Fretes da Shopee e Shein mais caros: Como tensões no Mar Vermelho podem impactar os produtos da China

As tensões no Mar Vermelho continuam gerando temores de economistas e especialistas. A preocupação é que os ataques aos navios na região gere um nó logístico, fazendo com que fretes de compras internacionais fiquem mais caros. No caso do Brasil, as compras de produtos chineses podem ser atingidas.

O Oriente Médio vem sendo impactado pelo Houthi. O grupo rebelde realiza ataques a navios estrangeiros, especialmente estadunidenses e ingleses, que seguem em direção a Israel ou que possuam cargas do país, devido ao conflito entre o país e o grupo Hamas.

Uma consequência já sentida é a mudança de rotas realizadas feitas pelas transportadoras. Ao invés de seguir pelo Estreito de Bab Al-Mandab, os navios seguem pela África Austral e adicionam dias e custos às viagens realizadas.

De acordo com dados do WCI (Índice Mundial de Contêineres, na tradução do inglês), o preço médio para o transporte de 1 contêiner saltou de US$ 1.520, em meados de dezembro, para US$ 3.070 em janeiro.

Consumidor brasileiro irá sentir o impacto
Apesar de não ser a principal rota utilizada pelo Brasil, o país também transporta produtos pelo Mar Vermelho.

As exportações de carne que seguem para os países do Oriente Médio são exemplos de uma categoria importante que passa pelo Canal de Suez, que liga os mares Vermelho e Mediterrâneo, e é afetada pelo conflito.

Além disso, as importações de produtos que vêm da China em direção ao Brasil também serão impactados.

Para Igor Lucena, economista, empresário e doutor em Relações Internacionais na Universidade de Lisboa, o país poderá sentir o aumento nos custos de diversos produtos, desde peças que chegam da China até produtos mais comuns, comercializados em gigantes como Shopee e Shein.

Igor afirma que, por conta da demora e dos custos enfrentados pelas empresas marítimas, isso será repassado ao consumidor final. Economias mais desenvolvidas, como os Estados Unidos, já estão sentindo os efeitos, com transportadoras reajustando e repassando os custos.

O especialista afirma ainda que pode demorar até o final do ano para que a situação de preços seja normalizada.

O petróleo, que diariamente apresenta mudanças no preço do barril, também poderá ser afetado por conta dos episódios de conflitos.

O economista afirma que, aqui no Brasil, o grande questionamento é se a Petrobras (PETR4) conseguirá absorver o aumento nos preços dos barris e manter o preço de derivados, como gasolina e diesel, ou se irá repassar aos consumidores.

‘https://www.moneytimes.com.br/frete-da-shopee-e-shein-mais-caro-como-tensoes-no-mar-vermelho-podem-impactar-os-produtos-da-china/

Cresce competição em e-commerce transfronteiriço chinês

Crescimento do setor nos últimos anos está relacionado às políticas e às medidas adotadas pelo país.

China é um dos países com o ecossistema de comércio eletrônico transfronteiriço mais desenvolvido do mundo. O rápido desenvolvimento do e-commerce transfronteiriço nos últimos anos está intimamente relacionado a uma série de políticas e medidas adotadas pelo país para promover o setor.

“O e-commerce transfronteiriço representou 1% do comércio de mercadorias de importação e exportação da China em 2015 e cresceu para 5% em 2022. De janeiro a setembro deste ano, o volume em valores de comércio de importação e exportação de e-commerce transfronteiriço atingiu RMB 1,7 trilhão, um aumento de 14,4% em relação ao mesmo período do ano passado, representando 5,5% do comércio total de mercadorias de importação e exportação durante o mesmo período”, disse recentemente Wang Shouwen, representante de negociações comerciais internacionais e vice-ministro do Comércio da China, segundo informou o “China Securities Journal”.

A província de Jiangsu recentemente lançou o “Plano de Ação para Promover o Desenvolvimento de Alta Qualidade do Comércio Eletrônico Transfronteiriço em Jiangsu (2023-2025)”, que visa criar mais de 30 cinturões industriais de comércio eletrônico transfronteiriço, construir mais de 120 parques industriais de e-commerce transfronteiriço, e cultivar mais de 600 empresas no setor com forte competitividade internacional até 2025.

