Classes D e E seguram índices de consumo dentro do lar

O consumo em valor de bens de consumo massivo (FMCG) dentro do lar caiu 3,8% no terceiro trimestre de 2020 em comparação aos meses de abril, maio e junho, quando a vida ainda estava concentrada em casa, mas ainda assim registrou 12% de crescimento se comparado ao mesmo período do ano passado. É o que aponta o mais recente levantamento Consumer Insights da Kantar, líder global em dados, insights e consultoria.

Grande parte desse impulso deve-se ao auxílio emergencial concentrado na base da pirâmide social, visto que 72% da classe DE e 61% da classe C declaram ter recebido o valor. De acordo com o levantamento da Kantar, esse dinheiro foi destinado para três despesas principais: compras de alimentos e bebidas (63%), pagamento de serviços básicos (47%) e abastecimento de produtos de limpeza (38%).

Já fora do lar, a flexibilização nas restrições do confinamento gerou uma estabilização na tendência de queda do consumo (+0,2%) entre julho e setembro no Brasil, porém o cenário para o consumo out of home ainda é negativo se comparado ao ano anterior (-17%).

A volta de consumidores para as ruas e o desembolso de valores maiores a cada ocasião de compra são os dois fatores que ajudaram nessa estabilização. Os adultos entre 30 e 39 anos das classes A/B e C são os responsáveis por puxar essa contribuição em valor e, no geral, têm gastado até 7% mais nas refeições principais fora de casa, especialmente aos finais de semana.
No curto prazo, os gastos com bufês e cardápio aumentaram 35%, e com sanduíche e hambúrguer 27%. No entanto, os com snacks industrializados, como salgadinhos, balas e chocolates, caíram 19%.
Com a possibilidade de voltar a fazer refeições fora de casa entre julho e setembro, bares, restaurantes, lanchonetes e padarias viram os valores gastos crescerem em 59%, 11% e 36%, respectivamente, nesses meses.

A flexibilização do isolamento, juntamente com o impacto nos preços, influenciou na escolha de quais produtos o brasileiro levou para casa entre julho e setembro.

Nesse cenário, alguns alimentos se destacaram ao aumentar sua penetração, ou seja, conquistar novos lares compradores, como é o caso do pão industrializado (+11,8 p.p.), creme de leite (+8,7 p.p.) e linguiças (+8,3 p.p.). Ao mesmo tempo, alguns produtos perderam relevância, como bolo pronto (-4 p.p.), caldos (-3,8 p.p.) e salgadinhos (-2,8 p.p.). Em relação às bebidas, o consumo de embalagens maiores e retornáveis cresceu, enquanto as embalagens menores tiveram resultado contrário.

A cesta de limpeza cresceu 4% em unidades neste último trimestre, com destaque também para as embalagens maiores e econômicas, principalmente das categorias de água sanitária, desinfetante e cloro. Já a cesta de higiene e beleza cai 3,7% em unidades no curto prazo, mas categorias como cremes para pele, deo colônia, tintura para cabelo e maquiagens voltam a ganhar compradores com o retorno gradual das rotinas fora do lar.

Para o futuro, 81% dos consumidores se declaram muito preocupados com o cenário de COVID-19 e as principais citações são: 24% com a saúde das pessoas de modo geral, 16% com a falta de hospital para todos e 13% com a saúde dos filhos e crianças da família. Apenas 4% colocam economia entre as principais preocupações, mas 53% acreditam que o país estará em situação econômica pior em 2021.

Entenda como a tecnologia 5G pode mudar a vida na sociedade

O que é e como funciona o 5G? Qual é a diferença para o 4G ou o 3G? Vídeo mostra quais são as previsões para a nova tecnologia e as mudanças na sociedade.

Imagina você baixar um filme em alta definição em apenas um minuto. Ou fazer uma reunião por chamada de vídeo sem falhas na conexão, sem travar a imagem ou o som. A ideia é bem interessante. É mais ou menos isso o que promete a famosa rede 5G. A nova tecnologia é a aposta das empresas desse setor e teve um empurrãozinho durante as necessidades da vida na pandemia. Tem gente afirmando até que o futuro chegou mais rápido do que o esperado.

