Temu mal chegou, mas já possui mais usuários que Magalu e Aliexpress

No cenário competitivo do comércio eletrônico no Brasil, a Temu se destacou ao atingir 25 milhões de usuários ativos mensais em setembro de 2024. Este marco colocou a plataforma como a terceira mais usada no país, atrás apenas do Mercado Livre e da Shopee. Este avanço notável ocorreu em poucos meses, desde o início de suas operações em junho, refletindo uma estratégia de mercado agressiva e eficaz.

A plataforma, conhecida por sua origem chinesa, superou gigantes tradicionais como o AliExpress e o Magazine Luiza. Um relatório do banco americano Citi, utilizando dados da SimilarWeb e da SensorTower, destacou este crescimento, ressaltando a Temu como um novo competidor de peso no e-commerce brasileiro.

O que impulsionou o crescimento acelerado da Temu?

A Temu experimentou um aumento de 31% em sua base de usuários ativos de agosto a setembro de 2024. Em comparação, a Shopee e o Mercado Livre tiveram crescimentos de 22% e 11% respectivamente em um período de 12 meses. Este crescimento se deve a uma série de estratégias bem executadas, incluindo um modelo de vendas agressivo com foco em descontos e uma política atraente de frete grátis.

A gamificação do aplicativo é um componente crucial dessa estratégia, oferecendo interações como rodadas de prêmios e descontos, o que tem atraído um público jovem e conectado. Este fator de engajamento é destacado por especialistas como Ana Paula Tozzi, que observa a estratégia como fundamental para a retenção e fidelização de clientes na etapa inicial de penetração de mercado.

Temu e o Impacto dos Downloads de Aplicativos

Outro aspecto significativo foi o desempenho nos downloads de aplicativos. Em seu quarto mês de operação no Brasil, a Temu liderou as listas com 5,8 milhões de downloads, superando concorrentes como Shopee e Mercado Livre, ambos com 2,5 milhões. Este crescimento no número de downloads é evidência do sucesso da sua introdução agressiva no mercado.

Este fenômeno de download reflete uma tendência comum para novas entradas no mercado, geralmente acompanhadas por campanhas de marketing robustas e incentivos de usuários. Contrapõe-se, no entanto, a uma queda de 19% no número médio de downloads em todo o setor, indicando uma particularidade no caso da Temu.

Quais desafios a Temu enfrenta no mercado digital brasileiro?

Apesar do sucesso inicial em conquistar uma grande base de usuários ativos e liderar downloads de aplicativos, a Temu enfrenta desafios notáveis no tráfego de seu site. Enquanto lidera no ambiente de download de aplicativos, não aparece entre os principais sites em termos de tráfego via navegador, área dominada por empresas como Mercado Livre e Amazon.

O mercado brasileiro de e-commerce é altamente competitivo, e a sustentabilidade a longo prazo desse crescimento depende da capacidade da Temu de converter usuários móveis em visitantes regulares de seu site. Continuar a inovar e engajar usuários por meio de estratégias diferenciadas será crucial para manter e expandir sua presença.

Expectativas e futuro da Temu no Brasil

A presença da Temu no Brasil desde junho de 2024 serve como um exemplo de quão rápido uma empresa pode capturar o mercado com as estratégias certas. Embora a entrada tenha sido promissora, a Temu deve agora focar em tornar seu sucesso inicial sustentável. Estratégias continuadas de engajamento, acompanhadas pela melhoria da experiência do usuário, serão vitais.

O futuro da Temu no e-commerce brasileiro apresenta muitas oportunidades, especialmente se a plataforma conseguir aumentar sua visibilidade e tráfego online fora do ambiente aplicativo. Observadores do mercado e consumidores estarão acompanhando de perto os próximos movimentos desta plataforma disruptiva.

Fonte: “https://terrabrasilnoticias.com/2024/10/temu-mal-chegou-mas-ja-possui-mais-usuarios-que-magalu-e-aliexpress/”

 

 

 

Com avanço do e-commerce, galpões logísticos atingem menor taxa de vacância no Brasil e em São Paulo

O mercado de galpões logísticos e industriais encerrou o terceiro trimestre de 2024 com a menor taxa de vacância já registrada: 8,4% no Brasil e 8,3% no estado de São Paulo. Esse resultado é atribuído à crescente demanda dos setores de e-commerce, transporte e logística, além de uma entrega inferior à esperada de novos estoques, de acordo com um levantamento da consultoria imobiliária Binswanger Brazil.

O estudo, que considera empreendimentos de perfis A+ e A, apontou que o estoque de galpões no Brasil somava 21,038 milhões de metros quadrados ao final de setembro, um aumento de 1,3% em relação aos 20,768 milhões registrados no segundo trimestre.

A absorção líquida no período entre julho e setembro foi de 536.140 metros quadrados, com uma absorção bruta de 814.063 metros quadrados e devoluções de 277.923 metros quadrados, o menor nível desde o terceiro trimestre de 2022. No final de junho, a taxa de vacância nacional era de 9,8%.

Desde o início de 2024, a absorção líquida dos condomínios logísticos e industriais no Brasil chegou a 1.465.680 metros quadrados, se aproximando da projeção conservadora da Binswanger para o ano, que era de 1,5 milhão de metros quadrados. A previsão otimista da consultoria, de 1,725 milhão de metros quadrados até o fim do ano, ainda se mantém.

Desempenho em São Paulo

São Paulo, o maior mercado logístico do Brasil, registrou uma absorção bruta de 448.319 metros quadrados no terceiro trimestre, enquanto a líquida foi de 202.317 metros quadrados, com a entrega de 5.000 metros quadrados de novos espaços. Na área de “Last Mile” — um raio de 30 km da capital, fundamental para as operações de entrega — a vacância foi de apenas 7,2%.

