Amazon (AMZN34) vende mais que o esperado no 2º trimestre e ações disparam no after market

Entre abril e junho, a varejista teve um prejuízo de US$ 2 bilhões ante o mesmo intervalo do ano anterior.
Em continuidade à agitada semana de balanços corporativos nos Estados Unidos, a Amazon (AMZN34) apresentou números considerados sólidos após o pregão desta quinta-feira (28).

A varejista apresentou um prejuízo de US$ 2 bilhões no segundo trimestre deste ano, mas o que chamou a atenção foi o crescimento de 7% nas vendas totais, para US$ 121,2 bilhões, em um ano. Por volta de 17h30, os papéis da Amazon subiam 13% no after market da Nasdaq.

Na visão dos investidores, que passam a digerir a segunda perda trimestral consecutiva da empresa, o crescimento da receita é um ponto positivo em meio ao ambiente inflacionário e de aumento de custos.

A companhia sediada em Seattle, com isso, frustra no resultado líquido, mas bate a expectativa de Wall Street, que esperava que a Amazon tivesse uma receita de US$ 119 bilhões no segundo trimestre.

Vale ressaltar, entretanto, que na comparação com o mesmo trimestre de 2021, o crescimento do faturamento ficou abaixo da inflação no período, que atingiu 9,1%. Ou seja, não houve crescimento real.

No início do ano, a empresa revelou que esperava enfrentar US$ 4 bilhões em custos adicionais no primeiro trimestre, mais US$ 2 bilhões no segundo trimestre, como resultado da queda da produtividade da operação em função da conjuntura mais difícil.

O CEO da companhia, Andy Jassy, afirmou, em comentário no resultado, que os negócios foram impactados pelo aumento dos preços na economia.

“Apesar das contínuas pressões inflacionárias nos custos de combustível, energia e transporte, estamos progredindo nos custos mais controláveis, principalmente melhorando a produtividade de nossa rede de atendimento”, comentou o ex-presidente-executivo da Amazon Web Services (AWS).

AWS segura a barra da Amazon – mais uma vez
A divisão do serviço de computação em nuvem mais uma vez não decepcionou.

Entre abril e junho, as vendas líquidas da AWS cresceram 33%, para US$ 19,73 bilhões. O crescimento foi maior do que o das despesas, que avançaram 31%, para US$ 14,02 bilhões. Com isso, o lucro operacional somou US$ 5,71 bilhões, alta de 36,2% na comparação anual.

Aqui, as vendas da vertical da Amazon superaram a expectativa dos analistas, que aguardavam US$ 19,56 bilhões. O lucro, porém, ficou abaixo, uma vez que era esperado em US$ 6,04 bilhões.

Percebe-se, com isso, que o mercado subestimou a capacidade de crescimento das vendas da Amazon durante um período mais difícil da economia americana – que acaba de entrar em recessão técnica, quando o PIB cai por dois trimestres consecutivos.

As contas dos analistas, entretanto, foram mais amenas em termos de custos e despesas do que o reportado pela varejista. O que sustenta o ponto da resiliência do negócio – embora, no fim das contas, a companhia tenha dado prejuízo.

O balanço do segundo trimestre também aponta para a perda de US$ 3,9 bilhões relacionada ao investimento na Rivian Automotive (RIVN), empresa americana de carros elétricos. No ano, as ações da empresa caem 67%.

Os papéis da varejista também passam por uma montanha-russa. No acumulado do ano, até o fim da sessão desta quinta, a baixa era de 29%. Nos últimos dois meses, porém, ensaiam uma recuperação, com alta de mais de 30%.

Segundo dados compilados pela Refinitiv, apresentados na plataforma do TradeMap, o preço-alvo mediano para as ações da Amazon, segundo 51 analistas, é de US$ 170, upside de 22%.

Varejo cresce 24,8% no primeiro semestre

Setor apresenta índices positivos nas vendas e espera um segundo semestre com fluxo ainda maior

No primeiro semestre deste ano, o varejo paulista apresentou um aumento de 24,8% nas vendas, de acordo com a FCDLESP (Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Estado de São Paulo). O balanço realizado pela entidade, com a participação das principais CDLs do estado, aponta que o setor varejista mostra sinais de recuperação e segue otimista para o segundo semestre.

De acordo com a entidade, o impacto positivo pôde ser visto durante os primeiros seis meses do ano, já que as vendas mostraram um bom desempenho desde janeiro. Somente no mês de junho, o setor demonstrou um acréscimo de 5,9% quando comparado ao mesmo período do ano anterior.

Em 2021, mesmo com os avanços na flexibilização do Plano São Paulo, o varejo não atingiu o volume de vendas de 2019. A redução no horário de funcionamento e a capacidade limitada de receber os clientes no ambiente físico impactaram diretamente o volume de vendas que, consequentemente, apresentaram um baixo índice. Já em 2022, o avanço da vacinação e o aumento da confiança do consumidor possibilitaram um cenário mais animador.

Segundo os lojistas, o Dia das Mães foi a data sazonal que mais contribuiu para o alto volume de vendas. O setor de vestuário e calçados foi o que mais pôde sentir o volume de vendas, seguido de eletrônicos e cosméticos, conforme apontam as CDLs da região metropolitana da cidade, interior e litoral.

