Amazon lança serviços para PMEs venderem mais e enviarem para os EUA

Empresa anunciou o lançamento de três novos serviços para vendedores brasileiros.

A Amazon Brasil quer impulsionar as vendas das pequenas empresas em sua plataforma. A companhia anunciou na última quarta-feira (6), o lançamento de três programas para os pequenos vendedores parceiros que comercializam produtos em seu marketplace. Um desses programas está ligados à logística e outros dois a vendas internacionais e fidelidade.

Uma das iniciativas é o Programa de Recompensas do Vendedor, que irá remunerar lojistas que adotarem boas práticas no marketplace da Amazon.

Segundo Ricardo Garrido, Diretor da Loja de Vendedores Parceiros da Amazon Brasil, a ação visa educar os vendedores sobre a melhor maneira de terem sucesso na plataforma. Sendo assim, a Amazon pretende remunerar e premiar os vendedores a cada boa ação adotada, como adicionar produtos de alta procura em sua estante virtual, reduzir o tempo de manuseio dos produtos (tempo entre a venda e o momento que o produto está pronto para sair para entrega), ou a entrada nos programas de logística da própria Amazon.

As recompensas por produto, segundo Garrido, variam de R$ 6 a R$ 300 e podem ser resgatadas pelo vendedor nas contas digitais da Amazon a qualquer momento.

A partir da última quarta, a empresa também passou a oferecer outros dois programas aos lojistas parceiros: o Delivery by Amazon (DBA), serviço de entregas e logística da Amazon e o programa de vendas internacionais, que facilita a entrada de vendedores brasileiros no varejo norte-americano.

Com o DBA, os vendedores parceiros passam a contar com a rede logística da Amazon, o que pode facilitar e agilizar as entregas.

Em essência, o programa permite que a Amazon calcule o frete automaticamente a cada venda feita pelos vendedores, imprime a etiqueta e coloque no produto. Na sequência, uma transportadora conveniada à Amazon retira os produtos nos centros de distribuição dos lojistas e realiza as entregas aos clientes. Ou seja, todos os trâmites da entrega ficam à cargo da varejista.

Nas primeiras semanas, o serviço estará disponível apenas em São Paulo, mas a intenção é expandir para todo o país até o final do ano.

Já o programa de vendas internacionais é uma oportunidade para que vendedores possam chegar ao mercado americano apenas pela plataforma da Amazon no Brasil. Com esse programa, disponível apenas para vendedores selecionados em um primeiro momento, uma PME pode aproveitar toda a cadeia logística da Amazon nos EUA, dos estoques de produtos nos armazéns do exterior ao serviço de entregas. “A intenção é reduzir as barreiras para que empresas do Brasil acessem outros mercados e fazer com que o cadastro para vender no exterior seja tão simples como vender no Brasil”, diz.

Segundo a empresa, os lançamentos representam a continuação de uma ofensiva para auxiliar as pequenas e médias empresas, um público que tem se tornado um grande alvo para a gigante do e-commerce. Os investimentos da Amazon para melhorar o desempenho destas empresas começaram ainda em 2020, quando investiu 18 bilhões de dólares globalmente em logística, ferramentas, serviços, programas e pessoas para ajudar os vendedores de PMEs.

Parte dessa missão também se dá na educação dos empreendedores. No ano passado, a unidade brasileira da Amazon treinou mais de 100.000 PMEs por meio de aulas on-line oferecidas em parceria com o Sebrae. “São estes investimentos, apoiados por iniciativas como o Amazon Conecta, evento que promovemos neste mês, e os lançamentos anunciados hoje, que reforçam o nosso compromisso a longo prazo com o crescimento e consolidação de vendedores parceiros brasileiros”, diz.

O momento em que acontecem esses lançamentos coincide com a expansão logística da Amazon no Brasil, segundo Garrido. “É um momento em que somamos todos os investimentos, da abertura de novos centros logísticos à uma maior presença digital. Esse agora é um próximo passo importante”, diz.

Os novos serviços também foram anunciados junto da notícia da expansão do programa de logística da Amazon no Brasil, no qual a Amazon faz desde o armazenamento e empacotamento do produto, até o envio e o atendimento ao cliente.

Neste programa, o estoque de um revendedor fica em um centro de distribuição da Amazon, que se encarrega de todas as etapas de venda desde que a compra é concluída no site. Na prática, a empresa passa a ser responsável pelo manuseio e empacotamento dos produtos até o transporte e, no final do caminho, pela logística reversa dos itens.

Lançado em dezembro do ano passado apenas para apenas empresas selecionadas pela Amazon e registradas sob o regime de tributação do Simples Nacional e no estado de São Paulo, o programa será agora aberto para todos os vendedores do estado. “Esse é o nosso programa mais refinado”, diz.

O que está por trás de um movimento estratégico de se tornar um ecossistema?

