Amazon amplia alcance de sua loja on-line para aplicativos e jogos de terceiros

Empresa permitirá que as pessoas em jogos, dispositivos móveis, web e aplicativos de realidade aumentada comprem itens relacionados ao mundo real sem deixar a experiência.

A Amazon começará a inserir sua loja on-line em jogos eletrônicos e aplicativos móveis feitos por outras empresas, o mais recente esforço para estender o alcance da gigante do comércio eletrônico além de seu amplo mercado on-line.

Com o Amazon Anywhere, apresentado nesta terça-feira (09), a empresa permitirá que as pessoas em jogos, dispositivos móveis, web e aplicativos de realidade aumentada comprem itens relacionados ao mundo real sem deixar a experiência.

O serviço será lançado no Peridot, um jogo de realidade aumentada com animais de estimação virtuais da Niantic, desenvolvedora de Pokémon Go, informou a empresa em um blog.

Um vídeo mostra um comprador vinculando sua conta da Amazon ao jogo e comprando uma camiseta, que é entregue em um depósito da Amazon.

A empresa há muito tenta canalizar usuários para sua loja, inclusive por meio de um programa de longa data que oferece uma parte de cada venda a parceiros que publicam links para listagens da Amazon.

Agora, enfrentando uma concorrência cada vez maior da Shopify e de outros vendedores de softwares sofisticados de comércio eletrônico, a Amazon procurou estender seu alcance a outros cantos da internet. Um programa chamado Compre com Prime, lançado em janeiro, permite que os assinantes Prime usem o serviço de frete rápido ao fazer compras em outros sites.

Relatório Neotrust E-commerce 1T23

A Confi Neotrust empresa especialista em dados e inteligência sobre o e-commerce brasileiro, apresentou o relatório de desempenho do primeiro trimestre de 2023.

Com uma base composta por dados transacionais de vendas capturadas em tempo real a Confi Neotrust produz estudos sobre o desempenho do e-commerce, suas projeções, últimas estatísticas e tendências.

Na edição do primeiro trimestre de 2023 o Relatório Desempenho do E-commerce apresenta:

• A tendência do movimento no mercado;
• Os setores que mais ganharam no primeiro trimestre;
• Performance dos diferentes métodos de pagamento no Brasil;
• Os efeitos do Dia do Consumidor no e-commerce brasileiro;
• Projeções e estatísticas;

O estudo completo já está disponível para download na Biblioteca do RadarIC e pode ser acessado em: Relatório Neotrust Desempenho E-commerce 1T23

Pesquisa Dia das Mães 2023: dados e expectativas para e-commerce e lojas físicas

Dia das Mães 2023 deve crescer 3,8% em intenção de compra em relação ao último ano.
Para este Dia das Mães, a Conversion fez uma pesquisa com 400 brasileiros conectados à internet para saber quais são as expectativas do consumidor e entender as tendências de compra.

O Dia das Mães é a segunda data mais importante para o varejo, ficando atrás somente do Natal. É muito cultural para o brasileiro homenagear a mãe nesta data e essa tendência de presentear na ocasião cresce a cada ano, principalmente após a crise causada pela pandemia do Coronavírus. De acordo com a pesquisa realizada pela Conversion, 94% dos consumidores pretendem comprar ou já compraram presentes para o Dia das Mães. Isso mostra um crescimento de 3,8% na intenção de compras em comparação com 2022.

Segundo os resultados da pesquisa, 52,1% dos entrevistados planejam fazer suas compras online, o que indica uma tendência de crescimento nas vendas do setor de e-commerce em relação às lojas físicas.

O objetivo do relatório é entender como os e-commerces podem se preparar em relação às ações dos consumidores digitais.

Para uma análise de eventos sazonais, em alguns momentos usaremos o estudo também feito pela Conversion sobre a Black Friday 2022. Isso permitirá uma melhor compreensão das mudanças nas preferências e comportamentos dos consumidores em diferentes ocasiões ao longo do ano.

Conheça o estudo completo disponível na Biblioteca do RadarIC clicando em: Pesquisa Dia das Mães 2023 – Expectativas para o e-commerce e lojas físicas

Relatório Setores do E-commerce Conversion: Dia da Mulher impulsiona e-commerce brasileiro após quatro meses de baixa

A Conversion apresenta o novo Relatório Setores do E-commerce no Brasil: mensal, gratuito, análises de audiência, setores, canais de tráfego e rankings dos maiores sites de cada categoria.

