Para os transportadores, sucesso do e-commerce passa pela última milha

O trajeto final que uma mercadoria percorre quando sai do centro de distribuição até a casa do consumidor é chamado de última milha. Esse processo começa quando o cliente entra em um portal de vendas on-line em busca de um produto: analisando o preço, o valor do frete e o tempo de espera até que a compra chegue na porta de casa. A agilidade no recebimento do produto, assim como o baixo custo, tem sido fundamental na escolha de qual site comprar.
Os impedimentos causados pelas medidas de isolamento social durante os meses mais críticos da pandemia trouxeram um olhar novo para os benefícios do consumo virtual no Brasil – o reflexo disso percebe-se nos 301 milhões de compras realizadas on-line em 2020, atingindo um faturamento de vendas por e-commerce de R$ 126,3 bilhões, segundo a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm).
A estimativa é que o crescimento continuará, mesmo que em velocidade menor do que a do ano passado. “Tivemos a entrada de milhares de novos consumidores on-line em 2020, a popularização de compras em diferentes categorias que incluem os produtos de bens duráveis até os itens de farmácia e supermercado demonstram o novo comportamento do consumidor”, esclarece André Dias, diretor de inteligência de Mercado da ABComm.

A consequência do boom no comércio digital é a explosão na demanda de entrega desses produtos. As grandes empresas, referências em e-commerce, estão expandindo os seus centros de distribuição próximo aos principais centros urbanos no País – o objetivo é reduzir, ao máximo, o tempo de entrega. Só assim as empresas de logística se manterão competitivas na última milha.
Operadores logísticos são as empresas capacitadas em realizar os serviços de transporte em qualquer modal, armazenagem e controle de estoque. O aquecimento do setor gerou R$ 100,8 bilhões em faturamento bruto e gerou 1,5 milhões de postos de trabalho no ano passado, segundo a Associação Brasileira de Operadores Logísticos (ABOL).
A diretora executiva da ABOL, Marcella Cunha, conta que o setor se aliou à mudança que o mercado demandou, ou seja, da expansão para atender a necessidade maior de entregas voltadas para o consumidor final, e também, de auxílio aos clientes que não possuíam um sistema atualizado de atendimento.

Além de novos centros de distribuição, o atendimento omnichannel subiu enormemente, assim como a promoção de novas soluções logísticas para as empresas que optaram por desenvolver seus próprios portais de vendas eletrônicas personalizadas ao invés de filiar-se aos já conhecidos marketplaces.
A necessidade de eficiência, ainda com as dificuldades impostas pelas pandemia, desenhou um cenário de busca por soluções tecnológicas inovadoras. “Nesse contexto, vimos o advento de várias startups que propõem desde entrega no mesmo dia – otimizando a última milha – até soluções específicas para empresas mais antigas e consolidadas, introduzindo novas tendências em automação e robotização”, enfatiza Marcella.

Aumento da demanda exige investimento tecnológico
Além do preço, consumidor busca sites que oferecem agilidade na entrega e segurança nas compras.
Uma das barreiras vencidas no período da pandemia foi o medo de comprar on-line. O impedimento de entrar em uma loja física fez com que as pessoas mais resistentes à adesão de comprar por clique se rendessem à facilidade de visitar vários estabelecimentos sem sair de casa. O relatório da Ebit|Nielsen aponta que 83% das pessoas que compraram pela internet no ano passado voltariam a comprar em razão das experiências satisfatórias.
A mudança de cultura de consumo que vem se estabelecendo fomentou diversos setores a colocar seus produtos nas prateleiras virtuais, acirrando um outro tipo de concorrência feita no porta-a-porta. Além da confiabilidade da empresa, o consumidor quer ver quem oferece mais qualidade, rapidez e segurança com os mecanismos de acompanhamento do seu pedido, depois que o pagamento foi realizado.
A transportadora LS Translog viu sua operação crescer exponencialmente após o início da pandemia. A empresa, que foi criada para atender demandas de entregas farmacêuticas, viu a procura por seus serviços explodir em razão da demanda do e-commerce. Desde 2017 a operação registrava crescimento médio de 10% ao mês. Contudo, no ano passado, esse índice triplicou graças à forte demanda, relata o supervisor de TI da empresa, Leandro Rebustini.
Com o foco na entrega de última milha, a LS Translog decidiu expandir os seus centros de distribuição que, atualmente, estão na capital paulista, além de Campinas, no Rio de Janeiro e em Minas Gerais. No Rio Grande do Sul, a empresa realiza a coleta na própria loja do cliente levando ao consumidor final – focada, essencialmente, no serviço de última milha. Em 2019, a empresa contava com 600 entregadores, e hoje, são 1,6 mil funcionários.
Com o fluxo de 30 mil entregas por dia no País, a companhia precisou qualificar sua parte tecnológica para uma versão mobile de última geração. “Agora o sistema integrado dispara um aviso quando o motociclista está indo em direção ao endereço de destino e, por um link ,o consumidor acompanha o entregador em tempo real, fora os canais de comunicação que atendem o cliente das empresa que a transportadora presta serviço”, relata Rebustini.