Além disso, o plano enfatiza o desenvolvimento de mais de 100 armazéns públicos no exterior e mais de 100 marcas de exportação de comércio eletrônico transfronteiriço com influência internacional. Em abril deste ano, o Gabinete do Conselho de Estado emitiu a “Opinião sobre a Promoção de uma Escala Estável e Estrutura Otimizada no Comércio Exterior”, enfatizando o desenvolvimento inovador sustentável e saudável do comércio eletrônico transfronteiriço e a promoção ativa do modelo “comércio eletrônico transfronteiriço + cinturão industrial”.

Em maio, o Ministério do Comércio declarou que as regiões da China devem aproveitar as oportunidades de desenvolvimento de seu comércio eletrônico transfronteiriço, promovendo ativamente a construção de zonas de teste abrangentes e criando novos pontos altos para o desenvolvimento inovador do comércio exterior.

Zhao Ping, diretora do Instituto de Pesquisa da Câmara de Comércio Internacional da China, analisa que o e-commerce transfronteiriço está se transformando de uma nova forma de comércio exterior para uma nova normalidade no comércio exterior. Um relatório de pesquisa da plataforma de e-commerce transfronteiriço AliExpress mostra que quase 80% dos comerciantes acreditam que a situação geral das exportações transfronteiriças da China em 2023 é “estável e melhorando”.

O e-commerce transfronteiriço, com vantagens como transações online e cadeias de transação curtas, é favorecido pelas empresas de comércio exterior. A Organização Mundial do Comércio prevê que, até 2026, o comércio eletrônico transfronteiriço global manterá uma taxa de crescimento de 27%. O setor acredita que as oportunidades da indústria de e-commerce transfronteiriço da China são ilimitadas e o futuro é promissor.

 

Metrô de Pequim dá um passo inovador no transporte de pacotes expressos

O metrô de Pequim lançou um projeto piloto para transportar encomendas expressas fora dos horários de pico. Aproximadamente 15 milhões de pacotes expressos são transportados em Pequim por dia, e a maior parte do transporte é realizada por via rodoviária.

Falando sobre o projeto que visa reduzir o congestionamento do tráfego e reduzir as emissões de carbono, Wang Shuling, diretor do Instituto de Transportes de Pequim, disse que a rede de transporte ferroviário urbano de Pequim, que se expandiu nos últimos anos, já atingiu um total de 27 quilómetros com 807 linhas.

Wang disse: “Nosso objetivo é aproveitar o excesso de capacidade dos sistemas de metrô fora dos horários de pico. “Nosso objetivo é aliviar gradualmente o congestionamento do tráfego e, ao mesmo tempo, reduzir as emissões de carbono do projeto.” disse.

Zhou Yuan, um dos diretores da Comissão Municipal de Transportes de Pequim, disse também que as mercadorias transportadas serão submetidas a verificações de segurança para garantir que cumprem o catálogo de itens proibidos nos metrôs. As empresas participantes do projeto desenvolveram caixas de entrega expressa reutilizáveis ​​e compatíveis com as dimensões do sistema ferroviário urbano. Além disso, também foram desenvolvidos veículos especiais que podem facilitar o transporte seguro e confortável no âmbito do projeto.
‘https://pt.rayhaber.com/2023/09/Metr%C3%B4-de-Pequim-deu-um-passo-inovador-no-transporte-expresso-de-pacotes/

China lidera e-commerce global em 2023 com vendas na casa de US$ 2,2 trilhões

Tudo indica que a China manterá sua posição dominante no cenário global do e-commerce. Afinal, com um crescimento de 9,9%, o mercado de comércio eletrônico chinês prevê um aumento de US$ 2,2 bilhões em 2023.

Essa estimativa é da pesquisadora GlobalData, que também afirma que as vendas online na China cresceram a um CAGR de 11,2% entre 2018 e 2022. Na ocasião, atingiu um valor de US$ 2,0 trilhões em 2022.

China representa um terço do mercado global de e-commerce

Em 2022, a China representou 33,9% de participação no mercado global de comércio eletrônico em termos de valor de pagamentos. No ano passado, o país foi seguido pelos EUA, com US$ 1,8 trilhão, e o Reino Unido, com US$ 287,4 bilhões.

Diante dos números, a pesquisadora compreende ser pouco provável uma mudança de cenário em 2023, com a China se mantendo no topo.

