Varejo omnicanal deve ser destaque em 2022, aponta Linx

Mesmo com reabertura do comércio físico, integração da operação física e digital e automação para experiência do cliente guiarão a evolução do setor no próximo ano

Nos últimos dois anos, fatores externos, como a pandemia da Covid-19, e internos, como a crescente digitalização dos negócios, especialmente a aceleração do e-commerce, transformaram a maneira como o setor do varejo buscou se relacionar com os clientes, investindo em experiências on e off-line. Uma pesquisa intitulada “Carat Insights: Projeções para o Varejo 2022”, realizada pelo Instituto Locomotiva, apontou que a omnicanalidade já está presente na vida dos consumidores, com 70% dos respondentes afirmando que já compraram em lojas físicas para receber em casa, mas que 88% acreditam que as lojas físicas e on-line devem ser ainda mais integradas. A pesquisa ouviu 1.500 pessoas espalhadas pelas 5 regiões do país.

Corroborando a jornada de compra do cliente em mais de um canal, dados da Linx, empresa especialista em tecnologia para o varejo, mostram que as experiências de compra omnichannel se mantiveram como destaque, por exemplo, durante o período de Black Friday. Na sexta-feira de descontos deste ano (26 de novembro), a modalidade pick-up in store (cliente comprando on-line e retirando na loja física) cresceu 139% em relação ao mesmo período do ano passado, enquanto a ship from store (cliente compra on-line e o pedido é entregue a partir da loja física mais próxima do endereço, o que reduz tempo de entrega e frete) teve um crescimento de 44%, também comparado com 2020.

A automação no varejo também deve ser crucial em 2022. Com o cliente cada vez mais exigente do ponto de vista tecnológico, a desistência por conta da demora no processo de checkout impacta diretamente na operação. Uma pesquisa do Infovarejo, divulgada no ano passado, apontou que 20% dos consumidores abandonam suas sacolas ou compras ao se depararem com filas muito grandes. Dos que aceitam enfrentar a fila, 76% dão apenas duas ou três chances à marca. “Olhando para esses números, fica evidente que o consumidor quer agilidade e autonomia. Com as novas tecnologias, o varejo se tornará um ambiente de total autonomia do consumidor, sem atendentes e/ou caixas, da mesma forma como hoje é natural comprar algo em poucos cliques no celular”, aponta Mello.

Para o otimismo do varejista em relação a retomada de performance, a pesquisa do Instituto Locomotiva indica que 1 a cada 4 entrevistados deve comprar mais no futuro próximo com o que foi economizado durante a pandemia, especialmente por canais online. “Quem investiu para impulsionar a operação digital não irá perder o avanço. Mesmo com a reabertura do comércio físico, o consumidor mudou permanentemente e o novo mantra do varejo deve ser a experiência híbrida para esse novo cliente”, finaliza Mello.

O novo papel do visual merchandising no varejo físico

Muito se discute sobre o “novo normal” e o comportamento das pessoas com a reabertura do comércio físico no momento pós-pandemia. Diante dos desdobramentos e severas restrições causados pela disseminação da covid-19, ao passo que houve o fechamento das portas do varejo físico, as vendas do comércio digital aumentaram significativamente.

As marcas voltaram a atenção para o universo online e as compras pela internet foram usadas de forma intensa nos últimos tempos, acompanhadas de processos de melhorias nas diversas plataformas de e-commerce. Muito do que está sendo feito hoje para otimizar as compras online vem de estratégias do varejo físico no que se refere à construção de jornadas envolventes, que despertam o desejo e aproximam o consumidor do universo da marca.

Com a retomada gradual das lojas físicas nota-se que surgiram novos papéis e responsabilidades para o visual merchandising. Por muito tempo, chamar a atenção das pessoas, potencializar e organizar os produtos nos espaços de forma inteligente e estratégica, além de focar no encantamento dos clientes, foram as principais funções do VM, que sempre buscou envolver o cliente durante sua jornada de compra.

No entanto, diante de cenário pós-pandemia, as lojas físicas agora carregam novos desafios e preocupações em relação à saúde e o bem estar do cliente. É também necessário repensar o layout da loja, aumentar os espaços entre um mobiliário e outro para que haja livre circulação e menos risco de aglomeração ou então contaminação de pessoas e, finalmente, criar alternativas para reter atenção, encantar e engajar.