A primeira data comemorativa de peso do ano – o Dia da Mulher, no começo de março – impactou positivamente o tráfego das plataformas de e-commerce brasileiro.

Depois de uma queda de quase 15% em fevereiro, o número de acessos subiu 8% no mês seguinte, alcançando 2,31 bilhões de visitas únicas, segundo o Relatório Setores do E-commerce da Conversion.

Foi a primeira alta no tráfego do comércio eletrônico do país em quatro meses – puxada principalmente pelos acessos via web (9,2%).

Diego Ivo, CEO da Conversion, acredita que só a ocasião da data sazonal não explica o desempenho de março. Para ele, entra nessa conta o próprio contexto econômico do país e a situação financeira das famílias nessa época do ano.

Confira o relatório completo disponível na Biblioteca do RadarIC: Relatório Setores do E-commerce no Brasil Abril/2023 – Dados referente a Março 2023

Consumo apático se espalha e afeta até varejo resiliente

Juros elevados, inadimplência e fraco volume afetam operações; redes ainda enfrentam questões pontuais de seus próprios negócios.

A apatia que predomina no ambiente de consumo tem afetado não apenas as empresas menos resilientes à períodos de crise de demanda, mas também companhias de “primeira prateleira”, historicamente mais protegidas das crises econômicas.

Juros elevados, que levam a uma desaceleração do ritmo de consumo por um período mais longo que o previsto pelas empresas, e questões pontuais de cada negócio têm contaminado o humor do mercado – e, por tabela, o desempenho no ano de ações de redes líderes como Renner, Assaí e Carrefour (Atacadão). Soma-se a isso o impacto da escassez de crédito, após o escândalo contábil na Americanas, e a taxa de inadimplência das famílias ainda resistente.

Como resumiu ontem o sócio de uma gestora, “o investidor não tem dado mais o benefício da dúvida a quase nenhuma empresa de consumo pelo que se prevê para este semestre, que já está meio perdido para o varejo”, diz.

Como se não bastasse o baque que as redes têm sentido com a escalada nos juros desde o ano passado, que eleva as despesas financeiras, os números dos balanços do primeiro trimestre mostram taxas de crescimento da receita nominal em desaceleração frente a 2022, e retomada de pressões em gastos fixos. As vendas têm subido mais forte em casos de comparações mais fracas com 2022 e no varejo para classe de alta renda.
Ontem (04.05), o site do Valor noticiou a onda de cadeias de capital aberto vendendo ativos, como lojas, depósitos e até a sede (caso do GPA) como forma de reduzir alavancagem, e num cenário de incerteza sobre a retomada.

“Há uma questão neste ano, e que não víamos antes, que é essa ‘gordura’ que o comércio tinha, com a taxa de expansão na receita bem acima do crescimento do volume. Isso vinha ajudando parte do varejo até ano passado”, disse diz Fabio Bentes, economista senior da CNC, a confederação do comércio.

“Essa ‘gordura’ refletia a capacidade de as empresas fazerem os seus repasses de preços ao cliente, algo que diminuiu neste ano com a deterioração contínua no ambiente macro. Há uma inércia no consumo que se arrasta há muito tempo e isso vai contaminando mesmo setores mais protegidos, como alimentos” disse.

Dados da CNC que cruzam receita e volume, utilizando os números da pesquisa de comércio do IBGE, mostram que a receita nominal chegou a subir pouco mais de 15% em março do ano passado – no primeiro bimestre, crescia 14,3%, para um volume que subia 1,5%. Já neste ano, essa receita avançou menos, 13,8%, na média do primeiro bimestre, para um volume que também perdeu o fôlego, e subiu 1,3%. O “gap” entre as taxas nos períodos, ou seja, a “gordura”, como diz a CNC, encolheu.

Esse movimento de repasses aos preços em moda e varejo eletrônco cresceu em 2022 como forma de proteger margem. Bentes reforça que mesmo com o recente desaquecimento da inflação, não há efeito imediato em consumo. Isso porque a renda continua comprometida em patamar elevado – com base em dados do Banco Central, esse nível atingiu recorde de 18 anos da pesquisa neste ano. E certos segmentos, como alimentos, não crescem de forma acelerada quando há melhora em renda. “Ninguém passa a comer mais porque a inflação cai, a renda vai a outras áreas, como serviços.”

