Varejo instantâneo e mídia de varejo ganham força na China

Kevin Peng, secretário-geral da CCFA, falou sobre as tendências do varejo chinês no Retail Executive Summit, em Nova York.

A transformação digital tem sido um desafio e uma oportunidade para o setor varejista global. Na China, essa mudança começou a ganhar força a partir de 2016, quando o país foi, de certa forma, “forçado” a adotar novas tecnologias para melhorar sua competitividade e eficiência.

De lá para cá, o mercado chinês tem se destacado como um laboratório de inovações, com soluções que estão redefinindo a experiência de compra. Esse foi um dos temas debatidos por Kevin Peng, secretário-geral da China Chain Store & Franchise Association (CCFA) no Retail Executive Summit (RES), evento promovido pela Gouvêa Experience, em Nova York, para consolidar os insights e aprendizados da NRF 2025, com transmissão ao vivo e de graça, pela Mercado&Consumo, diretamente da sede do TikTok.

Entre as inovações mais significativas, destaca-se o varejo instantâneo, modelo que tem ganhado popularidade na China, principalmente com o crescimento das plataformas de entrega rápida. “Nesse modelo, o cliente pode realizar uma compra online e, em questão de minutos, retirar o produto em uma loja física ou recebê-lo em sua casa, de forma quase imediata”, explica.

Com novos formatos de publicidade sendo explorados para envolver os consumidores de maneira mais direta, a mídia de e varejo é outro campo crescente na China. Segundo Peng, os varejistas estão utilizando cada vez mais dados para personalizar suas campanhas publicitárias e melhorar a eficácia de suas ações promocionais.

No ano passado, fizemos um relatório sobre mídia de varejo, na China oriental e ocidental. E, a partir desta diretriz, dissemos à indústria o que devemos fazer na mídia de varejo, na grande indústria de varejo”, diz.

Evolução da transformação digital

Na palestra, Peng destacou que a transformação digital na China tem sido um processo contínuo e multifacetado, dividido em cinco etapas: Introdução, Iniciação, Implementação, Consolidação e Inovação. Cada etapa exige não apenas a adoção de novas tecnologias, mas também mudanças estruturais e operacionais, incluindo a reconfiguração do ecossistema organizacional e a criação de novos canais de venda e experiência para o consumidor.

Em 2021, a China se concentrou em um aspecto fundamental: os talentos. Foi criada uma parceria com a Tencent para estabelecer um padrão de habilidades necessárias para a transformação digital e promovendo a educação e formação de profissionais capacitados para o varejo digital.

Fonte: “https://mercadoeconsumo.com.br/16/01/2025/nrf-retails-big-show/varejo-instantaneo-e-midia-de-varejo-ganham-forca-na-china/”

 

Drones e entrega expressa revolucionam a logística na China

Com liderança global, a China se destaca com inovações em drones e varejo instantâneo na logística.

Drones: o diferencial na logística chinesa

entrega expressa tem se consolidado como um dos pilares da logística na China. Entre as principais inovações está o uso de drones para entregas, que têm contribuído para a redução de custos para comerciantes, o aumento de receitas e a melhora na experiência do consumidor.

Segundo Cui Zhongfu, vice-presidente e secretário-geral da Confederação da Logística e Compras da China, o número de encomendas de entrega expressa alcançou 42 bilhões em 2023, atendendo a mais de 700 milhões de usuários. A projeção para 2024 é ainda mais ambiciosa, com um volume superior a 48 bilhões de encomendas, consolidando o país como líder global no setor.

Empresas impulsionam o mercado

O mercado de entrega expressa na China segue em crescimento robusto. Empresas líderes, como Meituan e Alibaba, demonstram dinamismo. Nos primeiros três trimestres de 2024, o aplicativo Meituan alcançou 18,7 bilhões de encomendas de entrega instantânea, um aumento de 18% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Já a Alibaba, no relatório trimestral divulgado em setembro, mostrou um crescimento de 14% na receita de seu grupo de serviços locais. A receita de entrega relâmpago também teve alta, subindo de RMB 2,122 bilhões no primeiro semestre de 2023 para RMB 2,284 bilhões no mesmo período de 2024.