E, diante de tudo isso, a crescente digitalização pode ser uma grande aliada como meio para facilitar a jornada do consumidor, aprimorando as suas experiências nos pontos de venda. Por meio dessa tecnologia é possível dar ainda mais visibilidade nas lojas físicas, uma vez que a indústria e o varejo passam a contar com uma poderosa ferramenta para alcançar os consumidores no momento correto e de uma forma mais assertiva. A combinação e utilização de telas digitais, painéis de LED e totens interativos, ou então do digital signage, aumentam as oportunidades de comunicação e relacionamento de forma mais promissora com o cliente no PDV com relação às tradicionais mídias impressas e analógicas. Interatividade é a palavra da vez e uma grande tendência no visual merchandising, uma vez que cada vez mais as pessoas buscam maneiras de se conectar com as marcas.

Ademais, o visual merchandising digital permite ampliar o alcance e a relevância da mensagem por meio da personalização por loja, segmentação do público, localização, temperatura e horário. Isto posto, ao interagir com o VM, o cliente pode fornecer seus dados, que são importantes ativos para as empresas. Vale destacar também que, a partir dessas informações capturadas, há inúmeras possibilidades de gerar métricas para mensuração dos resultados das ações, a fim de melhorar o desempenho e maximizar o retorno dos investimentos.

O visual merchandising também assume o papel de contar histórias, nas quais o ponto-chave é atrair e reter atenção por meio dos detalhes e elementos do ambiente com foco nos sonhos e emoções dos clientes. Sendo assim, a técnica do storytelling que já é muito utilizada no marketing, ao ser combinada com o VM, pode ser uma grande aliada nas estratégias de comunicação integrada, porque é no ponto de venda – um espaço tridimensional – que as promessas feitas pela comunicação se concretizam.

Portanto, mais do que nunca, o varejo precisa ter consciência da sua responsabilidade social e procurar facilitar sempre a jornada do consumidor. Dessa maneira, dentre as importantes missões do “novo” visual merchandising, tais como: facilitar a experiência de compra, valorizar o tempo dos clientes, tornar o ambiente seguro e receptivo, sem abrir mão do encantamento e interatividade, pode ser um grande diferencial.

Fernanda Dalben é diretora de marketing da rede de Supermercados Dalben.

41% dos consumidores brasileiros passaram a comprar de PMEs no último ano

O movimento que traz a jornada de compra do consumidor para o digital não é recente. Porém, o que antes era um mercado apenas das grandes empresas, que conseguiam aliar a tecnologia, a logística e a estratégia necessárias para dominar o e-commerce, hoje já é acessível para todos os perfis de negócios, incluindo os micro, pequenos e médios empreendedores.

Com a chegada da pandemia, e o varejo físico fechado por períodos intermitentes, a digitalização foi impulsionada, beneficiando os PMEs no e-commerce. Com toda essa movimentação, como fica a jornada do consumidor? O que leva um cliente a comprar em uma pequena ou média empresa? E o que faz com que escolha uma grande marca? Para responder estas perguntas e entender o perfil desses consumidores digitais, a Locaweb, em parceria com a Opinion Box, realizou uma pesquisa com mais de 2 mil pessoas.

Segundo o levantamento, 66% dos entrevistados compram na internet porque os preços são melhores. “Faz sentido hoje as empresas conseguirem valores mais competitivos no digital. Lá não é preciso pagar o aluguel de um shopping, por exemplo, banners nos corredores etc. Têm seus custos, é claro, mas é possível fazer muito mais com menos”, afirma Luis Carlos dos Anjos, gerente executivo de marketing e canais da Locaweb. E o consumo online cresceu muito: apenas no primeiro semestre do ano, o e-commerce bateu recorde de vendas e atingiu R$ 53,4 bilhões em faturamento, segundo a 44ª edição do Webshoppers, relatório elaborado pela Ebit Nielsen. Mesmo em relação aos dados de 2020, que já foram expressivos, no primeiro semestre de 2021 houve crescimento de 31%.