O comando do Carrefour citou, nesta semana, a desaceleração da inflação de preços ao consumidor, que afeta a receita nominal em vendas “mesmas lojas” (com mais de um ano), e a competição mais acirrada no atacarejo. Esse segmento vem crescendo de forma mais forte, mas tem sentido, além da “desinflação”, a canibalização maior após aberturas em ritmo acelerado, disse na quarta-feira o CEO do Carrefour, Stéphane Maquaire.

O grupo teve alta de 5,7% nas vendas “mesmas lojas” até março, abaixo do previsto por analistas.
No balanço do primeiro trimestre, o rival Assaí menciona resultados das ações tomadas para o aumento das vendas, mas cita impacto do ambiente macro e da base de comparação forte. Desde janeiro, as ações de Carrefour e Assaí caíram 36,5% e 39,5%, respectivamente, e o Ibovespa recuou quase 4%.

Questões específicas ligadas à cada negócio também tem afetado esses papéis na B3. “No atacarejo, há uma questão de mercado muito ofertado em número de lojas, além da canibalização dos pontos”, disse Alberto Serrentino, fundador da Varese Retail.

Analistas ainda citam desafios de integração de negócios, no caso do Atacadão (comprou a rede Big) e do Assaí (comprou lojas do Extra), que acontecem exatamente nesse período mais difícil, e que elevam despesas operacionais, junto com a alta nas despesas financeiras pelos juros.

Outra varejista, também líder em seu mercado, a Renner sentiu, no primeiro trimestre, uma reação negativa à estratégia da empresa de lançar coleção inverno com preço “cheio”, e reviu seus posicionamento após março, disse ontem o comando do grupo. O mercado já aguardava uma desaceleração após a rede já ter sinalizado a investidores dificuldades no período. Isso afetou a ação nas últimas semanas – no ano, a ON da Renner cai 20%, também acima do recuo do Ibovespa de 4%.

A varejista disse que entrou o primeiro trimestre muito estocada e precisou reduzir esse volume e, ao mesmo tempo, decidiu cancelar a coleção de transição, normalmente criada entre as quatro estações. E ainda preferiu antecipar a coleção inverno de 2023. Essa estratégia já havia sido usada em 2022, mas neste ano não funcionou. A venda de janeiro a março subiu 2,2% (se descontar a Camicado cresceu 3,5%).

Foi feito um repasse de preços que “feriu o consumidor” e a venda desacelerou após março, disse ontem o CEO da Renner, Fabio Faccio, em teleconferência, reforçando que desde abril, há sinais mais positivos dos ajustes feitos.

“O momento está um pouco difícil, o ambiente não nos ajuda muito, e o tempo [clima] e o ambiente ‘macro’ são incontroláveis, mas a empresa tem que ajudar. Podemos não ter feito bem, mas a equipe está unida trabalhando”, disse o presidente do conselho de administração da rede, José Galló, durante evento anual com investidores ontem.

Ainda nesta semana, após a divulgação pela Arezzo de seus números de janeiro a março – mesmo com vendas acima do esperado pelo mercado – mesmo com vendas acima do esperado pelo mercado – as ações da empresa caíram 5,7% no pregão. Número mais fraco em margem bruta, dizem gestores ouvidos, ajudou a afetar o humor dos investidores. A ação da varejista cai 19,7% no ano.

Levantamento feito pelo Valor Data, sobre balanços das empresas no fim de 2022 já indicava esse cenário mais complexo. A receita líquida das varejistas e indústrias de consumo do país, presentes na base no Ibovespa (são 12 companhias), subiu 22,6% de outubro a dezembro, e as despesas operacionais cresceram 25,4%. Já o valor do ebit, indicador que mede o lucro operacional (antes dos efeitos de despesas financeiras) subia apenas 3%. A margem bruta no período encolheu 0,4 ponto, para 25,8%, a e a margem ebit diminuiu 0,9 pontos, para 4,5%.

Brasil se destaca no cenário global com crescimento expressivo do mercado de varejo e e-commerce

O Brasil tem se destacado no cenário global com o crescimento expressivo do mercado de varejo e e-commerce nos últimos anos. Esses setores têm registrado um aumento significativo no país, impulsionados pela maior adesão à tecnologia e pela mudança nos hábitos de consumo da população.