Mas você sabe realmente o que é o 5G? Como ele funciona? Qual é a diferença para o 4 ou o 3G? Ou então você fazia ideia de que essa tecnologia é motivo de conflitos entre duas grandes nações mundiais? No Examinando de hoje além de te explicar tudo isso, vamos te mostrar como o 5G vai mudar a sua vida.

Você já teve a impressão de estar sendo espionado pelo seu celular? Você falou no telefone ou mandou uma mensagem sobre algum produto, ou mesmo só conversou pessoalmente com alguém e de repente suas redes sociais e seu navegador foram bombardeados com anúncios sobre isso. Geralmente há um responsável por essa situação: os dados. O monte de informações que a gente deposita na internet todos os dias. Eles parecem inofensivos, mas são o principal material da internet do futuro, a tal da rede 5G.

O 5G nada mais é do que a próxima geração de rede de internet móvel. Para a gente entender, vamos voltar um pouco no tempo. O 2G permitiu o envio de SMS e de e-mails sem precisar de um computador. Com o 3G, foi possível pela primeira vez enviar fotos e vídeos para outros aparelhos. Já o 4G aumentou bastante a velocidade, permitindo baixar conteúdo, fazer transmissões on-line, além de atividades como ouvir música, assistir séries.

A promessa revolucionária do 5G é a velocidade. A tecnologia pode ser até 20 vezes mais rápida do que as redes atuais, além de ter uma cobertura mais ampla e conexões mais estáveis. Tudo o que todo mundo quer. Mas como isso funciona? Imagina uma grande avenida, com várias pistas, mas algumas estão bloqueadas. As pistas já ocupadas seriam as redes que já existem, e as pistas bloqueadas seriam o 5G. A comparação não é tão fora assim porque essas pistas representam as ondas eletromagnéticas, ou ondas de rádio, que é por onde o sinal de internet passa da antena da operadora até o seu celular.

As vantagens da tecnologia 5G em comparação à 4G são duas: maior velocidade e capacidade para conectar mais dispositivos. De uma forma simples, funciona assim, as ondas do 5G são mais largas do que as do 4G, mas são mais curtas. Então ela suporta mais dispositivos conectados ao mesmo tempo, mas não alcançam grandes distâncias.

E por que o 5G vai ser essencial daqui uns tempos e também vai mudar a sua vida? Dá para a gente entender isso olhando para o momento de crise como o atual, e considerando que daqui para a frente a vida vai ser cada vez mais digital. Hoje as reuniões são on-line, as compras são feitas pela internet, pedidos, serviços, exercícios físicos e até encontros entre amigos.

Usando 5G é possível transmitir volumes massivos de dados pelo celular. As empresas de todos os setores terão mais conhecimento dos hábitos dos clientes, poderão atender o consumidor de maneira mais rápida e personalizada. Ou seja, você vai ser ainda mais bombardeado por anúncios sobre exatamente o que você quer comprar.

O ensino à distância também vai se enriquecer muito e a telemedicina será mais acessível. E isso é só parte da mudança, a parte que nós podemos ver. Da mesma maneira que surgiram Uber, Waze, WhatsApp e Spotify quando o 3G e o 4G foram desenvolvidos, novos aplicativos vão surgir para aproveitar totalmente essa tecnologia.

O 5G ainda é um ponto chave em uma guerra tecnológica entre os Estados Unidos e a China. Uma empresa chinesa de tecnologia, a Huawei, tem investido muito no desenvolvimento de um chip com a tecnologia 5G e por isso ela saiu na frente das empresas de outros países. Nesse contexto, os Estados Unidos acusaram a Huawei de fazer espionagem industrial e de roubar tecnologias de outras nações. Já os chineses negam tudo.

Como uma forma de retardar o avanço da chinesa no desenvolvimento do 5G, os americanos proibiram que empresas dos Estados Unidos fizessem qualquer comércio com a rival. Mas qual o problema disso? É simples, a Huawei introduziu a tecnologia 5G nos chips, mas a base de construção de um chip se mantém a mesma, e precisa de peças produzidas por empresas americanas. Essa guerra tecnológica entre os dois países também é uma pequena parte da chamada guerra comercial.

