Como saímos da garagem a US$ 14 bi em receita, conta fundador do Mercado Livre

Em entrevista à Bloomberg News, Marcos Galperin diz que empresa não cresce 500% ao ano, mas 30%, 40% ao longo de 25 anos com foco em ‘produto, portfólio de soluções e experiência’.

Infraestruturas atrasadas, grandes distâncias para percorrer em estradas irregulares e uma população desbancarizada fazem do comércio eletrônico um grande obstáculo – e uma grande oportunidade – a ser superado na América Latina. O Mercado Livre parece ter descoberto como.

Mais da metade de seus 50 milhões de compradores recebem seus pedidos em 24 horas, segundo o co-fundador e CEO Marcos Galperin. Mais de 80% recebem suas mercadorias em menos de 48 horas.

Da Amazon a empresas iniciantes locais que entregam em 24 horas, nenhum dos concorrentes do Mercado Livre tem um negócio de logística tão desenvolvido. Isso porque o MELI (MELI), como é conhecida a empresa, gastou bilhões construindo sua própria rede com a maior frota de veículos elétricos da América Latina e deu aos seus clientes acesso a serviços financeiros.

A empresa passou de uma startup de comércio eletrônico para uma fintech rolo compressor de US$ 80 bilhões ao longo de duas décadas. Registrou um retorno total de 9.000% incluindo dividendos desde 2007. E é hoje a segunda empresa de capital aberto mais valiosa da América Latina, atrás apenas da gigante Petrobras (PETR3, PETR4).

Como o Mercado Livre define novos negócios e o plano como plataforma de mídia
Sean Summers, VP executivo e CMO da líder em e-commerce na América Latina, conta à Bloomberg Línea como a empresa conduz a estratégia de diversificação
Galperin atribui tudo isso a uma abordagem lenta e constante.

“Se olharmos para as nossas taxas de crescimento, tirando os anos de pandemia, nunca crescemos 500%, 700%, como outras empresas fizeram em outras partes do mundo, mas temos crescido a taxas de 30%, 40% durante 25 anos”, disse ele. “Quando você soma, isso realmente permite que você passe de quatro caras em nossa garagem para uma empresa com receita de US$ 14 bilhões neste ano.”

Agora, enquanto outras empresas de tecnologia cortaram empregos e reduziram investimento nos últimos 18 meses, o MELI acrescentou 13.000 empregos neste ano – 2.000 deles em engenharia. E pode contratar outros 3.000 no próximo ano, disse Galperin.

A empresa está investindo mais em inteligência artificial para ajudar os desenvolvedores e fornecer atendimento ao cliente para seus negócios de varejo e serviços financeiros. A empresa, fundada na Argentina e hoje sediada em Montevidéu, no Uruguai, emprega cerca de 50 mil pessoas.

O Mercado Livre conseguiu aproveitar os altos níveis de empreendedorismo e uso de smartphones da América Latina para oferecer aos comerciantes um mercado e formas de cobrar de seus clientes. Os compradores podem comprar de tudo, desde tablets a equipamentos de ginástica e peças automotivas, ao mesmo tempo em que obtêm planos de pagamento para financiar as transações.

A receita funcionou em mercados-chave como a Argentina, apesar dos enormes desafios econômicos da última década, e continuou se expandindo apesar do crescimento abaixo da média no Brasil e no México e — por vezes — de uma diminuição da classe média.

Olhando para o futuro, o MELI construiu um negócio de publicidade junto com uma unidade de vídeos curtos para os vendedores comercializarem produtos. Planeja continuar a melhorar a logística por meio de armazéns, aviões e vans de entrega, bem como oferecer cada vez mais serviços financeiros a clientes não bancarizados.

Até agora, o MELI tem conseguido afastar concorrentes, incluindo a Amazon (AMZN), as empresas asiáticas Shein e Shopee e empresas locais no Brasil e no México. Uma em cada quatro pequenas e médias empresas que utiliza a plataforma de comércio eletrônico na América Latina obtém entre metade ou toda a sua renda com ela, de acordo com relatório recente do EuroMonitor.

“Eventualmente, um concorrente terá algum sucesso na América Latina, mas, por enquanto, é realmente um negócio de apenas um”, disse Sean Dunlop, analista de ações da Morningstar Equity Research, que tem recomendação de manutenção para as ações. “Realmente não existe uma empresa que tenha o grau de alcance e o grau de enraizamento no ecossistema de varejo.”

Com tudo isso, Galperin, 52 anos, natural de Buenos Aires, tornou-se uma das pessoas mais ricas da América Latina, com uma fortuna estimada em US$ 7,2 bilhões, segundo o Índice de Bilionários da Bloomberg.

Depois de estudar economia e finanças na Wharton School da Universidade da Pensilvânia, trabalhou na empresa estatal de energia argentina YPF no programa de moeda e derivados de petróleo. Ele então trabalhou no JPMorgan Chase em Nova York, no departamento de renda fixa, antes de fazer um MBA em Stanford.

Foi lá que ele mergulhou no crescente cenário tecnológico e foi co-fundador do Mercado Livre com o argentino Hernan Kazah e com Stelleo Tolda, do Brasil. Não existia um mercado online na América Latina quando o uso da internet estava no começo. Vários anos depois, o eBay adquiriu uma grande participação na empresa que manteve até 2016. Hoje, o valor de mercado do MELI é quatro vezes maior.

Agora, o braço de pagamentos e fintech do MELI, o Mercado Pago, que foi criado em 2003 para complementar o marketplace, cresce tão rápido – cerca de 47% ano após ano – que suas receitas quase ultrapassaram as do lado comercial do negócio.

O Mercado Livre tem uma carteira de empréstimos de US$ 3,5 bilhões em circulação na região, processou 47,3 milhões de pagamentos no terceiro trimestre e emitiu cartões de crédito e contas de poupança em seus principais mercados. O Mercado Pago teve 48,8 milhões de usuários únicos ativos de fintech no terceiro trimestre.

“Ainda vemos uma população que não tem conta bancária de uma forma importante, uma grande parte da população não tem acesso a serviços financeiros, sejam cartões de crédito, sejam empréstimos, sejam produtos de seguros, até pagamentos digitais”, disse Galperin. “Portanto, acreditamos que isso continuará crescendo por muitas décadas.”

Em um sinal da sua abordagem lenta e constante, Galperin não se deixou atrair para uma batalha por clientes no repentino ambiente de expansão de fintechs do México para oferecer taxas de rentabilidade tão elevadas como 15% em contas de poupança. Isso é 3,75 pontos percentuais acima da taxa básica do banco central. O Mercado Pago paga 10%.