“Com os estabelecimentos abertos e funcionando normalmente, as datas comemorativas voltam a apresentar um bom desempenho de vendas, além do aumento no fluxo de pessoas que, neste ano, bares e restaurantes devem receber 30% a mais de clientes, o que dá sinais de recuperação em um setor totalmente afetado pela pandemia”, explica o presidente da FCDLESP, Maurício Stainoff.

Expectativas para o segundo semestre

Mesmo com boas expectativas, a entidade reforça que a alta da inflação e o desemprego refletem diretamente no desempenho do setor. Por isso, medidas como a liberação do FGTS, pagamento 13° salário e programas governamentais são essenciais para a manutenção ativa do varejo.

O comércio varejista espera ainda que a Copa do Mundo atraia mais pessoas às lojas e estima um aumento de 12% no fluxo de vendas. A expectativa é de que, com as datas sazonais do período, como Dia das Crianças e Black Friday, as lojas recebam uma demanda maior de compra.

Para suprir esta demanda, a entidade projeta que o setor tenha abertura de vagas temporárias no último trimestre do ano. Apenas na capital de São Paulo, 25 mil vagas devem ser abertas.

“O varejo tem apresentado bons índices, o que ajuda na recuperação. Com o avanço na vacinação, podemos falar, na prática, de uma retomada do varejo. Esperamos que até o final do ano, as vendas se equilibrem com o último ano antes da chegada da pandemia, 2019”, finaliza Stainoff.

Futuro do ecommerce no Brasil é positivo, mas o custo de crescimento deve ser alto

No Brasil, cerca de 70% dos volumes do comércio online são provenientes das vendas de eletro-eletrônicos.
O e-commerce brasileiro deve superar R$ 500 bilhões em 2026. Mesmo com todos os desafios de curto prazo para o varejo e para investimento em tecnologia, o valor ainda é cerca de 40% acima do que eram as projeções pré-pandemia. As perspectivas, portanto, são melhores do que o esperado anteriormente, em termos de GMV — gross merchandise volume ou valor total bruto de vendas —, apesar da desaceleração no ano passado, especialmente desde o segundo trimestre. Esse é o legado dos últimos dois anos para o e-commerce brasileiro, ou pelo menos uma parte importante dele.

Em nossas estimativas, após crescer 66% em 2020 e 31% em 2021, em comparação ao ano anterior, assumimos que as vendas online vão aumentar 12% em 2022, principalmente impulsionadas pelos principais players, que respondem por mais de 2/3 do mercado. E, a partir de então, em média, 19% ao ano até 2026. Trata-se do mesmo ritmo médio de expansão entre 2015 a 2019.

Nos últimos dois anos, as estimativas do mercado endereçável do e-commerce no Brasil já foram revisadas para refletir o crescimento exponencial de venda dos principais players com as mudanças de hábito do consumidor, mas também um legado cujos efeitos devem persistir por muito tempo após o fim da pandemia. São mais vendedores, mais tráfego, mais sortimento, frequência de compra e investimentos em nível de serviço.

Assim, ainda vemos uma tendência secular de crescimento do e-commerce brasileiro nos próximos anos e, diferentemente de mercados mais maduros, com GMV muito maior do que as estimativas pré-pandemia.

Mas no Brasil, com aproximadamente 70% das vendas online provenientes de celulares, eletrodomésticos e eletrônicos (todos impulsionados em 2020 pela maior demanda devido ao Coronavoucher e ao home office), era razoável assumir perspectivas de crescimento muito menores em 2021 e ao longo desse ano.

E, por enquanto, um custo mais alto de capital também impedirá a maioria dos players de manter o ritmo de crescimento dos últimos anos, abrindo caminho para mais consolidação, enquanto as margens, devido à concorrência e inflação ainda alta, permanecerão sob pressão no futuro próximo.

Por isso, acreditamos que há três tendências nos próximos trimestres para o setor online no país: (i) crescimento mais fraco do GMV (afetado por menor renda disponível e restrições de acesso a capital); (ii) foco na rentabilidade das operações (significando menor foco nas categorias não rentáveis, principalmente aquelas com menor ticket médio) e modo de preservação de caixa; e (iii) maior consolidação do mercado entre um pequeno grupo de players, uma tendência que esperamos se acelerar devido a essas condições de mercado menos favoráveis já listadas.

Antes que o mundo tivesse de lidar com o atual cenário inflacionário, o ambiente de juros baixos dos últimos anos, tanto no Brasil quanto globalmente, tornou as empresas de tecnologia mais atraentes, levando a um aumento relevante dos investimentos no setor, tanto para empresas públicas quanto privadas.

Só que, por enquanto, à medida que grande parte da população volta ao trabalho presencial e passa menos tempo em casa, o setor tem sofrido perdas profundas. Os investidores estão preocupados que as empresas impulsionadas pela pandemia estejam perdendo força.

Não por acaso, as ações que dispararam durante o rali da pandemia foram algumas das maiores perdedoras na desaceleração desde o ano passado. Uma reversão que também sinaliza as preocupações dos investidores com o valuation de muitos ativos de risco.

