Número de inadimplentes chega a 61,94 milhões de brasileiros, aponta CNDL/SPC Brasil

A CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas) e o SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito) estimam que quatro em cada dez brasileiros adultos (38,45%) estavam negativados em abril de 2022 — o equivalente a 61,94 milhões de pessoas. No último mês, o volume de consumidores inadimplentes cresceu 5,59% em relação ao mesmo período do ano anterior. Portanto, trata-se de um número ainda maior do apresentado pelo Ibevar.

Com base nos dados disponíveis em sua base, que abrangem informações de capitais e interior de todos os 26 Estados da federação, além do Distrito Federal, a CNDL e o SPC Brasil informam que a variação anual observada em abril deste ano ficou abaixo da observada no mês anterior. Na passagem de março para abril, o número de devedores cresceu 0,46%. Por essas e outras, recomendamos a você, lojista, ouvir o podcast sobre Cadastro Positivo, em nosso canal do Entre Amigos. Afinal, sempre é importante entender os benefícios na análise de crédito e suas vantagens para o e-commerce.

Número de pessoas inadimplentes

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Em relação à evolução do número de dívidas no Brasil, o indicador aponta que em abril de 2022, este número teve crescimento de 9,89% em relação ao mesmo período de 2021. O dado observado em abril deste ano ficou abaixo da variação anual observada no mês anterior. Na passagem de março para abril, o número de dívidas apresentou alta de 0,85%.

Número de dívidas em atraso

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O crescimento do indicador anual se concentrou no aumento de inclusões de devedores com tempo de inadimplência de 91 dias a 1 ano (50,87%).

Número de pessoas inadimplentes por tempo de atraso

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O número de devedores com participação mais expressiva no Brasil em abril está na faixa etária de 30 a 39 anos (24%), e segue bem distribuída entre os sexos: 50,86% de mulheres e 49,14% de homens.

Número de pessoas inadimplentes por faixa etária e sexo

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Na análise por faixa etária, a maior concentração de inadimplentes está no intervalo de 30 a 39 anos. São 15,36 milhões de pessoas nesta faixa etária registradas em cadastro de devedores. Tal montante equivale a 44,89% da população nesta faixa etária.

Estimativa de inadimplentes por faixa etária

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Cada negativado deve, em média, R$ 3.518,84. Mais da metade das dívidas são com bancos

Quase quatro em cada dez consumidores (35,72%) tinham dívidas de até R$ 500, percentual que chega a 50,95% quando se fala de dívidas de até R$ 1.000.

Número de pessoas inadimplentes por valor total das dívidas

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Em média, cada consumidor negativado devia R$ 3.518,84 na soma de todas as dívidas. Considerando todas essas dívidas, cada inadimplente devia, em média, para 1,87 empresas credoras.

Destaca-se a evolução das dívidas com o setor de Bancos, com crescimento de 18,75%, seguido de água e Luz (7,92%). Em outra direção, as dívidas com o setor credor de Comunicação (-9,53%) e Comércio (-4,20%) apresentaram queda no total de dívidas em atraso.

Em termos de participação, o setor credor que concentra a maior parte das dívidas é o de Bancos, com 57,93% do total de dívidas. Na sequência, aparece Comércio (14,01%), o setor de água e Luz (11,29%) e Comunicação (9,60%).

Dia dos Namorados 2022: é hora de diversificar as estratégias

Existem boas razões para que o varejo invista nas comemorações do Dia dos Namorados. Apesar do cenário econômico pouco favorável – inflação, juros altos e instabilidade política -, a expectativa é de que o público aproveite a melhora significativa em relação à pandemia para retomar as celebrações.

Vale o registro de que o retorno às atividades presenciais gera aumento de demanda em setores que historicamente vendem bem nessa data, como moda e acessórios.

Outro fator a ser considerado é que as datas comemorativas representam um estímulo importante para esse período de maior controle dos gastos.

A expectativa para o Dia dos Namorados deste ano é de que o público aproveite a melhora em relação à pandemia para retomar as celebrações.

Os “cortes” acabam acontecendo no dia a dia, mas reserva-se algum valor para marcar a celebração. E, após o período de restrições vivido em 2020 e 2021, por conta da pandemia, tem pesado esse sentimento de que é importante “celebrar a vida”.

Esse aspecto foi um dos que apareceram nas pesquisas relacionadas às comemorações do Dia das Mães.

Como as estratégias podem ser diversificadas?

Estratégias adequadas de precificação dos produtos para as datas comemorativas são importantes, principalmente neste momento de retração econômica.