Nos dias de hoje, em que os consumidores são altamente informados e mudam os hábitos de compra frequentemente, as empresas buscam estratégias para gerar vantagem competitiva e expandir seus negócios. Um dos temas mais aquecidos dos últimos anos nesse sentido, principalmente por causa dos impactos negativos gerados pela pandemia, são os Ecossistemas de Negócios, que surgiram da necessidade das empresas de se reinventarem em relação aos modelos de gestão praticados até então.

Está cada vez mais “comum” acessarmos informações a respeito dos Ecossistemas de Negócios, mas geralmente numa esfera mais estratégica. Para compreendermos melhor a parte tática, é importante sabermos as possibilidades de se desenvolver uma oferta ampliada para o cliente. Esse movimento pode acontecer por meio de marketplaces, alianças estratégicas, parcerias e M&A, por exemplo. Neste artigo, vamos explorar um pouco mais o processo de M&A.

M&A é a sigla em inglês para Mergers and Acquisitions – traduzindo para o português, fusões e aquisições. O termo se refere à consolidação de um negócio por meio de diferentes transações financeiras que permitem que empresas sejam compradas, vendidas ou concentradas.

De modo geral, o objetivo dessas operações de fusões e aquisições é aumentar a produtividade e a eficiência das empresas envolvidas na negociação, maximizando lucros e trazendo muitas vantagens estratégicas. Crescer de forma inorgânica por meio de fusões e aquisições pode trazer inúmeros benefícios. Alguns exemplos podem ser: diversificação de mercado, aumento de capilaridade, incremento de capabilities, redução de custo e crescimento de receita.

Mesmo com a pandemia, essa tendência permaneceu forte no País, apresentando inclusive um aumento considerável em relação a anos anteriores. Somente entre julho e setembro de 2020, a quantidade de fusões e aquisições cresceu 46% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Nesse contexto, o M&A figura com uma boa opção tanto para empresas que estão em apuros financeiros devido à crise econômica quanto para quem deseja expandir, seja em sua área de atuação, seja buscando a diversificação do portfólio. Tem havido até flexibilização por parte das agências reguladoras no intuito de preservar a manutenção das empresas, dos empregos e dos benefícios ao consumidor.

Mas nesse processo estão contidos grandes desafios. Abaixo listo os principais deles:

Definição de alvos e avaliação das empresas
Antes de toda operação, de fusão ou aquisição, deve ser feito um minucioso estudo do mercado para entender quais são as oportunidade de crescimento e as condições do micro e macroambiente que podem influenciar o sucesso da estratégia.

Integração de culturas
Quando duas ou mais empresas consolidam suas operações, seja por meio de uma fusão, seja por meio de uma aquisição, a diferença de culturas organizacionais entre elas pode apresentar desafios importantes. Caso esses desafios não sejam superados, a operação corre alto risco de não obter o sucesso esperado. Esse problema ocorre pois os profissionais já estão alinhados e acostumados a uma empresa e à sua cultura. O processo de transição e adaptação a uma nova realidade pode ser difícil, principalmente quando se trata de executivos, pois em vários casos eles acabam perdendo um pouco de autonomia e se veem em desafios maiores. Diante disso, fazer uma integração entre as culturas, chegando em um modelo ideal de acordo com as necessidades da operação, é um fator determinante para atingir os objetivos da estratégia.

Integração de colaboradores
Alguns colaboradores enxergam as operações de fusões e aquisições como um trampolim para impulsionar suas carreiras. Porém, por outro lado, há aquelas pessoas que se veem em um ambiente de vulnerabilidade e, por esse motivo, acabam assumindo um comportamento negativo. É comum ver o turnover (rotatividade de colaboradores) aumentando após as operações de M&A que negligenciam a importância da integração entre os colaboradores, e isso pode ser extremamente custoso para a empresa, além de comprometer o sucesso da operação.

Integração de processos e tecnologia
Essa é uma das etapas que exigem maior energia e dedicação, além de ser dependente dos desafios citados anteriormente. Afinal, não se integra um processo sem pessoas comprometidas com o objetivo. Na parte técnica, deve-se analisar profundamente como aproveitar o que há de melhor em cada empresa envolvida e otimizar os processos em busca da melhor eficiência possível. Além disso, com relação às tecnologias envolvidas, é necessário um suporte de mão de obra especializada a fim de aderir e integrar os sistemas com o menor ruído.
Diante disso, para atingir os objetivos – sinergias na operação ou aumento do portfólio – e mitigar os riscos, o processo de fusões e aquisições deve ser feito de maneira planejada e estruturada desde o início e pautado pelo interesse em adquirir alguma empresa até as fases de implementação da estratégia.

Ao final do processo, o cenário final pode ser uma empresa que oferece maiores possibilidades para o seu consumidor final.

Gustavo Vieira é líder de projetos da Gouvêa Consulting.

Como as lojas de departamentos estão atraindo os clientes de volta nos EUA

Kohl’s, Macy’s e Nordstrom estão criando experiências e construindo parcerias.
Grandes lojas de departamentos americanas, como Kohl’s, Macy’s e Nordstrom estão apostando em novas experiências de compra e construindo parcerias para atrair os consumidores de volta depois do afastamento causado pelas medidas de isolamento decorrentes da covid-19. O foco é buscar o equilíbrio entre eficiência, experiência, expectativas e inspiração.