Temores com a inflação e a trajetória de alta das taxas de juros tem provocado turbulências no mercado e um acalorado debate sobre os múltiplos de valuation corretos para as ações de tecnologia no ambiente atual.

Uma das maiores fontes de preocupação é o risco de que o aperto do FED (o banco central americano) leve a economia a uma recessão, prejudicando ainda mais os fundamentos e o sentimento dos investidores. No curto prazo, taxas de juros mais altas reduzem os fluxos de caixa futuros das empresas em metodologias de precificação usadas com frequência.

Para cada aumento de 100 pontos-base no custo de capital próprio (taxa de desconto), em média, o valor de mercado combinado das empresas de tecnologia que cobrimos cai cerca de 15%, o que em parte explica a derrocada das ações. No Brasil, em sua última reunião, o Comitê de Política Monetária do Banco Central elevou a taxa básica para 13,25% ao ano.

Como parte do mesmo cenário, as pressões inflacionárias e o impacto sobre a renda disponível significam que a demanda será afetada no curto prazo, principalmente para categorias cíclicas e de alto ticket médio como eletroeletrônicos e eletrodomésticos.

É por isso que, apesar da tendência secular positiva para o e-commerce, vemos o setor em uma posição difícil no curto prazo, o que significa, no mínimo, volatilidade ainda alta. As companhias navegam, nesse momento, em uma perspectiva top-down desfavorável, o que coloca pressão nos fundamentos da maioria das empresas. Além disso, dificilmente as perspectivas de crescimento futuro serão precificadas antecipadamente. O mercado deve seguir com o foco cada vez mais direcionado para valorizar lucratividade, no lugar de crescimento a qualquer custo.

*Luiz Guanais é especialista em varejo e consumo do BTG Pactual

DHL investe em avião próprio para reduzir tempo de entrega no Brasil

No total, empresa de logística está aportando R$ 370 milhões no País.

A multinacional de logística DHL Express agora tem um avião próprio para fazer entregas no Brasil. A aeronave, um Boeing 767 com capacidade de 52 toneladas, faz a rota Miami-Campinas-Bogotá numa frequência de seis vezes na semana, com uma pausa técnica para manutenção, e custou R$ 130 milhões. No total, a DHL está investindo R$ 370 milhões no Brasil para diminuir o tempo de entrega de mercadorias, ampliar a atuação em ações ESG e aumentar a participação de mercado da empresa.

“Queremos aumentar nossa participação no mercado sem deixar a qualidade de lado e inserindo, cada vez mais, ações de sustentabilidade. De 2019 a 2021, foram investidos R$ 90 milhões. De 2022 a 2025, serão outros R$ 280 milhões, incluindo o avião”, destaca a CEO da DHL, Mirele Mautschke. Segundo ela, com o avião próprio a empresa quer dar a garantia de embarque para todos os clientes, independentemente do tamanho da remessa, em qualquer época do ano, sem depender das malhas aéreas comerciais.

A DHL continuará com voos diretos para os principais países da América Latina e Europa, oferecendo, assim, menor tempo de trânsito para as encomendas. Os clientes do Estado de São Paulo serão beneficiados com um dia a menos no tempo de trânsito para alguns tipos de importações.

Investimento em Viracopos
Maior aeroporto de cargas do País, Viracopos, em Campinas, também vai receber parte dos investimentos anunciados. Serão aportados R$ 40 milhões, nos próximos anos, para aumentar a capacidade de operação dos serviços de exportação. O investimento torna a DHL a primeira empresa a ter armazém alfandegário próprio no Brasil, o que permitirá ter o total controle sobre a cadeia logística das remessas no desembaraço da importação formal.

Em 2019, a Receita Federal do Brasil certificou a empresa como Operador Econômico Autorizado (OEA), na função de Agentes de Carga, Transportadora e Depositário Fiel.

A empresa também está investindo quase R$ 3 milhões para abrir ou ampliar lojas da DHL em diversas cidades do País, como Florianópolis (SC) e Vitória (ES). Ainda no Espírito Santo, outros R$ 3,5 milhões foram investidos na ampliação da filial DHL na cidade de Serra, região metropolitana da capital capixaba, para aumentar a capacidade de atendimento. A DHL possui 16 lojas próprias com mais de 450 parceiros e 19 filiais.

A DHL também vai eletrificar a frota de carros e motos, em até 60%, até 2030. Outro destaque é a parceria de R$ 2 milhões com a ONG Sobrasa, que atua na prevenção a afogamentos no mar e em águas doces.

Amazon Prime Day desencadeia guerra de ofertas no e-commerce, com descontos de até 70%

Na esteira aberta pelo Prime Day — campanha na qual a Amazon oferece descontos para os assinantes de seu pacote de benefícios —, quem navega pela internet nesta semana pode encontrar promoções por todo o lado.

Em tempos de vacas magras, para fazer frente à gigante americana, Casas Bahia, Mercado Livre e Magazine Luiza são alguns dos sites que estão oferecendo até 70% de abatimento em seus produtos.