Portal reúne soluções tecnológicas para o setor logístico
Voltér Trein é um dos gestores do Next Log e CEO da eSales.
Como no caso da LS Translog, que precisou procurar uma tecnologia para atender a alta demanda e otimizar o trabalho que já era desenvolvido, muitas empresas do setor também estão fazendo esse movimento. Vendo a transformação e a necessidade do mercado, as empresas uMov.me, eSales e Mutuus Seguros se uniram em torno da ideia de criar um portal que reúne todas as soluções tecnológicas que vêm sendo desenvolvidas em só lugar, a Next Log.
“Já somamos mais de dez parceiros que aderiram a esse projeto, todos atuantes no processo de inovação e de desenvolvimento da área de logística através da tecnologia”, conta o CEO da uMov.me, Alexandre Trevisan. O site é aberto ao público e sem a necessidade de assinatura – lá, as empresas interessadas irão encontrar expostas várias soluções inovadoras para vertentes distintas do ramo logístico. O CRO da eSales Voltér Trein explica como a Next Log pode ajudar quando cita a seguinte hipótese: “Se preciso aumentar o número de contratação do meu frete, dentro da plataforma eu encontro a empresa parceira que pode propiciar que o meu serviço seja visto, e assim receba mais ofertas”.
Abertos para outras empresas que queiram ser parceiras, as mantenedoras do projeto também pretendem contribuir para a produção de conhecimento com a realização de uma pesquisa que já está sendo realizada e deve se tornar pública nesta semana com o nome de “Espelho Logístico”, antecipa Trevisan.
A ideia é que setor se torne mais integrado e também mais acessível para as empresas de médio e pequeno porte que precisam transformar o seu processo, e muitas vezes, não sabem por onde começar. Os responsáveis garantem que será prestado o serviço de escuta e aconselhamento para transportadoras interessadas na hora de indicar qual dos parceiros pode atender melhor a necessidade demandada.
Cumprir prazo de entrega é um desafio em centros urbanos
Para o consumidor, a praticidade de comprar um bem sem sair de casa, com um bom preço e com uma entrega rápida, vem da confiança que o cliente deposita no prazo de entrega prometido.

O desafio para o setor logístico em atender a agilidade na última milha em grandes centros urbanos está cada vez mais complexos, salienta o professor e vice-coordenador do curso de MBA de Gestão da Produção, da Fundação Vanzolini e da Poli-USP, Daniel de Oliveira.

Nos estudos relacionados à área, o fluxo de tráfego, o congestionamento, os acidentes e a violência são considerados “incertezas urbanas” no planejamento logístico. “O grande problema da última milha é como lidar com essas incertezas, porque se o planejamento é que o caminhão faça dez entregas e acabou fazendo três porque deu acidente ou porque alagou, é muito desafiador justamente porque é imprevisível”, destaca Oliveira.

Diversas são as iniciativas que buscam reduzir esses imprevistos, como a busca por novos centros de distribuição dentro de armazéns urbanos – como condomínios residenciais. Ao alugar esse espaço, as transportadoras abastecem os locais durante a madrugada para que, ao amanhecer, o último percurso seja cumprido mais rapidamente. Outra solução em voga é transformar as lojas físicas em pontos de estocagem e retirada.

Oliveira ressalta, que as transportadoras de grande porte, normalmente, estão abertas a novas soluções tecnológicas que otimizem o seu processo de entrega, entretanto, para as médias e pequenas, a busca por reinvenção é fator importante para manter o diferencial competitivo, sem abandonar a essência do trabalho que já é feito. “Na USP, vemos um grande interesse em aprender sobre o novo momento do mercado e das tendências logísticas, onde o grande dialoga com o pequeno promovendo o mercado como um todo”.

Gigante chinesa do e-commerce terá sua própria companhia aérea

A Administração de Aviação Civil da China (CAAC) anunciou que a Suqian Jindong Zhanrui Enterprise, controlada por Richard Liu, fundador da JD.com, recebeu aprovação para abrir uma nova companhia aérea de carga com base na província oriental de Jiangsu. De nome Jiangsu Jingdong Cargo Airlines,e com capital de US$ 92,83 milhões, a empresa obteve as permissões preliminares para lançar suas operações.

A empresa controlada por Liu contribuirá com 75% do capital social, enquanto o Airport Group fornecerá o restante, de acordo com a CAAC. A nota da entidade diz que a empresa aérea está planejando usar aeronaves Boeing 737-800 para sua frota.

O movimento segue na direção do seu concorrente Alibaba, que apesar de não ter uma companhia própria, tem investido fortemente na distribuição de seus produtos a partir de uma rede de voos própria operada pela YTO Cargo Airlines e do aluguel de capacidades de carga de outras empresas aéreas globais, como a Atlas Air.

