Shein rebate varejo e indústria e afirma que 88% das compras são feitas pelas classes C, D e E

Varejista diz que o que está em jogo é o poder de acesso e compra dos brasileiros a produtos internacionais.

A Shein publicou uma pesquisa feita pela Ipsos para rebater as críticas feitas pelo varejo e indústria nacionais de que a isenção fiscal prevista no Remessa Conforme para compras internacionais de até US$ 50 beneficia quem ganha mais.

Segundo o estudo, no primeiro trimestre de 2024, o percentual de consumidores das classes C, D e E que adquirem produtos internacionais na plataforma da empresa é de 88%, sendo 50% das classes D e E e 38% da classe C.

“Em um momento em que o que está em jogo é o poder de acesso e compra dos brasileiros a produtos internacionais de qualidade e acessíveis, a pesquisa realizada mostra o verdadeiro retrato dos consumidores da plataforma e ainda aponta que apenas 11% dos consumidores pertencem às classes A e B”, diz a gigante chinesa.

A Shein cita ainda o levantamento feito pelo Plano CDE, com consumidores de diversas plataformas internacionais, de que 61% do público vê nos sites internacionais a possibilidade para a população mais pobre ter acesso ao consumo – e que a desistência da compra quando são cobrados os impostos é maior entre as classes C, D e E (37%) que nas classes A e B (32%).

Nesta semana, a CNI (Confederação Nacional da Indústria), em parceria com o IPRI (Instituto de Pesquisa em Reputação e Imagem), divulgou uma pesquisa dizendo que apenas 18% da população com renda de até dois salários mínimos fizeram compras onlines internacionais de produtos com isenção de até US$ 50.enquanto 41% são feitas entre os que ganham acima de cinco mínimos.

Renda média das famílias das comunidades periféricas alcança R$ 3.036,23

O estudo revela uma leve predominância de mulheres consumidoras nas favelas.

A renda média das famílias das comunidades periféricas do País alcança R$ 3,036,23 e gera um potencial de consumo que supera R$ 167 bilhões ao ano, com a maioria dos consumidores pertencentes à classe C. Os dados foram divulgados no levantamento “Persona Favela I Dia da Favela 2023”, desenvolvido pelo Nós – Pesquisas.

Com mais de 6 mil comunidades distribuídas pelo País, um número superior a 12 milhões de habitantes e 4 milhões de famílias, as favelas representam um importante canal para o fortalecimento do ambiente de negócios nacional.

O estudo revela uma leve predominância de mulheres consumidoras nas favelas (51%). A predominância etária do público, por sua vez, foi a faixa etária de 25 a 49 anos (30%).

Além disso, há uma ampla diversidade de produtos consumidos: dos produtos de cuidados pessoais e higiene – que movimentaram mais de R$ 465 milhões em 2023 considerando as maiores comunidades do País – ao consumo digital de aplicativos, streaming e serviços financeiros; há diferentes indicadores que demonstram o quanto a população das favelas é um termômetro relevante para as tendências econômicas do País.

“Quando consideramos os fatos coletados na pesquisa, não é difícil afirmar que a favela tem poder de compra e uma ampla capacidade de movimentar o mercado. A favela gera renda, negócios, consumo e é onde empresas, marcas e anunciantes atentos a todo esse potencial econômico devem estar”, explica Emilia Rabello, fundadora e CEO da holding Nós, o Novo Outdoor Social.

A beleza nas favelas
Os indicadores revelam que a percepção de beleza nas comunidades brasileiras vem mudando ao longo dos últimos anos e gera reflexos sobre o consumo de produtos de beleza, moda e higiene nas comunidades periféricas.

Segundo o levantamento, 7 em cada 10 moradores das maiores favelas do País relatam essa mudança de perspectiva, especialmente entre mulheres (74%) e pretos/pardos (72%). Dentro desse contexto, 66% declaram comprar ou usar produtos de acordo com as características físicas (tipo de pele e de cabelo).

Entre os homens, chama a atenção a busca por profissionais de beleza, feita por 79% do público masculino das favelas. De modo geral, a busca por um especialista em serviços de beleza é feita por 7 a cada 10 moradores de comunidades, especialmente aqueles que atuam nas próprias favelas (91%), sendo o principal fator de escolha a confiança no atendimento do profissional (82%).

Em termos quantitativos, além do consumo de produtos de higiene e cuidados pessoais, que superou R$ 465 milhões nas maiores favelas do País em 2023, merece destaque também a compra de itens de moda, como calçados (R$ 80,4 milhões).
‘https://mercadoeconsumo.com.br/07/11/2023/economia/renda-media-das-familias-das-comunidades-perifericas-alcanca-r-303623/

Cresce consumo online entre brasileiros acima dos 65 anos

Estudo mapeou o comportamento das gerações brasileiras, desde valores e atitudes, até escolhas de marcas e comportamentos de mídia.

O Brasil presencia uma mudança significativa nos perfis etários dos consumidores de diferentes redes sociais. É o que mostra o Beyond Age, relatório global produzido pela divisão de mídia da Kantar. No levantamento, para cada usuário adicional entre 12 e 19 anos que acessou o Facebook de 2015 a 2021, foram mais de sete usuários adicionais entre 65 e 75 anos navegando pela plataforma.