“No geral, o importante é ter o produto certo, o portfólio certo de soluções e a experiência do usuário certa”, disse ele. “Normalmente não competimos de forma tática e promocional de curto prazo.”

O maior risco para o MELI são quaisquer alterações aos regulamentos relativos à privacidade de dados que possam “fechar a capilaridade” entre os negócios de varejo e os de serviços financeiros, de acordo com Dunlop. Atualmente não existe nenhuma legislação digna de nota que faça isso.

“O Mercado Livre está bem posicionado para continuar sendo o provedor dominante de comércio eletrônico na América Latina, com amplas oportunidades pela frente”, escreveu Jennifer Bartashus, analista sênior do setor da Bloomberg Intelligence, em relatório. “Acreditamos que seu negócio de fintech oferece uma vantagem competitiva e pode se tornar maior que o negócio de comércio nos próximos dois anos.”

O México, em particular, tornou-se uma área de atenção cada vez mais importante. Em termos de participação nas receitas, o México saltou para cerca de 20%, contra apenas 7,6% há cinco anos. O Brasil ainda representa mais da metade dos negócios do MELI, enquanto a Argentina representa 22% das vendas e “outros países” representam o restante.

Os armazéns do MELI estão com “capacidade máxima” no México e a empresa pretende adicionar cerca de 11 centros de distribuição nos próximos quatro a cinco anos, disse ele. Com um mercado tão aberto, os vendedores chineses representam 15% do total no mercado mexicano do MELI, contra zero em lugares como a Argentina.

‘Pombas voando’
Embora Galperin viva agora no Uruguai, ele tem acompanhado de perto a evolução política da Argentina.

Ele parecia muito feliz com a vitória de Javier Milei nas eleições presidenciais de novembro do país, com a postagem de uma foto de pombas voando ao pôr do sol depois de serem libertadas de uma corrente, acrescentando apenas uma palavra: “Livre”.

Uma imagem semelhante é agora a foto do perfil de Galperin no X (ex-Twitter), em que ele parabenizou Milei assim que assumiu o cargo em 10 de dezembro e culpou o populismo por “mergulhar-nos no declínio e na pobreza”.

Na entrevista, Galperin expressou otimismo cauteloso sobre Milei indicar mudanças na Argentina, embora seu governo enfrente desafios hercúleos.

“Uma empresa que fundei há 24 anos chama-se Mercado Livre, por isso gosto definitivamente quando ouço um político dizer que vai favorecer o mercado livre e o capitalismo”, disse Galperin na entrevista. “Acho que é uma forma de gerar crescimento econômico.”

‘https://www.bloomberglinea.com.br/negocios/como-saimos-da-garagem-a-us-14-bi-em-receita-conta-ceo-do-mercado-livre/?source=piano-newsletter-br&campaign=breakfast&pnespid=rLJoDSQfZaUa2ODHr27oQoDUo0_jScJtNbPmw7p3tQNmSfd_w2vF5Wk8Ww0I31C.0Cvz2lO8Lg

Após tributação do governo, compras na Shein, Aliexpress e Shopee despencam

Compras feitas nas plataformas Aliexpress, Shein e Shopee recuam mais de 50%.

Em outubro último, as importações de produtos de pequeno valor, categoria que inclui aqueles comprados em plataformas de comércio eletrônico como Aliexpress, Shein e Shopee, registraram o maior recuo do ano com uma queda de 54,5% em comparação ao mesmo mês de 2022.

No total, o valor importado chegou a US$ 659 milhões em outubro de 2023, contra US$ 1,4 milhões de 2022. O levantamento foi realizado pela Vixtra, fintech de comércio exterior, com base em dados divulgados pelo Banco Central na primeira semana de dezembro.

Este é o maior recuo desde que as discussões sobre uma possível taxação desses produtos começou a ser debatida pelo governo – em abril deste ano. Em agosto, primeiro mês em que as novas regras de tributação para esses produtos entraram em vigor, as importações haviam crescido 32,9% em relação ao mês anterior. Entretanto, em comparação ao mesmo mês de 2022, houve recuo de 13,6% no período.

A partir de setembro, houve uma queda mais acentuada. Naquele mês, as importações recuaram 30,3% e chegaram a US$ 832 mi – em números absolutos a queda foi de US$ 361. Em outubro, os dados mais recentes disponibilizados pelo Bacen revelam que o recuo continuou e cresceu ainda mais. Em números, a queda de 54,5% e chegaram a US$ 659 milhões – em números absolutos a queda foi de US$ 791 milhões.

Impostos, impostos e mais impostos

Leonardo Baltieri, co-CEO da Vixtra, avalia que a taxação é a principal responsável pela redução.

“A medida que os consumidores começaram a ser taxados e os relatos foram se espalhando pelas mídias sociais, muitas pessoas começaram a ter receio de comprar nessas plataformas ou até evitá-las”, afirma. “Os consumidores são atraídos pelos preços mais acessíveis praticados por essas empresas, com a taxação desses produtos, muitos começam a questionar se ainda faz sentido adquiri-los por esses canais. Com as novas regras, as mercadorias abaixo de US$ 50 têm os impostos de importação zerados, mas ainda incidem 17% de ICMS. Para os produtos acima de US$ 50, os valores praticamente dobram, uma vez que incidem sobre eles uma alíquota de 60%, além dos 17% de ICMS.”

No acumulado anual, também houve um recuo, embora menor. Nos dez primeiros meses deste ano, foram importados US$ 8,3 bilhões, queda de 16,12% em comparação ao mesmo período do ano passado, quando atingiu US$ 9,9 bilhões. Em números absolutos, a queda é de US$ 1,6 bilhão a menos.

“A despeito do recuo, esse tipo de importação ainda movimenta bilhões anualmente e, provavelmente, deve seguir assim por algum tempo. Todavia, as novas regras tributárias devem segurar o crescimento expressivo que essas transações alcançaram continuamente no decorrer dos últimos anos”, afirma Baltieri.

“O custo-benefício seguirá como o principal fator-chave para a realização dessas compras pelo consumidor final”, conclui.

‘https://www.terra.com.br/economia/apos-tributacao-do-governo-compras-na-shein-aliexpress-e-shopee-despencam,eb869d5a5ec37057d8c7276ae29b5ec6mgc0j0jh.html?utm_source=clipboard

Como a Shein economiza bilhões / ano com uma estratégia incomum de UX?

