Agentes autônomos de IA na logística

Diferentemente de modelos tradicionais, em que um gestor precisa avaliar manualmente diferentes cenários, os agentes autônomos de IA conseguem reagir e se adaptar a mudanças instantaneamente.

A aplicação de inteligência artificial (IA) na logística vem avançando de forma acelerada, e o próximo passo é o uso de agentes autônomos, capazes de tomar decisões sem intervenção humana. Não se trata apenas de usar algoritmos para analisar dados: esses agentes podem reprogramar rotas, ajustar estoques e até redirecionar cargas diante de imprevistos, mudando completamente a forma como operamos.

No entanto, essa revolução traz desafios importantes. Um dos principais é provar o retorno sobre o investimento (ROI). Embora a promessa de cortar custos e agilizar entregas seja sedutora, a implementação de agentes de IA demanda recursos tecnológicos, integração de sistemas — como WMS, TMS, ERP e plataformas de rastreamento — e treinamento de equipes. Se a estrutura inicial não for bem feita, é fácil cair em projetos caros que não entregam os resultados esperados.

Outro ponto crítico é a orquestração de dados. Para que um agente autônomo funcione, ele precisa de informações vindas de diversas fontes em tempo real: trânsito, previsões do clima, disponibilidade de frota, status de estoque, até indicadores macroeconômicos ou notícias relevantes. Sem um modelo robusto de integração dessas bases, o potencial de análise e ação fica limitado, pois o agente não consegue “enxergar” tudo que precisa para tomar decisões precisas.

Apesar dos obstáculos, a recompensa para quem acertar essa equação pode ser enorme. Diferentemente de modelos tradicionais, em que um gestor precisa avaliar manualmente diferentes cenários, os agentes autônomos de IA conseguem reagir e se adaptar a mudanças instantaneamente. Se um veículo quebrar no meio do trajeto ou se uma fronteira fechar inesperadamente, o sistema pode redirecionar cargas e ativar planos de contingência sem depender de acionamentos manuais. Essa capacidade de resposta rápida eleva o nível de eficiência operacional e reduz drasticamente custos e atrasos.

Quem se adiantar na adoção de agentes autônomos estará mais preparado para lidar com as variáveis sempre presentes na logística. A agilidade gerada pela IA não é apenas uma vantagem competitiva, mas pode se tornar um fator determinante para a sobrevivência em mercados cada vez mais exigentes. Enquanto alguns ainda discutem se vale a pena investir pesado em plataformas inteligentes, outros já estão colhendo resultados tangíveis, fechando a porta para quem demorar a reagir.

Fonte: “Agentes autônomos de IA na logística – ACICAMPINAS

 

As apostas das empresas para melhorar a jornada do cliente

Hiperconveniência, hiperpersonalização, experiências imersivas, sustentabilidade, economia circular e economia do bem-estar são algumas das tendências para criar conexão com o consumidor.

Reter clientes nunca foi uma tarefa fácil, mas as novas tecnologias, se bem utilizadas, podem ser um caminho para melhorar a experiência do consumidor. Nesse contexto, a revolução da inteligência artificial tem tudo para transformar o varejo, implicando em mudanças nas estratégias das marcas e na forma como elas se relacionam com seu público.

Alessandro Milagres, Chief Metaverse Officer da Cidade Matarazzo, explica como a IA e o uso estratégico de dados estão moldando este cenário. “É preciso entender o papel do metaverso nas experiências do cliente. Se você não sabe o que é IA e dados, você tende a levar a sua empresa a não existir mais nos próximos cinco anos. Sabe por quê? Porque o seu concorrente já está fazendo isso ou pelo menos estudando formas de como fazer.”

Para ele, o metaverso não é uma realidade distante, mas uma extensão da forma como as pessoas interagem com os espaços e produtos no dia a dia. “O metaverso está presente em todas as interações digitais que fazemos hoje, e as empresas que souberem integrar essas duas realidades – a física e a digital – de forma eficaz serão as vencedoras no futuro do varejo.”

No entanto, as novas tecnologias, por si só, não são suficientes para manter uma marca viva.

Cecília Rapassi, sócia diretora da Gouvêa Fashion Business, traz uma abordagem analítica sobre como as emoções dos consumidores influenciam suas decisões de compra e como o varejo precisa se adaptar à crescente demanda por novas práticas na chamada nova jornada dos clientes.

Hiperconveniência, hiperpersonalização, experiências imersivas, economia circular e economia do bem-estar são algumas das tendências para criar essa conexão com o consumidor.

HIPERCONVENIÊNCIA

São diversos os fatores que fazem com que a hiperconveniência do varejo esteja em alta. O principal deles é a falta de tempo. Esse conceito cresceu muito por conta da pandemia.

O consumidor não quer mais um e-commerce cheio de produtos aleatórios que não são de seu interesse. Ele quer que o lojista o conheça, saiba dos seus gostos e histórico de compras e entenda suas necessidades para oferecer produtos ou serviços que ele esteja realmente desejando.

“É como se fosse um corredor cheio de itens aleatórios e ele demorasse a encontrar o que precisa. Se você diz para seu cliente onde está o produto que ele quer, ele não desperdiça tempo. É o que chamamos de hiperconveniência”, conta Cecília.

Segundo a diretora, o Amazon Go – um supermercado inteligente que não tem caixas e funciona sem intervenção humana tanto na loja física quanto no site – é um exemplo. Essa tecnologia chegou ao Brasil, em 2022, pelo Grupo Muffato, com a loja sem funcionários Mgo, em Curitiba, no Paraná.

A tecnologia utilizada é chamada de “Just Walk Out” (Apenas saia). No Amazon Go, o cliente entra usando o aplicativo, escolhe os produtos e sai da loja. O sistema identifica quando o cliente retira um produto da prateleira, adiciona o produto ao carrinho virtual, identifica quando o cliente devolve um produto à prateleira e fatura o valor da compra e envia o recibo para o smartphone via cartão de crédito.

HIPERPERSONALIZAÇÃO

As empresas têm investido para conseguir oferecer serviços mais precisos e eficazes de forma a hiperpersonalizá-los. Isso se inicia com o uso de ferramentas digitais capazes de identificar perfis e, a partir daí, exibir conteúdos mais relevantes para cada um dos clientes. Por exemplo, mostrar ofertas de passagens aéreas apenas para os locais que interessam a um consumidor de uma agência de viagens.