Outro destaque foi o aumento no preço médio dos aluguéis de galpões logísticos, que superou pela primeira vez o valor de R$ 26 por metro quadrado, atingindo R$ 26,35. Estados como Amazonas, Bahia, Ceará, Pará, Pernambuco, Rio de Janeiro e São Paulo registraram aumento nos preços, enquanto o Distrito Federal, Espírito Santo, Minas Gerais e Paraná tiveram quedas nos valores pedidos.

Setor varejista

O setor de varejo é o maior ocupante de galpões logísticos no Brasil, com 34% do total ocupado, segundo levantamento da SiiLA, hub de soluções para o mercado imobiliário comercial da América Latina. A pesquisa também indica que sete dos 10 maiores ocupantes do condomínio logístico do país são as gigantes do setor.

Recentemente, as empresas como SHEIN e Shopee vêm anunciando expansões logísticas no Brasil, aumentando o acirramento pela ocupação desse tipo de imóvel. Nessa corrida, o  Mercado Livre é quem se destaca, com a maior ocupação desses espaços, totalizando quase 1,5 milhão de metros quadrados. Em seguida, estão a Amazon e a Magalu, com 534 mil e 420 mil m², respectivamente.

Fonte: “Com avanço do e-commerce, galpões logísticos atingem menor taxa de vacância no Brasil e em São Paulo – E-Commerce Brasil

 

MEMP e Amazon Brasil anunciam acordo para fortalecer micro e pequenos empreendedores e impulsionar inclusão no comércio eletrônico

Acordo tem como objetivo empoderar microempresas e pequenos negócios por meio da capacitação e do suporte, em uma programação que inclui a identificação de oportunidades em eventos, treinamentos e criação de lojas no e-commerce Amazon.

Brasília, 21 de outubro de 2024 – Como um passo significativo para impulsionar os micro e pequenos negócios no Brasil, o Ministério do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte (MEMP) e a Amazon Brasil firmaram um acordo para capacitar e dar mais visibilidade a microempreendedores e pequenas empresas no e-commerce, incluindo ações voltadas para empreendimentos de mulheres e vendedores de produtos sustentáveis. A colaboração, que foi oficializada hoje no escritório corporativo da Amazon em São Paulo, fornecerá as ferramentas e o suporte necessários para ampliar a presença digital desse público e fortalecer seus negócios no mercado.

De acordo com dados do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), há 22 milhões de micro e pequenas empresas brasileiras, que representam 55% dos empregos de carteira assinada e 30% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. Reconhecendo a importância desse setor, o MEMP e a Amazon estão colaborando para oferecer capacitações e recursos destinados a aprimorar as habilidades empreendedoras das pessoas que estão à frente desses negócios, além de aumentar a sua visibilidade no e-commerce.

“Estamos muito entusiasmados em trabalhar com o Ministério do Empreendedorismo para ajudar mais empreendedores a expandir os seus negócios por meio do comércio eletrônico”, diz Daniel Mazini, presidente da Amazon Brasil. “Hoje, 72% das vendas realizadas por pequenas e médias empresas na Amazon.com.br têm um estado de destino diferente daquele em que o vendedor está sediado, e mais de 54% dos vendedores estão localizados fora das cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília, demonstrando como o comércio eletrônico ajuda empreendedores a expandir seus horizontes e a conquistar novos clientes”.

O Ministro do MEMP, Márcio França, destacou a importância do apoio aos pequenos empreendedores brasileiros: “O Presidente Lula, ao criar o Ministério e me designar como Ministro da área, quis trazer ao seu terceiro mandato um cuidado especial com os pequenos empreendedores. São pessoas que se envolvem diretamente no negócio, às vezes com a ajuda de familiares ou de poucos funcionários, e que muitas vezes não se sentem apoiados. Estamos aqui para apoiá-los e, com colaborações como essa que estabelecemos com a Amazon, oferecer caminhos concretos para que sua atividade produtiva possa ter mais alcance. O comércio eletrônico é uma realidade muito importante e os pequenos empreendedores devem estar inseridos nela”.

O acordo foca, ainda, na inclusão socioprodutiva para apoiar grupos sub-representados. Como parte dele, a Amazon e o MEMP realizarão formações e atividades dirigidas a mulheres empreendedoras e esforços para garantir que outros ministérios e parceiros com temáticas semelhantes participem desta ação, em particular o Ministério da Mulher. A Amazon também oferecerá um webinar com os participantes da edição passada do programa “Decola Garota” para conversar com os empreendedores indicados pelo MEMP sobre como o comércio eletrônico pode aumentar a visibilidade e o crescimento de seus negócios.

Além disso, Amazon e MEMP realizarão ações voltadas para empreendimentos de micro e pequeno porte focados em produtos sustentáveis. O MEMP envidará esforços para que outros ministérios e parceiros com temáticas afins participem desta ação, em particular o Ministério do Meio Ambiente.

Hoje, mais de 78 mil parceiros vendem na Amazon.com.br, sendo 99% deles pequenas e médias empresas. Como parte da ação, a “Loja de Pequenos Negócios” irá impulsionar a visibilidade destes produtos e marcas brasileiros. Essa iniciativa permite que os consumidores conheçam e explorem empresas locais, apoiando o desenvolvimento e a promoção desses empreendimentos.

Dentre as iniciativas da Amazon para apoiar empreendedores brasileiros, destaca-se o FBA – Logística da Amazon, um serviço que consiste no armazenamento de produtos de vendedores parceiros nos próprios Centros de Distribuição da Amazon. Vendedores que aderem ao FBA – Logística da Amazon crescem suas vendas, em média, 5 vezes.

Outras opções de programas disponíveis incluem o DBA – Delivery by Amazon, no qual transportadoras parceiras contratadas pela Amazon entregam em todas as 5,5 mil cidades do Brasil, e o programa de Vendas Internacionais. Só em 2023, as vendas de vendedores brasileiros para outros países por meio do programa de Vendas Internacionais da Amazon cresceram 80%.

