fazer em Portugal para ajudar o mercado a crescer? Quisemos posicionar-nos em toda a cadeia de comércio eletrónico. Para alguém que queira estar no comércio eletrónico, fazemos publicidade física ou digital, ajudamos a construir com tecnologia nossa a loja, temos obviamente a nossa área de pagamentos, fazemos tudo o que a logística de e-commerce, portanto armazenagem, preparação, fulfillment e fazemos a parte mais importante das entregas e também ainda as devoluções.

Isso é para empresas desde microempresas a grandes empresas?

Microempresas a grandes empresas. Fazemos isto de forma integrada ou modular. Podemos oferecer cada um destes serviços ou todos eles. E em Portugal cobrimos toda esta cadeia. Em Espanha começámos também a alargar agora a presença na cadeia de valor de forma mais cirúrgica. Temos uma operação já com muito significado de desalfandegamento, porque o comércio eletrónico que mais cresce hoje no mundo é aquele que tem origem na Ásia e em particular na China e, portanto, obviamente requer desalfandegamento para os produtos entregues em Portugal, em Espanha, aliás, na Europa em geral. Começamos por aí e temos também uma operação de devoluções já com muito significado. Temos a maior rede de pontos de presença na Península Ibérica de Pudos (pickup and drop off points, pontos de entrega e levantamento), portanto lojas, sítios onde se pode ir recolher encomendas. São 17.000 postos em Espanha e 3.500 em Portugal.

Temos a maior rede de parcel lockers, de cacifos, em Portugal, com a marca própria Locky, que fizemos de forma, para alguns surpreendente, em rede aberta. Serve não só as nossas entregas mas as entregas de todos os operadores, incluindo os nossos concorrentes. E estamos também, neste momento, já com as primeiras instalações em Espanha. Portanto, indo à sua pergunta de novo, é absolutamente decisivo. É a área que mais cresce, é a área que mais contributo teve para o processo de transformação dos CTT nestes últimos anos.

Falou de crescimento e de como o Expresso & Encomendas, do qual o e-commerce faz uma grande parte, já representa 40%. Isso é uma transformação nos CTT nos últimos anos, de simples operador postal para para ecommerce logistics player. Qual é o outlook? Quando é que poderemos para ver esses 40% passarem para mais de metade?

Vai passar certamente este ano, em 2024. O ritmo de crescimento é muito elevado. Esta dinâmica depende também do comportamento das outras áreas de negócio, sendo que a mais importante é, obviamente, o correio. E nós continuamos a assistir a uma queda de correio muito significativa. Ela é monótona e constante. É assim no mundo inteiro, à medida que, no caso português, o modelo de financiamento do serviço público de correio, que ainda é uma parte importante do que fazemos em correio, é apenas pelo preço. Portanto, para os portugueses, os nossos impostos não contribuem para o serviço público, ele é pago diretamente pelos utilizadores.

Temos agora um contrato de concessão com um mecanismo de preço que permite equilibrar automaticamente a queda de volumes e a inflação, o que significa que temos aumentos de preço maiores e esses aumentos de preços maiores servem para estabilizar a receita, mas servem também para dinamizar ainda mais a passagem para meios digitais e, portanto, acelera.

Dá alguma margem de manobra.

Dá uma margem de manobra, mas não resolve o problema principal, o problema principal é estrutural e o correio perdeu importância no funcionamento da sociedade e da economia. Portanto, vai depender muito da queda de correio, mas passar os 50% passará já certamente este ano.

“Todas as áreas de retalho e que se dirigem ao mercado de consumo, tudo que é B2C (business to consumer, das empresas para o consumidor) não vai sobreviver sem uma presença significativa no comércio eletrónico. E há setores em que isso é mais evidente. O setor do vestuário, o setor da eletrónica, por exemplo.” – João Bento.

Quais são as áreas de crescimento? Estamos a falar de vários aspetos, de vários segmentos na cadeia de e-commerce, desde alguém ir buscar o produto até entregarem em casa, o processo todo. Quais são as áreas em que veem as empresas a precisarem mais?

Eu acho que todas as áreas de retalho e que se dirigem ao mercado de consumo, tudo que é B2C (business to consumer, das empresas para o consumidor) não vai sobreviver sem uma presença significativa no comércio eletrónico. E há setores em que isso é mais evidente. O setor do vestuário, o setor da eletrónica. Só para dar um exemplo, hoje damos a um dos nossos grandes clientes, a Amazon Espanha, horas de corte muito tarde. É frequente acontecer, ainda há dias acontecia-me fazer uma encomenda às nove e meia da noite e recebê-la na manhã seguinte. Ora, com este tipo de conforto, com este tipo de agilidade, o apelo do comércio eletrónico é de facto muito grande. Há depois setores que estão também a começar a emergir. Ainda há pouco, antes de começarmos esta conversa, falávamos do setor da farmácia, mas tudo o que tem como destino final clientes B2C não vai resistir a ter uma presença muito forte no comércio eletrónico.