Com informações do Target Group Index — pesquisa sindicalizada presente em 45 mercados ao redor do mundo —, o levantamento visa explorar diferentes facetas das gerações brasileiras, desde valores e atitudes, até escolhas de marcas e comportamentos de mídia.

É válido destacar que as gerações coincidem com os grandes saltos de comportamento da sociedade e com uma nova forma de ditar o mercado. Lembrando que, no Brasil desde 2000, o estudo possui quatro atualizações anuais:

Baby Boomers (1946-1964);
Geração X (1965-1980);
Millennials (1981-1996);
e Geração Z (1997 em diante).

Crescimento do público acima dos 65 anos em outras plataformas
Dados do Target Group Index mostram que as gerações mais velhas se tornaram mais frequentes em mídias digitais. O Facebook, por exemplo, passou por um aumento significativo na proporção de adultos com mais de 65 anos acessando a rede social — foi de 2% em 2015 para 7% em 2022. A rede, aliás, saiu de 47 milhões de usuários para 53,4 milhões no mesmo período, dentro do universo pesquisado.

No mesmo período, a representatividade do grupo de 12 a 19 anos caiu de 22% para 11%, enquanto os usuários de 20 a 24 anos foram de 14% para 11%. Isso mostra uma nova percepção do público online, sendo que os mais velhos agora são parte do mainstream de consumo e não mais uma minoria para o mercado.

Vale destacar que outras plataformas também apresentaram um movimento dos públicos mais velhos superando o aumento dos grupos mais jovens. Os dados relativos ao período entre 2015 e 2022 mostram que os maiores crescimentos percentuais se deram exatamente entre os 65+. Neste intervalo, o crescimento foi de 255% no Facebook, 886% no YouTube, 707% no WhatsApp e 4937% no Instagram.

Outros comportamentos do público mais experiente
A idade também pode ser um bom parâmetro para mensurar atitudes. Segundo o estudo Beyond Age, os brasileiros se tornam mais contrários a correr riscos ao longo do tempo – 54% da faixa etária entre 25 e 34 anos está disposta contra 33% entre 55 e 65 anos.

Certos eventos vividos em um período de 12 meses também são mais prováveis de acontecer em determinadas gerações. Por exemplo, sair da casa dos pais ou terminar a escola são voltados para públicos mais jovens, enquanto quitar o financiamento de um imóvel é mais provável de acontecer com um consumidor mais velho.

Quando o assunto é relação com a renda, por sua vez, os resultados são bastante similares em todas as faixas etárias. 58% dos brasileiros de 25 a 34 anos concordam com a frase “Como eu gasto meu tempo é mais importante que o dinheiro que ganho”. Entre o público de 55 a 65 anos, a taxa é de 55%.

Internet já é acessível em 90,0% dos domicílios do país em 2021

Pela primeira vez desde 2016, houve alteração significativa no ranking de dispositivos mais utilizados nos domicílios brasileiros para acessar a Internet. Em 2021, o telefone celular continuou na liderança, sendo o principal equipamento de acesso à internet em 99,5% dos domicílios. Na segunda posição, pela primeira vez, agora aparece a televisão, opção de acesso mais utilizada em 44,4% dos domicílios, alta de 12,1 pontos percentuais frente a 2019 (32,3%). Já o uso dos microcomputadores caiu de 45,2% para 42,2% e se encontra na terceira posição. Completa a lista o tablet, que recuou de 12,1% para 9,9% dos domicílios, no período.

“Entre 2019 e 2021, houve queda do acesso a internet por microcomputador e tablet, mas já observamos o aumento do acesso por meio da televisão em mais de 10 pontos percentuais. Analisando a série desde 2016, vimos que houve ligeiro aumento do acesso por celular, queda do computador de 57,2 para 42,2% e no uso do tablet de 17,8% para 9,9%. Já a TV sai de 11,7% em 2016 para 44,4%. O rendimento desses domicílios foi maior entre os que utilizavam tablet, R$ 3 mil; ante R$ 2.296 dos que utilizavam microcomputador, R$ 1.985 para os que acessam via TV e o menor rendimento, R$ 1.480, é dos que acessam com telefone celular”, destaca a analista da pesquisa, Flávia Vinhaes.

Os dados, divulgados nesta sexta-feira, 16, pelo IBGE, são do Módulo de Tecnologia de Informação e Comunicação (TIC) que é investigado nas visitas do 4º trimestre pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, abrangendo o acesso à Internet e à televisão nos domicílios e o acesso à Internet e a posse de telefone celular pelas pessoas com 10 anos ou mais de idade. As comparações mais recentes são entre 2019 e 2021, pois esse módulo da pesquisa não foi a campo em 2020, por causa da pandemia de Covid-19.

Outro destaque é que de 2019 a 2021, o percentual de domicílios com conexão à internet por banda larga móvel caiu de 81,2% para 79,2%, enquanto o percentual da banda larga fixa aumentou de 78,0% para 83,5%.