“Embora seja mais fácil jogar seguro durante uma crise, as empresas que se inclinam, têm coragem e assumem riscos tornam-se mais fortes e prosperam”, diz Jen Johnson, vice-presidente sênior de comunicações corporativas da Kohl’s, ao blog da National Retail Federation (NRF).

O ano de 2020 foi decisivo para a Kohl’s: “Enfrentamos desafios extraordinários, mas também tivemos o maior número de oportunidades que já registramos. A maneira como nossa equipe superou os desafios dos últimos 18 meses despertou a confiança de todos os nossos acionistas, associados e clientes na resiliência da Kohl’s para resistir aos ventos contrários mais desafiadores, adaptar-se rapidamente e sair mais forte”, afirma Jen.

Segundo ela, os clientes hoje procuram maximizar suas viagens de compras para economizar tempo, dinheiro e recursos. Mas eles também estão procurando por “mais inspiração e descoberta ao visitar lojas físicas”. Assim, empresa investiu na criação de um destino atraente para os clientes. “Quando os clientes visitam uma loja, a viagem deve valer a pena, e nós aumentamos o padrão adicionando mais conveniências, serviços e inspiração por meio de histórias e experiência.”

Experiência física e digital
A vice-presidente de assuntos corporativos e relações públicas da Nordstrom, Gigi Ganatra Duff, diz que, para serem bem-sucedidos hoje, os varejistas precisam “ouvir o cliente e ter uma forte – e, mais importante, conectada – experiência digital e física.”

A combinação das marcas Nordstrom e Nordstrom Rack, junto com a experiência figital, diz Duff, cria uma oportunidade poderosa de estar mais perto do cliente do que nunca. “Isso nos permite atender aos clientes quando, onde e como eles desejam fazer compras. Quanto melhor fizermos isso, mais sucesso teremos”, enfatiza.

A executiva destaca que a rede de lojas de departamentos está no comércio eletrônico há mais de 20 anos. Ainda assim, 2020 foi diferente. “No ano passado, vimos uma mudança em mais da metade das vendas provenientes do digital. Mesmo quando vimos o tráfego na loja física melhorar, vimos um forte crescimento em Nordstrom.com e NordstromRack.com.”

A estratégia continua a cumprir a promessa de conveniência. “Durante a Liquidação de Aniversário deste ano, quase 40% dos pedidos de coleta no dia seguinte para a Nordstrom foram retirados em uma loja Nordstrom Rack”, diz ela. “Essa é mais uma prova do poder de integração de recursos entre nossas duas marcas.”

Parceria para o crescimento
Outra estratégia comum tem sido a realização de parcerias – especialmente aquelas que dão espaço a designers e ao varejo especializado. A Kohl’s, por exemplo, anunciou parcerias com marcas como Sephora, Cole Haan e Tommy Hilfiger.

“Lançamos uma nova estratégia de longo prazo para a empresa no ano passado, que descreve nossa visão de ser o varejista mais confiável para o estilo de vida ativo e casual”, diz Jen Johnson. “Embora tenhamos criado a estratégia antes da pandemia, as mudanças no comportamento e nas preferências do consumidor na verdade aceleraram nosso compromisso com nossa nova estratégia.”

Já a Nordstrom anunciou uma joint venture com a ASOS, adquirindo uma participação minoritária nas marcas Topshop, Topman, Miss Selfridge e HIIT. É uma extensão de uma parceria com a Topshop e Topman em vigor desde 2012.

“Como resultado dessa parceria, a Nordstrom tem direitos multicanais exclusivos para Topshop e Topman na América do Norte, e será a única presença física dessas marcas em todo o mundo”, diz Duff. “A ASOS é líder em moda para o cliente de 20 e poucos anos e nos permite criar novidades e entusiasmo para este importante segmento de clientes.”

Acelerando e adaptando
Em fevereiro de 2020, antes mesmo de a pandemia se tornar um grave problema global, outra grande rede de lojas de departamentos, a Macy’s, havia anunciado sua estratégia Polaris, que tem como foco fazer a empresa voltar a crescer. Marc Mastronardi, diretor de lojas da Macy’s, diz que na primavera do ano passado ela foi “testada profundamente e provou ser durável”. De muitas maneiras, a pandemia levou a empresa a acelerar e adaptar o plano.

“Aceleramos nossa mudança para compras digitais, fortalecemos a relação entre on-line e off-line com nossa experiência omnicanal, expandimos nosso sortimento, melhoramos nosso mix de produtos e investimos ainda mais em dados e análises para simplificar nossa proposta de valor para o cliente”, diz.

A empresa voltou a se comprometer com a Polaris este ano, refinando-a para cumprir a missão de acelerar o crescimento e, ao mesmo tempo, aumentar a lucratividade. Anunciou recentemente uma parceria com a Toys “R” Us que inclui planos de incluir espaços da icônica varejista de brinquedos em mais de 400 de suas unidades no próximo ano.

