A importância da inovação na entrega: como os hubs logísticos metropolitanos impactam o CX?

Em um comércio eletrônico, em que a competitividade cresce a cada dia, garantir uma boa jornada de compra é essencial para varejistas que buscam crescer e fidelizar clientes.

Nesse processo, existem várias etapas envolvidas. A logística, por exemplo, passa por todos os caminhos e impacta diretamente a entrega final. O transporte é a ponte entre o produto e o cliente, por isso qualquer falha no envio pode gerar insatisfação e quebrar todo o ciclo positivo construído até aquele momento.

Quando uma companhia não percebe a logística como parte essencial do negócio, deixa de investir em soluções para melhorar a área, o que resulta em inúmeras falhas de operações, alto custo e clientes insatisfeitos.

O chamado “last mile” (ou última milha) se tornou fundamental como diferencial competitivo. Outras facilidades, como a logística reversa, os novos modelos de entrega e o uso de recursos de mobilidade urbana, ganharam mais destaque para melhorar a experiência do cliente e garantir a flexibilidade exigida, seja para receber, enviar ou devolver produtos em questão de dias ou até horas.

Com a grande diversidade de ofertas, as marcas precisam encontrar meios para se sobressaírem perante os seus concorrentes. Uma boa experiência de compra é um dos fatores essenciais para assegurar o retorno do consumidor e consolidar uma imagem positiva da empresa.

Nesse cenário, o hub logístico metropolitano é a tendência que vem alavancando as operações de empresas do varejo. Levando os produtos para mais próximo do cliente final os hubs viabilizam entregas no mesmo dia e até em horas. A escolha estratégica da localização é baseada em dados de vendas e geolocalização dos consumidores. Em alguns casos é possível armazenar os produtos mais vendidos numa determinada região antes mesmo da compra ser realizada pelos clientes.

Mas para o perfeito funcionamento desta modalidade é necessário que toda a cadeia logística esteja integrada e digitalizada. O sucesso da modalidade passa pela orquestração da plataforma de e-commerce, TMS e aplicativo de última milha.

Além de viabilizar entregas mais rápidas, a consolidação dos pacotes em hubs aliada a roteirização inteligente e eficiente das entregas reduz consideravelmente o custo do frete e proporciona melhor rentabilidade para vendas online.

*Vinicius Pessin é CEO da logtech Eu Entrego.

“O consumidor 5.0 busca uma experiência intuitiva e segura”, diz Felipe Piringer, da Shopee

Lives temáticas, responsabilidade social e uma experiência de compra fácil, segura e divertida; entenda os caminhos da Shopee para transacionar com o consumidor 5.0.

A Shopee é uma empresa de Singapura que veio para o Brasil em 2019. De lá pra cá, a marca ganhou projeção e conquistou milhares de clientes no e-commerce. Além de oferecer uma experiência de compra fácil e segura, ela também cria uma série de ações sociais, soluções e benefícios que auxiliam nessa transação digital com clientes mais engajados e exigentes: o Consumidor 5.0.

“O consumidor 5.0 é antenado, prático e busca comprar com comodidade, de um jeito simples, como uma experiência intuitiva e que seja segura”, define Felipe Piringer, head de Marketing da Shopee.

Foi sobre esse perfil de cliente que conversamos com Felipe, para entender a visão da Shopee sobre como impactá-lo e transacionar com ele de maneira moderna e eficiente. Confira!

O consumidor 5.0 na visão da Shopee

CM – O que define um consumidor 5.0 na visão da Shopee?

Felipe Piringer – O consumidor 5.0 é antenado, prático e busca comprar com comodidade, de um jeito simples, como uma experiência intuitiva e que seja segura. É impactado por muitas informações, pelas redes sociais, por memes, nos jogos online e nas notícias. Esse perfil de consumidor tem muitos insumos e ferramentas para realizar suas compras. Hoje é possível realizar comparativos de preços de forma online em diversos players e encontrar o melhor custo-benefício, por exemplo.

CM – Este consumidor é mais sensível a preços?

Felipe Piringer – Em linha com a resposta anterior, os consumidores, atualmente, se programam, fazem comparativos em diferentes lugares, com produtos de diferentes vendedores. Isso não quer dizer que elas vão deixar de comprar, mas que é preciso oferecer o melhor custo-benefício e, além disso, promover uma experiência de compra fácil e segura com variedade de produtos.

Nós realizamos constantemente pesquisas de intenção de compras com a nossa base de usuários para entender como melhor atender às necessidades e desejos dos consumidores antes das nossas campanhas. A mais recente, foi a pesquisa de intenção de compras de Natal, na qual consultamos mais de 2 mil consumidores de todas as regiões do país. Para 66% dos entrevistados deste estudo, preço acessível era um dos fatores-chave na hora da escolha do presente.

Essa pesquisa também nos mostrou que as pessoas estão se preparando com mais antecedência pesquisando preços de forma online três/quatro semanas antes das datas comerciais. Vimos o mesmo comportamento na nossa pesquisa sobre a intenção de compras para a Black Friday, que mostrou 57% se planejando para a data, com 86% dos respondentes afirmando que realizam comparativo de preços entre diversas lojas, sites e aplicativos de e-commerce e 83% disseram ainda que comparam as promoções e descontos com outros dias do ano.

“Oferecemos diversos tipos de benefícios para que os consumidores possam economizar, além de jogos que permitem que os usuários possam se divertir e ainda ganhar Moedas Shopee, um recurso que garante descontos em compras”
Conheça o Mundo do CX

CM – O consumidor 5.0 é apaixonado por experiência. O atendimento digital é um pilar fundamental nessa relação. Como a Shopee tem avançado nessa área promovendo uma experiência resolutiva e humanizada?

Felipe Piringer – A Shopee oferece uma experiência de compra fácil, segura e divertida aos usuários e que vai além da compra. Oferecemos diversos tipos de benefícios para que os consumidores possam economizar, além de jogos que permitem que os usuários possam se divertir durante o dia e ainda ganhar Moedas Shopee, um recurso que garante descontos em compras também.

Outra frente, que podemos destacar que foca nos benefícios e na experiência do usuário, é a nossa ferramenta de lives. São as Shopee Lives, em que é possível comprar ao vivo com descontos e facilidades, tirar dúvidas sobre os produtos e ainda aprender com os conteúdos transmitidos, pois apresentamos muitas lives temáticas. Tudo direto do app.

Além disso, os nossos consumidores podem tirar dúvidas com vendedores via bate-papo na plataforma antes, durante e após a compra, além de verificar as revisões de produtos e lojas. Possuímos canais de atendimento ao consumidor, que podem facilmente nos contatar em diversas plataformas. E, para garantir mais segurança aos vendedores e consumidores, temos a Garantia Shopee, uma ferramenta que retém o pagamento do produto até que o consumidor receba o que comprou em perfeitas condições. Tudo isso com um sistema seguro e integrado de pagamento.

“Nossas campanhas dentro da página Shopee Doações já arrecadaram mais de R$ 500 mil revertidos para ações sociais”

CM – Responsabilidade social e ambiental está construindo um novo valor de marca para este novo consumidor. Como a Shopee explora esse apelo em sua marca?

Felipe Piringer – A Shopee possui uma área de Responsabilidade Social Corporativa em todos os países em que atua, bem como no Brasil. Podemos destacar o projeto Shopee Doações, que consiste em uma seção com botão de acesso rápido na home da Shopee. Por meio desta página, o consumidor pode adquirir produtos digitais de doação. 100% do valor doado é destinado às ONGs parceiras, como Instituto Água Viva, GRAACC, Instituto Novo Sertão, Instituto Alicerce, Associação Cidadão Pró-Mundo, Anjos de Patas Indaiatuba, Fala Mulher e Instituto Rede Mulher Empreendedora.

A iniciativa já está ativa há mais de 1 ano, e já envolveu mais de 4,5 mil doadores e impactou positivamente mais de 2 mil pessoas entre crianças e mulheres, além de mais de 150 animais da ONG Anjos de Patas. Nossas campanhas dentro da página Shopee Doações já arrecadaram mais de R$ 500 mil revertidos para ações sociais.

Além disso, no último Natal, realizamos a ação Cartinhas de Natal, que promovemos uma página na nossa plataforma com mais de 900 cartas de crianças e adolescentes da comunidade Jardim Pantanal. Consumidores e colaboradores podiam escolher uma carta e presentear uma das crianças, a entrega dos presentes foi realizada por colaboradores da Shopee no dia 22 de dezembro. A empresa foi responsável pelas embalagens e logística dos pedidos até a comunidade com o apoio da ONG Projeto Orsi.

O papel do app na construção da experiência ideal, segundo a Amazon

Entrevista exclusiva com executiva da Amazon Brasil revela que dominar a experiência digital é fundamental.
No Brasil e no mundo, o consumo digital já se tornou um hábito – principalmente depois à pandemia de Covid-19. E os dados comprovam. De acordo com a Ebit Nielsen, em 2021, o e-commerce brasileiro registrou um faturamento total de R$ 182,7 bilhões, o o que representa um crescimento de 27% em relação ao ano anterior. Ao mesmo tempo, é notável o interesse do brasileiro por consumir a partir de dispositivos móveis. Os aplicativos, é claro, também ganham espaço nesse processo.

De acordo com um estudo elaborado pela Cybersource, solução da Visa especializada em gerenciamento de pagamentos digitais, em colaboração com a PYMNTS, os consumidores brasileiros têm duas vezes mais chances de fazer compras por meio de dispositivos móveis do que de computadores: 20% dos entrevistados afirmaram ter usado canais móveis para fazer suas compras mais recentes.

E é claro que essa tendência tem sido percebida pelas empresas. “Nos últimos anos percebemos uma mudança de comportamento do consumidor. Muitos clientes compraram on-line pela primeira vez e criaram esse novo hábito”, afirma Fernanda Grumach, líder de Experiência e Compra na Amazon Brasil. “Além disso, novas categorias ganharam mais relevância no e-commerce, como produtos de rotina, presentes no Amazon Super”.

