Google anuncia programa para ajudar vendas de pequenos negócios na web

Projeto reúne materiais de estudo gratuitos e ofertas exclusivas de parceiros para ajudar quem quer vender mais pela internet.

O Google Brasil anunciou na última quinta-feira, dia 10, a segunda edição do programa para auxiliar pequenos e médios empreendedores “Cresça suas vendas com o Google”. O projeto reúne materiais de estudo gratuitos e ofertas exclusivas de parceiros para ajudar quem quer vender mais pela internet.

Lançado pela primeira vez em 2020, o programa auxiliou cerca de 7 mil empreendedores que criaram a primeira loja virtual através do programa. Para este ano, a empresa planeja expandir o alcance do projeto e ajudar até 20 mil empresas a começar ou ampliar sua “jornada digital”.

– Aprendemos que vender on-line não significa somente ter um e-commerce próprio – explica Susana Ayarza, diretora de marketing do Google Brasil, em entrevista coletiva para o lançamento do programa.

Se em 2020 o foco do programa foi o auxílio para criação de lojas virtuais, a edição 2021 irá contar com apoio para controle de estoque, geração de nota fiscal, recebimento de pagamentos on-line e anúncio do estoque via Google Shopping.

A expansão do programa nesta segunda edição pode ser explicada pela própria experiência do “Cresça suas vendas com o Google” em 2020. Cerca de 50 mil negócios começaram o processo de inscrição ano passado, mas somente 7 mil finalizaram a criação da loja virtual. De acordo com a gerente de marketing do Google Brasil, Jimena Tomás, as empresas levam cerca de 3 meses para realizar todo o processo de abertura do e-commerce.

A parceria com a Loja Integrada, já existente em 2020, continua e será acompanhada de ofertas de novos parceiros como Cielo, Mercado Shops, Napp e Tiny. O site do projeto já está no ar e guia o usuário na escolha das opções que melhor se adaptam as necessidades do seu negócio. As ferramentas do “Cresça suas vendas com o Google” ficarão disponível para todos os usuários até o final de 2021.

Netflix lança e-commerce com produtos exclusivos

Empresa aposta na diversificação de negócios para ampliar a receita, após desaceleração.

Buscando a diversificação de negócios, a gigante do streaming lançou, na quinta-feira (10), um e-commerce, o Netflix.shop. A loja on-line terá objetos colecionáveis e peças de vestuário baseados em produções originais da marca. Entre os itens lançados estão streetwear e bonecos de ação baseados na série de anime Yasuke e Eden, além de itens de vestuário e decoração inspirados em Lupin, projetados e produzidos em colaboração com o museu do Louvre.

Por enquanto, as vendas estão concentradas nos Estados Unidos, mas serão expandidas para outros países ao longo dos próximos meses. “Estamos entusiasmados em oferecer aos fãs uma nova maneira de se conectar com suas histórias favoritas e apresentá-los à próxima onda de artistas e designers que abraçam o poder da narrativa em todas as suas formas”, informou a empresa.

A loja on-line é uma parceria com a empresa de tecnologia Shopify. Segundo o New York Times, o e-commerce é um esforço liderado pelo executivo Josh Simon, que dirige a divisão de produtos de consumo da Netflix.

Simon ingressou na empresa em março de 2020, depois de trabalhar em uma função semelhante na Nike. Sob seu comando, a equipe de produtos de consumo cresceu de 20 para 60 pessoas, e a Netflix fez acordos com Walmart, Sephora, Amazon e Target para vender roupas, brinquedos, kits de beleza e utilidades domésticas, entre outros itens, relacionados à sua série e filmes.

Aumento da concorrência

A iniciativa é vista como uma alternativa de receita para a Netflix após um trimestre em que seu crescimento explosivo mostrou sinais de desaceleração com o aumento da concorrência no streaming, que agora inclui a Disney +.

A diversificação de negócios não deve parar por aí. Segundo o jornal Los Angeles Times, a Netflix está expandindo seus podcasts, recebendo sugestões de produtores externos e procurando um executivo para liderar o projeto. O objetivo é tentar manter a audiência interessada em seus programas e filmes.