Segundo Mastronardi, a Macy’s tem orgulho de suas raízes em lojas de departamentos. “Acreditamos na relevância, apelo e oportunidade de uma marca confiável trazendo uma variedade de ofertas. Nosso compromisso em fornecer aos nossos clientes uma ótima experiência de compra, independentemente do canal que utilizam, está enraizado em nossos valores como empresa. Temos um conhecimento profundo de nosso cliente e seus hábitos de compra e continuaremos a refinar nossa estratégia Polaris para garantir que suas necessidades sejam atendidas.”

Com informações de Blog NRF

Nuvemshop compra Mandaê e entra no mercado de logística para PMEs

Estratégia faz parte do plano de expansão da empresa, que projeta um crescimento do negócio de mais de 20 vezes.
A plataforma de e-commerce Nuvemshop acaba de anunciar a aquisição da Mandaê, que oferece soluções logísticas para pequenos e médios e-commerces. Após receber uma nova rodada de investimento de R$ 2,6 bilhões e se tornar o mais novo unicórnio no Brasil, a Nuvemshop irá integrar 100% da operação da Mandaê. Com a aquisição, a empresa entra de maneira direta no mercado de logística para PMEs.

“Adquirir a Mandaê e integrar as equipes faz parte da nossa estratégia de entregar cada vez mais e melhores soluções aos lojistas”, afirma Santiago Sosa, CEO e cofundador da Nuvemshop. “Com a união das duas empresas, fortaleceremos a nossa oferta de serviços, mas continuaremos com o nosso DNA de plataforma aberta, integrando diversas companhias – de logística e outras categorias – para que os empreendedores escolham a melhor solução que atenda às necessidades de seu negócio. O objetivo é termos cada vez mais variedade e qualidade dentro do nosso ecossistema, porque atendemos lojistas de diferentes tamanhos, segmentos e geografias”.

A Nuvemshop irá oferecer envios e outros serviços logísticos. “Combinando escala e um foco no que o empreendedor e o seu consumidor realmente precisam, iremos aprimorar a experiência de compra, habilitar novos modelos de negócios e melhorar os resultados econômicos dos empreendedores que escolhem a nossa empresa como sua parceira”, ressalta Rodrigo Rivera, CSO (Chief Strategy Officer) da Nuvemshop e responsável pelos negócios de Logística e de Pagamentos na América Latina.

Startup ’em alta’ no Brasil
Fundada em 2014, a Mandaê é um dos principais players de tecnologia focado em logística do Brasil. “Estamos super animados com essa aquisição. É uma combinação que faz muito sentido, não apenas por causa da importância da logística para o e-commerce, mas porque ambas as empresas têm missões semelhantes de ajudar o comércio eletrônico a prosperar”, diz Marcelo Fujimoto, CEO e cofundador da Mandaê.

A Mandaê foi eleita recentemente, pelo LinkedIn, uma das startups de maior destaque no momento no Brasil. A 4ª edição da lista anual Top Startups é formada por jovens empresas que continuaram a atrair investimentos, funcionários e atenção em 2021. Os dois primeiros lugares são ocupados por bancos digitais, o C6Bank e o Neon. Mandaê, de logística, Dengo, de chocolates, e Liv up, de alimentação saudável, também fazem parte das Top 10.

“Logística é um dos principais desafios dos e-commerces na América Latina. Estamos empolgados por fazer parte do time, mas ainda mais empolgados em poder ajudar os lojistas da Nuvemshop a alcançarem o sucesso com a logística”, complementa.

Ecossistema para benefício das PMEs
A aquisição é mais um passo da Nuvemshop para fortalecer seu ecossistema de soluções tecnológicas de qualidade para e-commerces de pequenos e médios empreendedores. A Mandaê tem um produto que vai desde a coleta dos pedidos feitos no site do lojista até a entrega no destino final, alavancando ativos próprios e múltiplas transportadoras, o que conversa diretamente com a estratégia de plataforma aberta da Nuvemshop: trabalhar com economias de escala, oferecer menores custos aos lojistas e adicionar valor para todo o ecossistema.

“Queremos que a Mandaê continue trilhando o seu caminho de sucesso, mas também impactando positivamente as mais de 90 mil lojas da Nuvemshop. Por isso, a Mandaê continuará atendendo seus parceiros e clientes, além da Nuvemshop”, completa Rivera. “O mais importante é que a Nuvemshop e a Mandaê têm missões e culturas bastante alinhadas, com lojistas, parceiros e equipes no centro de tudo o que fazemos”.

O anúncio representa apenas o primeiro passo da Nuvemshop no mercado logístico, que está em forte crescimento no país. A estratégia faz parte do plano de expansão da empresa, que projeta um crescimento do negócio de mais de 20 vezes nos próximos 5 anos. “Sabemos que ainda temos um longo caminho pela frente e que soluções logísticas é uma peça-chave para o sucesso dos negócios on-line, mas uma coisa é certa: continuaremos acelerando o e-commerce no Brasil e na América Latina, fazendo com que cada pessoa possa mostrar ao mundo do que é capaz”, completa Sosa.