Prepare-se para ter sua mente explodida com as informações que você vai ver agora.

Devolver produtos é uma dor de cabeça para qualquer varejista. Afinal, isso ataca agressivamente as margens de lucro, perturba as taxas de conversão e ameaça o negócio dos varejistas em expansão.

Nos EUA, estima-se que as devoluções custam às plataformas de e-commerce cerca de 550 bilhões de dólares, sendo que a maioria dos produtos (57%) devolvidos pertencem à categoria de vestuário.

Se tirarmos essa porcentagem de 37% do faturamento da Shein de 2022, por exemplo, que foi de 22.7 bilhões (8 deles, só no Brasil), a marca perderia cerca de mais de 8 bilhões, ou seja… o faturamento em um país do tamanho de um continente, como o nosso!

Como ela faz isso?

Por incrível que pareça, a Shein evita devoluções fazendo com que as pessoas leiam devagar e também naveguem com mais consciência pela loja.

A equipe de UX da Shein sabe que as pessoas tendem a tratar as informações online de forma superficial, lendo apenas 28% das palavras em média. Por isso, eles apresentam palavras de forma eficaz em sua página inicial e usam maior quantidade delas para engajar os usuários.

Exemplo de página de produto da Shein

E a navegação apressada é pior do que a leitura apressada. A marca faz isso visando organizar o conteúdo de sua página inicial de forma atraente e informativa, utilizando títulos cativantes, descrições detalhadas e call-to-actions persuasivos para ajudar os usuários a entenderem melhor os produtos antes de tomar decisões de compra.

Uma das features principais é o Fit Finder (imagem abaixo), que permite aos clientes inserir a marca do sapato que usam, o tipo de sapato, o tamanho do sapato e, depois, retornar com um tamanho recomendado.

O Fit Finder da Shein na prática

Em um modelo tradicional, é comum que o varejista peça para o usuário se medir. Já a Shein traz algo já existente e claro para o usuário, o que, sem dúvidas, converte mais.

Ela também usa muito de prova social, que é pedir aos seus consumidores a darem depoimento de como aquela roupa vestiu neles, e a área de review da página de produto da segurança para que você também possa pedir o seu.

No mundo online, velocidade e eficiência são primordiais, mas frequentemente esquecemos que, embora as velocidades de computação tenham avançado, a compreensão humana deve acompanhar o mesmo ritmo.

Afinal, imagine se a plataforma tivesse a devolução de produtos, sendo localizada na China? Tudo isso faz parte da jornada de sucesso da Shein, que acaba de iniciar o processo para abrir capital na Bolsa de Valores de NY.

‘https://www.ecommercebrasil.com.br/artigos/como-a-shein-economiza-bilhoes-ano-com-uma-estrategia-incomum-de-ux

Relatório Setores do E-commerce – Conversion: Black Friday faz e-commerce registrar melhor tráfego de 2023

Como era esperado, a Black Friday fez o e-commerce brasileiro atingir seu melhor tráfego de 2023: foram 2,8 bilhões de acessos únicos, o que representou uma alta de 13,1% em comparação a outubro e que bateu, por 1%, o antigo desempenho mais relevante do ano, de janeiro, quando 2,77 bilhões de visitas foram registradas.

Para Diego Ivo, CEO da Conversion, é interessante observar como a data tem capacidade de modificar significativamente o padrão do tráfego do e-commerce brasileiro. “Ela reposiciona marcas, quando não setores inteiros, além de indicar tendências que podem permanecer nos meses seguintes e dar a tônica das plataformas”, observa.

O Mercado Livre cresceu 7% em tráfego, batendo a casa dos 364 milhões de acessos. A Amazon Brasil, melhor do que isso, teve alta de 12,5%, enquanto a Shopee melhorou seu patamar em 6,9%.

A Magalu, porém, teve a taxa mais expressiva: 20% de alta entre novembro e outubro, passando de cerca de 121 milhões de acessos para 146,2 milhões.

Confira o estudo da Conversion completo já disponível na Biblioteca do RadarIC em Pesquisas Externas ou direto pelo link: Relatório Setores do E-commerce no Brasil –Dezembro/Dados referentes a Novembro 2023

‘https://lp.conversion.com.br/relatorio-setores-ecommerce

TikTok Shop cresce nos EUA com fórmula que Amazon e Meta não alcançaram

Em quatro meses com e-commerce no país, app chinês de vídeos consegue alto engajamento combinado de compras e rede social, o que Bezos e Zuckerberg também tentaram.

Bloomberg — No início deste ano, Scott McIntosh foi convidado a vender o suporte para telefone ou copos que comercializa no TikTok, o aplicativo de mídia social que atraiu 150 milhões de usuários nos EUA.

O TikTok ofereceu pagar pelo frete e cobrir descontos de até 30%, mesmo que pagasse o preço total a cada venda. Parecia bom demais para ser verdade, especialmente quando comparado às taxas que McIntosh paga para vender seus produtos na Amazon e no Walmart. Mas havia uma “pegadinha”: em troca, ele teria também que criar vídeos do produto -muitos e muitos vídeos – e postá-los na plataforma.

McIntosh ficou impressionado com os resultados.

Os vídeos que gravou dos suportes de celular de US$ 30 acumularam 50 milhões de visualizações, e os pedidos não param de chegar. Ele gerou um recorde de US$ 10.000 em vendas no dia seguinte à Cyber Monday, encomendou mais estoque para as festas e espera que o impulso continue em 2024.

“O TikTok basicamente está dando dinheiro para as pessoas comprarem”, disse McIntosh, um executivo de publicidade digital que iniciou o negócio de suportes de celular em sua garagem em Franklin, no Tennessee. “É algo novo e ainda tem um estigma em torno dele, mas é tão divertido que todos estão nele.”

Desde o início como um espaço para vídeos curtos e engraçados de dublagem, o TikTok emergiu como um incubador de tendências do consumidor, com milhões de pessoas experimentando roupas e analisando produtos.

O comércio eletrônico é um passo natural para o TikTok, que já abriu mercados online no Sudeste Asiático e no Reino Unido. Em setembro, a empresa lançou a versão dos Estados Unidos do TikTok Shop – um esforço para combinar a facilidade de compra na Amazon (AMZN) com a descoberta de produtos proporcionada por sites de mídia social como o Instagram.

É um objetivo que há muito tempo escapa aos incumbentes.

A Meta Platforms (META), de Mark Zuckerberg, não consegue fazer com que os usuários comprem muito no Facebook e no Instagram, que servem principalmente como outdoors digitais.