O avanço do varejo instantâneo

Outro destaque é o varejo instantâneo, um modelo de negócios baseado em entregas ultrarrápidas e alta eficiência. Segundo o Relatório de Pesquisa sobre o Desenvolvimento da Indústria de Varejo Instantâneo, publicado pelo Instituto de Pesquisa Comercial Internacional e Econômica do Ministério do Comércio, o setor tem crescido a uma taxa média anual superior a 50%.

Em 2023, o mercado de varejo instantâneo na China atingiu RMB 650 bilhões, representando um aumento de 28,89% em relação ao ano anterior. Esse avanço reflete como a logística e o consumo caminham lado a lado no país, impulsionados pela inovação tecnológica.

Este crescimento coloca a China como referência global em soluções logísticas de alta tecnologia.

Fonte: “Drones e entrega expressa revolucionam a logística na China | Exame

 

 

Novas regras da China facilitam exportações no comércio eletrônico

China Anuncia Novas Regras para o Comércio Eletrônico Transfronteiriço

O Departamento Geral das Alfândegas da China revelou medidas que prometem facilitar o comércio eletrônico transfronteiriço, a partir de 15 de dezembro de 2024. As mudanças incluem a eliminação da exigência de registro para empresas de armazenamento no exterior e a simplificação nos processos de declaração de exportação.

A Administração Geral das Alfândegas informou que o valor total das importações e exportações nos primeiros oito meses do ano foi de 28,58 trilhões de yuans, apresentando um crescimento de 6% em relação ao mesmo período do ano anterior. As exportações totalizaram 16,45 trilhões de yuans e as importações 12,13 trilhões de yuans, com aumentos de 6,9% e 4,7% em relação ao mesmo período do ano passado, respectivamente, e um aumento de 13,6% no superávit comercial.

Flexibilização e Responsabilidades das Empresas

Entre as principais alterações, foi revogada a Nota nº 75, de 2020, que obrigava empresas de armazenamento a se registrarem junto às alfândegas. Apesar da flexibilização, essas empresas devem continuar transmitindo eletronicamente os dados de reserva de espaço de armazenamento e são legalmente responsáveis pela veracidade das informações.

Outra novidade é a possibilidade de transmissão de dados por meio do “portal único” de comércio internacional ou da plataforma de serviços de desembaraço aduaneiro. Essa atualização elimina a necessidade de enviar dados de recibos de pagamento para declarações de listas de exportação de varejo.

Expansão de Programas e Supervisão

O programa piloto de “inspeção antes do carregamento” será ampliado para 12 alfândegas regionais, abrangendo cidades como Xangai, Hangzhou, Ningbo e Guangzhou. Simultaneamente, o modelo de supervisão para devoluções no varejo será promovido em 20 alfândegas, incluindo locais como Pequim, Shenzhen e Chengdu.

Essas mudanças visam agilizar os processos e garantir maior eficiência no crescente setor de comércio eletrônico da China.

Fonte: “Novas regras da China facilitam exportações no comércio eletrônico | Exame

 

 

PDD Holdings alerta sobre Temu ter chego ao “ápice” dos bons resultados

A PDD Holdings, antiga Pinduoduo, traz um cenário menos otimista para a Temu. Sob seu guarda-chuva de operações, bem como no ‘boom’ do e-commerce durante a pandemia e arrefecimento no pós, espera-se que o aquecimento da plataforma seja freado nos próximos meses.

Após revelar os números do segundo trimestre no início da semana, a gigante do varejo mundial viu uma alta de 86% em receita, além de 156% no lucro do período. Mesmo sendo positivo a primeiro momento, a análise da PDD Holdings é que isso represente o pico dos resultados.