Contudo, para ter sucesso num segmento de concorrência mais acirrada, é fundamental que as marcas invistam mais no planejamento das iniciativas.

Temos falado muito sobre a experiência do cliente e a importância do uso dos dados para tornar as ofertas mais assertivas, mas nem sempre isso é considerado na organização da loja para as datas comemorativas.

Quem parte dessa premissa tem a chance de desenvolver ações mais atrativas, até porque levará em conta também as mudanças de comportamento do público.

Talvez o exemplo mais emblemático disso seja o da China. As vendas realizadas no “Dia do Solteiro” têm alcançado números surpreendentes.

Instituída como um protesto contra o Dia dos Namorados, a data transformou-se no maior evento de vendas online em um único dia do mundo: em 2018, o faturamento foi de US$ 40 bilhões e, em 2021, o evento movimentou na China US$ 56 bilhões em vendas.

Para se ter ideia, isso já representa o dobro das vendas da Black Friday e da Cyber Monday juntas, dias nos quais os comércios americanos lançam as suas maiores ofertas.

Por que estamos falando sobre solteirice no Dia dos Namorados? Porque é importante que as marcas considerem as especificidades do seu público e, assim, consigam ter estratégias mais adequadas.

Se a empresa detecta que, entre o seu público, há oportunidade para trabalhar outros tipos de apelo, por que não inovar nas campanhas?

A MindMiners realizou uma pesquisa, nas vésperas do Dia dos Namorados em 2021, e constatou que, entre os entrevistados, 37% dos respondentes estavam solteiros.

Com tanta propaganda na mídia sobre a comemoração, essas pessoas podem ser persuadidas com outro tipo de apelo, valorizando, por exemplo, o amor próprio.

Esse é o tema do Dia do Solteiro chinês, que é comemorado em 11 de novembro e que tem como proposta justamente essa ideia de que as pessoas podem se presentear nesse período.

Dia dos Namorados 2022: que tal ir além dos descontos?

Além de tentar envolver outros tipos de públicos, incluindo os que estão fora das celebrações, é importante que as lojas pensem nos resultados que podem ser obtidos no longo prazo.

Como estamos nos referindo a um período de aumento de tráfego nos sites, não deixe de fazer os testes necessários na plataforma para evitar problemas com o cliente. Datas comemorativas devem ser usadas não apenas para vendas imediatas, mas sim para aumentar a base de consumidores da marca.

Refletindo sobre a importância desse trabalho, lembre-se de que os dados captados durante a liquidação podem (e devem) ser empregados para o pós-venda.

As ações de retenção e fidelização são consideradas prioritárias para as lojas, até porque é a partir da recompra que a empresa conseguirá reduzir o CAC – Custo de Aquisição de Clientes – e atuar para aumentar o Life Time Value.

Como devem ser as vendas no Dia dos Namorados em 2022?

A análise da movimentação das vendas no Dia dos Namorados deve levar em conta a importância conquistada pelo e-commerce.

Em 2021, o crescimento das vendas do comércio físico chegou a 13,7% no comparativo com 2020. Foi um aumento acima do registrado no Dia das Mães (6%), mas representou apenas uma recuperação parcial do faturamento de 2019, antes da pandemia.

Como aconteceu durante todo o período de isolamento social, o e-commerce conseguiu resultados bem superiores aos registrados no varejo físico, contribuindo para a movimentação das lojas.

Para se ter ideia, o Dia dos Namorados de 2020 apresentou o maior crescimento dentre as datas sazonais, com 91% de crescimento em faturamento, segundo os dados da Webshoppers.

De acordo com relatório elaborado pela Neotrust, o varejo digital faturou R$ 6,5 bilhões entre 28 de maio e 11 de junho de 2021, em função do Dia dos Namorados, alta de 3,24% em relação a 2020.

E os brasileiros gastaram mais: com o valor de R$ 464,28, o tíquete médio teve aumento de 15,3%.

As expectativas em relação ao aumento das vendas em 2022 também são baseadas nos resultados que têm sido obtidos pelo comércio eletrônico, mesmo após o fim das medidas de restrição.

Em março, por exemplo, o e-commerce brasileiro teve um crescimento de 11,3%, segundo os números do Relatório Setores do E-commerce do Brasil, da Conversion.

O levantamento, resultado da análise da movimentação dos 500 maiores sites do Brasil, ainda mostrou que foram mais de 1,68 bilhão de visitas no período, totalizando 20,60 bilhões de visitas nos últimos 12 meses.