Milagres, da Matarazzo, destaca a importância de entender profundamente o cliente e como isso está intimamente ligado à personalização da experiência. Em um ambiente tão competitivo, não basta oferecer produtos e serviços de qualidade. É essencial criar uma conexão emocional com o consumidor, fazendo com que ele se sinta parte da marca por meio de um produto ou serviço.

“Não importa se a sua empresa é a melhor do mundo, a mais legal. Se o empresário não der a experiência para o cliente, por meio de um profundo conhecimento do seu perfil, de nada importa.”

Este conceito, segundo Milagres, é fundamental para que os clientes estejam dispostos a compartilhar seus dados e, assim, se tornarem leais à marca.

“Temos 40 mil clientes na nossa base de dados. Conseguimos rastrear seus hábitos por meio de dados que eles nos fornecem de forma autorizada. Sei o caminho que ele fez no dia em que foi até a Cidade Matarazzo. No caminho, posso personalizar as ofertas para ele e, certamente, ele ficará feliz em não receber mensagens quando não tiver um interesse específico”, conta.

A Cidade Matarazzo tem autorização de boa parte de seus clientes para fazer rastreamento via aplicativo e realiza mapeamento da sua jornada digital com análise das redes sociais. Também faz pesquisas por meio de entrevista com o próprio cliente, cria comunidades criativas e utiliza dispositivos IoT (smartwatches, óculos inteligentes, rastreadores de saúde etc.), que conectam objetos sem fio para coletar, detectar e transferir dados.

Outro ponto importante nesta nova jornada abordado por Milagres foi a transformação do conceito de “Omnichannel” para “Unichannel”, em que o cliente se conecta com a marca por um único canal, mas de forma integrada e personalizada, seja no ambiente digital ou físico. Ele reforça que a experiência do cliente deve ser única e fluida, sem a frustração de ter que repetir informações em múltiplos pontos de contato.

Cecília, da Gouvêa, cita alguns cases para mostrar como a hiperpersonalização tem funcionado na prática. A loja de tênis nova-iorquina Foot Locker tem uma tecnologia que escaneia o pé do cliente, entende como ele pisa no chão ou se tem joanete. A partir desses dados, indica qual calçado disponível na loja é mais indicado para aquele pé.

Já a loja de brinquedos FAO Scharwz possui uma linha de diversos produtos que o cliente pode personalizar, entre opções de carrinhos, jogos, bonecas e outros itens.

No Brasil, a Criamigos, criada em 2016, permite algo parecido, onde a criança dá vida a uma pelúcia, customizando roupas, acessórios, calçados e, inclusive, cria uma mensagem de voz exclusiva do bichinho. Cada produto é único.

EXPERIÊNCIAS IMERSIVAS

Outra estratégia importante para atrair o novo consumidor são as experiências imersivas, que visam envolver o cliente em uma narrativa ou ambiente por meio da tecnologia e dos sentidos. O objetivo é que o cliente se sinta parte da experiência, e não apenas um espectador.

Esse tipo de abordagem tem conquistado cada vez mais as marcas na busca por melhorar a jornada do consumidor. Trata-se de uma combinação entre o uso avançado da tecnologia e o apelo aos nossos cinco sentidos humanos para que o cliente tenha a sensação de estar imerso em um mundo criado especialmente para ele.

Em dezembro do ano passado, a Hering convidou o chef confeiteiro francês Cédric Grolet para uma ação de Natal. Ele preparou panetones especiais e participou de uma master class na pop-up store da Hering em São Paulo.

O Walmart é outro exemplo. Eles criaram o Walmart Land dentro do jogo Roblox e seus 52 milhões de usuários, de olho em uma parcela de consumidores mais jovens e dispostos a estar presentes e gerando experiências dentro da gamificação.

No Roblox, o Walmart tem suas ilhas, nas quais o jogador consegue viver uma experiência imersiva. Essa é a capacidade de ir mais fundo, conhecer produtos e tirar esse consumidor daquele contexto padrão.

A joalheria Tiffany desenvolveu um NFT (Token não fungível) que podia ser trocado por um pingente real, avaliado em cerca de R$ 47 mil. Um NFT é a representação de um item exclusivo, que pode ser digital – como uma arte gráfica feita no computador – ou física. Isso mostra como até o mercado de luxo precisa se conectar com esse novo comportamento, com o consumidor mais jovem, e precisa reter atenção.

SUSTENTABILIDADE E ECONOMIA CIRCULAR

A questão ambiental também tem sido olhada com cuidado pelas marcas que focam em adotar práticas mais sustentáveis e melhorar a jornada do cliente.

A crescente preocupação com o meio ambiente exige que o varejo se reestruture, principalmente no setor de moda, que tem um papel significativo na poluição global.

Cecília enfatiza que as empresas precisam agir agora para minimizar os efeitos ambientais, independentemente das políticas governamentais.

Um estudo feito no fim de 2024 pela Koin, fintech especializada em “Buy Now, Pay Later” (BNPL), uma modalidade alternativa de pagamentos parcelados, mostra que 87,5% dos consumidores brasileiros preferem comprar roupas de marcas que adotam práticas sustentáveis.

O trabalho mostrou que os principais fatores que influenciam na escolha dos consumidores por uma marca de moda sustentável incluem o tecido (31,1%), a origem dos materiais (18,6%), a forma de produção (12,4%), o apoio a causas sociais e ambientais (11,2%) e práticas de reciclagem e logística reversa (4,3%).

Segundo a pesquisa, 89,1% dos entrevistados disseram doar peças que não usam mais. A prática contribui para a economia circular, promovendo a reutilização e o prolongamento da vida útil dos produtos.

“O Walmart criou recentemente uma polêmica ao ter que tirar de circulação uma bolsa que era muito parecida com uma Birkin, da Hermès. Dias depois, a rede fechou uma parceria nos EUA com a Rebag, uma plataforma de varejo sediada em Nova York desde 2014, especializada na compra, negociação e venda de bolsas de luxo usadas”, conta Cecília.

ECONOMIA DO BEM-ESTAR

A diretora da Gouvêa aponta que hoje a geração mais nova de consumidores está praticando mais esporte e bebendo menos. “O mercado precisa se adaptar a essa realidade.”