Pesquisa de comportamento de consumo do Itaú aponta setores aquecidos

Entre os setores com maior crescimento em 2021 estão saúde e bem-estar.

Com a chegada de 2020, a economia brasileira sofreu um duro golpe por causa do vírus. Inúmeros setores tiveram prejuízos imensuráveis, sobretudo os que dependiam da presença física de consumidores, como foi o caso do comércio físico e do turismo. Com o avanço da doença no Brasil, o cenário se intensificou e levou inúmeros colaboradores ao desemprego, o que representou uma queda brusca no consumo.

Um ano mais tarde, no entanto, a economia parece dar um respiro. É o que diz o a pesquisa “Análise do Comportamento de Consumo”, do Itaú Unibanco, relativo ao primeiro trimestre de 2021. Embora nem todos os setores tenham obtido uma melhora tão alta, boa parte das categorias apresentou crescimento, o que configura um respiro aliviado.

“É importante lembrar que as empresas, em 2021, estão muito mais preparadas para esse cenário de pandemia. Então, mesmo tendo uma segunda onda e uma maior restrição, observamos um crescimento”, destaca Moisés Nascimento, diretor de Estratégia e Engenharia de Dados do Itaú Unibanco.

Investimento em saúde e bem-estar

De acordo com a pesquisa, um dos setores com maior crescimento foi o de saúde. Gastos com tratament0os, prevenções e exames aumentaram significativamente em comparação com o mesmo período de 2020: foram 80% em laboratórios de análises clínicas, 29% em médicos e clínicas e 14% em hospitais.

Para além do setor de saúde — que já dava sinais de crescimento intenso logo ao início da pandemia —, algumas outras categorias também aumentaram de um ano para o outro. Foi o caso dos gastos com feiras livres e hortifrútis, que cresceram 47% e 22% respectivamente. Esse índice indica que os brasileiros passaram a investir mais em alimentos saudáveis durante a pandemia.

Seguindo a linha de bem-estar, o estudo também mostrou que os brasileiros passaram a se interessar cada vez mais por atividades ao ar livre, tendo a bicicleta como uma das ferramentas preferidas — um crescimento de 52% entre um ano e outro.

A partir do isolamento social, nota-se que o consumo voltado para a saúde e o bem-estar passaram a ter um peso maior na vida dos brasileiros, algo que tende a seguir dessa forma para os próximos meses.

Consumo

Foto: Hábitos de Saúde | Itaú Unibanco

O home-office com mais consumo

Em uma situação na qual milhares de brasileiros passaram a trabalhar de casa, houve também um gasto mais exacerbado nos serviços destinados à casa. A pesquisa do Itaú mostra que cresceu o consumo por serviços de manutenção, tais como dedetização (16,4%), investimento em ar-condicionado (59%) e impressoras e computadores (51%).

Para passar o tempo dentro de casa, o estudo também aponta que houve um grande investimento em games, serviços de streaming, livros e instrumentos musicais (8,5%). Especificamente para videogames, as vendas saltaram 165% na comparação com o primeiro trimestre de 2020.

Com o passar do tempo, as pessoas também passaram a investir em computadores e softwares que comportassem as novas necessidades digitais. “Como todo mundo está trabalhando de casa, os equipamentos de computadores e softwares que você usa no home-office também estão relacionados a um consumo intenso de relações digitais. As pessoas provavelmente estão consumindo mais tecnologia, porque esse é o meio de interagir com o mundo agora”, complementa Moisés.

Outro destaque percebido foi que, com as pessoas mais dentro de casa e, por consequência, com mais tempo livre, houve um investimento forte em educação. Ao todo, o crescimento em cursos diversos, desde livres à graduação e pós-graduação, foi de 82%.