Live commerce veio para ficar e integrar processos nas vendas

O e-commerce passou por muitas evoluções e uma das ramificações, datada de 2016, é o live commerce. A modalidade que consiste em vendas realizadas utilizando o modelo streaming, ou transmissão ao vivo, ganha mais força no cenário ocidental. Segundo In Hsieh, cofundador da Chinnovation, e Ariel Alexandre, cofundador da LiveCo, a prática já deve ser considerada realidade.

“O começo na China foi com streamers de e-sports e, por aqui, as lives de produto e vendas foram a primeira etapa. O Brasil, bem como o Ocidente em geral, está começando a entender o live commerce como válido e importante para incrementar resultados”, afirma Hsieh.

Segundo o especialista, atualmente, o live commerce corresponde por 50% das negociações do e-commerce chinês, enquanto no Brasil o índice fica entre 10% e 15%. No entanto, de forma geral, as categorias mais vendidas são cosméticos e alimentos & bebidas, com ressalva para o auxílio da modalidade em outros setores.

“Para venda de carros, por exemplo, o live commerce pode ser mais um canal de divulgação ou até mesmo fazer parte da jornada do consumidor. É uma questão de integrar processos com a loja virtual ou física e sair da caixa. Seja qual for o produto, o principal fator para sucesso disso é a humanização da experiência digital”, complementa.

Já Alexandre citou dicas de como implementar essa forma de trabalho ao planejamento da marca. Antes, ele elucida que o live commerce funciona para empresas B2B e B2C igualmente, tendo em vista que interação, curtidas e comentários são benéficos em qualquer um dos dois segmentos.

“O passo inicial é criar intimidade entre consumidor e vendedor. Isso pode ser feito por meio de ações divertidas e, no final, auxilia na conversão de vendas. Além disso, a humanização dos processos, como citado por Hsieh, será alcançada com espontaneidade e atenção ao chat. Lembre-se que interação vende e, até por isso, fazer algo gravado não faz sentido neste cenário”, explica.

Além disso, o profissional reitera que o foco das produções de live commerce devem ficar no mobile. Pela necessidade de constância nas produções (12 vezes por semana, no mínimo, de acordo com ele), pensar em processos mais rápidos facilita e cria hábito nos consumidores.

Discussão
Após apresentarem suas visões sobre a variação, Hsieh e Alexandre falaram sobre este mercado em si e suas perspectivas. Como ponto alto, ambos citaram a necessidade, por exemplo, dos meios de pagamento atuantes no Brasil serem “de ponta a ponta”. Na prática, como na China, pensar em mídias sociais que integram pagamentos é uma grande contribuição para o live commerce.

“Eu quero, eu compro. Já existem ferramentas que podem proporcionar isso e a adaptação neste aspecto é de grande valia. Além disso, o brasileiro tem a criatividade de sobra para driblar qualquer dificuldade inicial. Isso é o principal”, afirma Hsieh

Por fim, Alexandre, em concordância com o colega de setor, acredita que o live commerce será, por essência, uma estratégia de pequenos negócios e franqueadores. “A exploração da modalidade visa um mercado com mais olho no olho com o consumidor. A venda digital tirou um pouco isso e marcas deste perfil tendem a ter menos processos e melhor aplicação do live commerce”, encerra.

O Customer Experience (CX) está ligado à Cultura?

No atendimento, rapidez, conveniência, consistência e amistosidade são peças-chave, amparadas pelo estratégico toque humano.
Customer Experience (CX) tem a ver com tudo aquilo que uma pessoa pensa ou sente depois de interagir com uma marca, seus produtos e serviços. Isso inclui todos os pontos de contato, canais de atendimento para informação, venda e pós-venda, sejam físicos, telefônicos ou digitais.

Uma boa experiência acontece quando a pessoa se sente ouvida e valorizada. No atendimento, rapidez, conveniência, consistência e amistosidade são chave, amparadas por um pilar estratégico: o toque humano. A tecnologia, os processos e os protocolos não podem se tornar obstáculos à fluidez da experiência.

Existe um conjunto robusto de ferramentas e recursos de design voltados para CX, mas para que o toque humano seja autêntico e a experiência cativante, há um aspecto fundamental, que não pode ser negligenciado de maneira alguma: a cultura organizacional e a experiência do colaborador ou EX.

Quando existe clareza sobre valores, propósito e estratégias da organização e quando estes fatores estão alinhados entre si e com o discurso, propostas de valor e posicionamento da marca, assim como aos incentivos da empresa, é natural que estejam refletidos em tudo aquilo que ela faz. O grande desafio é atingir este “zen” e manter os chakras do negócio alinhados.