“Embora encorajados pelo progresso sólido que fizemos nos últimos trimestres, vemos muitos desafios pela frente. A competição veio para ficar e espera-se que se intensifique em nossa indústria. Alto crescimento de receita não é sustentável e uma tendência de queda na lucratividade é inevitável”, afirma por comunicado Lei Chen, presidente e CEO do PDD Holdings.

Segundo Jun Liu, vice-presidente financeiro do grupo, fatores como disputa mais acirrada e desafios macroeconômicos externos estão entre os motivos do impacto esperado para a Temu.

Um próximo passo da PDD Holdings, principalmente em relação a Temu, pode estar relacionada à estrutura de trabalho de seus vendedores. Durante o anúncio dos números do trimestre, Chen também citou que uma transição deve ser feita para garantir confiança e segurança, além de dar suporte a comerciantes e o ecossistema no qual trabalham.

Cenário nos países

O Brasil é um entre muitos países que experimentaram a chegada desenfreada da Temu. Além de ter se tornado o aplicativo mais baixado pelos brasileiros entre maio e julho, por exemplo, a plataforma foi rapidamente aceita.

Na China, o embate da Temu conta com JD.com e Alibaba no páreo, enquanto na Europa sua regulação ainda é um problema. Nos EUA, Amazon e Shein sentiram incômodo com a novidade chinesa.

A relação com a varejista de moda, aliás, não é das melhores. Recentemente, a Shein processou a Temu alegando incentivo de roubo de design de marcas da primeira por parte de vendedores da segunda.

Seja pelos preços baixos ou a estratégia agressiva e bem aplicada de capilaridade, fato é que, rapidamente, a Temu se instalou nos principais mercados de e-commerce. Contudo, conforme interpretação da atitude da PDD Holdings, a ascensão pode estar atingindo o limite.

Fonte: “Varejo online: faturamento das PMEs cresce 33% no <nowrap>e-commerce</nowrap> brasileiro – E-Commerce Brasil (ecommercebrasil.com.br)

Importações da China: o que isso significa para o comércio global?

Nos primeiros seis meses de 2024, a China deu um grande salto em suas importações, refletindo não apenas uma recuperação econômica global, mas também uma demanda doméstica cada vez maior.

Segundo dados do Departamento Geral de Alfândegas da China, o país importou US$ 1,4 trilhão em bens, um aumento de 12% em comparação com o mesmo período do ano passado.

Tecnologia e energia em alta

Os produtos de alta tecnologia estão no topo da lista de importações, com a crescente demanda por dispositivos eletrônicos e veículos elétricos, as importações de semicondutores aumentaram 20% e esse setor é de grande importância, pois os semicondutores são componentes essenciais para uma grande variedade de produtos tecnológicos.

O setor energético também viu um crescimento significativo com a China importando volumes recordes de gás natural liquefeito (GNL) e petróleo bruto, e essa mudança faz parte dos esforços do país para reduzir a dependência do carvão e aumentar o uso de fontes de energia mais limpas e sustentáveis.

Bens de consumo em ascensão

A recuperação do poder de compra na China está impulsionando as importações de alimentos, cosméticos e produtos de luxo, com a população chinesa cada vez mais inclinada a consumir produtos estrangeiros, é possível observar um aumento de 15% nas importações de vinhos e 18% nos produtos de cuidados pessoais.

Benefícios para o comércio global

Esse aumento nas importações chinesas é uma boa notícia para a economia global, pois países exportadores de commodities e tecnologia estão colhendo os benefícios, como o Brasil por exemplo, um grande fornecedor de soja e carnes, registrou um aumento de 10% nas exportações para a China. A Austrália também está se beneficiando, com um crescimento de 12% nas exportações de minério de ferro e gás natural.

O que dizem os especialistas?

Zang Yihui, economista chefe do Instituto de Pesquisa Econômica da Universidade de Pequim, acredita que:

“O aumento das importações reflete a resiliência da economia chinesa e sua capacidade de se adaptar às mudanças globais. A diversificação das fontes de importação também mostra um movimento estratégico para reduzir dependências e garantir a segurança econômica”.