Observando a movimentação dos últimos anos, então, devem se destacar as categorias de Moda e Acessórios, Farmácia e Saúde, Beleza e Bebidas. Elas representaram a maior parte das vendas em 2021, de acordo com a pesquisa realizada pela All In e Social Miner.

Tomando como base esse mesmo estudo, a tendência é de que as pesquisas sobre os presentes que serão adquiridos se concentrem nos sites e nas próprias lojas.

Como vimos, há boas razões para se investir em estratégias específicas para o Dia dos Namorados, aproveitando melhor a movimentação em torno da data.

Dependendo da categoria, é possível arriscar apelos diferenciados, pensando, por exemplo, no público que não namora e nem tem muito interesse na data.

O mais importante, independentemente do tom que será adotado nas campanhas, é concentrar-se nas estratégias de longo prazo, aproveitando a oportunidade para captar dados e estabelecer o relacionamento entre a marca e o público.

Vendas pela internet caem 8,48% em abril ante março, mostra índice MCC-ENET

O comércio eletrônico brasileiro registrou quedas de desempenho no mês de abril. O tombo foi de 8,48% no volume de vendas e de 12,77% no faturamento em comparação com o mês anterior. Além disso, houve queda de faturamento na comparação de abril deste ano com o mesmo mês de 2021. Nesse caso, a baixa foi de 6,45%. Já o volume de vendas teve leve alta de 1,52% na comparação com abril do ano passado. Em contrapartida, no acumulado do ano, o crescimento de volumes vendido segue em 9,63% e em 6,27% no faturamento. Os dados são do índice MCC-ENET, desenvolvido pela NeotrustMovimento Compre & Confie, em parceria com o Comitê de Métricas da Câmara Brasileira da Economia Digital (camara-e.net).

Para a coordenadora do Ciclo Micro e Pequena empresa (MPE) da camara-e.net, Renata Carcalho, a queda brusca de abril em relação a março é sazonal. “Historicamente, abril sempre foi um mês de quedas no comércio em geral, não apenas no e-commerce. Parte do motivo pelo qual é um período menos aquecido, é que os consumidores dispendem seus recursos com lazer, em razão dos feriados existentes nessa época”, afirma.

Participação do e-commerce no comércio varejista

Em março de 2022, o e-commerce representou 13,2% do comércio varejista restrito (exceto veículos, peças e materiais de construção).

No acumulado dos últimos 12 meses, nota-se que a participação do e-commerce no comércio varejista corresponde a 12,4%.

Vale destacar que esse indicador foi feito a partir da última Pesquisa Mensal do Comércio do IBGE, divulgada no dia 10 de maio.

Para compor o índice, a NeotrustCompre & Confie coleta 100% de todas as vendas reais de grande parte do mercado de e-commerce brasileiro, utilizando adicionalmente processos estatísticos para composição das informações do mercado total do comércio eletrônico brasileiro.

Também são utilizadas informações dos indicadores econômicos nacionais do IBGE, IPEA e FGV. Não estão contabilizados no MCC-ENET dados dos sites MercadoLivre, OLX e Webmotors, além do setor de viagens e turismo, anúncios e aplicativos de transportes e alimentação, pois ainda não são monitorados pela NeotrustMovimento Compre & Confie.

Shopee e Shein podem sofrer (e muito) se governo alterar taxação de produtos; entenda

Por pressão do setor das varejistas e e-commerce, está nos planos do governo criar uma MP (Medida Provisória) para alterar o tipo de taxação de produtos vendidos em aplicativos cross-border, ou seja, vindos de outros países. As principais empresas atuantes nesse segmento no Brasil são a Shopee, Shein, AliExpress e Wish. Analistas da XP Investimentos observam o impacto dessa medida.

A MP seria baseada no conceito de tributar qualquer mercadoria comprada nessas plataformas em 60%, independente de seu valor. Hoje, os produtos só são taxados pela Receita Federal se o valor total dos produtos alcançar US$ 50.

“Hoje, a discussão está restrita ao Ministério da Economia, contando com algum apoio interno, apesar de preocupações com o potencial impacto da sua aprovação na imagem do governo”, aponta o relatório. “Caso ela avance, nós vemos as varejistas de moda como as mais beneficiadas.”

A Shein, uma das empresas que trabalham com o modelo de negócios baseado em moda, seria a mais afetada. O ponto forte do e-commerce da Shein é justamente um preço diferente do que se vê no mercado nacional, afetando a competitividade. A Shopee, por outro lado, aceleraria as operações locais, de acordo com a XP.