Um bom exemplo disso, segundo Cecília, é a ascensão do Strava, um aplicativo que conecta milhões de corredores, ciclistas, exploradores e outras pessoas ativas por meio dos esportes. “O Strava é o novo Tinder. Com isso, as marcas que investem em conforto e oferecem melhor o bem-estar, por exemplo, estão à frente porque enxergam para onde seus clientes estão caminhando.”

Ela também cita a Lululemon, marca canadense de peças esportivas. Os produtos são projetados para atletas. Até aí, nada de diferente de outras marcas. Mas, a diferença é que as peças atendem às necessidades físicas e emocionais dos consumidores, além de promoverem o máximo potencial de desempenho.

Percebendo a falta de roupas apropriadas para a prática de yoga no fim dos anos 1990, o idealizador da Lululemon começou a produzir peças e as entregava para professores de yoga testarem. Em troca, queria deles um feedback sincero sobre como elas poderiam gerar mais conforto. Esses insights se transformaram em uma linha de vestuário completamente alinhada aos desejos dos consumidores.

Hoje, a Lululemon é sinônimo de Esportivo Urbano, a tendência que coloca peças de treino até no escritório e é uma marca global que conversa com consumidores de todas as faixas etárias com um mix de produtos que vai da moda atual ao básico com muita tecnologia.

CLIENTE NO CENTRO

Todas essas tendências levam, segundo os especialistas, a um único objetivo: o cliente no centro do negócio para gerar um relacionamento de longo prazo.

Alexandre Sá, CEO da NK Store, enfatiza a importância de entender profundamente o comportamento do consumidor.

A chave para o sucesso está em colocar o cliente no centro da operação e isso pode ser feito com ações que melhoram essa jornada. Na NK Store, diversas ações fazem parte da estratégia, como o acompanhamento das preferências de compra; envio de presentes exclusivos; criação de eventos, como a exibição antecipada das coleções para clientes especiais; convites para jantares, eventos e desfiles internacionais; e até abrir a loja para uma única pessoa antes ou depois do horário de funcionamento, se for preciso.

Sá revela que 35% da receita da marca é gerada por 3,8% da base de clientes registrados. “Queremos fazer com que o cliente potencialize sua relação com a NK por meio dessas ações. Cerca de 55% das nossas vendas são influenciadas por ações de CRM (Gestão de Relacionamento com o Cliente). Não há como deixar isso em segundo plano”, revela.

Fonte:”As apostas das empresas para melhorar a jornada do cliente – ACICAMPINAS

No limite da inovação: e-marketplace e almoxarifado virtual em compras públicas

Se implementadas corretamente, ferramentas podem revolucionar compras pela Administração Pública.

Duas noções próprias da administração, da logística e do marketing vêm sendo recentemente utilizadas na Administração Pública brasileira para designar a automação e um novo regime (inovador) para as compras públicas: e-marketplace público e almoxarifado virtual.

marketplace pode ser entendido como um local físico ou um meio ou plataforma virtual em que transações e negócios, compras e vendas, podem acontecer.

As transações poderão ocorrer de forma direta, com o fornecimento feito diretamente pelo mantenedor da plataforma aos consumidores (seria o caso de produtos vendidos diretamente pela Amazon ou pela Americanas, a partir de seus próprios estoques); mas, principalmente, ocorrem de forma intermediada, oportunizando-se a fornecedores externos utilizar a plataforma mantida pelo intermediário para oferecer bens e serviços aos consumidores, ficando a cargo dos fornecedores externos (lojas e e-commerces, por exemplo) a maior parte das etapas do negócio e do processo logístico, como precificação, recebimento da demanda, separação, envio, distribuição, etc.[1]

Quando tais transações são realizadas em meio virtual, por meio de plataformas digitais, fala-se em e-marketplace, marketplace onlinemarketplace virtual, marketplace digital. Trata-se de uma ferramenta de inovação tecnológica amplamente utilizada pelas pessoas em geral no âmbito privado, para a realização de todo o tipo de compras (basta lembrar de e-marketplaces como a Amazon, o Mercado Livre, o Aliexpress e a Americanas), mas que apenas recentemente vem sendo aplicada no âmbito da Administração Pública.

O almoxarifado virtual, por sua vez, é um conceito oriundo da logística, que começou a ser discutido na academia a partir de 1995, e se refere a uma inovação na gestão da cadeia de suprimentos, que visa diminuir custos e otimizar operações por meio de recursos tecnológicos.

Conceitualmente, trata-se de um modelo de negócio que visa utilizar a tecnologia da informação e algoritmos de decisão em tempo real para proporcionar eficiência operacional e visibilidade global ao inventário, automatizando a cadeia de suprimentos. É possível identificar no almoxarifado virtual forte inspiração no modelo just in time toyotista de cadeia de suprimentos virtual e ressuprimento, aliada ao uso da tecnologia da informação.

No âmbito empresarial brasileiro, o almoxarifado virtual tornou-se uma solução, isto é, um produto, que vem sendo comercializado por diversas empresas no mercado privado. Tais empresas vêm oferecendo-o como terceirização (o chamado outsourcing) da cadeia de suprimentos com diversos elementos de automação e inteligência empresarial.

Em termos resumidos, portanto, o almoxarifado virtual no Brasil seria a terceirização e automatização da gestão da cadeia de suprimentos de uma determinada organização, visando diminuir ou eliminar custos com estoques, distribuição, custos de propriedade, etc.

Em termos práticos, com a utilização de ferramentas inovadoras na Administração Pública, se teria dois cenários: (a) o da simples automação de processos licitatórios e contratações diretas com o e-marketplace público; e (b) com o almoxarifado virtual, um mais complexo, no qual, em vez de sempre se licitar e contratar item por item, o gestor público ter a possibilidade de acessar um ambiente virtual, para, nessa plataforma, realizar pedidos de materiais e insumos à contratada (terceirizada), que providenciaria a entrega desses bens ao órgão ou entidade pública, de acordo com determinados parâmetros e limites regulamentares e contratuais – sempre ao menor preço possível, por meio de uma licitação única cujo objeto seria a terceirização.