Ao mesmo tempo em que o e-commerce tem apresentado crescimento a taxas impressionantes ao redor do mundo, impulsionado pela pandemia e o distanciamento social, ele eleva as taxas de frete e a concorrência pelo transporte de mercadorias. Isso tem levado diversas empresas do setor a se moverem para ter suas próprias operações aéreas.

Regras de plataformas de e-commerce afetam lojistas e viram alvo de críticas

Vendedores lidam com dificuldades em se adaptar às regras de relevância no ambiente digital e questionam práticas como a exigência de frete grátis e de uso de serviço próprio de logística.

Empreendedores de todo o Brasil encontraram nas plataformas de comércio eletrônico um meio de iniciar ou manter suas atividades digitalmente enquanto as lojas físicas estavam fechadas na pandemia. Enquanto os chamados marketplaces cresceram em número de vendas e de lojistas virtuais, os vendedores agora lidam com as dificuldades em se adaptar às regras de relevância no ambiente digital e questionam práticas das plataformas que impactam o retorno financeiro sobre os seus negócios, como a exigência de frete grátis e de uso de serviço próprio de logística.

A política de ranqueamento dos anúncios de cada vendedor em plataformas como o Mercado Livre, Magazine Luiza e Lojas Americanas é calculada por algoritmos que levam em conta fatores como as buscas mais recorrentes por clientes. Em geral, quem entrega rápido e não cobra a mais por isso é priorizado. Acontece, porém, que oferecer isso aos clientes sem aderir aos serviços dos próprios shoppings virtuais pode ser inviável, e os vendedores acabam tendo de pagar uma porcentagem maior sobre suas vendas. A escolha passa a ser entre abrir mão de margem de lucro para vender ou praticar preços mais altos, o que acaba impactando os volumes.

A imposição de uso de serviços e práticas adotadas pelas plataformas tem gerado críticas na comunidade de vendedores e foram relatadas à reportagem em entrevistas feitas pelo Estadão/Broadcast com lojistas que usam esses serviços.

Uma comerciante de Curitiba (PR) passou a vender tecidos no Mercado Livre durante a pandemia, depois de perder o emprego. Tornou-se Microempreendedora Individual (MEI) e, com esforço, “ativou o termômetro” do Mercado Livre, ou seja, conseguiu que a plataforma indicasse aos clientes que ela tinha uma boa reputação, depois de vender e entregar dentro do prazo suas 10 primeiras encomendas.

As entregas até então vinham sendo feitas pelos Correios, mas depois de ampliar o volume de vendas, chegando a uma média de duas encomendas por semana, ela recebeu um e-mail que dizia: “Ative seus envios nas agências do Mercado Livre antes de 26 de julho para que seus anúncios não sejam pausados”. Isso aconteceu porque a plataforma exige que os vendedores usem a logística própria do grupo ao atingir um determinado patamar de vendas – a empresa não informa qual é esse volume.

A exigência trouxe um problema burocrático e financeiro para a vendedora. Como no Estado do Paraná o MEI não tem uma inscrição estadual exigida pela plataforma para emissão de nota fiscal por meio do sistema do Mercado Livre, ela teve de mudar a categoria de sua empresa e passar a arcar com os custos mensais de um contador. Depois de fazer todas as mudanças e ter de repassar custos para o preço de seus produtos, suas vendas estão paradas. “Faz 10 dias que não vendo nada”, diz. Desanimada, ela pensa em desistir da plataforma e seguir com seu site próprio e em outros marketplaces.

A Secretaria da Fazenda (Sefaz) do Paraná esclareceu à reportagem que os MEIs são dispensados de inscrição estadual no Paraná. “Eles conseguem emitir Nota Fiscal Avulsa eletrônica, pelo site da Receita Estadual (Receita/PR). Porém, alguns marketplaces disponibilizam plataformas integradas e automatizadas nas vendas realizadas em seu site, como é o caso do Mercado Livre”. O órgão explica que, nesse caso, como o próprio software do marketplace emite a nota fiscal para o vendedor, é necessário que o lojista virtual tenha inscrição no seu estado, o que, hoje, não é possível para os MEIs do Paraná. Por essa razão, a vendedora de Curitiba teve de passar a arcar com os custos de uma microempresa para usar a logística própria do marketplace.

Segundo o Mercado Livre, a imposição de uso de sua logística pelos vendedores que têm vendas recorrentes tem como objetivo garantir a emissão de notas fiscais dos produtos vendidos.

“Não temos barreiras para começar a vender na plataforma entregando pelos Correios. Quando o vendedor já é um profissional, já não é mais um vendedor eventual, ele precisa ter empresa aberta e emitir notas fiscais. Como a gente garante isso? Com ele usando a nossa logística”, afirma Ricardo Lagreca, diretor jurídico do Mercado Livre. “Quando percebemos que ele já é profissional, ele tem de ingressar na nossa logística”.

As queixas de alguns lojistas sobre esse tema foram parar na Justiça, e o Mercado Livre alega que a jurisprudência tem sido favorável à empresa. “O Mercado Livre tem o direito de exigir (a migração para sua logística própria), para garantir uma melhor experiência para o usuário e o recolhimento dos tributos. Acreditamos que estamos fazendo isso dentro do nosso direito”, afirma Lagreca. “O recolhimento de tributos é o grande motivo de resistência para alguns vendedores fazerem essa migração.”