Nesse sentido, ela reforça: “A expansão de mercados, consumidores e novas tecnologias no digital mostra o quanto as experiências completas são necessárias”. Nesse sentido, de acordo com Fernanda, há duas tendências predominantes quando o assunto é aplicativo – que elas devem ganhar protagonismo nos próximos anos.

Tendências e aplicativos
1. Transformação da jornada
De acordo com Fernanda Grumach, a jornada deixa de depender apenas dos sites e apps das próprias varejistas e marketplaces, mas poderá ser iniciada em todo o lugar – onde o cliente estiver e quiser passar o seu tempo.

Enquanto assiste a vídeos, vê esportes, passeia com a família, utiliza mídias sociais… onde quer que aconteça a necessidade de compra, poderá começar a jornada virtual. “Na abertura da Black Friday, promovemos uma live-commerce direto do Catar, com o Fred, do canal Desimpedidos, liderando uma transmissão ao vivo de duas horas com mais seis canais, além dos canais de redes sociais da Amazon, oferecendo uma experiência de compras direto da plataforma”, exemplifica.

2. Demanda por inovação contínua
Nesse caso, o objetivo é atender as necessidades do cliente, que mudam a todo momento: a tendência corresponde à transformação da experiência digital, permitindo entender mais sobre o produto, o que outros clientes acharam dele, simular o seu uso, ver vídeos e conhecer muito mais detalhes sobre o produto.

“Isso tudo é feito para dar conveniência ao cliente, o que é um ponto fundamental na cultura da Amazon: a/o cliente tem que comprar o produto que procura, que é oferecido com um preço competitivo e entrega rápida em qualquer lugar do país”, revela Fernanda Grumach.

Aprimoramento de tecnologia e segurança
De acordo com a líder de experiência e compra na Amazon Brasil, a experiência do cliente é realmente muito importante para a empresa – portanto, é um ponto de partida. Logo, o foco é entregar o mais rápido possível o que o cliente precisa, onde ele quer estar. “Colocamos os clientes no centro de tudo e estamos cada dia mais rápidos e convenientes em nossas entregas para atender as necessidades do cliente”, afirma a executiva.

Por isso, ela ressalta que, na Amazon, todos os sistemas e dispositivos são desenvolvidos priorizando a segurança da informação e a privacidade de dados, trabalhando constantemente para garantir isso, tanto para os consumidores quanto para os vendedores parceiros.

A companhia trabalha com medidas preventivas e utiliza uma série de mecanismos para garantir uma operação segura, incluindo proteção física, eletrônica e processual. “Temos segurança e escalabilidade como premissas para desenvolver novas aplicações. Nossos times são treinados para considerar esses aspectos desde o início do desenho do sistema”, coloca Fernanda Grumach.

“Procuramos nos dedicar para que a segurança da informação seja coberta por todas as equipes, em todas as fases de desenvolvimento dos sistemas, desde o momento que desenhamos um novo produto, até o monitoramento do que está no ar. Para os vendedores parceiros, buscamos oferecer a melhor tecnologia para que seus negócios continuem crescendo por meio de ferramentas simples e seguras”, completa a líder de experiência e compra na Amazon Brasil.

Fidelização dos clientes e a importância da jornada virtual
A Amazon tem a ambição de entregar – em qualquer que seja a plataforma, como os aplicativos – uma experiência boa e completa ao consumidor. Isso, inevitavelmente, inclui o compromisso de inovar e entregar excelência operacional, ofertando escolha, velocidade e conveniência. Ter o cliente no centro, novamente, também é indispensável nesse sentido.

Por isso, Fernanda Grumach explica que trabalha para entender os clientes, e o que realmente interessa a eles nesta jornada de compra. A ideia compartilhada pela Amazon é sempre começar pela necessidade e benefício do cliente a fim de realizar o caminho inverso para desenvolver rapidamente estratégias e criar soluções significativas para suas vidas, especialmente no dia a dia.

“Ao projetar a experiência de compra e descoberta para apresentar os produtos que os clientes desejam comprar, também vimos a oportunidade de facilitar e trazer mais comodidade em datas sazonais ou eventos de vendas por meio da estratégia de cupons e ofertas. Na Black Friday deste ano, por exemplo, os consumidores puderam usar o Cupom do Dia exclusivo para o aplicativo Amazon Shopping em produtos selecionados”, salienta a executiva.

Essa iniciativa está relacionada ao esforço da empresa em entregar o que é mais relevante para o cliente – seja preço baixo, seja uma vasta seleção de produtos em mais de 30 categorias, ou até mesmo uma entrega rápida que facilita a rotina do consumidor. A empresa se esforça para atender a esses três princípios, o tempo todo.

Diretora de varejo da Amazon fala sobre datas sazonais e experiência de compras

As datas sazonais são sempre cheia de oportunidades para o varejo. Na Amazon, a temporada de volta às aulas de 2023, por exemplo, exigiu da empresa um olhar ainda mais atento para a experiência do cliente com o seu e-commerce no Brasil.

A Amazon.com.br ouviu os pais sobre o que eles buscam nesse período do ano e constatou que conveniência, preços baixos e facilidade são os principais atrativos na experiência de compra. Por isso, a empresa elevou a estratégia de vendas para o período e realizou mudanças na usabilidade do site para tornar a compra de material escolar ainda mais prática.

Encurtar a jornada de compras: um dos objetivos da Amazon
Um dos exemplos é o uso do recurso de lista de desejos para encurtar a jornada de compras, assim como a implementação de busca por marcas específicas e por personagens, que são uma forma de oferecer mais diversão e conforto para as crianças em um momento de novas descobertas e desafios.

Juliana Sztrajtman, diretora de Varejo da Amazon Brasil, conversou com exclusividade com a CM e falou sobre essas ações pontuais e as principais reestruturações que irão impactar o varejo online ao longo de 2023.

CM – Sobre experiência de compra online e datas sazonais, conte-nos um pouco mais sobre mudanças na usabilidade do site da Amazon para tornar a compra de material escolar ainda mais prática para o consumidor em 2023.

Juliana Sztrajtman – Na Amazon, temos o cliente no centro de tudo que nós fazemos para oferecer a melhor experiência de compra. Para isso, nós ouvimos os consumidores em primeira mão, com uma pesquisa de preferências para moldar a experiência de compras e a usabilidade do site. Sabemos que o consumidor, entre outras coisas, busca conveniência, facilidade e preços baixos durante as compras de material escolar. As pesquisas também mostraram que uma jornada de compra fluida e rápida é um dos aspectos mais importantes para o consumidor e trouxemos novidades para a volta às aulas com isso em mente.

Criamos uma seção dividida por personagens como super-heróis ou desenhos animados, facilitando encontrarem produtos que sejam divertidos para as crianças nesse momento de novos desafios e descobertas. Também tornamos possível direcionar a pesquisa por marcas específicas, por categoria ou até listas pré-selecionadas por idade escolar. Sabemos que os clientes não abrem mão da qualidade, e deixar mais fácil encontrar as marcas que já confiam e conhecem é mais uma vantagem para a jornada.

Somando tudo, nosso objetivo é oferecer a melhor experiência de compra, e alcançamos isso com grande variedade de produtos de alta qualidade, ótimo atendimento ao cliente, preços baixos e ofertas em todas as categorias, opções de entrega rápidas, gratuitas e no prazo para todos nossos clientes. E esse trabalho de entregar uma jornada descomplicada é contínuo na Amazon.

“Na Amazon o trabalho de entregar uma jornada descomplicada é contínuo”

CM – Quais as expectativas em vendas para esse período, quantidade de produtos disponíveis etc.?

Juliana Sztrajtman – Nós não abrimos números sobre expectativas, mas nosso objetivo é superar os anos anteriores. São mais de 10 mil itens de diversas categorias, desde itens de papelaria, livros, eletrônicos, mochilas e itens de moda, até produtos de supermercado para a lancheira.

Além das várias ofertas disponíveis, temos também descontos progressivos em mais de 600 produtos, incluindo itens de material escolar, de escritório e papelaria, brinquedos educativos e eletrônicos. Comprando 5, 10, 15 ou mais unidades dentro dos produtos elegíveis, é possível alcançar até 15% de desconto. Quem for Membro Prime têm ainda mais vantagem, com um máximo de até 20% no desconto progressivo. Quanto mais você completar a sua lista, maior será a economia.

CM – Como a Amazon busca facilitar a experiência de compra para o consumidor hoje? E quais são os principais desafios que o varejo online ainda enfrenta no Brasil e como a Amazon está avançando nessa relação por aqui?

Juliana Sztrajtman – Essa pesquisa de usabilidade no site da Amazon.com.br para a “Volta às Aulas” é o exemplo mais recente de como fazemos isso na prática. Trazemos inovação para os clientes, sempre com o objetivo de oferecer a melhor experiência de compra, como por exemplo a criação do programa de benefícios Amazon Prime.

Também investimos na expansão da infraestrutura de entregas, permitindo entregar para clientes em mais de 1.000 cidades em até dois dias, em mais de 100 cidades em até um dia útil, e algumas regiões da cidade de São Paulo têm já a entrega no mesmo dia. Nós acreditamos no mercado brasileiro, e vamos continuar investindo para benefício do nosso cliente.

CM – Ainda sobre Customer Experience e varejo online, quais as principais reestruturações que você acredita que irão impactar o varejo ao longo de 2023?

Juliana Sztrajtman – O nosso foco é inovar para atender aos clientes, oferecendo uma vasta seleção de produtos e serviços, com bons preços e opções de entrega que satisfaçam as necessidades dos clientes. Na Amazon, temos uma visão de longo prazo, mas não comentamos planos futuros.

CM – Para finalizar, como consumidora você poderia citar uma experiência de compra memorável que já realizou online e como isso impactou também sua visão como diretora de varejo?