Fonte: “MEMP e Amazon Brasil anunciam acordo para fortalecer micro e pequenos empreendedores e impulsionar inclusão no comércio eletrônico — Ministério do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte

 

 

Nestlé aumenta vendas em 75% com loja perfeita no Prime Day da Amazon

Ferramenta da Neogrid acompanha a disponibilidade dos produtos online e evita perdas de vendas.

A Nestlé implementou uma solução estratégica para aumentar as vendas no Prime Day 2024, promoção anual para assinantes dos serviços Amazon no Brasil. Em parceria com a Neogrid, a companhia ampliou as vendas em 75% sobre o ano anterior na mesma data promocional.

O plano estratégico da Nestlé reproduziu a experiência da loja perfeita do mundo físico para o ambiente digital com foco em três importantes pilares: garantir que todos os produtos estivessem sempre disponíveis, ampliar a visibilidade dos itens e criar promoções atraentes aos clientes.

Um dos maiores desafios enfrentados pela Nestlé para otimizar seus processos e alcançar maior sucesso de vendas foi a gestão dos picos de demanda durante a semana de promoções. A agilidade e a proatividade da Lett, solução da Neogrid que auxilia no monitoramento de KPIs e acompanha a exposição dos produtos da marca nas principais páginas do comércio online, foram essenciais para manter a disponibilidade e evitar perdas de vendas.

“Os consumidores estão cada vez mais exigentes e com acesso a inúmeras opções de compra. Por isso, oferecer uma experiência completa é indispensável para garantir a satisfação do cliente, independentemente do canal que ele escolha”, explica Franklin Lucas, diretor-executivo da Lett. “Nossa parceria com a Nestlé permitiu colocar essa estratégia em prática de forma sólida e eficaz, demonstrando a importância de monitorar de perto os indicadores e ajustar as estratégias conforme o necessário”, complementa Lucas.

Segundo João Kalil, líder de E-commerce da Nestlé Brasil, a solução da Neogrid foi fundamental para o monitoramento do desempenho dos produtos em tempo real durante o Prime Day. “Com a agilidade proporcionada pela Lett, conseguimos identificar rapidamente quais itens estavam com alta demanda e agir prontamente para evitar rupturas de estoque. Isso nos possibilitou manter o constante volume de produtos, garantindo que nenhum cliente deixasse de encontrar o que procurava, resultando em um aumento significativo nas vendas”, conclui Kalil.

Fonte: “https://mercadoeconsumo.com.br/22/10/2024/ecommerce/nestle-aumenta-vendas-em-75-com-loja-perfeita-no-prime-day-da-amazon/”

 

Mercado Livre é o maior ocupante de galpões logísticos no Brasil, com quase 1,5 milhão de m²

Magalu e Amazon aparecem em seguida na lista, que é liderada pelo varejo, com 34% do total ocupado.

O setor de varejo é o maior ocupante de galpões logísticos no Brasil, com 34% do total ocupado. Sete dos dez maiores ocupantes de condomínios logísticos no País são gigantes varejistas. O Mercado Livre lidera com a maior ocupação desses espaços, somando quase 1,5 milhão de metros quadrados, seguido pela Amazon e pela brasileira Magalu, com 534 mil e 420 mil m², respectivamente.

O levantamento foi realizado pela SiiLA, hub de soluções para o mercado imobiliário comercial da América Latina, e destaca também os setores de Transporte & Logística (29,8%), Produtos Industriais (14,5%) e Alimentos & Bebidas (10,6%) como grandes ocupantes de galpões logísticos no Brasil. Os 11,1% restantes são divididos entre outros setores menores. A lista inclui ainda a Shopee, em quarta posição, com 401 mil m², e, fechando o top 5, a B2W, com 340 mil metros quadrados.

Em junho deste ano, a SiiLA divulgou que a Shopee e o Mercado Livre estavam realizando investimentos para expandir suas operações logísticas no Brasil. A varejista chinesa Shopee passou a ocupar um novo espaço em Franco da Rocha, enquanto o Mercado Livre se instalou em Guarulhos, ambas as cidades na Grande São Paulo.

Essas duas operações, somadas, resultaram em 180 mil metros quadrados. Em agosto, ambas as empresas iniciaram novos projetos de expansão, desta vez em Marília (SP), a cerca de 450 quilômetros da capital. Os novos espaços, de mais de 30 mil metros quadrados, serão utilizados como um depósito central.

Tais esforços têm como uma das metas garantir entregas em até 24 horas. Essa corrida, evidentemente, alavancou os custos. O preço médio nacional para locação está em R$ 27 por metro quadrado ao mês, um aumento de 34% nos últimos 36 meses, segundo dados da Colliers, empresa global de serviços imobiliários.

E-commerce impulsiona crescimento logístico

O estoque de espaços em galpões logísticos de alto padrão no Brasil deu dois grandes saltos em uma década. Os dados da SiiLA mostram que, em área locada, o crescimento foi de 455%, passando de 4,7 milhões de metros quadrados em 2014 para 26,1 milhões este ano. Em número de edifícios, a alta foi ainda maior, de 561%, saltando de 70 para 463 no mesmo período.

Os galpões logísticos de ponta incluem as classes A+, A e B, que oferecem maior eficiência operacional. Os galpões A+, por exemplo, têm capacidade mínima de movimentação de 6 toneladas e uma doca para, no mínimo, cada 500 metros quadrados, entre outros diferenciais.

Além do aumento da oferta, a taxa de vacância caiu. De 22,8%, a vacância passou para 9,1%, uma retração proporcional de 60%. Por trás desse boom, há um fator chave: o e-commerce, que movimentou R$ 185,7 bilhões no ano passado, um crescimento anual de 9,1%, segundo a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm).