Para o professor de Finanças do Ibmec Haroldo Monteiro, a ordem que movimenta o varejo on-line é não ficar para trás. Ainda mais em se tratando da tentativa de competir contra a Amazon, que é uma marca conhecida, em expansão no Brasil e que já consolidou a promoção no calendário dos consumidores.
Nos últimos dois anos, a Amazon inaugurou 16 estabelecimentos, entre centros de distribuição e estações de entrega no país. Segundo a companhia, os investimentos no país estão focados no longo prazo.

“Dado que a Amazon criou a campanha, as outras empresas acabam de uma forma geral se beneficiando desse dia se praticarem também menores preços em alguns dos seus produtos”, observa Monteiro, para quem as concorrentes podem se beneficiar da intenção de consumo dos que não encontraram determinados produtos em promoção na Amazon. “E se as marcas não aproveitam este dia, ficam para trás.”

O mês de julho, segundo o coordenador do curso de Marketing da FGV, Fernando Marchesini, sempre foi de muitas promoções. Por conta das férias escolares, o fluxo de pessoas nas ruas inspirava o comércio físico a baixar preços na tentativa de atrair o consumo por impulso. Esse formato se transfere para a internet num período em que os consumidores também estão mais expostos à publicidade on-line, consumindo mais entretenimento na internet.

A Amazon, nos dias 12 e 13 de julho, ofereceu descontos de até 50%, além de frete gratuito sem valor mínimo por pedido para todo o Brasil em produtos enviados pela empresa, para os assinantes de seu pacote de streaming Prime (a assinatura custa R$ 14,90 ao mês ou R$ 119 ao ano, equivalente a R$ 9,91 ao mês).
A Casas Bahia promoveu a quarta edição do Vip Days, seu programa gratuito de fidelidade, entre os dias 8 e 12, com até 50% de desconto para os cadastrados. Além disso, a varejista oferece frete grátis para as regiões Sul e Sudeste e entrega em até 48 horas, serviço premium de armazenamento em nuvem por três meses, e outros benefícios.

O Mercado Livre oferece cupons com até 70% de desconto para produtos de diversas categorias, além de vouchers para quem comprar acima de determinados valores, e envio rápido e grátis em compras a partir de R$ 79. “O interesse da empresa é utilizar a fidelização como um processo de vendas dos produtos. Hoje, é muito difícil fidelizar qualquer consumidor, que tem uma gama de ofertas à disposição. Ninguém compra mais em uma primeira olhada. Com um clique, qualquer pessoa pode comprar os preços e vantagens em cada site”, diz Marchesini.
“Então, se uma loja tem uma TV por R$ 2.900 e a outra, por R$ 2.850, mas entrega de graça ou te dá um voucher para usar na compra de outro produto, a vantagem faz mais diferença que o preço. E a loja está tentando fidelizar a pessoa a comprar um outro produto. Essas promoções estão cada vez mais agressivas em períodos mais interessantes”, acrescenta.

A Casas Bahia realiza o VIP Days mensalmente, desde abril, mas as datas variam a cada mês. Em julho, a rede antecipou e coincidiu com o primeiro dia da campanha da Amazon. E os resultados do programa de fidelidade estão de acordo com a estratégia, conta Guilherme Perez Simões, gerente executivo de CRM e Fidelidade da Via, dona das marcas Casas Bahia e Pontofrio. “Os resultados têm sido promissores. Com o Vip Casas Bahia, nosso programa de fidelidade, a rede percebeu uma maior recorrência do cliente e o dobro da taxa de conversão em relação a quem não integra o programa.

Apesar de praticar no dia 12 até 70% de desconto em itens de seu site, além de 10% para pagamento à vista, o Magazine Luiza informou que a campanha não era especial, mas uma edição de uma série de promoções que ocorrem quase diariamente.
Segundo o professor da FGV Fernando Marchesini, quanto mais empresas se relacionarem com a o Prime Day, maior deve ser a importância desta semana de julho no calendário do consumidor brasileiro. Mas como o Prime Day não é um evento aberto a qualquer pessoa, e sim reservado a assinantes, é difícil que ele chegue ao tamanho da Black Friday em popularidade.

A Amazon avalia, no entanto, que isso já é uma realidade, ressaltando que seu site já vende mais durante a campanha própria do que ao participar da ação global em novembro. Segundo a empresa, o Prime Day 2021 no Brasil registrou aumento de mais de 120% em quantidade de itens comprados pelos membros Prime em comparação a 2020, quando aconteceu a primeira edição do evento.

Além disso, nas primeiras 24 horas da edição de 2021, a quantidade de produtos comprados na Amazon.com.br foi superior à da Black Friday 2020, o que para a empresa seria uma evidência de que a data da varejista já é parte do calendário do brasileiro.

Empregos temporários

A Amazon informou que reforçou o quadro de funcionários em 17 pontos no Brasil para o Prime Day com 6 mil contratações temporárias no país. Só no Rio de Janeiro foram 730 temporários para o centro de distribuição em São João de Meriti, na Baixada Fluminense, e a estação de entrega em Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio. Os contratos são de um mês.