Na hora de escolher em qual empresa comprar, 32% dos entrevistados afirmaram comprar igualmente de pequenas, médias e grandes empresas. Nesse crescimento do consumo online, as PMEs foram as que ganharam mais consumidores, já que 41% passaram a comprar de pequenos e médios no último ano. Em contrapartida, 30% passaram a comprar de grandes marcas nos últimos 12 meses. Entre os consumidores mais antigos, 41% disseram comprar de grandes marcas e 27% compram de PMEs há mais de 5 anos. “A migração dos consumidores para meios online já é uma tendência confirmada nesta e em outras pesquisas do Opinion Box. Enquanto o aumento nas compras não é surpreendente, já que ele vem acontecendo de forma mais expressiva desde o início da pandemia, é interessante notar que empresas de todo porte conseguem se aproveitar dele”, conta Daniela Schermann, Head de Marketing do Opinion Box.

O marketplace é outro fenômeno que cresceu muito. 63% dos entrevistados afirmaram que quando compram de PMEs é pelos marketplaces. “Apesar das taxas, é uma oportunidade boa para esse perfil de negócio se associar a um maior, que tem um histórico de investimento em publicidade e uma marca consolidada”, afirma o executivo. 87% dizem já ter realizado uma compra em marketplaces, sendo os mais usados Americanas (74%), Mercado Livre (71%), Magazine Luiza (64%) e Amazon (49%).E onde começa a jornada de compra online? Em 62% dos casos ela tem início no Google. De acordo com Luis, “a diferença entre as PMEs e as grandes aqui é que no segundo caso os consumidores vão até lojas que gostam com mais frequência. Nas compras em PMEs, a segunda opção mais popular após o Google é recorrer a comparadores de preços”.

E o que leva uma pessoa a escolher comprar com um PME? Os motivos mais mencionados foram frete grátis (54%), preço mais baixo ou promoções (53%) e qualidade dos produtos (44%).

O cenário do e-commerce no Brasil nunca esteve tão favorável. Ao bater recordes de vendas e faturamento, o setor segue crescendo e, cada vez mais, tem aberto espaço para marcas menores. “É importante notar que, por mais que o dia a dia e os números das empresas de portes diferentes seja muito distinto, a jornada do consumidor tem muitas semelhanças nas grandes empresas e nas PMEs. Frete grátis, preço baixo e produtos de qualidade formam a tríade determinante para que o consumidor compre em uma loja, seja ela pequena, média ou grande. A pesquisa mostra que as PMEs já conquistaram o seu lugar no mundo do e-commerce”, finaliza o gerente.

Vendas do varejo brasileiro registraram crescimento de 7,5% em novembro

Segundo índice Mastercard SpendingPulse, destaque foram Combustíveis, Restaurantes, Materiais de Construção e Supermercados.

Os setores de Combustíveis (+42,6%), Restaurantes (+19,5%), Materiais de Construção (+11%) e Supermercados (+10,8%) superaram a taxa de crescimento das vendas totais no varejo, enquanto em Móveis e Eletrônicos (-10%), Móveis para Casa (-6,6%) e Artigos de Uso Pessoal (-1,7%), o crescimento das vendas no varejo foi menor na comparação com o mesmo período do ano passado.

Em termos de vendas totais nas regiões, Norte (+14,7%), Centro-Oeste (+9,7%), Sul (+9,4%) e Nordeste (+8,2%) superaram as demais regiões do país, enquanto no Sudeste (+6,3%), o desempenho foi inferior ao crescimento das vendas nacionais.

Vendas no comércio eletrônico

Como resultado do rápido crescimento do e-commerce experimentado no ano passado, as vendas do comércio eletrônico no Brasil diminuíram -16,5% em comparação com novembro de 2020.

Nos critérios do Mastercard SpendingPulse, as vendas no comércio eletrônico são vendas de bens e serviços nas quais os compradores fazem um pedido ou o preço e os termos da venda são negociados pela internet, em um dispositivo móvel (M-commerce), Extranet, rede EDI (Electronic Data Interchange), correio eletrônico ou outro sistema online comparável. O pagamento pode ou não ser feito online.

Comparativo ano a dois anos

Para uma melhor compreensão do que significam esses números, a comparação com 2019 revela índices interessantes para análise: as vendas totais no varejo cresceram +19,1% no comparativo ano a dois anos e as vendas de e-commerce aumentaram +39,7%quando comparadas com o mesmo mês de 2019.