A Amazon tentou várias estratégias para persuadir os compradores a passearem e buscarem inspiração, incluindo tentativas desajeitadas de copiar o Home Shopping Network. Mas a maioria dos compradores procura um produto, compra e sai.

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O TikTok traz ativos consideráveis para seu esforço de comércio eletrônico.

O usuário médio do TikTok nos EUA passa 33 horas por mês no site, em comparação com 1,4 hora na Amazon, de acordo com medições da Data.ai do uso de aplicativos em dispositivos Android. Em novembro, que incluiu a Black Friday e a Cyber Monday, mais de 5 milhões de novos clientes compraram alguma coisa, segundo um porta-voz do TikTok.

É uma estreia impressionante, mas a Amazon não precisa entrar em pânico ainda.

Para começar, muitos compradores veem algo no TikTok e depois o compram em outro lugar. Muitas vezes, esse outro lugar é a Amazon, que em muitos casos se beneficia não apenas da venda mas das taxas que cobra dos comerciantes para armazenar e enviar seus pedidos.

O TikTok é um aplicativo envolvente, mas a Amazon tem 173 milhões de assinantes Prime nos EUA em três de quatro domicílios, segundo a Consumer Intelligence Research Partners, e esses clientes têm se mostrado incrivelmente leais ao longo dos anos.

Além disso, os compradores da Amazon geralmente recebem suas compras em dois dias ou menos, enquanto os pedidos do TikTok podem levar uma semana ou mais para chegar.

Um porta-voz da Amazon disse que o varejista online continua inovando com soluções como vídeos e fotos de compras para atender às demandas mais recentes do consumidor.

“O que era verdade quando a Amazon foi fundada continua verdadeiro hoje: os clientes querem um sortimento amplo, preços baixos e entrega rápida”, disse a empresa em um comunicado por e-mail.

Momento histórico

A expansão nos EUA do TikTok já atraiu a atenção de políticos e reguladores, que se preocupam com a crescente influência da empresa sobre sua audiência.

Como o TikTok é de propriedade da gigante chinesa de tecnologia ByteDance, autoridades governamentais dizem que poderia compartilhar dados com Pequim – algo que a empresa insiste que não faz. Agora, o TikTok coleta informações sobre os hábitos de mídia social e compras dos usuários.

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O TikTok lançou sua loja virtual nos EUA em um momento potencialmente auspicioso.

Nesta época de festas de fim cde ano, a holiday season, que começa antes da Black Friday e vai até o Natal, as compras via celular devem ultrapassar o comércio eletrônico em desktop nos EUA pela primeira vez, uma vantagem para um site que a maioria dos usuários acessa via smartphone.

Os americanos estão cada vez mais confortáveis comprando em aplicativos de comércio eletrônico chineses, incluindo o popular site de moda Shein e o Temu, da PDD Holdings, que “explodiu” desde a veiculação de um comercial no Super Bowl em fevereiro passado.

Enquanto isso, embora a Amazon seja de longe o player dominante no comércio eletrônico, sua participação de mercado nos EUA estagnou em cerca de 38%, o que dá aos concorrentes uma abertura para atrair clientes e prejudicar seu crescimento.

Em um sinal de quão a sério a Amazon está levando o TikTok, a empresa fundada por Jeff Bezos fez acordos com Pinterest, Meta e Snapchat que permitem que seus usuários comprem produtos via anúncios da Amazon sem sair dos aplicativos.

“As festas são uma oportunidade para o TikTok mostrar que tem permanência e para compelir mais comerciantes a aderir”, disse Jenny Woo, co-CEO da Ghost Agency, que ajuda marcas a desenvolver campanhas de publicidade em mídias sociais.

Para os não iniciados, fazer compras no TikTok pode parecer uma experiência um tanto caótica.

Na guia de compras designada, os usuários podem pesquisar ou rolar uma corrente interminável de produtos sem menções óbvias de marcas. Produtos de grife às vezes são inseridos entre produtos baratos ou potencialmente falsificados.

A mercadoria aparece em trechos de vídeo, geralmente apresentando uma demonstração – alguém limpando uma banheira com uma escova elétrica, por exemplo, ou iluminando um quarto com uma lanterna recarregável.

Posts para compra também aparecem enquanto os usuários assistem ao feed regular de vídeos, que passaram por curadoria para mostrar tópicos de interesse. Alguém que gosta de assistir a mecânicos trabalhando em carros pode ver um vídeo com a tag de um conjunto de ferramentas como chaves mecânicas; um aficcionado por beleza pode ver um conteúdo com tag de sombras para olho.

No quintal da Amazon

Em entrevistas, clientes do TikTok dizem que os algoritmos do site têm uma habilidade incrível para adivinhar o que eles querem. Alguns comparam o TikTok Shop a uma feira ou mercado de artesanato digital, uma experiência de compra que não encontram na Amazon ou mesmo na Etsy.

Carmel DeAmicis, 35 anos, fez sua primeira compra no TikTok em novembro, depois de assistir a vídeos no aplicativo por anos. Ela comprou dois tops por menos de US$ 10 cada um e ficou surpresa com a facilidade da transação.

A treinadora de escrita de São Francisco se vê mais propensa a fazer compras por impulso no TikTok, pois vê produtos recomendados por pessoas em quem confia e pode avaliar como as roupas ficam em mulheres com figuras diferentes.

Na Amazon, ela geralmente ignora os anúncios e as recomendações, compra o que veio buscar e segue em frente. “Com o TikTok, eu sou sugada”, disse ela. “É muito perigoso para minha conta bancária.”

Patricia Jones, de 38 anos, de Indianápolis, que comprou utensílios de cozinha, cílios postiços, gloss labial e um maiô no TikTok, ecoou DeAmicis. “É como uma baby Amazon, e eles estão dominando”, disse ela. “Sua tecnologia parece simplesmente saber o que você compraria. Ela te suga.”

Gigantes de consumo começam a aderir

Até agora, o TikTok atraiu principalmente marcas menores que vendem produtos baratos que os compradores da Geração Z podem pagar facilmente. Mas grandes nomes também estão se aventurando no site.

A gigante de alimentos Mondelez International está nas “fases iniciais de teste” da demanda por Oreos e Sour Patch para crianças.

A Benefit Cosmetics, de propriedade do titã do luxo LVMH, lançou sua nova máscara Fan Fest no TikTok em julho com uma transmissão ao vivo de 24 horas e vendeu mais de 40.000 tubos desde então. “É como um foguete, estamos apenas tentando acompanhar a demanda”, disse Toto Haba, vice-presidente sênior de marketing omni-global da Benefit.

