Black Friday: PMEs estimam faturar mais de R$ 100 mi com e-commerce

Para o e-commerce, o mês de novembro já é sinônimo de Black Friday, uma das datas que mais movimentam o comércio digital no Brasil. Marcada para o dia 26 deste ano, a Black Friday 2021 será o segundo ano de ações promocionais após a grande transformação dos hábitos de consumo dos brasileiros, fenômeno impulsionado pelo isolamento social. A expectativa das pequenas e médias empresas é de que faturem mais de R$ 100 milhões na semana da Black Friday (de 23 a 29 de novembro), o que corresponde a um aumento de cerca de 67% no faturamento comparado com o mesmo período de 2020. Os dados são da Nuvemshop.

Segundo a companhia, novembro foi o mês do ano passado que registrou o maior faturamento, pedidos pagos e quantidade de produtos vendidos online pelas PMEs. “Essa grande relevância da Black Friday é uma tendência registrada nos anos anteriores e que se mantém para 2021, mesmo com as novas mudanças de comportamento de consumo verificadas nos últimos meses. Neste ano, observamos a retomada do varejo físico, acompanhada de um crescimento mais gradual do comércio eletrônico. Por isso, a Black Friday deve ter destaque em ambos os espaços, embora continue sendo muito forte no online”, explica Guilherme Pedroso, country manager da Nuvemshop no Brasil.

E-commerces de PMEs na Black Friday 2021

“Em 2020, tivemos a Black Friday mais digital da história, impulsionada pelo contexto de isolamento social. Neste ano, a expectativa é que o comércio eletrônico vivencie, novamente, um de seus melhores resultados, uma vez que muitos empreendedores digitalizaram seus negócios neste último ano e, inclusive, vários deles começaram o seu próprio negócio nesse período”, afirma Pedroso. Como efeito, uma das particularidades da Black Friday 2021 será a alta presença de e-commerces criados nesse período de um ano. De acordo com a Nuvemshop, cerca de 30% dos lojistas viverão a primeira Black Friday com a loja virtual, porque criaram o negócio há menos de um ano.

Dentre os segmentos que mais vendem no e-commerce ao longo do ano, os três principais são Moda, Saúde & Beleza e Acessórios. Para esses segmentos de lojas virtuais, na semana da Black Friday são esperados crescimentos de faturamento em 62% (Moda), 70% (Saúde & Beleza) e 32% (Acessórios) em comparação com a mesma semana em 2020.

Expectativas para meios de envio e de pagamento

Na Black Friday, o preço é, sem dúvida, o maior destaque aos olhos do cliente. Contudo, fatores como as opções de pagamento e de envio dos produtos são cada vez mais relevantes para a decisão de compra do consumidor. O levantamento “Compras e pagamentos em lojas online”, realizado pela Nuvemshop com consumidores em agosto deste ano, revelou que o Pix já é o segundo meio de pagamento mais usado, com 50% de adesão, atrás apenas dos cartões de crédito (nos formatos físico e digital). “Por isso, contar com empresas confiáveis de pagamentos no e-commerce e oferecer uma boa variedade de opções de pagamentos são escolhas essenciais para as PMEs e podem diferenciar o lojista de seus concorrentes”, reforça Pedroso.

Dentre os principais meios de pagamento oferecidos pelos e-commerces, o Pix é uma das apostas para a Black Friday deste ano, principalmente para compras de até R$ 200. Esse meio de pagamento foi lançado em novembro de 2020 e, devido à data, não houve tempo hábil para os e-commerces se adaptarem à novidade e oferecerem esse tipo de pagamento a tempo da Black Friday de 2020. Por isso, os especialistas destacam o Pix como meio de pagamento importante para este ano, dada a adesão crescente dele no e-commerce durante o ano. Em novembro deste ano, o Pix deve representar 7% das transações.

Outro fator relevante para o planejamento dos empreendedores no e-commerce para a Black Friday deste ano são as opções de envio. “A logística é um dos pontos fundamentais para o sucesso de um e-commerce. Um frete caro ou muito demorado pode ser um motivo de abandono do carrinho virtual de compras e pode se tornar um desafio para a ampliação das vendas de uma loja online para todo o território nacional”, afirma Pedroso.

“Uma pesquisa recente da Nuvemshop com consumidores revelou que 62% dos entrevistados desistiram da última compra online justamente por conta do valor da entrega. Vemos um movimento de PMEs cada vez mais procurando novos aplicativos e empresas de envio para diversificar as opções no e-commerce e para conseguir oferecer valores acessíveis para consumidores de diferentes estados”, completa o executivo.

