Principais varejistas brasileiras montam ofensiva contra ‘marketplaces’ estrangeiros

Foco está nas plataformas que vendem produtos da Ásia como Aliexpress, Shopee e Shein.

As principais varejistas brasileiras organizam um movimento para combater “marketplaces” (shopping virtuais) que, na visão delas, vendem produtos falsificados ou sem a devida cobrança de impostos. O foco está nas empresas estrangeiras que trazem produtos da Ásia, apurou o Valor. As estrangeiras rebatem e já têm linhas de defesa para reagir à investida das brasileira.

As reuniões sobre a questão vêm sendo lideradas pelo Instituto para Desenvolvimento do Varejo (IDV), que reúne 75 varejistas como Americanas, Casas Bahia, Magazine Luiza, Renner e Riachuelo. Na semana passada, houve encontro virtual com, pelo menos, 50 associadas para tratar do impacto fiscal da sonegação e discutir “propostas judiciais e administrativas” contra as plataformas estrangeiras, segundo documento do IDV apresentados na reunião.

Fontes afirmam que há um antigo incômodo das redes com grupos como AliExpress, da chinesa Alibaba, Shopee, do Sea Group, de Cingapuraas americanas Wish e Shein, Mercado Livre, sediado na Argentina, e a OLX Brasil, com 50% do negócio nas mãos da sul-africana Naspers. A decisão pela ofensiva partiu do avanço da operação desses grupos no país, dizem fontes.

O material, feito com apoio da consultoria McKinsey e do escritório Mattos Filho Advogados, e obtido pelo Valor, lista ações possíveis nas áreas concorrencial, tributária, criminal, das relações de consumo e do Marco Civil da Internet.

O IDV, que reúne grandes varejistas, estuda entrar com representação no Cade nas próximas semanas

O IDV avalia entrar nas próximas semanas com uma representação no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), alegando infração à ordem econômica pelas plataformas estrangeiras.

Ainda neste mês, também deve ser pedida reunião com o Conselho Nacional de Combate à Pirataria (CNCP), da Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), ligada ao Ministério da Justiça. A ideia é apresentar o estudo do IDV ao CNCP. “Já houve contatos com alto escalão do governo, informalmente, e com lideranças estaduais para ver se há espaço para trabalhar alteração em legislação sobre cobrança de impostos pelos ‘marketplaces’”, diz o diretor de uma rede. O plano é começar pelo Cade e “depois entrar pela mudança na lei”.

Procurado, o IDV confirma que há um relatório sobre o tema da venda de lojistas internacionais, mas não comenta eventuais ações em desenvolvimento.

Uma fonte próxima ao IDV afirma que “apenas 5% das remessas foram fiscalizadas pela aduana em 2020 e 7% das remessas são efetivamente declaradas”, diz. “Ou seja, há um ‘mar’ de produtos que entram sem qualquer análise, e isso só aumentou após a pandemia”.

“Como a compra de até US$ 50 é isenta de imposto de importação, lojistas informais ou pessoas físicas compram de outros informais, até esse limite de US$ 49,99 por pacote para fugir da fiscalização”, diz. “São milhares de pacotes, favorecidos pela oferta de frete grátis”.

Uma proposta em análise pelas redes é a emissão de nota fiscal, pelo microempreendedor individual (MEI), na venda para pessoa física. Isso só é obrigatório na venda para empresas, mas envolveria mudança na lei de micro e pequenas empresas. Outro caminho do IDV é trabalhar junto às assembleias legislativas estaduais para aprovar lei que atribui aos “marketplaces” a responsabilidade solidária por pendencias fiscais de seus lojistas no pagamento do ICMS.

Alguns Estados já responsabilizam as plataformas, por meio de legislações específicas. As plataformas, por sua vez, rejeitam a responsabilidade solidária, alegando que são apenas intermediárias.

O texto em discussão pelas redes também propõe atuar na mudança no artigo 19 do Marco Civil da Internet, que trata de liberdade de expressão. Pelo artigo, um provedor de internet somente pode ser responsabilizado civilmente por danos decorrentes de conteúdo de lojistas se, após ordem judicial, não tomar providências.

Para o IDV, o texto está sendo usado de forma distorcida para isentar os “marketplaces” da responsabilidade. Estes dizem que se trata de liberdade de expressão (de publicação de conteúdo).

Como é ano eleitoral, redes ligadas ao IDV disseram ao Valor que não há espaço agora para colocar toda a agenda na mesa dos governos federal e estadual. O caminho, então, seria endurecer a cobrança por maiores controles aduaneiros, e pressionar agências reguladoras com poder de autuar e multar empresas. Fonte próxima ao Ministério da Justiça diz que essas fiscalizações cresceram desde a pandemia, assim como a aproximação entre alguns sites e as agências, na busca de maior cooperação.

Há varejistas no país, que operam com seus marketplaces, e também vendem produtos de lojistas internacionais, como itens de moda, brinquedo e acessórios. Mas alegam que trazem menos volumes ao país do que as concorrentes estrangeiras, e a política de frete grátis nessas compras é mais restrita. Ainda dizem que utilizam sistemas para tentar identificar itens falsificados. Também existem intermediadores nacionais, com lojas próprias em alguns marketplaces locais e estrangeiros, que prometem fazer a chegada da compra até a casa do cliente. Esses negócios também vêm acendendo sinal de alerta no IDV, dizem fontes.

O documento do instituto calcula uma evasão fiscal de R$ 19 bilhões a R$ 20 bilhões na venda de lojistas internacionais em 2020 – 80% a 90% deles são da Ásia. Nas redes brasileiras, essa evasão varia de R$ 4 bilhões a R$ 5 bilhões. Foram 47 milhões de pedidos de brasileiros a lojas internacionais, intermediadas por “marketplaces” em 2020, diz o documento. É como se um a cada cinco brasileiros tivesse feito uma encomenda no ano.