“Pela primeira vez na série, a banda larga fixa supera a banda larga móvel, que teve queda enquanto a fixa tem um aumento mais expressivo. O aumento do uso da banda larga fixa pode estar relacionado à pandemia, período em que as pessoas tiveram de manter o isolamento, ficando em casa, o que fez com que a banda larga móvel fosse menos utilizada. Outro motivo pode ser a expansão do acesso na Região Norte, onde o percentual dos domicílios com acesso via banda larga fixa teve incremento representativo, subindo de 54,7%, em 2019, para 70,5% em 2021”, analisa Flávia

Em 2021, entre os 183,9 milhões de pessoas com 10 ou mais anos de idade no país, 84,7% utilizaram a Internet no período de referência da PNAD TIC. Esse percentual foi maior entre os estudantes: 90,3%, sendo 98,2% para os da rede privada e 87,0% para a rede pública de ensino.
Quase 60% dos idosos já acessam a internet

A proporção de pessoas com 10 anos ou mais que acessaram a Internet no período de referência da PNAD TIC subiu de 79,5% para 84,7% de 2019 para 2021. Em todos os grupos etários, as proporções de utilização cresceram. O grupo com 25 a 29 anos tem o maior percentual de utilização: 94,5%, mas todos os grupos etários entre 14 e 49 anos têm percentuais superiores a 90%

Proporcionalmente, a o grupo etário com 60 anos ou mais é o que menos acessa à Internet mas, de 2019 para 2021, o percentual de utilização dos idosos foi o que mais aumentou: de 44,8% para 57,5%, alta de 12,7 pontos percentuais, superando, pela primeira vez, os 50%. No grupo de 50 a 59 anos, esse percentual também subiu bastante: de 74,4% para 83,3%.

Uso da internet para chamadas de voz ou vídeo ultrapassa o das mensagens de texto

Também pela primeira vez desde o início da série histórica, mais pessoas utilizaram a Internet para conversar por chamadas de voz ou vídeo (95,7%) do que para enviar ou receber mensagens de texto, voz ou imagens por aplicativos diferentes de e-mail (94,9%), que era a finalidade mais frequente até 2019. Completam a lista assistir a vídeos, inclusive programas, séries e filmes (89,1%) e enviar ou receber e-mail (62%).

Enquanto 84,2% dos estudantes da rede privada utilizaram a Internet para enviar ou receber e-mail, entre os estudantes da rede pública este percentual foi de 55,0%. Ainda entre os da rede pública, em 2021, a principal finalidade do uso da Internet foi assistir a vídeos, inclusive programas, séries e filmes (94,1%), ao passo que, entre os estudantes da rede privada, o maior percentual ocorreu na finalidade conversar por chamadas de voz ou vídeo (97,2%).

Em 2021, 28,7 milhões de pessoas não tinham telefone móvel celular para uso pessoal, o que representa 15,6% da população de 10 ou mais anos de idade. Deste número, 28,1% alegaram que o aparelho telefônico era caro.

Número de domicílios com telefone fixo continua caindo

A proporção de domicílios com telefone fixo no país foi de 15,6%, com uma queda de 7,5 pontos percentuais em relação a 2019 (23,1%). Essa tendência de baixa foi também observada em todas as regiões do país. Já a taxa de domicílios que possuíam telefone móvel celular (96,3%) aumentou frente a 2019 (94,4%).

O rendimento real médio per capita da parcela de domicílios em que não havia telefone ficou muito abaixo daquele nos domicílios que tinham telefone. No país, em 2021, o rendimento nos domicílios que não tinham telefone (R$ 700) representou 48,4% do rendimento nos que tinham telefone (R$ 1.445). Já nos em que havia telefone fixo convencional o rendimento médio foi de R$ 2.432, enquanto naqueles com telefone móvel celular este rendimento foi de R$ 1.444.

Cai a proporção de domicílios com microcomputador

De 2019 a 2021, a proporção de domicílios com microcomputador recuou de 41,4% para 40,7%. Na área urbana, esse percentual caiu de 45,6% para 44,9% e na área rural, houve redução de 13,8% para 12,8%. Nesse período, a proporção de domicílios com tablet caiu de 11,6% para 9,9%.

O rendimento médio dos domicílios sem microcomputador nem tablet era de R$ 835, e de R$ 2.172 nos domicílios com pelo menos um destes equipamentos.

Extrema, cidade no interior de Minas Gerais, vive “boom”, vira berço do e-commerce e enfrenta déficit habitacional

Polo de centros de distribuição, a cidade mineira a 100 km da capital paulista sente dores do crescimento, que segue acelerado.
Um em cada quatro produtos vendidos no e-commerce brasileiro sai de um centro de distribuição da cidade de Extrema, em Minas Gerais. Nos últimos anos, o município se transformou em expoente para o setor logístico e atraiu centenas de empresas. Por trás desse poder de atração está a combinação de posição geográfica – a meros 100 km da capital paulista, principal polo econômico do País – com tributo estadual mais favorável: a alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadoria e Serviços (ICMS) é pelo menos 50% inferior à de São Paulo para vendas interestaduais.

No período de pandemia, o e-commerce no Brasil deu salto, o que fez as empresas investirem nos seus centros de distribuição em Extrema. Diante desse cenário, a cidade viu sua população crescer, o que hoje já se reflete em uma crise imobiliária, dado o aumento na procura por casas, apartamentos e até de vagas em hotéis para os trabalhadores que querem se instalar no município.
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que o município tinha, em 2021, 37 mil habitantes. Contudo, um levantamento feito pela prefeitura de Extrema mapeou aproximadamente 53 mil moradores na cidade, o que representa um crescimento populacional de 43% em dois anos. As informações foram compiladas pela Secretaria Municipal de Saúde para entender a quantidade de vacinas de covid-19 que seriam aplicadas.
Além de o número de moradores ter crescido exponencialmente, a cidade ainda recebe diariamente cerca de 10 mil trabalhadores flutuantes, ou seja, pessoas que trabalham em centros de distribuição locais, mas vivem nos municípios próximos. “As empresas têm um esquema de ônibus fretados que levam para as cidades vizinhas, como Itapeva, Pouso Alegre e Bragança Paulista. Há pessoas que vêm todos os dias de São Paulo para cá”, relata a gerente de desenvolvimento econômico de Extrema, Mônica Vieira.