Juliana Sztrajtman – Tenho uma amiga que se mudou para outra cidade alguns dias antes do seu aniversário. Ela sempre gostou de comemorar seu aniversário e eu sabia que ela passaria o dia sozinha pois ainda não conhecia muita gente na escola em que ia estudar. Resolvi fazer uma surpresa e comprei online um presente para a casa nova dela e o presente chegou exatamente no dia do aniversário. Ela sempre lembra dessa surpresa: eu a presenteei com um porta-retrato e depois mandei digitalmente a foto para ela imprimir, com todas as amigas no aniversário do ano anterior. Fiquei muito feliz por conseguir “estar presente” mesmo a distância e entendi o impacto positivo que o varejo online pode ter.

Serviços são a nova experiência no varejo

Parece repetitivo, mas “experiência” foi um dos termos mais citados este ano na NRF, o maior evento de varejo do mundo. Isso porque, na verdade, no período pós-pandemia, gerar experiências de compra que unem valor à marca é uma questão de sobrevivência para as empresas inseridas em um mercado cada vez mais competitivo e com clientes ainda mais empoderados. Dessa forma, a experiência está em toda parte: não há aspecto da jornada do cliente que não demande redução de fricção, otimização de tempo, conveniência, simplicidade e relacionamento.

Sendo assim, dentre as diversas tendências apresentadas por especialistas na NRF 2022, uma delas aponta para a estratégia de diversificação dos serviços oferecidos pelos varejistas como nova forma de atrair, reter, converter e engajar, gerando consequentemente micromomentos e experiências memoráveis ao consumidor durante sua jornada. Ou seja, o varejo passa a ser gradualmente um fornecedor de serviços de abastecimento e informações, e os seus produtos são apenas coadjuvantes no processo de compra e venda.

Há um bom tempo, alguns serviços básicos já são oferecidos nas lojas físicas/online: a garantia estendida, a embalagem de produtos para presente e a entrega programada são alguns dos exemplos. Mas, quando falamos de uma nova tendência para os próximos anos, as comodidades para o comprador vão muito além disso. Cada vez mais, ele exige um posicionamento das empresas com soluções personalizadas às suas demandas e necessidades. Por isso é importante modernizar os serviços oferecidos, desde o atendimento ao modo de pagar. A missão agora consiste em conhecer a jornada do seu cliente de perto e incluir serviços atrelados à solução completa de compra e às tecnologias disponíveis, com objetivo de acompanhar as mudanças de comportamento dos consumidores.

Veja a seguir alguns cases de empresas citados na NRF 2022, as quais utilizam serviços para agregar valor aos seus consumidores e tornar a experiência de compra memorável:

Ulta Beauty
Localizada nos Estados Unidos, a Ulta Beauty é uma das referências em oferecer serviços diferenciados para os clientes. Além de comprar as maquiagens de que precisam, os clientes podem agendar um horário para utilizar na loja o salão de beleza, o “The Salon”, e ainda contar com a ajuda de uma consultoria para aprender mais sobre estética e saúde da pele. Há também um espaço dedicado para eventos, workshops e aulas educacionais. Os pedidos online podem ser retirados na loja em um local exclusivo. O “GLAMlab” é um aplicativo que permite às clientes experimentar virtualmente uma maquiagem e também identifica principais problemas de pele.

Nordstrom
A Nordstrom é uma sofisticada rede de lojas de departamento dos Estados Unidos especializada em moda, cosméticos e perfumes de alta qualidade e de marcas renomadas. Um dos seus diferenciais é oferecer o mais alto nível possível de serviço ao cliente associado a mercadorias de primeira linha, por meio de uma vasta gama de itens para atender à maioria das necessidades e faixas de preço.

Alguns serviços disponibilizados aos clientes: alfaiate e consertos de roupas na hora; personal stylist; personalização de roupas e objetos; entregas no mesmo dia por US$ 20; pick up store 24×7; devoluções e trocas de mercadorias descomplicada e sem perguntas; conserto e lavanderia de calçados (lavagem de tênis, serviços de proteção e impermeabilização, engraxataria, troca de saltos e solas, hidratação, alargamento, etc.); customização de jeans e acessórios; consultas com estilistas; coleta de roupas destinadas para doação e muito mais. Além disso, a Nordstrom é um templo da gastronomia: o local tem pelo menos cinco restaurantes e cafeteria, incluindo um bar no meio do piso de sapatos, o Shoe Bar.

A empresa ainda presenteia clientes fiéis (gastos anuais de US$ 20 mil) com “mimos”, como sessões particulares de compras em provadores previamente abastecidos com peças no tamanho certo, champanhe e piano ao vivo; ingressos para desfiles de moda e acesso a pacotes exclusivos de viagem e moda, incluindo eventos VIP.

Allure
A Allure é uma revista feminina americana que ganhou uma loja física própria no bairro do Soho, em Nova York. O espaço conta com uma coleção com curadoria de mais de 270 produtos vencedores do prêmio “Best of Beauty” e comercializados de acordo com as manchetes editoriais.

Os produtos vendidos na loja são trocados a cada nova edição da revista. Os editores da Allure promovem regularmente eventos na loja física, tutoriais e master classes e os clientes também podem acessar a agenda completa das ações em QR codes espalhados pela loja. O local conta com vários recursos de tecnologia para aprimorar a experiência de compra dos clientes, tais como: Realidade Aumentada, que permite ao cliente experimentar os produtos virtualmente; QR codes, que direcionam os clientes para conteúdo multimídia, no qual podem encontrar mais informações sobre um produto; espelhos inteligentes, que permitem que os usuários experimentem amostras de produtos para criar looks ou então tirarem uma foto, escolherem filtros e até simularem a capa da revista.

Starbucks Reserve Roastery
A maior rede de cafeterias do mundo não para de expandir seus negócios. “Roastery” é um lugar onde os grãos de café são torrados e processados para consumo. Esse é o propósito da Starbucks Reserve Roastery, uma loja-conceito da Starbucks que fica no bairro Chelsea, em Nova York. O sofisticado local já virou um ponto turístico e de encontro, bem como é uma verdadeira imersão no mundo do café que a marca da estrela leva para seus clientes.

O lugar é pura experiência, desde as linhas de produtos presenteáveis de marca própria (é possível comprar inclusive os uniformes dos colaboradores); os cenários “instagramáveis”; o painel que informa em tempo real a fornada de pães e cafés que acabaram de sair; uma grande torre, que funciona como uma espécie de silo para grãos, banhada a cobre; e, é claro, os bares de cafés. Existem também várias ilhas de degustação onde o cliente poderá pedir seu café, disponível tanto nas opções de espressos quanto de filtrados.

Ao todo são cinco ambientes: o Main Bar, onde o menu tem os pedidos tradicionais de café e capuccino, mas também oferece drinks novos; o Experience Bar, com cafés preparados por baristas de forma mais artesanal e lenta, para curtir todo processo; o Arriviamo Bar, um bar de drinks e cocktails, a grande maioria à base de café; o Princi Bakery, a padaria da Starbucks Reserve, com croissants e pães variados; e o Scooping Bar, onde é possível comprar grãos inteiros e moídos de países tradicionais no cultivo do café, incluindo o Brasil.

‘Social selling’ e ‘conversation commerce’ entram em cena

Comércio on-line deve reforçar ações de integração e socialização com o cliente.

Um faturamento estimado de R$ 169,5 bilhões é o que projeta a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (Abcoom) para o e-commerce brasileiro este ano. Em 2021, as vendas alcançaram R$ 150,8 bilhões. O volume de consumidores eletrônicos também deve saltar de 78,9 milhões para 83,7 milhões no mesmo período. Com números atraentes e desempenho acima da média dos países da América Latina, de acordo com o relatório Latim America 2022, da britânica Retail X, fica a pergunta: como será o comércio on-line num futuro próximo?

Para Alberto Serrentino, fundador da Varese Retail, é difícil traçar tendências a longo prazo para um segmento tão dinâmico como o comércio eletrônico e o mundo digital. “Após o avanço brutal na pandemia, atravessamos um momento de busca de equilíbrio entre expansão e vendas com qualidade”, afirma o consultor. “Diante disso, assistiremos a uma desaceleração na curva de crescimento do e-commerce, o que não significa retrocesso”. Num futuro próximo, segundo Serrentino, veremos as empresas olharem cada vez mais para dentro a fim de extrair mais valor da recorrência, apostando na intensidade de relacionamento com a base de clientes conquistada. “Isso implica em investimento em cadastros, dados, CRM, ativação de clientes, que custa mais barato do que conquistar novos consumidores”, afirma.

A opinião é compartilhada por Bruno Cury, COO da Corebiz, especializada em soluções digitais para comércio eletrônico. “Estudos apontam que o custo de captação de novos clientes chega a ser cinco vezes maior do que trabalhar a base”, declara. Segundo Cury, o sucesso do e-commerce do futuro passará pela maximização do Lifetime Value (LTV) – quanto em média os clientes investem nos produtos ou serviços durante o período que se relacionam com a empresa. “Com base nesses dados, é possível criar mais pontos de contato com os consumidores da base”, diz Cury.

Para Eduardo Souza, CMO da Evino, maior e-commerce de vinho da América Latina, o uso de dados é algo que cada vez mais diferenciará o varejo on-line, agregando valor a curto, médio e longo prazo. “Quem conseguir captar e trabalhar dados tanto de compras geradas quanto de navegação abandonada terá um diálogo relevante com seus clientes”, diz. “Paralelamente é preciso conectar a agenda social com o e-commerce, uma vez que o social commerce é uma tendência que se mistura com canais cada vez mais integrados”.

Serrentino observa, também, o avanço do amadurecimento na agenda de integração de canais, com a colocação efetiva do cliente no centro da operação e o uso cada vez maior do “conversation commerce”- interações em tempo real entre marcas e clientes – como parte da jornada e da ponte entre o varejo físico e digital, aumentando a possibilidade de criar personalização em escala. “É impressionante o que isso avançou, assim como o “social selling”, que cada vez mais embarca conteúdo, entretenimento e mídia”, diz o consultor. Segundo Serrentino, o uso de vídeo se expandirá de múltiplas formas na esteira da implantação do 5G.