Almoxarifado virtual e e-marketplace na Administração Pública brasileira

O debate sobre a possibilidade da utilização de e-marketplaces e do almoxarifado virtual pela Administração Pública foi acendido recentemente na literatura jurídica brasileira, com a aprovação da nova Lei de Licitações e Contratos Administrativos (Lei 14.133/2021). Ocorre, entretanto, que no contexto brasileiro se vem muitas vezes utilizando as denominações e-marketplace público e almoxarifado virtual como sinônimos – o que revela algum grau de imprecisão conceitual.

O almoxarifado virtual, mais especificamente, vem sendo implantado na Administração Pública brasileira pelo menos desde 2013, por uma iniciativa pioneira do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).

A iniciativa se materializou no Contrato 59/2013, que teve como objeto a contratação da “prestação de serviços continuados de outsourcing – para operação de almoxarifado virtual in company –, para suprimento e ressuprimento de insumos em plataformas virtuais, com execução mediante o regime de empreitada híbrida (por preço global e preço unitário), para atender às necessidades do ICMBio

Depois dessa experiência, diversos órgãos e entidades da Administração brasileira, como a Advocacia-Geral da União, o Banco do Brasil e a Infraero adotaram o almoxarifado virtual para determinadas categorias de insumos e produtos, como é o caso de materiais de expediente, informática, copa e cozinha e outros tipos de materiais de consumo. Mais recentemente, os estados de Minas Gerais e do Rio de Janeiro criaram seus almoxarifados virtuais.

O movimento mais conhecido do país nesse quesito ocorreu por parte do Ministério da Economia, que criou em 2020 o chamado Almoxarifado Virtual Nacional (AVN) para materiais de consumo administrativo, realizando uma licitação na modalidade pregão, em dois lotes divididos por regiões geográficas, geradora de uma ata de registro de preços à qual poderiam aderir (pegar “carona”), a princípio, os órgãos da Administração Pública direta federal. O AVN atualmente é um importante complemento ao sistema federal de compras públicas, em que são realizadas diversas atas de registro de preços e licitações em diversas modalidades, mas sobretudo por pregão.

O modelo de contratação do Almoxarifado Virtual Nacional (AVN) é muito promissor em termos de contratação, remuneração e de controle, podendo ser replicado em diversos entes, órgãos e entidades. Nesse modelo, se tem a contratação centralizada no ente federativo, com a possibilidade de adesão de órgãos e entidades, que realizariam seus próprios contratos com as empresas classificadas no pregão realizado pelo ente federativo.

Abrange-se apenas compras de alguns tipos de materiais (apenas materiais de escritório, expediente e consumo, por exemplo) e se tem uma remuneração do contratado por taxa de administração fixa (com um valor entre 8 a 11% do valor da aquisição, no caso do AVN), fretes inclusos, e redutores de remuneração nos casos de aquisições via marketplace (isto é, fora de tabela).

Nos objetos dos contratos de almoxarifado virtual já celebrados no Brasil, é comum que se preveja a prestação de serviços de terceirização do gerenciamento logístico, com diversos serviços agregados – entre eles, mas não somente, o e-marketplace. Entretanto, apesar de o marketplace ou serviços semelhantes por vezes estarem previstos nos objetos dos contratos, quando se está a tratar de contratos de almoxarifados virtuais públicos, o que se vê na prática é uma utilização muito limitada da ferramenta.

De fato, no cumprimento dos contratos celebrados pela Administração, não se está a utilizar e-marketplaces propriamente ditos, uma vez que em vários dos contratos de almoxarifados virtuais públicos analisados, as compras muitas vezes são realizadas diretamente da contratada; isto é, dos estoques da própria empresa terceirizada, que é a responsável por manter o almoxarifado virtual e por toda a cadeia de suprimentos.

Portanto, utilizando-se a classificação de Hagiu e Wright, nos almoxarifados virtuais mantidos perante a Administração Pública brasileira, atualmente, a empresa contratada parece estar mais a funcionar como um reseller (revendedor) do que como um marketplace.

Tudo isso faz com que a prática dos contratos se afaste da lógica dos e-marketplaces propriamente ditos, nos quais a escolha da melhor proposta dentre os fornecedores cadastrados perante a plataforma ficaria a cargo do órgão ou entidade contratante e que a alocação de direitos de controle sobre decisões quanto ao fornecimento, ficaria mais pendente para os fornecedores finais e não para a intermediária mantenedora da plataforma.

O que se verifica é que, na execução dos contratos de almoxarifado virtual que já analisamos, o que mais se assemelha a um e-marketplace no cumprimento das avenças é a plataforma ou sistema web que os usuários internos das entidades da Administração utilizam para realizar pedidos pelo almoxarifado virtual.

Diante desse cenário, além de não se confundir mais e-marketplace com almoxarifado virtual, algumas precauções merecem ser tomadas para a utilização dessas novas ferramentas, sem que se esbarre em entraves legais e até mesmo constitucionais.

Fonte: “https://www.jota.info/opiniao-e-analise/colunas/regulacao-e-novas-tecnologias/no-limite-da-inovacao-e-marketplace-e-almoxarifado-virtual-em-compras-publicas”

 

Como o Mercado B2B pode transformar o comércio

As formas de abordar o mercado em 2025 são bem diferentes das estratégias de dez anos atrás.

Mais do que nunca, quem não mudar a mentalidade de Go-to-Market vai ficar para trás. O mercado mudou, e as empresas precisam se reinventar para acompanhar o ritmo das transformações tecnológicas, comportamentais e econômicas.

Há dez anos, a realidade das empresas era bem diferente, com produtos escondidos a sete chaves, por medo dos concorrentes, e posicionamentos como entidades corporativas, sem rostos humanos à frente. Os negócios dependiam de vendedores fazendo cold calls, gerando um volume enorme de leads desqualificados e gastando fortunas em mídia paga.

Se o mercado apostava em produtos genéricos para mercados amplos, sem especialização, hoje, as empresas que seguirão em crescimento desenvolvem produtos nichados, ou seja, para públicos específicos. Elas também impulsionam fundadores e executivos como influenciadores de seus setores, educando o mercado antes de abordar os clientes, por meio de canais diversos e com estruturas mais enxutas, priorizando o bootstrap e a geração de caixa.

E o que está por trás dessa mudança? O primeiro ponto é o mercado saturado: abordagens de prospecção parecidas, concorrência exponencial e custo de mídia paga cada vez maior. As novas formas de consumir conteúdo são outro fator, com mais pessoas buscando informações com especialistas, em vez de materiais impessoais de empresas.