E como o 5G está no Brasil? Por aqui, a maior questão é a regularização. A tecnologia nós vamos comprar dessas empresas que estão desenvolvendo lá fora, mas e as regras de uso? O primeiro passo é fazer um leilão das frequências pelas quais são distribuídas a internet. Lembra do exemplo das pistas bloqueadas? Então, esse leilão é para vender, para quem oferecer mais dinheiro, essas pistas bloqueadas. Essa operação pode render de 20 a 25 bilhões de reais ao governo federal. O setor espera que aconteça até o final deste ano, mas a falta de acordo sobre as condições do leilão pode atrasar a transação.

Mas no fim, o que todo mundo quer saber é: vou ter que trocar meu celular para ter o 5G? Provavelmente sim. As empresas precisarão fazer novos aparelhos que suportem essa tecnologia. A rede 5G é uma das grandes evoluções tecnológicas do século 21. Ela vai possibilitar a geração de novos modelos de negócio e vai mudar totalmente a relação com a vida em sociedade.

Mas a parte disso tudo, não podemos esquecer que a internet está longe de chegar a todas as pessoas. Aqui no Brasil, uma em cada quatro pessoas não tem acesso à internet, o que ficou mais difícil durante a pandemia. Crianças de áreas remotas têm dificuldades para acessar aulas e conteúdos de ensino, assim como funcionários não conseguem um acesso à rede suficiente para trabalhar. O que mostra que além das grandes invenções de novas tecnologias, o acesso e a distribuição igualitária da internet na sociedade também é um grande desafio a ser solucionado pelas empresas.

Amazon assume posto de maior anunciante do mundo

Gigante do varejo digital pulou da quinta para a primeira posição no ranking do AdAge, que lista os maiores investimentos em publicidade.

Na última segunda-feira, 07, o Advertising Age publicou sua lista anual que aponta os maiores anunciantes em volume de investimentos em mídia. O levantamento indicou que, antes de o mundo ser assolado pela pandemia da Covid-19, os investimentos em publicidade dos 100 maiores anunciantes registraram um crescimento de 0,9% chegando a um recorde de US$ 300 bilhões, em 2019.

O destaque da lista ficou com a Amazon que assumiu a posição de maior anunciante do mundo, segundo o AdAge. A gigante digital registrou um aumento de 34% no investimento em publicidade e promoção, em 2019, chegando a US$ 11 bilhões. Ao mesmo tempo, as vendas líquidas da companhia subiram 20%.

Com isso, a empresa saltou da quinta para a primeira posição do ranking em um ano. A Amazon assumiu o lugar da Procter & Gamble, que investiu cerca de US$ 10,7 bilhões em publicidade e outros custos de marketing no ano fiscal encerrado em junho de 2020, de acordo com o AdAge Datacenter.

Desde que o Advertising Age começou a classificação global entre os anunciantes, essa é apenas a segunda vez que a P&G não alcança o topo da lista. O mesmo aconteceu em 2017, quando a companhia foi batida pela Samsung Electronics e ficou na segunda colocação – naquele ano, a sul-coreana aumentou seus investimentos em mídia para fazer frente à crise envolvendo problemas no Note 7. Neste ano, atrás de Amazon e P&G, apareceram a L’Oréal (US$ 10,3 bilhões), Samsung ( US$ 9,7 bilhões), Unilever (US$ 8,1 bilhões) e Comcast (US$ 7,6 bilhões). A lista completa está disponível no site do AdAge.

Nos últimos 25 anos, a Amazon injetou US$ 47 bilhões em publicidade para gerar US$ 1,3 trilhão em vendas líquidas. Além do ranking dos maiores anunciantes, o portal norte-americano também destacou as marcas com melhor desempenho ao longo do ano. Diferente do primeiro ranking, que avalia os investimentos, essa lista leva em consideração ações inovadoras e o pensamento estratégico das marcas.

Nesse quesito, para o AdAge, o grande campeão do ano foi a rede social de vídeos TikTok. Segundo o portal, a plataforma emergiu como uma grande força na cultura pop e se tornou parada obrigatória para as marcas que querem se comunicar com o público jovem. Também nesta lista aparecem marcas como McDonalds, o aplicativo de meditação Calm, Lego, Adobe e a marca de maquiagens E.L.F.

 

Estudo do Mercado Livre mostra consumidor mais conectado e decidido

Os consumidores de hoje estão mais conectados, mais interessados e mais decididos. É o que aponta um estudo elaborado pelo Mercado Ads, unidade de negócio do Mercado Livre dedicada à publicidade, sobre o comportamento dos atuais Compradores Digitais.