Umas das primeiras marcas a investir em live commerce no país, a Evino transformou a plataforma em canal para entrar ao vivo nas redes sociais a fim de oferecer atendimento, conteúdo e promoções. “O tráfego na loja ao vivo é menor que no site, mas a conversão em compras chega a ser o dobro. A venda assistida ajuda a potencializar a conversão”, diz Souza. Recentemente, a Evino criou uma nova modalidade de loja ao vivo, onde o cliente pode marcar um horário com o sommelier e receber assessoria personalizada. “Caminhamos para agregar mais experiência em jornadas específicas do consumidor e não para gerar um grande volume de vendas na plataforma ao vivo”, diz o executivo.

Quando em 2013 a Bibi Calçados criou um canal de e-commerce para a rede de lojas, quase nada se falava de omnicanalidade. “Fomos estudar o que chamavam de novo varejo e em 2019 passamos a fazer a integração mais fortemente”, diz Camila Kohlrausch, diretora de marca e varejo. “Desde então o canal cresceu 173% e hoje responde por 9% do faturamento da rede, que este ano alcançará R$ 184 milhões. Do percentual de vendas on-line, 33% já são entregues a partir da loja física mais próxima”. Para ela, o maior desafio é conseguir capturar e usar os dados com velocidade, transformando as informações em ações relevantes para o consumidor, entregando uma experiência de compra fluida, que faça sentido para o cliente e aumente seu engajamento com a marca.

Rodrigo Bandeira, vice-presidente da ABCoom, observa, entretanto, que alguns desafios ainda pontuam o avanço do e-commerce no país, entre eles o alto índice de informalidade da mão de obra e a própria legislação. “Assistiremos a uma fusão cada vez maior do mundo físico e do digital, porém, para que isso decole a legislação, sobretudo o que está relacionado a questões fiscais, precisa acompanhar o movimento”, afirma.

Retrato do cliente do e-commerce no Brasil

O consumidor brasileiro está cada vez mais habituado a fazer compras pelo e-commerce, e tem se tornado mais exigente em buscas de boas experiências, preço e qualidade

A pandemia impulsionou o e-commerce e essa adesão foi se consolidando, com praticamente todos os consumidores e estabelecimentos comprando e vendendo online. A Opinion Box realizou uma pesquisa sobre os hábitos dos consumidores que oferece dados e insights para embasar estratégias para vender mais e melhor pelo e-commerce em 2023. O primeiro desafio para montar um plano eficiente é conhecer as características do consumidor no ambiente virtual, seus hábitos e motivações.

A Opinion Box entrevistou pessoas que fizeram compras nos últimos seis meses. Nesse grupo, chama atenção que a maioria já compra mais online do que presencialmente: 6 em cada 10 entrevistados dizem comprar mais pela internet do que em lojas físicas. E apenas 22% mais em lojas físicas do que na internet. 4 em cada 10 entrevistados já compram online há pelo menos 5 anos, e 19% têm essa experiência há uma década.

Três itens se destacaram como principais fatores motivadores das compras no e-commerce. Na percepção dos consumidores, os preços na internet são melhores, e o preço foi a razão mais citada para optar pelas compras online, seguido pela praticidade. A possibilidade de receber produtos no conforto de casa tem sido importante para 72% das pessoas entrevistadas na pesquisa. Em terceiro, os consumidores avaliam que o e-commerce tem campanhas promocionais que as lojas físicas não oferecem.

A frequência de compra é relativamente alta entre os entrevistados no e-commerce, com mais de 40% comprando online mais de uma vez por mês. Isso pode ser explicado, segundo a Opinion Box, entre outros fatores, pelo menor atrito que a compra online naturalmente tem. O cliente pode ser impactado por marketing enquanto navega pela internet e comprar na hora, sem a necessidade de se deslocar até uma loja e “se preparar mais” para uma compra.

Sete em cada 10 consumidores disseram que a frequência de compras online aumentou no último ano. Esse dado, junto aos números do segmento no Brasil, não é tão surpreendente, pois o setor não para de crescer, aponta a Opinion Box, que indica uma tendência de alta para o próximo ano.

Entre os aspectos que mais influenciam a decisão de compra dos consumidores no e-commerce, estão frete grátis, promoção, prazo de entrega, cupons de desconto e facilidade na compra.

Os dados coletados pela Opinion Box indicam que vários dos principais fatores que influenciam o consumidor estão relacionados à experiência de compra. Além das questões financeiras, é fundamental garantir uma experiência positiva para o consumidor online, recomenda a consultoria, com um processo de compra fácil em todas as etapas da jornada.

Onde as pessoas compram
O smartphone já é o dispositivo preferido de mais de 70% dos entrevistados para fazer compras. O movimento acompanha a digitalização dos brasileiros, que têm no celular o principal equipamento de conexão com o mundo. Por isso é tão importante oferecer uma boa experiência de compra, especialmente no mobile, para encurtar o ciclo de vendas e diminuir as etapas que podem culminar em um carrinho abandonado.

De acordo com as conclusões da pesquisa da Opinion Box, as lojas no e-commerce devem ser mobile first, o que vai muito além de design e estrutura responsivas com recursos que facilitem a jornada do cliente. O levantamento indicou que algumas funcionalidades podem ser decisivas, como a possibilidade de armazenar dados de pagamento, de “comprar com um clique” e agendar compras recorrentes.

Conheça o Mundo do CX

Outro desafio do e-commerce é o atendimento. Criar uma estratégia que seja eficiente, com canais e formatos que agradem o cliente é preciso focar em agilidade e, segundo a Opinion Box, valorizar o atendimento humano. Mesmo que o atendimento por chatbot economize em mão de obra, ele precisa ser humanizado e ser uma ferramenta para a satisfação do cliente, e não deixá-lo encurralado.

Com o atendimento humano ainda como preferido dos consumidores, a consultoria recomenda testar as funcionalidades do chatbot para filtrar dúvidas e problemas e construir um direcionamento eficiente para a jornada.

As cinco principais tendências de CX para investir em 2023

O cenário da CX e do atendimento ao cliente continua a evoluir em ritmo acelerado. De acordo com a quinta edição do relatório “State of the Connected Customer da Salesforce”, da Salesforce, empresa norte-americana de softwares on demand, 88% dos consumidores dizem que a experiência que uma empresa oferece é tão importante quanto seus produtos ou serviços.

Por isso, para se manter à frente no cenário competitivo de hoje, especialmente diante das condições econômicas instáveis, as empresas devem estar à frente das expectativas do consumidor.

Para entender as tendências para 2023, conversamos com duas empresas vencedoras no prêmio “Empresas que mais respeitam o consumidor 2022”, no setor de varejo pet e lojas de departamento em vestuário, que destacam cinco orientações.

Heber Santos, diretor de CX da Petlove, explica que a empresa encara a área como tudo o que abrange uma experiência sobre uma determinada vivência do cliente em relação àquela jornada. De acordo com Sahel Marques, gerente sênior do CRC (Central de Relacionamento com o Cliente) da C&A, o direcionamento das ações e inovações da fashion tech é fazer com que o consumidor se sinta realmente valorizado.

Harmonia entre humanos e automação

A automação é uma realidade que pode trazer benefícios para o atendimento ao cliente, como coletar rapidamente os dados da experiência do cliente e implementá-los no sistema de CRM; e o uso de bots para criar jornadas de clientes automatizadas. No entanto, as empresas também devem encontrar o equilíbrio entre automação e humanidade.

Heber Santos explica que a maior parte da equipe de CX (chamada de PX – pet experience) da Pet love é composta por veterinários e estudantes de veterinária, pois contribui com a especificidade que o tutor deseja. “Um ponto de destaque é a personalização de atendimento, de suporte, ou seja, da marca entender realmente com quem eu estou falando, personalizar, entregar para ele (cliente) aquilo que faz sentido, ter o meu time ciente de com quem ele está falando, conhecendo o meu cliente, sabendo suas necessidades, o seu desejo e saber como conseguir suprir os desejos desse cliente da melhor forma possível”, comenta o diretor da Petlove.

CX para Total experience

O TX é a evolução do CX que busca garantir a satisfação do público em todas as suas interações com a empresa. Os líderes precisarão considerar vários fatores, como negócios de forma holística, usuário e experiência do funcionário, afetam o resultado final para o cliente.

A Petlove já integra todas as áreas da empresa ao CX e criou um modelo de trabalho que todos da empresa passam um dia fazendo as atividades junto com a equipe de experiência do consumidor. “Todos da empresa passam um dia fazendo as atividades junto com o time de CX, ouvindo ligações, participando dos atendimentos, entendendo um pouquinho sobre o que acontece no dia a dia da operação de CX… Sentindo um pouco a dor do cliente”, salienta Heber Santos.

Olhar para a geração Z

Os primeiros nativos digitais estão chegando no topo da cadeia do consumo, o que faz valer a pena olhá-los com mais atenção. Nesse sentido, agilidade no atendimento, pagamento e em toda a jornada é um ponto essencial que se mantém cada vez mais forte. “Se antes, o cliente enviava um e-mail e era respondido em dois dias, nós achávamos ótimo. Hoje em dia, se o retorno não vier em quatro horas, a gente entende que não foi satisfatório. Então, a mágica está em entender como eu trabalho isso de forma com que eu consiga ter muita velocidade, com grande escala e utilizando um atendimento humano ou uma tecnologia, mas que dê para o meu cliente uma experiência de ser bem atendida”, reforça o diretor da Petlove.

Além disso, “a nova geração está sempre buscando novos conteúdos, que estão disponíveis nas mais diversas plataformas (Streaming, YouTube, Cinema, Rede Social, etc.) e, por isso, temos ampliado o número de produtos licenciados (mais marcas ano após ano)”, revela o Gerente Sênior da C&A.