Alcance
O executivo sustenta que a adesão à logística própria, como parte do processo de profissionalização, resulta em mais vendas. Segundo ele, o incremento médio foi de 176% no volume nas mudanças registradas nos últimos seis meses. “Ou seja, mais do que dobra a venda quando ele usa a nossa logística”, afirma.

No Brasil, a penetração da rede logística própria do Mercado Livre encerrou o primeiro trimestre deste ano com 90% do total das entregas, o que, segundo a companhia, permite que 1.800 cidades recebam encomendas em até dois dias.

A contratação desse serviço, porém, tem custos. Lagreca diz que esse valor é compensado pela qualidade das entregas e demais benefícios. De fato, a eficiência da logística é elogiada pelos comerciantes da plataforma, mas a precificação dela esbarra na política de frete grátis da companhia. De modo geral, os lojistas pagam R$ 5 por produto despachado, quando a compra é de até R$ 78. Depois disso, os vendedores são obrigados a bancar o frete grátis garantido ao cliente. Segundo o Mercado Livre, o valor pago pelo lojista é subsidiado pela plataforma.

O benefício de fazer parte desse circuito é conseguir entregar rapidamente, ter o selo de frete grátis e, assim, aparecer mais para o cliente. Os produtos, porém, ficam mais caros. “Um produto que eu poderia vender por R$ 10, eu tenho que vender por aproximadamente R$ 35”, diz uma vendedora de utilidades domésticas da capital paulista. “No meu site, vendo 0,5 metro de tecido por R$ 12,90. No Mercado Livre, vendo por R$ 21,90.”, diz a vendedora de Curitiba (PR).

Há quem questione também a independência de atuação na plataforma. “A política de frete grátis limita a liberdade de precificação do vendedor, principalmente de baixo ticket”, diz um vendedor de livros, instrumentos musicais e caixas de som de Taubaté (SP). Os lojistas ouvidos pediram para não se identificar, já que, mesmo com críticas, ainda contam com a plataforma para seus negócios.

Em fóruns de discussão de vendedores das plataformas as críticas também são comuns. As reclamações e questionamentos alcançam outros marketplaces além do Mercado Livre e vão desde a falta de clareza sobre a cobrança de frete até a utilidade ou não de comprar anúncios para movimentar as vendas.

Competição
O repasse dos custos extras ao preço final diminui a competitividade dos comerciantes menores, já que aqueles que têm capacidade financeira para fazer compras de estoques maiores e ganhar no volume de vendas conseguem praticar preços mais baixos. Além disso, os vendedores descrevem uma “competição desleal” com os produtos da loja própria do Mercado Livre. Eles alegam não conseguir praticar preços tão baixos quanto os oferecidos pela empresa em seu estoque.

O Mercado Livre afirma que “as modalidades de venda direta e de marcas próprias têm um sortimento restrito e foram criadas com o objetivo de suprir a demanda existente por sortimento e preço, preenchendo espaços que hoje estão vazios ou ocupados por e-commerces concorrentes”. A empresa diz ainda que os produtos são precificados de modo a garantir um cenário equilibrado e uma competição saudável dentro da plataforma.

“Outras varejistas conseguem comprar quantidades enormes de determinados produtos com descontos. Nosso vendedor menor não consegue ter essas negociações. A gente entra pontualmente nisso, para trazer clientes para a plataforma. O cliente que vem para cá e fica, compra de outros vendedores”, afirma Lagreca.

Para os vendedores, porém, o oferecimento de produtos mais baratos que os seus pela loja própria da plataforma, em um patamar de preço que eles não conseguem atingir, é visto como um limitador de suas vendas. Ainda mais quando uma parte da precificação envolve taxas de serviços da própria plataforma.

Maior e-commerce latino, Mercado Livre mais que dobra receita

Volume de vendas na plataforma alcançou US$ 7,0 bilhões, expressando uma alta de 46% na comparação anual.
Maior e-commerce da América Latina, o Mercado Livre tem resultados financeiros para lá de expressivos no segundo trimestre de 2021. Um dos protagonistas da digitalização do varejo brasileiro, o marketplace aumentou o número de usuários ativos, volume de vendas e parcerias. Tudo isso dentro de um cenário favorável, já que três dos principais mercados da companhia — Brasil, Argentina e México — foram listados dentre os cinco principais mercados de crescimento de e-commerce no mundo, segundo a última pesquisa 2021 da eMarketer.

Além disso, há o grande desempenho de suas soluções de pagamento, com o Mercado Pago hoje correspondendo a mais de um terço (34,4%) do faturamento do Mercado Livre no Brasil.

