Quatro fatores que influenciam as divergências entre o comércio eletrônico no Brasil e em países asiáticos

Ao mesmo tempo em que o comércio eletrônico revoluciona a forma como a população consome produtos e serviços, o setor também se estabelece como uma força poderosa no cenário econômico global. Impulsionado por avanços tecnológicos, aumento da conectividade e mudanças no comportamento do consumidor, que incluem as alterações pós-restrições de isolamento, o Brasil é um dos países que testemunharam esse notável crescimento nos últimos anos.

De acordo a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico, em 2023, as vendas do setor chegaram a R$ 185,76 bilhões, um aumento de 10% em comparação ao ano anterior, representando mais de 10% das vendas no varejo. No entanto, quando comparado ao mercado asiático, torna-se evidente que essas regiões têm trajetórias distintas quando falamos em e-commerce.

Na China, por exemplo, dados da empresa de pesquisa de mercado e Marketer, referentes a janeiro e a fevereiro de 2021, apontaram que as vendas efetuadas em lojas digitais ultrapassaram o total de todas as vendas realizadas em estabelecimentos físicos, representando 52,1% do consumo total. Em segundo lugar, ficou a Coreia do Sul, com 28,9%.

Mesmo com o sucesso de marcas entre os brasileiros – dos dez e-commerces mais acessados no país, um quarto é asiático, segundo o Relatório de Setores do E-commerce, divulgado pela Conversion -, há alguns fatores que influenciam essas divergências, como adoção tecnológica, infraestrutura logística, regulamentações governamentais e o impacto da cultura das nações. Abaixo, deixo a explicação e comparação sobre cada um deles:

1. Adoção tecnológica

O primeiro ponto a ser mencionado está relacionado à comparação tecnológica entre as nações. Enquanto os países asiáticos, especialmente a China, se destacam como líderes incontestáveis em inovação e adoção tecnológica há tempos, o Brasil ainda enfrenta desafios relacionados à infraestrutura digital e ao acesso à internet em algumas áreas remotas do país. Apesar da alta penetração de dispositivos móveis entre os brasileiros, que se configuram em 5º lugar no ranking de usuários de smartphones do mundo, segundo um estudo divulgado pelo The Word Bank e Statista, enquanto a China está na primeira posição, a disponibilidade de conexões de internet de alta velocidade em âmbito nacional é um fator crucial para o crescimento do setor e, nesse aspecto, os países asiáticos têm uma vantagem bem considerável. Além disso, soluções de pagamento digital e o uso generalizado de plataformas de mídia social como ferramentas de comércio eletrônico também são características proeminentes do mercado asiático que destacam sua posição de vanguarda tecnológica.

No entanto, nos últimos anos, o Brasil tem avançado gradualmente em termos de tecnologia, com um número crescente de empresas e consumidores adotando soluções digitais para compras online, além da chegada do 5G ao país.

2. Infraestrutura logística

Neste tópico, novamente é ponto para a Ásia. Enquanto os países do continente têm se destacado por suas infraestruturas logísticas altamente eficientes e avançadas, o Brasil enfrenta desafios relacionados à sua vasta extensão territorial, complexidade tributária e infraestrutura de transporte menos desenvolvida em algumas áreas. Na Ásia, notavelmente na China, gigantes do e-commerce têm estabelecido redes logísticas extremamente eficazes, com sistemas de entrega rápida e serviços inovadores, permitindo que os consumidores recebam seus pedidos em prazos reduzidos. Além disso, a adoção de tecnologias como a inteligência artificial e o uso de drones e veículos autônomos para entregas têm impulsionado ainda mais as entregas. Por outro lado, o Brasil enfrenta desafios logísticos devido à sua vasta geografia e infraestrutura de transporte menos desenvolvida, o que pode resultar em prazos de entrega mais longos e custos mais elevados.