Extrema, no interior de Minas Gerais, se transformou em expoente para o setor logístico e atraiu centenas de empresas Foto: Daniel Teixeira/Estadão
Hoje, o município mineiro tem 6 mil CNPJs cadastrados, dos quais 300 são do setor industrial. “No começo, nós batíamos na porta da empresas, convidando-as a se instalar em Extrema. Agora, são elas que nos procuram para montar negócios aqui”, relembra.

Procura-se
Com a vinda de empresas e de novos moradores, encontrar um lugar para residir em Extrema virou uma tarefa difícil. Dono de imobiliária, Ricardo Di Lorenzo conta que a demanda por imóveis vem crescendo. Ele relata que já é quase impossível encontrar opções para locação e venda nas áreas mais cobiçadas da cidade. “Falta casa na cidade para oferecer para os clientes”, diz.

Para tentar suprir a demanda, Extrema vem dialogando com empresas da construção civil com o objetivo de atrair empreendimentos imobiliários. Em 2021, as empresas HM Engenharia e a BRZ empreendimentos anunciaram um investimento de R$ 400 milhões para a construção de 1,3 mil unidades residenciais. Além disso, o município já aprovou a construção de outros 3 mil lotes residenciais. Segundo empresários locais ouvidos pela reportagem, o déficit de moradias varia entre 15 mil e 20 mil unidades.

O crescimento da procura por galpões para centros de distribuição, movimento que se intensificou no início da pandemia, parece não estar perto de acabar. Conforme apurou o Estadão, a próxima gigante que deve abrir um centro de distribuição na cidade é a marca de produtos esportivos italiana Fila. Por enquanto, apesar de ter batido o martelo, a empresa ainda não tem data para a inauguração da operação local.

Quem passa pela cidade vê, além do cenário mineiro de montanhas, diversas obras em andamento de futuros barracões industriais. O presidente da Fulwood Condomínios Logísticos, Gilson Schilis, explica que o modelo mais procurado pelas companhias são os chamados de “big boxes” – terrenos com mais de 50 mil metros quadrados. “Estamos finalizando uma obra de 100 mil metros ainda em 2022. Para o ano que vem, já temos outra de 210 mil metros quadrados, que abrigará a operação de uma empresa multinacional.”

Todos esses investimentos se refletem positivamente no mercado de trabalho. Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) apontam que, no último ano, foram criados mais de 4,5 mil postos de trabalho em Extrema, o melhor desempenho no Estado. Com a maior parte dessas oportunidades no setor logístico, as companhias que já estão instaladas no município precisam se esforçar para reter os funcionários que vêm sendo assediados pelos concorrentes.

Esse é o caso da gerente de prevenção e perdas do Mercado Livre, Ariana Ribeiro. Depois de trabalhar 12 anos em uma loja online nacional de artigos esportivos, a funcionária recebeu a oferta da gigante argentina de e-commerce. “Com esse mercado aquecendo na pandemia, as empresas precisaram melhorar os salários e os benefícios para competir com os concorrentes. Por isso eu decidi mudar de emprego.”

Desafios à frente
Para Ricardo Taborda, o sócio da 7D – empresa especializada em soluções para logística -, a baixa disponibilidade de imóveis e de terrenos para construção de galpões pode afetar a decisão das companhias de escolher o município mineiro como seu novo endereço logístico. “Extrema é o melhor lugar que temos hoje, mas qualquer coisa que mude em relação a esses dois pontos pode tirar a atração da cidade aos olhos dos investidores”, afirma.

Um em cada quatro produtos vendidos no e-commerce brasileiro sai de um centro de distribuição da cidade.

Na visão de Taborda, a cidade vive um momento decisivo na sua consolidação como um polo nacional de centros de distribuição – e precisará oferecer mão de obra e também estrutura para quem chega ao município. “É uma janela de oportunidade que Extrema tem. Quando a reforma tributária ocorrer, talvez eles não sejam tão atraentes do ponto de vista fiscal, então é o momento de investir para a cidade crescer e se tornar desejada mesmo depois do fim dos incentivos”, avalia.

Uma das preocupações da administração municipal na estratégia de atrair empresas é formar trabalhadores qualificados para o trabalho dentro dos centros de distribuição. Atualmente, a prefeitura de Extrema tem parceria com o Sistema S de ensino, que fica responsável pela qualificação técnica dos futuros funcionários. Além disso, também há programas voltados o aperfeiçoamento de motoristas de caminhão. Com auxílio do Sebrae, Senai e Sicredi, o executivo local organizou a criação de uma cooperativa de transporte, a Cooper Extrema, que conta com 23 caminhoneiros treinados ofertar seus serviços às grandes empresas e realizar o escoamento da produção feita em Extrema.

