Os 6 elementos de transformação estrutural do varejo pela Inteligência Artificial

“O que a Inteligência Artificial irá transformar, de fato, o varejo ainda é campo farto para especulação. Mas algumas perspectivas já são concretas e várias delas já foram implantadas ou estão em implantação.

No plano operacional, é mais simples constatar a melhoria de todos os processos preditivos, o planejamento e a realização de atividades processuais, além de tudo o que será incorporado para aumentar a eficiência e a produtividade na logística, nos pagamentos, na experiência no e-commerce e no ponto de venda, bem como na interação, promoção, comunicação, serviços e informação ao consumidor, e no relacionamento comercial e operacional entre o varejo e seus fornecedores de produtos, serviços e soluções.

Em artigo publicado na Mercado&Consumo, Marcelo Antoniazzi, CEO da Gouvêa Consulting, tratou com bastante profundidade e extensão, com exemplos reais, o que já está sendo implantado e as perspectivas próximas.

Mas existem elementos estruturais e estratégicos que estarão em transformação como resultado dessa evolução, e pelo menos cinco deles nos parecem importantes considerar neste momento da jornada.”

O muito que tem sido mostrado como iniciativas já em operação, envolvendo personalização, predição, experiência, promoção, comunicação e relacionamento, combinando recursos conhecidos potencializados pela Inteligência Artificial, é apenas uma amostra do que virá por aí, especialmente na China, Coreia, Singapura e outras regiões da Ásia e Pacífico, quando comparado aos EUA, Europa e Brasil.

É importante lembrar que o menor rigor nos controles ligados à LGPD e suas variantes, como ocorre na Ásia e no Pacífico, poderá marcar avanços mais significativos naquela região, comparativamente ao que acontece no mundo ocidental, especialmente em tudo que envolve a relação com consumidores.

E envolvendo também os investimentos diretos do governo, como no caso da China, com a visão de que a liderança econômica e política no futuro estará diretamente relacionada à liderança em tecnologia, digital e Inteligência Artificial.

No plano estratégico, a especulação também predomina, mas os temas mais estruturais por suas diferentes vertentes merecem discussões e, se possível, antecipações pela dimensão de seus impactos.

Vale enumerar as mais significativas e desafiadoras:

O crescimento ainda mais relevante dos canais digitais na distribuição de produtos e serviços

Os canais digitais tendem a crescer mais em termos de participação nas vendas totais aos consumidores, devido à velocidade, facilidade e ao desejo dos próprios consumidores, potencializados pelo avanço do uso da Inteligência Artificial, em comparação com as lojas físicas, vendas diretas e outros canais. Os recursos que podem ser incorporados para conhecer, antecipar, servir e facilitar o processo de informação para a tomada de decisão e realização da compra serão mais importantes e ágeis nesses canais digitais. As participações das vendas do e-commerce na China e na Coreia, em relação ao varejo total, já são eloquentes em demonstrar essa realidade.

O aumento da desintermediação com marcas e fornecedores conectando diretamente o consumidor final

O crescimento dos canais digitais em suas diferentes vertentes, integrado com outros canais, será um elemento propulsor da aceleração do processo de desintermediação, envolvendo a venda direta ou integrada por meio de marketplaces e do cross-border da indústria fornecedora e das marcas para os consumidores finais. São processos que já estavam em expansão no período pré-disseminação da Inteligência Artificial Generativa e que estão sendo ainda mais acelerados, especialmente nas categorias de eletroeletrônicos, tecnologia, moda, utilidades e outras.

O avanço da globalização digital combinado com a desglobalização do varejo físico

A combinação estrutural desses dois elementos — crescimento da participação dos canais digitais e aumento da desintermediação — é um propulsor natural da expansão da globalização do varejo digital, ao mesmo tempo em que ocorre a desglobalização do varejo físico, que é, por si só, muito mais complexo, custoso e arriscado. Veja os exemplos de Walmart, Carrefour, Tesco, Marks & Spencer, Ikea, Casino e muitos outros, que têm reduzido o número de países em que operavam fisicamente.

A razão principal, além da complexidade operacional, tributária e trabalhista de operar no varejo físico, é que consumidores dos mais diferentes rincões do mundo — no interior da Europa, dos Estados Unidos, da África ou da América Latina — são atendidos diretamente por meio das plataformas globais, comprando produtos fabricados no interior de países da Ásia ou de outras regiões e pagando pelos mais diversos meios de pagamento digitais. Tudo isso é acelerado, facilitado, estimulado e racionalizado pela Inteligência Artificial.

Aumento do nível de competitividade e pressão na rentabilidade pela expansão da oferta reconfigurada e individualizada

A combinação dos fatores anteriores leva a um processo irreversível de ampliação da oferta de alternativas segmentadas, nichadas e individualizadas por meio dos diferentes canais, com recursos promocionais que estimulam desejos e, ao mesmo tempo, geram uma pressão maior sobre os preços praticados.

É certo que o uso da Inteligência Artificial permitirá uma maior racionalização em todos os processos, buscando reduzir custos, otimizar recursos e tornar a operação viável para enfrentar a pressão inevitável. No entanto, a tendência será uma maior pressão sobre os preços praticados, o que deverá estimular o crescimento da reconfiguração do varejo orientado para valor.