“A equipe do Mercado Livre alcançou mais um trimestre de forte crescimento tantos nos negócios de e-commerce como de serviços financeiros, atingindo níveis recordes em volume e receita. Esse desempenho se construiu a partir de um sólido primeiro trimestre que tivemos neste ano”, afirmou o presidente de comércio do Mercado Livre, Stelleo Tolda.

“Acreditamos que nosso negócio está apresentando um impulso significativo, mesmo com os fechamentos de varejo físico, e impactando positivamente para a retomada econômica da América Latina. A inovação, a velocidade de execução e a experiência do usuário, que está no centro de tudo o que fazemos, seguem fazendo a diferença”, acrescentou.

Nos resultados financeiros, a receita líquida do segundo trimestre foi de US$ 1,7 bilhão, aumento ano a ano de 93,9%, em dólar, e de 102,6% em moeda constante. No Brasil, a receita líquida cresceu 101% neste trimestre, em moeda constante, com a operação brasileira hoje representando 55,9% da receita líquida total da companhia. Para o Mercado Livre, o trimestre encerrou com um lucro, antes de impostos, de US$ 138,9 milhões — um crescimento de 55,5% em relação aos US$ 89,3 milhões apurados durante o segundo trimestre de 2020. O lucro líquido foi de US$ 68,2 milhões.

Usuários, vendas e parcerias
O Mercado Livre viu sua base de usuários únicos ativos aumentar durante o trimestre, com um incremento de 47,4% em comparação com o mesmo período de 2020, atingindo 75,9 milhões.

O aumento de usuários influenciou o volume de vendas, que também teve forte avanço, para US$ 7 bilhões, representando um crescimento ano a ano de 39,2% em dólar e de 46,1% em moeda constante. De acordo com a empresa, 73,4% desse valor provém de transações feitas em dispositivos móveis, que cresceram 218,2% em comparação com o segundo trimestre do ano passado.

Foram vendidos 244,6 milhões de itens, o que significa um crescimento ano a ano de 37% na América Latina.

O volume de vendas no Brasil impulsionou o volume total. Só aqui, o volume cresceu mais de 40% na comparação com 2020, com mais de 125 milhões de itens vendidos neste trimestre. O volume expressivo registrado no Brasil tem a ver com a parceria com o GPA e da entrega no mesmo dia.

Soluções de pagamentos
De crescente importância para os marketplaces, as soluções de pagamento oferecidas pelos e-commerce têm a ver com a inclusão digital e financeira no Brasil, e o Mercado Livre tem tido sucesso ao dar suporte e facilidade ao cliente. Com sua carteira digital, o Mercado Pago, o Mercado Livre teve alta no volume de pagamentos no trimestre, que também avançou por conta da possibilidade de acesso a crédito. Pagamentos processados por meio das maquininhas também influenciaram no crescimento do volume total de pagamentos.

No geral, o volume total de pagamentos via Mercado Pago atingiu US$ 17,5 bilhões, o que representa um crescimento de 56,3% em dólar e de 72,2% em moeda constante. O volume total de pagamentos via Mercado Pago fora do Mercado Livre, já que a solução é oferecida a todo o mercado, atingiu US$ 10,3 bilhões – um avanço de 70,5% em dólar e de 93,5% em moeda constante.

No online, o volume de pagamentos cresceu 67,2%, também na comparação com o mesmo período de 2020, com forte contribuição do Brasil, Argentina e Chile.

Pagamentos processados por meio das maquininhas de cartão Point aceleraram o crescimento do volume total de pagamentos, que atingiu 93,7% ano contra ano. O Mercado Livre observa que o Brasil continua a impulsionar a maior parte do crescimento de pagamentos via pontos de venda.

Em termos de América Latina, o volume de transações por meio da carteira virtual cresceu 106,5% na comparação anual. A carteira do Mercado Crédito superou os US$ 800 milhões, quase cinco vezes maior quando comparado ao segundo trimestre de 2020. Como um canal importante para o crédito ao consumidor, o recurso “compre agora, pague depois” para pagamentos via carteira Mercado Pago, já atingiu taxas de penetração de dois dígitos no Brasil.

O Mercado Livre ressalta que cresceu ainda a implantação do cartão de crédito do Mercado Pago, habilitado para NFC (aproximação): foram emitidos mais 4,2 milhões de cartões na América Latina, no segundo trimestre, quase 3 milhões somente no Brasil.

Amazon lança entrega Prime gratuita em um dia para mais de 50 cidades brasileiras

A Amazon anunciou na última terça-feira (3), a entrega grátis em um dia para membros do programa de fidelidade Prime. O benefício não tem valor mínimo de compra, e está disponível em mais de 50 cidades brasileiras, nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Pernambuco e também no Distrito Federal. O anúncio vem em um momento em que os concorrentes como Mercado Livre, Magazine Luiza e Americanas já realizam entregas em horas.

Segundo Mariana Roth, líder de Amazon Prime para o Brasil, a estratégia da companhia é fazer anúncios de novos prazos mínimos de entrega apenas quando a companhia tem certeza de que conseguirá cumpri-lo, preferindo surpreender positivamente o cliente ao entregar antes do prometido.