Mas, no entanto, há outros segmentos também a crescer no e-commerce, o B2B (business to business) e o C2C (consumer to consumer), com o mercado de pessoas a fazerem produtos eles próprios ou de consumo, mas para passarem diretamente através de algumas plataformas de revenda pessoal para os consumidores.

E é por isso que estamos absolutamente apostados em oferecer soluções também para C2C. Temos alguns casos já muitos de marcas bem conhecidas e ofertas bem conhecidas, de natureza global algumas delas, que são nossos clientes e para isso é muito importante o que estamos a fazer em termos de desenvolvimento de tecnologia, de inovação, justamente com a nossa rede de lockers. Há bocado referi um aspeto que pareceu surpreendente para alguns, que foi fazermos uma rede aberta, pareceu também muito surpreendente nós queremos ter tecnologia própria. Os nossos lockers são fabricados em Portugal. O hardware, o software, a eletrónica, as partes metálicas, é tudo feito em Portugal. Uma fábrica virtual, a fábrica não é nossa, é um conjunto de sítios onde funciona, porque nós sentimos que precisávamos de ter total agilidade para fazer o que quisermos com os nossos lockers.

E o C2C é um exemplo. Hoje temos uma oferta em que, em boa verdade, conseguiríamos ter uma oferta postal, de correio, de encomendas, do que fosse, apenas com lockers e sem lojas, na medida em que nos nossos lockers é possível deixar e levantar qualquer objeto que cabe. E portanto, essa é uma tendência muito grande. Não é necessariamente bom para o que se passa em termos desenvolvimento social, mas gosto de citar este exemplo. Um dos nossos grandes clientes internacionais fez um estudo no Reino Unido sobre as preferências das pessoas para receber encomendas fora de casa. E hoje em dia, nas camadas mais jovens, a preferência é de longe receberem em parcel lockers, mais do que em Pudos ou do que em lojas.

Não há filas.

Não há filas, mas o que eu ia dizer é que para os jovens, nesse estudo, o argumento mais importante para preferirem lockers era para evitar contacto social. Não é uma boa notícia para a sociedade em que estamos empenhados e envolvidos. Mas, em todo o caso, seja por que razões for, sobretudo de conveniência, é evidente que o mercado C2C vai também crescer muito por esta via.

Falou em gerações e isso é sempre interessante numa sociedade como a portuguesa, que tem uma demografia europeia e uma pirâmide relativamente específica. Como é que como é que os CTT participam em trazer as gerações mais velhas para o e-commerce? Há alguma relutância ainda ou estão a ver alguma transformação?

Estamos a ver alguma transformação na medida em que, quanto mais convenientes forem as soluções, maior adesão vai haver. Mas a demografia e o tempo vão resolver isso porque, em boa verdade, são, creio eu, no seio das famílias, justamente os mais jovens que acabam por pilotar, digitalizar e depois converter os ecossistemas e as suas próprias famílias. Portanto, é um processo que não para. E só para voltar ao tema dos lockers, é muito interessante, nós começamos este exercício há relativamente pouco tempo, o do Locky em Portugal, e cada vez que instalamos novos lockers — e instalamos vários lockers por semana — era natural que o uso médio por semana baixasse, porque temos mais, as encomendas não crescem ao mesmo ritmo. O que nós verificamos é que há um uso que é monótono e parece uma válvula.

Cada vez que alguém usa um locker para receber uma encomenda, nunca mais deixa de usar. Portanto, há toda uma alteração de hábitos que são muito assentes na conveniência. Por exemplo, estamos equipar as nossas lojas todas com um locker que esteja disponível 24 horas por dia, ou através da janela ou num espaço próprio. Porquê? Porque, no fundo, a loja pode continuar a funcionar para todos os serviços de logística, tanto de correio e de expresso, ao longo das 24 horas do dia, quer haja pessoas, quer não haja, independentemente do seu horário. Portanto, essa conveniência é imbatível e portanto até os mais velhos vão também aderir.

Falámos há pouco de tecnologia. Que tecnologias novas é que os CTT têm que usar nesta operação crescente? Estamos a falar de inteligência artificial (IA), machine learning, toda uma série de ferramentas das quais falamos quase todos os dias. Como é que estas ferramentas são utilizadas para melhorar o serviço e avançar o negócio?

A nossa inovação com base em tecnologia é muito significativa. Temos investido neste período em que estou nos CTT, há cinco anos, cerca de 37 milhões de euros por ano, cerca do dobro do que pagamos em dividendos, só para dar uma ideia do esforço. Grande parte deste esforço de investimento tem que ver com equipamentos e sistemas, obviamente não necessariamente tudo, mas o grosso em equipamentos e sistemas. Portanto, estamos muito empenhados em trazer tecnologia e trazer eficiência com base em tecnologia.