Para plataformas estrangeiras, a questão é comercial. “Elas [brasileiras] estão assim porque estão perdendo venda e, num ambiente de consumo mais difícil, não têm acesso à base de ‘sellers’ [vendedores] competitivos que os outros têm. Porque há lojistas que vendem itens baratos e dentro da lei, pois têm uma estrutura de custos lá fora menor do que no Brasil”, diz o diretor de relações com mercado de um site chinês. “Nós estamos trazendo aos brasileiros milhares de lojas que trabalham corretamente. Há produtos ilegais que passam pelos controles? Há, mas existe um trabalho para melhorar isso”.

O Goldman Sachs estimou, em recente relatório, que a Shopee deve chegar a 20% de participação no mercado brasileiro on-line em 2025 (estaria hoje em “um dígito alto”). Outros relatórios de analistas vêm destacando o Mercado Livre como o maior competidor de Magazine Luiza, Americanas e Via.

Procurado, o Mercado Livre diz que apoia ações que inibam a entrada de produtos piratas e falsificados, e que investiu US$ 100 milhões em tecnologia de “machine learning”, que auxilia na análise de dados e identificação de irregularidades. Ainda afirma que só 5% dos lojistas da sua base não são formalizados. “Nós formalizamos 135 mil novos empreendedores pequenos desde a pandemia, e isso é mais [do que o total de lojas dos associados] do IDV. Então geramos renda e emprego”, afirma Ricardo Lagreca, diretor jurídico do Mercado Livre no Brasil.

Segundo ele, o grupo tem informatizado a estrutura de controle para identificar “o máximo possível” de lojistas e produtos. “Cerca de 95% das baixas que fazemos já são automatizadas”. O Mercado Livre vem reforçando, nos bastidores, dizem fontes, que não pode ser comparado a plataformas sem estrutura de distribuição local e que não geram emprego nem pagam tributos. O Mercado Livre não se vê como operação estrangeira.

Segundo o diretor, foram recolhidos R$ 1,2 bilhão em tributos pelo grupo em 2020, e neste ano será “perto do dobro”. Pela plataforma, passaram R$ 48 bilhões (em valor transacionado) no país. A empresa disse, no ano passado, que janeiro de 2020 a julho de 2021, um programa interno de proteção às marcas permitiu a exclusão de cerca de 30 milhões de anúncios irregulares.

Três advogados especializados em lei antitruste, ouvidos pelo Valor, entendem que, se as redes locais alegarem concorrência desleal, isso é tema tutelado pela Lei de Propriedade Intelectual, de 1996, “ou seja, é algo no âmbito civil ou até criminal, e não no Cade”, diz um ex-conselheiro. “Você pode dizer que é uma infração à ordem econômica dentro da ideia mais ampla, como define o artigo 36 da lei que estrutura o sistema brasileiro de defesa da concorrência. E alegar que a sonegação gera uma assimetria de condições competitivas e desequilíbrio do mercado. Mas o Cade já deixou claro, em vários momentos, que não avalia matéria tributária”, diz um advogado especializado na área. Procurado, o Cade não se manifestou.

Grupos locais e plataformas estrangeiras acumulam divergências há anos, que ficaram mais explícitas em 2019, quando o setor discutiu um guia de autorregulação, com intermediação direta da Senacon. Nesse debate, negócios sediados fora do país foram contra a responsabilização das plataformas por anúncios de produtos falsificados, alegando liberdade d e expressão. Shopee, AliExpress, OLX, Wish, Shein não aderiram ao guia. O Mercado Livre aderiu em 2021 e segue orientações do guia.

O guia atribui a responsabilidade pela aplicação dos direitos de propriedade só às empresas donas dos produtos e marcas. O IDV era favorável à corresponsabilidade, e a divergência rendeu reuniões tensas entre as partes em 2019. No dia 23 próximo haverá uma reunião no CNCP e a ideia é apresentar o seguinte: aqueles que não atuarem seguindo recomendações do guia, terão que deixar o guia.

A Shopee diz em nota que tem“ medidas de triagem proativa” para identificar violações e “fornece procedimentos” para que donos de marcas peçam remoção de infrações. Fala que “está comprometida em ajudar as pequenas e médias a crescer e prosperar [no mercado] on-line”. Diz que mais de 85% das suas vendas são de vendedores locais, que a venda de itens falsificados ou que infrinjam a propriedade intelectual é proibida e exige que vendedores sigam leis locais. “Nossa equipe no Brasil atende mais de 1 milhão de vendedores locais registrados”, diz.

A Shein afirma que “opera e continuará operando em conformidade com todas as leis locais dentro das [suas] operações comerciais”. Wish não respondeu aos contatos.

OLX relata que auxilia no desenvolvimento do país e disponibiliza um espaço a usuários com respeito aos termos e condições de uso, e com negociação direta entre vendedor e comprador. Afirma que há anúncios gratuitos e sua receita advém de espaços opcionais de destaque das ofertas.

Ainda informa que apoia iniciativas que promovam um ambiente saudável de concorrência e medidas que auxiliem no combate de práticas ilícitas. E entende que sempre há melhorias que podem ser implementadas no setor e no ambiente legislativo. A OLX diz que o IDV tem papel importante nesse aprimoramento e que está à disposição para uma discussão com o instituto.

Jadlog mantém ritmo acelerado em janeiro

A variante ômicron vem impactando a operação de diversos mercados neste início do ano, especialmente devido aos afastamentos das pessoas infectadas e a volta ao home office por tempo indeterminado. Para o e-commerce, o agravamento da pandemia se reflete em crescimento, já que as compras on-line são priorizadas em relação às aquisições em lojas físicas. O aumento das transações pelo comércio eletrônico neste momento já é sentido nas transportadoras como a Jadlog, uma das principais nas movimentações de cargas fracionadas e a empresa privada mais utilizada pelo e-commerce.

Segundo a empresa, as movimentações de encomendas em seu hub central, em São Paulo, em suas 17 filiais e mais de 500 franquias espalhadas pelo País permanecem no mesmo patamar elevado registrado no fim do ano passado, em que houve Black Friday e Natal, duas das datas mais importantes de vendas pela internet.