O time de política da XP lembra que a discussão está em seus estágios iniciais, no Ministério da Economia e a Receita Federal. “Para além do Ministério da Economia, a discussão também precisaria passar pelo corpo técnico do Palácio do Planalto antes de a medida provisória ser efetivamente editada, o que ainda não havia acontecido até esta semana. Não há prazo para essa análise, que acaba tendo seu timing definido principalmente por fatores políticos”, ressaltam os analistas.

Perspectivas sobre a medida

A XP Investimentos aponta que a MP poderia ser popular e impopular ao mesmo tempo, dependendo do ângulo da questão. O dois principais desafios para a implementação da medida:

  • Potencialmente impopular por reduzir um poder de compra já pressionado do consumidor médio brasileiro;
  • Desafios na fiscalização do lado da Receita, uma vez que apenas o Shopee foi responsável por 140 milhões de pedidos no 4º trimestre (cerca de 1,5 milhão ao dia).

“Nosso time de política confirmou que de fato há alguma resistência à medida pelo primeiro ponto, enquanto uma solução para o segundo seria tributar a compra direto no site”, afirmam.

Já o lado oposto mostra que a medida seria popular por dar fôlego aos varejistas e indústrias brasileiras, o que poderia potencializar a geração de renda/emprego no país.

Quem sai ganhando?

O relatório destaca que ainda há desafios para a aprovação da medida pelo potencial de viés negativo, assim como pelas eventuais priorizações do governo em um ano de eleições. Assim, a XP acredita que ela pode ser um gatilho positivo para ações de e-commerce e varejistas de moda.

Dessa forma, a XP mantém cautela com as empresas de e-commerce, enquanto vê uma visão mais construtiva para Lojas Renner (LREN3).

“Existe um impacto positivo mais estrutural para varejistas de moda, uma vez que o modelo de negócio da Shein é essencialmente baseado em importação e seu baixo preço se mantém como um diferencial importante”, diz o texto. Já no caso de Shopee o possível aumento de tributação faria a companhia acelerar a captação de vendedores locais, que já ultrapassam 2 milhões e representam mais de 85% das vendas do marketplace.

E-commerce cresce 12,6% e fatura R$ 39,6 bilhões no 1º trimestre de 2022

Segundo a Neotrust, o e-commerce brasileiro teve um crescimento de 12,6% no 1º trimestre de 2022. Isso representou um faturamento de R$ 39,6 bilhões ao comércio digital. Houve também alta no número de pedidos, que totalizou 89,7 milhões de compras online. Ou seja, uma elevação de 14% em comparação aos três primeiros meses do ano passado.

O destaque é a região Nordeste, que registrou aumento de 20% no faturamento e somou R$ 6,95 bilhões. Além disso, teve alta de 29% nos pedidos, com 14,3 milhões de compras realizadas. Vale lembrar que, segundo a pesquisadora, todas as regiões brasileiras apresentaram crescimento no e-commerce no 1º tri de 2022. O Sudeste, região com maior faturamento e número de pedidos no varejo digital do Brasil, arrecadou R$ 22,8 bilhões. No caso dos pedidos, foram mais de 54,7 milhões de compras, elevação de 9% em ambos os indicadores em comparação com o mesmo período do ano passado.

Categorias em destaque da Neotrust

As categorias que tiveram maior faturamento no 1º trimestre de 2022 são:

  • telefonia;
  • eletrodomésticos;
  • eletrônicos;
  • moda e acessórios;
  • e informática.

Os destaques em faturamento são os eletrodomésticos, com crescimento de 25,8%, e moda e acessórios, com elevação de 25,5%. Apesar de configurarem entre os segmentos de maior arrecadação, telefonia e informática apresentaram queda em faturamento, com redução de 0,6% e 20,3%, respectivamente.

Entre as categorias com maior número de pedidos entre janeiro e março deste ano estão:

  • moda e acessórios;
  • beleza e perfumaria;
  • alimentos e bebidas;
  • saúde e utilidades domésticas.

Alimentos e bebidas, neste caso, foi s setor que mais cresceu no 1º trimestre, em 73,4%. Saúde também avança no e-commerce, com aumento de 38,1% nas compras online.

Métodos de pagamento

Entre as formas de pagamento, o cartão de crédito foi o método mais utilizado nas compras digitais nos primeiros três meses de 2022 (representou 82,6% do faturamento total). De acordo com a Neotrust, houve 6,5 pontos percentuais de redução no número de pagamentos por boleto no 1º trimestre. Portanto, um movimento contrário ao Pix, que vem sendo utilizado cada vez mais. Afinal, a forma de pagamentos saltou de 4,3% no primeiro trimestre de 2021 para 9,7% no mesmo período em 2022.