Ações dizem mais do que palavras
O exemplo é mais poderoso do que qualquer discurso. Neste sentido, os valores de uma organização se encontram nos parâmetros, explícitos ou não, que norteiam as decisões e as relações no dia a dia do negócio – muito mais do que em frases de efeito nas paredes do escritório ou no website da empresa.

experiência-do-cliente

É nas ações observáveis e na dinâmica do cotidiano que se forma a cultura de uma organização. Uma cultura forte começa pela honestidade e transparência a respeito daquilo que efetivamente se valoriza dentro da empresa. Quando o alinhamento se dá em torno de valores compartilhados, ele acontece de forma muito mais natural, especialmente quando existe um propósito no negócio que contribui com uma causa justa.

Partindo desta premissa, a marca que se propõe a oferecer uma excelente experiência aos seus clientes deve começar este trabalho olhando para dentro. Quanto maior a organização, maior a importância de haver clareza a respeito dos elementos fundamentais da sua cultura, inclusive para que a armadilha do microgerenciamento, da dinâmica de comando e controle, possa ser evitada. Os sistemas baseados nessa dinâmica são incompatíveis com um mercado que exige inovação constante e agilidade, assim como são incompatíveis com a ideia de empoderamento dos colaboradores, algo essencial para que possa existir o “toque humano” em todos os pontos de contato.

“Contrate caráter, treine habilidades”. A máxima de Peter Schutz, executivo que conduziu a Porsche entre 1981 e 1987, encaixa-se perfeitamente aqui. Os guardiões da cultura são, em essência, os fundadores e/ou os líderes de uma organização. Cabe a eles contratar, avaliar e incentivar seus colaboradores segundo os princípios da cultura que querem sedimentar. A experiência do cliente deve ser resultado de tudo isso, não algo que é pensado e modelado a despeito disso.

*Mauricio Soares é sócio-fundador da ARCA

Ranking IBEVAR – FIA 2021: as maiores e mais admiradas empresas

Em evento ao vivo e on-line, com convidados especiais, foram conhecidos os vencedores nas mais diversas categorias da 12ª edição do ranking.

A divulgação do Ranking IBEVAR-FIA 2021 aconteceu no último dia 16/09, evento ao vivo e on-line, com convidados especiais. Participaram no estúdio da True Education o Prof. Dr. Claudio Felisoni de Angelo – presidente do Conselho do PROVAR, professor titular da FEA-USP e idealizador do MBA Varejo da FIA –, e Alê Costa – fundador da Cacau Show e patrono do evento.

Estavam presentes também o diretor executivo da True Education, o presidente da FIA – Roberto Sbragia, a diretora executiva do IBEVAR Patrícia Cotti e coordenadores da FIA – LABFIN.PROVAR, além da participação em vídeo de todos os premiados.

Confira as melhores empresas colocadas no Ranking IBEVAR – FIA 2021:

As empresas mais admiradas pelo varejo brasileiro por segmento:
Alimentação
Vencedor: Cacau Show

Artigos para o lar
Vencedor: Etna

Brinquedos
Vencedor: Ri Happy

Franquia
Vencedor: Cacau Show

Super e hipermercados
Vencedor: Carrefour

Loja de departamentos
Vencedor: Lojas Americanas

Comércio eletrônico
Vencedor: Lojas Americanas

Material de construção
Vencedor: Telha Norte

Moda
Vencedor: Riachuelo

Farmácias e drogarias
Vencedor: Pague Menos

Atacado
Vencedor: Atacadão

Fast food
Vencedor: Mc Donald’s

Pet shop
Vencedor: Petlove

Livrarias
Vencedor: Saraiva

Esporte
Vencedor: Centauro

Beleza e cuidados pessoais
Vencedor: Eudora

Eletroeletrônicos, eletrodomésticos e móveis
Vencedor: Via Varejo

Melhor atendimento durante a pandemia segundo o público consumidor
1º lugar – Leroy Merlin
2º lugar – Mc Donald´s
3º lugar – Magazine Luíza

Empresas mais admiradas pelos seus colaboradores
1º lugar – Magazine Luiza
2º lugar – Lojas Zema
3º lugar – Móveis Gazin

Prêmio de maior diversidade de gênero em cargos de Direção e Conselho nas empresas
1º lugar – Renner
2º lugar – Hering
3º lugar – Marisa

Os CEO’s do varejo mais presentes na Mídia: Economia e Mercados
1º lugar – Frederico Trajano Rodrigues (Magazine Luiza)
2º lugar – Flávio Gurgel Rocha (Riachuelo)
3º lugar – Alê Costa (Cacau Show)

Prêmio de Inovação no Varejo

O prêmio de inovação no Varejo foi desenvolvido pelo Comitê de Tecnologia e Inovação (liderado por Lúcio Moraes, Diretor de Transformação Digital e Líder de Negócios de Varejo Teltec Solutions) junto com o Comitê de Varejo Digital (por Mauricio Andrade, Diretor de Soluções para Bens de Consumo, Varejo e Distribuição Latam Capgemini Brasil). Empresas premiadas nas seguintes categorias:

Inteligência de Dados e Cultura de Data-Driven
Leroy Merlin

Sustentabilidade: Índice Aproveitômetro
Carrefour

Diversidade e Inclusão: Projeto Americanas na Favela
Lojas Americanas/B2W Digital

Varejo Digital B2B
Plataforma Pet 2 Pet

Varejo B2C
Projetos do Grupo Soma

Personalização e Aplicação Tecnológica
Portobello

Maior premiação da história do Ranking IBEVAR – FIA

Completando a premiação, foi concedida uma bolsa de estudos de 100% no curso de MBA Gestão de Negócios e Valorização da Empresa, no valor total de R$ 500.000,00, distribuída entre todas as empresas premiadas pelo Ranking IBEVAR-FIA 2021.