Um dos principais fatores que contribuem para esse crescimento é a crescente adesão das empresas aos marketplaces, como a Amazon, que tem ganhado espaço no mercado brasileiro. A gigante do e-commerce americana desembarcou no Brasil em 2012 e, desde então, tem ampliado sua presença e atuação no país.

Além disso, a adoção de estratégias de marketing, como a oferta de cupons de desconto, tem se mostrado uma prática eficaz para atrair consumidores e fidelizar clientes. Essa é uma tendência que tem sido cada vez mais comum no varejo brasileiro e tem contribuído para o crescimento do setor.

Crescimento do e-commerce
O Brasil tem se destacado no cenário global com o crescimento expressivo do mercado de varejo e e-commerce. De acordo com dados recentes divulgados pela Ebit Nielsen, o faturamento do comércio eletrônico no país cresceu 41% em 2022, totalizando R$ 238 bilhões. Esse aumento foi impulsionado principalmente pela pandemia, que acelerou a digitalização das empresas e dos consumidores.

Esse crescimento é resultado da maior adesão da população à tecnologia e da mudança nos hábitos de consumo, que têm impulsionado o comércio eletrônico no país. Além disso, a pandemia do novo coronavírus acelerou ainda mais esse processo, levando muitos consumidores a optarem pelas compras online como forma de evitar aglomerações em lojas físicas.

Marketplaces em ascensão
Os marketplaces, plataformas de venda online que reúnem diversos vendedores em um único lugar, também têm se destacado no cenário do e-commerce brasileiro. Grandes empresas, como a Amazon, Magazine Luiza e Mercado Livre, são exemplos de marketplaces que têm ganhado espaço no mercado brasileiro.

Essas plataformas têm se tornado cada vez mais populares entre os consumidores, que buscam praticidade e comodidade na hora de comprar produtos pela internet. Além disso, a adesão dos vendedores a essas plataformas têm permitido que pequenos e médios negócios possam ter uma maior visibilidade e alcance de clientes.

Oferta de cupons de desconto
A oferta de cupons de desconto tem se mostrado uma estratégia eficaz para atrair clientes e fidelizar consumidores no mercado de varejo e e-commerce. Essa prática tem sido cada vez mais comum entre as empresas brasileiras, que utilizam os cupons como forma de incentivar as compras online e de conquistar novos clientes.

Grandes empresas do varejo, como Magazine Luiza e Casas Bahia, são exemplos de empresas que têm adotado essa estratégia em suas operações online. Além disso, existem diversos sites e aplicativos que oferecem cupons de desconto para diversos estabelecimentos comerciais no Brasil, como forma de incentivar o consumo e as vendas.

Aumento no uso de cupons de desconto
Outro fator que impulsiona o mercado de e-commerce e varejo no Brasil é o uso de cupons de desconto. Cada vez mais populares, os cupons de desconto são utilizados por consumidores em busca de economia nas compras. Houve um aumento de aproximadamente 50% no uso de cupons em compras online no Brasil durante a pandemia. Essa tendência é refletida nas empresas, que estão investindo cada vez mais em promoções e descontos para atrair consumidores.

A Amazon Brasil também está presente nessa estratégia, oferecendo cupons da Amazon em seus produtos e serviços. A empresa lançou recentemente uma campanha de cupons, que oferece descontos em categorias como eletrônicos, livros e moda. Essa iniciativa é uma forma de conquistar novos clientes e fidelizar os antigos.

Perspectivas para o futuro
O mercado de varejo e e-commerce no Brasil apresenta um cenário de crescimento contínuo e expressivo, mesmo diante de desafios como a pandemia e a crise econômica. A perspectiva é de que esse setor se mantenha em ascensão nos próximos anos, impulsionado pelo aumento do acesso à internet e do uso de dispositivos móveis, bem como pela crescente demanda por comodidade e praticidade nas compras.

A entrada da Amazon Brasil no mercado de varejo e e-commerce do país representa uma concorrência forte para as empresas já estabelecidas, que precisam se reinventar para se manterem competitivas. Por outro lado, a presença da gigante norte-americana também pode trazer benefícios para os consumidores, que terão acesso a uma maior variedade de produtos e serviços, além de preços mais competitivos.