Fonte: “https://mercadoeconsumo.com.br/16/10/2024/logistica/mercado-livre-e-o-maior-ocupante-de-galpoes-logisticos-no-brasil-com-quase-15-milhao-de-m%c2%b2/”

IA preditiva x IA generativa e seu impacto no consumo e varejo

Estamos vivendo um momento de transformação significativa nos negócios, assim como ocorreu com o surgimento da internet há 20 anos e com a popularização dos smartphones há uma década. Hoje, a pergunta que todos se fazem é: como será o futuro do consumo e do varejo moldado pela Inteligência Artificial?

Esse tema foi amplamente discutido no Latam Retail Show 2024, maior evento de consumo e varejo da América Latina, e um dos destaques foi a excelente palestra de Eric Siegel, autor do livro “Predictive Analytics”, que trouxe luz de caminhos atuais e futuros dessa revolução.

“Aprendizado de máquina (ou IA) representa a vanguarda do progresso humano, melhorando as operações com o uso da ciência, sendo que aprendizado de máquina, ou IA, é a capacidade de aprender com dados e experiências passadas para prever comportamentos, resultados e tendências”. Essa é a visão ultraresumida do Eric sobre o impacto dessa transformação.

IA preditiva versus IA generativa

A IA generativa ganhou grande popularidade por ser intuitiva e fácil de usar. Ferramentas como o ChatGPT, que permitem gerar conteúdo de forma quase automática, chamam a atenção do público. No entanto, quando o assunto é geração de valor real nas operações das empresas, é a IA preditiva que assume o protagonismo.

Enquanto é difícil tangibilizar o retorno sobre o investimento com a IA generativa, a IA preditiva já está em uso há anos, provando sua eficácia em diversas áreas. A UPS, por exemplo, utiliza IA preditiva para otimizar a logística de entrega de pacotes. Com milhares de centros de distribuição, a empresa precisa se antecipar, prevendo quais pacotes serão enviados pelos consumidores antes mesmo de recebê-los. Os ganhos divulgados pela empresa incluem USD 350 milhões e 185 milhões de milhas não percorridas devido à otimização.

Outro caso emblemático é o da Amazon, que utiliza a IA preditiva há anos para recomendar produtos para seus consumidores com base nos seus hábitos de consumo. Essas recomendações já representam 35% das vendas totais da empresa, demonstrando o impacto direto que esse tipo de tecnologia tem nas operações e no faturamento.

Além desses exemplos, grandes varejistas ao redor do mundo estão utilizando IA preditiva para desenvolver modelos que buscam otimizar suas operações, como a varejista de moda sul-africana Superbalist, que implementou em seus canais digitais uma ferramenta baseada em IA preditiva para encontrar o tamanho certo para cada cliente. Esse é um grande desafio, considerando as inúmeras variações nas modelagens e o caimento único de cada peça.

Usando como dados de entrada do usuário apenas a altura, o peso e o formato do corpo, a ferramenta cruza tais informações com os dados da modelagem de cada peça usado pelas confecções e com os dados do comportamento de dezenas de milhares de outros clientes, como satisfação, reviews, taxas de devolução etc, para mitigar ao máximo o problema de devoluções pela compra do tamanho errado.

Do plano para a ação: implementação da IA preditiva

De acordo com Eric, a implementação de modelos preditivos em um negócio segue um processo relativamente simples, que não demanda alta tecnologia em todas as etapas. O modelo desenvolvido por ele, composto por seis passos principais, é uma referência eficaz para empresas que buscam aproveitar os benefícios da IA preditiva:

1. Estabelecer um objetivo – Definir claramente o que se quer alcançar;

2. Estabelecer uma meta de previsão – Especificar o que será previsto;

3. Estabelecer as métricas – Definir como medir o sucesso do modelo;

4. Preparar os dados – Coletar e organizar os dados relevantes;

5. Treinar o modelo – O único passo que requer tecnologia avançada;

6. Implementar o modelo – Integrar as previsões nas operações diárias da empresa.

O ponto mais importante desse framework é que, embora o treinamento do modelo (passo 5) exija tecnologia, o verdadeiro valor surge no passo 6, quando as empresas tomam decisões baseadas nas predições geradas. Investir tempo em ações práticas e decisões inteligentes com base nos dados é o que realmente transforma as operações e gera impacto mensurável.

O impacto da IA preditiva no consumo e no varejo

Assim como a internet, os smartphones e as redes sociais transformaram o mercado em ciclos anteriores. A IA também provocará uma mudança estrutural nos negócios. Após revoluções tecnológicas, as empresas líderes do ciclo anterior frequentemente são substituídas por competidores mais ágeis e que dominaram as novas regras do jogo. Como prova desse movimento, basta olhar a lista de maiores varejistas ou empresas do mundo antes e depois da internet. E isso não será diferente com a IA.

Para se manter relevante, as empresas precisarão agir rapidamente, mostrando flexibilidade e adaptabilidade. O segredo para o sucesso nessa nova era está em saber implementar as previsões e integrá-las de forma eficaz nas operações diárias.

Os cases já demonstram que a IA preditiva tem o potencial de transformar o varejo, proporcionando insights valiosos que permitem reduzir custos, melhorar a experiência do cliente e aumentar as vendas. E, ao contrário do que muitos pensam, a implementação dessa tecnologia não é um processo inatingível, mas sim uma jornada de aprendizado e adaptação, que exige tanto visão estratégica quanto ação rápida.

Liderando com IA no varejo

A história nos ensina que as transformações tecnológicas mudam a lógica de mercado. Empresas que souberem utilizar a IA preditiva para gerar valor estarão mais preparadas para competir e liderar. Em um mercado em constante evolução, o diferencial estará em quem agir com rapidez e tomar decisões baseadas em dados.

Assim como a internet revolucionou o varejo no passado, a IA está pronta para redefinir o futuro do setor. E aqueles que aprenderem a navegar com flexibilidade nesse novo ambiente tecnológico certamente sairão na frente.