Questionada a respeito do quanto a falta de lojas físicas atrapalha a companhia a acelerar a velocidade de suas entregas como a concorrência, que usa os pontos físicos como minicentros de distribuição mais próximos dos clientes, ela afirma que a Amazon busca vencer as distâncias abrindo mais centros de distribuição, sem especificar quantos ou em quais lugares.

“Operamos atualmente nove Centros de Distribuição: cinco em Cajamar (São Paulo), um em Betim (Minas Gerais), um em Santa Maria (DF), um em Santa Rita (RS) e um em Cabo de Santo Agostinho (Pernambuco)”, diz Mariana.

Hoje, mais de 700 cidades contam com entrega Prime gratuita em dois dias, incluindo Rio de Janeiro, Goiânia, Curitiba, Florianópolis e Vitória. Para todas as outras regiões, a Amazon oferece entrega Prime gratuita a partir de três dias. A empresa não comenta quais os maiores desafios logísticos do Brasil, por considerar o tema estratégico.

Amazon expande Prime também nos EUA
A Amazon anunciou que está expandindo seu serviço de entrega mais rápida no mesmo dia para seis cidades dos Estados Unidos. Para isso, a Amazon investiu no que chamou de “minicentros de atendimento” mais próximos.

Inicialmente, o serviço estava disponível apenas na Filadélfia, Phoenix, Orlando e Dallas. Como a pandemia continuou a impactar os negócios, em novembro de 2020, a varejista expandiu o serviço para mais cidades, incluindo Nashville e Washington DC.

Com a atual expansão, a Amazon está lançando o serviço em Baltimore, Chicago, Detroit, Tampa, Charlotte e Houston, elevando o total de mercados atendidos para 12. Os clientes também podem fazer pedidos até meia-noite para que seus pedidos cheguem na manhã seguinte.

O serviço continua a ser gratuito, sem encargos adicionais em pedidos acima de US$ 35 que se qualificam para entrega no mesmo dia. Pedidos inferiores a US$ 35 há uma taxa de US$ 2,99 para clientes Prime e uma taxa de US$ 12,99 para não membros. A assinatura Prime, por sua vez, custa US$ 12,99 por mês, ou US$ 119 por ano.

Varejistas brasileiros aceleram aquisições para competir por dominância no e-commerce

Desde o início da pandemia, os varejistas mais bem sucedidos estão fazendo aquisições para aprofundar suas estratégias digitais. Magazine Luiza, Via Varejo e Lojas Renner levantaram, juntas, R$ 13 bilhões em ofertas de ações, e vêm usando os recursos principalmente para aquisições.

Magazine Luiza e Via Varejo têm uma estratégia de aquisições que reforça todas as áreas do e-commerce e financiamento para enfrentar crescente competição de rivais como o Mercado Livre , uma das empresas latino-americanas de maior valor de mercado, Amazon e até AliExpress. Ambas construíram grandes marketplaces com dezenas de milhares de lojistas oferecendo produtos.

No mês passado, a Via Varejo concluiu a aquisição da fintech Celer para aumentar a oferta de produtos em seu aplicativo de crédito e conta digital Banqi. Desde o ano passado, comprou seis empresas e até criou um fundo de venture capital que investirá R$ 200 milhões nos próximos cinco anos em startups.

O Magazine Luiza comprou 12 empresas ano passado, das quais 9 eram empresas de tecnologia. Até agora neste ano, adquiriu 10 empresas, incluindo companhias de logística, fintechs e e-commerces especializados em nichos como beleza, alimentos e videogames.

As empresas estão reforçando seu serviço omnichannel aos consumidores, que permite flexibilidade, desde entregas rápidas a busca de produtos na loja. As lojas físicas podem ser uma arma competitiva contra as gigantes mundiais do e-commerce. O Magazine Luiza, por exemplo, abriu 23 lojas no Rio de Janeiro no mês passado e espera chegar a 50 novos pontos de venda até o fim do ano.

Mas a pandemia também teve forte impacto sobre os varejistas menos preparados. Empresas com estratégias digitais fracas e sem liquidez acabaram entrando em recuperação judicial, como a Saraiva Livreiros e a rede de eletroeletrônicos Maquina de Vendas, e analistas acreditam que a chance de saída da recuperação é baixa.

“A pandemia separou ganhadores e perdedores no varejo, e o que as empresas fizeram durante esse período vai definir seu futuro”, disse Ricardo Lacerda, presidente-executivo do banco de investimentos BR Partners, que assessorou alguns dos grandes negócios de varejo neste ano.

C&A investe em tecnologias para reduzir prazo de entrega

Em entrevista exclusiva à Mercado&Consumo, Paulo Correa, CEO da rede, fala sobre a aposta em serviços e soluções omnicanais.

Os desejos e hábitos de compra do consumidor brasileiro mudaram na pandemia, que incorporou novos canais e pontos de contato em seu processo decisório. No segmento da moda, passou a valorizar a comodidade e o conforto. Para atender essa mudança de comportamento, a rede varejista C&A investiu na transformação digital, com o uso de dados, para personalizar as compras, e antecipou projetos de suplly chain para reduzir o prazo médio de cada entrega.