É importante destacar que o Brasil tem buscado melhorar sua infraestrutura e enfrentar esses desafios, buscando soluções inovadoras para tornar as operações de e-commerce mais ágeis e eficientes, mas ainda está longe do ideal. Segundo pesquisa da Quanta Consultoria, cerca de R$ 267 bilhões em entregas perdem movimentação no mercado devido à dificuldade de locomoção no país.

Analisando, hoje, no país, pouquíssimas empresas são autorizadas a fazer entregas por meio de veículos aéreos não tripulados do tipo drones, por exemplo, o que pode ser uma incrível solução para esse problema. Uma pesquisa realizada pela Drone Industry Insights estima que, até 2026, esse recurso pode ajudar a movimentar aproximadamente US$ 373 milhões anuais, se atingir os investimentos necessários pela indústria local.

Apesar das diferenças notáveis, a comparação logística entre o Brasil e a Ásia revela a importância crítica da logística no sucesso do comércio eletrônico e ressalta a necessidade contínua de melhorias para impulsionar o crescimento sustentável do setor em ambas as regiões.

3. Regulamentações governamentais

Enquanto alguns países asiáticos têm implementado políticas pró-inovação e incentivado o desenvolvimento do e-commerce, o Brasil ainda enfrenta um cenário regulatório mais complexo e muitas vezes restritivo. A China, por exemplo, criou zonas de livre comércio e desenvolveu programas específicos para promover a expansão do e-commerce, enquanto o Brasil lida com questões relacionadas a impostos, burocracia e regulamentações fiscais que podem dificultar a operação de empresas do setor, especialmente para pequenos empreendedores. Além disso, as regulamentações de proteção ao consumidor e privacidade de dados podem variar entre as duas regiões, afetando a confiança do consumidor nas compras online. Embora o Brasil tenha feito esforços para modernizar suas leis e regulamentações relacionadas ao e-commerce, a comparação com a Ásia destaca a importância de uma abordagem governamental favorável e ágil para promover um ambiente propício ao crescimento do digital, estimulando a inovação e protegendo os direitos dos consumidores.

4. Impacto cultural

É claro que não posso deixar de citar outro fator extremamente relevante: a cultura das populações. Enquanto o Brasil é marcado por uma diversidade cultural rica com influências de diferentes origens étnicas, a Ásia é uma região composta por nações com culturas distintas e milenares. Essas características culturais moldam os hábitos de compra e as expectativas dos consumidores em cada local.

No Brasil, a interação social e o aspecto lúdico das compras são valorizados, e a preferência por lojas físicas ainda é alta, especialmente em certas categorias de produtos. Segundo um estudo divulgado pelo Melhor Envio, Moda é a categoria que mais vende na internet entre os brasileiros. Já na Ásia, a cultura de negociação e a importância dada ao coletivismo e às opiniões sociais são refletidas nas decisões de compra e na influência das redes sociais no e-commerce. Segundo dados divulgados em junho pelo Ministério de Comércio da China, oito das 18 categorias de bens monitoradas pela entidade registraram crescimento de dois dígitos no primeiro semestre de 2023 – especificamente as vendas de ouro, prata e joias aumentaram 33,5%, enquanto as vendas de equipamentos de comunicação aumentaram 23,3%.

A percepção de segurança nas transações online e a confiança nas marcas também são influenciadas pelas normas culturais em cada região. Enquanto a cultura chinesa é baseada em valores coletivistas, em que a lealdade à família, à comunidade e às marcas é valorizada, o Brasil, sendo uma cultura de alto individualismo, valoriza a confiança pessoal nas transações.

No ranking da América Latina e Caribe, divulgado pela Fortinet, o Brasil é o segundo com mais registros de ataques cibernéticos. Por isso, os brasileiros também podem ser mais cautelosos em relação às transações online. A segurança das informações pessoais é um fator crucial na construção da confiança do consumidor. Enquanto isso, a China é líder global no uso de pagamentos móveis.