Olhando para o futuro

As perspectivas para o segundo semestre de 2024 são otimistas, espera-se que a demanda por produtos de alta tecnologia e energia continue a crescer, impulsionada pelo desenvolvimento da infraestrutura e pelas políticas de estímulo econômico do governo chinês.

O crescimento das importações na China não é apenas um sinal de recuperação econômica, mas também um indicador de uma demanda crescente que pode beneficiar muitas nações ao redor do mundo.

Fonte: “https://www.ecommercebrasil.com.br/noticias/importacoes-da-china-o-que-isso-significa-para-o-comercio-global”

Quatro fatores que influenciam as divergências entre o comércio eletrônico no Brasil e em países asiáticos

Ao mesmo tempo em que o comércio eletrônico revoluciona a forma como a população consome produtos e serviços, o setor também se estabelece como uma força poderosa no cenário econômico global. Impulsionado por avanços tecnológicos, aumento da conectividade e mudanças no comportamento do consumidor, que incluem as alterações pós-restrições de isolamento, o Brasil é um dos países que testemunharam esse notável crescimento nos últimos anos.

De acordo a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico, em 2023, as vendas do setor chegaram a R$ 185,76 bilhões, um aumento de 10% em comparação ao ano anterior, representando mais de 10% das vendas no varejo. No entanto, quando comparado ao mercado asiático, torna-se evidente que essas regiões têm trajetórias distintas quando falamos em e-commerce.

Na China, por exemplo, dados da empresa de pesquisa de mercado e Marketer, referentes a janeiro e a fevereiro de 2021, apontaram que as vendas efetuadas em lojas digitais ultrapassaram o total de todas as vendas realizadas em estabelecimentos físicos, representando 52,1% do consumo total. Em segundo lugar, ficou a Coreia do Sul, com 28,9%.

Mesmo com o sucesso de marcas entre os brasileiros – dos dez e-commerces mais acessados no país, um quarto é asiático, segundo o Relatório de Setores do E-commerce, divulgado pela Conversion -, há alguns fatores que influenciam essas divergências, como adoção tecnológica, infraestrutura logística, regulamentações governamentais e o impacto da cultura das nações. Abaixo, deixo a explicação e comparação sobre cada um deles:

1. Adoção tecnológica

O primeiro ponto a ser mencionado está relacionado à comparação tecnológica entre as nações. Enquanto os países asiáticos, especialmente a China, se destacam como líderes incontestáveis em inovação e adoção tecnológica há tempos, o Brasil ainda enfrenta desafios relacionados à infraestrutura digital e ao acesso à internet em algumas áreas remotas do país. Apesar da alta penetração de dispositivos móveis entre os brasileiros, que se configuram em 5º lugar no ranking de usuários de smartphones do mundo, segundo um estudo divulgado pelo The Word Bank e Statista, enquanto a China está na primeira posição, a disponibilidade de conexões de internet de alta velocidade em âmbito nacional é um fator crucial para o crescimento do setor e, nesse aspecto, os países asiáticos têm uma vantagem bem considerável. Além disso, soluções de pagamento digital e o uso generalizado de plataformas de mídia social como ferramentas de comércio eletrônico também são características proeminentes do mercado asiático que destacam sua posição de vanguarda tecnológica.

No entanto, nos últimos anos, o Brasil tem avançado gradualmente em termos de tecnologia, com um número crescente de empresas e consumidores adotando soluções digitais para compras online, além da chegada do 5G ao país.