“Por conta dos diferenciais associados ao uso da Inteligência Artificial, que permitirá um melhor entendimento, planejamento e atendimento dos consumidores em todo o mundo, com redução de custos operacionais, logísticos e físicos, além de gerar escala global para iniciativas locais.

A reconfiguração estrutural o setor de varejo pela combinação dos elementos em transformação

O conjunto desses elementos leva à reconfiguração estrutural do setor de varejo, alterando o perfil, o escopo e o âmbito de sua atuação, pois parte de seu faturamento com vendas de produtos será redirecionada para a venda de serviços de intermediação entre marcas e fornecedores e os consumidores finais. Também haverá uma revisão do foco, investimentos e protagonismo em tudo que envolve tecnologia e digital, pois é nesse plano que serão definidas as lideranças econômicas e financeiras do presente e do futuro. E, igualmente, será necessário aumentar as vendas de serviços e soluções, reconfigurar o âmbito de sua atuação geográfica e repensar estrategicamente os elementos associados à sua marca e posicionamento.

Uma nova ordem nos modelos de organização, gestão, cultura nos negócios. E não só no varejo.

Tudo isso determina um profundo e radical repensar dos modelos de organização, gestão, cultura e transformação estrutural de todos os setores e negócios, em particular do setor de varejo, devido ao avanço da Inteligência Artificial.

O empoderamento do consumidor, das organizações e dos funcionários, colaboradores e parceiros, além de mudar as relações de trabalho e relacionamento, exige o repensar de novos modelos, estruturas, culturas e relacionamentos.

Os modelos de organização e cultura do passado deverão ser repensados em todos os seus aspectos, considerando tudo o que envolve o empoderamento dos agentes envolvidos, que estarão estimulados, desafiados e reconfigurados em seus papéis, expectativas, poderes, desejos, competências e capacidades de atuação.

A organização do passado, em especial a do setor industrial, que não se aproximou do consumidor final com sua dinâmica e profunda mudança cultural, de alguma forma, será a que terá mais dificuldades devido à mudança do eixo e da intensidade do poder que emanam do consumidor empoderado pela Inteligência Artificial.

É preciso perceber, avaliar e propor esse repensar estrutural e estratégico no âmbito de todas as atividades para não se tornar apenas observador desse irreversível processo.

Vale refletir. E agir.

Nota: A Inteligência Artificial e seu impacto estratégico, estrutural, tático e operacional no varejo e no consumo são temas de destaque no Latam Retail Show, que ocorrerá de 17 a 19 de setembro em São Paulo. O evento discutirá como a IA afeta o comportamento do consumidor, o mercado, a geografia, a política, a economia e os diversos canais, categorias, formatos de lojas e modelos de negócios, tanto nos mercados globais quanto no Brasil. O evento também terá transmissão virtual de parte do conteúdo para quem não possa participar presencialmente. Os ingressos limitados já estão disponíveis pelo site.

Vendas no varejo crescem mais do que o esperado

Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) foi divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

As vendas no comércio varejista cresceram 0,6% em julho ante junho, conforme apontou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na quinta-feira (12).

O resultado veio acima da mediana das 26 instituições financeiras e consultorias ouvidas pelo Valor Data, que projetava um avanço de 0,5%. As estimativas iam desde uma queda de 0,3% a alta de 0,9%.

Ante julho do ano passado, o comércio varejista cresceu 4,4%. Segundo o IBGE, esta foi a 14ª alta consecutiva. Até julho, o acumulado do ano é de 5,1% ante o mesmo período de 2023, enquanto o acumulado nos últimos 12 meses ficou em 3,7%.

No comércio varejista ampliado (que inclui veículos, motos, partes e peças, material de construção e atacado de produtos alimentícios, bebidas e fumo), o volume de vendas variou 0,1% frente a junho. Na comparação com julho de 2023, o varejo ampliado cresceu 7,2%, acumulando no ano alta de 4,7% ante o mesmo período de 2023 e de 3,8% em 12 meses.

Por que esse dado importa para a sua vida?
Neste momento, os indicadores da atividade econômica no país importam ao mercado, especialmente devido aos alertas recentes do Banco Central (BC) a respeito de sua preocupação com a inflação.

Por um lado, uma atividade econômica forte é positiva para o crescimento do país. Mas, por outro, alguns indicadores preocupam porque eles podem trazer mais pressões inflacionárias, justamente o que teme a autoridade monetária.

Os dados do IPCA de agosto, divulgados na última terça-feira (10) mostraram uma estabilidade, o que traz mais alívio para o mercado. No entanto, outros indicadores de atividade indicaram que a economia segue pujante por aqui. No último dia 11, por exemplo, a Pesquisa Mensal de Serviços mostrou que o segmento cresceu bem mais do que o esperado.

Caso o Banco Central entenda que esses dados são suficientes para mostrar que a pressão inflacionária segue forte, a autoridade monetária pode aumentar os juros, adotando uma postura de que “é melhor prevenir do que remediar”.

O que subiu e o que caiu?
Ante junho de 2024
Em julho, cinco das oito atividades pesquisadas tiveram alta, segundo o IBGE.

O grupo de Equipamentos e material para escritório informática e comunicação cresceu 2,2%; Outros artigos de uso pessoal e doméstico tiveram alta de 2,1%; Tecidos, vestuário e calçados subiu 1,8%; Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo avançou 1,7%, e Móveis e eletrodomésticos cresceu 1,4%.

Já o segmento de Livros, jornais, revistas e papelaria subiu 0,1% e ficou com variação próxima da estabilidade.