Consumo

Foto: Hábitos de Consumo | Itaú Unibanco

Aumento nas datas comemorativas

Um bom destaque para o varejo foi o aumento do consumo em datas comemorativas. De acordo com o estudo, a Páscoa teve resultados muito melhores do que os apresentados em 2020. “A Páscoa foi doce para o nosso varejo, cresceu 24% nos segmentos de docerias e lojas de chocolate”, destaca Moisés.

Para o Dia Internacional da Mulher, houve também um aumento na venda de flores (35%), um crescimento positivo e bastante esperado, visto que o setor de floriculturas teve momentos apertados em 2020.

Por fim, a pesquisa também salienta que o carnaval apresentou um aumento bastante distinto do anterior. Ao todo, houve crescimento de 25% no valor transacionado à data, sendo 54% relacionado a transações online. “O brasileiro realmente trocou a avenida pelas compras, principalmente pelas on-line”, explica Moisés.

Consumo

Foto: Hábitos de Consumo | Itaú Unibanco

Meios de consumo e pagamentos

De acordo com a pesquisa, houve uma expansão nas vendas on-line, impulsionadas cada vez mais pelos meios de pagamento digitais. Os cartões virtuais — que expiram após o uso e conferem mais segurança às operações de e-commerce — cresceram 163% no primeiro trimestre de 2021. Vale destacar que a Geração Z é a que mais faz uso dessa modalidade (457%).

Além desses, crescem também os pagamentos por carteiras digitais (80%). O estudo destaca que as mulheres de 50 anos ou mais fizeram mais pagamentos por esse meio (93%) e a Geração Z também se destacou (192%).

Em conclusão, o Itaú destaca que o número de transações por aproximação em maquininhas teve um crescimento elevado na pandemia, sobretudo por evitar o contato físico. O aumento foi de 4,4 vezes em relação ao primeiro trimestre de 2020.

Seller center: conheça a tecnologia que fomenta o crescimento em escala de Marketplaces

Em momentos de crescimento do e-commerce, o seller center tem se tornado indispensável para a escala e uma gestão eficiente de marketplaces.

Nunca houve um momento com tanta oportunidade para o comércio on-line como o atual. De acordo com o relatório eBit | Nielsen, a performance de vendas nesse canal alcançou em 2020 a marca histórica de R$ 87,4 bilhões em vendas, sendo R$ 73.2 bi movimentados apenas pelos marketplaces.

Diante das oportunidades, grandes empresas estão buscando adaptar seus modelos de negócios tradicionais para se tornarem marketplaces, e junto a isso, novos grandes desafios de gestão estão surgindo.

Afinal, como grandes empresas como Mercado Livre, B2W, Via Varejo e Magazine Luiza conseguem administrar altos volumes de ofertas, anúncios e lojistas? 

Além de contar com equipes e profissionais eficientes, essas empresas conseguiram estruturar a sua operação graças ao apoio uma tecnologia chamada seller center. Essa ferramenta é responsável pela centralização e tratamento de dados de todo o ecossistema do marketplace, sendo ela imprescindível para a gestão e o crescimento em escala do negócio.

Nesta reportagem, iremos explorar os conceitos de um seller center, os benefícios e as funcionalidades mais importantes para a infraestrutura dos marketplaces.

O que é um Seller Center?  

Seller Center é uma ferramenta de gestão de operação para marketplace que permite configurar e parametrizar as regras de negócio. Também conhecida por ser uma ferramenta de gestão de lojistas, a plataforma comanda todos os sistemas envolvidos no ecossistema do negócio, tais como gestão de frete, atendimento, financeiro e o ambiente do sellers.

O seller center é o “cérebro” do negócio, pois, a tecnologia permite visualizar informações cruciais sobre a operação. Sem ele, empresas estariam fadadas ao descontrole operacional, desestruturação e a perda de mercado.

Veja o exemplo da Black Friday, o mais importante evento do ano para marketplace.

Como fazer uma grande ação para essa data sem um controle dos sellers, distribuição ou repasses financeiros?

É inviável. Por isso, fazer a gestão do ecossistema do marketplace de maneira descentralizada é um dos maiores erros que uma empresa pode cometer. Sabendo disso, grandes players do mercado investem na contratação ou desenvolvimento de um seller center para garantir uma infraestrutura atrativa aos lojistas.