Digitalização de pagamentos aceleram o e-commerce chinês

Soluções alternativas de pagamento, como Alipay e WeChat Pay, são responsáveis por acelerar a expansão das vendas online na China. Principalmente na pandemia, o mercado chinês de e-commerce evoluiu rapidamente. Os motivos, neste caso, foram:

– rápida adoção de smartphones;

– penetração da Internet;

– aumento de compradores online;

– e disponibilidade de soluções alternativas de pagamento, como Alipay e WeChat Pay.

Otimização do e-commerce nas áreas rurais

Outro ponto importante para o crescimento do e-commerce na China foi otimização da cobertura digital nas zonas rurais. De acordo com o Ministério do Comércio da China, as vendas no varejo online nas áreas rurais aumentaram 12,5% durante o primeiro semestre de 2023 em comparação com o mesmo período de 2022.

Live shopping na China é levada a sério

Como já mostramos aqui, somente em 2021 as compras compras ao vivo movimentaram cerca de US$ 157 bilhões globalmente, sendo 60% desse valor somente na China. Dentro desse contexto, a popularidade do comércio social está crescendo graças aos esforços de plataformas de mensagens como o WeChat.

Isso porque, dentro do próprio WeChat, os usuários podem comprar de subaplicativos, sem a necessidade de baixar novos apps móveis ou ser redirecionados para outro site. E essa otimização de infraestrutura tem gerado bons frutos para o país: espera-se que o e-commerce cresça a um CAGR de 11,6% entre 2023 e 2027, superando US$ 3 trilhões em 2027.

Fonte: Electronic Payments International

‘https://www.ecommercebrasil.com.br/noticias/china-lidera-e-commerce-global-em-2023-com-vendas-na-casa-de-us-22-trilhoes

Serviço de entrega expressa na China aumenta 15,5% nos primeiros sete meses do ano

O volume acumulado de entrega expressa completou 70,3 bilhões de unidades, um aumento de 15,5% em relação ao ano anterior.

O Serviço de entrega na China processou um total acumulado de 87,37 bilhões de unidades enviadas e entregues nos primeiros sete meses deste ano, um aumento de 12,8% em relação ao mesmo período do ano passado. Entre eles, o volume acumulado de entrega expressa completou 70,3 bilhões de unidades, um aumento de 15,5% em relação ao ano anterior. As informações são da agência estatal postal da China divulgadas nesta quarta-feira, 16 de julho.

Nos primeiros sete meses, o volume acumulado das operações de entrega expressa realizada na mesma cidade completou 7,26 bilhões de unidades, uma queda de 0,7% em relação ao ano anterior; o volume acumulado de envios e entregas expressas para cidades distintas completou 61,43 bilhões de unidades, um aumento de 17% em relação ao ano anterior; o volume acumulado de entrega expressa para destinos internacionais completou 1,61 bilhão de unidades, um aumento de 57,2% em relação ao ano anterior.

A receita comercial do setor postal na China (excluindo a receita comercial vindo direta do Banco de Poupança Postal da China) totalizou US$ 121,2 bilhões, um aumento de 10,5% em relação ao ano anterior. Entre eles, a receita acumulada oriunda da entrega expressa completou US$ 92,7 bilhões, um aumento de 10,5% em relação ao ano anterior.

Em julho, o setor postal na China realizou envio e entrega de 13,16 bilhões de unidades, um aumento de 9,7% em relação ao mesmo período do ano anterior. Entre eles, o volume de negócios de entrega expressa completou 10,77 bilhões de unidades, um aumento de 11,7% em relação ao ano anterior.

Em julho, a receita comercial do setor postal da China atingiu aproximadamente US$ 17 bilhões, um aumento de 5,3% em relação ao ano anterior. Entre eles, a receita do negócio de entrega expressa atingiu aproximadamente 13 bilhões de yuans, um aumento de 6% em relação ao ano anterior.

‘https://exame.com/mundo/servico-de-entrega-expressa-na-china-aumenta-155-nos-primeiros-sete-meses-do-ano/

As estratégias do AliExpress para fazer frente à concorrência no Brasil

As estratégias do AliExpress para fazer frente à concorrência no Brasil
Diretora geral do AliExpress no Brasil vê com bons olhos medida do governo para importação: “Com ele, o país se adequa à prática internacional”.