A segunda razão está nas condições econômicas e tecnológicas. Investidores estão mais exigentes, diante de fundos que apostaram em grandes rodadas e que agora repensam suas estratégias. Somado a isso, há o avanço da IA e No-Code, que permite que produtos sejam criados e validados com menos investimento, impulsionando cada vez mais o surgimento de micro-SaaS.

Algumas medidas são determinantes para acompanhar essas mudanças e manter-se à frente da concorrência. Primeiramente, pelo posicionamento dos C-Levels como referências, com especialização em diferentes personas do produto e incentivo à produção de conteúdo autêntico e frequente.

Segmentação e foco são outro fator-chave, mapeando mercados segmentados com contas fechadas e expandindo as redes dos C-Levels, para conectá-los com os principais decisores. Além disso, é essencial priorizar estratégias e trabalhar menos produtos simultaneamente, com abordagens distintas para novos leads e expansão de clientes.

As empresas ainda precisam estar totalmente alinhadas com as metas de receita, que devem ser responsabilidade de todas as áreas. Para isso, outra boa medida é automatizar e reduzir fricções, utilizando ferramentas de IA para cumprir tarefas operacionais dos vendedores, simplificar processos e cortar etapas desnecessárias.

As formas de abordar o mercado em 2025 são bem diferentes das estratégias de dez anos atrás. O mundo mudou e é hora de mudar com ele. É preciso ser transparente, enxuto e agregar valor ao cliente, direcionando o seu orçamento para o que realmente traz impacto. Quem não se adaptar vai desaparecer – mas quem entender essas mudanças pode prosperar em um mercado cada vez mais competitivo.

Fonte: “https://diariodocomercio.com.br/opiniao/artigo/mercado-b2b-pode-transformar-comercio/”

IA em CX: a hora e a vez das PMEs

Para especialista da NICE, a Inteligência Artificial deverá transformar o atendimento ao cliente de pequenos negócios, impulsionando experiência, vendas e escalabilidade.

Ainda que gestores de pequenas e médias empresas acreditem que a Inteligência Artificial em Customer Experience possa parecer uma realidade distante de seus negócios, 2025 promete ser o ano em que muitas PMEs deverão aderir à tecnologia.

“Percebemos a falta de conhecimento prático das companhias menores que ainda veem a IA como algo muito complexo. A percepção de custo e valor geradas por essas implementações, trazem a ideia de que são necessários altos investimentos em infraestrutura”, avalia Thiago Siqueira, diretor de Vendas da NICE, empresa global que, na última década, vem investindo de forma maciça no uso de IA em ferramentas de CX.

Mas o gestor aponta que soluções on demand em nuvem darão um novo respiro e acesso a empresas menores que historicamente aderiram à tecnologia de forma tardia se comparado às maiores.

“Temos casos de PMEs, principalmente em implementações para autoatendimento com robôs de texto, de WhatsApp ou até mesmo na URA, no atendimento por voz. Estamos incorporando a IA como pacote nativo em todas as nossas soluções de CX, em um modelo no qual o cliente paga por consumo e utilização, então, qualquer empresa receberá tecnologia embarcada com IA e já poderá começar a desenvolver e realizar seus testes”, complementa.

Mais competitividade

De acordo com o executivo, as PMEs já começaram a aumentar a demanda para esse tipo de projeto pois entenderam que robôs ainda são muito encriptados – se o cliente sai do script básico, o bot entra em um loop que ao invés de resolver as necessidades do consumidor, acaba gerando rechamadas.

“A principal vantagem é melhorar a experiência da jornada. A IA pode entregar respostas mais personalizadas e assertivas, proporcionando mais que um atendimento simplesmente digitalizado, humanizado”, explica o especialista.

Outra vantagem é a relação ininterrupta das ferramentas. “Com operação 24×7, seus canais passam a escutar e atender clientes a qualquer momento, com reflexos diretos no aumento de conversões de vendas”.

Siqueira também chama a atenção para a escalabilidade já que a implementação de IA em CX também entrega eficiência nos picos de demanda. Mas faz um alerta e lembra que é necessário equilibrar custo e qualidade para impulsionar o crescimento.

“Assim como companhias maiores, as PMEs devem ser precisas na escolha de seus parceiros de implementação porque, muitas vezes, elas migram para um atendimento digital mais em conta que não entrega um nível de personalização que garanta a satisfação dos consumidores. Com a tecnologia correta, esse jogo muda”, reforça.

Desafio: a base de conhecimento

O grande desafio da implementação de Inteligência Artificial hoje, em qualquer empresa, é a base de conhecimento que possuem, já que a IA precisa ser treinada por meio da busca de informações dentro de uma base de dados.

“Percebo que as PMEs quase sempre têm essa base de informações pouco estruturada e o ponto mais sensível é possuir o conhecimento organizado para alimentar o motor da Inteligência Artificial. Sem isso, não existe uma boa implantação, pois a tecnologia vai oferecer respostas mais vazias justamente por ter seu banco de dados informacional despreparado”, avalia Siqueira.

O ponto de partida: definir os casos de uso

Para PMEs que desejam implementar IA em Customer Experience, a NICE recomenda começar pela definição dos casos de uso.

“Empresas menores têm investido em aplicações de automação como chatbots e outros assistentes virtuais. Um exemplo é o atendimento via WhatsApp. Então, elas podem iniciar com projetos que permitam um atendimento mais humano e contextualizado. Isso já traz uma grande diferença e melhora na jornada dos consumidores”, explica.

Outra recomendação é usar a IA para ações proativas.

“Tentar entender o comportamento do cliente e oferecer respostas e soluções preditivas pode fazer toda a diferença”, finaliza.

Fonte: “IA em CX: a hora e a vez das PMEs – Consumidor Moderno

A Amazon usa robôs para classificar, transportar pacotes de armazém

  • Os robôs de armazém da Amazon percorreram um longo caminho desde que adquiriram sistemas Kiva em 2012.
  • Agora, os robôs podem executar uma variedade de tarefas ao lado dos funcionários em centros de atendimento.
  • Eles podem transportar pacotes, classificar itens individuais e levantar objetos pesados.

A frota de robôs de armazém da Amazon aumentou para mais de 750.000 – e continua a crescer em tamanho e complexidade.