Por fim, Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria registrou queda de 1,5% e Combustíveis e lubrificantes caíram 1,1%.

No âmbito do comércio varejista ampliado a atividade de Veículos e motos, partes e peças teve alta de 3,8% enquanto Material de construção caiu 0,2%.

Ante julho de 2023
Em relação a julho de 2023, também seis dos oito setores investigados ficaram no campo positivo. Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria subiu 16,0%; Outros artigos de uso pessoal e doméstico avançaram 10,6%; Móveis e eletrodomésticos teve alta de 8,1%; Tecidos, vestuário e calçados subiram 5,2%.;Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo tiveram alta de 3,0% e Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação subiram 0,3%.

No campo negativo ficaram Livros, jornais, revistas e papelaria, com queda de 5,0%, e Combustíveis e lubrificantes, que caíram 4,3%.

No comércio varejista ampliado, os três setores adicionais tiveram resultados no campo positivo: Veículos e motos, partes e peças subiram 20,3%; Material de construção teve alta de11,0% e Atacado de produtos alimentícios, bebidas e fumo subiu 0,6%.

Canal de voz é fonte subestimada de dados e tendências de CX

Com avanços no uso de IA, ferramenta tradicional de relacionamento ganha novo destaque com personalização e captação de tendências.

As expectativas dos clientes aumentam rapidamente a cada dia. Atualmente, buscam agilidade no tempo de resposta em um diálogo com uma marca, querem ser atendidos em múltiplos canais e demandam serviços personalizados.

Segundo o Relatório Anual de Engajamento do Cliente 2024, da Twilio, os consumidores gastam em média 54% mais em marcas que personalizam experiências. É nesse cenário que a ferramenta mais conhecida e tradicional de atendimento ao cliente, o canal de voz, ainda se mostra relevante para as empresas que estão criando um atendimento realmente multicanal.

De acordo com o estudo, 84% das empresas afirmam que proporcionam um engajamento “bom” ou “excelente” a seus clientes, mas apenas 54% dos consumidores concordam que seja assim. Isso mostra que o atendimento das marcas para seus clientes ainda deixa a desejar.

Nesse contexto, a agilidade ainda é um grande desafio para as marcas. Vale lembrar que cerca de dois terços dos entrevistados em uma pesquisa recente da Accenture afirmaram sentir que as empresas não respondem rápido o suficiente às suas necessidades em constante mudança.

“Para criar um atendimento consistente com os desejos dos clientes, primeiro precisamos entender suas necessidades”, afirma Vivian Jones, vice-presidente LATAM da Twilio. “Primeiramente, os dados são o alicerce de uma estratégia de atendimento ao cliente mais robusta, porém muitas empresas estão subestimando esse potencial. Em uma época em que as redes sociais são um método de contato preferencial, os dados gerados por chamadas de voz são um recurso com grande potencial ainda a ser explorado. Juntamente com ferramentas de Inteligência Artificial (IA), como a Twilio Voice Intelligence, essas interações são um recurso valioso que pode ser analisado para oferecer um serviço personalizado, adaptado ao que o cliente realmente deseja”.

Chamadas de voz trazem insights para o CX
Para a Twilio, a criação de uma experiência de voz eficaz começa com a escolha do software adequado. No caso da Twilio, as ferramentas de comunicação ajudam a transformar chamadas de voz não estruturadas em insights de dados práticos. “O Voice Intelligence pode transcrever e analisar as interações com o cliente em escala e identificar as principais tendências. Exemplo do que se pode tirar de chamadas de voz para incrementar a estratégia são observados em questões como: seus clientes estão mencionando o preço mais baixo de um concorrente? Como eles desejam ser contatados? Quais são as reclamações comuns e sobre quais assuntos eles querem saber mais?”, explica Jones.

Segundo o executivo, usar dados de conversas dessa maneira ajuda atendentes a resolverem as consultas mais rapidamente, bem como a identificarem áreas de melhoria e a maximizar a satisfação do cliente. Isso pode ser feito por meio da equiparação de uma taxa mais baixa encontrada em outro lugar ou do acompanhamento de um produto específico por e-mail, promovendo uma experiência totalmente personalizada e orientada por dados.

De acordo com a Twilio, essa visão parte da ideia de se manter o cliente no controle, já que não são apenas os agentes de call center que são capazes de encontrar soluções para os problemas dos clientes. Hoje em dia, qualquer pessoa pode ter autonomia total em chamadas telefônicas com o uso de uma unidade de resposta audível moderna ou URA.

IA na voz permite maior conhecimento do cliente
Os avanços na tecnologia significam que os clientes têm o poder de realizar todas as tarefas por conta própria. “A IA de linguagem natural analisa o sentimento de um usuário e determina seu objetivo. Assim, alimenta os bots, que fornecem respostas automatizadas personalizadas para facilitar diversas situações”, explica o Jones.

As estratégias desenvolvidas observando esses dados permitem levar o CX a outro patamar, ganhando conhecimento sobre o cliente por meio de pesquisas e enquetes por telefone, utilizando a URA, por exemplo. Após uma transação ou interação recente com o departamento de atendimento ao cliente, a URA pode fazer perguntas abertas para coletar feedback em tempo real e ajudar sua empresa a se adaptar às necessidades em constante evolução do cliente.