O relatório aponta o quê, quando e onde esses consumidores realizam compras no cenário digital. Os dados mostram que 17% navegam mais tempo na plataforma. A quantidade de buscas cresceu 39% e as ordens de compra, 29%.

“O relatório consolida a mudança de mindset que sentimos neste ano. Podemos dizer que o mundo digital está em plena expansão. Somente em setembro, tivemos 290 mil pedidos da seção de alimentos e mais de 322 mil compras de itens de maquiagem. Esses são apenas alguns exemplos da grande gama de vendas que estão revolucionando o e-commerce em 2020″, diz Fernando Yunes, Senior VP e Líder do Mercado Livre no Brasil.

Atualmente, 76% das compras são realizadas pelo celular. “É cada vez mais comum vermos concretizações de negócios via smartphone. Não é à toa que o aplicativo do Mercado Livre é encontrado em um a cada três celulares no Brasil”, complementa Yunes.

Terça é melhor dia de vendas

O dia da semana com maior quantidade de vendas – também revelado no estudo – é a terça-feira. Entre 11h e 14h, existe um pico de maior volume de compras. O meio de pagamento mais utilizado é o cartão de crédito, seguido do boleto bancário e pelo dinheiro em conta do Mercado Pago.

Dentre os produtos mais escolhidos por esses novos compradores digitais, o recorte exclusivo mostra que, em setembro de 2020, foram registrados 757 mil clientes realizando compras de ferramentas. Em seguida, apareceram 648 mil consumidores interessados em jogos e brinquedos. Finalizando o ranking, 364 mil compradores de calçados.

O relatório também traçou um perfil desses atuais consumidores, dividindo-os em categorias. Entre elas, está a dos “frequentes”, aqueles usuários que compram uma quantidade maior de itens. São conhecidos por adquirirem produtos para os cabelos (duas, três vezes mais do que um usuário comum) e fraldas (compram 50% mais que um consumidor médio).

O estudo destaca, ainda, os “especialistas em ofertas”. Eles normalmente aguardam datas especiais para aproveitar os descontos. Seus artigos preferidos são: tênis e celulares e smartphones. Os “premiums” são aqueles que compram itens com um alto ticket médio, com notebooks, caixas acústicas, bicicletas e bebidas alcoólicas.

Outro perfil apontado é o de “exploradores”, que são aqueles que pesquisam intensamente antes de concretizar uma compra. Para adquirirem televisores, por exemplo, visitam páginas 60% mais do que um usuário médio e o tempo de navegação é cerca de 30% maior que o habitual. E existem os “consumidores leais”, que acumulam um volume maior de compras no Mercado Livre.

19 compras por segundo

De acordo com o Mercado Livre, são realizadas 19 compras por segundo em sua plataforma. Seu crescimento, de janeiro a setembro de 2020, foi de 51% em relação ao mesmo período no ano passado. Somente no terceiro trimestre, o avanço foi de 74%.

Os dados mostram como este ano está revolucionando o e-commerce que, cada vez mais, mostra seu potencial, relevância e importância e é um espaço indispensável para as marcas que desejam alavancar seus negócios.

Entre janeiro e setembro de 2020, o Mercado Livre registrou um total de 8,4 milhões de novos compradores, um crescimento de 48% na comparação com 2019.

Confira o estudo completo em: Compradores digitais.

Saiba como está o tíquete médio em cada formato de loja

Valores gastos a cada visita variam entre R$ 57,90 e R$ 178.

Desde o início da pandemia, o brasileiro reduziu frequência de compra e elevou o gasto médio a cada compra. Esse fenômeno se mantém, de acordo com levantamento da Nielsen.

O maior tíquete médio do setor está nas lojas do formato atacarejo: R$ 178 no terceiro trimestre, o mais alto valor deste ano, bem acima dos R$ 143,90 registrados nos primeiros meses de 2020.

O segundo lugar em gasto médio a cada compra é dos hipermercados: R$ 108,50 de média no período entre julho e setembro, valor um pouco menor do que os R$ 111,60 observados por compra no trimestre anterior, porém bem acima dos R$ 90,90 de média entre janeiro e março.