Segundo Fernando Schumacher, Co-fundador do Conecta Lá, tecnologias como essa permitem que os negócios alcancem um crescimento em escala, entregando infraestrutura para todos os pilares que sustentam o universo do business.

“O Seller Center permite trazer, por meio de vários outros sistemas que se integram ao seu, um volume maior de número de lojistas. Isso garante que você cresça em relação a número de ofertas e anúncios de maneira escalável e saudável” explica Schumacher.

Quem deve usar um Seller Center?  

Essa tecnologia é voltada para grandes empresas que geralmente já possuem e-commerces próprios e que estão buscando expandir a sua participação no mercado on-line.

Visando surfar na onda de crescimento dos Marketplace, grandes corporações encontram no seller center a solução que a empresa precisa para uma adaptação ao marketplace de maneira estratégica e sem prejuízos ao negócio.

A Amazon é um exemplo de empresa que buscou crescer ao transformar o seu negócio a um marketplace. A empresa começou vendendo livros, expandiu a sua participação para diferentes nichos de mercado e hoje é em um dos maiores ecossistemas de marketplace do mundo.

Atualmente, a empresa conta com um seller center próprio para manter a operação fluída. Porém, existe uma solução mais simples, a terceirização do serviço desse tipo de tecnologia.

Inovando no segmento de seller center, a empresa brasileira Conecta Lá atende às necessidade de grandes corporações. Oferecendo uma prestação de serviço do tipo SaaS – Software as a Service – a empresa é a única no mercado nacional que oferece esse tipo de solução.

É importante ressaltar que empresas que oferecem soluções seller centers têm um potencial de se tornar um grande e importante parceiro de negócio. Isso porque, cada projeto é tratado como único e as vendas dos serviços são consultivas.

Em geral, antes da implementação da tecnologia, esses parceiros analisam todo o contexto histórico da empresa, identificando os objetivos e desafios do business. Após aprovado, o onboarding da ferramenta pode durar entre 45 a 90 dias, a depender do grau de complexidade e integrações do negócio.

Portanto, não se trata apenas do uso da ferramenta em si, mas também de profissionais especialistas em marketplaces mostrando o caminho para empresas alcançarem a escala e gestão em seus negócios.

Benefícios do Seller Center para Marketplaces:  

Como já citado anteriormente, a gestão e escala são as duas principais vantagens de uma tecnologia seller center para o negócio. Com uma alta variedade de mix de produto, lojistas e uma infraestrutura bem estruturada na plataforma, o resultado obtido será certamente o crescimento e expansão do business.

#01 – Crescimento escalável do negócio

O maior benefício da implantação de um seller center é a garantir o crescimento do negócio de forma escalável e saudável, ou seja, oferecer um processo estruturado que permita a entrada de um grande volume de lojistas.

A ferramenta se integra de maneira fácil às tecnologias que compõem o ecossistema de um marketplace e, por isso, permite que a empresa cresça o número de vendedores na plataforma e de mix de produto (anúncios).

A partir dos seller centers é possível comandar todos os outros sistemas que são integrados a plataforma, como ERP’s, plataforma de e-commerce, ferramenta de catálogo, gateway de pagamento, entre outras.

Com uma visão inteligente sobre a operação, os gestores conseguem planejar ações para atrair novos vendedores na plataforma e assim, aumentar o mix de produto, resultando no crescimento escalável.

#02 – Gestão eficiente do negócio:  

O marketplace é um modelo de negócio que, ao ser implementado, se projeta um crescimento acelerado. Para chegar nesse objetivo a empresa precisa ter uma visão macro e gerencial sobre a operação, benefício que uma ferramenta de seller center traz de maneira automatizada, eficiente e ágil.

Por ser uma tecnologia de gestão dos sellers, ela permite acompanhar tudo o que está acontecendo de maneira centralizada. Veja alguns benefícios para a gestão que o seller center fornece ao business:

Gestão de lojistas: veja tudo que está acontecendo em termos de acontecimentos, regras, campanhas e novidades.