“Tanto por meio de URA, bots ou agentes humanos, o importante é lembrar que o cliente que escolher interagir por seu canal preferido, incluindo o de voz”, finaliza Jones. “Por vezes a praticidade está aqui, assim como a segurança de uma resposta mais humanizada. As pessoas revelam o que buscam falando e é importante prestar atenção”.

Dia dos Namorados deve movimentar R$ 23 bilhões no comércio, aponta pesquisa CNDL/ SPC Brasil

59% os consumidores devem presentear na data. Cosméticos, roupas e calçados serão os principais presentes.

O Dia dos Namorados deve levar 96 milhões de consumidores às compras, é o que aponta pesquisa realizada pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) em parceria com a Offerwise Pesquisas. De acordo com o levantamento, 59% dos entrevistados pretendem presentear no Dia dos Namorados. A estimativa mostra uma queda numérica de 3,8 milhões em comparação com o ano passado.

Os esposos ou as esposas aparecem em primeiro lugar (54%) no ranking dos principais presenteados, enquanto 37% pretendem presentear os(as) namorados(as).

Entre os que não vão comprar presentes, 53% não têm namorado(a), noivo(a) ou cônjuge, 13% vão priorizar o pagamento de dívidas e 11% não tem dinheiro.

De acordo com o levantamento, 56% dos consumidores afirmam que devem comprar um único presente, enquanto 32% pretendem adquirir dois itens, sendo a média de 1,5 presentes.

“A pesquisa aponta uma pequena queda no número de consumidores que deverão ir às compras no Dia dos Namorados este ano na comparação com o ano passado. Apesar disso, a data é de grande importância para a economia, movimentando tanto o comércio, quanto bares, restaurantes, hotéis e até mesmo viagens”, destaca o presidente da CNDL, José César da Costa.

Consumidores vão gastar em média R$ 238 com presentes. Cosméticos, roupas e calçados lideram o ranking dos itens mais procurados

A pesquisa mostra que com relação às compras pretendidas, 34% esperam gastar mais este ano do que em 2023, 33% pretendem gastar o mesmo valor e 18% menos.

Comparado ao ano passado, 38% pretendem comprar a mesma quantidade de produtos, 23% devem comprar mais e 17% comprar menos.

Entre as razões para gastar mais, os consumidores afirmaram que: pretendem comprar um presente melhor (61%, principalmente os não casados), que os produtos estão mais caros (25%) e que vão comprar mais presentes (20%).

Já entre os que pretendem gastar menos, 27% estão com a situação financeira difícil, 22% atribuem a instabilidade econômica e 20% para economizar.

Entre os entrevistados, 61% consideram que os preços dos presentes este ano estão mais caros do que ano passado. 33% acreditam que estão na mesma faixa de preço e 6% que estão mais baratos. 76% pretendem fazer pesquisa de preço antes das compras, principalmente pela internet.

Em média, o consumidor brasileiro deve desembolsar R$ 238 com os presentes do Dia dos Namorados. Com isso, estima-se movimentar R$ 22,81 bilhões no varejo e serviços.

A principal forma de pagamento será à vista (65%), enquanto 33% comprarão parcelado. As principais modalidades de pagamento serão: cartão de crédito parcelado (31%), PIX (27%) e cartão de débito (13%).

Os presentes mais procurados serão perfumes, cosméticos e maquiagem (39%), roupas (37%), calçados (24%), um jantar (20%) e bombons e chocolates (18%).

Quanto às comemorações, 37% planejam comemorar a data na própria casa, 29% em um restaurante e 9% na casa do namorado(a) /noivo (a). E 71% acreditam que vão receber presentes na data.

57% pretendem comprar a maioria dos presentes em lojas físicas

Sete em cada dez dos consumidores (67%) pretendem adquirir algum produto ou serviço para se preparar para o Dia dos Namorados, principalmente roupas (38%), perfumes, cosméticos e maquiagem (24%), lingeries e peças íntimas (20%), calçados (16%) e tratamento estético (13%).

Na hora de escolher o local de compra, 57% pretendem fazer as compras em lojas físicas e 33% pela internet. Os principais locais de compra serão: lojas online (31%), shopping center (23%), shopping popular (12%) e lojas de departamento (8%).

Entre os que dizem que irão comprar pela internet, 67% pretendem comprar em aplicativos, 62% em sites e 13% pelo Instagram. Os tipos de sites/lojas online mais citados são de varejistas nacionais (60%), varejistas internacionais (60%), seguidos dos sites de compra e venda de produtos novos ou usados (33%) e sites de lojas de maquiagem, perfumes, etc. (29%).

Considerando os que pretendem comprar presentes em sites ou aplicativos internacionais, as lojas mais citadas foram: Amazon (69%), Shopee (61%) e Shein (43%).

As principais justificativas dos que pretendem comprar em sites internacionais são os: preços mais baixos (77%), a variedade de produtos (59%) e a economia de gastos (45%).

32% pretendem comprar presentes mesmo com contas em atraso

Para impressionar o parceiro, muitos consumidores não veem limites e até ignoram os compromissos financeiros já assumidos. A pesquisa mostra que 32% dos entrevistados que pretendem comprar presentes irão às compras mesmo com contas em atraso, sendo que 68% estão com nome sujo.

Os dados revelam ainda que 29% reconhecem gastar mais do que podem na compra de presentes para o parceiro. Entre os principais motivos, 30% acreditam que o esposo(a)/namorado(a) merece, 26% querem agradar o parceiro(a), não se importando se vão gastar mais do que deveriam (sobretudo as classes A/B e os não casados) e 16% gostam de impressionar.