Desafios e riscos para o TikTok Shop

Para realmente competir com a Amazon em seu próprio território, porém, o TikTok precisará persuadir muitos mais comerciantes a se inscreverem e depois mantê-los lá.

Por enquanto, o TikTok está basicamente comprando a lealdade deles subsidiando descontos e frete. Isso não pode durar para sempre.

O TikTok também terá que ter cuidado para não alienar os usuários, muitos dos quais aparecem para se entreter, e não para serem bombardeados com publicidade de produtos.

Apenas em novembro, segundo o porta-voz da empresa, 150 mil criadores e vendedores de produtos postaram conteúdo para compra. O TikTok Shop está oficialmente aberto há menos de quatro meses, e os usuários já estão reclamando. Alguns estão compartilhando tutoriais que explicam como os usuários podem bloquear postagens com a hashtag #tiktokshop.

“Alguém mais está completamente cansado de sua página ‘For You’ ser apenas anúncios da TikTok Shop?”, perguntou o usuário shopska4 em um vídeo com mais de 50.000 visualizações. “Eu não entro lá para comprar coisas no TikTok – eu entro aqui para assistir vídeos engraçados antes de dormir. Isso tomou completamente conta dos meus vídeos.”

‘https://www.bloomberglinea.com.br/tech/tiktok-shop-cresce-nos-eua-com-formula-que-amazon-e-meta-nao-alcancaram/?utm_source=piano&utm_medium=email&utm_campaign=28909&source=piano-newsletter-br&pnespid=rLlhEThNK61Gx.jR9ijuH8jUoA_vX4V_IeO2zuxqskBmDHqYvHXHkDVuAKB4D_TvkLBZP4gcbQ

‘Natal de A a Z’: a celebração da Amazon no Brasil

Ação da Amazon Brasil conta com lista de presentes com ofertas, uma exposição interativa, e vagões do metrô decorados para as festas.

Passada a Black Friday, os consumidores e o mercado voltam sua atenção às festas de fim de ano. A Amazon Brasil não fica de fora e preparou uma nova campanha para as festividades: o “Natal de A a Z”.
Durante o mês de dezembro, o marketplace apresenta ofertas diárias e uma lista de sugestões de presentes em seu site, assim como uma exposição intitulada “O Natal brasileiro de A a Z”, além de um “Trem de Presentes”, recheado de produtos que atravessará a cidade de São Paulo.

Com a campanha, a Amazon busca celebrar a singularidade das festas brasileiras no período de final de ano, refletindo a cultura e os desejos dos consumidores por aqui. “Sabemos que o mesmo consumidor que esteve conosco em todas as datas e eventos quer também estar perto das pessoas queridas e presenteá-los em uma data tão significativa quanto o Natal”, afirma Daniel Mazini, presidente da Amazon.com.br.

“É muito importante reforçar que somos uma empresa que conhece e ouve seu cliente, sempre perto dos hábitos, cultura e interesses de nosso consumidor. Queremos que este consumidor saiba que há, de A a Z, muito mais do que ele imagina em nossa oferta de produtos. São mais de 100 milhões de produtos, em mais de 50 categorias”, destaca o executivo.

“Tudo isso não fazemos sozinhos”, acrescenta. “Seguimos juntos de marcas importantes e de nossos vendedores parceiros, que tanto nos apoiam o ano todo”.

Natal de A a Z

A categoria de Brinquedos, por exemplo, terá descontos de até 25%, com marcas como Play-DohBarbie Polly Pocket. Já os produtos de Beleza e Moda, que também terão 25% off, incluem marcas como MaybellineCalvin Klein e Adidas, e OlympikusHering e Puka. Itens de Cozinha da Porto BrasilOxford e Alleanza também poderão ser encontrados no site da Amazon Brasil com descontos.

Categorias como Eletrônicos e Alimentos e Bebidas terão até 20% de descontos, com produtos e presentes de marcas como JBLEdifierL’or e Orfeu.

O jeito brasileiro de celebrar

Além das ofertas, a Amazon Brasil realizará “O Natal brasileiro é de A a Z”, um espaço interativo sediado no Shopping Eldorado, na cidade de São Paulo, que recria o lar brasileiro nas festas de fim de ano. A instalação estará aberta para visitações até 17 de dezembro, retratando a brasilidade do Natal e do Réveillon brasileiros, além de oferecer uma seleção de produtos de grandes marcas parceiras do marketplace.

Algumas das marcas presentes no espaço interativo são 3 Corações, Amarula, Bosch, Copag, Electrolux, Estrela, Eucerin, Fisher-Price, Johnnie Walker, Lancôme, Mattel, Mondial, Nestlé, Oster, Philips, Sanremo, Singer, Tramontina, Walita, Wap e Xalingo – e muito mais. Os produtos expostos na instalação terão QR Codes para direcionar os consumidores para o site da Amazon para mais informações e para que realizem suas compras.

“Organizamos essa gama de itens pensando na representatividade brasileira durante as comemorações, que costumam ser diferentes dos outros países”, diz Juliana Sztrajtman, diretora de varejo da Amazon Brasil. “O Natal brasileiro é singular e diverso em todas as regiões do país. Temos a deliciosa missão de diversificar ofertas e presentes para cada perfil de brasileiro e brasileira”.

Um trem de presentes

Até dia 26 de dezembro, seis vagões da linha 2 Verde do Metrô de São Paulo serão transformados para celebrar o Natal da Amazon Brasil. A customização, feita em parceria com a Score Retail, empresa de data retail da B&Partners, levarão o tema do “Natal Amazon: Natal de A a Z” para promover presentes e ofertas disponíveis no site do marketplace.

Além disso, a ação irá proporcionar uma experiência imersiva – tanto na parte interna quanto externa dos trens – para os passageiros do Metrô de São Paulo, criando a atmosfera do espírito festivo com decoração natalina e pilhas de presentes dentro dos vagões para celebrar a época do ano. Os trens também contarão com QR Codes para que os consumidores possam acessar a lista de presentes em oferta no site da Amazon Brasil.

‘https://consumidormoderno.com.br/2023/12/15/natal-amazon-brasil/?utm_campaign=cm_news_151223&utm_medium=email&utm_source=RD+Station

Shein e Temu desafiam Amazon, que investe em inovação na China

A Amazon está buscando atrair novamente os vendedores sediados na China enquanto enfrenta uma crescente concorrência da Temu e Shein, ambas originárias da segunda maior economia do mundo.