Gestão de catálogo de produtos por categoria: faça as segmentações dos produtos por categoria, gestão de informações obrigatórias para o cadastro de produto, entre outras.

Gestão de atendimento: veja e faça as intermediações dos chamados com os consumidores finais, configure regras para dar visibilidade aos sellers com as melhores reputações no site.

Gestão logística: entregue estruturas aos lojistas que facilitem a gestão e a previsibilidade em frete de quem vende no seu marketplace. A empresa pode criar pontos de contato dos seus centros de distribuição conectando-os com os sellers.

Gestão financeira: veja o status de repasse de pagamentos das comissões aos sellers, agendamentos, cancelamentos, pendências, etc.

Live commerce: a próxima grande evolução do e-commerce

Modelo nascido na China rende 50 mil transmissões ao vivo por dia naquele país.

Os resultados na região mostram o claro potencial. Rapidamente, tornou-se o formato de maior crescimento dos últimos anos na China. Em 2020, por exemplo, foram realizadas, em média, 50.000 transmissões ao vivo por dia, acumulando mais de 50 bilhões de visualizações, podendo representar movimentação de mais de 1 trilhão de iuanes ao ano, segundo a KPMG e a Ali Research.

Mas, afinal, o que o live commerce tem de especial? O primeiro passo para entender isso é avaliar que o e-commerce tradicional, estático e em vias de se tornar antiquado, já não é mais suficiente. Os marketplaces, tão populares por sua audiência, também não ajudam quando falamos em construção de marca, por não oferecerem aos vendedores quase nenhuma customização e muito menos a possibilidade de interagir diretamente com o consumidor final.

As marcas estão começando a avaliar o quão positivo é estar em meio ao mar de produtos de seus concorrentes, sem qualquer tipo de diferenciação. O e-commerce está amadurecendo, e o que irá determinar o sucesso das marcas no futuro será sua capacidade de geração de conteúdo relevante e de gestão de suas comunidades on-line.

O live commerce, entretanto, surge como uma solução para as lacunas do e-commerce tradicional. O primeiro ponto é a interação direta entre marca e consumidor. Durante as transmissões, marcas entretêm clientes, podendo sanar dúvidas, demonstrar o produto em uso e compartilhar detalhes específicos que possam interessá-los, ajudando a fortalecer o relacionamento.

A frequência das transmissões, trazendo ao consumidor conteúdo novo diariamente, é um dos segredos para o sucesso. O uso de influenciadores ou vendedores engajantes também otimiza ainda mais as chances de conversão.

Essa experiência de conteúdo aliada a um checkout de e-commerce dentro do próprio vídeo, elimina os atritos no processo e catalisa a compra por impulso. Isso significa que consumidores acompanham a live, escolhem seus produtos e podem finalizar o pedido em um único lugar, sem a necessidade de sessões simultâneas ou de interrupção na experiência.

O live commerce logo será uma das melhores ferramentas de captação de leads disponíveis no mercado. Com o anúncio de que third-party cookies, ou seja, a obtenção de dados de navegação de usuários na internet, base para a maioria das campanhas de marketing digital, chegará ao fim em 2022, marcas precisarão gerar dados proprietários. A melhor forma de fazer isso é com a criação de conteúdo, e o live commerce é uma das principais ferramentas a ser utilizadas neste processo.

Há ainda plataformas white-label capazes de adaptar-se de acordo com a marca e sua identidade visual, tornando possível altos níveis de customização, e plataformas que possibilitam a transmissão via aplicativo, reduzindo os custos despendidos por transmissão e permitindo a realização de lives diárias por meio de aparelhos simples, como smartphones.

Com potencial tão grande quanto a lista de benefícios, a questão não é se esta ferramenta irá revolucionar o setor, mas sim quando. Empresas por todo o Brasil estão produzindo suas próprias ferramentas de live commerce ou se unindo a quem produz a tecnologia para participar dessa onda de inovação que deixará o e-commerce tradicional para trás.