“Essa comparação com o período pré-pandêmico nos fornece insights relevantes para analisar as preferências de consumo dos brasileiros. Ao nos aproximarmos do fechamento de 2021, podemos constatar que o e-commerce realmente passou a fazer parte dos hábitos de consumo – e, quando comparado ao cenário de vendas de 2019, está em constante crescimento. Tal comportamento era esperado, porque depois que os brasileiros experimentaram a praticidade, segurança e facilidade com as compras online, fica mais difícil abandoná-las”, afirma Estanislau Bassols, gerente-geral da Mastercard Brasil.

2021: o ano que consolidou os smart lockers no Brasil

Se as novas tecnologias já vinham imprimindo ritmo intenso às transformações no comportamento humano e na sociedade, com a pandemia elas foram ainda mais aceleradas. Há quem diga que vivemos quase uma década em 18 meses. E, fazendo uma retrospectiva das mais superficiais, não é difícil concordar.

A imposição do isolamento levou praticamente todas as nossas atividades para o ambiente digital: desde a aquisição de alimentos e remédios até o entretenimento, o contato social e a troca afetiva; passando pelo trabalho, pelo atendimento para saúde, pela educação. E quantas não foram as inovações tecnológicas para viabilizar toda essa transformação digital? Plataformas de streaming, chatbots, blockchain, QR code, pagamento digital, novos modelos de negócios baseados em inteligência artificial e muito mais — na mesma medida das adversidades surgidas a partir de 2020, vieram as soluções. E elas se consolidaram neste 2021.

O comércio eletrônico foi, sem dúvida, uma das atividades mais demandadas na pandemia e enfrentou todo tipo de desafios, sendo a entrega — a etapa essencialmente física — a mais complexa. Em nível global, tivemos uma impensável crise por escassez de contêineres. E, mesmo localmente, tivemos também que superar uma série de barreiras.

Como atender, por exemplo, a um consumidor que não tem endereço postal ou que não recebe entregas porque mora numa área de restrição? Até então, não estávamos atentos a essa significativa parcela desassistida pelo comércio eletrônico. Esses tais “CEPs restritos” correspondem a 29% das residências em São Paulo e 44% no Rio de Janeiro. Isso sem contar os que nem ao menos têm um CEP ou todos aqueles que passam boa parte do tempo fora de casa, sem ninguém para atender um entregador. No total, são mais de 73% da população nessas duas grandes metrópoles.

E como reduzir o custo e o prazo da entrega, já que essas passaram a ser as principais exigências dos consumidores? Foi preciso pensar junto e fazer junto. O contexto da pandemia favoreceu parcerias. Grandes players recorreram a startups. E elas se multiplicaram e cresceram em diversas áreas.

A de logística foi um campo fértil, onde brotaram muitas soluções. Algumas bem simples e criativas — como os smart lockers. Um guarda-volume? Bem mais que isso, certamente. Um hub de distribuição, um elo da cadeia logística, capaz de resolver o problema dos desassistidos pelos Correios, reduzir o valor do frete, agilizar as entregas e minimizar o impacto ambiental. Sim, porque sustentabilidade é requisito fundamental a qualquer negócio na atualidade.

Não à toa, gigantes do comércio eletrônico, como a Americanas.com e também varejistas físicos com e-commerce avançado, como a Decathlon, adotaram o sistema de lockers, assim como o comércio eletrônico de menor porte — Cariocas FC, Wollner — e de segmentos diversos (Zona Cerealista e PagueMenos, entre outras).

Operadores logísticos encontraram nos smart lockers um parceiro integrado aos seus sistemas de gerenciamento de transporte (TMS). Neste caso, que oferece rotas exclusivas, permite entregas noturnas, favorece — e barateia — a logística reversa, entre outras facilidades.

Shopping centers, por sua vez, descobriram a oportunidade dos smart lockers para sofisticar suas vendas digitais. Ou seja, valeram-se de sua proximidade com o consumidor, da força de suas marcas e de tudo o que está associado a elas — segurança, conforto, ambiente agradável, praticidade, confiabilidade.

Condomínios residenciais e edifícios de escritórios também não ficaram de fora. Viram rapidamente uma alternativa segura e moderna para receber, armazenar e distribuir encomendas, trazendo comodidade a moradores e trabalhadores.

E o cidadão, o consumidor final, é quem tem dado o principal aval a todo esse conjunto de soluções que representa um armário inteligente. Afinal, tornou-se usuário no dia a dia dos smart lockers oferecidos por corporações, assim como sendo, ele próprio, diretamente, um cliente assinante de planos para uso do serviço.