2. Infraestrutura logística

Neste tópico, novamente é ponto para a Ásia. Enquanto os países do continente têm se destacado por suas infraestruturas logísticas altamente eficientes e avançadas, o Brasil enfrenta desafios relacionados à sua vasta extensão territorial, complexidade tributária e infraestrutura de transporte menos desenvolvida em algumas áreas. Na Ásia, notavelmente na China, gigantes do e-commerce têm estabelecido redes logísticas extremamente eficazes, com sistemas de entrega rápida e serviços inovadores, permitindo que os consumidores recebam seus pedidos em prazos reduzidos. Além disso, a adoção de tecnologias como a inteligência artificial e o uso de drones e veículos autônomos para entregas têm impulsionado ainda mais as entregas. Por outro lado, o Brasil enfrenta desafios logísticos devido à sua vasta geografia e infraestrutura de transporte menos desenvolvida, o que pode resultar em prazos de entrega mais longos e custos mais elevados.

É importante destacar que o Brasil tem buscado melhorar sua infraestrutura e enfrentar esses desafios, buscando soluções inovadoras para tornar as operações de e-commerce mais ágeis e eficientes, mas ainda está longe do ideal. Segundo pesquisa da Quanta Consultoria, cerca de R$ 267 bilhões em entregas perdem movimentação no mercado devido à dificuldade de locomoção no país.

Analisando, hoje, no país, pouquíssimas empresas são autorizadas a fazer entregas por meio de veículos aéreos não tripulados do tipo drones, por exemplo, o que pode ser uma incrível solução para esse problema. Uma pesquisa realizada pela Drone Industry Insights estima que, até 2026, esse recurso pode ajudar a movimentar aproximadamente US$ 373 milhões anuais, se atingir os investimentos necessários pela indústria local.

Apesar das diferenças notáveis, a comparação logística entre o Brasil e a Ásia revela a importância crítica da logística no sucesso do comércio eletrônico e ressalta a necessidade contínua de melhorias para impulsionar o crescimento sustentável do setor em ambas as regiões.

3. Regulamentações governamentais

Enquanto alguns países asiáticos têm implementado políticas pró-inovação e incentivado o desenvolvimento do e-commerce, o Brasil ainda enfrenta um cenário regulatório mais complexo e muitas vezes restritivo. A China, por exemplo, criou zonas de livre comércio e desenvolveu programas específicos para promover a expansão do e-commerce, enquanto o Brasil lida com questões relacionadas a impostos, burocracia e regulamentações fiscais que podem dificultar a operação de empresas do setor, especialmente para pequenos empreendedores. Além disso, as regulamentações de proteção ao consumidor e privacidade de dados podem variar entre as duas regiões, afetando a confiança do consumidor nas compras online. Embora o Brasil tenha feito esforços para modernizar suas leis e regulamentações relacionadas ao e-commerce, a comparação com a Ásia destaca a importância de uma abordagem governamental favorável e ágil para promover um ambiente propício ao crescimento do digital, estimulando a inovação e protegendo os direitos dos consumidores.

4. Impacto cultural

É claro que não posso deixar de citar outro fator extremamente relevante: a cultura das populações. Enquanto o Brasil é marcado por uma diversidade cultural rica com influências de diferentes origens étnicas, a Ásia é uma região composta por nações com culturas distintas e milenares. Essas características culturais moldam os hábitos de compra e as expectativas dos consumidores em cada local.

No Brasil, a interação social e o aspecto lúdico das compras são valorizados, e a preferência por lojas físicas ainda é alta, especialmente em certas categorias de produtos. Segundo um estudo divulgado pelo Melhor Envio, Moda é a categoria que mais vende na internet entre os brasileiros. Já na Ásia, a cultura de negociação e a importância dada ao coletivismo e às opiniões sociais são refletidas nas decisões de compra e na influência das redes sociais no e-commerce. Segundo dados divulgados em junho pelo Ministério de Comércio da China, oito das 18 categorias de bens monitoradas pela entidade registraram crescimento de dois dígitos no primeiro semestre de 2023 – especificamente as vendas de ouro, prata e joias aumentaram 33,5%, enquanto as vendas de equipamentos de comunicação aumentaram 23,3%.