O uso de tecnologias e ferramentas como os marketplaces e os cupons de desconto são estratégias cada vez mais utilizadas pelas empresas para se destacarem no mercado e conquistarem novos clientes. No entanto, a qualidade do atendimento e a experiência do consumidor também são fatores fundamentais para a fidelização e para o sucesso no mercado de varejo e e-commerce.

Assim, é importante que as empresas estejam sempre atentas às mudanças do mercado e às necessidades dos consumidores, investindo em tecnologia, inovação e melhoria contínua para se manterem competitivas e em constante crescimento.

“Brusinha” barata: estudo compara preços da Shein, Renner e Riachuelo

Relatório do BTG Pactual mostra que roupas de varejistas locais, como Renner, Riachuelo e C&A, são até 400% mais caras do que as da Shein.

A Shein vendeu mais de R$ 7 bilhões em produtos no Brasil no ano passado, o que a alçou à posição de terceira maior varejista de moda no país, atrás apenas da Riachuelo e da Lojas Renner.

A varejista asiática, que era pouco ou nada conhecida por consumidores brasileiros até pouquíssimo tempo atrás, tinha potencial de alcançar a liderença no mercado de moda local ainda neste ano.

Segundo cálculos do banco BTG Pactual, a Shein faturaria algo como R$ 16 bilhões em 2023, mais do que dobrando seu volume de vendas. Mas a decisão do governo federal de aumentar a fiscalização sobre encomendas trazidas do exterior é um obstáculo para o plano.

A maior parte das remessas estrangeiras para o Brasil toma proveito do limite de US$ 50 para compras entre pessoas físicas – embora as remessas de empresas como a Shein tenham origem jurídica.

A promessa do governo é ser mais criterioso nas inspeções, o que deve aumentar o volume de encomendas taxadas pela Receita Federal.

Se confirmada, a nova realidade pode frear as vendas das varejistas no Brasil e deve retirar um importante diferencial competitivo da Shein: o preço.

Um relatório produzido pelo banco BTG Pactual divulgado na última terça-feira (2/5) mostra que as peças vendidas pela Shein (e que hoje vêm da China) são até 400% mais baratas do que as das suas principais concorrentes no Brasil – Lojas Renner, Riachuelo e C&A.

O banco levantou o preço médio de roupas e acessórios vendidos nos sites e lojas de moda e, ao final, estimou o custo de montar um “guarda-roupa” completo de cada marca. Veja comparativo no quadro acima do texto.

A maioria das peças sai mais em conta, se compradas na Shein. A única exceção são as blusas, que saem até 40% mais baratas nas concorrentes locais – as “brusinhas” da Shein, quem diria, são mais caras do que as brasileiras.

No saldo final, montar um guarda-roupa com peças da varejista asiática é mais vantajoso em todos os casos. O cliente da Renner pagaria quase 70% mais para comprar um conjunto de roupas e acessórios similares aos disponíveis na Shein.

Produção nacional
No mês passado, em meio à discussão sobre a tributação de produtos de varejistas estrangeiras, a Shein anunciou um investimento de R$ 750 milhões no Brasil.

O plano da empresa é firmar parcerias com fornecedores locais, para que 80% das vendas sejam de peças produzidas em solo brasileiro.

É possível que, ao nacionalizar sua produção, a Shein perca o diferencial de preço, uma vez que estará atuando sob a mesma estrutura de impostos e custos que suas principais concorrentes.

No relatório, o BTG lembra que o próprio processo de encontrar fornecedores locais e montar uma estrutura de produção em escala já é desafiador para empresas estrangeiras.

Esse foi o principal gargalo para a atuação da Zara no Brasil, por exemplo. Basta lembrar dos casos de trabalho escravo entre fornecedores da empresa, um episódio que maculou a imagem da Zara no país.

Por outro lado, a Shein parece ter algo que as varejistas estrangeiras não têm. Além do preço, seu diferencial competitivo mais forte é a capacidade de ler o gosto do consumidor, a produção rápida e em pequenos lotes e a forte presença nas redes sociais.

Isso, diz o BTG, deve preservar parte da força da Shein entre os consumidores brasileiros, mesmo que o preço das “brusinhas” aumente no médio prazo.

Taxação em compras internacionais: entenda o que muda

Recentemente, houve um grande debate sobre a revogação da isenção de taxas para compras internacionais no valor de até US$ 50 que entrassem no Brasil. Essa isenção era uma das medidas implementadas na década de 90 para incentivar as importações e o comércio exterior no país.