Nos supermercados grandes, o tíquete médio a cada visita oscilou de R$ 81,90 no segundo trimestre para R$ 80,30 nos três meses posteriores. Ambas as médias superam, de longe, os R$ 63,10 referentes ao gasto médio que era observado no início de 2020.

Já nos supermercados pequenos (proximidade) o brasileiro gasta uma média de R$ 57,90 a cada compra, de acordo com a medição mais recente. Esse valor cresce consecutivamente desde o início do ano, quando estava em R$ 42,50. Segundo a Nielsen, este é o único formato do varejo alimentar sem redução na frequência de visitas do shopper desde os três primeiros meses do ano.

 

Marketplace é fundamental para atacado e varejo

O consultor Eduardo Terra participou do Momento Gestão do Encontro de Valor ABAD, abordando o tema marketplace. Segundo ele, que é coordenador do Comitê Marketplace ABAD, o objetivo é que a entidade seja protagonista e possa oferecer a digitalização para as empresas atacadistas e distribuidoras que ainda não têm uma solução de e-commerce; e para aqueles que já têm e-commerce, propiciar um ambiente saudável de fazer negócios conectando indústria, atacado e pequeno e médio varejo. “Acredito que o comitê terá grandes novidades já no primeiro semestre de 2021, e que este projeto será absolutamente relevante para o setor”, afirmou.

Em sua apresentação, Eduardo Terra destacou que em 2020, em decorrência da pandemia, o Brasil e o mundo avançaram muitos anos em poucos meses em termos de digitalização. “Só no primeiro semestre deste ano, 7 milhões de brasileiros fizeram compras pela internet pela primeira vez. Isso é duas vezes a população do Uruguai. ”

Terra lembra que a digitalização começa no cidadão, que vira consumidor e pressiona o comércio. “Tudo começa com a revolução do smartphone, um aparelho que mudou a sociedade, a produtividade e mudou o jeito de fazer negócios. No Brasil, já temos mais de 230 milhões de smartphones, ou seja, há mais aparelhos do que habitantes! ”

“Além disso”, prossegue o consultor, “80% dos lares já tem acesso à internet, ainda que não de qualidade. O país tem mais de 120 milhões de usuários de Whatsapp. Nos próximos 18 meses, a implementação do 5G vai acelerar ainda mais essa digitalização. ”

Mas Terra alerta que não podemos confundir digitalização com e-commerce. “A digitalização afeta não só o canal da compra, mas afeta a jornada em si, ou seja, todo o processo que começa a levar à tomada decisão da compra de um produto, seja no B2B ou no B2C. E o impacto da digitalização na jornada é muito maior do que o impacto na compra em si. Só 6% das compras são finalizadas em meio digital, mas os outros 94% certamente sofrem o impacto da tecnologia, por meio do uso de mecanismos de busca e redes sociais para pesquisar preços e informações sobre os produtos. ”

Pesquisa recente do Sebrae mostra que 67% dos pequenos negócios estão vendendo por meio de plataformas digitais. Dados publicados pelo Valor Econômico mostram que neste ano o e-commerce cresceu mais do que o varejo físico, e o marketplace cresceu mais do que o e-commerce. Já pesquisa realizada pela Nielsen mostra quanto do e-commerce no Brasil passa por um Marketplace. No segundo semestre do ano passado, eram 56%; e houve um salto para 78% no primeiro semestre deste ano.

Comparando-se a evolução nos países: na China, mais de um terço das vendas são feitas pela internet; no Reino Unido, 22%; na Coreia do Sul, 22%, nos EUA, 16%. A partir da pandemia, é de se esperar que esse volume de e-commerce cresça ainda mais.

 

Clickspace é adquirida pelo Olist

Maior aceleradora independente do país, a WOW informa que a startup Clickspace, especializada em soluções para marketplaces e comércio via redes sociais, uma de suas aceleradas, foi adquirida pelo Olist, plataforma que ajuda pequenos negócios a comercializarem pela internet, ligada ao fundo japonês SoftBank.

A venda ocorre após o processo de aceleração da WOW, que apoiou a startup no desenvolvimento de novos produtos, refinamento de processos e ampliação de seu relacionamento no mercado. Desde a sua fundação em 2013, a WOW já realizou 17 rodadas de aceleração, com 92 startups selecionadas de diversos setores e modelos de negócio.