“O país passa por um período de recorde no endividamento dos consumidores. É preciso, acima de tudo, ter disciplina para conter os gastos e usar a criatividade para comemorar a data. Não vale a pena colocar o orçamento em risco para impressionar o parceiro”, orienta a especialista em finanças da CNDL, Merula Borges.

METODOLOGIA

Público-alvo: consumidores das 27 capitais brasileiras, homens e mulheres, com idade igual ou maior a 18 anos, de todas as classes econômicas (excluindo analfabetos) e que pretendem realizar compras para o dia dos namorados deste ano.

Método de coleta: pesquisa realizada pela web e pós-ponderada por sexo, idade, estado e renda.

Tamanho amostral da pesquisa: 1100 casos em um primeiro levantamento para identificar o percentual de pessoas com intenção de comprar presentes para o Dia dos Namorados. Em seguida, continuaram a responder o questionário 670 casos, somente com os que tinham a intenção de compra para esta data. Resultando, respectivamente, uma margem de erro no geral de 2,95 p. p. e 3,79 p. p. para um intervalo de confiança a 95%.

Período da coleta dos dados: de 3 a 13 de maio de 2024.

Sobre a CNDL – Criada em 1960, a CNDL é formada por Federações de Câmaras de Dirigentes Lojistas nos estados (FCDLs), Câmaras de Dirigentes Lojistas nos municípios (CDLs), SPC Brasil e CDL Jovem, entidades que, em conjunto, compõem o Sistema CNDL. É a principal rede representativa do varejo no país e tem como missão a defesa e o fortalecimento da livre iniciativa. Atua institucionalmente em nome de mais de 500 mil empresas, que juntas representam mais de 5% do PIB brasileiro, geram 4,6 milhões de empregos e movimentam R$ 340 bilhões por ano.

SPC Brasil – Há mais de 60 anos no mercado, o SPC Brasil possui um dos mais completos bancos de dados da América Latina, com informações de crédito de pessoas físicas e jurídicas. É a plataforma de inovação do Sistema CNDL para apoiar empresas em conhecimento e inteligência para crédito, identidade digital e soluções de negócios. Oferece serviços que geram benefícios compartilhados para sociedade, ao auxiliar na tomada de decisão e fomentar o acesso ao crédito. É também referência em pesquisas, análises e indicadores que mapeiam o comportamento do mercado, de consumidores e empresários brasileiros, contribuindo para o desenvolvimento da economia do país.

Sobre a Offerwise – Há mais de 16 anos a Offerwise vem abordando de maneiras inovadoras a pesquisa de mercado. Com um modelo único e próprio de recrutamento tem conseguido construir um dos principais painéis de pesquisa no mundo. Evoluindo para uma empresa robusta de campo online com uso de tecnologia avançada. Detém o maior e mais representativo painel da América Latina e Hispânico nos EUA. Os escritórios ao redor do mundo estão compostos por profissionais de pesquisa de mercado que conhecem e compreendem suas culturas locais e os consumidores que se deseja alcançar.

CX vai além da prestação de serviços

Eduardo Morelli, diretor de CX da Dasa, afirma que a experiência do cliente agora se concentra na continuidade do relacionamento, nas conexões genuínas e no compromisso com cada cliente.

A evolução do atendimento ao cliente ultrapassou a simples prestação de serviços para se tornar uma experiência holística e integrada. Eduardo Morelli, diretor de CX da Dasa, testemunhou essa transformação ao longo de sua carreira, que começou como operador de Call Center em uma época em que a internet era privilégio de poucos.

Desde então, sua trajetória foi uma verdadeira imersão em diferentes áreas, desde Atendimento ao Cliente até Logística e Marketing. Durante esse percurso, Eduardo percebeu que gerar valor para a empresa era um fator que estava intrinsecamente ligado a gerar valor para o cliente. Esse aprendizado moldou a sua visão sobre CX, levando-o a explorar novos horizontes na área de Eficiência Corporativa na Telefônica, mais tarde GVT, e finalmente na Dasa.

Hoje, Morelli lidera uma equipe focada em acompanhar uma jornada mais completa do cliente, indo além do atendimento para abraçar todos os pontos de contato. Essa abordagem integrada não se limita apenas ao digital, estendendo-se ao contato direto com unidades, laboratórios e hospitais, garantindo uma experiência uniforme e integrada.

“Lidamos com situações delicadas, nas quais clientes podem estar preocupados com exames para cirurgias ou para diagnósticos de doenças. Trabalhamos com o aspecto humano de uma forma muito sensível e complexa, e isso demanda um cuidado especial em cada interação”, destaca.

A visão de Morelli vai além do simples gerenciamento de serviços; ela se estende à continuidade do relacionamento pós-atendimento. Essa sensibilidade promove não apenas uma experiência integrada, mas também um vínculo empático e genuíno com cada pessoa atendida. Essa busca pela excelência na experiência do cliente é o coração de sua atuação na Dasa, moldando não apenas os processos, mas a própria cultura da empresa.

ABORDAGEM PROATIVA E PREVENTIVA
Entre as muitas lições que Morelli aprendeu ao longo de sua carreira está a importância de pensar não apenas no momento específico de interação com o cliente, mas em toda a jornada e monitorar a satisfação em múltiplos pontos de contato.