Fonte : https://www.ecommercebrasil.com.br/noticias/black-friday-pmes-faturar/

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Em 2020, 13 milhões de brasileiros fizeram compras online pela primeira vez

Faturamento no comércio digital no Brasil foi de R$ 53,4 bilhões no 1º semestre do ano. Valor representa um aumento de 31% em relação ao mesmo período de 2020

Nos dois anos de pandemia, a grande maioria dos brasileiros comprou ao menos um item pela internet, seja uma roupa, um remédio ou até mesmo compras de supermercado. Até quem era avesso ao comércio virtual acabou se rendendo. Um estudo feito pela Webshoppers mostrou que 13 milhões de brasileiros fizeram compras online pela primeira vez em 2020, esse número equivale a população inteira da Bahia.

 Segundo o estudo, a entrada de novos consumidores somada aos já habituais provocou um boom no e-commerce brasileiro, que faturou, ainda segundo a Webshoppers, R$ 53,4 bilhões, somente no 1º semestre de 2021. Esse valor representa um aumento de 31% em relação ao mesmo período de 2020.

O levantamento mostra que do outro lado da ponta, cresce também o número de empresas colocando os negócios no campo do digital, o que exige uma expertise a mais para enfrentar a concorrência. “Uma das estratégias mais buscadas é o uso de ferramentas de automação, que permite, entre outras coisas, a análise prática e rápida dos preços oferecidos por empresas do mesmo setor. Em outras palavras, são robôs que acessam, coletam e estruturam dados da internet, minimizando erros, aumentando a produtividade e evitando uma discrepância de valor entre produtos iguais”, diz pesquisa.

Para João Drummond, CEO e fundador da Crawly, startup de desenvolvimento de robôs inteligentes para busca e coleta de dados, lançar mão dessa tecnologia vai além de apenas automatizar determinados trabalhos, antes feitos de forma manual. Para ele, os ‘bots inteligentes’ permitem, inclusive, gerar consumidores em potencial.

“O uso de plataformas de automação para pesquisa de dados em lojas virtuais e marketplaces permite, por exemplo, que empresas possam mapear seus concorrentes, identificar nichos de mercado em potencial e investir em marketing, vendas e logística com mais assertividade. A partir de informações de qualidade, é possível prever o comportamento de consumidores e oferecer melhores condições para comercialização de produtos na internet”, garante Drummond.

O investimento em ferramentas digitais faz ainda mais sentido diante de um outro dado levantado pelo mesmo estudo. Segundo a Webshoppers, os principais caminhos até a loja são os sites e as redes sociais. E se o ritmo do próximo ano seguir o de 2021, a expectativa é que o mercado digital seja inundado por outra leva de novos consumidores. Isso porque os três primeiros meses, de acordo com a pesquisa, foram os mais promissores para o ambiente virtual.

“Para além dos preços, com uma análise mais aprofundada sobre informações a respeito de produtos e vendedores (onde estão, quantos são e como estão sendo apresentados na internet), as empresas podem elaborar estratégias complexas de precificação, gestão de estoque e logística e de marketing de produtos, com foco em se tornarem mais atraentes aos consumidores que seus concorrentes”, completa o CEO.

Fonte : Correio Braziliense

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Sellers aggregators e o seu impacto no varejo digital

Já ouviu falar de empresas como Thrasio, Perch, Berlin Brands e Heyday? Elas lideram o emergente mercado de empresas agregadoras de marcas que operam por meio de marketplaces. Já foram mapeadas mais de 70 empresas como essas pelo mundo e que levantaram recentemente mais de US$ 7 bilhões em capital de risco para acelerar sua expansão.

O que é um agregador de sellers
Tais empresas agregadoras têm como modelo de negócio fazer a aquisição de diversas marcas pequenas e independentes que operam/vendem por meio de grandes marketplaces e que, suportadas pela infraestrutura da agregadora, podem multiplicar as suas vendas.

Para tornar realidade essa multiplicação dos resultados, as empresas agregadoras valem-se de uma robusta infraestrutura que passa a gerir as marcas de forma centralizada, oferecendo economia de escala na produção dos produtos, escala no marketing digital, ferramentas de gestão, infraestrutura financeira e uma equipe especializada em diversas práticas como SEO, CRM, comunicação e marketing, criação, logística, etc.

As agregadoras buscam adquirir marcas ainda em estágio de amadurecimento, mas que já possuem produtos sólidos e desenvolvidos. Marcas fortes e um público consumidor fiel (e muitas vezes nichado).

O recurso financeiro para fazer essas aquisições é decorrente das altas cifras de capital de risco levantadas com investidores. Tal configuração possibilita que grandes investidores possam alocar seu capital de forma estruturada em negócios pequenos e que podem apresentar um altíssimo potencial de crescimento, mas que usualmente estariam fora do radar desses fundos pelo seu pequeno porte.

Quem são eles
A maior parte dos agregadores está operando no mercado norte-americano e, por consequência, dedica-se integralmente a alavancar vendas no marketplace da Amazon. Cada agregador possui uma filosofia/visão de negócios diferente. Alguns focam em comprar muitas marcas pequenas (dezenas, centenas), já outros preferem comprar poucas marcas, porém mais desenvolvidas, com vendas mais consolidadas e uma base de clientes já estabelecida, assim como cada uma dessas empresas está montando uma plataforma/infraestrutura de alavancagem de vendas diferente e com enfoques distintos.