Ambos os países possuem características culturais distintas que moldam a forma como os consumidores percebem a segurança nas transações online e confiam nas marcas. Portanto, as empresas que operam nesses mercados devem estar cientes dessas nuances culturais e adaptar suas estratégias de marketing e segurança de acordo com as expectativas dos consumidores locais. A construção da confiança do cliente e a segurança de suas informações são essenciais para o sucesso das operações online em ambos os países.

Fonte: “Quatro fatores que influenciam as divergências entre o comércio eletrônico no Brasil e em países asiáticos – E-Commerce Brasil (ecommercebrasil.com.br)

Amazon recebe autorização para operar drones além do campo de visão nos EUA

Gigante do e-commerce expande programa de entregas com drones após aprovação da FAA.

A Amazon anunciou que a Administração Federal de Aviação (FAA) dos Estados Unidos aprovou a operação de seus drones de entrega “além da linha de visão”, permitindo que a empresa expanda seu programa de entregas com drones.

Essa aprovação histórica elimina a necessidade de observadores em solo para monitorar os drones durante o voo, abrindo caminho para entregas mais eficientes e em áreas mais amplas.

A aprovação da FAA veio após a Amazon demonstrar que seus drones são capazes de detectar e evitar obstáculos no ar, além de apresentar outras informações técnicas e realizar demonstrações de voo diante de inspetores federais.

As demonstrações incluíram voos na presença de aviões, helicópteros e até mesmo um balão de ar quente, comprovando a capacidade dos drones de navegar com segurança em diferentes cenários.

Amazon irá expandir de imediato área de entregas por drones

Com a autorização, a Amazon pretende expandir imediatamente suas operações na área de College Station, no Texas, onde as entregas por drones foram lançadas em 2022. A empresa também planeja ampliar suas operações para outras localidades nos Estados Unidos, estabelecendo as bases para um futuro em que as entregas por drones se tornem uma realidade em todo o país.

A Amazon tem grandes ambições para seu programa de entregas por drones, com a meta de entregar 500 milhões de pacotes por ano até o final da década. A aprovação da FAA representa um marco importante para a empresa, que busca revolucionar a forma como as encomendas são entregues, oferecendo um serviço mais rápido, eficiente e sustentável.

A decisão da FAA também é vista como um passo significativo para o desenvolvimento da indústria de drones nos Estados Unidos. A aprovação da operação além da linha de visão pode abrir portas para novas aplicações comerciais de drones, impulsionando a inovação e o crescimento do setor. No entanto, questões como privacidade e segurança ainda precisam ser cuidadosamente avaliadas à medida que a tecnologia avança.

Fonte : https://www.mundoconectado.com.br/drones/amazon-recebe-autorizacao-para-operar-drones-alem-do-campo-de-visao-nos-eua/

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J&T Express investe R$ 330 mil em serviço de entregas com drones no Litoral Norte de São Paulo

Transportadora deve realizar nove mil entregas por essa nova modalidade, até o mês de julho, na rota entre os municípios de Caraguatatuba e Ilhabela.

A J&T Express Brasil anunciou o lançamento do novo serviço de entregas com o uso de drones no Litoral Norte de São Paulo, destinado ao segmento de logística expressa para o e-commerce. A iniciativa foi desenvolvida em parceria com a Speedbird Aero, startup de drone delivery, e contou com um investimento de R$ 330 mil.

A expectativa da transportadora é realizar a entrega de até nove mil encomendas, entre os meses de maio e julho, por meio dessa nova modalidade, chegando a um volume de aproximadamente 15 mil pacotes entregues com drones, até setembro. O projeto-piloto da empresa será implementado no trecho entre os municípios de Caraguatatuba e Ilhabela, com uma capacidade diária de manuseio de até 150 encomendas.

De acordo com o responsável pela Gestão de Redes da J&T Express Brasil, Eduardo Caires, nesse primeiro momento de testes, a transportadora pretende alcançar uma média mensal de três mil pacotes entregues com o auxílio de RPAs, em um percurso dividido em três etapas. “A ideia é que os drones partam da base de operações da J&T em Caraguatatuba e pousem em um ponto de coleta em Ilhabela, onde os pacotes serão retirados por um entregador, que ficará responsável por essa última parte do trajeto (last mile), em que a encomenda é encaminhada até a residência do consumidor final”, explicou o executivo.