“O avanço desta nova variante, a despeito do seu impacto negativo em termos da saúde e da retomada das operações presenciais das empresas, traz um impacto positivo para as vendas do e-commerce, e nós, como uma das principais empresas de logística do e-commerce, estamos registrando esse movimento elevado de entregas, em patamares semelhantes aos da Black Friday e do Natal”, explica Bruno Tortorello, CEO da Jadlog.

Em janeiro, a média diária de entregas até o momento está na casa das 200 mil, número que equivale ao mês de dezembro.

Ao mesmo tempo em que amplia o volume de entregas, a Jadlog redobrou os cuidados com a saúde e a segurança de todas as pessoas envolvidas em seu ecossistema, incluindo colaboradores, parceiros e os consumidores.

Foram reforçadas as informações para esclarecer os cuidados com a pandemia, os esforços para que todos os funcionários estejam vacinados e as medidas de higiene e proteção internas das empresas, que abrangem o aumento da frequência de limpeza das áreas operacionais e dos veículos e a presença de equipes de saúde ainda mais alertas e realizando um número maior de testes.

Além disso, a empresa vem contratando pessoal extra também para recompor as equipes, e há um plano em ação de remanejamento e apoio entre unidades para que as operações não sejam de maneira alguma comprometidas.

Via passará a oferecer Fulfillment e Fullcommerce para os seus lojistas

A Via iniciou o ano de 2022 com uma ótima notícia: a ampliação dos serviços da sua plataforma de soluções logísticas. Ela passará agora a oferecer além das modalidades “Postagem e Coleta”, o Via Fulfillment.

Com essa novidade, a Via passa a cuidar de toda a operação dos lojistas, desde o armazenamento do estoque dos lojistas do seu Marketplace até o pós-venda do cliente final. “A partir de agora, nossos sellers cuidam das vendas e a gente cuida do resto”, afirma Rodrigo Bulhões Bogmann, trainee na Via.

Para a realização desse serviço, a empresa anunciou ao mercado a aquisição da logtech “CNT Log e-Commerce Logistics”, que vai ajudar a evoluir o projeto de implantação do fulfillment e entrar no segmento de fullcommerce.

A Via é o primeiro Marketplace a lançar um fulfillment Mar Aberto/Agnóstico do Brasil, podendo atender pedidos de vários canais e sendo uma verdadeira parceira dos lojistas.

Essa operação acelera a inclusão de novos serviços logísticos, garantindo uma experiência de compra ainda melhor para os clientes, com maior engajamento do marketplace e mais velocidade nas entregas.

Estudo da DHL aponta que 90% dos trabalhadores de logística considera a tecnologia como fundamental para sua função

  • O estudo “Futuro do Trabalho em Logística” afirma que o envelhecimento da população e a escassez de mão de obra afetam as cadeias globais de abastecimento;
  • As gerações Y e Z estão procurando empregos com tarefas menos repetitivas e ambientes de trabalho mais flexíveis;
  • Com a COVID-19, muitas empresas adotaram rapidamente novas políticas de RH e tecnologias de trabalho remoto;

A DHL, empresa líder global em logística, divulgou “O Futuro do Trabalho em Logística”, seu mais recente relatório de tendências. No documento, a companhia examina como o conceito de trabalho – funções, responsabilidades, sistemas, cronogramas, ferramentas e ambientes – mudará na próxima década. De acordo com o estudo, o setor de logística enfrenta uma crescente escassez de mão de obra e uma guerra por talentos, o que faz com que as organizações precisem implementar estratégias para atrair, reter, desenvolver e motivar os trabalhadores na era digital.

Pela primeira vez na história, o número de profissionais nativos digitais começa a superar os profissionais da era analógica, gerando uma aceleração na mudança de valores corporativos. Conforme o relatório, a geração Y e a geração Z estão impulsionando o setor de logística a atender às novas expectativas em temas como sustentabilidade, diversidade e inclusão, bem-estar dos funcionários e ambientes de tecnologia avançada. Com o aumento da digitalização e do uso de automação e Inteligência Artificial (AI), o impacto é significativo em empregos e locais de trabalho em indústrias em todo o mundo.

“O estudo apontou que 9 entre 10 entrevistados consideram que a tecnologia tem sido útil para suas carreiras. Ainda assim, mais de 50% admitem ver a IA e a automação como uma ameaça potencial”, diz Matthias Heutger, vice-presidente sênior e diretor de inovação global da DHL. “É uma grande oportunidade para empresas e governos agirem de forma rápida e colaborativa para aliviar preocupações, fornecendo estratégias transparentes e demonstrando o sucesso de ambientes de trabalho que combinam esforços humanos e mecânicos”.

Os especialistas não preveem que o setor de logística irá migrar rápida e drasticamente do trabalho humano para a automação completa. Provavelmente, haverá um período gradual de mudança de mais de 30 anos em que a tecnologia apoiará diversas funções exercidas por pessoas, em vez de competir com elas. Além disso, permanece a questão da aplicação desigual de tecnologias em diferentes países do mundo, com alguns implantando mudanças mais lentas ou menos profundas.

“A digitalização já está mudando fundamentalmente a maneira como vivemos e fazemos o negócio. A pandemia apenas acelerou a execução dos planos que as empresas haviam imaginado. Presumimos que 30-35 por cento de todas as atividades poderiam ser automatizadas até 2030. No entanto, acreditamos firmemente que a maior parte de nossa criação de valor continuará a ser fornecida por pessoas”, disse Thomas Ogilvie, diretor de Recursos Humanos da Deutsche Post Group, DHL. “Não há dúvida de que certos empregos vão mudar, mas o emprego vai ficar. O que isso nos diz é que a aprendizagem ao longo da vida é mais do que nunca a chave para o sucesso na era digital”.