A maior e mais conhecida agregadora é a norte-americana Thrasio (nome inspirado em um guerreiro amazônico da mitologia grega), que levantou US$ 1,7 bilhões com investidores renomados como a Oaktree Capital, dando um valor de mercado para a empresa de US$ 4 bilhões. Desde sua fundação, em 2018, a Thrassio já comprou mais de 120 marcas que vendem mais de 15.000 produtos. Sua plataforma de alavancagem de vendas está principalmente baseada em serviços como suporte estratégico, laboratório de inovação, desenvolvimento de produtos, gerenciamento de reviews de consumidores, SEO, precificação, growth marketing, análise de performance, análise de dados, financeiro, supply chain, operação, gerenciamento de projetos, entre outros.

Outra empresa liderando esse mercado é a também norte-americana Perch. Com um posicionamento e uma infraestrutura similares ao da Thrassio, a empresa levantou US$ 900 milhões em capital de risco para sua estruturação e aquisições e deixa bastante claro no site qual o tipo de negócio/marca eles estão interessados em adquirir: empresas que vendem a maior parte dos seus produtos por meio do marketplace e da infraestrutura da Amazon (FBA – Fullfillment by Amazon), portfólio de produtos vencedores (alta demanda e alto giro), operando em categorias consolidadas e que já faturem US$ 1 milhão anualmente.

Os marketplaces evoluíram e amadureceram nos último dez anos e, como todos os mercados no mundo, quanto mais desenvolvidos, mais concentrados e mais competitivos eles se tornam. Os principais marketplaces globais, principalmente em mercados mais desenvolvidos como Estados Unidos, Europa Ocidental e Ásia, se tornaram ambientes de altíssima competição. Em mercados como esses, é esperado que se surja um movimento de concentração na busca de mais musculatura para tentar abrir vantagem frente à concorrência acirrada.

Amadurecimento e aumento da competição
Os marketplaces evoluíram e amadureceram nos último 10 anos e, como todos os mercados no mundo, quanto mais desenvolvidos mais concentrados e mais competitivos eles se tornam. Os principais marketplaces globais, principalmente em mercados mais desenvolvidos como Estados Unidos, Europa Ocidental e Ásia, se tornaram ambientes de altíssima competição. Em mercados como esses é esperado que surja um movimento de concentração na busca por mais musculatura para tentar abrir vantagem frente à concorrência acirrada.

Já do lado dos proprietários das marcas, integrar-se a um agregador faz sentido para elevar o seu negócio para novos patamares, assim como também é uma interessante porta de saída e de monetização do equity que foi construído.

Vale lembrar também que muitos agregadores oferecem seus serviços sem necessariamente comprar as marcas, permitindo a contratação dos seus serviços, como o acesso à sua plataforma, softwares, equipe, apoio para levantar capital, etc., permitindo uma aceleração e amadurecimento de um número de sellers ainda maior.

Dados esses movimentos, podemos antever que a conjuntura desses fatores só irá acelerar o crescimento da competição e da consolidação nesses ambientes de negócio.

No fundo, os agregadores fazem agora no ambiente on-line o conhecido e usual movimento de consolidação do varejo tradicional, mesma estratégia também usada por grandes indústrias de bens de consumo há muitas décadas.

E no Brasil?
O surgimento de grandes agregadores deve seguir o ritmo do próprio amadurecimento e desenvolvimento dos mercados digitais pelo mundo, ou seja, quanto mais maduro é um mercado, maior o número e influência dos agregadores nele.

Além disso, o modelo ainda é muito novo, está sendo testado no mercado norte-americano e precisa ser comprovado. Outro fator crucial para o seu desenvolvimento é existir um volume abundante de capital de risco no mercado (o que não necessariamente é o caso do Brasil).

Entendo que o mercado brasileiro ainda está em estágio de amadurecimento e que levará algum tempo para que tenhamos o surgimento de agregadores relevantes no País, mas claro que tudo pode mudar conforme os movimentos do mercado. Se por acaso surgir um investidor que entre no País com esse modelo ou quem sabe um dos grandes marketplaces passe a investir nesse modelo, essas ações aumentariam o awareness e poderia antecipar seu surgimento aqui em alguns anos.

Em contrapartida, mesmo com o necessário amadurecimento do digital no País, não podemos esquecer de que a transformação digital acelera rápido e foi impulsionada ainda mais pela pandemia, sendo imperativo que fiquemos à frente dos grandes movimentos de mercado para nos mantermos relevantes.

Fonte : https://mercadoeconsumo.com.br/2021/09/03/sellers-aggregators-e-o-seu-impacto-no-varejo-digital/