“Após a retirada do volume pelo entregador, no ponto de coleta de Ilhabela, a RPA retorna automaticamente para nossa base em Caraguatatuba. Dessa forma, otimizamos e reduzimos significativamente o tempo de entrega, sem prejuízo aos nossos colaboradores e clientes. Além disso, com ajuda dos drones, conseguimos cobrir a travessia entre os dois municípios, que pode durar até seis horas em períodos de alta temporada, em um intervalo de apenas oito minutos”, complementou Caires.

De acordo com a companhia, além da agilidade no processo de entrega e da diminuição do tráfego e dos engarrafamentos em centros urbanos, os benefícios trazidos pela utilização de drones em processos de logística expressa também incluem a redução das emissões de CO2 na atmosfera e a ampliação do atendimento a locais de difícil acesso por via terrestre.

MERCADO DE DRONES NO BRASIL
De acordo com pesquisa da consultoria Emergen Research, ainda no ano de 2020, o mercado de entrega por drones já era avaliado em US$ 553,6 milhões, com perspectivas de movimentar mais de US$ 18,6 bilhões até 2028. Para a alemã Drone Industry Insights (Droneii), especializada em pesquisas do setor, a taxa de crescimento anual do mercado mundial de RPAs deve ficar em 13,8%, entre 2020 e 2025, quando deve chegar à marca de US$ 43 bilhões.

No Brasil, o faturamento anual estimado para o segmento é de US$ 373 milhões. Com isso, a expectativa é de que o setor dos drones siga gerando novos empregos, especialmente nas áreas de tecnologia da informação e desenvolvimento de softwares, em vista da elevação dos requisitos de serviço que esse novo modelo de entregas deve trazer ao mercado logístico.

Fonte : https://mundologistica.com.br/noticias/j&t-express-investe-em-servico-de-entregas-com-drones

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Logística do e-commerce: a revolução dos Drones

A indústria digital não seria nada sem o mundo virtual, e uma prova disso é que o comércio virtual só se desenvolveu depois que a internet comercial tornou-se acessível, a partir de 1991. A jornada, desde então, foi cercada por constantes progressos tecnológicos, que têm permitido ao e-commerce alavancar suas vendas a um ritmo intenso.

Esse desenvolvimento, contudo, tornou compulsório melhorar a experiência de compra do consumidor, o que inclui simplificar o processo de compra e reduzir os prazos de entrega. E para isso, muitos investimentos têm sido feitos, tanto por parte de varejistas quanto empresas de logística, para aprimorar a sistemática de compras e o processo de entregas. Entre as novas tecnologias que vêm chamando a atenção do consumidor e que tendem a se tornar imperativas no comércio virtual, estão os drones.

Em muitas situações, ainda hoje, receber produtos entregues por drone pode parecer um tanto utópico. Mas gigantes da tecnologia estão avançando para tornar o uso desses equipamentos parte fundamental da logística do e-commerce em um futuro não muito distante, como se vê, por exemplo, no Vale do Silício, nos Estados Unidos.

Um UAV (veículo aéreo não tripulado), controlado a distância, permite realizar a entrega de pequenos pacotes na chamada última milha. Ou seja, depois do varejista – ou mesmo a empresa de logística – receber o pedido, o item segue para um centro de distribuição onde é embalado adequadamente e despachado para o destino final por meio de um drone.

Para os comerciantes online, a utilização de UAV vai agilizar a entrega de encomendas até a porta do consumidor. A Amazon trabalha há mais de uma década para tornar realidade o que para muitos não passa de ficção científica. Por meio do projeto Amazon Prime Air, a gigante de comércio eletrônico deve iniciar, ainda este ano, em Lockeford, Califórnia (EUA), a entrega de pacotes em menos de meia hora usando drones.