Fonte: “https://mercadoeconsumo.com.br/18/10/2024/artigos/ia-preditiva-x-ia-generativa-e-seu-impacto-no-consumo-e-varejo/”

Amazon cria benefícios para pequenos e médios vendedores se destacarem no marketplace

Pelo FBA, programa de entrega com selo Prime, os sellers têm acesso a toda infraestrutura logística da companhia.

Qual é a maior dor de cabeça dos pequenos e médios vendedores para comercializar os seus produtos nas plataformas de vendas online? Possivelmente, a mesma que mobilizou grandes varejistas a investir altas somas na aquisição ou no desenvolvimento de um departamento próprio: a logística. Prazo e custo são apenas o início de uma operação complexa, que envolve trocas e devoluções, rastreio, sustentabilidade, capilaridade e tecnologia de ponta. Para aqueles que estão começando a vender ou ainda não têm um negócio bem estruturado, toda operação pós-venda pode interferir no desenvolvimento da marca, na elaboração de novos produtos e nas estratégias de alavancagem. Olhando para esse nicho, que representa 60% dos sellers da Amazon, a empresa global trouxe para o Brasil o FBA, um programa de logística que soluciona o pós-venda dos empreendedores, estimula a realização de tarefas com benefícios e melhora tanto a experiência do consumidor quanto o posicionamento do vendedor no marketplace.

Os produtos são entregues dentro da categoria Prime, que reúne mais de 200 milhões de assinantes no mundo. Ao se integrarem a esse programa, de acordo com a empresa, os vendedores podem multiplicar as vendas em até 5 vezes. Todo o inventário é despachado para um dos Centros de Distribuição da Amazon e, a partir do momento em que a venda é concluída, a companhia assume a operação desde a embalagem, entrega, rastreio, atendimento ao cliente à logística reversa. Dos 11 CDs existentes no País, três deles são destinados ao FBA.

O programa é destinado a pessoas jurídicas com CNPJ ativo para emitir nota fiscal eletrônica e optantes do Simples Nacional ou Regime Normal. Os microempreendedores individuais não são mais elegíveis ao FBA, contudo, a empresa oferece suporte gratuito até o final deste ano para quem quiser fazer parte do programa de logística e conhecer as opções disponíveis. Também é preciso ter endereço comercial ou Inscrição Estadual em São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná ou Rio Grande do Sul. Caso o vendedor não possua, a Amazon auxilia na abertura de um endereço comercial ou de uma filial para atender aos pré-requisitos.

“Os vendedores usufruem de toda a infraestrutura logística da Amazon. Ele envia o inventário para o nosso Centro de Distribuição e, a partir daí, funciona como o nosso varejo”, explica Julia Salles, head de FBA na Amazon Brasil. “Por isso, a gente coloca o selo Prime em todos os itens que estão lá. É um potencializador de vendas, porque é um selo de garantia de que aquela entrega é confiável e rápida e é grátis para o Brasil inteiro. Essa é a proposta de valor”, complementa a executiva.

Foco no negócio

Julia afirma que o programa resolve a parte do negócio que os pequenos e médios vendedores não conseguem nem sozinhos nem com a mesma eficiência da Amazon. Por outro lado, a adesão garante tempo livre para catalogar itens com informações qualificadas, fotos e vídeos, observar comportamentos de consumo, precificar melhor os itens à venda ou fazer promoções. “A Amazon toma conta dessa parte para o vendedor poder focar no seu negócio”, diz.

Os engenheiros Caio Andrade e Yuri Watzech, amigos desde os tempos de faculdade, decidiram criar empresas segmentadas para vender no marketplace da Amazon. Entre as oito marcas lançadas até agora, a Ellym Nutrition, especializada em suplementação premium, é a que mais se destaca. Associados ao FBA, os empreendedores relataram que têm mais tempo livre para focar no que realmente gostam de fazer: criar produtos e novos negócios.

Andrade e Watzech estudaram os itens mais vendidos nos Estados Unidos e replicaram no Brasil exatamente o que já funcionava no exterior. Lançada há dois anos, a linha de suplementos premium atingiu, em agosto deste ano, o total de vendas realizadas no ano passado inteiro. A previsão é de que até o final de 2024, a marca registre crescimento em torno de 60% no número de pedidos em comparação com o mesmo período de 2023.

Antes dos bons resultados, no entanto, os fundadores da Ellym estudaram a plataforma. Cinco anos atrás, quando começaram a vender os primeiros itens, estavam crus em relação ao potencial de vendas da plataforma. O objetivo deles, no início, era entender como poderiam se diferenciar e descobriram ferramentas no site da Amazon que auxiliavam nessa estratégia. Um dos destaques era para donos das próprias marcas.

Em relação à Ellym, fizeram o registro e entraram para o programa chamado Brand Registry. A partir daí, criaram uma loja dentro do e-commerce, ganharam mais credibilidade, aproveitaram o tráfego dos clientes da Amazon no marketplace e agregaram valor à marca. Com o registro, passaram mais confiança e credibilidade aos consumidores. E como membros do FBA, deixaram de se preocupar com embalagens e entregas. O suporte desse serviço orienta sobre a quantidade de produtos que deve ser enviada ao CD, quantidades que são reavaliadas conforme os números das vendas e de novas estratégias implementadas.

“Mesmo uma pequena marca consegue se posicionar dentro do site com muita credibilidade. Em outro, seria muito difícil”, pontua Watzech.

Estímulos e benefícios aos vendedores

Ao buscar um produto na Amazon, o algoritmo reúne uma série de informações disponíveis e apresenta uma lista de resultados. Dados como presença de fotos e vídeos, categorização correta, descrição completa, boa avaliação dos clientes, melhor preço, menor prazo de entrega, associado Prime e marca própria, por exemplo, são considerados na hora do algoritmo apresentar o resultado dos itens disponíveis por vendedores ao comprador.