Para criar este novo conceito de Futuro do Trabalho, é fundamental compreender não apenas as forças motrizes por trás da tendência, mas também abordar as necessidades e preocupações da força de trabalho. Por exemplo, a maioria dos entrevistados disse que deseja realizar suas atividades no escritório em tempo parcial ou integral, com 6 em cada 10 colaboradores querendo trabalhar remotamente pelo menos uma vez por semana, em comparação com 5 em cada 10 que gostariam de permanecer no escritório. As organizações da cadeia de suprimentos devem considerar maneiras de tornar o trabalho flexível mais acessível por meio de novas políticas e tecnologias de RH, como a teleoperação.

“É importante perguntar aos funcionários como se sentem e o que desejam. Confiamos muito neste feedback para introduzir horários e ambientes mais flexíveis e para desenvolver novas formas de trabalho habilitadas pela tecnologia. Também nos concentramos em práticas de relações humanas, como momentos que importam, para que os funcionários se sintam cuidados tanto funcionalmente quanto emocionalmente”, acrescentou Sabine Mueller, CEO da DHL Consulting. “A DHL Consulting tem o orgulho de ter contribuído para este relatório e está confiante de que a indústria se beneficiará dos insights que podemos compartilhar como um player global em logística com profunda experiência em manter o mundo em movimento”.

A história recente mostra que conhecer a ordem, magnitude e velocidade da disrupção digital é a chave para implementar a resposta colaborativa correta entre humanos e máquinas. Em questão de semanas, um vírus conseguiu iniciar mudanças que normalmente levariam anos ou mesmo décadas para as organizações adotarem. Com lojas e restaurantes fechados há meses, o e-commerce experimentou níveis sem precedentes de crescimento globalmente, à medida que mais e mais pessoas compravam online e negócios físicos tradicionais se juntaram à economia online. Este crescimento no e-commerce também levou a um grande aumento na demanda por mão de obra de logística para ajudar transportar e entregar bilhões de pedidos feitos anualmente. Para atender à crescente demanda por logística, aliviar a escassez de mão de obra e construir mais resiliência nas cadeias de suprimentos, a COVID-19 acelerou muito a transformação digital da logística.

Sobre a DHL — A empresa de logística para o mundo

A DHL é a marca líder mundial no setor logístico. Nossas divisões oferecem um portfólio único de serviços de logística que abrangem desde a entrega de encomendas nacionais e internacionais, soluções de operação e transporte de comércio on-line, expresso internacional e transportes marítimos, aéreos e rodoviários, até o gerenciamento da cadeia de suprimentos industriais. Com 380 mil colaboradores em mais de 220 países e territórios em todo o mundo, a DHL conecta pessoas e negócios de maneira segura e confiável, o que possibilita fluxos de comércio global sustentáveis. As soluções especializadas para os mercados e setores em crescimento, que incluem tecnologia, ciências da vida e saúde, engenharia, manufatura e energia, automobilístico e varejo, colocam a DHL significativamente na posição de “the logistics company for the world” (a empresa de logística para o mundo).

A DHL faz parte do Grupo Deutsche Post DHL, que gerou receitas de mais de € 63 bilhões em 2019. Com práticas empresariais sustentáveis e um compromisso com a sociedade e o meio ambiente, o grupo contribui positivamente para o mundo. Até 2050, planeja alcançar uma logística sem emissões.

FedEx de olho em aviões cargueiros à medida que comércio eletrônico dispara

A FedEx está negociando com a Boeing e a Airbus para comprar aviões cargueiros da próxima geração à medida que o comércio eletrônico dispara. Mas a gigante das entregas adiou a decisão de compra em meio a negociações trabalhistas com os pilotos, disseram fontes do setor.

A maior companhia aérea de carga do mundo é o mais recente foco de competição depois que a Boeing lançou na semana passada uma versão cargueira de seu 777X para competir com um novo cargueiro Airbus A350.

A demanda de carga aérea foi estimulada por compras online, interrupções na cadeia de suprimentos e uma queda nos voos de passageiros – que, muitas vezes, também transportam carga em seus porões.

“A carga é a única parte do mercado de jatos que se recuperou totalmente e ainda está crescendo”, disse o analista da AeroDynamic Advisory, Richard Aboulafia. “Dado um mercado de corredor duplo muito deprimido, os pedidos de carga larga são o único raio de esperança.”

A certa altura, a FedEx surgiu como um possível cliente de lançamento do 777X, juntando-se à Qatar Airways em uma cerimônia de assinatura da Casa Branca, mas uma decisão não é esperada antes do terceiro semestre.

FedEx em negociações trabalhistas

A FedEx está travada em negociações sobre salários e aposentadoria com pilotos que argumentam que ajudaram a gerar lucros recordes e manter a economia durante a pandemia – discussões que podem ser prejudicadas por um investimento imediato de alto valor, disseram duas das pessoas.

“As aquisições de aeronaves são decisões estratégicas de negócios e adiamos quaisquer novos compromissos à medida que avaliamos e priorizamos potenciais investimentos de capital”, disse um porta-voz da FedEx.

A Air Line Pilots Association, que representa a tripulação da FedEx, disse que quer um acordo que reconheça seu papel. “Uma barganha significativa claramente permanece”, disse um porta-voz.

Planos de produção

A FedEx, com sede em Memphis, no estado norte-americano do Tennessee, é cliente principalmente da Boeing, com 83% de sua frota usando modelos como os 777, 767 e 757, e tri-jets McDonnell Douglas legados, embora também opere 67 Airbus A300-600s.

Salvo surpresas, a Boeing é vista como a principal candidata a ganhar um acordo com o 777X da FedEx, embora qualquer atraso deixe a Airbus uma abertura para lutar pelo negócio.

A Airbus esteve no centro de uma reviravolta incomum no mês passado, quando a Administração Federal de Aviação divulgou uma proposta para colocar defesas de mísseis a laser no Airbus A321 menor, um avião que a FedEx não opera, apenas para retirar sua revisão dias depois.

A pesquisa sobre defesas para cargueiros que operam em partes do mundo que enfrentam ameaças de sistemas antiaéreos portáteis não é nova. Mas a revelação surpresa, descrita por uma fonte como inadvertida, ligou a FedEx à Airbus pela primeira vez em anos.