Sobe número de clientes únicos

De acordo com o levantamento da Neotrust, o número de clientes únicos — que fizeram ao menos uma compra — cresceu no 1º trimestre deste ano. Segundo os dados, 24 milhões de clientes únicos realizaram compras contra 23 milhões no mesmo período em 2021, 16 milhões no mesmo período em 2020 e 13 milhões no mesmo período em 2019.

“Apesar do constante crescimento, o que se percebe é a desaceleração de clientes únicos no e-commerce devido à retomada do varejo físico após a pandemia. Com isso, é esperado um avanço do comércio online de forma menos expressiva em relação aos anos anteriores”, concluiu Paulina Dias, Head de Inteligência da Neotrust.

Magalu lança fintech com serviços para consumidores e vendedores do marketplace

Braço financeiro da varejista Luiza passa a operar com nova marca após integração da Hub Fintech.

A chegada ao mercado da marca Fintech Magalu acontece juntamente com o lançamento de dois produtos: o cartão de crédito para empresas, com foco nos mais de 160 mil sellers que atuam no markertplace da companhia, e o crédito para pessoas físicas, oferecido no aplicativo.

“A Fintech Magalu é um negócio de alto potencial de crescimento”, diz o diretor da empresa, Robson Dantas. “Mais importante que isso, porém, é estar totalmente conectada à missão do Magalu, que é digitalizar o varejista brasileiro, sobretudo os pequenos e médios.”

Foco em cartões corporativos

De acordo com estimativas do Magalu, apenas 3% da base brasileira de cartões de crédito são corporativos. Segundo Dantas, a vantagem da Fintech Magalu na concessão desse tipo de crédito é o conhecimento profundo dos sellers – o que amplia o mercado e reduz riscos.

O empréstimo para pessoas físicas adota o mesmo princípio. O valor do crédito oferecido a cada cliente é calculado com base na análise do perfil do consumidor. Atualmente, 45 milhões de pessoas usam o SuperApp Magalu por mês. “Já pré-aprovamos, com base numa criteriosa análise de risco, crédito para 10 milhões de clientes da nossa base”, afirma Dantas.

O cartão de crédito empresarial da Fintech Magalu está em fase de pré-lançamento. Os sellers podem se inscrever na lista de espera, por meio de um convite que será enviado nos próximos dias pelo Magalu. Os portadores do cartão de crédito empresarial farão parte de um programa de benefícios que dará direito a acúmulo e troca de pontos por serviços oferecidos no ecossistema Magalu.

Resultado de integrações

A Fintech Magalu é resultado da integração da Bit55, Stoq e Hub Fintech, adquirida no final de 2020, além de agregar a operação da Luizacred. Os cerca de 16 milhões de clientes detêm 9 milhões de contas digitais e 7 milhões de cartões de crédito.

Em 2021, o volume total de transações (TPV) processados pela Fintech Magalu somou R$ 65 bilhões – valor que considera a operação de cartão de crédito pessoa física na parceria com a Luizacred, a sub-adquirência do marketplace e outros serviços financeiros (Banking as a Service) prestados para diversas companhias.

Na frente de produtos voltados a empresas, a Fintech Magalu é responsável, por exemplo, pela operação de pagamento a caminhoneiros e transportadores da CargoX. “A Fintech Magalu não trabalha exclusivamente para o nosso ecossistema”, afirma Dantas. “Já somos uma referência na prestação de serviços financeiros para mais de 50 companhias de todos os tamanhos.”

A nova empresa conta com o suporte de quase 1.500 lojas físicas do Magalu espalhadas pelo Brasil. Nesses pontos, é possível fazer saques ou tirar dúvidas sobre os produtos financeiros oferecidos.

Americanas S.A. registra crescimento de 22% no primeiro trimestre de 2022

Na comparação com os 3 primeiros meses de 2021, a Americanas S.A. registrou crescimento de 22%. A expansão é reflexo da boa performance em todas as plataformas de negócios. Afinal, o físico cresceu 27%, enquanto o digital 20%, ainda que diante de uma base forte de comparação (+89% no 1T21). A rentabilidade também foi destaque no período: o Ebitda subiu 58%, atingindo R$ 660 milhões, maior valor da história para o período.