“Eventos como o Prime Day demostram nosso compromisso em desenvolver o e-commerce no Brasil. Além do desenvolvimento profissional, aqueles com interesse e excelente performance podem ingressar no quadro fixo de funcionários, como aconteceu nos nossos últimos eventos”, afirmou Thomas Kampel, líder de relações públicas da operação da Amazon no Brasil.

Venda digital perde fôlego e varejistas seguram despesas

Projeção de expandir 8% cai para 5% no ano; plataformas cortam custos e tiram benefícios do cliente.

“O Mercado Livre entregava com frete grátis se a compra [de supermercado] chegasse a R$ 79 ou mais. Agora [o valor] é R$ 199”, desabafava no Twitter, dias atrás, um dos clientes da plataforma, Gabriel Belusio. “Finalmente um cupom de frete grátis na Shopee sem preço mínimo”, comentava na sequência a consumidora sob o pseudônimo “Ash”, na última quinta-feira, data de um evento da Shopee no Brasil. O que se vê nas últimas semanas nas redes sociais, em centenas de mensagens sobre as ações das plataformas, é só um dos reflexos da mudança no ambiente do mercado digital no país.

O “boom” do comércio eletrônico após a pandemia perdeu força rapidamente neste ano, os custos logísticos e de mídia têm subido, e esse ciclo negativo já atingiu o consumidor que se acostumou, após a euforia nas vendas de 2020, a benefícios e vantagens na hora da compra. Esses ganhos vêm sendo revistos na busca dos grupos por maior eficiência.

Essa pressão cresce mais com a inesperada queda nas vendas no comércio eletrônico neste ano, com os primeiros recuos em abril (-6,4%) e maio (-1%), segundo dados de vendas mensais da empresa de pesquisas MCC/Neotrust. Era projetado desaquecimento, dizem analistas, mas não recuos seguidos. E isso ocorre não só pela base de comparação forte de 2021 e a volta do comércio nas lojas, mas há efeito da perda de renda e alta inflação nos preços. Americanas, Mercado Livre, Magazine Luiza e Via vêm crescendo em ritmo menor neste ano frente a 2021. A Shopee estaria mantendo ritmo pela base de vendas menos madura.
Nos últimos dias, o Valor reuniu junto a executivos e especialistas exemplos de alterações em políticas nas empresas, que podem afetar projetos e investimentos no ano. Por exemplo, aumentaram os valores mínimos de gastos em compras, definidos para obter entrega gratuita ou descontos. E parou de subir o peso da venda com frete grátis dentro do bolo total.

“Pelas nossas pesquisas, esse frete gratuito já se estabilizou no ano e não duvido que caia dentro do total no segundo semestre”, diz Fabrício Dantas, CEO da Neotrust. “É outro cenário hoje frente a 2020 e 2021. Está difícil estimar para frente, mas decidimos rever nossas projeções com a queda recente nas vendas”.
A estimativa no começo do ano era de uma alta no faturamento on-line de 8%, diz Dantas, e se espera agora crescer 5%, para R$ 169 bilhões. São R$ 8 bilhões a mais em vendas (mas quase R$ 5 bilhões a menos do projetado antes). Em valor, é a menor adição à base total desde 2019.

“Esperamos uma reaceleração do GMV [vendas pelas plataformas] no terceiro trimestre, porém mais lento. A expansão de 20% ao ano até 2025 caiu para 16%”, disse, dias atrás, em relatório, Daniel Federle, analista do Credit Suisse.
Esse cenário leva a revisões de prioridades nos grupos e afeta a relação com o cliente, apesar de eventual esforço para não cair o nível do serviço.

Desde o início do ano, grandes “marketplaces” como Renner, GPA, Magazine Luiza e Via falam em ser mais “racionais” na estratégia, com atenção maior à rentabilidade. “Temos sido muito acionados para ajudar a rever alguns processos. Não faz mais sentido ficar ‘comprando’ cliente digital a qualquer CAC [sigla de custo de aquisição de cliente], e sem conseguir diluir isso, pelos níveis baixos de venda”, diz Luciana Batista, sócia da consultoria Bain & Company.
“ Há análises sendo refeitas em investimentos, por exemplo, em ‘dark- stores’ [lojas que estocam produtos para entrega on-line] e sobre a real eficiência dos mini-hubs no país [pontos com ampla área de estoque]”, diz. “Será que vale mesmo abrir três ‘dark-stores’ no ano, com custo por metro quadrado alto, para a entrega a clientes num prazo mais curto, se o cliente da região aceita receber em prazo maior? Outro ponto tenho lojas com estoque que cobrem as entregas on-line em 75% da área, por que investir em mais mini hubs? Há projetos que estão ficando em stand-by ”, afirmou.
O comando da Petz disse, a analistas em maio, que fez “ajustes táticos”. “Havia alguns incentivos que a gente dava em programa de fidelidade, ou de descontos para ‘ship from store’ [venda on-line de estoque da loja], que não necessariamente traziam todo o benefício versus, eventualmente, a gente fazer um investimento maior no ‘Minhas Ofertas’ [no app próprio da rede ]”, disse a vice-presidente financeira, Aline Penna. “Estamos focando mais os investimentos em ‘pricing’, naqueles programas que nos trazem mais retorno”.
Em relatório na semana passada, analistas do Credit Suisse citam que a Vtex, fornecedora de tecnologia a empresas on-line, adotou uma postura mais conservadora neste ano depois que “começou a notar um crescimento mais fraco na sua base de clientes, em adição a uma implementação mais lenta de projetos em andamento”, diz o informe. Sobre a questão, a Vtex diz que cresce acima da média e vem gerando valor a seus clientes.