No caso da Dasa, isso significa uma abordagem que vai além de apenas fornecer resultados de exames ou orientações. A empresa toma a iniciativa de contatar diretamente pacientes ou médicos quando problemas sérios são detectados, oferecendo orientações direcionadas para uma melhor saúde. Essa abordagem proativa e preventiva visa preencher lacunas na jornada do cliente, garantindo a comunicação rápida e clara de informações críticas.

“Agora, entramos em contato diretamente com o paciente ou o médico, informando sobre qualquer problema sério que precise de atenção imediata. Essa abordagem visa uma preocupação humana maior, pois ainda há muitos pacientes que, por diversos motivos, não retornam para buscar os resultados dos exames realizados”, afirma. Segundo Morelli, é comum, por exemplo, um paciente deixar de buscar o resultado de um exame porque os sintomas já passaram.

No entanto, mesmo que os sintomas tenham desaparecido, pode ser algo mais grave. A Dasa está atenta a isso, e toda a equipe médica está envolvida nesse cuidado. Quando ocorre algum problema, os médicos da operação se comunicam com o cliente. A ideia é ampliar essa abordagem cada vez mais.

HABILIDADES E DESAFIOS EM CX
Entre as habilidades necessárias para atuar com sucesso em CX, Morelli ressalta a importância da capacidade analítica – a habilidade de tomar decisões mesmo com informações limitadas. “É essencial basear decisões em dados, mesmo que sejam escassos, mantendo-se atualizado com avanços tecnológicos, tanto no mercado de saúde quanto em outros setores”, complementa. Além disso, ter uma visão integrada e fazer a gestão de ponta a ponta também são fatores de extrema importância.

Ao liderar as relações com os clientes na Dasa, o diretor também enfrenta alguns desafios e, para superá-los, conta com a adaptação e a inovação de sistemas e processos personalizados. Um destes desafios, por exemplo, é o de unificar todos os serviços da Dasa em uma estrutura única.

“Nosso objetivo é garantir o melhor atendimento no local mais adequado, buscando proporcionar uma experiência integrada não apenas em nossa estrutura física, mas também na percepção do cliente”, explica. Nesse contexto, a digitalização de processos é utilizada para tornar a experiência do usuário mais ágil e eficiente.

O uso da tecnologia reduz o tempo gasto nas unidades e permite que os clientes dediquem mais tempo à família e ao lazer, por exemplo. Recursos como a prescrição digital e as soluções de automação, para otimizar a jornada do cliente, são estratégias adotadas pela Dasa.

Ao considerar o futuro da Dasa, Morelli reforça a ideia de não apenas oferecer serviços, mas integrar-se à vida das pessoas, ou seja, proporcionar um cuidado contínuo e holístico.

Quanto ao futuro da experiência do cliente, o diretor diz que a busca é pela continuidade do relacionamento. “Queremos atender a todas as necessidades proativamente”, afirma.

O comércio em Porto Alegre e outras 30 cidades afetadas pelas enchentes apresentou sinais de melhora na última semana do mês

O varejo em Porto Alegre e outras 30 cidades afetadas pelas enchentes que devastaram o Rio Grande do Sul desde o início de maio apresentou sinais de melhora na última semana do mês, de acordo com o Índice Cielo do Varejo Ampliado (ICVA).

Apesar da reação, Porto Alegre ainda registra volume de vendas abaixo do verificado em período similar do ano passado. Entre os dias 20 e 26 de maio, as vendas na capital gaúcha caíram 9,7% ante período similar de 2023.

Em comparação ao restante do mês de maio, o número demonstra reação do comércio local.

Na primeira semana analisada pelo ICVA logo após o início das enchentes (29 de abril a 5 de maio) em Porto Alegre, o varejo caiu 17,4% em relação a igual período do ano passado. Na segunda semana (6 a 12 de maio), a queda foi ainda mais acentuada (-31,1%). A reação começou entre os dias 13 e 19 (terceira semana), com queda de 21,5%.

Levando em conta as 30 cidades mais afetadas pelas enchentes – excluindo Porto Alegre -, o desempenho consolidado do varejo cresceu 12,7% entre os dias 20 e 26 de maio, em relação ao período similar de 2023.

Na primeira semana de maio, houve queda de 27,8% nas vendas do varejo nesses municípios. Na segunda, de 9,2%. Na terceira semana, o setor reagiu e cresceu 4,9% em relação à mesma semana de maio de 2023.

No Estado todo, as vendas cresceram 6% na semana de 20 a 26 de maio, de acordo com a Cielo. Na primeira semana, houve queda de 15,7%. Já na segunda semana, o varejo cresceu 2%, e, na terceira, a alta foi de 10,5%.

Impactos

Em outra frente, cálculos divulgados pelo vice-presidente e coordenador da divisão da Economia da Federasul, Fernando Marchet, mostraram os profundos impactos das enchentes no RS. O relatório foi apresentado em reunião de integração da entidade, na manhã de quarta-feira (28), por videoconferência. Os dados apontam uma necessidade de R$ 110 a R$ 176 bi em investimentos para reconstruir a infraestrutura perdida devido à catástrofe.

A projeção leva em consideração informações históricas do Governo Federal, estimativa de mercado com base em infraestrutura, além de dados do Fundo Monetário Internacional. Marchet também apresentou o impacto das enchentes em todas as áreas da economia – como pecuária e agricultura –, mas acredita que os prejuízos totais ainda não foram totalmente contabilizados. “A falta de dados não permite uma análise mais consistente em alguns setores. Ainda há muitas respostas a serem dadas”, explica o especialista.