A Amazon anunciou seus planos de inaugurar um “centro de inovação” próximo a Shenzhen, conhecido como o Vale do Silício da China, um polo para empresas de tecnologia e comércio eletrônico transfronteiriço. Declarou que pretende “apoiar vendedores na região da Ásia-Pacífico no lançamento de produtos, construção de marcas e digitalização”.

Além disso, a empresa está proporcionando aos vendedores chineses acesso ao seu serviço de cadeia de suprimentos de ponta a ponta, lançado nos EUA em setembro. Essa oferta permite que os sellers movimentem mercadorias das fábricas no exterior e as reabasteçam na Amazon e em outros canais “em uma única parada”.

A conferência anual para vendedores na China conta com a presença de alguns dos principais executivos da Amazon e normalmente atrai milhares de sellers da região. Embora a Amazon não esteja mais operando na China, o país tornou-se um ponto focal para empresas que desejam comercializar seus produtos para a base global de clientes da Amazon. Em determinado momento, quase metade dos principais vendedores da Amazon tinha sua base na China, de acordo com a Marketplace Pulse.

A Amazon relatou que em 2023 o número de itens vendidos por vendedores chineses em seu site cresceu mais de 20% em relação ao ano anterior, enquanto o número de vendedores chineses com vendas superiores a US$ 10 milhões aumentou 30%.

Enquanto isso, uma concorrência acirrada na região está surgindo da Temu, pertencente à gigante chinesa de tecnologia PDD Holdings, e da Shein, fundada na China, mas que no ano passado transferiu sua sede para Cingapura.

A Shein, que vende principalmente itens de moda rápida e acessórios, lançou um marketplace no início deste ano que busca oferecer uma variedade maior de produtos, desde eletrônicos até artigos para o lar. Vários sellers da Amazon começaram a vender na Shein nos últimos meses.

No final de novembro, a Shein protocolou confidencialmente um pedido de IPO nos EUA. Embora uma listagem possa aumentar a popularidade da Shein nos EUA e globalmente, a empresa tem enfrentado escrutínio por seu impacto no meio ambiente, vínculos com a China e alegações de uso de trabalho forçado em sua cadeia de suprimentos. A empresa foi avaliada em $66 bilhões.

A Temu, um mercado digital que oferece uma variedade de produtos, desde bugigangas peculiares até imitações mais baratas de marcas estabelecidas, veiculou um anúncio no Super Bowl no início deste ano e desde então tem realizado uma blitz de marketing. No quarto trimestre, a Temu representou de 20% a 25% das impressões de anúncios compradas no Google, em comparação com “praticamente zero” no final de 2022, de acordo com uma nota recente de pesquisa da TD Cowen. Os compradores da Temu passam quase o dobro do tempo no aplicativo em comparação com Amazon e eBay.

Na semana passada, a Amazon atualizou suas taxas para vendedores, reduzindo a comissão que cobra em roupas com preço abaixo de $15 para 5%, ante 17%, em um aparente apelo aos sellers da Shein e Temu.

‘https://www.ecommercebrasil.com.br/noticias/shein-e-temu-desafiam-amazon-que-investe-em-inovacao-na-china

Comércio eletrônico: desafios e oportunidades para 2024

País deve buscar regulamentação equilibrada para uso da IA e criar plano de requalificação da mão de obra.

Apesar do crescimento do comércio eletrônico é preciso levar em conta o importante papel que o varejo físico exerce papel fundamental nas relações de consumo. Estimativas do mercado apontam que o comércio eletrônico representa menos de 10% do faturamento do varejo.

Por outro lado, a tendência é de que a fronteira entre o comércio físico e digital fique cada vez mais tênue, considerando as mudanças de hábitos dos consumidores ao longo dos últimos anos. As empresas vêm proporcionando experiências de consumo cada vez mais personalizadas, contemplando a implementação de novas tecnologias.

Os mais variados tipos de produtos são comercializados nas plataformas digitais, como eletroeletrônicos, eletrodomésticos, alimentos, medicamentos, entre outros. No cenário pós-pandemia, a integração de canais de vendas físicos e digitais se faz cada vez mais necessária para a competitividade e a sobrevivência dos negócios. Por outro lado, é preciso que o empresário esteja por dentro dos desafios e das oportunidades para o varejo de agora em diante. Confira a seguir.

Adaptação às mudanças do mercado: necessidade incontestável

pandemia de covid-19 intensificou a necessidade de as empresas abraçarem plataformas online, como marketplaces e redes sociais, para atender à crescente demanda por conveniência. A manutenção de equipes em home office ou no modelo híbrido de trabalho e a preferência por compras online tornaram essenciais os investimentos em plataformas digitais, permitindo a entrega rápida e a criação de experiências de compra cada vez mais fluidas. Muitos consumidores preferem comprar pelo site e retirar na loja física, outros compram diretamente no estabelecimento, entre outras possibilidades. Conveniência e comodidade ditam as regras de consumo. O e-commerce permite que as empresas alcancem consumidores em escala global, ampliando significativamente o potencial do mercado.

O poder da criatividade e da inovação digital

Estar no ambiente digital não requer investimentos massivos. Empreendedores de pequeno porte podem (e devem) se destacar nas redes sociais e no WhatsApp, utilizando a criatividade para atrair consumidores. Por outro lado, a presença virtual não substitui a física; ambas se complementam, oferecendo aos consumidores uma experiência de compra integrada e, assim, consolidando-se como uma tendência duradoura.

Desafios logísticos e inovações tecnológicas

sucesso do comércio eletrônico trouxe consigo desafios logísticos, especialmente em relação à entrega eficiente, ou seja, cada vez mais rápida. Empresas investem em soluções como drones e robótica, além de parcerias com operadores logísticos, para superar esse desafio. A diversificação de canais de entrega é crucial para atender às expectativas dos consumidores, que, a depender das próprias necessidades, preferem pagar um pouco mais para receber o quanto antes a mercadoria. Por outro lado, o gerenciamento de custos relacionados a frete e devoluções pode ser complexo, afetando a lucratividade do negócio. É importante que o empreendedor faça um planejamento dos custos de entrega e da logística reversa para não comprometer a sua competitividade no mercado.

Segurança cibernética e proteção da privacidade

Com o aumento das transações online, a segurança cibernética e a proteção de dados do cliente se tornaram prioridades. Empresas implementam medidas rigorosas para manter a confiança do consumidor, evitando vazamentos de dados que possam comprometer a reputação e resultar em sanções pela Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD). Disseminar a cultura da segurança de dados através de treinamentos dos colaboradores da empresa e investimentos em tecnologias são fundamentais para evitar maiores prejuízos com o vazamento de dados e outros crimes virtuais.