Nalgumas dessas situações, o que a tecnologia traz são também alguma inovação de formas novas ou de oferecer produtos ou de suportar operações. A IA é, obviamente, hoje em dia, incontornável. Só para dar uma ideia a quem nos ouve, nós entregamos cerca de 600.000 encomendas. Varia muito, no fim do peak season bastante mais, tem vindo a crescer muito. Crescemos em volume na Ibéria este ano 54%. Entregamos no primeiro semestre mais 54% de encomendas do que no primeiro semestre anterior. Para este crescimento ser exportado, ele é muito assente em tecnologia. No caso da IA, temos tido um conjunto muito interessante de iniciativas em parceria ou internamente. Temos uma agenda de inovação estruturada, que foi construída há muito tempo, que está permanentemente em gestão, em atualização. O que fazemos é identificar tendências e oportunidades futuras. Tínhamos identificado a IA como uma das tendências, quando iniciamos esse esforço há uns anos. Temos cerca de 85 iniciativas em curso no quadro desta agenda e que envolve projetos com startups, com universidades.

Têm também um fundo de startups.

Temos também um fundo, a que chamamos o fundo 1520 Innovation Fund, porque é o ano da fundação do correio em Portugal. Está dotado com oito milhões de euros. Já investimos quatro milhões, em oito startups. A ideia do fundo é investir em startups que possam estar a fazer coisas que estão na franja do que nós fazemos ou que possam estar no core do que nós fazemos ou queremos fazer. É o caso e tem muito que ver com inteligência artificial, com machine learning, com realidade aumentada, algumas coisas com pagamentos.

Voltando a um tema que falou há uns minutos, o e-commerce é um negócio internacional. Os CTT aproveitaram algumas parcerias com a Ásia como já mencionou, por exemplo, as retalhistas chineses, já conhecidas por quase todos os portugueses, a Temu, a Shein e a AliExpress. Recentemente, surgiram notícias de que a Comissão Europeia quer eliminar a isenção de taxas alfandegárias até 150 euros por encomenda para combater o crescimento de importações de artigos de baixo valor a partir destas plataformas. Isto ameaça o vosso crescimento? Segunda pergunta, qual é a importância mais geral da geopolítica neste negócio?

É enorme. O comércio eletrónico hoje em dia é sobretudo transfronteiriço. Portanto, em qualquer geografia do mundo, em qualquer grande plataforma, com a exceção da China, em que o comércio eletrónico é sobretudo interno, ele é internacional. Não é só na Europa que há essa tendência, nos Estados Unidos a ameaça para ser ainda maior. Para nós, o assunto é importante, damos muita atenção e achamos que envolve ameaças e oportunidades. Em primeiro lugar, não querendo parecer irresponsável, dou um exemplo, que gosto muito de dar que é o desta pulseira do meu relógio. Comprei esta pulseira num desses marketplaces chineses, custou-me talvez a vigésima parte do que custa se eu for comprar aqui uma loja onde se vendem pulseiras desta marca deste relógio. E a via fiscal vai ser absolutamente ineficaz para o comércio eletrónico deste género.

É um tiro ao lado?

É um tiro ao lado, na medida em que se esta pulseira, em vez de me ter custado dois euros, contra os cerca de 100 euros que custará numa loja aqui ao lado, seja qual for o imposto, ela vai continuar a ser ridiculamente mais barata. Há um tema de ineficiência, que é um drama para a Europa, que o Covid mostrou ser muito sério, que tem que ver com toda uma trajetória de desindustrialização e de aposta numa economia de serviços, contra a qual não tem nada, mas tornou-se realidade. A globalização trouxe-nos isto. Estamos obviamente numa agenda mais fraturante, em que a globalização vai desaparecer, mas é um processo que vai demorar muito tempo.

Portanto, do ponto de vista da eficiência, da elasticidade introduzida por meios fiscais, acho que não há grande risco, mas temos que estar atentos. Do ponto de vista das oportunidades, vai haver certamente uma maior oportunidade para intervir, por exemplo, em processos desalfandegamento, que é justamente uma das áreas em que nós somos pioneiros. Hoje desalfandegamos 100% do tráfego da Temu em Portugal, quase tudo da Shein, a maior parte também da AliExpress, em Espanha, também com grandes quotas, mas desalfandegamos isso num quadro usando tecnologia operacional em que integramos a operação de desalfandegamento com operação de sorting e de entrega. No fundo há aqui outras oportunidades que resultam daí e, portanto, estamos obviamente atentos. Também direi que o nosso maior cliente nesta fase para entrega de comércio eletrónico nos últimos cinco anos foi sempre diferente. Começou por ser a Amazon e depois outros.

Portanto é um mercado dinâmico?

É um mercado dinâmico e há outros mercados a surgir. Há, neste momento, operadores muito relevantes também a partir da Índia, há também operadores europeus que se estão a desenvolver e nós o que temos é continuar a ter as melhores ofertas para sermos capazes de, num mercado que é muito competitivo, um mercado de entregas com grandes operadoras globais, sermos capazes de continuar a crescer. Para isso também nos interessa acelerar o crescimento e estamos atentos para tentar crescer e acelerarmos o crescimento na Ibéria.

Fonte: “https://eco.sapo.pt/entrevista/negocio-de-encomendas-dos-ctt-vai-superar-correio-certamente-este-ano/”