A Airbus e a Boeing se recusaram a comentar.

Para os fabricantes de aviões, os riscos envolvidos em ganhar pedidos de cargueiros são especialmente altos, pois tentam reforçar a produção de modelos similares atingidos por uma queda nas viagens de longa distância.

Para ganhar o pedido de lançamento da Qatar Airways para 34 cargueiros 777X, a Boeing concordou em trocar um terço de seu pedido existente de 60 aviões de passageiros 777X para cargueiros.

Embora isso limite o número de novos pedidos da família 777X a apenas 14, analistas disseram que isso dá à Boeing mais certeza de que os jatos subjacentes serão produzidos e pode definir o tom para outras negociações de cargueiros.

A Airbus também teve que sacrificar pedidos de jatos de passageiros para fechar acordos para seu novo cargueiro A350F, segundo dados mensais.

O 747-8 da Boeing, que será descontinuado em breve, bem como o 777F e o 767F, não podem ser produzidos após 2027 devido às regras de emissões.

O boom do frete não é isento de riscos.

Isso inclui uma rápida recuperação nos voos de passageiros que trariam o espaço de jatos de passageiros subutilizados de volta ao serviço, bem como tensões comerciais não resolvidas entre EUA e China.

O analista da Vertical Research Partners, Rob Stallard, disse: “Essa demanda é sustentável, especialmente quando a cadeia de suprimentos global voltar ao normal. E o que acontece com todos aqueles velhos widebodies de passageiros que estão estacionados? É muito mais barato converter um velho widebody de passageiros do que comprar um novo avião”, afirmou.

Magazine Luiza e dona da Casas Bahia se acusam na Justiça de concorrência desleal

Na Black Friday do ano passado, o Magazine Luiza foi à Justiça para exigir que a Via deixasse de usar a sua marca como palavra chave para exibição de anúncios: uma prática usada para desviar tráfego da concorrência na internet. A ação foi distribuída para a 2ª Vara Empresarial e Conflitos de Arbitragem e a empresa conseguiu uma decisão favorável, em que o juiz pediu a desabilitação dos anúncios patrocinados da Via no prazo máximo de duas horas após o recebimento da decisão liminar. Mas não parou por aí. Pouco depois, em dezembro, a Via entrou com uma ação parecida contra o Magalu e também obteve resposta favorável do juiz.

As informações foram divulgadas anteriormente pelo jornal Valor Econômico e obtidas pelo Estadão/Broadcast dentre as peças públicas do processo. Na ação movida pelo Magazine Luiza, a Via é acusada de contratar “serviços de anúncios patrocinados junto ao sites de pesquisas Google para que seu site aparecesse como resultado de destaque caso o usuário utilizasse as marcas ‘Magazine Luiza’ e ‘Magalu’ como termos de pesquisa”.

A decisão do juiz Eduardo Palma Pellegrinelli considerou justo pedido do Magazine Luiza de que essa prática fosse encerrada rapidamente, visto que ela acontecia em um período aquecido de vendas: a Black Friday.

Na ação da Via, o Magazine Luiza é acusado de usar “ferramentas de busca e mecanismos de links patrocinados para atrair clientela comum, ao vincular as marcas Casas Bahia e Ponto Frio como critério de pesquisa”. Nesse caso, o juiz Luis Felipe Ferrari Bedendi deferiu a tutela de urgência para determinar que o Magalu parasse a “utilização das marcas ‘Casas Bahia’ e ‘Ponto Frio’ [ou qualquer outra expressão que com elas se assemelhe] como títulos e palavras-chave para a disponibilização de anúncios patrocinados em ferramentas de busca como o Google, o Bing e quaisquer outras assemelhadas, bem como de incluir tais reproduções e imitações no título de seus anúncios patrocinados, tudo no prazo de cinco dias”. A ação da Via foi distribuída para a 1ª Vara Empresarial e Conflitos de Arbitragem.

O sócio do Escritório J Amaral Advogados, Fabio Pimentel, diz que anúncios patrocinados se tornaram uma ferramenta estratégica para vendas na internet e que a pandemia acelerou o comércio online. “Naturalmente, com essa aceleração surgem também desafios concorrenciais. Afinal, a concorrência se desenvolve em âmbito físico e em âmbito digital. O uso indevido de marcas de terceiros pode configurar desvio de clientela, uma conduta que a legislação brasileira proíbe e reprime”, afirma.

Ele pontua ainda que a preservação da livre concorrência, que está em jogo em questões como essa, devem ser cada vez mais importantes para o País. “Nesse sentido, vale lembrar que a retomada das discussões para entrada do Brasil na OCDE certamente demandará do País uma atuação cada vez mais efetiva no que diz respeito à preservação da livre concorrência, especialmente em tempos de uma economia cada vez mais digital e globalizada”, afirma Pimentel.

Para Gustavo Chapchap, líder do Comitê de E-Commerce da Associação Brasileira de Agentes Digitais e diretor da Jet/ZapCommerce, a prática da qual Via e Magazine Luiza foram acusadas não é nova. “A concorrência desleal comprando palavras do concorrente é algo que já acontece faz tempo e em vários mercados”, afirma. Ele diz, inclusive que as plataformas de busca já têm mecanismos que, de alguma forma, penalizam essa forma de tentar desviar tráfego da concorrência. “O robô (de determinada plataforma) identifica que o destino do link não tem nada do termo chave que ele está anunciado e cobra um valor mais alto (pelo clique no anúncio)”, explica.

Procuradas, Via e Magazine Luiza disseram não comentar processos em andamento.

Azul Cargo estuda entrar com serviço de carga no eixo Rio-São Paulo

De olho em ampliar cada vez mais o portfólio de logística da Azul Cargo, a Azul monitora oportunidades para entrar com seu braço de carga no eixo Rio-São Paulo, disse ao Valor, o diretor vice-presidente de receitas da aérea, Abhi Manoj Shah.