Fornecedora de serviços ao comércio eletrônico, a Infracommerce diz que “há clientes falando em segurar um pouco mais novos projetos”, segundo o vice-presidente de finanças Fabio Bortolloti.
Outra iniciativa envolve um aumento de investimento nas ações de marketing nos apps e sites das plataformas, e uma racionalização maior dos incentivos em buscadores, após a alta na inflação dos “cliques” entre 2020 e 2021. Empresas pagam se a venda é oriunda dos buscadores, como Google. “Essa é uma das maiores despesas dessas empresas digitais e a mais fácil de ser mexida. Como se trata de uma compra de mídia de performance, ela é fundamental hoje, mas há maior flexibilidade em ajustá-la”, diz Marcelo Tripoli, fundador da agência digital Zmes.

Ainda aumentaram as ações para incentivar a venda pelo sistema de retirada da compra on-line na loja. “Com o combustível caro, tem rede dando um agrado para fazer o cliente pegar o item na loja. A cada retirada, posso diminuir a minha rota de entrega. Além disso, o subsídio ao frete vem caindo, a depender do perfil do comprador”, diz um executivo da área de moda.

Nas últimas semanas, algumas medidas que afetam o consumidor vêm se tornando públicas, como a decisão do Mercado Livre de subir, a partir do dia 7 de junho, de R$ 79 para R$ 199, o valor mínimo para obter frete grátis na compra de itens de supermercado. Isso tende a diminuir o subsídio da empresa ou dos lojistas aos clientes.

Aos lojistas, a empresa disse em comunicado que está “reduzindo custos para que [o vendedor] possa baixar seus preços na seção”. Em receita, o Mercado Livre cresceu 63% no Brasil de janeiro a março, abaixo do ritmo dos trimestres anteriores, mesmo cenário visto no Magazine, Via e Americanas – efeito da base de comparação e da menor demanda, dizem analistas.
Na Shopee, consumidores já vêm mencionando em redes sociais há meses a política mais restritiva na concessão de benefícios. Em maio, ela aumentou, de R$ 20 para R$ 29, o preço mínimo para o cliente ter acesso ao frete grátis. A empresa cita, em balanços trimestrais globais, perda menor nas entregas no Brasil. “O dinheiro ‘enxugou’, e mesmo plataformas estrangeiras vêm adotando uma racionalização maior” diz Gabriel Lima, CEO da consultoria Enext.

Também existe hoje no mercado uma nova onda de repasses de custos aos lojistas, iniciada no fim de 2021. São medidas para absorver custos financeiros e operacionais maiores no ano. O Mercado Livre aumentou de até cinco dias para oito dias o prazo de pagamento a lojistas nas vendas feitas pelo Mercado Envios (para itens novos e vendedores com boa nota na plataforma). Ou seja, o valor ficará mais tempo com a companhia. Para itens usados e lojistas sem reputação, serão 12 dias.

A mudança vale a partir do dia 20. O parcelamento de vendas acima de R$ 500 também caiu de 12 vezes sem juros para 10, desde o dia 30 de junho, na categoria “premium”. Isso reduz custos de financiamento da empresa, em tempos de juros altos. Procurada, a companhia diz que são “ajustes em sua política de custos em função do cenário econômico” e isso afeta serviços como frete e formas de pagamento. Afirma que são atualizações necessárias para seguir com o objetivo de oferecer um melhor ecossistema de negócios.

O Valor já antecipou na semana passada que, desde a sexta-feira, a Via parou de antecipar o pagamento a lojistas de maior porte em seu “marketplace”. E após o dia 13, o Magazine Luiza passa de 16% para 18% a taxa cobrada do lojista que quiser receber o valor de sua venda à vista, na maioria das categorias de sua plataforma.

Internet das Coisas: os impactos da chegada do 5G

Com o aumento das conexões digitais, a nova geração da internet deve transformar o mercado brasileiro.

Na última semana, foi confirmada a chegada da última geração da internet móvel ao Brasil. Primeiro, o 5G foi implementado em Brasília e, agora, está sendo gradualmente disponibilizado nas capitais restantes. Como esperado, a novidade vai aprimorar e agilizar as conexões entre aparelhos eletrônicos, mas não para por aí. O sinal 5G pode impactar o conceito da Internet das Coisas (IoT na sigla em inglês) e atuar nas áreas de educação, saúde, transporte, segurança, entretenimento e finanças.

De forma direta, quando falamos sobre a chegada de uma conexão mais rápida, os benefícios imediatos que pensamos são aqueles mais rasos: rapidez na entrega de mensagens, melhora no download de arquivos, fim da lentidão em chamadas de vídeos, entre outros. Contudo, a revolução que a nova tecnologia deve trazer vai além do setor de telecomunicações – é aí que entra a Internet das Coisas (IoT).