O relatório apresentado por Marchet (elaborado por sua equipe da Consultoria Empresarial Bateleur) aponta que, nos últimos 30 anos, cerca 20% dos prejuízos nacionais com desastres climáticos estão concentrados no RS. Isso representaria cerca de R$ 100 bi. Ou seja, segundo a estimativa da Federasul, o custo de reconstrução do RS após as chuvas deste ano ultrapassa o total gasto nas últimas três décadas.

A catástrofe climática, explica Marchet, vai frear drasticamente o avanço da economia gaúcha. “O RS vinha crescendo acima da média do Brasil, com uma projeção de 4% neste ano”, afirma. No entanto, após as chuvas, a estimativa caiu para -0,77%. “Pode parecer pouco, mas é uma queda de cinco pontos percentuais de acordo com a nossa estimativa. Em um cenário pessimista, pode ser arrastada para pior ainda, até -2%”.

Marchet afirmou que o cenário empresarial de acesso ao crédito para reconstrução também é difícil. “Temos uma realidade em que muitas das garantias que as empresas davam para os bancos, estão literalmente embaixo d’água”, explica. Ele também apontou uma tendência de aumento do endividamento das empresas afetadas pelas enchentes. As informações são jornal Valor Econômico e da Federasul.

Compras internacionais de até US$ 50 aumentam 35%

Em 2023, os brasileiros aumentaram em 35% o volume de compras internacionais de até US$ 50.

O segmento de moda feminina liderou o crescimento, com salto de 407% em relação ao ano anterior. Os dados são da Confederação Nacional do Comércio (CNC) e da Secretaria de Comércio Exterior (Secex).

Segundo a pesquisa, outros destaques foram os tapetes, com alta de 399%, lâmpadas de até 15 watts (231%), bebidas não alcoólicas (163%) e brinquedos motorizados (104%). Ao todo, 207 milhões de pacotes passaram pela Receita Federal em 2023, o que equivale a cerca de um pacote por brasileiro.

O valor total das compras atingiu US$ 977 milhões (quase R$ 5 bilhões). A pesquisa abrangeu mais de 10 mil categorias de produtos adquiridos pelos Correios.

Abril morno repercute no tráfego do e-commerce, que cai 2,8%, aponta realtório da Conversion.

O mês de abril marcou uma queda com e-commerce. Às vésperas do Dia das Mães, o e-commerce brasileiro voltou a perder tráfego em abril. Com 2,40 bilhões de acessos únicos no mês, o resultado caiu 2,8% na comparação a março.

O setor de marketplaces — que, sozinho, representa quase metade de todo o tráfego do comércio eletrônico brasileiro — praticamente espelhou o desempenho geral, diminuindo em 1,8%. Em números absolutos, teve 1,07 bilhão de acessos no mês.

Isenção de U$ 50 em debate

Em meio ao debate sobre acabar com isenções tributárias de compras feitas no exterior com valores abaixo de US$ 50 (cerca de R$ 250, na cotação de maio), as plataformas do setor de Importados, que seriam as mais afetadas pela mudança, cresceram pelo segundo mês seguido, chegando ao melhor número desde novembro de 2023.

Confira o relatório completo da Conversion, Setores do E-commerce no Brasil com dados do mês de abril, já disponível para download clicando em:  Biblioteca do RadarIC+ .

80% das varejistas precisam aprimorar a centralidade no cliente

Diante da transformação digital, setor enfrenta desafios no uso de dados na jornada, na capacitação de colaboradores e em cibersegurança.

Colocar o cliente no centro da estratégia de negócios ainda é um desafio significativo para para o varejo brasileiro diante de um cenário de transformação digital. Apesar de ser amplamente reconhecida como uma abordagem essencial para o sucesso a longo prazo, a implementação efetiva de uma estratégia centrada no cliente envolve diversas complexidades. No cenário competitivo atual, onde as expectativas dos consumidores estão em constante evolução e a tecnologia transforma rapidamente a maneira como as pessoas compram e interagem com as marcas, varejistas enfrentam dificuldades para adaptar suas operações e culturas organizacionais a fim de priorizar verdadeiramente o cliente.

A pesquisa Radar da Transformação Digital no Varejo – Brasil 2024, realizada pela consultoria internacional BIP, revela que 83% dos varejistas pesquisados ainda precisam aperfeiçoar as estratégias para colocar o consumidor no centro do negócio. Entre os pesquisados, 70% pontuaram que os canais digitais da empresa não são intuitivos e até complicados de usar, enquanto 83% sinalizaram que precisam aprimorar o uso dos dados da jornada e do feedback dos clientes.

“Os varejistas participantes sinalizaram que precisam aprimorar o uso dos dados da jornada e do feedback dos clientes”, pontua Ricardo Saravalle, head de Varejo e Bens de Consumo da BIP. “Boa parte deles não tem campanhas digitais personalizadas utilizando estes dados e não fazem ações proativas para evitar o churn de clientes, quando clientes regulares não retornam aos estabelecimentos”.