Para a companhia, quanto mais os vendedores se qualificarem, mais eles ganham, mais satisfeitos os clientes ficam e mais a Amazon cresce. Entendendo o seu papel junto à base de clientes empreendedores, a Amazon criou benefícios para os associados do FBA. Ao cumprirem algumas tarefas, como aprimorar a descrição ou incluir vídeos dos itens, podem ganhar cashbacks, descontos ou até isenção em tarifas.

A última novidade do programa é a isenção de 100% do valor do frete para os 100 primeiros itens vendidos  desde que sejam inéditos no FBA. Com o valor médio da taxa estimado em R$ 15, o vendedor economizará R$ 1.500 na primeira centena vendida. Se incluir 20 produtos inéditos e vender 100 de cada, fatura mais, de um lado, e reduz os custos da operação em R$ 30 mil, de outro.

Fonte: “Amazon cria benefícios para pequenos e médios vendedores se destacarem no marketplace – Mercado&Consumo (mercadoeconsumo.com.br)

77% dos brasileiros compram em e-commerces internacionais

Os hábitos de consumo dos brasileiros estão passando por mudanças significativas e, em 2023, 77% dos brasileiros realizaram pelo menos uma compra em sites internacionais, atraídos pela variedade de produtos, raridade ou preços mais baixos. Aproximadamente, 90,83 milhões de pessoas fizeram compras internacionais nos últimos 12 meses.

O número de compras apresentou uma média de 3,9 e teve um gasto de R$202.

As informações são das pesquisas realizadas pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), em parceria com a Offerwise Pesquisas, o comércio digital vem ganhando cada vez mais destaque no país.

Weslei Lima, gestor do Mercado Topográfico, acredita que esse comportamento reflete um maior acesso à tecnologia e um aumento do poder de compra.

Detalhes das compras

Entre os consumidores, 59% adquiriram vestuário, calçados e acessórios, 37% acessórios para celular/tablet ou computador, 36% artigos para casa e 23% cosméticos ou perfumes.

Com maior popularidade para as compras estão Shopee (80%), Amazon (59%), Shein (54%) e Aliexpress (36%). Mais da metade dos clientes, 55%, preferem comprar em lojas de sites asiáticos, mesmo cientes que podem prejudicar o comércio local, aponta o estudo.

Entre os principais motivadores para as compras internacionais são:

  • Preço reduzido (76%);
  • Economia de gastos (76%);
  • Maior variedade de produtos (48%); e
  • Produtos raros, difíceis de encontrar ou que não estão à venda no Brasil (34%).

Para 90% dos clientes, a pesquisa de preço em sites do Brasil é comum antes de comprar internacionalmente –  54% afirmam fazer isso sempre e 36% às vezes. Já com relação aos meios de pagamento, os dois principais são cartão de crédito (53%) e pix (41%).

“Com acesso fácil à internet, todos têm a oportunidade de garimpar produtos de acordo com sua necessidade, mesmo fora do Brasil, o que, por si só, mostra como o mercado nacional carece de políticas públicas e outras medidas para, pelo menos, aumentar a competitividade”, comenta o executivo.

Cuidados essenciais

Frente às mudanças de legislação, o levantamento aponta que 88% dos consumidores verificam as taxas antes de fechar a compra, pois o valor cobrado afeta diretamente no custo benefício da produto.

Entretanto, 45% revelam não possuem conhecimento de quais taxas estão envolvidas nas compras internacionais. Enquanto isso, 55% dizem saber, mas não têm plena informação de todos os impostos inclusos.

Além disso, visando garantir a segurança contra golpes, 54% só compram em sites conhecidos ou indicados, 44% procuram avaliações em sites de reclamações e no próprio anúncio e 42% pesquisam a reputação da loja antes de finalizar a compra.

Considerando a última compra, 75% relataram que não tiveram problemas. Porém, 21% tiveram algum tipo de contratempo, o estudo mapeou cinco principais: suporte ao cliente (7%), entrega fora do prazo (6%), produto diferente do anunciado/foto (4%), não recebeu o produto (4%) e produto danificado ou com defeito (4%).

Finalizando, as principais desvantagens das compras internacionais aparecem como:

  • Tempo de entrega (49%);
  • Baixa qualidade (36%);
  • Dificuldade para troca (35%); e
  • Compra barrada na alfândega e pagamento de taxa para retirá-la (33%).

Fonte: “https://www.ecommercebrasil.com.br/noticias/77-dos-brasileiros-compram-em-e-commerces-internacionais”

 

Na nova ‘corrida do ouro’ do varejo, Mercado Livre larga na frente no ‘retail media’, mas as concorrentes brasileiras prometem reagir

O mercado de publicidade é visto como uma nova fonte de receita para o varejo — mas as brasileiras encontram-se ainda muitos passos atrás na busca por território no mercado local.

A “vitrine” das grandes lojas online como Amazon e Mercado Livre vem se tornando um espaço cobiçado para as marcas, dispostas a pagar por um espaço privilegiado nos resultados das buscas pelos seus produtos. Não por acaso, é impossível acompanhar discussões sobre o setor de varejo sem ouvir pelo menos uma vez o termo retail media.

A possibilidade de monetizar ainda mais os espaços do e-commerce e das lojas físicas com anúncios e outros tipos de publicidade é vista não só pelas gigantes internacionais como também por Magazine Luiza, Casas Bahia e até mesmo Americanas como uma das principais avenidas para crescimento de receita.

Basicamente, a mídia de varejo é uma estratégia de publicidade por meio da qual marcas podem anunciar produtos em espaços publicitários ou canais de vendas das gigantes do varejo.