Inteligência Artificial e personalização no e-commerce

A Inteligência Artificial (IA), a análise de dados e a personalização desempenham papéis fundamentais nas empresas, que utilizam essas tecnologias para oferecer recomendações personalizadas, aprimorar a experiência do usuário e otimizar operações. O uso estratégico dessas ferramentas se tornou essencial para manter a competitividade.

Com a IA, o consumidor pode dispor de um atendimento 24 horas por dia durante os sete dias da semana, melhorando a experiência de compra, ou de um rápido serviço de pós-vendas. A empresa que vende nos canais físico e online pode ter uma melhor otimização do estoque, inclusive evitando que o cliente compre algum produto na plataforma digital que já não esteja mais disponível no estoque, porque foi vendido na loja física. Outro ponto importante a ser considerado é que a IA é capaz de mapear as preferências do público, tornando as experiências cada vez mais personalizadas.

Competição acentuada e estratégias diferenciadas

O crescimento do comércio eletrônico intensificou a concorrência. Estratégias de marketing, experiência do usuário e serviços pós-venda se tornaram diferenciais essenciais. Benefícios como o cashback  e cartões fidelidade contribuem para gerar recorrência de compra, enquanto profissionais de vendas e pós-vendas são importantes para atender às demandas dos clientes.

IA e desafios éticos e regulatórios

A IA é central na competitividade, acelerando processos. No entanto, o seu uso levanta preocupações éticas e regulatórias, como concentração de poder, vieses discriminatórios e impacto ao mercado de trabalho. A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) defende uma abordagem flexível, adaptável às rápidas mudanças, garantindo proteção de direitos sem sufocar a inovação. A Entidade entende que eventuais problemas decorrentes do uso da IA, se surgirem, poderão ser resolvidos caso a caso, em função das leis já existentes, como o Código Civil, o Código de Defesa do Consumidor (CDC) e a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), além da própria Constituição Federal.

O caminho para uma regulamentação adequada

É um contexto desafiador que se tem daqui para a frente. Refletir se, quando e em que nível regular a IA é fundamental, buscando a proteção de direitos, mas sem impedir ou burocratizar ainda mais a inovação no Brasil. A pressa no tema é sinônimo de risco de obsolescência regulatória. Enquanto o debate global sobre a regulamentação da ferramenta continua, é crucial que o Brasil evite a pressa, buscando um equilíbrio entre a proteção de direitos e a promoção da inovação. A FecomercioSP está atuando no Senado a fim de propor uma abordagem principiológica e menos prescritiva do Marco Civil da Internet (2014).

Investimento na qualificação da mão de obra e desenvolvimento sustentável

Em meio a esse cenário desafiador sobre regular ou não a IA, a Federação entende que a prioridade deve ser um plano nacional de qualificação da mão de obra voltada a essa era digital, além de fortalecer ecossistemas em torno da capacidade humana e facilitar o ingresso de pequenas e médias empresas no setor. A coexistência harmoniosa entre o intelecto humano e a IA é essencial para a participação ativa na economia digital em constante evolução. Outro ponto que deve ser levado em conta é que o consumidor brasileiro está cada vez mais preocupado com temas ligados à preservação do meio ambiente, responsabilidade social e critérios de controle das empresas (ESG – Meio ambiente, Social e Governança), podendo ser fatores determinantes do consumo.

Regulamentação contínua em um mundo em transformação

Por fim, a regulamentação do comércio eletrônico continua a evoluir para abordar questões como tributação, proteção do consumidor, concorrência e tecnologias emergentes. Por isso, as empresas devem permanecer atentas às mudanças regulatórias para garantir conformidade bem como o setor privado deve estar cada vez mais presente nas discussões com o poder púbico sobre eventual legislação que possa ter impacto para o ecossistema. O futuro do comércio eletrônico será moldado por inovações tecnológicas, aprimoramentos logísticos e um foco crescente na segurança e na personalização da experiência do cliente.

 https://www.fecomercio.com.br/noticia/comercio-eletronico-desafios-e-oportunidades-para-2024

Marketplaces asiáticos acirram competição

Varejistas nacionais querem fim da isenção do imposto de importação para compras de até US$ 50.

Impulsionado pela pandemia, o comércio on-line cresceu exponencialmente e mudou de patamar no Brasil. Em 2019, o segmento movimentava R$ 57 bilhões e, no ano passado, atingiu R$ 187 bilhões, com celulares e televisores liderando a preferência dos consumidores, de acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDI).

Depois do boom nos primeiros anos da covid, no entanto, o ritmo de expansão anual diminuiu – até pela base de comparação mais alta – o que têm acirrado a competição no segmento. No ano passado, o crescimento foi de 20% na comparação com 2021, segundo o MDIC. No primeiro semestre deste ano, levantamento da NIQ Ebit mostra queda de 7,3% no faturamento do varejo on-line, indicando a opção dos consumidores por itens mais baratos.

Ao mesmo tempo, o avanço dos marketplaces asiáticos no mercado também esquentou a disputa entre as empresas. Ranking de outubro deste ano, divulgado pela Agência Conversion a partir de dados da Similarweb, mostra a Shopee, com sede em Cingapura, como o terceiro marketplace mais acessado do país, com uma participação de 6,6%, atrás apenas do líder Mercado Livre (13,8%) e da Amazon (8,2%). Magazine Luiza aparece em quarto lugar, enquanto as chinesas Shein e AliExpress estão na sexta e sétima colocação.

Para Jorge Gonçalves Filho, presidente do Instituto para o Desenvolvimento do Varejo (IDV), a indústria brasileira está prejudicada pela competição desigual com os sites estrangeiros. “Essa questão está posta no mundo inteiro. Alguns países, como Espanha, bloquearam esses canais. Da forma como está, é impossível competir com os produtos que chegam em massa da China subsidiados e com custo trabalhista bem menor. O governo está desprotegendo o varejo nacional e algumas lojas estão fechando”, critica.

A entidade pleiteia, em ação no Supremo Tribunal Federal (STF), o retorno da cobrança do Imposto de Importação (IPI) sobre todas as mercadorias que chegam do exterior. Em agosto, entrou em vigor o Remessa Conforme, programa da Receita Federal que garante isenção do imposto de importação para compras de até US$ 50 feitas nas plataformas cadastradas (em contrapartida, as empresas fornecem ao governo informações antecipadas sobre as remessas do exterior).