A consolidação dos smart lockers neste ano de 2021 exemplifica o salto, resultado de criatividade, tecnologia e parceria. Afinal, empresas líderes no segmento experimentam crescimento mensal de 15% desta estratégia logística.

Canais físicos são predominantes entre 7 a cada 10 microempreendedores

Estudo da SumUp mostra que a digitalização ainda não chegou aos negócios da base da pirâmide

De acordo com a pesquisa, 67,3% dos microempreendedores e informais fazem vendas predominantemente por canais físicos, ou seja, têm mais de 50% de suas receitas oriundas de transações presenciais. Além disso, 10,4% dos participantes do estudo têm vendas predominantemente digitais, enquanto 22,4% afirmaram que suas receitas são 50% vindas do ambiente físico e 50% do digital. “Isso mostra que ainda há muito espaço para o crescimento das vendas digitais entre os microempreendedores da base da pirâmide”, afirma Meliza Pedroso, líder de Marketing e Comunicação da SumUp.

Apesar das vendas dos micronegócios serem em sua maioria em canais físicos, um bom sinal é que a maioria das pessoas consultadas pela pesquisa entende que a transformação é importante, inclusive, entre quem tem 100% das vendas realizadas no ambiente presencial: 58,4% deste público planejam faturar mais com vendas online no ano que vem.

Digitalização é benéfica para os negócios

O levantamento da fintech também mostra que a adoção das vendas digitais é benéfica para os micronegócios brasileiros – e os ajudou a enfrentar os desafios da pandemia com mais tranquilidade. Por exemplo, 25,2% dos microempreendedores que realizam algum tipo de venda online estão faturando mais hoje do que em março de 2020. Entre os negócios que atuam apenas com canais físicos, esse porcentual é de apenas 16,7%.

A gestão dos microempreendedores e autônomos é, sobretudo, rudimentar ou inexistente. Segundo o estudo, 37,5% usam cadernos e folhas de papel para controlar as finanças, 7,4% dos respondentes controlam tudo “de cabeça”, sem ferramenta alguma, enquanto 7,1% não fazem nenhum tipo de controle financeiro. Entre as ferramentas digitais de gestão, destacam-se os apps de celular, usados por 24,4% dos negócios da base da pirâmide.

A pesquisa também aponta que o WhatsApp é a principal ferramenta digital dos microempreendedores e informais brasileiros. O uso do app chega, por exemplo, a 88,3% dos negócios do setor de revendas. O serviço também é o mais usado no Marketing: mais de 60% dos negócios usam o WhatsApp para promover seus negócios.

Já a região mais digitalizada, e com menos microempreendedores que vendem somente em canais físicos – 41,8% – é a Nordeste. A região que mais depende do presencial é a Norte, onde 56,4% dos microempreendedores fazem vendas 100% físicas.

A pesquisa foi realizada entre os dias 3 e 10 de novembro de 2021, com 1.652 microempreendedores e profissionais autônomos de todo o Brasil.

Volume de vendas não acompanha aumento de circulação no comércio e serviços

Circulação em restaurantes, cafés, shopping centers, parques temáticos, museus, bibliotecas e cinemas cresceu 12% entre junho e setembro.

Fortemente atingidos pela pandemia de covid-19, os setores de comércio e serviços já demonstram tendência de recuperação da circulação de pessoas aos níveis pré-pandêmicos, mas a atividade econômica e o volume de vendas não estão acompanhando o crescimento nos indicadores de mobilidade.

Segundo o relatório Mercado de Pagamentos em Dados, do Instituto Propague, em parceria com a área Economic Research da Stone, a média móvel de circulação em restaurantes, cafés, shopping centers, parques temáticos, museus, bibliotecas e cinemas passou de -20%, em junho deste ano, para -8,14% no final do terceiro trimestre. O estudo usou dados do Google para mostrar essa evolução e comparou os números com fevereiro de 2020, momento exato do início da pandemia.

“Apesar da melhora representativa nos medidores de mobilidade, o estudo apontou que a atividade econômica não retomou os patamares pré-pandemia. Entre os segundo e terceiro trimestres de 2021, houve uma queda de cerca de -0,4% no volume mensal médio transacionado no trimestre, com redução ainda maior na comparação com o mesmo trimestre de 2020, que ficou em -1,6%”, afirma Bernardo Piquet, diretor do Instituto Propague.