Em 2021, 82% dos domicílios brasileiros tinham acesso à internet

A proporção de domicílios brasileiros com acesso à internet cresceu entre 2019 e 2021. Segundo a pesquisa sobre o uso das Tecnologias de Informação e Comunicação nos Domicílios brasileiros (TIC Domicílios) 2021, divulgada na terça-feira (21), pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br), na média, o percentual de residências aptas a acessar a rede mundial de computadores subiu de 71% para 82% no período de dois anos. Apesar disso, o país ainda contabiliza 35,5 milhões de pessoas sem acesso à internet e o número de domicílios das classes B, C e D/E com computadores caiu no mesmo período.

A variação positiva foi mais significativa entre os domicílios de áreas rurais, segmento que evoluiu de 51%, em 2019, para 71%, em 2021. Entre as residências de áreas urbanas, a proporção foi de 75% para 83% no mesmo período.

“Esta proporção aumentou significativamente entre os domicílios das áreas urbanas em relação à situação pré-pandemia, mas a grande variação ocorreu na área rural, onde foi observado um crescimento de 20 pontos percentuais entre 2019 e 2021”, destacou o coordenador da pesquisa, Fábio Storino.

Segundo Storino, o resultado dos dados coletados presencialmente entre outubro de 2021 e março de 2022 devem ser comparados aos de 2019, e não aos de 2020, quando, devido à pandemia, o Cetic.br teve que adaptar o método de coleta, entrevistando um número menor de participantes ouvidos exclusivamente por telefone – o que aumentou a margem de erro em comparação aos levantamentos de outros anos.

Quanto à qualidade do serviço, a pesquisa TIC Domicílios identificou que tanto na área urbana (64%) quanto na rural (39%), a maioria das residências está conectada à rede por meio de fibra óptica ou cabo. Em seguida vem a rede móvel, à qual 20% dos domicílios de áreas rurais e 17% dos das zonas urbanas estão interligados. Praticamente 99% dos usuários acessam a internet por meio de aparelhos celulares, enquanto 50%, ou 74,5 milhões de habitantes do país, utilizam a televisão, que já ultrapassa os computadores (36%).

Enquanto 100% dos domicílios da classe A possuem acesso à internet, apenas 61% dos das classes D/E dispõem do serviço. A proporção entre as residências da classe B chega a 98%, e os de classe C, a 89%.

“Olhando a evolução [do acesso] por classe [social], há uma estabilidade em patamares elevados entre as classes mais altas [A e B], uma tendência de aumento na classe C e um aumento mais pronunciado entre as classes D/E”, destacou Storino, apontando o crescimento de 11 pontos percentuais entre os mais pobres, entre 2019 e 2021.

“A diferença entre a conectividade nos domicílios de classe A e os de classe D/E, que era de 83 pontos percentuais em 2015, caiu para 39% em 2021. Ou seja, embora as diferenças [sociais] persistam e ainda sejam significativas, ela vem se reduzindo ao longo do tempo”.

Ainda que menores, as diferenças também se fazem sentir em termos regionais. No Sudeste (84%), no Sul (83%) e no Centro-Oeste (83%), as proporções de domicílios com acesso à internet superam a casa dos 80%, enquanto no Norte esse percentual é de 79% e, no Nordeste, 77%. Em comparação a 2019, a conectividade aumentou em todas as cinco regiões. No espaço de dois anos, este indicador variou 13% no Centro-Oeste; 12% no Nordeste; 10% no Sul; 9% no Sudeste e 7% no Norte do país.

Internauta
A pesquisa também aponta que a quantidade de usuários que acessam a rede mundial de computadores aumentou 7% entre 2019 e 2021, passando de 74% para 81% dos entrevistados. Aumento associado à popularização dos smartphones não só no Brasil, mas em todo o mundo.

“Quando perguntamos sobre o uso de computadores, estamos falando de computadores de mesa [desktops] e portáteis [notebooks e tablets]. Os aparelhos celulares, embora sejam quase um computador de bolso, proporcionam um uso mais limitado, que não desenvolve, nos usuários, o mesmo tipo de habilidades digitais que a utilização de múltiplos dispositivos”, finalizou Storino, destacando que, em 2021, a proporção de usuários que acessam a rede mundial de computadores exclusivamente por telefones celulares passou de 58%, em 2019, para 64% da população, em 2021.

O crescimento foi maior entre os moradores das áreas rurais, na qual os percentuais passaram de 53% para 73%. Já entre os habitantes das zonas urbanas, a evolução foi de 77% para 82% dos entrevistados.

Com base nas respostas dos entrevistados, os pesquisadores estimam que cerca de 139 milhões de internautas acessam a rede todos os dias ou quase todos os dias. Na outra ponta da frequência de uso, 9,6 milhões de pessoas pouco acessam a internet, às vezes, uma vez ao mês. “Ainda temos um contingente de 35,5 milhões com dez anos de idade ou mais que não utilizam a internet”, destacou Storino.

“Também é possível notar diferenças significativas quando olhamos [a distribuição da frequência de uso] por classe social. Enquanto grande parte da população das classes A e B faz uso diário da internet, à medida que vamos para as classes C e D/E aumentam tanto a proporção de uso menos frequente da internet, que não está disponível [na mesma medida], quanto o de não usuários”, acrescentou Storino.

A pesquisa também avalia a distribuição dos hábitos de utilização da internet por recortes como sexo, cor, grau de instrução e faixa etária. Para os pesquisadores, um dos destaques desta 17ª edição do levantamento foi o aumento do número de internautas entre a população com mais de 60 anos de idade. “Em 2019, antes da pandemia, um terço desta população era usuária da internet. Esta proporção aumento para 48% em 2021, um contingente relevante”, comentou Storino.