O sucesso da estratégia da Americanas S.A. fica evidente com a adição de 4 milhões de clientes no período de 12 meses, com a base ativa de clientes totalizando 52 milhões no 1T22. O mesmo vale para o crescimento de 20% do número de itens vendidos e de 17% das transações no período. Vale lembrar que a companhia ampliou seu sortimento em 37% nos últimos doze meses, totalizando 136 milhões de ofertas disponíveis.

Outros pontos ajudam a explicar a boa performance da empresa. Entre eles, a baixa dependência de algumas categorias de tíquete médio alto, somada à alta recorrência de compras e à credibilidade conquistada junto aos clientes. Hoje, a Americanas é uma das cinco marcas mais influentes do Brasil, segundo pesquisa divulgada em abril pelo Ipsos (Instituto de Pesquisa de Mercado e Opinião Pública) — é a primeira marca brasileira no ranking.

Americanas S.A. e a multicanalidade

Com a criação da Americanas S.A., a multicanalidade já é uma realidade da operação. Neste caso, as lojas físicas se tornaram um importante hub de relacionamento e distribuição. Somente em 2022, a companhia inaugurou 28 novas lojas, totalizando 3.581 estabelecimentos. Como resultado, no primeiro trimestre de 2022, quase 35% das entregas foram realizadas em até 3 horas. Um ano atrás, esse percentual era de 14%. Além da infraestrutura das lojas para reduzir tempo e custo de entrega, há ainda o investimento em inteligência artificial e análise de dados para otimizar fluxos e processos.

A AME, fintech da Americanas S.A., também se destacou no primeiro trimestre. Afinal, atingiu a marca de 32 milhões de downloads, com um TPV (volume total de pagamentos) de R$ 7,8 bilhões. Como comparativo, o crescimento foi de 53% em relação ao mesmo período do ano anterior. A operação se mostra cada vez mais relevante e estratégica, gerando o aumento da frequência e do gasto médio e a aquisição de novos clientes.

Os resultados de AME estimulam ainda mais a IF (motor de inovação da Americanas e responsável por liderar 10 fusões e aquisições entre 2020 e 2021) a seguir com o objetivo de incentivar o uso de novas tecnologias e buscar oportunidade para entrada em novos negócios. Por este motivo, a Americanas anunciou em abril a estruturação da vertical de corporate venture capital (CVC). A intenção, neste caso, é investir em até 20 startups neste ano em setores que tenham conexão com as estratégias de negócio da companhia — como tecnologia, cyber, fintech, logística e advertising.

Estratégia ESG reconhecida internacionalmente

Em janeiro, a Americanas S.A. entrou pela primeira vez no The Sustainability Yearbook 2022. Trata-se do anuário que reúne as empresas com melhores performances em sustentabilidade do mundo. Para tanto, a companhia foi destaque na seleção feita pela S&P Global em critérios como: transparência de informações; ética e conduta; compromissos ambientais e de impacto social. Além disso, foi listada no ranking das companhias abertas com as melhores notas no Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) da bolsa brasileira, a B3.

Desaceleração da China já afeta o resto do mundo

Por ser grande consumidora de produtos e insumos e exportadora de bens industriais, seus problemas desferem um duplo golpe à economia global.

Durante décadas a China foi um enorme chão de fábrica e mercado para o mundo. Mas agora, com o crescimento econômico do país desmoronando, o problema está se tornando mundial.

Os “lockdowns” impostos para conter a covid-19 estão estrangulando a atividade na segunda maior economia do mundo. A demanda pelas exportações da China está caindo à medida que as economias lutam com o aumento dos preços e das taxas de juros.

Os efeitos da desaceleração da China aparecem em todo lugar, das fábricas alemãs aos pontos turísticos da Austrália. As exportações dos países asiáticos estão caindo com a menor demanda chinesa. Empresas como Apple e General Electric (GE) alertaram os investidores para dificuldades de produção e entrega decorrentes dos problemas da China bem como da queda nas vendas.

As vendas de automóveis na China despencaram, afetando montadoras como BMW, Volkswagen e Tesla. A Tesla vendeu apenas 1.512 carros produzidos na fábrica de Xangai em abril, uma queda de 98% em relação aos mais de 65 mil veículos vendidos em março, segundo dados da Associação dos Carros e Passageiros da China. A Toyota, por sua vez, pediu desculpas por descumprir suas metas de produção, em parte devido aos lockdowns na China. Agora a Toyota espera produzir 700 mil veículos em maio, em vez dos 750 mil planejados anteriormente.

A desaceleração da China tem um duplo impacto na economia global. O país é um grande mercado para os produtos, componentes e matérias-primas do resto do mundo e também a grande fábrica no centro do comércio global.