Supermercados e hipermercados registraram retração no volume de vendas de 0,9% entre os segundo e terceiro trimestres de 2021. O setor de combustíveis e lubrificantes apresentou queda ainda maior totalizando 1,5% a menos de vendas no terceiro trimestre de 2021.

Uma das quedas mais significativas no setor de comércio foi no setor de móveis e eletrodomésticos, com retração de 4,5% no volume de vendas.

O estudo mostra também que o setor de livros, jornais, revistas e papelaria chegou a setembro de 2021 com valores 35% menores do que os de fevereiro de 2020, mesmo com a mobilidade tendo aumentado significativamente.

Taxas positivas

No comércio, apenas o segmento de tecidos, vestuário e calçados apresentou taxa positiva, com crescimento de cerca de 5,8%.

Em setores relacionados a serviços, o estudo mostra que o volume de vendas cresceu cerca de 3% no comparativo entre a média mensal do segundo e o terceiro trimestres de 2021. Quando comparado com o mesmo trimestre de 2020, o crescimento foi de mais de 15%, mostrando uma recuperação mais expressiva do que aquela apresentada no comércio.

O setor de alojamento e alimentação cresceu cerca de 18,6% desde o segundo trimestre de 2021, ainda que siga operando em níveis aquém daqueles alcançados pré-pandemia: em setembro de 2021, o valor em sua média móvel anual seguia 20% menor do que o valor registrado em fevereiro de 2020.

Um outro setor de serviços que apresentou crescimento com o aumento de circulação das pessoas foi o de transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio, atingindo um patamar cerca de 7% maior daquele observado em fevereiro de 2020, com um expressivo aumento de mais de 18% na média mensal entre o terceiro trimestre de 2020 e o de 2021.

Recuperação lenta

O estudo mostra, no entanto, que apesar do expressivo aumento da mobilidade em locais importantes para o comércio e o serviço, de forma geral os setores estão se recuperando de forma lenta. Entre os fatores que explicam a lentidão do retorno da atividade econômica estão a inflação e a alta nos juros.

Entregas no Brasil ficaram muito mais rápidas em 2021, Black Friday foi beneficiada

Fazendo uma breve análise sociológica dos consumidores de e-commerces, podemos traçar três perfis:

  1. O comprador que vai olhar todo dia o rastreamento da encomenda para saber como está o transporte do produto, se já está na cidade de destino. Esse caso ainda possui um nível avançado, que já estará na porta de casa ou do condomínio esperando o pacote chegar.
  2. Aquele que vai olhar pelo e-mail a notificação de que a compra foi para a transportadora e vai olhar vez ou outra. Esse, mais tranquilo que o anterior, já aceitou que não adianta fazer nada além de aguardar com calma. Eu me encaixo nesse perfil.
  3. Esse é o Senhor/a Relax. Vai realizar a compra e só lembrar dela quando receber e ainda se perguntará “o que eu comprei mesmo?”. Esse terceiro perfil atingiu o Nirvana do e-commerce, o verdadeiro Zen das esperas de encomenda.

Felizmente para todos esses três perfis, o cenário das compras digitais está mais acelerado. Transformando o conceito de modernidade líquida de Bauman em algo melhor que lamentação da Gen Z, agora os produtos foram feitos para serem entregues o mais rápido possível. Assim como o filósofo polonês dizia que tudo é feito para acabar rápido, as entregas dos e-commerce também estão seguindo o conceito.

Amazon, Shopee e AliExpress, para começar citando as empresas estrangeiras, investiram mais no público brasileiro em 2021. A primeira já possui 12 centros de distribuição (CD), a Shopee abriu seu primeiro CD no Brasil este ano, enquanto a AliExpress ampliou de cinco para seis os voos de carga para o país. Além disso, a Amazon e a Shopee realizam a operação de fulfillment. Esse sistema, criado pela americana, permite que os lojistas parceiros armazenem os produtos direto nos galpões dos marketplaces, ganhando tempo de entrega.