Presente em cerca de 200 países, o portal de comércio eletrônico AliExpress quer se fazer mais presente no dia a dia do consumidor brasileiro. Com o Brasil entre os cinco maiores mercados para a varejista do mundo digital, o marketplace chinês tem investido na parceria com vendedores locais e parceiros logísticos para diminuir o tempo de entrega de seus produtos. Recentemente, o AliExpress ampliou sua oferta de voos fretados de cinco para oito, prometendo entregar itens internacionais em até sete dias. “A gente vê que, no e-commerce, que quanto menor for o tempo de entrega, maior a taxa de conversão”, diz Briza Bueno, diretora-geral do AliExpress no Brasil. “Aquela ideia de que o produto comprado da China demora três meses para ser entregue não existe mais.”

A empresa, controlada pelo conglomerado chinês Alibaba, é um dos sites de e-commerce que praticam o chamado cross border, transação comercial entre países. A prática é questionada por diversos concorrentes locais, que apontam concorrência desleal frente aos impostos pagos pelas varejistas locais, que chegaram a se unir, em 2022, em uma petição para a taxação das estrangeiras. Em maio, o AliExpress foi o sexto portal de comércio eletrônico mais acessado no país, à frente de grandes varejistas como Casas Bahia (7º) e Americanas (9º), e atrás de Shopee (3º) e Shein (5º), que também praticam o comércio fronteiriço. Os números são da consultoria Conversion.

Nos últimos dias, entrou em vigor o Programa de Conformidade da Receita Federal, que tem o intuito de trazer mais transparência a esse tipo de operação, e permite com que empresas estrangeiras exportem produtos de até 50 dólares para o Brasil sem pagar impostos federais. A medida, mais uma vez, foi criticada pelos concorrentes locais, mas é defendida pela executiva do AliExpress. “A gente vê o programa como bons olhos para o país em si, porque ele se adequa mais à prática internacional. A gente está estudando a portaria e se preparando para conseguir entrar no programa”, diz Briza, sem dar muitos detalhes. Estima-se que a isenção do governo afete as contas públicas em 35 bilhões de reais de 2023 a 2027, segundo dados da Receita.

Ao defender a nova legislação, a executiva aponta os interesses do consumidor brasileiro e o objetivo de crescer a participação do mercado frente ao varejo tradicional. “Acho que o Brasil ainda tem um potencial muito grande de crescimento no e-commerce. Quando a gente olha a participação do e-commerce em relação ao que é hoje na China é muito pequena. Enquanto aqui, está em 10% do varejo total, lá a participação é de 50%”, diz ela. Por outro lado, a empresa tem um memorando de entendimento com a Apex para ajudar os brasileiros interessados em explorar outros mercados por meio de seu portal de vendas.

Uma das iniciativas da empresa para estimular o crescimento do setor e crescer seu mix de produtos foi se voltar a parceiros logísticos que operam com fulfillment, onde os produtos dos vendedores da plataforma podem ser armazenados em um centro logístico. Hoje, o AliExpress é atendido por essa modalidade em parceria com os Correios, com seu serviço Correios Log+; a China Now Express e a Infracommerce. “O nosso objetivo é ter a melhor velocidade de entrega. Fazemos isso com mais voos e com os centros de fulfillment”, diz Briza. A iniciativa é vista como fundamental para que a plataforma não fique aquém de gigantes rivais, que oferecem esse serviço, como Mercado Livre e Amazon. A empresa também admite estar investindo mais em publicidade e foi uma das principais patrocinadoras do Fórum E-commerce Brasil este ano.

‘  https://veja.abril.com.br/economia/as-estrategias-do-aliexpress-para-fazer-frente-a-concorrencia-no-brasil/

Volume de entrega rápida ultrapassa 60 bilhões de peças na China

As atividades promocionais em meados do ano lançadas pelas plataformas de comércio eletrônico neste mês contribuíram para o salto no volume de entregas expressas.

https://portuguese.cri.cn/2023/06/27/ARTIBjvtERAC9jTXf6xXGFv6230627.shtml

Aplicativos da China avançam nos Eua para driblar crise interna

A expansão de aplicativos de e-commerce da China nos EUA não é uma história nova, mas ganha mais capítulos a cada dia. Com forte apelo comercial e capilaridade, plataformas como TikTok Shop, Shein e Temu disputam espaço no universo norte-americano.