“Foi um período muito importante para nossa profissionalização. As capacitações da WOW nos deram um crescimento relevante”, afirma Luís Victor Quintas, fundador e CEO da Clickspace. “Estamos unindo forças com uma empresa que admiro muito. Temos muita sinergia com o Olist e agora vamos juntos expandir e desenvolver os produtos da Clickspace”, completa Quintas, que se juntará à equipe do Olist junto com o time de desenvolvedores.

A Clickspace oferece soluções SaaS que vão de gerenciamento de sellers e gestão de repasses a controle de catálogo e integração com ERP, além de suporte para logística personalizada e painéis personalizados, e está conectada com as principais plataformas de e-commerce do mercado, como VTEX, Oracle Cloud Commerce, Magento e Shopify.

“Como têm soluções complementares, a Clickspace e o Olist ganham musculatura para se expandirem e desenvolverem novos produtos. A saída da Clickspace acontece em um bom momento do comércio eletrônico brasileiro e, em especial, dos marketplaces”, comenta André Ghignatti, CEO da WOW Aceleradora.

De acordo com a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm), 45% dos R$ 117 bilhões que o e-commerce brasileiro deve faturar em 2020 virão dos marketplaces, enquanto há três anos a parcela foi de 24%.

“Participamos da criação da Clickspace e pudemos acompanhar todo o trabalho do Luís, que é um visionário. Naquela época, o termo marketplace era bem pouco conhecido e ele já falava com muita propriedade sobre isso”, diz Natan Sztamfater, fundador da Aimorés Investimentos, fundo que também aportou recursos na Clickspace.

Impulsionado por Black Friday, e-commerce brasileiro tem melhor novembro em 7 anos

As vendas do e-commerce no Brasil cresceram 38% no mês passado na comparação com 2019, e atingiram R$ 12,4 bilhões. É a maior expansão para novembro desde 2013, informou na última quinta-feira (3) a Ebit|Nielsen. Praticamente a metade deste faturamento foi alcançado nos cinco dias de promoções da Black Friday. Entre 26 e 30 de novembro, o comércio eletrônico vendeu R$ 6 bilhões, alta de 26,4%, o maior crescimento desde 2014.

“Os principais fatores que contribuíram para o resultado foram: a maior bancarização dos brasileiros, pela necessidade do auxílio emergencial, a retomada da economia, ainda que abaixo da expectativa, e ao fato de as empresas terem explorado bem os descontos e as atratividades do ambiente on-line”, afirmou a líder de Ebit|Nielsen, Julia Avila.

Em novembro, foram gerados 24,1 milhões de pedidos, incremento de 25,3% sobre 2019. Desse total, o estado de São Paulo foi responsável por 40,9%; seguido por Rio de Janeiro, com uma fatia de 12,4%; Minas Gerais, com 9,6% dos pedidos; e Paraná, com 6,3%.

A Ebit|Nielsen também fez uma lista com os produtos que mais se destacaram nas vendas no mês. Produtos de moda feminina lideraram as vendas nas três principais praças. Em São Paulo, essa categoria representou 7% das encomendas; no RJ, 6,7%; e MG, 6,6%.

Nos dias das promoções da Black Friday, os segmentos que mais se destacaram nas vendas foram justamente os relacionados a criação de ambientes mais confortáveis, funcionais e adaptados à vida na pandemia, segundo a Ebit|Nielsen.

Categorias na Black Friday

Durante a pandemia, o consumidor se preocupou em criar ambientes mais confortáveis, funcionais e adaptados à vida neste período, segundo o levantamento.

Em volume de pedidos, o segmento Casa e Decoração ficou em primeiro no ranking entre quinta e segunda, seguido por Moda e Acessórios, Eletrodomésticos, Perfumaria e Cosmético, e Telefonia/Celulares.

O ranking por faturamento, também nos cinco dias, foi liderado por Eletrodomésticos. Aparecem na sequência Telefonia/Celulares, Eletrônicos, Casa e Decoração e Informática.

“A procura do consumidor mostrou a tendência que já havíamos mapeado de transformar e adaptar suas residências para comportar os novos hábitos impostos pela pandemia, home office, ensino à distância e mais entretenimento”, reforçou a líder da empresa.