Entretanto, o Governo Federal decidiu há pouco revogar a medida, na intenção de nivelar a concorrência comercial entre lojas brasileiras e internacionais que se valiam da brecha para burlar a lei. A notícia pegou muita gente de surpresa e causou divisão de opiniões.

Recentemente, o Governo Federal revogou a isenção de taxas para compras internacionais no valor de até US$ 50 que entrassem no Brasil. Como isso afeta o mercado brasileiro?

Isenção no Brasil
Antes de entrarmos nessa discussão, é importante entendermos um pouco mais sobre a história dessa medida. A isenção foi criada no Brasil em 1991 e tinha como objetivo incentivar as importações e estimular o comércio exterior. Na época, a medida foi considerada uma importante ferramenta para a abertura do mercado brasileiro e a entrada de novos produtos no país, que vivia uma época de recessão econômica, conhecida como pré-plano real.

Com a isenção, os brasileiros podiam comprar produtos importados no valor de até US$ 50, sem pagar nenhum tipo de taxa ou imposto de importação. Isso fez com que muitas pessoas começassem a fazer compras em sites internacionais, especialmente aqueles que ofereciam produtos mais baratos do que os vendidos no Brasil. Com o tempo, a medida se tornou uma espécie de “direito adquirido” dos brasileiros e foi muito popular entre aqueles que faziam compras online.

Isenção revogada
No entanto, nas últimas semanas foi anunciada a decisão do Governo Federal de revogar a isenção de taxas para compras internacionais no valor de até US$ 50. A medida foi justificada como uma forma de dar ferramentas de controle ao sistema tributário do país e combater a sonegação fiscal. Segundo o governo, “empresas” que atuam na informalidade estavam se aproveitando da isenção para importarem produtos em excesso e revendê-los no mercado interno, o que prejudicava os empresários locais e a economia do país.

A revogação dessa MP que garantia a isenção de taxas para compras internacionais gerou grande polêmica nos últimos dias – houve principalmente confusão diante o anúncio. Muitas pessoas criticaram a medida e alegaram que ela vai prejudicar os consumidores, especialmente aqueles que não têm condições financeiras de pagar impostos adicionais nas compras internacionais. Alguns também argumentaram que a medida vai desestimular as importações e limitar a diversidade de produtos disponíveis no mercado brasileiro.

Por outro lado, defensores da revogação da isenção acreditam que a medida é necessária para combater a sonegação fiscal e proteger a economia do país. Eles argumentam que muitos brasileiros estavam abusando da isenção para importar produtos em larga escala e revendê-los no mercado interno, o que prejudicava os empresários locais e gerava perda de arrecadação para os cofres públicos.

Repercussão
Poucos comerciantes brasileiros perceberam que, ao receberem encomendas internacionais com destinatário não jurídico, acontecia a isenção. E isso se tornou um padrão de comportamento entre muitos comerciantes, que já assinalavam no ato da compra a necessidade do envio fracionado das mercadorias e a sonegação dos valores em nota.

Segundo estimativas do próprio Ministério da Fazenda, em 2022 os cofres públicos podem ter deixado de arrecadar algo em torno de R$ 6 bilhões em taxas de importação. Com isso, a mudança significa que pessoas que agiam na ilegalidade encontraram mais resistência na tentativa de fraudar o sistema, mas para o consumidor geral que já adquiria suas compras no mercado legalizado, como os grandes e-commerces, não acontecerá nenhuma alteração.

No fim das contas, a revogação da isenção de taxas para compras internacionais é uma medida controversa, e gera muitas discussões. É certo que ela terá um impacto significativo na vida dos brasileiros que fazem compras online, especialmente aqueles que dependem de produtos importados vendidos de forma ilegal. No entanto, também é importante lembrar que o governo tem o dever de proteger a economia do país e combater qualquer tipo de desvantagem competitiva. Com isso, é garantido que os preços sejam páreos, evitando a vulnerabilização dos postos de empregos, já que o comércio e o varejo são responsáveis por gerar mais de 40% dos empregos no país, segundo dados do último censo do IBGE, em 2022.