A importância da omnicanalidade no mundo phygital

Com um contexto dinâmico e por ora caótico, os clientes querem ser atendidos em seu próprio tempo e lugar, e de forma alinhada entre o mundo cada vez mais híbrido entre o físico e o digital. “Entendemos que, a cada dia, o mundo fica mais phygital. As tendências devem mudar com mais rapidez, assim como os hábitos de consumo e desejo dos consumidores. Por isso, seguimos atentos e nos preparamos para sempre superar as expectativas e desejos dos clientes, seja no ambiente online ou físico”, aponta Sahel Marques.

E nesse universo é importante estar onde o cliente está. “Notamos, também, uma tendência de que os canais de contato entre a marca e os clientes deverão estar ainda mais integrados e, por isso, temos investido no atendimento digital. Este ano abrimos novas vagas exclusivas para atuação em atendimento, assim, também fortalecemos nossos pontos de contatos (on e off line), expandindo nossos canais (voz, Bot, chat e WhatsApp)”, completa o gerente sênior da C&A.

Inovar com responsabilidade

Outro destaque é a diversidade, de você se ver ali naquela empresa, e a responsabilidade socioambiental que deve estar baseada no CX. “Uma coisa que a gente tem buscado muito é essa diversidade, porque a gente entende que é na diferença que encontramos grandes soluções, que são mentes diferentes pensando de formas diferentes, trazendo bagagens culturais e emocionais diferentes, que fazem com que a gente consiga mapear melhor os nossos clientes e trazer os pontos que fazem sentido para que ele tenha uma ótima experiência”, argumenta Heber Santos.

Além disso, a C&A acredita que a tendência é que o consumidor procure, cada vez mais, por marcas que inovam e em que ele confie, inclusive na forma como a companhia extrai recursos naturais e os utiliza em seus produtos. “Por isso, além de todas as inovações no quesito tecnológico, entendemos e trabalhamos para criar uma moda transparente, com impacto positivo no meio ambiente”, salienta Sahel Marques.

No futuro, sustentabilidade e experiência do cliente devem caminhar juntos

Entre as mudanças pelas quais o mercado corporativo vem passando nos últimos anos, algumas das mais profundas dizem respeito ao foco no cliente, na criação e experiências cada vez mais encantadoras, e na preocupação crescente com a sustentabilidade. Curiosamente, os dois temas tendem a caminhar juntos em um futuro próximo, com a conscientização dos consumidores criando oportunidades para empresas que tenham estratégias sustentáveis efetivas.

De acordo com a diretora de sustentabilidade da SAP para a América Latina e Caribe, Renata Amorim, o foco em sustentabilidade dá às empresas a oportunidade de oferecer produtos melhores e de aprofundar o relacionamento com seu público, atendendo um mercado em franca expansão formado pelos chamados “consumidores verdes”.

“Estamos falando de um cliente mais exigente, que se preocupa não só com a composição do produto, mas também com a origem, o processo produtivo, a embalagem e o fim de vida útil do resíduo”, explica. Mais preocupado, este novo perfil de cliente também é mais fiel, tornando-se fã da marca. Tanto é assim que quando ele considera que seus valores estão aliados aos da empresa da qual consome, ele dificilmente compra em outro lugar e ainda promove a empresa em sua rede de contatos.

Para o professor e palestrante Edney Souza, muitas empresas estão percebendo isso e procurando alinhar suas estratégias de negócio às experiências de seus clientes. Ele reforça que parte deste esforço depende de métricas e processos. “Unir a estratégia de negócio a experiência do cliente requer se preocupar com a interpretação das métricas e eficiência dos processos na perspectiva do cliente. Toda empresa está focada em entregar resultados, porém nem sempre são os resultados esperados pelo cliente e isso é a peça fundamental para começar a construir uma disciplina de Customer Experience”, explica.

Mais que isso, ele lembra que as empresas precisam estar atentas às diferenças entre determinados tipos de público. No caso de gerações distintas, por exemplo, Souza afirma que muitas vezes as diferenças estão mais concentradas no canal e na linguagem, e menos nos processos. “O canal, do ponto de vista técnico, é o mais relevante aqui, porque se a empresa não atende no canal preferido do consumidor, ou atende nesse canal mas não mede a satisfação, ela terá um problema de percepção do consumidor e de análise dos dados”, diz.

Renata destaca que, quando se fala em diferentes gerações, trata-se do que vai vir e, principalmente, de mudanças inevitáveis, já que as novas gerações estão pensando em sustentabilidade e no seu próprio bem estar no longo prazo e as empresas precisam se adaptar a isso. “Vamos pensar no seguinte: hoje, uma pessoa deitada no seu sofá em São Paulo faz suas compras e pede comida tailandesa através de um aplicativo. Só que isso tem um custo, de logística, de consumo de recursos, de impacto ambiental. Se queremos continuar tendo esse mesmo bem estar no futuro, precisamos ajustar algumas coisas no meio do caminho para garantir a sustentabilidade desse modelo de consumo”, defende.

Sustentabilidade de fato

Um ponto crucial na junção das jornadas do consumidor e de sustentabilidade das empresas é que ambas sejam abraçadas de fato. Uma alegação de sustentabilidade que não se concretiza pode frustrar o consumidor e afetar a construção destas jornadas. É o chamado greenwashing e as empresas precisam entender o quanto ele desgasta a relação com seus clientes. Renata lembra que isso pode significar o abandono da marca para sempre.

“Confiança dentro da nossa atual economia da experiência é tudo. O greenwashing traz um risco tão alto que chega a ser contraproducente se a empresa quer realmente sobreviver e ter valor no futuro”, afirma. Ela ressalta que não se trata de calcular de forma equivocada o impacto da operação, mas de manipular dados e informações para parecer sustentável, ganhando clientes e vendendo produtos com mentiras propositais. “Nestes casos, o cancelamento é brutal e difícil de recuperar. É melhor fazer o que é requerido bem feito e as iniciativas de sustentabilidade gradativamente melhores com o tempo do que embarcar no greenwashing”, compara.

É por isso que, como lembra Souza, a sustentabilidade está, cada vez mais, alinhada a resultados financeiros e se traduz, por exemplo, em alternativas energéticas, menor custo e menos poluentes ou em embalagens recicláveis e biodegradáveis que podem ser mais baratas. “Há sim um investimento inicial na pesquisa e desenvolvimento, mas que tem um retorno financeiro em longo prazo com um impacto e retorno de imagem no curto prazo”, explica.

Se a empresa consegue colocar todas essas variáveis na mesa, ela pode ganhar com a economia no CAC (Custo de Aquisição de Clientes) e aumento do LTV (Lifetime Value) mais do que na redução de custos e despesas. Para Souza, existe uma preguiça em atender as exigências de sustentabilidade do consumidor quando se analisa essa situação de um paradigma ultrapassado de que sustentabilidade só traz custos. “Líderes desatualizados sobre avanços tecnológicos no setor ambiental podem levar suas empresas a prejuízos históricos e falência conforme as novas gerações vão se tornando mais relevantes para o mercado. Ainda existe tempo para se adequar, mas o mercado não vai esperar para sempre”, provoca.

E esta mudança, quando bem feita, traz resultados positivos. Renata cita o exemplo da banda de rock Coldplay, que se uniu à SAP para tornar sua turnê mundial mais sustentável e ecológica. A iniciativa possibilitou não apenas experiências e recursos incríveis para a tomada de decisão dos fãs, mas trouxe efetivamente a conscientização para apoiar a tecnologia verde. “Quando vemos uma marca artística com a força do Coldplay se posicionando e mais: agindo, é muito impactante. Influencia muito todo o entorno que está sendo envolvido e os fãs acabam sendo convidados a pensar no seu impacto individual”, comemora.

Para saber mais sobre o tema, acompanhe o CX Live Leaders ao vivo no dia 08/12, às 17h, ou assista a gravação após essa data no perfil @sap_brasil do Instagram. Apresentado por Monica Betini, especialista em CX da SAP Brasil, o evento contará com a participação de Renata Amorim, Sustainability Principal da SAP Latin America & Caribbean e Edney Souza, professor da ESPM. Não perca!

Black Friday phygital e a logística pós-pandemia

O e-commerce cresceu como nunca nos últimos anos e, agora, os clientes também podem ir à loja física. Como entregar uma experiência excepcional nesse cenário?

As imensas e inúmeras transformações que aconteceram no mundo em decorrência da pandemia de COVID-19 não são novidade para ninguém. No âmbito do consumo, todos os segmentos foram impactados de alguma forma – alguns, inclusive, cresceram de maneira inimaginável, como o e-commerce. E a Black Friday, uma das datas mais importantes para o varejo, também passou por mudanças sensíveis nesse período.

De acordo com a Ebit | Nielsen, em 2020 o número de consumidores do e-commerce cresceu 29%, totalizando 79,7 milhões de pessoas; em 2021, a empresa calcula que 87,7 milhões de brasileiros fizeram compras pelo e-commerce e, entre eles, 12,9 milhões eram novos compradores. Não por acaso, o setor faturou R$ 150,8 bilhões em 2021, segundo dados da ABComm – Associação Brasileira de Comércio Eletrônico – um recorde histórico. Para este ano, a previsão é de crescimento de cerca de 12%, apontando para um volume de R$ 169,5 bilhões.

EM 2021, 87.7 MILHÕES DE BRASILEIROS FIZERAM COMPRAS PELO E-COMMERCE;
ENTRE ELES, 12,9 MILHÕES ERAM NOVOS COMPRADORES
Fonte: Ebit | Nielsen

Os números tornam indiscutível o fato de que as empresas de e-commerce e os marketplaces precisam, sim, investir no ambiente e na experiência on-line. Entretanto, não se pode esquecer que o crescimento do digital nesse período esteve atrelado ao distanciamento social e ao fechamento de lojas físicas – ou seja, o e-commerce se tornou, em muitos casos, a única alternativa para quem precisava e queria consumir.

Mas qual será a preferência do consumidor nesse cenário? De acordo com um estudo realizado pela plataforma Tiendeo, 42% dos brasileiros consideram que as lojas físicas garantem uma experiência melhor e mais satisfatória do que as lojas on-line. E como as empresas devem reagir, então, nesse cenário? O único caminho possível é a aposta no modelo phygital que, há pouco tempo, era apenas uma utopia.