As empresas brasileiras (e argentina no caso do Mercado Livre) não estão atrás. Na Black Friday, diversos clientes foram beneficiados pelo investimento em logística dos e-commerces. A divisão brasileira do Mercado Livre lançou no ano passado a sua companhia aérea. A frota de 737 da Meli Air é operada em parceria com Sideral Linhas Aéreas. A Sideral realiza os voos, enquanto o Mercado Livre faz as operações de carregamento e cria as rotas.

Vinicius Karasinski, gerente de operações em agência de marketing, fez uma compra no Submarino na noite de quinta-feira e recebeu na manhã do dia seguinte. Karasinski, que gosta de monitorar as compras online, confessou surpresa com a agilidade. “O prazo rápido foi realmente uma surpresa. Eu imaginei que poderia receber o produto rapidamente pois sou de Curitiba e sei que a B2W (grupo proprietário do Submarino e das Americanas) tem um CD aqui na região. Inclusive no momento da compra quando dizia ‘será entregue amanhã’ eu confesso que não acreditei, mas realmente chegou em menos de 12 horas”, contou Vinicius.

Quem acompanhou as lives do Adrenaline e do Mundo Conectado assistiu Diego Kerber comprando uma SmarTV. Kerber fez a compra nas Americanas, que realizou uma parceria com a Asas Linhas Aéreas, a mais nova companhia aérea cargueira do Brasil. A televisão, comprada na quinta, chegou na segunda-feira e tinha previsão de entrega para quarta-feira. “Fizeram chegar em um dia útil e meio. […] Eu achei ótimo o prazo que conseguiram”, disse Diego.

A parceria das Americanas com a cargueira tem justamente esse objetivo: agilizar as entregas. E com as lojas online visando oferecer a mesma experiência que comprar em loja física, não fiquem surpresos com outras varejistas brasileiras fazendo parcerias com empresas cargueiras.

Por Felipe Freitas

Felipe Freitas é formado em jornalismo pela Universidade Federal de Santa Catarina. Mas, segundo quase todo mundo, tem cara de quem fez Sistemas. Começou nos jogos com o SNES do seu tio, nunca passou da parte da montanha em Legend of Legaia e adora jogos com histórias bem feitas. Não perde a chance de fazer uma Jojo Pose.

Grupo Alibaba anuncia reestruturação e troca comando da equipe financeira

O Alibaba Group Holding anunciou, nesta segunda-feira, 6, uma reestruturação na equipe de e-commerce e nomeou um novo diretor financeiro, à medida que a gigante de tecnologia enfrenta crescente pressão do governo chinês, desaceleração do crescimento e queda no preço das ações.

A empresa informou que suas várias unidades de e-commerce chinesas seriam combinadas em uma a partir do próximo ano e que formaria uma nova equipe internacional de comércio digital. A diretora financeira Maggie Wu deixará o cargo e Toby Xu, atualmente o vice-diretor financeiro, a sucederá a partir de 1º de abril, disse o Alibaba. Wu continuará como sócia e diretora executiva no conselho.

O CEO da companhia, Daniel Zhang, em uma carta a funcionários, destacou que a nova estrutura é um esforço para “capacitar a organização da empresa para se tornar mais ágil”.

A remodelação ocorre após um ano tumultuado para a empresa sediada em Hangzhou. American Depositary Receipts (ADRs) caíram ao nível mais baixo em mais de quatro anos. A nova estrutura parece estar de acordo com o que o Alibaba chama de seus três pilares estratégicos: consumo doméstico, globalização e computação em nuvem.

No início deste ano, o Alibaba pagou uma multa recorde de US$ 2,8 bilhões depois que uma investigação antitruste descobriu que a corporação havia abusado de sua posição dominante no mercado. A empresa também injetou mais dinheiro em negócios nascentes este ano, em busca de mais áreas de crescimento e para afastar rivais como o app de compras Pinduoduo, bem como empresas como a proprietária da TikTok, ByteDance Ltd., que está entrando no comércio eletrônico.

Fonte: Dow Jones Newswires

Metaverso: nunca a experiência digital foi tão atrativa para consumidores e marcas

Nunca a experiência digital foi tão atrativa para consumidores e marcas. O encontro entre real e virtual se consolidou rapidamente por capacitar experiências mais sofisticadas e imersivas aos consumidores. Com a pandemia, essa estratégia mexeu com empresas ao redor do mundo e inovar tornou-se um gatilho para atrair e fidelizar novos e velhos consumidores.