Os robôs agora executam uma variedade de tarefas nos centros de atendimento da Amazon, transportando pacotes em torno de espaços de trabalho ocupados, classificando e consolidando itens em sistemas de armazenamento e fabricando embalagens de forma adequada.

Os esforços de robótica da empresa começaram quando adquiriu a Kiva Systems por US $ 775 milhões em 2012. Os veículos guiados automatizados da Kiva navegados seguindo adesivos de código de barras colocados no chão de um armazém. Mais de uma década depois, a Amazon agora tem mais de 16.000 pessoas trabalhando na robótica, à medida que sua tecnologia se tornou mais sofisticada, incluindo Proteus, um robô móvel que pode se mover autonomamente.

Investir em robótica ajuda a Amazon a alcançar seu objetivo de obter pacotes para os clientes o mais rápido possível, disse Tye Brady, tecnólogo -chefe da Amazon Robotics, em uma entrevista recente ao Business Insider. Os robôs também criam eficiências que ajudarão a Amazon a economizar dinheiro – cerca de US $ 10 bilhões por ano até 2030, o Morgan Stanley estimou em uma nota de pesquisa recente.

“Podemos ter prazos de entrega mais rápidos por causa do trabalho que fizemos na robótica”, disse Brady. “Também podemos repassar um custo menor. E estamos criando milhares e milhares de empregos por causa do trabalho que fizemos na robótica”.

Em agosto, a Amazon contratou três dos fundadores da startup da Robotics Covariant e licenciou alguns de seus modelos de fundação para trazer flexibilidade e fluidez à sua robótica. A empresa também lançou o Amazon Industrial Innovation Fund em 2022, investindo em empresas inovando em tecnologia emergente como robôs. Isso inclui um investimento em robótica de agilidade, que faz um robô bípede chamado Digit que a Amazon está testando em centros de atendimento.

“Temos um compromisso por mais de US $ 1 bilhão para nossas startups, a fim de ajudar as startups e a comunidade a elevar o capital de que eles precisam para fazer algumas dessas grandes idéias que achamos que vão ajudar nossos clientes”, Brady disse.

Fonte: “https://www.azoresnews.net/empresas/a-amazon-usa-robos-para-classificar-transportar-pacotes-de-armazem/70968/”

GoodStorage impulsiona economia verde com construções sustentáveis em São Paulo

Empresa adota prática para promover uma cidade mais inteligente e ambientalmente responsável.

GoodStorage, especialista e pioneira em oferecer espaços inteligentes, urbanos e de armazenagem, está liderando uma transformação significativa no setor logístico de São Paulo ao integrar princípios de sustentabilidade em seus empreendimentos. Com o compromisso de reduzir o impacto ambiental e promover a economia verde, a empresa tem investido em construções que seguem padrões sustentáveis, contribuindo ainda mais para uma cidade mais inteligente e ambientalmente responsável.

As obras realizadas pela GoodStorage envolvem a utilização de técnicas, materiais e métodos projetados para minimizar os impactos ambientais e maximizar a eficiência energética ao longo de todo o ciclo de vida das edificações. Isso inclui desde o planejamento, passando pela demolição, até a conclusão da nova construção, priorizando o uso de recursos ambientalmente certificados e destinação correta e controlada de resíduos de obra, garantindo as boas práticas para uma construção sustentável.

Um exemplo notável desse compromisso é o Park Vila Anastácio, o primeiro empreendimento da GoodStorage a obter a certificação LEED (Leadership in Energy and Environmental Design) nível Gold, concedida pelo United States Green Building Council. Localizado estrategicamente a 300 metros da Marginal Tietê, o Park Vila Anastácio oferece galpões urbanos de 1,2 mil m² a 22,25 mil m², atendendo às necessidades de indústrias e empresas que buscam otimizar suas operações logísticas na capital paulista.

“Acreditamos que a sustentabilidade é o caminho para o futuro. Por isso, temos incorporado práticas de construção sustentável em nossos empreendimentos, mostrando que é possível aliar eficiência logística com responsabilidade ambiental em diferentes frentes. Estamos construindo espaços que não apenas atendem às necessidades dos nossos locatários, mas que também deixam um impacto positivo para as próximas gerações”, afirmou Thiago Cordeiro, CEO da GoodStorage.

Além da certificação LEED, a GoodStorage adota diversas práticas ambientalmente responsáveis em seus projetos, como o uso de iluminação natural e luminárias em LED, estação para recarga de veículos elétricos, cobertura com telhas isoladas termicamente, reservatório de água de reuso, tanque de retenção de águas pluviais, ruas internas com piso permeável, áreas verdes, equipamentos e instalações energeticamente eficientes, localização próxima a transportes públicos e bicicletário reduzindo a emissão de poluentes no deslocamento dos funcionários, estação de coleta de lixo reciclável, dentre outras.

A companhia possui unidades localizadas em pontos estratégicos da capital paulista, próximas das principais vias de acesso, para que as empresas possam utilizar os espaços de forma inteligente e otimizar suas rotas de entrega, diminuindo consideravelmente a quantidade de quilômetros rodados e, consequentemente, o volume de emissões de poluentes na distribuição de produtos.

“Ao investir em construções sustentáveis e estrategicamente localizadas, estamos não apenas atendendo demandas logísticas de nossos locatários, mas também contribui para a construção de uma São Paulo mais eficiente”, explicou Cordeiro.

Para a GoodStorage, todo esse movimento em ações sustentáveis é uma forma de engajar a sociedade, principalmente seus locatários, a atuarem de forma cada vez mais limpa em prol de uma cidade mais inteligente e inclusiva.

A GOODSTORAGE

Fundada em 2013 por Thiago Cordeiro, a empresa se propõe a revolucionar o mercado de armazenagem urbana em São Paulo, seja atendendo pessoas físicas, como também empresas de diversos segmentos, indústrias e e-commerce com capilaridade, escala e flexibilidade por meio das unidades de self storage e galpões urbanos.

Com investimento da Evergreen Investment Advisors, gestora de fundos com aproximadamente US$ 6 bilhões sob gestão ao redor do globo, a GoodStorage atua principalmente na cidade de São Paulo, operando 65 ativos em solução de armazenagem urbana distribuídas em mais de 400 mil m².