Isso significa que o enfraquecimento de sua economia é uma má notícia para exportadores de commodities como o Brasil, Chile e a Austrália, que fornecem à China petróleo, cobre e minério de ferro. É também uma má notícia para potências industriais como a Alemanha. A China é um grande mercado para máquinas, automóveis e semicondutores de Taiwan e da Coreia do Sul, além de ser um elo crítico nas cadeias de suprimentos globais de suas companhias.

Trata-se também de uma má notícia para os EUA, onde a inflação em alta reduz o poder de compra das famílias. O presidente do Federal Reserve (Fed, o BC americano), Jerome Powell, alertou na semana passada que, junto com a guerra na Ucrânia, os problemas econômicos da China poderão agravar a pressão inflacionária nos EUA se impedirem a normalização das cadeias de suprimentos que são cruciais para esfriar a inflação.

“Todo mundo está exposto”, diz Carlos Casanova, economista sênior para a Ásia da Union Bancaire Privée de Hong Kong. “O que quer que aconteça na China afeta o crescimento mundial.”

Em 2021 a China respondeu por 18,1% do PIB mundial, segundo o Fundo Monetário Internacional, atrás dos 23,9% dos EUA, mas à frente do bloco da União Europeia (UE), com 17,8%. Responde por quase um terço da produção industrial global, segundo dados da Nações Unidas de 2020. A economia chinesa cresceu num ritmo modesto no início do ano, mas os dados de março e abril apontam uma grande desaceleração.

A política de tolerância zero de Pequim para conter os surtos de covid-19 levou a lockdowns rígidos em centros industriais como a província de Jilin, no nordeste, e megacidades como Shenzhen e Xangai. Os controles rígidos mantiveram milhões de pessoas dentro de casa, fecharam fábricas e lojas e prejudicaram o transporte, aumentando a pressão sobre a economia, já pressionada por uma crise imobiliária e pela repressão regulatória sobre setores como o de tecnologia e educação.

Dados da balança comercial desta semana mostraram um fraco crescimento das exportações chinesas em abril, com os lockdowns trimestre em relação ao primeiro e um aumento do desemprego. Autoridades chinesas prometeram reavivar o crescimento com grandes gastos em projetos de infraestrutura, mas muitos economistas não acreditam que o governo ou o banco central conseguirão fazer muito para estimular a economia, enquanto mantiverem a estratégia de “covid-zero”.

“As autoridades chinesas anunciaram uma flexibilização para evitar uma desaceleração do crescimento – mas ainda não agiram totalmente nesse sentido”, disseram economistas do BlackRock Investment Institute, divisão de análises de investimentos da maior gestora de ativos do mundo, a BlackRock, em nota para clientes.

A Apple disse recentemente que os lockdowns na China poderão lhe custar entre US$ 4-US$ 8 bilhões em vendas perdidas por causa dos problemas na cadeia de suprimentos. A GE disse que sua divisão de cuidados com a saúde enfrenta problemas de produção e entrega por causa dos lockdowns.

No Japão, a Sony e a Nintendo disseram na terça-feira que as limitações de suprimentos ligadas à China afetarão a produção de seus consoles de videogames. Segundo a Sony, as restrições contra a covid-19, incluindo o lockdown em Xangai, tornaram mais difícil para as empresas presentes na China fabricar e despachar peças usadas em suas máquinas.

Na Austrália, a Fortescue Metals Group, a quarta maior produtora de minério de ferro do mundo, disse que os lockdowns na China afetaram a demanda por aço e elevaram os custos do transporte de commodities. A Rio Tinto, segunda maior mineradora do mundo, disse que os lockdowns representam um risco de curto prazo para a atividade de construção na China.

Em uma das maiores fazendas de lavanda do mundo na Tasmânia, Austrália, dos cerca de 85 mil visitantes todos os anos antes da pandemia, um número significativo eram chineses. Mas desde a reabertura das fronteiras aos turistas internacionais em fevereiro, poucos visitantes vieram da China.

As exportações de Taiwan e Coreia do Sul para a China em abril caíram 3,9% em relação a março, segundo o Goldman Sachs. A queda mostra como algumas economias asiáticas estão fortemente conectadas ao motor industrial da China, tornando-as especialmente vulneráveis a uma desaceleração.

Dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) mostram que peças e outros insumos chineses respondem por 1,4% do valor das exportações de bens dos EUA para o resto do mundo, na Coreia do Sul, essa participação é de 5,2%, em Taiwan 6,3% e no Vietnã 14,4%.