Streaming e comércio eletrônico
Um outro dado importante é que, em 2021, os aparelhos de televisão superaram os computadores no que diz respeito ao acesso à Internet. Ao todo, 74 milhões de indivíduos acessaram a internet usando a televisão, um acréscimo de 25 milhões de usuários no período. Agora, as TVs só perdem para os celulares em quantidade de usuários.

O uso do comércio eletrônico e de serviços públicos digitais aumentou também se comparado a 2019. Entre as atividades realizadas pela Internet, ouvir podcasts foi a que mais cresceu em relação ao período pré-pandemia. O acesso a vídeos, programas, filmes ou séries pela internet, além de músicas também registrou crescimento no período.

Maiores de 50 são os que mais compram na internet

Segundo dados exclusivos da pesquisa Webshoppers, da consultoria NielsenIQ|ebit, a faixa dos 50+ foi a única que cresceu entre os consumidores do comércio eletrônico no ano passado.

Quem tem 50 anos ou mais respondeu por 33,9% dos pedidos on-line em 2021: foi a primeira vez que essa faixa etária ultrapassou a dos adultos de 35 a 49 anos (33,2%), historicamente o maior público que compra pela internet, segundo a pesquisa da NielsenIQ|ebit, realizada desde 2001.

Segundo o diretor de e-commerce da NielsenIQ|Ebit, Marcelo Osanai, entre os motivos que justificam a maior presença deste público está a tentativa de se proteger da contaminação pelo novo coronavírus, acompanhada de uma menor “cisma” com o comércio eletrônico. “Este consumidor mais maduro está cada vez mais aberto a usar a tecnologia e os sites também estão mais intuitivos, o que facilita a navegação”, diz.

As categorias em que os consumidores mais velhos mais se destacam são Construção e Ferramentas (51% das compras do segmento foram feitas por quem tem mais de 50 anos), Saúde (43%) e Eletrodomésticos (42%).

O comércio eletrônico como um todo movimentou R$ 182,7 bilhões no ano passado, um crescimento de 27% sobre os R$ 143,6 bilhões de 2020, segundo a pesquisa. No ano passado, a NielsenIQ|ebit havia informado que as vendas de 2020 somaram R$ 87,4 bilhões, mas a consultoria revisou os dados para incluir o Mercado Livre, a maior varejista da web brasileira.

Apesar de expressiva, a alta de 27% nas vendas online no ano passado representa uma desaceleração em relação ao ano anterior, quando o crescimento havia sido de 41%. Uma reacomodação do comércio eletrônico, após a reabertura das lojas físicas, e uma redução do poder de compra da população explicam a desaceleração, segundo Osanai.

“Para 2022, esperamos um crescimento entre 10% e 20% do comércio eletrônico”, diz Osanai. “Além do amadurecimento do canal, existe a inflação que limita o poder de compra.”

Em 2021, 12,9 milhões de brasileiros compraram pela primeira vez na internet, elevando o total de consumidores on-line no País para 87,7 milhões. O meio mais usado para as compras na internet foram celulares, que responderam por 59% dos pedidos e por 52% do faturamento (R$ 95,4 bilhões), uma alta de 32% sobre 2020.

A busca do consumidor pelas pechinchas da internet passa pelo frete grátis: segundo a pesquisa da NielsenIQ|ebit, o número de pedidos sem custo de envio aumentou em 10 pontos percentuais em 2021, chegando a 47% do total.

Do total de 400 milhões de pedidos em 2021, o tíquete-médio geral das vendas ficou em R$ 441, uma alta de 4% sobre 2020, sem descontar a inflação.

A categoria de alimentos e bebidas foi a que mais se destacou em número de pedidos: alta de 107% sobre o ano anterior. “Produtos alimentícios e bebidas têm um valor menor, e por isso a contribuição geral para o faturamento do e-commerce é reduzida, só 2%”, diz Osanai.

Por outro lado, as categorias que mais pesam no faturamento de R$ 182,7 bilhões do ano passado são eletrodomésticos (21%), telefonia (20%), casa e decoração (11%) e informática (10%).

No recorte por gênero, o levantamento apontou que os homens responderam por 53,5% do valor das compras, enquanto as mulheres fizeram 57,4% dos pedidos. O tíquete-médio deles é 35% maior que a média de gasto delas: R$ 555 contra R$ 359.

“As mulheres geram mais pedidos, mas com produtos de menor valor e numa maior diversidade de categorias”, afirma Osanai. “Elas compram de artigos para bebês a produtos para casa, enquanto os homens adquirem mais eletrônicos e informática, produtos de maior valor agregado”, diz.

Na divisão por faixa de renda, os que ganham entre 4 e 10 salários mínimos responderam por 33,2% das vendas totais (alta de 1,7 ponto porcentual sobre 31,5% do ano passado). A participação das demais faixas de renda no bolo total caiu: a fatia dos consumidores que ganham até 4 salários mínimos recuou de 51,9%, para 50,9%, enquanto a participação dos que ganham acima de 10 salários mínimos passou de 16,6%, para 15,9%.