Esse presente demonstra a preocupação do Prof. Carlos Eduardo Furlanetti, diretor da FIA – Núcleo LABFIN.PROVAR, com o desenvolvimento dos profissionais do varejo por meio da Educação

4 em cada 10 brasileiros consideram o digital como principal canal de compra

O Brasil é o quinto país que mais faz uso de smartphone no mundo, de acordo com a Gartner.
Esse é um dos fatores que explica o grande acesso do brasileiro ao mercado de compra on-line, segundo pesquisa do Google feita em 2020, 4 em cada 10 brasileiros preferem o digital para fazer compras. “O mobile marketing é outro dos principais fatores de crescimento do e-commerce brasileiro. Podemos perceber que é uma das principais estratégias das empresas para aumentarem o seu número de consumidores”, afirma Bruno Niro, Co-fundador e diretor financeiro da Adaction, startup focada em campanhas de CPA em mobile marketing.

De acordo com a 7ª edição do Monitor Acision de Valor Agregado Móvel (MAVAM), 49% dos entrevistados estão dispostos a aceitar ações de mobile marketing durante o seu uso. Ainda de acordo com um relatório da WebShoppers, o faturamento entre os dias 17 de março e 27 de abril de 2020 com o comércio on-line foi de R$8,4 bilhões.

Hoje, a forma mais comum de uma empresa se comunicar com o seu cliente é o SMS, com envio de mensagens curtas sobre novidades das empresas, promoções, convites para eventos, entre outras informações. Outra ferramenta que auxilia bastante nessa estratégia digital é o Whatsapp.

Mas a novidade do momento para quem quer atrair novos usuários para um aplicativo ou aumentar as vendas é o formato conhecido como “in-app”, onde através de uma adnetwork você gera anúncios para o seu negócio dentro de milhares de aplicativos “Este tipo de formato tem nos ajudado muito a aumentar as conversões dos nossos clientes. Podemos perceber todo esse crescimento em nossos cases, em relação ao mercado financeiro, tivemos um aumento de 146,95% do primeiro semestre de 2019 para o mesmo período de 2020, e neste ano a ampliação foi de 314,71%, gerando assim mais de 3 milhões de aberturas de contas para os nossos clientes do setor bancário apenas este ano. Isso mostra o quanto esse mercado tende a continuar crescendo”, finaliza Niro.

Prazo de entrega é principal crítica dos consumidores sobre e-commerces chineses

Reclame Aqui realizou pesquisa sobre o assunto entre os dias 23 e 25 de agosto com mais de 24 mil clientes.
O prazo de entrega e as questões relativas ao reembolso são as mais criticadas pelos consumidores que fazem compras em portais de e-commerce da China, segundo pesquisa realiza pelo Instituto Reclame Aqui. O levantamento foi realizado entre os dias 23 e 25 de agosto e contou com a participação de mais de 24 mil consumidores.

“Os marketplaces chineses entraram definitivamente na rotina de compra dos brasileiros”, destaca o CEO do Reclame Aqui, Edu Neves. A pesquisa mostra que 56,5% dos entrevistados já compraram em sites que importam suas mercadorias da China, como AliExpress, Shein e Shopee.

Dentre os milhares de pedidos mensais, os segmentos de eletrônicos e acessórios, de roupas e de produtos de beleza são os que mais concentram encomendas com, respectivamente, 21%, 18% e 11%.

Na análise dos motivos que levam os consumidores a optarem por comprar nas plataformas chinesas, a resposta que lidera a pesquisa é o preço dos produtos, com 54% dos entrevistados pontuando esse fator. “Os preços agressivos tornam as ofertas brasileiras muito mais altas. Isso faz com que o consumidor tope o risco inerente de comprar diretamente da China”, ressalta Neves.

Mais da metade dos consumidores que compraram em sites chineses (55%) destacou que o que mais deveria ser melhorado é o prazo de entrega. Em seguida, aparece o atendimento ao consumidor após a venda, com 26% das respostas.

Para Edu Neves, o desafio do consumidor é conseguir garantir confiança nesse tipo de compra. “Do outro lado, esses marketplaces devem tentar oferecer cada vez mais transparência, velocidade de entrega e qualidade na solução de conflitos.”

Compra em sites brasileiros
Quando questionados sobre compras em e-commerces brasileiros, 82% disseram que possuem o costume de fazer isso. Os motivos que os fazem não comprar em sites chineses são as questões de confiança na plataforma e a distância.