EM 2021, O E-COMMERCE FATUROU R$ 150.8 BILHÕES
Fonte: ABComm – Associação Brasileira de Comércio Eletrônico

É nesse cenário que, em novembro de 2022, ocorrerá a Black Friday. Até 2019, o e-commerce influenciava, moderadamente, os resultados desse evento; em 2020 e 2021, as vendas on-line foram determinantes. Agora, pela primeira vez, a capacidade de combinar o digital com o físico será testada. Mas os desafios não acabam aí. Uma vez feita a venda e concluído o pagamento, o varejo passa para mais uma etapa que, se não for bem planejada e administrada, pode se transformar em um grande atrito na jornada do cliente: a logística.

O e-commerce ainda enfrenta muitos desafios para garantir uma boa experiência de entrega para os clientes no Brasil. As principais dificuldades estão na chamada last mile, ou última milha, em que o produto é levado até a casa do cliente. Na Era da Conveniência, o consumidor espera receber a mercadoria em perfeito estado, com uma entrega rápida, confiável, com custo reduzido e em data e hora escolhidas por ele.

“Uma logística mal-acertada, com demora na entrega ou prazos surreais, é algo inconcebível no mundo em que vivemos hoje”, afirmou Charles Varani, consultor em Experiência do Cliente e Transformação Digital da Ambidestra. “A experiência da entrega passou a ser uma peça fundamental de diferenciação de marca.”

Nesse sentido, o autor do livro Logística – O Último Rincão do Marketing e ex-presidente da Associação Brasileira de Logística, Carlos Mira, enfatiza que, na Era da Conveniência, a logística passa a ser um diferencial da marca durante todo o ano, não apenas em períodos como a Black Friday. Ele lembra que, no passado, o marketing trabalhava muito com os 4Ps: produto, preço, propaganda e praça. “Hoje já se sabe: vender é fácil, difícil é fazer a logística de forma conveniente. As empresas precisam pensar em soluções criativas, tecnológicas e sérias para fazerem boas entregas”, explica Carlos.

ALTERNATIVAS PARA UMA LOGÍSTICA EFICIENTE

Ainda que seja necessário manter a atenção a questões de logística durante todo o ano, especialistas são categóricos em afirmar: em momentos de aumento de demanda ou de crise, as empresas precisam compreender que as áreas de back office devem assumir esse protagonismo. Portanto, quando se fala de Black Friday, a logística passa a ser o grande diferencial das marcas.

Segundo o professor de Marketing e Mídias Sociais, Inovação e Gestão Comercial da FGV, Roberto Kanter, nos grandes centros esses desafios vêm sendo minimizados. “Uma das soluções que têm aparecido são os PUDOS, ou Pick Up & Drop Off, os quais são sistemas que permitem ao cliente pegar o produto em lugares como lockers e lojas de assuntos variados e fazem esse papel de centro logístico da última milha. Outras soluções têm sido os chamados dark places, ou dark stores, que são locais dentro das cidades onde você, simplesmente, armazena o produto; deixa uma parte do estoque”, detalha.

Mira afirma, entretanto, que mesmo as principais capitais do Brasil foram planejadas apenas pensando no fluxo de pessoas e não de mercadorias. “As cidades são projetadas a partir de um conceito ‘atacadista’ que, hoje, não funciona mais. É preciso repensar essas estruturas – criar centros de triagem de mercadorias nos bairros, por exemplo, para que as empresas deixem seus produtos para serem distribuídos por uma única van para as casas das pessoas”, defende.

O que o especialista explica é que a logística deve ser pensada de forma descentralizada, não dependente de tantos CDs (Centros de Distribuição) gigantescos, mas obedecendo a pequenos pontos que estejam localizados em raios de poucos quilômetros dos clientes. O desafio é muito mais de planejar o sortimento com maior saída nas diferentes áreas da metrópole do que, simplesmente, percorrer trajetos distantes dos CDs para os bairros e municípios adjacentes. Muitos varejistas utilizaram a própria rede de lojas como centros de coleta, de distribuição e, também, de troca.

42% DOS BRASILEIROS CONSIDERAM QUE AS LOJAS FÍSICAS GARANTEM UMA EXPERIÊNCIA MELHOR E MAIS SATISFATÓRIA DO QUE AS LOJAS ON-LINE.
Fonte: Tiendeo

Apesar dos desafios estruturais, os principais players do mercado têm investido no aprendizado e no investimento constante em logística. Já se sabe que o que se coloca para baixo do tapete durante todo o ano, principalmente em períodos de baixa demanda, acaba explodindo na Black Friday. Por isso, planejamento é fundamental.

COMPRE HOJE, RECEBA HOJE
Fala-se bastante – inclusive na Consumidor Moderno – sobre empresas que, por prestarem serviços acima da média, fizeram com que o consumidor se tornasse mais exigente. No
e-commerce, o Mercado Livre é referência nesse sentido. É ele quem faz entregas com mais velocidade no País: em menos de 24 horas, consegue entregar 20% das mercadorias compradas pela plataforma. Isso inclui cem cidades do País – aquelas com maior volume de vendas. Além disso, 75% das entregas são feitas no prazo de um dia, para mais de 2 mil cidades. Em dois dias, 90% das entregas são finalizadas em quase 5 mil cidades pelo Brasil.

De acordo com Julia Rueff, diretora de Marketplace do Mercado Livre, isso é possível porque a empresa entendeu que a logística é um dos principais pilares de competitividade hoje no mercado. Por isso, o Mercado Livre pensa e investe de forma contínua na área. Com uma malha logística própria, a empresa consegue ter total controle da qualidade da entrega e dos prazos. Hoje, a frota do Mercado Livre conta com 4.200 caminhões, 1.250 vans, mais de 2.300 carros Fiorinos, 5 aviões e 18 mil veículos atuando na última milha.

Mesmo sendo referência em entrega, Julia Rueff afirma que o Mercado Livre não se acomoda, se colocando sempre em uma posição de aprendizado e buscando soluções que melhorem a experiência do cliente. Já pensando na Black Friday deste ano, e seguindo o plano de investimento para a ampliação de sua eficiência logística, o Mercado Livre está fazendo a implantação do primeiro Centro de Consolidação (Sortation Center) da América Latina. Localizado em Cajamar, em São Paulo, o novo centro logístico deve ter a capacidade de consolidar cerca de 450 mil pacotes por dia, número que corresponde a cerca de 30% das entregas realizadas no Brasil.

O sistema funciona como uma grande esteira seletora de pacotes, que conecta todas as origens da rede do Mercado Livre com mais de cem destinos em 24 Estados do Brasil, por meio de tecnologia desenvolvida pela companhia. A executiva explica que, além de querer garantir uma melhor experiência de entrega para os clientes, o Mercado Livre está sempre inovando, pois acredita no potencial de crescimento do e-commerce no Brasil.

“Vemos um consumidor cada vez mais exigente, buscando excelência também na Black Friday. Então, estamos trabalhando para garantir ofertas e promoções relevantes. Estamos realizando eventos e treinamentos com os nossos vendedores, para que eles possam oferecer produtos interessantes, a preços imperdíveis, em prazos competitivos”, explica.

6 PASSOS PARA ASSEGURAR A MELHOR EXPERIÊNCIA DO CLIENTE NA BLACK FRIDAY
▷ INVESTIMENTO EM FORECAST: planejar a Black Friday com antecedência, aprimorando o portfólio de produtos para atender melhor à necessidade dos clientes.

▷ TRANSPARÊNCIA: garantir boas ofertas para o cliente e as informações necessárias para ele tomar a decisão de compra.

▷ ENTREGA RÁPIDA: não é porque o cliente está comprando com desconto que ele vai abrir mão da velocidade, que hoje é um grande diferencial dos principais players do mercado.

▷ CUMPRIMENTO DA PROMESSA: mais do que entregar rápido, é imprescindível que o produto chegue dentro do prazo combinado e nas condições informadas no momento da venda.

▷ PÓS-VENDA: garantir um bom atendimento no pós-venda, mantendo o cliente informado do status do pedido e oferecendo soluções rápidas em caso de “erros”.

▷ APRENDZADO COM OS ERROS: saber ouvir e entender as principais dores dos clientes, para aperfeiçoar a experiência oferecida no próximo ano.

ANTECIPAÇÃO E CUIDADO

Além de ser a primeira sem restrições e distanciamento social, a Black Friday 2022 acontecerá em meio à Copa do Mundo e pouco tempo depois do segundo turno das eleições no Brasil. Quem destaca esses pontos é Eduardo Souza, Digital Business Unit director da Evino. “Em outubro, a atenção do consumidor está mais dispersa”, comenta. “Talvez a Copa fortaleça players de produtos eletrônicos por exemplo, mas, para o nosso mercado, que não se encaixa no perfil da Copa do Mundo, fica difícil saber qual será o impacto desse evento.”

Apesar de tais fatores gerarem alguma imprevisibilidade, a Evino já está se organizando para a próxima Black Friday desde maio. Eduardo Souza, Digital Business Unit director da Evino, conta que o mês de novembro é o maior do ano para a empresa – o faturamento chega a dobrar. Por isso, a Evino trabalha dois pontos-chave para garantir uma Black Friday bem-sucedida: planejamento e plano de contingência.

A empresa começa a analisar o potencial da próxima Black Friday com seis ou sete meses de antecedência – estima o volume de vendas, planeja lançamentos, quantos produtos novos devem ser acrescentados ao portfólio e quanto de suprimento será necessário para isso.

Além disso, as áreas comercial, de compras e de marketing da Evino começam a trabalhar com a mesma antecipação, desenvolvendo as ofertas, organizando a produção de mídia, programando o que é preciso e buscando produtos novos para o portfólio da empresa, que é 99% composto por itens importados.