Como Shein e Shopee usam games para ‘prendê-lo’: conheça a gamificação do varejo

Apps utilizam estratégias para usuário acessar serviço todos os dias e deixar comentários sobre produtos

Antes de dormir, a artesã Simone Tomaz, 60, abre o aplicativo da Shopee e se distrai com joguinhos ao estilo do popular “Candy Crush” no próprio app. Não é só diversão: enquanto joga, ela acumula pontos que podem ser utilizados para compras. Entre uma fase e outra, assiste a anúncios que também garantem pontos e adiciona sugestões de produtos ao carrinho para comprar mais tarde. “Tem toda uma estratégia. O aplicativo fala para acessar uma loja nele por 30 segundos e ganhar moedas. Aí, vejo uma coisa interessante e adiciono ao carrinho”, descreve.

Ela é a cliente ideal de uma estratégia utilizada há anos por diferentes marcas, hoje aperfeiçoada por empresas como as chinesas Shopee e Shein. Como as redes sociais, o desejo das marcas é manter o consumidor o máximo de tempo possível no aplicativo e fazê-lo retornar, como um jogo de videogame em que é necessário passar de fase. É a “gamificação” do varejo.

“A grande estratégia por trás disso, a diversão e o entretenimento, é gerar algum tipo de engajamento para que a pessoa volte e continue comprando ou indique alguém”, pontua o professor de game design do curso de Sistemas da Informação da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) Vicente Martins Mastrocola. Na Shopee, por exemplo, 95% dos pedidos são feitos via smartphone. Os usuários passam, em média, 25 minutos só nos joguinhos do app todos os dias, segundo a empresa.

A ideia fundamental da gamificação é tão velha quanto os cartões de fidelidade que os restaurantes dão a clientes e os programas de milhagem das companhias aéreas. Mas ganham uma roupagem moderna e cada dia mais sofisticada com os apps de compras, que conseguem reunir um volume gigantesco de dados sobre o comportamento e preferências dos clientes. E não é coincidência que se concentrem nos celulares: eles são uma ferramenta preciosa para o marketing dessas empresas, explica o professor Mastrocola.

“O app está vinculado ao seu smartphone e pega alguns tipos de dados que o computador não pega, como geolocalização. Por isso, as marcas querem tanto que você compre pelo app e não pelo site e fazem um sistema de recompensa diferenciado. Alguns apps vinculam o login à conta de Gmail e do Facebook, porque, aí, têm acesso a mais dados”, avalia.

Graças à gamificação, o consumidor também encontra dezenas de comentários e fotos sobre os produtos nos aplicativos. Quem comenta, envia fotos da encomenda e ganha curtidas, recebe mais pontos nos apps. É a lógica das redes sociais aplicada ao consumo. “Eu não mandava avaliações quando comprava online antes, mas agora faço porque isso dá moedas”, reconhece Simone, do início da reportagem.

Só a gamificação, porém, não basta para convencer o cliente, destaca Mastrocola, da ESPM. “Ela é uma das muitas ferramentas para manter o consumidor engajado”, diz. E lembra que o preço baixo não deixa de ser um motor poderoso: “A boa e velha promoção, entrar no site e ter 30% de desconto, ou ‘pague um, leve dois’, é uma das coisas mais antigas que temos em marketing”.

A Shein, por exemplo, apoia-se em três pilares para tomar o mundo: preços baixos, oferta de estilo e marketing nas redes sociais, avalia a empresa de pesquisa de mercado Euromonitor International. Além de cobrar menos, em geral, do que as outras lojas de fast fashion, ela utiliza grandes bases de dados para guiar seus novos designs e investe alto em propagandas nas redes sociais. Outra aposta da marca é a inclusividade, especialmente para o tamanho plus size.

Como é o sistema de games e pontos das marcas
Shein
Cada cem pontos da Shein valem um dólar. Há várias maneiras de conquistá-los. Só de entrar no app todos e fazer um check-in, o usuário ganha pontos — e, assim, a marca fideliza o consumidor e garante que ele sempre verá promoções. Também é possível participar de jogos para ganhar pontos e cupons. Comentar um post garante cinco pontos, anexar uma foto vale dez e um comentário com informações de tamanho, dois. Confira o sistema de pontos completo da Shein.

Shopee
Comprar com cupons de cashback ou com vendedores indicados garante uma moeda Shopee a cada real gasto na plataforma. Como na Shein, também é possível ganhar pontos avaliando produtos e deixando comentários com foto — o que vale de cinco a dez moedas. O check-in diário no app participar de jogos é outra forma de acumular pontos.