Amazon perde participação nos EUA, mas fim de ano deve marcar retomada

Líder do e-commerce em taxas de conversão e criadora de seguidores leais com mais de 120 milhões de membros Prime nos Estados Unidos, a Amazon conquistou mais de 40% do comércio eletrônico no país em 2019. Mas, neste incomum ano de 2020, a gigante luta para acompanhar o crescimento explosivo do varejo on-line – que beneficiou, também, suas concorrentes.

Quando milhares de lojas fecharam por causa da pandemia, no início do ano, os consumidores migraram para o e-commerce e as vendas da Amazon no primeiro e no segundo trimestre dispararam. A empresa registrou vendas líquidas globais de US$ 89 bilhões no segundo trimestre, superando o pico dos feriados de 2019, com seu valor bruto de mercadoria no varejo (GMV) crescendo aproximadamente 47%.

Mas, embora o crescimento da Amazon tenha sido impressionante, outros varejistas aumentaram seus negócios on-line ainda mais rapidamente. De acordo com análise da consultoria Bain & Company, a gigante perdeu cerca de 2,5 pontos de participação on-line durante o segundo trimestre.

Por que a Amazon perdeu mercado?

Vários são os motivos que explicam essa perda de mercado. O pico da demanda da pandemia pressionou a rede de logística da Amazon e a velocidade de envio diminuiu dois dias, em média, de março a maio, segundo estudo da Bain com a Rakuten. Até agosto, o prazo não havia voltado à media pré-pandemia. Embora os prazos de entrega ainda sejam melhores do que os dos concorrentes, a Amazon decepcionou os clientes que esperavam (e pagaram por) “velocidade máxima”.

Esses atrasos no envio tiveram um impacto duradouro. Em 74 mil postagens de mídia social relacionadas à velocidade de envio da Amazon, o sentimento negativo cresceu de março a maio, quando as postagens negativas chegaram a 49% do total de menções. Apesar dos melhores tempos de envio no verão e no outono, as frustrações dos clientes não diminuíram. Em outubro, 36% das postagens foram negativas, em comparação com a média de 15% em todo o ano de 2019.

Disponibilidade de produtos foi outro quesito em que a Amazon deixou a desejar. De acordo com pesquisa realizada em parceria com a Edge by Ascential, as taxas de falta de estoque permanecem bem acima das médias de 2019 na maioria das categorias, exceto vestuário – um setor cuja demanda caiu muito durante a pandemia.

A vantagem histórica da Amazon em preços também diminuiu. A pesquisa da Bain com a DataWeave mostra que, em outubro e novembro de 2019, a Amazon igualou ou superou os preços dos concorrentes 81% do tempo nas categorias avaliadas. Em novembro de 2020, essa taxa caiu para 74%.

O desempenho dos preços da empresa de Jeff Bezos é pior em categorias como produtos domésticos, que dependem mais fortemente das vendas de terceiros. Enquanto a Amazon se esforçava para remover os vendedores que praticavam preços abusivos em produtos essenciais nos primeiros meses da pandemia, as vantagens de preço caíram mesmo em categorias não essenciais.

Consumidores estão dispostos a gastar

A análise da Bain & Company, no entanto, aponta que a empresa deve retomar sua participação no mercado neste fim de ano. Primeiro, porque o varejo todo, em si, tem mostrado bom desempenho. Embora os rumores de um temido “apocalipse” continuem circulando, a realidade tem sido outra. As vendas totais no varejo dos EUA cresceram 12% em setembro e 11% em outubro, comparado com índices de 2019.

Os compradores estão preparados para continuar gastando: o sentimento do consumidor atingiu seus níveis mais altos desde março e a renda disponível aumentou em setembro em comparação com o ano passado. A intenção do consumidor de gastar também está crescendo, e apenas ligeiramente abaixo de 2019, de acordo com o Consumer Health Index (CHI) da Bain.

As prateleiras dos varejistas estão se enchendo para atender à demanda. Os volumes portuários – um indicador importante para os níveis de estoque – atingiram recordes históricos em setembro, com um aumento de 12,5% ano a ano, e em outubro, com um aumento estimado de 6,5% ano a ano, compensando a falta de oferta no início de 2020.

Aumento de clientes Prime

O desempenho do terceiro trimestre da Amazon sugere que ela está fazendo um rápido progresso para recuperar a participação. A empresa quebrou recordes mais uma vez, atingindo vendas líquidas trimestrais globais de todos os tempos de U$$ 96 bilhões, incluindo mais de U$$ 47 bilhões de seus negócios de varejo primários e terceirizados.