O dimensionamento da operação é outro ponto ao qual a Evino tem dedicado esforços desde maio. Nesse momento, de acordo com Souza, é avaliada a necessidade de aumentar a capacidade do Centro de Distribuição e de contratar mais pessoas. Também começam a ser planejados os treinamentos das equipes, para conseguir fazer uma entrega rápida e eficaz, sem perda de qualidade.

A Amazon, um dos players mais relevantes quando o assunto é e-commerce, também reforça o time de operações nesse período, recrutando associados temporários. E para entregar uma boa experiência para o cliente, mesmo com a correria exigida em períodos como este, a empresa considera essencial assegurar o bem-estar e a satisfação dos funcionários, como conta Thomas Kampel, líder de Relações Públicas das Operações da Amazon no Brasil.

Nesse sentido, a Amazon oferece a todos o maior conforto possível, que vai desde ar-condicionado central nas instalações, áreas de descanso, serviço fretado de ida e volta ao trabalho para diversas regiões e treinamentos constantes para manter os processos operacionais seguros. Para os entregadores, a Amazon disponibiliza um aplicativo criado pela empresa capaz de determinar a sequência das entregas de forma otimizada pelas rotas.

“Tudo isso nos permite garantir o alto nível de segurança que trabalhamos durante o ano, equilibrando a carga de trabalho dos nossos funcionários, enquanto atendemos nossos clientes com alta qualidade e agilidade. Um dos segredos do nosso sucesso é o fato de priorizarmos a saúde e o bem-estar de nossos associados e associadas antes de tudo o que fazemos. Acreditamos que, se eles estão bem e felizes, a experiência de atendimento certamente será muito melhor”, afirma Thomas Kampel, líder de Relações Públicas das Operações da Amazon no Brasil.

Desde 2020, a empresa inaugurou 11 Centros de Distribuição no Brasil, localizados em São Paulo, Ceará, Pernambuco, Rio Grande do Sul, Distrito Federal e Rio de Janeiro. Atualmente, a capacidade de produção da Amazon permite que a empresa atenda 100% dos municípios brasileiros, oferecendo uma variedade de mais de 45 milhões de produtos.

“Um planejamento sólido e com antecedência evita, de fato, muitas questões, assim como o uso mais intensivo de tecnologia, que permite o acompanhamento em tempo real de todas as etapas logísticas, de ponta a ponta. Uma equipe treinada e experiente também faz toda a diferença, pois, por meio dela, é possível se adaptar a eventuais imprevistos que ocorram”, afirma Gabriela Guimarães, VP de Operações de Varejo e E-commerce da DHL Supply Chain.

O QUE APRENDER COM QUEM É REFERÊNCIA?
▷ Pensar a logística como diferencial competitivo na Era da Conveniência
Investir na área durante todo o ano é um diferencial para se sair bem em momentos de alta demanda. Hoje, a logística é considerada um dos principais diferenciais das marcas, porque o consumidor quer receber o produto rapidamente, em perfeito estado, com segurança e custo reduzido.

▷ Planejar com antecedência
▷ Ter planos de contingência
▷ Integrar as áreas
▷ Dispor de tecnologia e inovação

ALÉM DA BLACK FRIDAY
Ainda que o volume de entregas da AMARO não possa ser comparado ao do Mercado Livre e ao da Amazon – até pela diferença entre os modelos de negócio – é preciso destacar que esta retail tech brasileira inovou na formatação da jornada oferecida ao cliente. O grande diferencial da AMARO é a possibilidade de conhecer, experimentar e comprar produtos nas lojas físicas – as chamadas guide shops – e recebê-los em casa, em um prazo curtíssimo.

Essa inovação está na raiz do modelo de negócio, mas a AMARO não parou por aí. Todos os meses, independentemente da Black Friday, a empresa lança novas features, produtos digitais e melhorias de navegação e integração entre o on-line e as lojas físicas, seguindo uma estratégia omnichannel. É um fluxo constante de inovação que tem como consequência menores prazos de entrega, uma experiência fluida e um menor índice de troca de produtos.

“A AMARO já é reconhecida por entregar uma experiência de compra incrível e ter uma entrega muito rápida para todo o País. Na Black Friday, vamos manter essa percepção positiva. Como esses níveis de serviço já são padrão, apenas aumentamos nossos contingentes para que eles sejam mantidos”, explica Wellington José, head of Digital Product da AMARO.

O esforço das empresas corresponde à necessidade de estar disponível e acessível para todos os consumidores, em todo o território brasileiro. Quem deu um grande passo nesse sentido foi a Riachuelo.

A partir de uma parceria iniciada em dezembro de 2021, com a Favela Brasil Xpress – uma startup parceira do G10 Favelas – em São Paulo, a Riachuelo já entregou cerca de 16 mil pacotes nas comunidades de Paraisópolis, Capão Redondo, Heliópolis, Cidade Júlia, Brasilândia e Diadema.

“A estratégia foi bem assertiva, pois, antes, o e-commerce não chegava às favelas por limitações de estrutura, como vielas estreitas, ou por falta de CEP ou numeração, e, assim, as entregas paravam nas agências dos Correios mais próximas. No início deste ano, com a intenção de ir aonde nosso cliente estiver, fechamos também uma parceria com o ‘Na Porta’ no Rio de Janeiro. No detalhe, a startup coleta os itens loja a loja na Riachuelo e, além de fazer middle mile, se responsabiliza pela entrega final”, conta Anaia Bandeira, diretora de Logística da empresa.

Esta é apenas uma entre as muitas inovações nas quais a Riachuelo apostou. A empresa investiu, nos últimos anos, em uma infraestrutura logística 100% integrada entre os canais físicos e digitais, em parcerias colaborativas, e vem implementando o conceito phygital em todas as suas lojas. Para a Black Friday, essa também será uma estratégia da Riachuelo.

“Estamos sempre buscando aprimorar nosso e-commerce e nosso canal direto com os consumidores. O cliente é omnicanal, podendo ter uma jornada que começa no digital, passa para o físico e finaliza no digital. Então, estamos aprimorando nossas ferramentas como o ‘Retire em Loja’, o ‘Retire Rápido’ e nossa operação E-store, plataforma digital de prateleira infinita que permite ao cliente comprar em nosso e-commerce e receber o produto em casa ou, então, retirar na loja”, descreveu Márcia de Bruno, head de E-commerce da Riachuelo.

PARCEIROS DE LOGÍSTICA
Além das inovações aplicadas internamente, as empresas contam com parceiros que atuam em diferentes frentes – no caso da Riachuelo, o apoio está em transporte e tecnologia com projetos integrados. Segundo a empresa, o efeito será percebido em um melhor prazo, menor custo e maior volume de entrega. “Melhoramos nosso tracking, desenvolvemos nossa Torre de Controle e investimos em novas ferramentas que nos permitirão ser mais proativos em caso de alguma dificuldade em alguma região específica”, exemplificou Anaia Bandeira, diretora de Logística da marca.

No caso do Mercado Livre, que é um marketplace, alinhar estratégias com os vendedores parceiros em um momento de aumento de demanda é indispensável. “É feito um planejamento conjunto, robusto, estimando a demanda”, explica Julia Rueff, do Mercado Livre. “Preparamos a nossa logística para o aumento do volume de entregas; fazemos um dimensionamento do time de pós-venda, para manter os níveis dos nossos serviços; e fazemos um investimento contínuo para garantir a satisfação dos nossos clientes – e isso inclui investimentos ao longo de todo o ano em logística.”

“Nossa intenção é sempre que o cliente volte. Não adianta a gente ter um excelente número de vendas, mas com um nível de serviço baixo. Temos meses maiores que a Black Friday. Queremos oferecer uma experiência que faça com que esse cliente que chega fique conosco dali em diante”, complementa a diretora de Marketplace.

Para a Evino, que trabalha com transportadoras terceirizadas, é fundamental investir em integração. “Nós passamos para elas a nossa expectativa de volume de entregas por região, para desenvolvermos juntos estratégias e negociarmos prazos para a operação”, conta o Digital Business Unit director da empresa. Ele explica que essa linha direta com as transportadoras é importante tanto para acompanhar o status detalhado da entrega do produto quanto para saber informar o cliente caso ele entre em contato com o atendimento.

Em relação aos principais desafios logísticos do e-commerce no Brasil em períodos como a Black Friday, Wellington, da AMARO, destaca o tamanho do País e a dependência de modais específicos como o rodoviário. Para driblar essas dificuldades, a AMARO se dedica a fazer um planejamento bem construído e a firmar parcerias sólidas com experts em logística. Além disso, a empresa conta com guide shops em formato de megastore, nas principais capitais do Brasil, que funcionam como minicentros de distribuição.

NÚMEROS, CÁLCULOS E ESTOQUE
O head of Digital Product da AMARO afirma, ainda, que o controle de estoque é um dos pontos centrais do planejamento para a Black Friday. A empresa se prepara meses antes para evitar qualquer tipo de desabastecimento ou rupturas. Isso é feito a partir de estudos das demandas de anos anteriores.

A C&A, por sua vez, além de possuir um Centro de Distribuição inteiramente dedicado ao e-commerce, investiu em tecnologias especializadas em promover agilidade e precisão em todas as etapas de preparação para a entrega de um produto. Uma delas foi o OSR Shuttle, que promove a movimentação de estoque de forma automatizada: robôs localizam e coletam os itens de cada pedido, enviando-os através de esteiras aos responsáveis pelas próximas etapas.

Segundo Marcel Modesto, head de Supply Chain da C&A, por meio desta tecnologia, o processo de separação de pedidos, que antes era feito em 2 horas, passou a ser finalizado em 5 minutos. Essa solução, somada ao Push & Pull por SKU, e a Identificação por Radiofrequência (RFID) são capazes de aumentar a eficiência logística do Centro de Distribuição e das lojas.

Nesse sentido, Kanter, da FGV, destaca que o estoque pode ser o “calcanhar de aquiles” de muitas empresas. “Na época da Black Friday, o principal desafio das empresas é fazer gestão de demanda, de estoque. Se está com muito estoque e não vende, há um problema no capital de giro. Em compensação, se há muita demanda e não há produtos suficientes, é uma perda irreparável”, detalha.