Atualmente, a empresa atende 4,5 mil cidades, mas deixa de fora o principal eixo econômico do país, uma vez que o transporte via modal rodoviário acaba sendo mais competitivo do que o aéreo em distâncias curtas. Com isso, mercados como a Grande São Paulo também ficam de fora.

Shah disse que o caminho mais provável da Azul tende a ser explorar o nicho via parcerias. Por se tratar de uma companhia aérea (que tem custos elevados com leasing de aeronaves), o foco do grupo não estaria em possuir caminhões. “Não necessariamente ela [Azul Cargo] vai ser dona dos caminhões. Tem outros modelos. Preferimos ficar no modelo de parceria, qualquer um que ajude a expandir mais nossa capilaridade”, disse.

“Nós queremos atuar em todos os mercados, todas as geografias”, acrescentou o executivo, apontando como meta ser uma ‘FedEx brasileira’. Apesar da sinalização, Shah disse que, por ora, os estudos estão em fase inicial e não há conversas com grupos nessa direção.

Com a parceria, a Azul tem o objetivo de explorar sua malha aérea (de cerca de 900 voos por dia atualmente, já retomado os níveis pré-pandemia) e ganhar sinergia em mercados relevantes. “A chave disso sempre vai ser nossa malha aérea. Porque é o que nós temos e que ninguém tem. Todo mundo pode comprar caminhões, carretas. Mas comprar malha aérea como a nossa, não”.

Em meio ao crescimento dos aplicativos de entrega, Lalamove anuncia integração com a Nuvemshop focada em PMEs

A Lalamove, plataforma online de soluções em entregas que conecta usuários e empresas a motoristas parceiros, acaba de anunciar parceria inédita e direcionada para PMEs com a Nuvemshop, plataforma de e-commerce líder na América Latina com mais de 90 mil lojas. O intuito da aliança é promover mais eficiência para os processos logísticos dos e-commerces, visando as entregas super expressas (em até duas horas), área de especialidade da Lalamove, com foco maior em capitais e regiões metropolitanas.

As entregas feitas por aplicativos estão aumentando nos últimos tempos, porque as PMEs estão diversificando cada vez mais a logística dos seus e-commerces e investindo em entrega rápida, principalmente em datas importantes para o comércio. Segundo dados disponibilizados pela Nuvemshop, houve um crescimento significativo no percentual de envios realizados por aplicativos de entrega no último ano, que partiu de 27,5% (no primeiro trimestre do ano) para 39,3% (no último trimestre).

“Esses dados apontam uma mudança nos hábitos dos lojistas e consumidores, que passaram a demandar serviços de transporte mais rápidos. Com isso, no mesmo período, também observamos uma diminuição de 30% nos envios realizados por serviços tradicionais de entrega. Essa é uma tendência que deve continuar forte neste ano”, aponta Luiz Natal, Gerente de Desenvolvimento de Plataforma da Nuvemshop.

Para Albert Go, Diretor Regional LATAM da Lalamove, a ação não poderia ter vindo em melhor hora, “trata-se de uma união estratégica entre negócios. A integração trará inúmeros benefícios para os parceiros a curto e longo prazo. Agora, os lojistas poderão contar com a expertise da Lalamove e garantir qualidade e eficiência para os processos logísticos de seus negócios”, completa o executivo. O forte da empresa está nas entregas expressas, principal demanda para os comerciantes com a valorização do e-commerce, principalmente após o crescimento desse segmento na pandemia. Durante esse período, a Lalamove registrou um aumento de 30% no número de entregas expressas.

A Lalamove conta atualmente com cerca de 100 mil usuários e mais de 40 mil motoristas parceiros cadastrados, que realizam em média 50 mil entregas diárias, em serviços promovidos por carretos, utilitários, SUVs, minivans e motos.

Um dos principais benefícios com a parceria é a experiência do cliente, que contará com uma forma de envio mais rápida e eficaz, além de um valor de frete condizente a cada região, de acordo com a cobertura oferecida. A integração chega para atender às demandas dos clientes, visto que condições como prazos de entrega muito longos influenciam no abandono do carrinho de compras.

A pesquisa “Compras e pagamentos em lojas online”, desenvolvida pela Nuvemshop com o apoio das plataformas Iugu e Pagar.me., revelou que para 10% dos consumidores o longo prazo para entrega de um produto os influenciaram a desistir de uma compra. Este dado reforça a importância das entregas expressas para o e-commerce.

Por meio dessa nova integração, a Nuvemshop amplia a gama de serviços focados em logística para o e-commerce, especialmente em entrega expressa. “Reforçamos o DNA de plataforma aberta da empresa, integrando ao ecossistema novos parceiros para oferecermos diversas ferramentas e tecnologias que facilitam a gestão e o dia a dia do negócio online. Com a Lalamove, investimos em uma integração para entrega expressa, que faz muita diferença para segmentos como alimentos e outros produtos mais perecíveis. Nosso objetivo é construir o maior ecossistema de e-commerce da América Latina e apoiar todos os tipos e tamanhos de empresas e PMEs”, afirma Natal.

Como funciona a integração

A integração é feita por meio de um plugin da Lalamove disponível diretamente na plataforma da Nuvemshop, onde o lojista consegue fazer o download dessa extensão para utilizar o serviço. Caso ainda não seja cadastrado, a Lalamove entrará em contato com o lojista para efetuar o cadastro.

Para utilizar o serviço, o comerciante deve abrir uma solicitação de transporte com a Lalamove, feito isso, será analisado o tamanho da entrega e o melhor veículo (caminhão/carro/moto), para atender a demanda, já com as especificações de valor apresentadas. A partir da confirmação pelo motorista parceiro, é gerado o código de rastreio, além de ser possível acompanhar em tempo real o trajeto da encomenda.

Caso não haja a confirmação para o transporte, serão feitas até três tentativas (pelo próprio app da integração), para encontrar um veículo disponível para realizar a entrega. Se a situação persistir, será necessário realizar uma nova solicitação.

E-commerce: Fedex e Microsoft anunciam nova solução de logística multiplataforma

Nova oferta tem como objetivo aumentar a competitividade dos comerciantes no espaço do comércio eletrônico, melhorando o engajamento do cliente e oferecendo opções aprimoradas de transporte.