“Avançamos significativamente no nível de serviço, com mais de 50% das entregas hoje no Brasil feitas em até dois dias úteis, além do avanço dos canais, com venda direta pelo WhatsApp; e novas modalidades de Clique e Retire, como o drive-thru, e o com retira a partir de duas horas”, diz Paulo Correa, CEO da C&A Brasil, em entrevista exclusiva ao portal Mercado&Consumo.

No Clique & Retire, as compras realizadas via site ou aplicativo, com pagamento aprovado até as 17h, podem ser retiradas em uma loja física. Já o drive-thru oferece a facilidade de o consumidor retirar a compra no estacionamento do empreendimento sem sair do carro.

Correa será um dos palestrantes do Latam Retail Show 2021, que vai discutir como a sociedade 5.0 pode gerar novas oportunidades de negócio e apresentar as transformações que já estão acontecendo na estratégia, marketing, cultura e experiência das empresas. O evento, considerado o mais completo de varejo e consumo da América Latina e promovido pela Gouvêa Ecosystem, acontecerá entre os dias 14 e 16 de setembro, 100% on-line, e vai reunir mais de 220 especialistas do Brasil e do mundo. O portal Mercado&Consumo faz a cobertura completa.

Um dos projetos antecipados com o avanço do e-commerce na pandemia foi a expansão para todas as lojas do ship from store, modelo operacional que possibilita utilizar o estoque disponível na loja mais próxima do cliente final, permitindo otimizar as rotas, aumentar a produtividade e fazer entregas mais ágeis.

Outro investimento para reduzir o prazo de entrega foi automatização do centro de distribuição que atende o e-commerce, em Cotia, na Grande São Paulo. A movimentação do estoque por meio de robôs tem capacidade de processar mais de 50 mil peças por dia. A C&A também adotou um software de gestão integrada para CD’s, o WMS Manhattan Active Warehouse Management, que promove o controle digital e em tempo real de toda a operação logística por meio de Inteligência Artificial, machine learning e outras inovações.

“Desde o ano passado, adotamos o projeto de RFID (Identificação por Rádio Frequência) em nossas lojas físicas. Em média, essa tecnologia permite contabilizar mais de 500 peças por minuto. Atualmente, nove lojas físicas contam com esse sistema logístico, com 100% de cobertura do vestuário e mais 22 lojas em fase de implementação neste momento”, diz Correa.

Soluções ominicanais
Além das iniciativas adotadas para atender o aumento de demanda do e-commerce – que teve um salto de 176% em receita líquida no primeiro trimestre deste ano, a C&A também acelerou uma série de serviços e soluções omnicanais e digitais. Um exemplo é o aplicativo C&A, que atingiu a marca de 3,2 milhões de usuários ativos mensais de janeiro a março de 2021.

A expansão do portfólio no no seu marketplace, que foi batizado de C&A, é outra frente nesse sentido. Para se ter uma ideia, em julho de 2020, a varejista de moda contava com quatro sellers. Hoje, já atingiu a marca de mais de 400 parceiros de diferentes segmentos. “Somos o maior marketplace de empresas omnicanais do varejo de moda do Brasil”, comemora Correa.

Entre os segmentos para os quais a rede expandiu sua atuação, está o de beleza, com cosméticos, produtos de skin care e perfumes. Além de ampliar a categoria no e-commerce, a rede expandiu o espaço dedicado para a categoria em suas lojas físicas.

Outra aposta da C&A na estratégia omnicanal são as mini stores para a venda de produtos licenciados localizadas em terminais de ônibus integrados as estações de metrô. A ideia é levar a marca para locais com grande circulação de pessoas. “Hoje contamos com quatro mini stores nas estações do Metrô São Bento, terminais de ônibus Carrão, Tatuapé e Tietê”, diz o executivo.

Dia dos Pais: Mandaê prevê crescimento de 50% na demanda

A empresa já registrou neste ano um aumento de 35% no faturamento.
A plataforma de inteligência logística Mandaê, que conecta e-commerces a transportadoras, prevê uma ampliação de 50% na demanda de processamento de encomendas para o Dia dos Pais em relação a igual período de 2020. O crescimento das encomendas pode ultrapassar 170% se comparado a data festiva de 2019, período anterior à pandemia.

“Reforçamos nossa infraestrutura operacional e logística – inauguramos nosso primeiro cross docking fora de São Paulo, em Contagem (MG), para atender a todos os municípios mineiros – e continuamos garantindo rapidez e qualidade nos serviços e soluções de processamento de encomendas para todos os Estados, com índices de eficiência acima do mercado”, afirma o CEO da Mandaê, Marcelo Fujimoto.

A empresa, que usa Inteligência Artificial para definir as melhores transportadoras para cada tipo de entrega a ser efetuada, já registrou neste ano um aumento de 35% no faturamento e de 14% na base de clientes, processando ao longo do primeiro semestre mais de 2 milhões de encomendas.