Armazém da DHL
Gabriela Guimarães, VP de Operações de Varejo e E-commerce da DHL Supply Chain, resume os desafios da Black Friday da seguinte forma: o primeiro é gerenciar um grande volume de pedidos em duas ou três semanas; o segundo é a entrega final que, ao mesmo tempo em que precisa ser rápida, não pode onerar muito a operação. Pensando nessas duas questões, as empresas precisam de um planejamento especial tanto na área de armazenagem como na de transportes, com o reforço de equipe, frota e estruturas dedicadas.

Analisando o cenário atual do Brasil, Gabriela também destaca a pressão sobre os custos, que continuam elevados. Fora isso, também devem ser levados em conta o baixo investimento em estradas e vias, a baixa disponibilidade de alternativas de distribuição e a falta de uma maior rede de lockers e pontos intermediários de entregas. A VP também falou dos aspectos de security, que ainda não tinham sido citados, mas que também se configuram como um grande desafio, principalmente, para a entrega de última milha.

Mesmo com todos os problemas que preocupam tanto as empresas como as transportadoras, a logística para o e-commerce cresceu, segundo Gabriela, cinco vezes ou mais em dois anos. O que por um lado é bom, por outro desenha um cenário bastante complexo e de grande competitividade. Para se diferenciar, são necessários investimentos pesados e mão de obra especializada.

“Uma forma de equacionar estas questões é compartilhar infraestruturas, equipe e malhas de entrega via operadores logísticos, que auxiliam também em questões de visibilidade na cadeia, inovação e flexibilidade para picos de demanda”, sugere a executiva. Atualmente, a área de e-commerce da DHL Supply Chain administra cinco fulfillment centers, com cerca de 300 mil m² de área de armazenagem, 6,5 mil colaboradores dedicados, 55 hubs de transporte e 800 veículos diários – a maior infraestrutura especializada de um operador logístico no Brasil, segundo Gabriela. A companhia trabalha tanto com armazenagem e e-fullfilment para e-commerce como com entregas em todo o processo produtivo, a partir de uma malha compartilhada de mais de 5 mil veículos e com visibilidade completa de ponta a ponta.

Seguindo a lógica de aprendizado e investimento constante, recentemente foi lançado o DHL Fulfillment Network, uma rede fulfillment multiclientes que auxilia na execução de toda a logística de e-commerce. A solução é indicada para indústrias e varejistas de médio e grande portes. Para a Black Friday deste ano, a DHL está trabalhando em duas frentes principais: utilizando, cada vez mais, dados para fazer uma previsão de demanda mais precisa e incorporando mais carros elétricos nas entregas, para agregar valor sustentável às soluções. Também está sendo feita uma expansão da equipe, da frota e de infraestrutura para atender ao pico de demanda.

PRINCIPAIS DESAFIOS LOGÍSTICOS DA BLACK FRIDAY NO BRASIL

Δ Dimensão territorial do País
Grande dependência dos modais rodoviários, acompanhada do baixo investimento em rodovias.

Δ Cidades planejadas para o transporte de pessoas, não de mercadorias
Manutenção do modelo atacadista, com grandes Centros de Distribuição nas marginais e baixa disponibilidade de alternativas de distribuição e pontos intermediários de entregas.

Δ Segurança, ou falta dela
Em muitos locais, a violência e os riscos de roubo de carga acabam se configurando como um grande desafio, principalmente para a entrega de última milha.

Δ Pressão dos custos
Altos custos para a manutenção de equipamentos e veículos; preços elevados de peças e combustível, associados à inflação, que dificultam a manutenção dos ativos logísticos; e alta taxa de desemprego no País.

Δ Aumento da demanda em um curto espaço de tempo

A Black Friday faz com que o volume de vendas cresça e se concentre em um período de dois, três dias, o que traz um desafio de gestão de demanda e de estoque.

LOGÍSTICA E ATENDIMENTO
Ainda que as etapas de descoberta, aquisição, transação e entrega sejam fundamentais, é fato que, em muitos casos, a experiência não termina aí. Por isso, as empresas estão olhando também para o pós-venda. É o caso, por exemplo, da Petlove, um dos principais players do mercado pet.

Diante de todos os desafios trazidos pela grande concentração de vendas em um único dia, a empresa vem investindo em melhorias dos algoritmos de estoque e frete, para garantir a melhor combinação para o consumidor. “O diferencial vai estar na disponibilidade, no preço do produto e no melhor frete. Em algumas regiões, iremos usar aplicativos de entrega gerenciados pela Petlove em parceria com agentes de transporte, trazendo um retorno mais rápido do status de entrega para o consumidor final”, contou Michel Gardim, diretor de Operações da Petlove.

Além disso, Heber Santos, diretor de CX da Petlove, afirma que a marca vem preparando o time de atendimento há um bom tempo para lidar com momentos “de crise”. Segundo ele, a equipe de atendimento ao cliente da Petlove é muito flexível, capaz de se ajustar de acordo com a demanda e a necessidade do momento. “Nós também planejamos um crescimento no headcount e um treinamento para essas pessoas pensando na Black Friday”, completa.

A previsão da Petlove é que haja um aumento entre 30% e 40% do volume de vendas na Black Friday em relação aos períodos convencionais. Heber reforça que, em uma época como essa, muitos fatores externos podem impactar o prazo da entrega dos pedidos. Para ele, a forma com que a marca lida com os problemas é o que vai fazer diferença.

“Nós tratamos caso a caso, entendendo a necessidade do cliente, atuando na medida do que for possível. Aqui na Petlove, temos como um princípio básico atender o cliente independentemente de qual seja a queixa ou a situação. Temos esse lema: mesmo durante um período de crise, a gente vai atendê-los da forma mais humana e empática possível”, enfatizou o diretor.

Mesmo diante de todo o planejamento, o Digital Business Unit director da Evino pondera sobre a necessidade dos “planos de contingência”, afinal, é impossível planejar 100% do que vai acontecer, e as equipes precisam estar preparadas para quando algo sair do controle. Por isso, a Evino monitora indicadores, que emitem alertas quando algo sai do planejamento, preparando a equipe do SAC para reagir.

“É importante preparar a equipe do SAC para a Black Friday. Quantas pessoas eu vou ter? Preciso de recurso extra? Nosso foco é manter a satisfação do cliente alta mesmo nesse período de aumento de demanda. Nosso NPS fica sempre em torno de 90% – é altíssimo – e a gente não tolera que ele fique menor nos momentos de pico. Não nos interessa vender mais a qualquer custo”, reforça Souza.

Na C&A, o uso de informações do ano anterior foi fundamental para o planejamento de 2022. Através do SAC e do relacionamento com os clientes, a marca conseguiu identificar as principais dores dos consumidores na última Black Friday: as queixas tinham relação com a agilidade na entrega dos produtos, a variação de preços e a necessidade de construção de um atendimento mais unificado, rápido e humanizado, que estivesse preparado para entender processos e auxiliasse clientes a solucionar seus problemas.

“Desde que identificamos essas questões, buscamos trabalhar para aumentar o acerto e garantir uma maior satisfação aos clientes. No ano passado, focamos muito em deixar o processo operacional mais dinâmico e estratégico. Neste ano, um dos focos será ampliar a efetividade do atendimento por meio dos canais digitais”, diz Modesto, da C&A.

Para a Black Friday, a C&A está ampliando o quadro de funcionários do atendimento visando estender a operação do SAC. A adoção de um bot auxiliará no filtro de demandas, agilizando ainda mais o atendimento nesse período de alta demanda. A empresa também está planejando com os parceiros logísticos, o SAC, o Centro de Distribuição e as lojas medidas para reagir rapidamente caso seja necessário.

“Para nós, a chave está na escuta ativa e na proximidade com o cliente. Entendemos e trabalhamos para que o consumidor realmente se sinta valorizado ao escolher nossa marca e ao comprar em nossas lojas. Além disso, para suprir o aumento da demanda, abrimos, recentemente, mais de cem vagas para atendimento digital e temos buscado trabalhar nosso canal de relacionamento com o cliente de forma unificada e ágil, trazendo uma experiência 100% satisfatória”, detalha Modesto.

Por compreender a importância do atendimento ao cliente e da integração entre os canais, a C&A também adotou o atendimento por WhatsApp em mais de 330 lojas. Hoje, o canal é responsável por quase metade das vendas da rede e é uma das plataformas que ajudam a solidificar a imagem omnicanal da C&A no mercado. Não por acaso, aprimorar esse canal é um dos focos da marca, que pretende usá-lo também para sugestões e reclamações e integrá-lo ao SAC.

BLACK FRIDAY NÃO É OBRIGAÇÃO
Diante de todos esses elementos, fica a questão: E se a marca não quiser ou não puder aproveitar a Black Friday? Os especialistas entrevistados pela Consumidor Moderno ponderam que participar desse evento não é uma obrigação. Varani, da Ambidestra, destaca que a pergunta mais importante antes de mergulhar em uma Black Friday é: “Para quê?”. Ele defende que os responsáveis pelas empresas devem avaliar se a participação está alinhada ao propósito da sua marca, se realmente faz sentido, se vai fazer diferença no fim das contas.

A iniciativa proposta vai gerar mais atritos do que benefícios? Se for gerar mais atritos, é melhor investir em algo diferente – uma promoção fora do calendário, novas estratégias comerciais, ferramentas de relacionamento com o cliente etc. Não dá para mergulhar cegamente em uma Black Friday, porque as consequências serão duras”, destaca.

Varani não nega os benefícios que uma boa Black Friday pode trazer: gera vendas, traz visibilidade para a marca, ajuda a nacionalizar marcas regionais, startups. Mas, é algo que precisa fazer sentido, e a empresa precisa estar preparada para oferecer uma experiência satisfatória para o cliente. Então, reforça: a Black Friday é uma ótima iniciativa se os “para quês” estiverem bem respondidos e alinhados à marca.