Na Europa, a produção industrial da Alemanha registrou sua maior queda mensal em março desde o início da pandemia em 2020, refletindo os problemas na China e as consequências da invasão da Ucrânia pela Rússia.

Na semana passada a BMW informou uma queda de 19% no volume de produção nos primeiros três meses de 2022, na comparação anual, citando gargalos globais no fornecimento de componentes e os lockdowns na China. As entregas de veículos para a China caíram cerca de 9% no trimestre.

A fabricante de artigos esportivos Adidas disse que sua receita na China caiu 35% ao ano no primeiro trimestre, enquanto os custos mais altos de fornecimento e frete corroeram sua lucratividade.

“A China é muito importante para nós como mercado”, disse Jörg Wuttke, presidente da Câmara de Comércio da UE na China. Cerca de 900 mil empregos na Alemanha dependem do mercado chinês, enquanto que as empresas alemãs empregam perto de um milhão de pessoas na China.

Wuttke disse acreditar que o pior da ruptura relacionada à covid e aos lockdowns recentes, ainda não foi sentido na Europa, uma vez que as remessas que deveriam ter deixado a China nos últimos dois meses só agora começarão e chegar aos portos europeus.

A intensidade do freio da China sobre a economia global dependerá do quanto ela irá desacelerar. Algumas empresas e economistas esperam ver uma recuperação antes do fim do ano.

E-commerce contribui para crescimento de 1,7% do setor de serviços, diz IBGE

Na comparação com o mês anterior, o volume de serviços no país cresceu 1,7%, mostrou o IBGE. De acordo com Rodrigo Lobo, gerente da pesquisa, o e-commerce influenciou diretamente nesse resultado. Afinal, um dos segmentos que ditou a alta dessa atividade foi o de transportes rodoviário de cargas, ainda mais acentuado por conta da pandemia. Vale destacar que essa é a segunda alta consecutiva do indicador, assim como o maior patamar desde maio de 2015.

Além disso, os serviços também estão 7,2% acima do patamar de fevereiro de 2020, ou seja, do período pré-pandemia. Na comparação com março de 2021, o setor registrou alta de 11,4%. Por outro lado, no acumulado do ano o setor cresceu 9,4% e, no acumulado de 12 meses, alta de 13,6%.

O setor do agronegócio também influenciou positivamente no resultado, assim como o de transporte aéreo de passageiro. “Isso ocorreu não só por conta do aumento do fluxo de passageiros, mas pela queda do preço das passagens aéreas observadas no mês de março”, explicou Lobo.

As demais atividades apresentaram que taxas de crescimento foram:

  • informação e comunicação (1,7%);
  • profissionais, administrativos e complementares (1,5%);
  • prestados às famílias (2,4%);
  • e outros serviços (1,6%).

Turismo

As atividades turísticas também cresceram em todas as bases de comparação do IBGE: 4,5%, em relação a fevereiro; 75,6%, em relação a março do ano passado; e 42,2%, no acumulado do ano.

Benefícios sociais devem impulsionar varejo no segundo trimestre, diz CNC

Mesmo com inflação e juros altos, as vendas no varejo devem aumentar 1,5% no segundo trimestre na base mensal, estima a CNC.

Os vários benefícios sociais que serão ou já estão sendo liberados pelo governo devem ajudar as vendas no varejo no segundo trimestre, de acordo com a Confederação Nacional do Comércio.

A entidade cita a antecipação do 13º salário a aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social, INSS, a disponibilização de saques do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, FGTS, e o pagamento do Auxílio Brasil pelo governo.

A CNC espera que as vendas no varejo aumentem 1,5% entre abril e junho em comparação aos três primeiros meses de 2022. A previsão anterior, feita em abril, indicava alta de 1,1% para o mesmo período.

Os benefícios sociais podem impulsionar a inflação, mas, “no curto prazo, ajudam a recompor a renda das famílias, dando fôlego às vendas no varejo”, apontou a CNC, citando possível injeção de R$ 39 bilhões no setor ao longo deste ano por meio do Auxílio Brasil e dos saques do FGTS.

O cenário de escalada da inflação e dos juros freia o avanço do comércio, conforme a pesquisa. No entanto, a instituição vê os preços no atacado desacelerando nos últimos meses.

O volume das vendas no varejo em março cresceu 1,0%, marcando o terceiro mês seguido de alta, segundo a Pesquisa Mensal de Comércio, divulgada na última terça-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, IBGE. O dado superou a estimativa da CNC, de aumento de 0,3% ante a fevereiro.