A FedEx e a Microsoft anunciaram no início desta semana a próxima solução resultante da colaboração entre as empresas em prol do comércio, das cadeias de suprimentos e da logística. As companhias unirão a inteligência da rede da FedEx com os recursos do Microsoft Dynamics 365 para apresentar uma solução multiplataforma de “logística como um serviço” a varejistas, comerciantes e marcas.

No mundo atual das cadeias de suprimentos “just in time”, comércio global e crescimento acelerado, a velocidade, flexibilidade e visibilidade do comércio eletrônico são fundamentais. As necessidades e expectativas dos clientes mudaram em todos os setores. Juntas, a FedEx e a Microsoft estão utilizando ferramentas como inteligência artificial e aprendizado de máquina para extrair novos conhecimentos a partir dos 17 milhões de pacotes que passam pela rede da FedEx todos os dias, a fim de ajudar as marcas a oferecer experiências aprimoradas aos clientes.

As empresas anunciaram planos de apresentar uma integração de dados exclusiva que combina dados da FedEx com o Dynamics 365 Intelligent Order Management para ajudar as marcas a terem acesso a novas informações e recursos para melhor processar, enviar e atender os pedidos dos clientes. Ao mesmo tempo, a expectativa é promover integração facilitada às plataformas de comércio eletrônico existentes.

Essa abordagem multiplataforma ajuda as marcas a oferecer a seus clientes experiências modernas e com alto valor agregado, como entrega mais rápida e econômica, notificações em tempo real do status da entrega e devoluções convenientes e tranquilas, com aproximadamente 60 mil locais de envio e QR codes escaneáveis. Para as marcas que enfrentam maior pressão para gerar afinidade ao gerenciar volumes de pedidos mais altos, garantir um atendimento econômico e reduzir as chamadas dispendiosas de atendimento ao cliente, essa nova tecnologia oferece uma oportunidade sem precedentes de impulsionar os sistemas existentes de registro, otimizar o atendimento e cumprir suas promessas de pedidos com maior precisão, além de se beneficiar de uma visão mais completa do cliente.

“Há quase dois anos, assumimos uma missão com a Microsoft de transformar o ecossistema do comércio. Durante esse tempo, progredimos significativamente, aproveitando a tecnologia do Microsoft Azure com nossa solução FedEx Surround, que oferece suporte fundamental para permitir o monitoramento avançado de remessas prioritárias urgentes. Essa próxima fase de nossa colaboração continuará a conectar os dados inigualáveis da cadeia de suprimentos da rede da FedEx ao Microsoft Cloud para melhorar as experiências de comércio eletrônico para marcas, comerciantes e consumidores.” – Raj Subramaniam, presidente e diretor operacional da FedEx Corp.

O Dynamics 365 Intelligent Order Management utiliza dados e IA para criar um aplicativo de gerenciamento de pedidos omnicanal. Com isso, é possível integrar sistemas existentes de planejamento de recursos empresariais (ERP) e gerenciamento de relacionamento com o cliente (CRM) para alavancar um ecossistema de outros sistemas de origem de pedidos, como marketplaces on-line de comércio eletrônico, aplicativos móveis e comércio social, juntamente com canais de pedidos tradicionais como intercâmbio de dados eletrônicos (EDI) ou pontos de vendas físicos.

A plataforma vem com conectores pré-construídos para as principais marcas de ferramentas já utilizadas para entrada de pedidos omnicanal, atendimento e entrega de pedidos multicanais e ações de organização de pedidos baseadas em regras em um ambiente de baixo código/sem código que utiliza IA e aprendizado de máquina. Juntamente com os dados e a visibilidade obtidos na rede da FedEx, a FedEx e a Microsoft têm como objetivo capacitar as empresas com novas formas inovadoras de atender melhor seus clientes.

“Mais do que nunca, fica claro o quão fundamental é ter uma cadeia de suprimentos resiliente para o sucesso de toda organização na economia moderna. Estamos unindo os dados e informações da rede da FedEx ao Microsoft Cloud, começando com o Dynamics 365, para ajudar as empresas a acelerar sua transformação digital em todas suas operações comerciais, para que possam oferecer aos clientes formas mais integradas de comprar e entregas mais rápidas e mais eficientes.” – Satya Nadella, presidente e CEO da Microsoft.

CAPACITAÇÃO E VISIBILIDADE DA CADEIA DE SUPRIMENTOS

A FedEx e a Microsoft uniram forças em maio de 2020 para permitir que as empresas competissem melhor no ecossistema de comércio digital atual, que está cada vez mais digital. A pandemia acelerou a adoção do comércio eletrônico e a transformação digital das empresas de todos os tamanhos. Antes da pandemia, a FedEx projetou que o mercado doméstico de pacotes dos EUA atingiria 100 milhões de pacotes por dia até o ano calendário de 2026. Agora, espera-se que o mercado atinja essa marca quatro anos antes do esperado, chegando a 110 milhões de pacotes por dia em 2022, com 86% desse crescimento vindo do comércio eletrônico.

A FedEx Surround, a primeira solução voltada para o cliente da FedEx desenvolvida utilizando a tecnologia de nuvem Microsoft Azure, é uma prova do potencial inovador e do impacto imediato da colaboração sobre a forma como os dados são usados em logística. Desenvolvida para alavancar os milhões de pontos de dados em toda a rede da FedEx, a plataforma FedEx Surround utiliza soluções de IA, aprendizado de máquina e análise para monitorar de forma proativa o risco a que são expostos os pacotes da FedEx ao longo de uma rota de entrega, como interrupções climáticas ou atrasos causados pelo tráfego.

Essas informações quase em tempo real oferecem aos clientes visibilidade da situação de sua cadeia de suprimentos e permitem que eles planejem proativamente a solução e as alternativas que a FedEx pode ajudar a executar para manter um entrega no caminho certo.