Mesmo com a mudança do Prime Day do terceiro para o quarto trimestre, o GMV de varejo da Amazon nos Estados Unidos cresceu 44% em relação ao terceiro trimestre do ano passado. Por meio da análise da Pyxis, a Bain & Company estima que a Amazon tenha atingido aproximadamente US$ 6 bilhões em vendas nos EUA em 13 e 14 de outubro, um aumento de cerca de 50% em comparação com o Prime Day de 2019, em 15 e 16 de julho.

Além disso, a estimativa é de que a Amazon tenha ganhado de 10 a 15 milhões de novos membros Prime – que tradicionalmente gastam o dobro do cliente médio, o que deve dar um impulso para a temporada de compras de fim de ano.

A Amazon também tem expandido sua capacidade de atendimento e entrega para garantir que possa atender às expectativas dos clientes nesta temporada de férias, adicionando mais de 20 novos jatos de carga Boeing e 2.200 caminhões de entrega, reduzindo ainda mais a dependência de outras transportadoras, que estão antecipando atrasos e aumentando as sobretaxas em novembro e dezembro.

Além dos 175 mil trabalhadores que contratou em março e abril para atender à demanda crescente, a Amazon planeja contratar outros 100 mil para as festas de fim de ano.

Loggi lança programa piloto para melhorar entregas em Paraisópolis

Empresa desenvolveu estratégia ao lado do G10 das Favelas para melhorar logística dentro da comunidade na zona sul de São Paulo; encomendas serão entregues na ‘última milha’ por transportadora parceira.

A startup de logística brasileira Loggi anunciou na última quinta-feira, (3), que começou um programa piloto para melhorar suas entregas na comunidade de Paraisópolis, na zona sul da capital paulista. O projeto, iniciado há dois meses, faz parte da plataforma Leve – um sistema em que a empresa se alia a transportadoras parceiras para otimizar o desempenho em uma região. Nos últimos meses, o Leve foi utilizado em cidades do interior e bairros específicos em grandes cidades, com quase 300 parcerias, mas esta é a primeira vez que o programa é levado para uma comunidade.

A adaptação vai muito além da troca de endereços: para rodar o piloto em Paraisópolis, a Loggi também se aliou à organização G10 das Favelas, um grupo de líderes e empreendedores sociais de diversas comunidades periféricas de São Paulo. “Nós entramos com tecnologia e logística, o G10 ajudou a construir o modelo e conectar com a comunidade, enquanto o parceiro vai cuidar da distribuição dos pacotes dentro de Paraisópolis”, explica Thais Santana, gerente de estratégia da Loggi.

Em termos práticos, o parceiro local será responsável por fazer a entrega de “última milha” – jargão do setor de logística para explicar a parte final de uma entrega, normalmente entre um centro de distribuição local e o destino final. “Quem vem de fora não conhece as particularidades que existem dentro da comunidade. Tem lugar que não entra moto ou carro, tem vielas, tem endereços que não existem nos mapas públicos, é algo que só com mapeamento próprio funciona”, diz Daniel Cavaretti, cofundador do G10 das Favelas.

Segundo Thais, da Loggi, o trabalho desenvolvido em Paraisópolis é um ponto de partida para que a empresa consiga fazer programas parecidos em outras comunidades, mas o modelo não está fechado. “Cada local tem suas particularidades. A gente sabe fazer logística há um tempo, mas não dá para acreditar que sabe tudo, então cada local gera uma troca de informações”, diz a executiva, que não tem previsão para início de atividades em outros lugares.

A empresa ainda não revela números sobre a operação, mas percebe um crescimento grande no volume de pedidos para entregas na comunidade. Segundo Cavaretti, cerca de 70 empresas diferentes enviaram pacotes para Paraisópolis nos últimos meses. O foco inicial do piloto está no recebimento de encomendas, mas já há planos para expandir para envios de remessas – o que, na visão do executivo da G10 das Favelas, ajudaria o empreendedorismo local a ir além da região. Para ele, o trabalho desenvolvido em Paraisópolis traz um “ponto de partida avançado” para que o projeto seja adotado em outros locais.