É neste cenário que o Espaço Consul nasce unindo navegação intuitiva e diversos produtos da marca para o consumidor explorar e se inspirar. O tour virtual do Espaço Consul funciona assim: ao redor de uma pracinha central, o visitante virtual encontra três casas que refletem diferentes estilos de vida: a Casa Tecnologia, fácil de usar, que valoriza a funcionalidade; a Casa Design Inteligente, que destaca as práticas sustentáveis; e a Casa Cativante, que utiliza as cores para criar atmosferas confortáveis e aconchegantes. Em cada uma das casas, o consumidor vivencia virtualmente os ambientes, conhece a inspiração dos arquitetos, interage com os produtos da marca, confere vídeos e obtém outras informações.

“A criação do Espaço Consul é mais uma das formas que encontramos de nos aproximar dos nossos consumidores de forma que eles pudessem vivenciar a experiência dos produtos Consul. Eles podem conhecer os produtos e ainda ver como eles ficam dispostos nos ambientes”, comenta Allyne Magnoli, Diretora de Marketing da Whirlpool, dona da marca Consul.  Além disso a marca oferece até R$ 500 em cashback. “É incrível podermos criar algo desta dimensão para oferecer descontos, promoções e cashback diferenciados aos nossos clientes. Realmente faz a experiência ser ainda mais especial”, destaca a executiva.

 Metaverso traçando novos caminhos na jornada do cliente

Ações em que o consumidor pode ter acesso virtual ao produto e ainda obter vantagens vem sendo muito explorado por marcas que buscam diferenciação no digital. Segundo Chris Bradley, CEO da Batux, agência especializada em live marketing, que assina o projeto Espaço Consul, a estratégia incorpora e desdobra tendências atuais. “A ideia foi criar uma experiência completa que aproveitasse ao máximo as possibilidades que o metaverso nos oferece. Proporcionamos momentos agradáveis, envolventes e ricos em detalhes, que recompensam o consumidor e potencializam a conversão”.

imersão é a nova ordem quando o assunto é metaverso. Nunca foi tão importante para uma empresa estar atenta ao desenvolvimento de atrativos virtuais imersivos para seus clientes. O metaverso, que nada mais é que a integração de vários recursos tecnológicos e o espaço físico, vem transformando a relação entre clientes e marcas.

No Brasil, o conceito têm se destacado em ações por parte das empresas que exploram o universo dos gamers. Uma das empresas que se lançou nesse desafio foi o Banco do Brasil (BB). Em outubro deste ano, ela lançou o Game Box, uma carreata física que percorreu várias cidades brasileiras para promover uma experiência imersiva com jogos eletrônicos. O diferencial é exatamente a experiência metaverso, onde a empresa leva computadores, consoles, sala de streaming, entre outras atrações para tornar os jogos de alta performance acessíveis a todos. De olho nesse público, o banco também tem sido patrocinador de campeonatos do mercado gamer.

Outra marca que apostou nesse tema foi o Boticário. A empresa abriu uma loja no Avakin Life, um game de simulação de vida em 3D, na qual os jogadores podem resgatar recompensas em itens da marca, além de uma consultora virtual para explicar sobre ativações no jogo.

Já o iFood criou uma parceria com o jogo Grand Theft Auto (GTA) V e está presente no Cidade Alta, principal servidor do game na América Latina, no qual os jogadores podem criar seus personagens e viver situações semelhantes à vida real. Nesse ambiente virtual, o jogador poderá ser um entregador do aplicativo e ganhar dinheiro virtual (usado somente dentro do game) e até cupons de desconto para utilizar no app real.

Sem dúvida, muitas marcas estão sendo atraídas pelo potencial de engajamento do metaverso, principalmente com o público gamer. E a maioria dos líderes está saindo do campo da observação e indo para a prática.  Muitos especialistas defendem que os mundos virtuais onde conheceremos marcas, produtos e realizaremos compras mais imersivas irão além de uma geração e público específico. Essa experiência se consolidará num futuro próximo e, certamente, o metaverso traça este novo roteiro na jornada do cliente. Como bem salienta o britânico David Mattin, fundador do New World Same Humans, um informativo semanal sobre tendências, tecnologia e sociedade, “muito consumo vai acontecer lá. Esta é uma grande parte do futuro do consumo online”.