E-commerce está cada vez mais popular para a geração prateada, mostra estudo

Quando se fala da ascensão do e-commerce, há de admitir que o perfil do comprador assíduo desse canal é específico no nosso imaginário: jovem, atualizado na tecnologia, provavelmente Millennial ou da Geração Z, correto? Bem, pelo jeito, o cenário das compras online já não é tão polarizado assim: boa parte das aquisições pela internet são feitas, na verdade pela tal geração prateada — o público acima dos 55 anos.

É o que mostra o estudo da Tsunami8 Latam, conduzido pelo Data8, núcleo da Hype50+, em parceria com o No Pausa, Opinion Box e Pontes, que entrevistou ao todo mais de 17 mil pessoas: dois terços dos consumidores latinos da geração prateada — Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, México, Peru e Uruguai — consumiram no e-commerce no último ano.

Entre os produtos mais comprados em todos os países, estão eletrônicos (38,4%), remédios e medicamentos (34,2%), alimentos e bebidas (33,7%), roupas e acessórios (33,2%) e eletrodomésticos e utensílios para a casa (32,1%). No caso especial do Brasil, analisado na pesquisa, 95% dos usuários nessa faixa etária possuem um smartphone e 31% deles conhecem novas marcas pelas redes sociais.

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Fonte: Tsunami8 Latam

Uma geração que está cada vez mais no e-commerce

A pesquisa para o Brasil, feita de maneira presencial, também mostra dados interessantes sobre a forma como esse público consome no e-commerce do País. Para se ter ideia, pelo menos 39% deles fizeram uma compra na internet nos últimos 12 meses — porcentagem que está em crescimento, acompanhando o ascensão do comércio eletrônico — e 65% têm acesso diário à internet.

Entre os dados gerais da América Latina, nota-se que as categorias mais consumidas são itens pessoais (37%), produtos para a casa (36%) e itens para a família (18%). E além dos demais itens citados, os usuários também costumam comprar livros, produtos de beleza e cosméticos, móveis e artigos de decoração, artigos esportivos, produtos para pets e passagens áreas ou pacotes de turismo pela internet.

A grande questão é que ainda falta inclusão desse público dentro dos e-commerces. E que fique claro: não significa um tratamento diferenciado de acessibilidade — porque a geração prateada, sobretudo após a pandemia, tem tido mais facilidade em mexer com tecnologia —, mas uma diversidade nos produtos, anúncios e propagandas.

gráfico 2 e-commerce

Fonte: Tsunami8 Latam

Diversidade e inclusão no comércio eletrônico

Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que a população acima dos 50 anos do País movimenta quase 2 trilhões de reais por ano, chocantes 42% do consumo nacional. E, ainda que o potencial de consumo seja muito expressivo, é muito mais comum ver ações de marketing voltadas ao público mais jovem.

A questão em tudo isso é: ainda que os Millennials e a Geração Z tenham bastante preferência para o e-commerce, o que falta para tornar esse canal ainda mais vantajoso e propício para a geração prateada? A resposta é, na verdade, muito simples: falta uma comunicação e ações publicitárias com um enfoque nesse público.

A boa notícia é que, em contraproposta ao movimento do mercado — que foca muito nos jovens —, há empresas, novos empreendimentos, influenciadores e até mesmo cursos que já buscam um atendimento melhor da geração prateada. Para se ter ideia, um levantamento do Sebrae mostra que pelo menos 49% dos empreendedores brasileiros possuem mais de 50 anos.

A própria Fundação Getúlio Vargas (FGV) lançou, no ano passado, um curso totalmente voltado para o mercado de longevidade e empresas como Hype 50+ já trabalham com a inclusão desse público no mercado, seja em força de trabalho ou mesmo em ações voltadas para enxergá-los como consumidores em seu pleno potencial.

Dito tudo isso, fica clara que só resta uma única dúvida, responsável por uma grande transformação na receita de qualquer companhia: a sua empresa atende bem a geração prateada ou ainda segue presa em uma ideia “jovemcêntrica”?

Comércio eletrônico registra maior crescimento na América Latina em comparação a outras regiões do mundo

Em 2021, o e-commerce teve um impacto muito mais significativo na América Latina durante a pandemia do que em outras regiões do mundo, é o que revela um estudo elaborado pela Enext, em parceria com a Wunderman Thompson. Foram entrevistadas mais de 28 mil pessoas em todo o mundo.

O estudo avaliou que 81% dos consumidores na América Latina consideraram o varejo online um fator essencial para o seu dia a dia durante a pandemia, enquanto 72% usuários revelaram o mesmo no restante do mundo.

“Mesmo com um mercado, talvez, menos maduro que em outras regiões, o isolamento social atraiu novos consumidores para o comércio online. Isso provocou um crescimento exponencial na demanda desses canais”, explica Gabriel Lima, CEO da Enext.

Para esse avanço ganhar destaque, o atendimento e os preços foram pilares fundamentais na decisão de compra dos consumidores latino-americanos. Especificamente, no Brasil, 73% dos entrevistados consideram a conveniência e agilidade da entrega como fatores tão relevantes quanto o preço. “Ou seja, para o brasileiro, quanto mais rápido o prazo de entrega, mais a decisão de compra se torna atrativa”, analisa Lima.

Com base no comportamento desse setor, é possível afirmar ainda que os marketplaces, em especial, foram fundamentais para trazer um novo hábito de compra aos consumidores. Esses canais se transformaram em grandes centralizadores de atração de público, com destaque para o Mercado Livre.