A FedEx Surround foi implementada em dezembro de 2020 e tem sido fundamental para apoiar o transporte de vacinas contra a Covid-19. A plataforma permitiu que a FedEx gerenciasse esse aumento significativo no volume de remessas prioritárias.

DISPONIBILIDADE

Espera-se que a integração contínua dos dados da FedEx ao Dynamics 365 Intelligent Order Management esteja disponível para os clientes nos EUA no segundo semestre de 2022. Até o momento, não há previsão de lançamento da integração no Brasil.

Comércio on-line faz transportadoras ampliarem operação

Empresas de logística especializadas em cargas leves estão conseguindo enfrentar o difícil período da pandemia com a ajuda do varejo eletrônico, que segue crescendo no país. Gestores disseram ao Valor que a inflação e a disparada do dólar não afastaram o cliente do varejo on-line, mas o hábito de compra mudou. Eletrodomésticos e itens de maior valor deram lugar a itens como alimentos, bebidas, produtos de limpeza e roupa. Mesmo transportando itens mais baratos, os volumes se mantêm e as companhias ampliam a operação.

Segundo dados da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm), o “e-commerce” em 2021 registrou faturamento de R$ 150,8 bilhões. Para este ano, a estimativa é de aumento de 12%.

O avanço no mercado levou a DHL Supply Chain (braço da americana DHL) a ampliar a operação no Brasil. O grupo, que tem mais de 5 mil veículos (entre próprios e agregados), expandiu sua capacidade em Extrema, no Sul de Minas Gerais, onde investiu em novas instalações, com cerca de 12 mil m2, no ano passado.

“O mercado inteiro está olhando para as suas cadeias de suprimento e pensando o que precisa ser revisto diante desse novo cenário, que exige cadeia mais resiliente”, disse Ana Blanco, vice-presidente de operações na DHL Supply Chain no Brasil. O comércio eletrônico exige que as empresas estejam mais próximas do consumidor, o que motiva investimentos sobretudo na digitalização dos negócios, disse Blanco.

Cerca de 40% do negócio da DHL Supply Chain no Brasil é destinado a entregar produtos da indústria e do varejo para o cliente. Mesmo com a crise econômica e salto da inflação, o setor continuou crescendo, disse Blanco. “Eu não conheço nenhum dos meus clientes que não tenha tido crescimento [em 2021]. Mas a verdade é que percebemos nas nossas operações um pouco de mudança de mix. Em 2020, eram os eletrônicos, muito por conta da adaptação das famílias ao ‘home office’, agora vimos outras categorias se destacando, como os supermercados.”

A mudança de mix foi percebida também na Loggi, startup de logística. “Nosso volume não caiu. Hoje, é menos a compra da geladeira e mais produtos de alto giro”, disse Ariel Herszenhorn, vice-presidente de vendas da empresa.

Além disso, há cada vez mais brasileiros usando a internet. Só no primeiro semestre de 2020 foram 7,3 milhões de novos consumidores, segundo dados da Ebit/Nielsen.

A Loggi também tem ampliado seus investimentos. Em 2020, foram cerca de R$ 150 milhões em automação e tecnologia. Em 2021, esse valor passou para R$ 250 milhões. A startup planeja ampliar os municípios que são atendidos, de 3 mil em 2021 para 4 mil neste ano.

No lado do modal aéreo, a forte demanda por transporte de carga tem sido percebida na Azul. A subsidiária Azul Cargo registrou, em 2021, R$ 1 bilhão de receita, o dobro do valor registrado em 2019. “Há um forte foco no e-commerce, que é uma parte. Mas a verdade é que tem muitos outros setores que também estão crescendo”, disse o diretor vice-presidente de receitas da aérea, Abhi Manoj Shah, em relação ao crescimento na demanda por transporte aéreo em detrimento do rodoviário. Cerca de 85% da carga transportada pela empresa estão nos porões dos voos comerciais. Aproximadamente 50% da carga que voa nos porões da Azul vêm de “marketplaces” (shopping centers virtuais.)

A Azul Cargo hoje alcança 4,5 mil municípios no país. A meta é chegar próximo a 5 mil ainda neste ano. Mas o foco principal do grupo é ampliar o número de municípios onde consegue entregar uma encomenda em até 48 horas, passando das atuais mil localidades para 1,5 mil até dezembro, já que a velocidade é considerada crucial para o comércio eletrônico.

O crescimento do mercado de logística no país tem sustentado o negócio da Reconlog, que oferece galpões de lona – uma estrutura de 4 mil m2 pode ser montada em oito dias. O galpão é alugado, o que dá flexibilidade às empresas para se ajustarem ao crescimento de demanda pontual, como é o caso da Black Friday para o varejo. “Fechamos com faturamento de R$ 18,5 milhões em 2020, número que saltou para R$ 72 milhões em 2021”, disse Naldo Sales, presidente e fundador da Reconlog.

A expectativa para o setor este ano é positiva, disse Mauricio Salvador, presidente da ABComm. O tíquete médio deve avançar de R$ 450 para R$ 460. “É um crescimento pequeno se comparado à inflação, mas um aumento maior em relação ao IPCA”, comparou.

Segundo Salvador, passou a haver uma pressão sobre o tíquete médio desde a entrada no comércio eletrônico local de sites estrangeiros, sobretudo chineses, que vendem produtos mais baratos. “O tíquete médio é muito menor se você pensar em plataformas como Ali Express e Shopee. Essa diferença pode chegar a quatro vezes em relação aos sites brasileiros”, disse. “Com o crescimento dos ‘marketplaces’ estrangeiros, o tíquete médio tende a ficar mais baixo”.

O presidente da Associação Brasileira de Logística (Abralog), Pedro Moreira, disse que o investimento em tecnologia, fundamental para o setor, e tende a continuar guiando os negócios. “Chegamos a ver empresas com plano de investimento para cinco anos que anteciparam para 24 meses. Quem não for por esse caminho, vai ter problema de sobrevivência.”

https://www.ehtrend.com.br/news/919846/comercio-on-line-faz-transportadoras-ampliarem-operacao.html