A expressão IoT foi criada em 1999 por Kevin Ashton, pesquisador britânico do Massachusetts Institute of Technology (MIT), e nada mais é do que a possibilidade de conexão entre as pessoas e os objetos que as cercam, que funciona a partir de redes sem fio. Alguns exemplos comuns do uso dessa tecnologia são encontrados em Smart TVs, fechaduras inteligentes, smartwatches etc.

Seguindo o conceito de IoT e começando pela área de educação, a tecnologia pode impulsionar o ensino digital do País através do acesso à internet mais rápida. Durante a pandemia, muitos professores e estudantes sofreram com a falta de acessibilidade digital na educação a distância. O 5G vai expandir essa acessibilidade e transformar o ensino de diversas instituições que mantiveram o modelo a distância ou híbrido.

Falando de saúde, a estabilidade da rede faz com que seja possível que médicos auxiliem cirurgias de maneira remota, o que facilita a intervenção e o acompanhamento de pacientes que não conseguem comparecer ao local de atendimento específico.

Os impactos aos meio de transporte e segurança andam juntos, já que os automóveis poderão estar conectados e em sintonia a fim de diminuir os números de acidentes. No entretenimento, as vantagens encontram-se na rapidez do download de games e streamings.

O 5G, por fim, também tem o poder de movimentar o ecossistema de negócios e, consequentemente, as finanças do País. Com a possibilidade de desenvolvimento de novas tecnologias, como as citadas acima, há a expectativa de uma geração significativa de novos empregos. Além disso, a rede deve agilizar processos operacionais burocráticos, como os de onboarding e os de pagamentos digitais.

Falando em números, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) pretende arrecadar até R$ 49,7 bilhões com o leilão do 5G, sendo R$ 39,1 bi em investimentos e outros R$ 10,6 bi em outorgas.

A Accenture, empresa de consultoria global, publicou um estudo que diz que a tecnologia vai gerar um lucro de mais de 2 trilhões de euros entre 2021 e 2025 na Europa. Nos Estados Unidos, os ganhos devem chegar em mais de US$ 2,7 trilhões de vendas, com o potencial de criar 16 milhões de empregos em todos os setores da economia norte-americana.

A empresa de consultoria afirmou que ainda é muito cedo para ter certeza do impacto no Brasil, já que a tecnologia ainda nem chegou em todas as cidades, mas as expectativas são boas. Estamos em um momento propício para acompanhar a aceleração digital que já acontece em outros lugares do mundo.

Com a mão de obra correta, o 5G pode ser o recurso que faltava para que consigamos ampliar nosso gerenciamento da tecnologia. Enquanto esperamos pelos resultados futuros que podem revolucionar o mercado brasileiro, os usuários já podem aproveitar o envio rápido de mensagens e as chamadas de vídeo sem travar.
Carlos Carvalho é CEO da Truppe!

Shoppers 50+ movimentam R$ 29 bi no e-commerce

O levantamento foi feito pela Neotrust, empresa de inteligência que monitora o e-commerce brasileiro.

Em 2021, o número de pessoas com mais de 50 anos que fazem compras online mais do que dobrou, totalizando 49,5 milhões de compras virtuais e uma participação de mercado de 18,57%.

O faturamento do comércio eletrônico gerado pelo público na faixa dos 50 anos também apresentou crescimento, com alta de 27% em relação a 2020, e uma arrecadação de R$ 29,5 bilhões.

O levantamento foi feito pela Neotrust, empresa de inteligência que monitora o e-commerce brasileiro.

Além disso, houve um aumento de 1,12% no ticket médio, que passou de R$ 590,30 em 2020 para R$ 596,90 em 2021.

As cinco categorias que lideraram o número de pedidos no e-commerce entre os 50+ foram: beleza, perfumaria e saúde; moda e acessórios; artigos para casa; móveis, construção e decoração; e entretenimento, respectivamente.

Inflação no comércio eletrônico deve crescer 0,27% em junho

Maiores altas foram nos preços de notebooks, panelas elétricas e bicicletas.

O Índice de Inflação na Internet (E-Flation), que mede a variação no preços dos produtos comprados virtualmente, deve crescer 0,27% em junho, de acordo com pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo e Mercado de Consumo (Ibevar). No acumulado dos últimos seis meses, o índice deve manter estabilidade.

“Apesar das alterações bastante significativas mês a mês, nos últimos seis exercícios, os preços na internet ficaram praticamente estáveis no acumulado do semestre, ou seja, uma variação positiva de apenas 0,8%. No mesmo período, apenas como referência, pois se trata de uma outra cesta de bens, o IPCA cresceu 5,5%”, analisa Claudio Felisoni de Angelo, presidente do Ibevar, em nota à imprensa.

Em junho, as maiores altas no E-Flation foram nos preços de notebooks, com aumento de 6,54%; panelas elétricas, com 2,92%; bicicletas, com 2,76%; e lavadora de roupas, com 2,61% aparecem em seguida.

