Com a abertura de mercado conquistada pela Shein no varejo de moda mundial, outras companhias chinesas estão explorando oportunidades, principalmente nos EUA e da Europa. Uma delas é a Urban Reivo, que pretende ultrapassar a marca de 100 lojas físicas fora da China.
Com mais lojas na China do que a Zara e H&M, a empresa vive um momento de expansão no Sudeste Asiático, incluindo mercados como Tailândia, Cingapura, Filipinas e Vietnã. Com sede em Guangzhou, ela já conta com um projeto confirmado de unidade nos EUA, localizado no bairro de Soho, em Nova York.
A previsão, de acordo com informações da Bloomberg, é de que 25 lojas sejam inauguradas fora da China ainda em 2025. Outros destinos que devem receber estas unidades são Londres (2), Japão (diversas lojas) e países do Oriente Médio, mas sem especificação.
Segundo Leo Li, fundador da Urban Revivo, caso a estratégia seja bem-sucedida, o ritmo de aberturas pode ser ainda maior em 2025. O objetivo principal é atingir 100 lojas no exterior.
Produção e cadeia de suprimentos global
Para driblar gargalos da cadeia de suprimentos e retaliações de governos com operações cross border, a estratégia da Urban Revivo passa não só por estabelecimentos físicos. A construção de fábricas próximas aos mercados onde pretende atuar ativamente é vista como a peça principal neste quebra-cabeça.
Com este setor fora da China, a ideia é que, no mínimo, metade das roupas vendidas fora da China sejam fabricadas da mesma forma. Até o momento, conforme aponta a reportagem, a companhia estuda parcerias com fabricantes locais dos EUA e pretende iniciar sua produção na Turquia ainda este ano, visando a demanda europeia.
“Nossa incursão no Sudeste Asiático começou em 2016, mas a verdadeira globalização da moda acontece com a entrada nos mercados dos EUA e da Europa. A meta da Urban Revivo ainda é ambiciosa tendo em vista nossa movimentação financeira de cerca de US$ 1 bilhão em vendas anuais, uma fração do faturamento da Zara, H&M e Shein. No entanto, o sucesso global da última citada demonstra que empresas chinesas do setor podem conquistar espaço nas principais capitais da moda ocidental”, afirma o executivo.
Embora os preços da Urban Revivo sejam quatro a cinco vezes superiores aos da Shein, Li acredita que a produção mais próxima dos mercados-alvo ajudará a reduzir custos logísticos e tarifas. A ideia é que fornecedores locais fabriquem itens de alta rotatividade, enquanto a produção na China se volta às peças mais atemporais.
Perspectivas
A expectativa de Li é que cerca de 30% das vendas totais da Urban Revivo venham de fora da China, levando em consideração um possível sucessos na expansão internacional. Atualmente, a marca conta com a maior parte da receita proveniente dos consumidores chineses, além de parcela das lojas no Sudeste Asiático.
“O plano para enfrentar gigantes como Zara e H&M nos mercados ocidentais é baseado no modelo que funcionou na China: uma cadeia de suprimentos ágil e experiência em e-commerce para acompanhar rapidamente as tendências dos consumidores”, pontua.