Sete pilares da transformação digital
O levantamento foi realizado pela consultoria a partir de entrevistas com executivos das grandes companhias. Foram ouvidas as lideranças de 22 empresas de grande porte com presença de mais de 10 anos no mercado. O estudo mapeou a maturidade do setor em relação a sete pilares da transformação digital:

Estratégia digital;
Experiência do consumidor;
Inovação;
Novas formas de trabalho;
Uso de dados;
Soluções digitais;
Cibersegurança.
Embora 80% dos entrevistados tenham o entendimento de que a transformação digital proporciona maior valor aos produtos, marcas e serviços da empresa, a grande maioria ainda deixa a desejar na implementação de estratégias e no uso de ferramentas digitais. Somente 30% dos varejistas participantes concordam que estimulam a cultura de inovação em todas as áreas da empresa e apenas 17% pontuaram que a colaboração digital é amplamente adotada no negócio.

Além disso, as grandes companhias do varejo dedicam maior proporção dos investimentos em tecnologia em soluções de cibersegurança. 81% dos varejistas participantes do estudo sinalizaram que têm políticas de cibersegurança estabelecidas de maneira mais abrangente, enquanto 62% pontuaram que a empresa tem práticas, ferramentas e governança implementadas para as principais dimensões de segurança digital.

O levantamento também identificou que a grande maioria dos varejistas não investe na capacitação dos colaboradores para a utilização das tecnologias digitais de forma eficaz. Para que possam oferecer valor através da transformação digital, algumas atitudes podem ser tomadas.

Desafios para a transformação digital
“O foco da transformação digital deve ser o resultado financeiro almejado pela empresa, tanto em iniciativas internas quanto externas”, pontua o executivo. “Alguns exemplos de iniciativas bem-sucedidas são: utilização de Inteligência Artificial (IA) para atendimento em empresas com milhares de chamados de consumidores por mês (e-Commerce e Telecom, tipicamente), uso de Advanced Analytics para criar modelos preditivos em processos de core business dos Varejistas e da Indústria de Bens de Consumo, como precificação e planejamento de vendas e operações (S&OP)”.

Ainda segundo Saravalle, um dos principais desafios enfrentados pelas empresas varejistas na implementação de estratégias e no uso de ferramentas digitais gira em torno de ter clareza sobre quais dores devem ser resolvidas com as estratégias e ferramentas digitais. “É preciso que seja algo que atenda um grande volume e seja relevante para o negócio, como por exemplo a automação de atividades manuais, como entrada de documentos e conciliações, atendimento a clientes, colaboradores e fornecedores, sempre e onde o digital oferece um serviço mais eficaz”, frisa.

Além disso, outro motivo que explica a baixa maturidade do setor de varejo nos pilares da transformação digital é o foco das empresas, em resultados de curto prazo e na abertura de lojas como caminhos únicos de receita e rentabilidade. O estudo mostra claramente que os varejistas do Brasil não estão explorando, na totalidade, os pilares da transformação digital para criar o conceito de empresas ambidestras e, assim, obter excelência na operação, com uso de dados, digitalização de processos e novas formas de trabalho. Para preparar o futuro com foco na experiência do cliente, é necessário investir em inovação e aplicar as novas tecnologias para viabilizar novos modelos de negócio e desafiar o status quo.

“Mais do que vender produtos, o varejo vem se transformando, ao longo dos anos, em empresas de serviços e experiência. E todo serviço ou experiência que for melhor no digital do que no físico terá sucesso no médio e longo prazo. Um exemplo clássico é o tracking dos pedidos. Atualmente, o consumidor não se dispõe a ligar para uma central para obter informações sobre um pedido atrasado. Quer resolver em pouco tempo e preferencialmente com poucos cliques, isto é, a partir de um comportamento proativo do varejista”, finaliza.

Shein expande marketplace em Minas Gerais e espera 3 mil vendas diárias

A Shein anunciou a expansão de seu marketplace em Minas Gerais, com a expectativa de que 3 mil produtores locais realizem uma média de 10 vendas diárias até o final de julho. Durante a coletiva de imprensa realizada em Belo Horizonte, a empresa detalhou seus planos, destacando a abertura do site para lojistas anunciarem produtos de revenda ou fabricação própria.

O projeto começou em 2022, com testes na região do Brás, em São Paulo, e agora pretende abranger Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Atualmente, o marketplace já conta com mil lojistas cadastrados em Minas Gerais.

De acordo com Raul Jacób, responsável pelo marketplace da Shein Brasil, a plataforma oferece aos lojistas a oportunidade de vender em uma das maiores plataformas de e-commerce de moda do mundo. Ele ressaltou a importância da formalização dos lojistas com CNPJ ativo e emissão de nota fiscal, garantindo segurança para compradores e vendedores, além de gerar receita para as cidades.

Thalisson Barbosa, sócio de uma fábrica de tricô em Monte Sião, relatou um aumento significativo no faturamento desde que começou a vender na Shein, com 80% do faturamento atual vindo da plataforma.

A logística da Shein já está ativa em 42 municípios mineiros, incluindo Contagem, Betim, Uberlândia, Uberaba, Nova Serrana, Juiz de Fora, Divinópolis, Montes Claros e Ipatinga. Jacob destacou o potencial de regiões como o Vale do Jequitinhonha, conhecido pelo artesanato, e expressou entusiasmo com a expansão em Minas Gerais.

Lojistas interessados em vender na plataforma podem acessar o site br.shein.com e efetuar um pré-cadastro, sujeito à aprovação. A comissão sobre as vendas é de 16%.