A percepção de segurança nas transações online e a confiança nas marcas também são influenciadas pelas normas culturais em cada região. Enquanto a cultura chinesa é baseada em valores coletivistas, em que a lealdade à família, à comunidade e às marcas é valorizada, o Brasil, sendo uma cultura de alto individualismo, valoriza a confiança pessoal nas transações.

No ranking da América Latina e Caribe, divulgado pela Fortinet, o Brasil é o segundo com mais registros de ataques cibernéticos. Por isso, os brasileiros também podem ser mais cautelosos em relação às transações online. A segurança das informações pessoais é um fator crucial na construção da confiança do consumidor. Enquanto isso, a China é líder global no uso de pagamentos móveis.

Ambos os países possuem características culturais distintas que moldam a forma como os consumidores percebem a segurança nas transações online e confiam nas marcas. Portanto, as empresas que operam nesses mercados devem estar cientes dessas nuances culturais e adaptar suas estratégias de marketing e segurança de acordo com as expectativas dos consumidores locais. A construção da confiança do cliente e a segurança de suas informações são essenciais para o sucesso das operações online em ambos os países.

Fonte: “Quatro fatores que influenciam as divergências entre o comércio eletrônico no Brasil e em países asiáticos – E-Commerce Brasil (ecommercebrasil.com.br)

Importação no e-commerce: vantagens e pontos de atenção para otimizar o processo

O aumento da procura por mercadorias chinesas, aliado à competitividade dos preços praticados pela China e à facilidade de acesso aos produtos provenientes do país asiático, são fatores que provavelmente manterão o crescimento das importações chinesas para o Brasil. Exatamente por essa realidade, Lincoln Fracari, CEO do Grupo China Link, contou as vantagens de ter um negócio movido pela importação.

Em sua palestra na Conferência MG 2024, o executivo contou que, na China, o comércio eletrônico representa uma expressiva parcela de 50% do varejo — evidencia, por exemplo, a robustez competitiva desse mercado, enquanto no Brasil essa proporção é de 13%.

“Nesse cenário, a diferenciação de trabalhar com importação de produtos vai além do simples aspecto de preço. A personalização e a capacidade de agregar valor aos produtos destacam-se como elementos cruciais, auxiliando empreendedores a não apenas sobreviver, mas também a se destacar no mercado”.

Características da importação de produtos

Ao optar pela importação, Fracari disse que há a eliminação de intermediários, o que resulta em margens de lucro mais amplas, entre outros benefícios. “A importação, muitas vezes associada ao fator preço, também pode ser uma estratégia eficaz para atrair clientes no âmbito B2B, mesmo que a margem de lucro seja reduzida”. Além disso, ele afirma que tal abordagem pode ser valiosa para conquistar clientes no mercado físico e na distribuição.

A complexidade da importação se revela em situações de escassez de produtos importados, o que pode impactar negativamente na cadeia logística. Por isso, é crucial que os varejistas tenham um controle preciso de toda a cadeia de fornecedores para evitar riscos no abastecimento de estoque.

Setores específicos, como o de construção, têm experimentado uma crescente demanda por importações, impulsionada pelo aumento das obras. Contudo, é preciso atenção ao possível aumento de preços nessa categoria. O mesmo cuidado se aplica ao abastecimento de produtos de vestuário, considerando o crescimento significativo em áreas como Bangladesh e Índia.

No segmento de importação de bebidas, existe um monopólio nos fabricantes de garrafas, por exemplo, o que torna vantajosa a busca por alternativas na China.

Personalização de importados

A personalização emerge como uma força moldadora do futuro do consumo, e na importação, esse benefício é evidente. “Há quem já importe produtos com adaptação de funções personalizadas. Esse processo pode ser facilitado, bastando fornecer as configurações aos fabricantes chineses, que ajustam de acordo com as necessidades específicas”.

Outro ponto de atenção, segundo o executivo, é entender que o tempo médio para a chegada de um produto importado ao país é de pelo menos 120 dias. “Quem pretende entrar nesse mercado deve levar em conta uma margem de segurança ao planejar suas operações de importação”, finaliza.