Antes disso, vigorava o imposto de importação de 60% no comércio eletrônico para produtos de todas as faixas de preço. Mas havia muita evasão fiscal nas remessas de menor valor, com fraudes cometidas por vendedores estrangeiros que se identificavam como pessoas físicas (e não empresas) nas plataformas internacionais para fugir da tributação. A intenção do governo com o Remessa Conforme foi combater essas brechas nos controles de importação.

O IDV calcula que a alíquota de 60% deveria ser reajustada para 74% para igualar a carga tributária incidente sobre a produção estrangeira à nacional. “Fizemos estudos e chegamos à conclusão que o produto importado paga apenas R$ 1 de imposto enquanto o produto nacional paga R$ 5. O e-commerce tem futuro e não vai parar de crescer, mas essa competição tem que ser justa”, frisa. A esperança dos empresários associados ao IDV é que o benefício tributário seja revertido ainda neste ano.

Nesta semana, o Valor informou que a Receita Federal deve concluir balanço do programa Remessa Conforme em 5 de dezembro, o que servirá de base para o governo decidir a alíquota que será cobrada sobre as importações de até US$ 50 no ano que vem.

A Shopee é a 3ª plataforma mais acessada no país, enquanto a Shein está em 6º, e a AliExpress, em 7º.

O AliExpress Brasil, do grupo chinês Alibaba, um dos maiores do e-commerce mundial, reúne mais de 8 milhões de vendedores em seu site oferecendo desde perucas até máquinas de corte a laser. A divisão global de e-commerce do conglomerado anunciou, há duas semanas, que vem crescendo a dois dígitos ao ano.

De acordo com balanço financeiro do grupo, o AliExpress cresceu 53% no terceiro trimestre comparado com o mesmo período de 2022. Não são informados dados específicos de Brasil. O canal Choice, que faz parte da estratégia de crescimento acelerado da companhia, está disponível no site nacional garantindo entrega rápida de produtos da China. Lâminas de barbear, toalhas e brinquedos são oferecidos a partir de R$ 5.

Já a Shopee, do grupo Sea Limited, conta que o mercado brasileiro é uma das suas principais apostas. “Vamos continuar investindo e desenvolvendo a logística no Brasil. Por aqui, a participação do varejo on-line em relação ao total de compras é de cerca de 12% apenas, então, temos um espaço enorme para crescer”, afirma Felipe Piringer, head de marketing da Shopee. O marketplace, que opera no país há três anos com dois escritórios em São Paulo, também não revela o faturamento.

A Shopee ressalta que 90% das vendas da plataforma são efetuadas pelos mais de 3 milhões de empreendedores brasileiros. A empresa não informa o número de vendedores da Ásia ativos. “A operação tem crescido bastante, sim. Frete grátis em compras acima de R$ 10, a segurança da entrega e o engajamento por meio de games são nossos diferenciais competitivos”, afirma Piringer.

A Shein, forte nos segmentos de moda e beleza, também vê o Brasil como mercado estratégico na América Latina ao lado do México. A empresa já abriu lojas temporárias em São Paulo, Rio, Salvador e Belo Horizonte. Em São Paulo, o evento atraiu uma multidão e a empresa precisou limitar a permanência das clientes na loja em 20 minutos. Em Belo Horizonte, os ingressos para acesso à loja esgotaram-se em uma hora. Em abril, a Shein anunciou investimentos de R$ 750 milhões no setor têxtil brasileiro nos próximos anos, para aumentar a venda de produtos feitos aqui, e já começou a produzir com parceiros nacionais.

O Instituto Brasileiro dos Executivos de Varejo e Mercado de Consumo (Ibevar) estima que a Shein fature R$ 16 bilhões este ano, o que a classificaria como décima primeira no ranking Ibevar-FIA 2023 das maiores varejistas do país.

‘https://valor.globo.com/publicacoes/especiais/servicos-digitais/noticia/2023/11/30/marketplaces-asiaticos-acirram-competicao.ghtml

Baby boomers ‘invadem’ TikTok e consumo é um dos principais focos

A crença de que todas as gerações estão, em certa medida, mais conectadas atualmente e de forma geral, está cada vez mais confirmada. Um relatório da GWI apontou que o TikTok registrou aumento de 57% de usuários baby boomers, ou seja, os nascidos entre 1945 e 1964.

A informação vai além de uma geração mais velha antenada com tecnologias da sociedade atual. Mais do que isso, essas pessoas estão ocupando espaços e mostrando para estes novos canais que são merecedores de atenção especial quando o assunto é consumo.

Além disso, o TikTok é a quarta mídia social mais utilizada pelo público baby boomer. A lista é composta ainda, do primeiro para o terceiro colocado, por Facebook, Instagram e X (novo Twitter).

Consumidor experiente

O estudo mostra que, com destaque para os EUA, os baby boomers se encontram mais “entusiasmados” com conteúdos comerciais nestes novos canais, como o TikTok. Por lá, aliás, houve aumento de 22% no número de pessoas acompanhando influenciadores desde o segundo trimestre de 2021.

Ao pensar na conversão do usuário para consumidor, abraçar essa categoria de pessoas se torna uma tarefa ainda mais necessária. Mais consolidados financeiramente que a geração Z, por exemplo, os baby boomers são mais bem pagos e, portanto, o poder de compra é maior.

Veja a comparação com a geração Z, de acordo com alguns critérios financeiros abordados pelo levantamento da GWI:

Acesso a cartão de crédito

+ Baby Boomers – 63%
+ Geração Z – 41%

Probabilidade de ter comprado um produto ou serviço online na última semana

+ Baby Boomers – 39%
+ Geração Z – 35%

Rendimento elevado

+ Baby Boomers – 30%
+ Geração Z – 21%

Poder de compra

+ Baby Boomers – maior para 23%
+ Geração Z – maior para 8%

Apesar de todas as colocações a favor de uma estratégia específica para consumidores mais experientes, na prática, isso ainda é irrisório. Até por isso, apenas 10% dos baby boomers se sentem representados com as campanhas publicitárias atuais.

“Em geral, quanto mais representados os consumidores se sentem, mais receptivos são ao marketing e, da mesma forma, as empresas que adaptam a sua abordagem as gerações mais velhas de uma forma mais autêntica. Estas obtém benefícios visíveis”, pontua o relatório.

‘https://www.ecommercebrasil.com.br/noticias/baby-boomers-invadem-tiktok-e-consumo-e-um-dos-principais-focos