No entanto, há uma vantagem para quem anuncia: a publicidade não atinge os usuários em um momento aleatório em que há potencial maior de rejeição, mas quando ele está na loja e, portanto, estaria predisposto a realizar uma compra e mais receptivo aos anúncios.

Para as varejistas, essa já é uma nova “corrida do ouro”, com potencial para aumentar as receitas e, principalmente, as margens historicamente apertadas do setor.

De acordo com uma pesquisa realizada pelo Boston Consulting Group (BCG) e pelo Google, o retail media deve gerar cerca de US$ 75 bilhões (R$ 418,44 bilhões, no câmbio atual) em lucro até 2026, com um crescimento anual de 22% em gastos dos anunciantes nessas plataformas.

Só no Brasil, entre janeiro e dezembro de 2023, foram investidos R$ 35 bilhões em publicidade digital, segundo levantamento realizado pelo IAB Brasil, com base em dados da Kantar Ibope Media.

Se considerados ainda os gastos com retail media, a estimativa é de que o investimento total tenha alcançado R$ 37,6 bilhões, com 7% de participação da mídia de varejo no bolo total.

A força do negócio de retail media

No caso da Amazon, a divisão de Ads nasceu em 2017 e já superou a marca de US$ 40 bilhões em faturamento com publicidade em 2023 — isto é, o equivalente a aproximadamente R$ 217,8 bilhões, no câmbio atual.

Só no primeiro semestre de 2024, as receitas da Amazon Ads chegaram a US$ 24,5 bilhões.

Já a divisão do Mercado Livre é mais jovem. Lançado em 2020 como Mercado Ads, a unidade de publicidade do Meli deve alcançar o patamar de US$ 1 bilhão (cerca de R$ 5,58 bilhões) em receitas com anúncios neste ano, segundo o Goldman Sachs.

No entanto, os analistas do banco ainda veem potencial para o “trator argentino do e-commerce” quadruplicar esse faturamento, ampliando o negócio de Ads para US$ 4 bilhões até 2028.

As varejistas brasileiras ainda vão conseguir competir com a Amazon e o Mercado Livre?

Diante da força avassaladora dos gigantes estrangeiros, as brasileiras Magazine Luiza (MGLU3), Casas Bahia (BHIA3) e mesmo a Americanas (AMER3), em recuperação judicial, também passaram a mirar o negócio de retail media como potencial para destravar valor no futuro.

As brasileiras já deixaram claro que o negócio de publicidade é uma das principais avenidas para geração de receita e ganho de margem no futuro — e inclusive criaram divisões de negócios especializadas neste mercado.

No entanto, apesar dos esforços recentes, as brasileiras encontram-se ainda muitos passos atrás na busca por território no negócio de mídia de varejo local.

No Brasil, o Mercado Ads é líder absoluto em retail media. Hoje, a plataforma de publicidade do Mercado Livre detém uma participação de mercado de 66,3%, de acordo com o relatório Retail Media Trends 2024, da Emarketer.

Já a Amazon Ads perdeu espaço no Brasil nos últimos anos. De 2019 para cá, a fatia da empresa de Jeff Bezos no retail media brasileiro caiu de 25,6% para 13,2%, segundo o relatório.

Por sua vez, outros players alcançaram, juntos, uma fatia de 20,5% do mercado doméstico.

Isso não significa que as varejistas locais pretendem continuar a comer poeira. Pelo contrário, aliás. Em entrevista ao Seu Dinheiro, os diretores de retail media do Mercado Livre, Casas Bahia e Americanas revelaram detalhes das estratégias.

A força do Mercado Ads no Brasil

Na avaliação de Mario Meirelles, diretor sênior do Mercado Ads Brasil, o sucesso absoluto da divisão de publicidade do Meli no Brasil pode ser explicado pela posição de liderança da varejista no e-commerce na América Latina.

“A grande vantagem do Mercado Ads é a capacidade que temos de fornecer informações sobre uma determinada audiência, porque mesmo numa segmentação de público-alvo ainda conseguimos direcionar a uma audiência super relevante.”

Mas apesar de já responder por mais da metade do mercado de mídia de varejo no Brasil, o Mercado Livre (MELI34) ainda vê espaço para expandir a divisão.

De acordo com o diretor do Mercado Ads, a projeção de receita da unidade de negócios para 2024, de US$ 1 bilhão, é ambiciosa, mas ainda mostra uma “capacidade de prospecção muito grande”, especialmente diante da penetração de retail media nos Estados Unidos e Europa em relação à América Latina.

As apostas da Casas Bahia (BHIA3) e do Magazine Luiza (MGLU3) em publicidade

Se as varejistas brasileiras enfrentam o peso esmagador de ter negócios de publicidade mais incipientes que o de gigantes como a Amazon e o Mercado Livre, por outro lado, elas possuem um atributo que os outros players não têm: a possibilidade de integração das lojas físicas à plataforma digital, na chamada “omnicanalidade”.

Na Casas Bahia (BHIA3), a aposta em publicidade se tornou uma unidade de negócios do grupo em abril deste ano, com a chegada de Alexandra Bello Mendonça como diretora — que já trabalhou nas divisões de anúncios de outras players do varejo, como Americanas e Mercado Livre.

“É um diamante que estamos começando a lapidar, com a exploração desses dois mundos combinados. Nós estamos unindo esses dois mundos numa proposta de mídia, na mesma plataforma e gerando resultados para as marcas”, disse a diretora de retail media.

A unidade de retail media da companhia, responsável pela monetização dos espaços digitais e físicos, apresentou um crescimento anual de receita de 112% e um aumento trimestral de 14% no GMV transacionado na plataforma.

Questionada sobre como a empresa pretende avançar de forma representativa em publicidade mesmo estando hoje com um tamanho mais enxuto em relação a concorrentes como o Mercado Livre, Alexandra afirmou não achar que a Casas Bahia é “tão menor”.