Fonte: “Importação no e-commerce: vantagens e pontos de atenção para otimizar o processo – E-Commerce Brasil (ecommercebrasil.com.br)

Fretes da Shopee e Shein mais caros: Como tensões no Mar Vermelho podem impactar os produtos da China

As tensões no Mar Vermelho continuam gerando temores de economistas e especialistas. A preocupação é que os ataques aos navios na região gere um nó logístico, fazendo com que fretes de compras internacionais fiquem mais caros. No caso do Brasil, as compras de produtos chineses podem ser atingidas.

O Oriente Médio vem sendo impactado pelo Houthi. O grupo rebelde realiza ataques a navios estrangeiros, especialmente estadunidenses e ingleses, que seguem em direção a Israel ou que possuam cargas do país, devido ao conflito entre o país e o grupo Hamas.

Uma consequência já sentida é a mudança de rotas realizadas feitas pelas transportadoras. Ao invés de seguir pelo Estreito de Bab Al-Mandab, os navios seguem pela África Austral e adicionam dias e custos às viagens realizadas.

De acordo com dados do WCI (Índice Mundial de Contêineres, na tradução do inglês), o preço médio para o transporte de 1 contêiner saltou de US$ 1.520, em meados de dezembro, para US$ 3.070 em janeiro.

Consumidor brasileiro irá sentir o impacto
Apesar de não ser a principal rota utilizada pelo Brasil, o país também transporta produtos pelo Mar Vermelho.

As exportações de carne que seguem para os países do Oriente Médio são exemplos de uma categoria importante que passa pelo Canal de Suez, que liga os mares Vermelho e Mediterrâneo, e é afetada pelo conflito.

Além disso, as importações de produtos que vêm da China em direção ao Brasil também serão impactados.

Para Igor Lucena, economista, empresário e doutor em Relações Internacionais na Universidade de Lisboa, o país poderá sentir o aumento nos custos de diversos produtos, desde peças que chegam da China até produtos mais comuns, comercializados em gigantes como Shopee e Shein.

Igor afirma que, por conta da demora e dos custos enfrentados pelas empresas marítimas, isso será repassado ao consumidor final. Economias mais desenvolvidas, como os Estados Unidos, já estão sentindo os efeitos, com transportadoras reajustando e repassando os custos.

O especialista afirma ainda que pode demorar até o final do ano para que a situação de preços seja normalizada.

O petróleo, que diariamente apresenta mudanças no preço do barril, também poderá ser afetado por conta dos episódios de conflitos.

O economista afirma que, aqui no Brasil, o grande questionamento é se a Petrobras (PETR4) conseguirá absorver o aumento nos preços dos barris e manter o preço de derivados, como gasolina e diesel, ou se irá repassar aos consumidores.

‘https://www.moneytimes.com.br/frete-da-shopee-e-shein-mais-caro-como-tensoes-no-mar-vermelho-podem-impactar-os-produtos-da-china/

Cresce competição em e-commerce transfronteiriço chinês

Crescimento do setor nos últimos anos está relacionado às políticas e às medidas adotadas pelo país.

China é um dos países com o ecossistema de comércio eletrônico transfronteiriço mais desenvolvido do mundo. O rápido desenvolvimento do e-commerce transfronteiriço nos últimos anos está intimamente relacionado a uma série de políticas e medidas adotadas pelo país para promover o setor.

“O e-commerce transfronteiriço representou 1% do comércio de mercadorias de importação e exportação da China em 2015 e cresceu para 5% em 2022. De janeiro a setembro deste ano, o volume em valores de comércio de importação e exportação de e-commerce transfronteiriço atingiu RMB 1,7 trilhão, um aumento de 14,4% em relação ao mesmo período do ano passado, representando 5,5% do comércio total de mercadorias de importação e exportação durante o mesmo período”, disse recentemente Wang Shouwen, representante de negociações comerciais internacionais e vice-ministro do Comércio da China, segundo informou o “China Securities Journal”.