Populações rurais em áreas de difícil acesso já vêm se beneficiando muito das entregas realizadas por esses equipamentos. Os drones têm sido empregados, por exemplo, para levar suprimentos essenciais, como remédios, para indivíduos que necessitam deles urgentemente.

Por enquanto, os drones são movidos a baterias Li-Po, mas pesquisas estão sendo realizadas para empregar células de hidrogênio, tornando esses dispositivos mais sustentáveis, o que é ainda melhor para o meio ambiente.

As limitações de peso do que pode ser transportado e a restrição de área de cobertura são hoje as principais fraquezas dessa alternativa logística. Mas não se pode negar que os drones podem levar o serviço de entregas rápidas a um novo patamar de qualidade e eficiência, e que pode ser operado pelos próprios vendedores, que não dependerão mais de transportadoras terceirizadas, trazendo melhorias significativas na experiência de compra do consumidor e contribuindo para ampliar o e-commerce.

(*)Fábio Kielberman é CEO da Bomvalor

Fonte : https://manezinhonews.com.br/noticia/33786/artigo-logistica-do-e-commerce-a-revolucao-dos-drones

Amazon começará entregas de drones na Califórnia, nos EUA, este ano 

Anúncio ocorre à medida que a corrida pelas entregas mais rápidas esquenta entre empresas como Walmart e FedEx.

A Amazon iniciará entregas de drones para clientes na Califórnia ainda este ano, à medida que a corrida pela distribuição rápida esquenta entre empresas como Walmart e FedEx. A Amazon disse que seus clientes em Lockeford, na Califórnia, estarão entre os primeiros a receber entregas de drones “Prime Air” nos Estados Unidos.

A empresa disse que está começando a entrar em contato com os clientes hoje sobre a próxima opção de entrega por drones em milhares de itens do dia a dia. A Amazon disse que será a maior seleção de itens já disponível para entrega por drone.

Clientes participantes verão itens qualificados para “Prime Air” na Amazon e farão um pedido como fariam normalmente, disse a empresa. Os drones voam até cerca de 80 quilômetros por hora a uma altitude de até 400 pés e podem transportar pacotes de até 2,2 quilos. Os drones também possuem um sistema de detecção e prevenção que permite que eles operem a distâncias maiores, evitando outras aeronaves e obstáculos, distâncias maiores, evitando outras aeronaves e obstáculos, disse a Amazon.

O anúncio da Amazon ocorre apenas algumas semanas depois que o Walmart disse que está expandindo suas operações de entrega de drones para cerca de 4 milhões de lares em seis Estados americanos.

As ações da Amazon estão em uma série de perdas em várias sessões, e operam em queda de 5,54% na Nasdaq, cotadas a US$ 103,57. As ações caíram 36,6% no acumulado do ano.

Fonte : https://valor.globo.com/empresas/noticia/2022/06/13/amazon-comear-entregas-de-drones-na-califrnia-nos-eua-este-ano.ghtml

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Os desafios para implementação das entregas via drones no Brasil

Desde 2013, a Amazon indica a possibilidade de utilizar aeronaves em suas entregas, mas até o momento a gigante de tecnologia ainda não possui nada concreto em sua operação.

Recentemente, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) autorizou algumas empresas de delivery a começarem as entregas via drones no país. A notícia chamou a atenção de todos e empolgou diversas companhias do setor, já que a permissão possibilita que alimentos/produtos cheguem mais rápidos aos consumidores. Porém, a implementação de fato da operação, é um grande desafio, principalmente pela
extensão territorial do Brasil.

Desde 2013, por exemplo, a Amazon indica a possibilidade de utilizar drones em suas entregas, mas até o momento a gigante de tecnologia ainda não possui nada concreto em sua operação. Portanto, o assunto não é tão simples como é possível imaginar e a utilização dos drones para realizar entregas pode levar mais alguns anos, mesmo com a autorização da Anac.