“Eu diria que, para o tempo em que estamos operando estruturados como uma unidade de negócios, chegamos a um tamanho bastante interessante e com um posicionamento muito único de omnichannel com abrangência de soluções e produtos.”

A nova vertical de publicidade também acompanha a estratégia atual de Casas Bahia de voltar às origens e focar no essencial. É por isso que o foco não está tanto em expandir agressivamente a quantidade total de anunciantes, mas sim em ampliar o volume de campanhas com as grandes marcas que integram a varejista.

Enquanto isso, o Magazine Luiza (MGLU3) também aposta no retail media como uma fonte de ampliar as receitas. A varejista superou a marca de 3,7 mil anunciantes ativos, incluindo sellers do Magalu e grandes marcas, no segundo trimestre, com crescimento de 40% da receita de produtos patrocinados no período.

Tema recorrente das teleconferências de resultados trimestrais, o CEO Frederico Trajano já afirmou diversas vezes a investidores e analistas que o Magalu Ads é um dos três pilares para destravar valor para os acionistas no futuro.

“Nós temos praticamente 500 milhões de visitas mensais, considerando todas as empresas do grupo. Na plataforma Magalu Ads, o anunciante pode anunciar no próprio Magazine Luiza, no Netshoes, no Kabum! e também anunciar nas 1.300 lojas físicas, com mais de 20 mil televisões para realizar o offline media também”, disse o CEO, após a divulgação dos resultados do segundo trimestre de 2024.

Vale destacar que o Magalu Ads existe desde 2021 e é visto pela varejista como uma das principais apostas para destravar valor para a empresa daqui para frente. A companhia inclusive contratou Célia Goldstein, ex-gerente geral da Amazon Advertising no Brasil, no início deste ano para liderar a divisão.

Até mesmo a Americanas (AMER3) está de olho no retail media

Enquanto a Americanas (AMER3) ainda enfrenta os impactos do “tsunami” ocasionado pela revelação da fraude contábil de R$25,2 bilhões em janeiro do ano passado, a varejista anunciou uma série de novas estratégias para o e-commerce.

Além de revisar o modelo multimarcas com o fim dos sites Submarino e Shoptime, a varejista carioca intensificou a aposta no mercado de anúncios.

A Americanas Advertising se apresenta como um “hub de publicidade omnichannel” da empresa desde 2021 — e é vista hoje como uma das maiores avenidas de crescimento de receita da Americanas daqui para frente.

“Para nós, o retail media precisa estar na jornada completa do consumidor, não só no momento de compra. Não é só no site, na loja, no banner. É tudo isso junto, e é justamente o maior diferencial da nossa estratégia: a oportunidade de falar com o consumidor em todos os seus estágios de consumo, desde o primeiro gatilho”, disse Washington Theotonio, diretor de marketing (CMO) da Americanas.

Segundo Theotonio, outra fortaleza da varejista na publicidade é o seu mix de produtos, que é “muito a cara da Americanas” e possibilita anúncios cruzados em diferentes categorias de produtos.

“A gente tem um modelo de negócio que é muito proprietário. Se você entrar numa unidade da Americanas, ela não vai ser um supermercado ou uma loja de conveniência. Não tem um modelo comparativo”, afirmou. “A gente tem um exemplo de cross-sell que é absolutamente inusitado: a venda de fraldas e rímel na mesma cesta na loja. Isso faz parte da jornada da Americanas, que passa não só pelo destino, como também pela descoberta de produtos.”

Fonte: “https://www.seudinheiro.com/2024/empresas/na-nova-corrida-do-ouro-do-varejo-mercado-livre-larga-na-frente-no-retail-media-mas-as-concorrentes-brasileiras-prometem-reagir-miql/”

 

 

 

Amazon adota tecnologia para reduzir tempo que entregador leva para achar pacote; veja vídeo

Sistema permite ao entregador identificar encomenda em questão de segundos.

A Amazon desenvolveu um novo sistema para reduzir segundos em cada entrega de pacotes e ajudar os clientes a fazer escolhas de compra mais rápidas.

A tecnologia instalada no interior de veículos acende uma luz verde nos pacotes para que o entregador não precise perder tempo lendo etiquetas para localizar a encomenda do local da entrega. Chamada de Vision Assisted Package Retrieval (VAPR), a novidade deve chegar aos Estados Unidos em 2025.

A Amazon informou que pretende equipar 1.000 veículos de entrega ativos, fornecidos pela fabricante de elétricos Rivian, com a tecnologia de holofotes no início do ano que vem.

Doug Herrington, CEO das lojas mundiais da Amazon afirmou que os tetos dos veículos de entrega são equipados com câmeras e projetores de LED que leem instantaneamente os rótulos dos pacotes, para identificar quais são destinados a quais clientes.

A Amazon é a maior acionista da Rivian e fez encomendas de 100.000 vans de entrega elétricas para serem implantadas até 2030. Ações das empresas subiram cerca de 1% cada no pregão da manhã.

O novo sistema lembra uma tecnologia amplamente implantada nos armazéns da Amazon, que ilumina itens em prateleiras com rodas robotizadas para que os trabalhadores possam pegá-los e colocá-los em caixas. Esse sistema substituiu um que tinha alguns trabalhadores caminhando até 16 quilômetros por dia empurrando carrinhos por corredores estreitos para encontrar itens armazenados.

Em um evento realizado em um depósito perto de Nashville, Tennessee, a Amazon também disse que está usando um novo software de inteligência artificial que pode reduzir a necessidade de se gastar minutos ou horas pesquisando novos produtos, como televisores e comida para cachorro. Os guias online incluirão informações mais abrangentes, bem como recomendações, para que os clientes possam tomar decisões mais informadas com mais rapidez, disse a empresa de Seattle.

Fonte: “https://istoedinheiro.com.br/amazon-adota-tecnologia-para-reduzir-tempo-que-entregador-leva-para-achar-pacote-veja-video/”