A província de Jiangsu recentemente lançou o “Plano de Ação para Promover o Desenvolvimento de Alta Qualidade do Comércio Eletrônico Transfronteiriço em Jiangsu (2023-2025)”, que visa criar mais de 30 cinturões industriais de comércio eletrônico transfronteiriço, construir mais de 120 parques industriais de e-commerce transfronteiriço, e cultivar mais de 600 empresas no setor com forte competitividade internacional até 2025.

Além disso, o plano enfatiza o desenvolvimento de mais de 100 armazéns públicos no exterior e mais de 100 marcas de exportação de comércio eletrônico transfronteiriço com influência internacional. Em abril deste ano, o Gabinete do Conselho de Estado emitiu a “Opinião sobre a Promoção de uma Escala Estável e Estrutura Otimizada no Comércio Exterior”, enfatizando o desenvolvimento inovador sustentável e saudável do comércio eletrônico transfronteiriço e a promoção ativa do modelo “comércio eletrônico transfronteiriço + cinturão industrial”.

Em maio, o Ministério do Comércio declarou que as regiões da China devem aproveitar as oportunidades de desenvolvimento de seu comércio eletrônico transfronteiriço, promovendo ativamente a construção de zonas de teste abrangentes e criando novos pontos altos para o desenvolvimento inovador do comércio exterior.

Zhao Ping, diretora do Instituto de Pesquisa da Câmara de Comércio Internacional da China, analisa que o e-commerce transfronteiriço está se transformando de uma nova forma de comércio exterior para uma nova normalidade no comércio exterior. Um relatório de pesquisa da plataforma de e-commerce transfronteiriço AliExpress mostra que quase 80% dos comerciantes acreditam que a situação geral das exportações transfronteiriças da China em 2023 é “estável e melhorando”.

O e-commerce transfronteiriço, com vantagens como transações online e cadeias de transação curtas, é favorecido pelas empresas de comércio exterior. A Organização Mundial do Comércio prevê que, até 2026, o comércio eletrônico transfronteiriço global manterá uma taxa de crescimento de 27%. O setor acredita que as oportunidades da indústria de e-commerce transfronteiriço da China são ilimitadas e o futuro é promissor.

 

Metrô de Pequim dá um passo inovador no transporte de pacotes expressos

O metrô de Pequim lançou um projeto piloto para transportar encomendas expressas fora dos horários de pico. Aproximadamente 15 milhões de pacotes expressos são transportados em Pequim por dia, e a maior parte do transporte é realizada por via rodoviária.

Falando sobre o projeto que visa reduzir o congestionamento do tráfego e reduzir as emissões de carbono, Wang Shuling, diretor do Instituto de Transportes de Pequim, disse que a rede de transporte ferroviário urbano de Pequim, que se expandiu nos últimos anos, já atingiu um total de 27 quilómetros com 807 linhas.

Wang disse: “Nosso objetivo é aproveitar o excesso de capacidade dos sistemas de metrô fora dos horários de pico. “Nosso objetivo é aliviar gradualmente o congestionamento do tráfego e, ao mesmo tempo, reduzir as emissões de carbono do projeto.” disse.

Zhou Yuan, um dos diretores da Comissão Municipal de Transportes de Pequim, disse também que as mercadorias transportadas serão submetidas a verificações de segurança para garantir que cumprem o catálogo de itens proibidos nos metrôs. As empresas participantes do projeto desenvolveram caixas de entrega expressa reutilizáveis ​​e compatíveis com as dimensões do sistema ferroviário urbano. Além disso, também foram desenvolvidos veículos especiais que podem facilitar o transporte seguro e confortável no âmbito do projeto.
‘https://pt.rayhaber.com/2023/09/Metr%C3%B4-de-Pequim-deu-um-passo-inovador-no-transporte-expresso-de-pacotes/