Entre o volume de compras nos pedidos em sites brasileiros, a categoria de eletrônicos (TV, videogame, tablet, notebook) é a que concentra maior volume de pedidos, com 18,6%. Ela é seguida pelos eletrodomésticos de linha branca, com 13,6%, e a compra de calçados, com 12,7%.

Como o abismo da inclusão digital afeta o e-commerce

Anos atrás, parecia fácil descrever o estereótipo do “internauta”: jovem, tatuado, que fala inglês e interessado em tecnologia. Por muito tempo, tudo que estava on-line, incluindo as vendas, era voltado para esse tipo de usuário. Mas focar nesse perfil até hoje é um erro que precisa ser corrigido.

No Brasil, existem 152 milhões de internautas com mais de 10 anos de idade, o que corresponde a 81% da população. No entanto, o acesso à internet não é igual entre todos. Esse fato chama a atenção para os desafios da inclusão digital em um país de desigualdade social, sobretudo, ao considerar que essas pessoas podem ser consumidores em potencial.

“Apesar de o brasileiro estar comprando mais on-line, o e-commerce não é tão disseminado para classes C, D e E quanto para A e B. Mas isso deve mudar”, pontua Renato Meirelles, presidente e fundador do Instituto de Pesquisa Locomotiva. O executivo participou do Fórum E-Commerce Brasil – Grand Connection, na terça-feira (14).

Ele ressalta o crescimento da participação de classes de baixa renda no consumo e nas vendas pela internet, impulsionadas pelas dificuldades causadas pela pandemia. “Dois terços dos brasileiros perderam renda durante a pandemia. Mas, entre os conectados, dois terços mantiveram ou aumentaram a renda nesse período. Estamos vendo um modelo de geração de renda em uma camada importante da sociedade brasileira. Isso faz com que essas pessoas ‘realimentem’ o ecossistema do e-commerce. Para isso, antes temos que superar problemas estruturais da sociedade de acesso digital”, avalia.

Barreiras de acesso
Uma das principais barreiras de acesso pode ser notada pela questão geracional: 96% dos jovens entre 16 e 24 anos estão conectados, enquanto apenas metade dos idosos de mais de 60 anos são usuários de internet.

A renda econômica e a localização do indivíduo é outro tópico responsável por mais um “gap digital”. Os mais ricos e moradores de áreas urbanas são mais conectados do que os mais pobres e que vivem em áreas rurais.

A barreira educacional também afeta os usuários, sendo os estudantes de escolas privadas e com nível superior os mais digitalizados.

Em uma perspectiva mais aprofundada, avaliando o universo de conectados, Meirelles aponta limitações que os brasileiros enfrentam em seus cotidianos on-line. Para apresentar as diferentes formas de exclusão experimentadas pelos usuários, sobretudo das classes C, D e E, o Instituto Locomotiva criou o “Índice de Privação Online”.

“Somente 29% dos usuários ainda fazem parte daquele estereótipo de internauta que pensávamos há alguns anos, que são considerados os ‘plenamente conectados’ e são, em maioria, brancos, escolarizados e das classes A e B”, afirma o fundador do instituto.

No índice, é possível encontrar outros três grupos: os “parcialmente conectados”, que representam 26% dos brasileiros com acesso à internet e fazem parte das classes C e D; os “subconectados”, 25%, das classes D e E; além dos 20% que formam os “desconectados”, composto por pessoas mais velhas, não alfabetizadas, das classes C, D e E.

Desigualdade digital
Meirelles afirma que a renda está totalmente ligada a esses grupos, construindo o que ele chama de “abismo digital”. “Esses brasileiros não conseguem ter uma relação igual com a internet, o que acaba criando um ciclo vicioso na sociedade, porque afeta também o acesso dessas pessoas à escola, trabalho e qualidade ou existência de conexão à internet”.

Essa desigualdade pode ser observada por dois eixos: a infraestrutura e o letramento digital. Com a infraestrutura nacional de Telecom sobrecarregada e a distribuição de sinal desigual entre áreas urbanas e periféricas, a conexão para os mais pobres é drasticamente afetada.

O pouco investimento em equipamentos públicos à disposição da sociedade e as limitações de dados oferecidos pelas operadoras para o acesso à internet domiciliar e individual contribuem para acentuar a lacuna entre as classes sociais. Ou seja, sem acesso, é difícil exigir habilidade dos menos favorecidos para o uso da internet.

Ao compreender o cenário econômico do consumidor, é possível concluir que a defasagem no letramento digital do brasileiro e a infraestrutura precária comprometem negativamente o resultado de vendas on-line. Contudo, é também uma chance de perceber o quanto o e-commerce poderia crescer se a desigualdade for superada.

“Estamos em um jogo de ‘rouba-monte’ em vez de crescimento e temos o desafio de fazer com que essa situação não se perpetue”, conclui Meirelles, que sugere como ponto de partida a exigência de políticas públicas que garantam o acesso à internet como um direito fundamental do cidadão. “Se não for por valores sociais, que seja por inteligência: o abismo digital atrapalha os lucros”.