Entre os principais motivos para a captação de clientes deste mercado, Zhang Yi, chefe executivo da empresa de pesquisa de mercado iiMedia, cita o que já conhecemos a partir da experiência brasileira. Isto é, a logística eficiente e rápida, aliada com preços muito mais baixos que em lojas tradicionais dos Estados Unidos, são as principais contrapartidas.

A expansão internacional destas e outras empresas chineses também é reflexo de outra situação: a pandemia. Apesar de controlada na maior parte do mundo, a doença voltou a ser protagonista na China. Dessa forma, com a economia abalada no país, os aplicativos partem para outros mercados.

“O mercado de comércio eletrônico da China amadureceu. A era de alto crescimento de empresas como Alibaba Group Holding, JD.com e Pinduoduo na China está largamente acabada. Todas estas têm um forte desejo de se lançarem em mercados emergentes”, afirma o especialista.

Ações fora da China
O Temu, aplicativo de compras no estilo Shein, foi lançado pela empresa de comércio eletrônico Pinduoduo, com sede em Xangai, em setembro de 2022. Ele foi o app mais baixado nos EUA em novembro e dezembro, segundo o Sensor Tower. A plataforma tinha 13,6 milhões de instalações nos EUA, ou 96% de seu total global, no final do ano passado.

A Shein, que também não opera uma plataforma de compras no continente, foi fundada em Nanjing, capital da província oriental de Jiangsu, em 2008 pelo antigo exportador de vestidos de noiva Chris Xu Yangtian.

Por fim, o TikTok Shop age de maneira mais incisiva, convidando influenciadores e empresários estadunidenses a se inscreverem em seu e-commerce.

Além dos EUA, os aplicativos de comércio eletrônico chineses estão encontrando sucesso na Ásia. A TikTok Shop, por exemplo, teve vendas de 1,69 trilhão de dong vietnamitas (US$ 72 milhões) no país do sudeste asiático em novembro do ano passado, de acordo com a consultoria local de comércio eletrônico Metric.vn.

China processa mais de 2,13 bilhões de pacotes durante feriado do Ano Novo

O setor de entrega expressa da China movimentou mais de 2,13 bilhões de pacotes durante o feriado de três dias do Ano Novo, que terminou na segunda-feira, sinalizando a recuperação dos serviços de correio rápido em todo o país, informou a Administração Estatal de Correios na terça-feira.

Do total, 1,06 bilhão de pacotes foram recolhidos, um aumento anual de 15,2%. O número de encomendas entregues aumentou 11,5% em termos anuais, para 1,07 bilhão, segundo dados da entidade.

O setor começou a se preparar para um próximo período ativo, já que as pessoas estão fazendo compras para o feriado da Festa da Primavera, que começa em 21 de janeiro este ano, disse a administração.

As coletas e entregas realizadas pelos serviços postais e expressos tiveram um crescimento significativo desde 4 de dezembro, pois a recém-ajustada política de resposta à COVID-19 do país promove a retomada do trabalho e da produção, mostram dados do setor.

Shein avança em modelo no país, cria taxa de 10% e reforça logística

Plataforma iniciou neste ano venda de produtos nacionais.

Beneficiada pelo “boom” de plataformas estrangeiras no Brasil, especialmente asiáticas, que vendem milhares de produtos baratos, a Shein dá novos passos para estruturar sua operação no país.
Em busca de um modelo mais sustentável em termos financeiros, o Valor apurou que a empresa informou aos seus vendedores, em outubro, o início de cobrança da taxa de comissão de 10% sobre o valor da venda. A plataforma, que não cobrava nada até então, confirmou a mudança.

Outra movimentação ocorre na logística, com ampliação de áreas de atendimento a lojistas e acordos locais. Para reduzir a dependência dos Correios – caminho já adotado há anos por Mercado Livre e Shopee – a plataforma vem trabalhando há alguns meses com as operadoras Sequoia e JadLog, apurou o Valor.
Outra empresa que vem reforçando a distribuição é a Anjun, mas esta (muita utilizada pelos marketplaces asiáticos no país) faz o envio já a partir da China. Todos os produtos importados que a Shein vende aqui vêm de avião.

“Estamos avaliando as melhores opções logísticas dependendo da região. Para prazo menor, o custo será maior, e vice-versa, então há escolhas a fazer. Hoje são 14 dias desde produção na Ásia e distribuição aqui, e mais até duas semanas para a entrega. Podemos ser mais rápidos”, disse Felipe Feistler, gerente-geral da Shein desde junho.