No Brasil, há mais de dois anos, empresas do setor vêm realizando testes para ter parâmetros e critérios técnicos de segurança, já que os drones dividirão o espaço aéreo com outras aeronaves, fios elétricos e aves. Neste sentido, podemos afirmar que a tecnologia é importante, mas não é determinante para o sucesso da entrega e as plataformas precisam pensar em um sistema integrado para garantir a navegação e segurança durante todo o processo logístico.

Com isso, listo abaixo alguns desafios e pontos importantes para o setor na implementação dos drones em suas operações logísticas:

Ao fornecer seu e-mail, você concorda com a Política de Privacidade da Forbes Brasil.
Segurança: em caso de novas autorizações, poderemos ter vários drones de diferentes empresas sobrevoando as nossas cabeças. Como organizar esse espaço aéreo de maneira segura?

Limitações: os drones mais tradicionais são limitados na questão do peso. Eles podem carregar produtos com cerca de 3kg. Nesse sentido, entregas de produtos mais pesados continuarão com a logística convencional.

Sons: os drones por si só são bem barulhentos e isso pode prejudicar a utilização dos equipamentos em bairros residências, já que os moradores podem barrar a modalidade de entrega por conta dos sons ou limitar o uso do equipamento em horários comerciais.

Chuvas: drones são equipamentos eletrônicos e em dias de chuvas pesadas, podemos ter um acúmulo de entregas por conta de temporais, que fecham até aeroportos, por exemplo. Esses equipamentos estão preparados para isso?

Privacidade: drones têm a possibilidade de filmar e tirar fotos. Com tantas aeronaves vindo e ido, como garantir nossa privacidade?

Roubos: precisamos nos precaver de assaltos e, com drones sobrevoando as cidades, será necessária uma atenção maior nesse quesito, não só pensando nos roubos ou furto do equipamento, mas também da carga, até chegar ao destino.

Ainda existe um grande trabalho a ser feito antes da efetividade do uso de drones para entregas de encomendas. No quesito operacional, as empresas precisarão melhorar a gestão de rotas, o que significa mais trabalho e suporte de softwares para viabilizar a operação.

Além disso, precisamos ficar atentos às questões de segurança física, mantendo a integridade dos consumidores que receberão os seus produtos via drone. É um caminho longo a ser construído, mas que faz parte do crescimento do varejo no Brasil.

Vitor Magnani é presidente da Associação Brasileira Online to Offline (ABO2O) e do Conselho de Economia Digital e Inovação da Fecomercio/SP. Professor da FIA e especialista em Relações Institucionais e Governamentais para ecossistemas inovadores.

Fonte : https://forbes.com.br/forbes-collab/2022/04/os-desafios-para-implementacao-das-entregas-via-drones-no-brasil/

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Anac concede primeira autorização para entregas por drones

Num futuro cada vez mais próximo, quem gosta de pedir delivery vai poder receber a comida por meio de um drone. Isso porque a Anac, Agência Nacional de Aviação Civil, concedeu a primeira autorização para entregas comerciais com o equipamento.

A aeronave DLV-1 NEO é a primeira autorizada a operar comercialmente além da linha de visão do piloto. A empresa Speedbird Aero vai poder oferecer o serviço com cargas de até 2,5 Kg num raio de 3 km, inclusive dentro das cidades.

A operação deverá manter parâmetros de segurança para evitar acidentes, como não sobrevoar pessoas, observar alturas máximas e mínimas de voo e as condições meteorológicas.

De acordo com a Anac, a experiência e novas tecnologias devem permitir no futuro operações mais avançadas, com menos restrições e mais segurança.

O processo de autorização durou oito meses. A Anac acompanhou três testes na cidade de São José dos Campos, em São Paulo, para a avaliação das características técnicas da aeronave, e um em Aracaju, em Sergipe, para avaliação operacional.

Fonte : https://agenciabrasil.ebc.com.br/radioagencia-nacional/geral/audio/2022-01/anac-concede-primeira-autorizacao-para-entregas-por-drones#:~:text=Num%20futuro%20cada%20vez%20mais,entregas%20comerciais%20com%20o%20equipamento.

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