Calçados, higiene e beleza
O volume de encomendas tem alcançado marcas expressivas ao longo dos anos. Na comparação 2020-2019, no período anterior ao Dia dos Pais (segunda quinzena de julho somada à primeira de agosto), o aumento chegou a 117% e este ano deverá ser ampliado principalmente nas entregas de produtos como calçados e de higiene e beleza, segmentos de destaque nessa data comemorativa.

Para este ano, a empresa dobrou seu time de colaboradores em São Paulo, para atender a expectativa de fechar 2021 com um crescimento de 100%. A meta de expansão é alcançar 30% do mercado logístico brasileiro de e-commerces de PMEs até 2024.

Apesar de um retorno gradual de compradores também às lojas físicas, com um maior controle da pandemia, o comércio on-line continua representando uma fatia importante para o varejo. No acumulado dos últimos 12 meses, a participação do e-commerce no segmento foi de 10,9%, um indicador feito a partir da última Pesquisa Mensal do Comércio do IBGE, divulgada no dia 7 de julho. O e-commerce cresceu 13,05% no 1º semestre deste ano, segundo índice MCC-ENET, desenvolvido pela Neotrust Movimento Compre & Confie, em parceria com o Comitê de Métricas da Câmara Brasileira da Economia Digital.

Uber compra empresa de software para fortalecer rede logística

No último dia 22, a Uber anunciou a compra da Transplace, empresa especializada em logística, pelo valor de US$ 2,25 bilhões, sendo que uma parcela de US$ 750 milhões será entregue em ações da Uber.

A aquisição foi realizada por meio do Freight, divisão de logística da Uber que oferece ferramentas de software para gerenciamento de cadeias de suprimentos e remessas.

O principal intuito do acordo é “criar uma das maiores e mais abrangentes plataformas de logística do planeta”, segundo afirma a empresa, por meio de nota.

Print do aplicativo da Uber Freight

Além de tudo, a Uber espera que a compra da Transplace ajude a Freight a cobrir custos com base no Ebitda ajustado até o fim de 2022.

“Essa é uma oportunidade de trazer uma tecnologia complementar de ponta para criar uma plataforma que vai transformar o setor de logística, entregando resiliência operacional e redução de custos”, disse o diretor da Uber Freight, Lior Ron.

O acordo ainda está sujeito à avaliação e aprovação de autoridades reguladoras.

No primeiro trimestre deste ano, a Uber Freight registrou faturamento de US$ 301 milhões, um aumento de 51% comparado ao mesmo período do ano passado. Em sua base de clientes há mais de 70 mil transportadoras.

A Uber não informou o faturamento da Transplace, mas afirmou que a empresa projeta Ebitda de mais de US$ 100 milhões em 2021. Além disso, a companhia de software apresentou uma taxa de crescimento anual composta (CAGR) de receita de 15% desde 2017, indicando um bom crescimento.

Biker Mober: mobi logística cria projeto de mobilidade sustentável

Incentivando o uso da bicicleta nas entregas de pequenas encomendas em centros urbanos, empresa quer melhorar qualidade de vida dos colaboradores e contribuir para a preservação ambiental.

O desenvolvimento sustentável é apontado como um elemento fundamental para o sucesso das empresas. Trata-se, inclusive, de uma definição criada na Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento da ONU (Organização das Nações Unidas). Visando isso, a Mobi Logística criou o projeto Biker Mober, um projeto de consiste na opção pela bicicleta nas entregas em centros urbanos. A solução foi desenvolvida com dois objetivos: melhorar a qualidade de vida dos colaboradores e contribuir para a preservação ambiental.

Atuando no setor de transporte e logística, a Mobi Logística é voltada a entrega de pequenas encomendas, com atuação em todos os estados brasileiros por meio de 90 filiais e mais de 1,8 mil colaboradores. Desses, 70% utilizam motocicleta para trafegarem, em média, 60km por dia em regiões metropolitanas – o que acarreta na liberação de aproximadamente 7g de CO2, além de outros poluentes, por quilômetro rodado.

Ao deixar a moto de lado e passar a usar bicicletas, cada Mober Ciclista conseguirá reduzir a emissão de 420g diários de CO2, equivalente a 100,8 quilogramas desse poluente a menos por ano.

Além do benefício ambiental, o projeto Biker Mober também contribui com a saúde do ciclista, melhorando o condicionamento físico e fortalecendo o sistema cardiorrespiratório e a circulação sanguínea. Entre os benefícios está a diminuição do risco de morte precoce por AVC, diabetes tipo 2 e síndrome metabólica, bem como a liberação de endorfina, o que contribui no combate da ansiedade e da depressão.

Em fase piloto, o projeto Biker Mober dispõe de 20 ciclistas pedalando nos centros de São Paulo e do Rio de Janeiro. Diante dos resultados obtidos, a empresa pretende colocar cerca de 300 ciclistas nos próximos seis meses, aumentando gradualmente esse número durante o tempo.