“O motivo está baseado principalmente em três fatores: a facilidade de encontrar produtos, agilidade de entrega e bons preços. Essas estratégias conquistam os consumidores e reforça o potencial de crescimento sustentável desses canais. O estudo mostra também que a saturação desses players está longe de ocorrer, reforçando o potencial de crescimento sustentável dos marketplaces. Isso se deve a ampla variedade de oferta e o amadurecimento dos programas de fidelidade”, comenta Lima.

Logística na América Latina

O CEO da Enext expõe ainda que as marcas precisam entender a necessidade de investimento em distribuição, se atentando às operações DTC (direct-to-consumer), uma vez que os consumidores estão dando atenção especial para o preço praticado e a velocidade na entrega.

“O consumidor latino-americano já tem esses parâmetros na decisão de compra e claramente esses serão os diferenciais competitivos no varejo online. É notório que os marketplaces subiram a barra de experiência, reduzindo o prazo de entrega. A partir de agora, os consumidores não esperam nada, além disso em sua experiência de compra, independente do canal online”, alerta Lima.

Lima ressalta que os Delivery Apps (Rappi, iFood, Uber Eats etc.) também tiveram destaque na região. O estudo apontou que a evolução foi bastante expressiva e atualmente eles se tornaram ferramentas de compras frequentes para 1/3 de seus consumidores que fazem pedidos semanalmente. Entre eles, 42% usam para adquirir alimentos e 12% em farmácia e saúde.

Por fim, a pesquisa aponta que os consumidores na América Latina são os mais predispostos a adquirir produtos de qualquer categoria online, com destaque para alimentos e bebidas. Nessa categoria, esses itens têm uma taxa de rejeição global de 20%, já na América Latina o índice é de apenas 10%. “Em resumo, o consumidor latino-americano incluiu em seu hábito a compra online. Esse panorama auxilia o comércio eletrônico a operar com boas estratégias independentes da categoria de produtos que vendem”, conclui Lima.

Faturamento do varejo on-line cresce quase 20% no Sudeste, em agosto

A região Sudeste do país teve um aumento de 19,41% no faturamento do e-commerce, em agosto de 2021, ante o mesmo mês do ano passado. Considerando o mesmo período, as vendas praticadas pela internet registraram alta de 8,16%. Os dados são do índice MCC-ENET, levantamento desenvolvido pela Neotrust | Movimento Compre & Confie Comitê em parceria com o Comitê de Métricas da Câmara Brasileira da Economia Digital (camara-e.net).

Considerando o mesmo período de faturamento, o Sudeste ficou em terceiro lugar comparando com as demais regiões. Os dois melhores resultados foram: Sul (25,3%) e Centro-Oeste (23,96%). Já Nordeste (17,22%) e Norte (14,97%) foram as duas últimas colocadas.

“Em 2020, tivemos um longo período de confinamento com comércios físicos fechados, alavancando as vendas pelo comércio eletrônico. Crescer de forma expressiva sobre esta base de referência, agora com o comércio físico quase em operação de normalidade é um sinal de que as vendas remotas chegaram a um novo patamar na preferência do consumidor brasileiro”, afirma Gastão Mattos, responsável pela Divisão de Varejo Online da camara-e.net.

Vendas on-line no Sudeste

Na composição de vendas on-line, por região, usando a comparação entre agosto e julho, o Sudeste ficou em penúltimo lugar (1,72%) na frente do Nordeste (?2,68%). As demais regiões configuraram da seguinte forma: Norte (5,46%); Sul (3,73%); e Centro-Oeste (1,75%).

No acumulado do ano, por região, a configuração ficou da seguinte forma: Centro-Oeste (35,42%); Nordeste (31,58%); Norte (29,85%); Sul (22,67%) e Sudeste (11,18%).

Faturamento do Sudeste

Ao observar a métrica de faturamento do setor, agosto e julho, novamente o Sudeste ficou em quarto lugar na comparação regional, com variação positiva de (3,15%), na frente do Nordeste (?1,65%). As demais regiões tiveram o seguinte desempenho: Norte (7,10%); Sul (4,42%); e Centro-Oeste (4,16%).

No acumulado do ano, os dados foram: Centro-Oeste (40,80%); Nordeste (38,51%); Sul (34,46%); Norte (31,27%); e Sudeste (20,75%).

Metodologia do MCC-ENET

Os índices mensais vêm da comparação dos dados do último mês vigente em relação ao período base (média de 2017). Para compor o índice, o Compre & Confie coleta 100% de todas as vendas reais de grande parte do mercado de e-commerce brasileiro, utilizando adicionalmente processos estatísticos para composição das informações do mercado total do comércio eletrônico brasileiro. Também são utilizadas informações dos indicadores econômicos nacionais do IBGE, IPEA e FGV.

O MCC-ENET traz uma visão completa a respeito do e-commerce no país a partir da análise das seguintes variáveis: percentual nacional e regional de vendas on-line, faturamento do setor e tíquete médio. Outras métricas analisadas mensalmente são participação mensal do e-commerce no comércio varejista e crescimento do setor no varejo restrito e ampliado, além da distribuição das vendas por categoria. Por último, a penetração de internautas que realizaram ao menos uma compra trimestralmente pela internet também está contemplada no índice.

Não estão contabilizados no MCC-ENET dados dos sites MercadoLivre, OLX e Webmotors, além do setor de viagens e turismo, anúncios e aplicativos de transportes e alimentação, pois ainda não são monitorados pelo Compre & Confie.