Mercado Livre
O Mercado Livre aposta em um sistema de níveis de consumidor. Quanto mais você compra, mais avança na hierarquia e tem acesso a diferentes benefícios. São seis níveis, e as vantagens variam de descontos no frete a partir de determinado valor a acesso a serviços de streaming, como Disney+ e Star.

Quando as compras online se tornam um vício
“Olá, estou perdendo minha esposa para o aplicativo, ela não liga pra mim. Vive me pedindo dinheiro para comprar roupas e acessórios no aplicativo. Nosso casamento está prestes a acabar, sem falar que ela anda influenciando a própria filha menor e um monte de amigas”, diz um comentário registrado no site do Reclame Aqui. Talvez seja uma brincadeira irônica do usuário, mas também pode ser lido com a manifestação de um problema real.

Coordenador do grupo Devedores Anônimos de Belo Horizonte (DA BH), Vicente* não culpa as empresas ou as estratégias de gamificação pela compulsão em compras dos colegas. Mas avalia que as vendas online são parte do problema: “O perfil mais comum de devedor é o gastador compulsivo. Um dos grandes problemas deles são as propagandas na internet. A verdade é que as empresas querem vender, faz parte do objetivo delas fazer com que as pessoas gastem”, pondera.

Os DA utilizam a metodologia de passos dos Alcoólicos Anônimos (AA). As reuniões de BH, online, ocorrem às 19h30, aos sábados. A agenda e o link para participar no Zoom estão na página da instituição.

*Nome fictício.

E-commerce brasileiro registra primeira alta nos acessos em quatro meses

Acessos às plataformas de e-commerces saltaram 8% em março, puxados pelo Dia da Mulher; participação de marketplaces asiáticos aumenta.

A primeira data comemorativa de peso do ano – o Dia da Mulher, no começo de março – impactou positivamente o tráfego das plataformas de e-commerce brasileiro. Depois de uma queda de quase 15% em fevereiro, o número de acessos subiu 8% no mês seguinte, alcançando 2,31 bilhões de visitas únicas, segundo o Relatório Setores do E-commerce, da Conversion. Foi a primeira alta no tráfego do comércio eletrônico do país em quatro meses – puxada principalmente pelos acessos via web (9,2%).

Segundo a Conversion, o início do ano é marcado por uma situação financeira complicada das famílias. As dívidas contraídas no fim de 2022, com as compras de Natal, estão sendo liquidadas agora, o que permite que as pessoas possam voltar a consumir bens não essenciais ou mesmo para presentear alguém novamente.

O impacto do Dia da Mulher se vê melhor pelos setores mais acessados em março: o de Presentes e Flores registrou o melhor desempenho, subindo 17%. Além dele, o de Joias e Relógios também cresceu significativamente (13,3%). Ambos estão diretamente ligados a presentes costumeiramente dados na data.

Já o setor mais relevante do e-commerce, o de marketplaces, que engloba desde grandes redes de varejo até pequenos lojistas inseridos no mercado online, cresceu 9% no mês, atingindo 989,5 milhões de visitas – um aumento que também pode ser analisado a partir dos presentes procurados para o 8 de Março.

A melhora no mês foi tão significativa, na verdade, que somente um único setor analisado na pesquisa perdeu acessos: o de produtos para pets, que caiu sutilmente em 1,3%.

E-commerces asiáticos são os mais acessados

Como não poderia deixar de ser, o desempenho positivo de março afetou o tráfego das marcas. O Mercado Livre permanece na ponta, somando quase o dobro de visitas únicas do segundo lugar, a Amazon Brasil. Em março, a plataforma argentina cresceu 8%, chegando a 340 milhões de acessos. A Amazon, por sua vez, cresceu 13,7%, enquanto a Shopee teve uma alta mais tímida, de 4%.

Mas as plataformas asiáticas ganham tráfego mês a mês. Hoje, além da Shopee, a AliExpress já se consolidou na quinta colocação entre as mais visitadas, subindo seus acessos em 14% no mês passado. Com 82,2 milhões de visitas, ela vê a chinesa Shein – que ocupa a sexta posição – se aproximar, com 75,9 milhões.

Esses dados são ainda mais relevantes considerando as últimas discussões acerca da taxação de encomendas internacionais, visto que os e-commerces asiáticos retém grande parte da participação no mercado online brasileiro. Prova disso é que das 10 plataformas mais visitadas do País, um quarto é asiática.