Fonte: “GoodStorage: economia verde com construções sustentáveis em SP

Mercado brasileiro explora muito pouco GenAI nos negócios

Estudo revela que, com exceção de chatbots, o uso de GenAI nos negócios ainda é escasso, com cerca de 150 casos de uso de GenAI no Brasil em negócios, excluindo chatbots.

Segundo a nova edição do estudo ISG Provider Lens Multi Public Cloud Services 2024 para o Brasil, distribuído pela TGT ISG, a área de TI das empresas enfrenta pressão para cortar custos gerais, dificultando a aprovação de aumentos para projetos com GenAI. Segundo o documento, a maioria dos MSPs (do inglês Managed Service Providers, ou fornecedores de serviços gerenciados) demandam projetos-piloto para avaliar a eficácia da tecnologia, mas o número desses projetos realizados ainda é pequeno: o estudo identificou cerca de 150 casos de uso de GenAI no Brasil em negócios, excluindo chatbots.

“Embora esse número seja significativo para demonstrar que a GenAI gera valor real, ainda é pequeno em comparação com o milhão de empresas que operam no país”, explica Pedro Bicudo L. Maschio, distinguished analyst da ISG e autor do estudo. “Além disso, fornecedores e consultorias não oferecem uma visão clara dos custos operacionais após a incorporação da tecnologia em aplicações de negócios, pois é difícil estimar quantos prompts e tokens os usuários utilizarão ao empregar a tecnologia para atividades triviais”.

Outros desafios e a demanda por multicloud

Hoje, os MSPs gerenciam infraestrutura, mas apenas monitoram análises de IA. Diferente da análise tradicional, a IA generativa é cobrada por perguntas feitas (prompts e tokens), exigindo que os MSPs monitorem consumo, segurança, privacidade e otimizem custos, comparando opções em diferentes nuvens.

O relatório destaca que fornecedores de Consultoria e Serviços de Transformação registram maior demanda por arquiteturas multicloud, que combinam nuvens para otimizar cargas de trabalho. No entanto, o mercado ainda está assimilando esse conceito.

“Alguns clientes esperam que o multicloud permita mover aplicações e dados de forma dinâmica entre nuvens com base em variações de preço e descontos, o que é impraticável”, revela. “A migração entre nuvens exige refatoração de aplicativos, configuração de rede e transferência de dados, demandando tempo e recursos. Na prática, uma revisão de arquitetura avalia todas as opções de nuvem para definir a melhor distribuição, considerando escala, desempenho, conectividade, latência, ferramentas de segurança e restrições de licenciamento de software”.

Busca por parceiros facilita a abordagem

O relatório destaca que, em setembro de 2024, a Oracle anunciou sua parceria com a AWS, ampliando para os três principais hiperescaladores (AWS, Microsoft Azure e Google Cloud) a oferta de seus produtos, facilitando o design multicloud. A SAP também seguiu essa abordagem, integrando suas soluções às três plataformas.

Além disso, o setor público mostra crescente interesse na nuvem, pois os provedores atendem aos requisitos de soberania de dados. Os quatro principais hiperescaladores — AWS, Azure, Google Cloud e Oracle Cloud — já oferecem infraestrutura on-premises com controle de acesso rigoroso, residência de dados e criptografia avançada.

“Essas grandes empresas expandiram sua rede de parceiros no Brasil, atraindo diversos fornecedores independentes de software (ISVs) para desenvolver soluções e ampliar os serviços de nuvem no país. Com a rápida expansão da nuvem, ISVs de nicho podem crescer mais rapidamente e aumentar suas margens. Como resultado, um número crescente de ISVs busca desenvolver competências em nuvem”, explica o autor.

Para acelerar a demanda por nuvem, as companhias estão investindo em treinamento e educação, em parceria com clientes e MSPs, para capacitar usuários em IA, análise de dados e GenAI. Segundo eles, a adoção da GenAI e da nuvem ainda é limitada pela falta de especialistas qualificados.

“Os clientes frequentemente enfrentam dificuldades para entender e consolidar a cobrança da nuvem. A otimização FinOps é ainda mais complexa, pois envolve preço, custo e despesas, com o monitoramento do uso como elemento central. Para garantir controle, governança e conformidade, as empresas devem considerar a contratação de especialistas em FinOps”, finaliza.

Fonte: “Mercado brasileiro explora muito pouco GenAI nos negócios – Consumidor Moderno

Transformações no e-commerce: o que esperar do consumo digital em 2025

Em 2025, o mercado de e-commerce e plataformas digitais está prestes a dar um salto transformador, remodelando como consumimos e nos conectamos com marcas. À medida que o acesso ao mercado digital se torna cada vez mais acessível, as vendas online em canais próprios passam a ocupar um papel central nas estratégias de crescimento empresarial. Segundo a Opinion Box, mais de 56% dos brasileiros já afirmam comprar mais online do que em lojas físicas, evidenciando essa mudança de comportamento.

Essa tendência não é exclusiva do Brasil. Segundo o relatório The Global Payments Report 2022, da FIS, o mercado global de e-commerce deve crescer 55,3% até o final do ano que vem, alcançando um valor de transação de mais de US$ 8 trilhões. No Brasil, o cenário é ainda mais promissor, com previsão de aumento de 95% nas vendas online, alcançando um total de US$ 79 bilhões.

As justificativas para essas tendências de aceleração são diversas. Porém, quase todos esses fatores estão ligados às vantagens do comércio digital e do retail media, aos desafios da fidelização e das vendas em marketplaces, além da boa percepção desses elementos pelo público.

Inteligência artificial, pragmatismo e modelos de assinatura

A integração de tecnologias como a inteligência artificial (IA) é uma das principais apostas para o futuro. Em 2025, espera-se que a IA assuma um papel ainda mais relevante na personalização do atendimento e fidelização do cliente. Mas, nesse sentido, é importante pontuar que o mercado está acordando e entendendo que IA não serve apenas para chatbots. A inteligência artificial é uma ferramenta poderosa e será fundamental para automatizar integrações complexas e normatizar dados, melhorando eficiência operacional e otimizando estoques, marketing e atendimento ao cliente. Precisamos ir além e utilizar soluções inovadoras para proporcionar mudanças que sejam, de fato, disruptivas e possamos ver seu impacto na prática.