Nessa “fase de ajustes” da operação, Feistler deixa em aberto outras adaptações, na taxa de comissão, agora em 10%. “Vamos avaliar se manteremos nessa faixa ou se segmentaremos [por categoria]. Passamos a cobrar, mas ainda somos competitivos, há taxas de mais de 20% e plataformas que cobram mais de uma taxa”. Parte dessas empresas, porém, oferece serviços ao lojista, como linhas de crédito, armazenagem e publicidade, algo que a Shein não explora.

A mudança reflete a necessidade de adaptar a estrutura ao aumento de custos internos, passada a pandemia e com a escalada inflacionária no setor. Desde dezembro de 2021, Magazine Luiza, Via, Americanas, Shopee fizeram algum repasse de custos no on-line.

O grupo ainda abriu, neste ano, a venda no site e “app” de produtos de lojistas nacionais, e aumentou contatos com fabricantes locais, para verificar se a cadeia fabril comportaria maior produção.

O projeto começou a ganhar corpo no começo do ano, mas decolou neste semestre, dizem fontes. A intenção é complementar a oferta com lojas brasileiras – mas o negócio deve continuar um site majoritariamente de itens asiáticos, pelos preços agressivos e alta variedade.

Há roupas femininas no “app” a partir de R$ 11. O cadastro de vendedores começou por São Paulo, dizem lojistas ouvidos e contatados pela Shein, em bairros como Brás e Bom Retiro. Vendedores também vêm testando uso de pontos de envio de produtos, espécies de pequenas agências de despacho em galerias nesses bairros.

Um segundo passo será a coleta dos produtos diretamente nos lojistas mais relevantes em vendas – algumas lojas de São Paulo vêm sendo informadas que isso será possível em 2023. “Eles querem lojas que tenham maior estrutura para atender em prazos curtos. Pegam muitos dados, fotografam até estoques”, diz um vendedor procurado pela equipe da Shein.

A respeito desse movimento de busca da indústria e do varejo local, Feistler diz que a modelagem no país difere da asiática, mesmo seguindo medidas padrão. E que há vendedores no país competitivos. Mas lembra que o modelo operacional da Shein na Ásia é difícil de ser superado. A indústria e o varejo têxtil no país passaram por diferentes crises, o que teve efeito no negócio. “Lá fora, nós produzimos e distribuímos no período de 10 a 14 dias, versus até 90 dias [no Brasil]”, diz. São mais de 6 mil fornecedores asiáticos da Shein, empresa sediada em Cingapura, segundo a imprensa da região.

“Nosso sistema de não carregar estoque e só produzir depois que a coleção começa a vender reduz em 20% a 30% o custo de produção. Em vez de fazer 10 mil peças e estocar, são fabricadas 200. Aí se vender, escalamos”. Especialistas dizem que esse foi um dos “pulos do gato” da Shein, fundada em 2008 – diferentemente da Forever 21, que não seguia esse sistema de “travar” estoque, passou a queimar muito caixa e quebrou.

Outro caminho envolve a abertura de mais lojas temporárias no país, como a aberta no Shopping Vila Olímpia, em São Paulo, em novembro. A unidade operou por cinco dias, causando grande exposição para a marca, e gerando filas por horas. Para 2023, serão, no mínimo quatro lojas do tipo – Belo Horizonte, e alguma praça do Nordeste estão na lista.

Ao colocar um nome da marca num espaço físico, a Shein quer dizer à consumidora que não existe apenas no mundo digital e derrubar a resistência de clientes que não usam a plataforma pelo receio da qualidade dos produtos e do risco de falhas na entrega – os dois obstáculos centrais do modelo de operação de plataformas asiáticas no país. Sobre essa questão da qualidade – há “memes” nas redes comparando as roupas nas modelos do site com as entregues – Feistler diz que “a percepção geral de Shein globalmente é de que são itens de qualidade”.

Com exceção da iniciativa em lojas, é um caminho muito parecido com o que a rival Shopee tomou por aqui de um ano e meio para cá. Feistler esteve de 2019 a 2022 na Shopee, na área de desenvolvimento e de comércio on-line para América Latina. Em ambas as empresas, as ações são mapeadas e testadas discretamente. A partir de 2023, devem começar a ser mais comunicadas ao mercado.