Os itens que apresentaram menor variação de preço foram TVs, com queda de 3,58%; geladeiras, com baixa de 3,17%; fones de ouvidos, com 2,75%; e micro-ondas, com 1,63%. A única categoria a se manter estável no mês foi a de calçados. O Ibevar coletou informações de preços dos produtos mais vendidos no ambiente digital em 35 categorias.

Os caminhos da experiência do cliente no futuro certamente vão te impactar

Não existe almoço grátis! O economista, estatístico e escritor norte-americano, Milton Friedman popularizou essa frase ao utilizá-la, em 1975, como o título de um de seus livros. Ponto central da ciência econômica, o conceito do tal almoço grátis é simples e direto: não há como exigir que o cliente tenha interesse e fidelidade pelos produtos sem que algo seja oferecido em troca.

E essa troca não necessariamente se dá a partir de promoções, novas soluções e serviços. A boa experiência é fundamental para que este cliente se sinta – ou melhor – que ele realmente esteja no centro da atenção.

Todos nós somos clientes em algum momento do dia. E sendo assim, queremos que as interações sejam autênticas, pessoais e também sirvam para orientar conversas futuras. Assim como qualquer outro relacionamento, não suportamos (cada vez mais) a ideia ter que repetir ou sentir que as empresas não estão ouvindo ou aprendendo com o que temos a dizer.

Nesse contexto, é fundamental que as companhias estejam acompanhando as tendências e aplicando o conhecimento do consumidor em estratégias que levem em conta o atual cenário de constante transformação. Você, como cliente ou consumidor, será impactado por essas mudanças.

Por isso, trago um pouco das 5 principais apostas que vejo em CX, não só para 2022, mas também para toda a década:

1 – Consumidores querem conversar com as marcas
A maneira mais natural com que nós interagimos com outras pessoas é através de conversas. E por que não conversar também com as empresas? As expectativas dos consumidores mudaram e cada vez mais os canais digitais ganham relevância. Poucos são os casos que justificam que o cliente pegue um telefone, ligue e espere para ser atendido por uma empresa. Conversas rápidas e relevantes através do canal escolhido pelo cliente é a realidade exigida pelos consumidores para os próximos anos.

2 – Querem ter seus problemas resolvidos rapidamente, mesmo que seja por conta própria
A dinâmica do processo de jornada do cliente costumava significar que a empresa e o agente de atendimento detinham todo o controle sobre a experiência de cada cliente. Agora, a dinâmica do poder mudou à medida que as empresas passaram a usar CX para se diferenciar. Os consumidores esperam estar no controle para se manterem fiéis às marcas, desde a escolha dos canais e forma de ser atendido, como o tempo que quer gastar com isto, mesmo que isso indique que ele mesmo possa solucionar seus problemas.

3 – Clientes querem ser reconhecidos em qualquer interação, sem precisarem ficar se repetindo
Como consumidor, não há nada mais cansativo e frustrante do que ter de repetir suas demandas aos atendentes à medida em que somos encaminhados para os departamentos responsáveis ou mesmo quando fazemos um novo contato. Cada vez mais os clientes estão reforçando a importância dessa integração do atendimento e do histórico de informações para personalizar cada jornada do cliente, de acordo com suas preferências e interações. De acordo com o CX Trends 2022, 87% consumidores brasileiros esperam que as empresas colaborem internamente para que não precisem repetir informações. E mais: 99% gastaria mais com marcas que personalizam esse atendimento.

4 – Se a tecnologia veio para ficar, conversar com “robôs” não será um problema
Os clientes vêem a Inteligência Artificial principalmente como uma força para o que é bom, podendo melhorar suas interações e experiências com as empresas. Feito corretamente, 65% dos clientes esperam que a IA seja uma economia de tempo. Outros 64% dizem que isso os impedirá de ter que se repetir. Olhando para o futuro, 61% esperam que a maioria de suas futuras interações de serviço com as empresas sejam automatizadas. Até 2030, a IA deverá representar 75% das primeiras interações com os clientes, colocando o papel do agente de atendimento de forma muito mais estratégica no processo para lidar com casos mais complexos ou clientes VIP.

5 – Querem, acima de tudo, ter boas experiências. E as expectativas ficarão altas.
Se consumidores brasileiros já deixavam de comprar com uma marca depois de múltiplas experiências negativas, imagine como essa expectativa será ainda mais alta nos próximos anos! A questão das boas experiências já é realidade: 75% dos clientes agora recorreriam a um concorrente após apenas um único atendimento ruim. As empresas não vão querer pagar pelo risco de perder o cliente por não cuidar bem de suas experiências.

O que podemos entender destas apostas é que não importa qual a sua preferência em termos de atendimento, desde que você tenha uma boa experiência, e sempre foi assim. O que está mudando e deve mudar em uma velocidade cada vez mais rápida é a forma como as novas tecnologias estão expandindo as fronteiras de CX e impactando o nosso comportamento, e vice-versa, esteja presencialmente em uma loja, via aplicativo no seu smartphone ou até em uma jornada de imersão do metaverso. Se tivermos esta experiência que buscamos, seja qual for a marca, podem ter certeza que o almoço estará pago.