Outro ponto urgente a ser abordado é o retorno do pragmatismo em decisões. O alto custo global de aquisição de capital impacta em larga escala o varejo, e as decisões serão cada vez mais pautadas pela garantia de retorno sobre o investimento. Existem muitas tecnologias disruptivas e metodologias inovadoras, porém os executivos deverão focar no que realmente muda o ponteiro do seu e-commerce e traz um retorno significativo, sempre com o olhar voltado para a última linha, ou seja, o fator-chave que realmente causa um impacto no faturamento ou na chegada de novos clientes.

Modelos de assinatura também se destacam como uma tendência aquecida para o novo ano. Essa modalidade, que combina conveniência para os consumidores com previsibilidade de receita para as marcas, tende a ser amplamente explorada por empresas que buscam fidelizar clientes e ampliar suas margens de lucro. Vantagens como descontos e brindes exclusivos ajudam a tornar assinaturas ainda mais atrativas, criando um ciclo virtuoso de valor para ambas as partes.

Retail media, omnicalidade e a reinvenção dos marketplaces

Já no campo das tecnologias de mídia, o retail mídia funcionará como uma verdadeira alavanca de rentabilidade. Um dos principais focos do varejo é transformar tráfego em receita e, para isso, o retail media (ou mídia de varejo) é essencial, pois utiliza infraestruturas físicas e digitais para vender espaço publicitário a marcas, gerando receitas com alta margem e otimizando o uso de dados primários. Para se ter uma ideia do impacto, com a ferramenta, os varejistas esperam um aumento de 10% no faturamento proveniente de retail media. No entanto, a margem de contribuição dessa fonte pode ultrapassar 6%, o que tem o potencial de dobrar o lucro de uma operação de varejo com um incremento de apenas 10% na receita.

A omnicalidade é mais um tópico que deve ser considerado, principalmente neste ano. Por mais que essa integração multicanal tenha como foco a fidelização de clientes, é necessário utilizar um CRM robusto e integrado, com uma fonte de dados única e uma abordagem de ‘composable marketing’ ou ‘comércio combinável’. O termo significa uma abordagem modular para construir e aprimorar lojas online permitindo experiências consistentes e personalizadas em todos os canais. Dessa forma, o e-commerce poderá utilizar sistemas especializados e pagar somente pelo uso de serviços que de fato utilizarem na operação.

Ainda no ambiente digital, é possível perceber a movimentação de grandes varejistas que têm unido esforços para integrar catálogos de sellers, ampliar a variedade de produtos e competir com marketplaces globais, criando uma rede mais forte e eficiente. O tamanho do mercado é considerável: os marketplaces representam 75% aproximadamente do mercado de e-commerce nacional, formando uma base semelhante a de um oligopólio e dominando o setor.

No entanto, as marcas que vendem nos marketplaces percebem que as situações estão ficando cada vez mais insustentáveis, uma vez que ser seller é ficar ‘à mercê’ de taxas altas, de modelos não sustentáveis de rentabilidade e de perda do maior ativo que um e-commerce pode ter: o seu o cliente

Os marketplaces normalmente representam mais de 60% das vendas online dos e-commerces, e 40% das vendas ou até menos são canais próprios. Sendo assim, para as empresas retomarem o controle, precisam inverter essa situação, distribuindo melhor o seu catálogo entre os marketplaces, de forma diluída e aumentando o investimento nos canais próprios.

O início do ano é um momento fundamental para planejar, experimentar e implementar soluções que vão além das expectativas de um consumidor cada vez mais conectado e ávido pelo ambiente virtual. Sendo assim, em um cenário em constante transformação, quem dita o futuro é quem tiver coragem de criá-lo.

Fonte: “https://www.ecommercebrasil.com.br/artigos/transformacoes-no-e-commerce-o-que-esperar-do-consumo-digital-em-2025”

 

De uma brincadeira surge a primeira franquia marketplace do Brasil

As compras online mudaram a vida do consumidor. Com acesso fácil aos produtos e preços muito convidativos, o e-commerce brasileiro bate recordes em cima de recordes. Segundo estudo da Nielsen IQ, empresa especializada em inteligência do consumidor, o setor fechou 2023 com um faturamento de mais de R$ 250 bilhões.

Para tentar surfar essa onda, o ex-gerente comercial Fábio Luongo criou, em 2022, a Namboo, primeira franquia de marketplace do Brasil. A ideia do negócio surgiu com um desafio em família. Luongo notou que seu enteado assistia a vídeos que ensinavam a ficar milionário sem precisar de estudo. Propôs então uma brincadeira ao garoto. Abriria um CNPJ junto com ele e tentariam vender produtos na internet em um determinado período de tempo.

Pouco depois, sem obter resultados, o menino se desinteressou. Mas Luongo não. O desafio mexeu com os seus brios e decidiu investir pesado no comércio eletrônico. Deu tão certo que, um ano e meio depois, deixou seu cargo de gerente comercial em uma grande empresa para focar totalmente no seu empreendimento.

Para crescer mais rapidamente e com sustentabilidade, Luongo decidiu propor sociedade a seu amigo Fred Vanitelli, especialista em franquias, que foi o responsável pela formatação da empresa. Passaram a importar produtos em grande quantidade e oferecer aos franqueados por um preço muito competitivo, o que elevaria a margem de lucro.

Galpão e estoque? Não é preciso

A gestão logística feita pela Namboo inclui cuidar de todo o processo de envio do produto, desde a importação até o armazenamento e formação de estoque. O franqueado compra os produtos de forma prévia com a franqueadora, que se responsabiliza pela custódia e posterior envio das mercadorias.

Esse formato de franquia é muito atrativo, devido ao baixo custo da operação (não é preciso loja física nem funcionário), à alta margem de lucro e um prazo de retorno rápido – em torno de seis meses. Não à toa, algumas das 12 unidades da marca já estão faturando mais de R$150 mil por mês.

– A previsão para este ano é fecharmos com 15 unidades em operação e, para 2025, com 60. Nosso objetivo é nos tornarmos uma das maiores redes de franquias do país nos próximos anos.

Raio-X da marca:

Investimento inicial: de R$48 mil a R$98 mil.
Faturamento médio mensal: R$100 mil.
Lucro médio mensal: de 10% a 15%.
Prazo de retorno: de 6 a 12 meses.

Mais informações em: https://www.franquianamboo.com.br/

Fonte: “https://www.segs.com.br/seguros/414167-de-uma-brincadeira-surge-a-primeira-franquia-marketplace-do-brasil”