*Gabriel Reginatto é co-founder da Alive, plataforma white-label de live commerce

Com voos semanais diretos da China, Americanas Mundo promete entrega de produtos em até 11 dias

Empresa ainda afirma que consumidor poderá rastrear o trajeto de suas compras até o destino final.

Com intuito de diminuir o tempo máximo de entregas de compras internacionais feitas através do Americanas Mundo para no máximo 11 dias em produtos importados da China, a Americanas anunciou que a partir do dia 14 vai ampliar sua capacidade de entregas internacionais com cinco voos semanais diretos de Hong Kong para o aeroporto de Guarulhos em São Paulo.

O Americanas Mundo que já atuava com o rastreio das compras até o destino final, permitindo ao consumidor acompanhar a trajetória de seu pedido, agora torna-se ainda mais atrativo, já que uma das desvantagens das compras internacionais é justamente a demora para recebê-las. A ação acontecerá através de voos de carga fretados por meio da plataforma de logística LET ‘s, pertencente ao grupo Americanas.

No Americanas Mundo o consumidor encontra ofertas de milhões de produtos oriundos não só da China, mas também dos Estados Unidos, Canadá, Nova Zelândia e alguns países da Europa, além fazer suas compras em reais e poder parcelar no cartão de crédito em até 12 vezes.

Durante o primeiro trimestre de 2021 o Americanas Mundo registrou crescimento superior a 100% em relação ao mesmo período do ano anterior, crescimento alavancado, segundo a empresa pela venda de wearables (smartphones, smartwatches, smartbands, entre outros), produtos de áudio e brinquedos.

Buslog e Melhor Envio anunciam parceria para transporte de encomendas

Produtos são alocados nos bagageiros dos ônibus do Grupo JCA.

A Buslog, empresa de transporte de encomendas do Grupo JCA, acaba de fechar uma parceria com o Melhor Envio, plataforma de logística para e-commerce que pertence à Locaweb. Lojistas de São Paulo que usam o serviço para cotação e contratação de fretes terão mais essa opção para enviar suas encomendas.

A Buslog atende mais de 200 cidades e possui 115 lojas nas regiões Sul e Sudeste do País. As encomendas são transportadas nos bagageiros dos ônibus do Grupo JCA, das Viações Cometa, 1001 e Catarinense, de maneira exclusiva e com estrutura adaptada para este fim.

Com um crescimento de 50% no último ano em volumes transportados, a Buslog realiza cerca de 50 mil viagens por mês com uma frota de mais de 2 mil ônibus e tem capacidade de transporte de 60 mil toneladas mensais. A Melhor Envio é uma plataforma de cotação e contratação de fretes para e-commerce, que conecta os lojistas aos serviços de diferentes transportadoras. Por negociar envios em grandes quantidades, a empresa consegue oferecer preços mais vantajosos, o que ajuda a explicar o rápido crescimento junto a pequenos e médios e-commerces.

A parceria entre as empresas oferece o serviço “balcão x porta”, ou seja, após comprar a etiqueta de frete na plataforma, o lojista deve se dirigir até a loja Buslog escolhida e postar a encomenda. A empresa se encarrega da realização das entregas nos destinatários.

“Este tipo de logística é uma tendência ao redor do mundo e somos pioneiros em oferecê-lo aqui no Brasil por meio dessa parceria. Gera redução no tempo de entregas, segurança, maior taxa de satisfação dos e-commerces, além de redução de custos”, afirma gerente comercial da Buslog, Maria Silvia.

Em vários trechos, a empresa consegue entregar as encomendas no dia seguinte a postagem. A parceria, assim, é um diferencia para lojistas que querem usar a rapidez na entrega como um diferencial de mercado. Outra vantagem é que a Buslog oferece seguro em caso de avarias, furtos, roubos e violações.

Transformação digital do varejo e aumento da competitividade exige atenção constante à segurança física e digital

Diante dos desafios trazidos pela digitalização das operações, crescimento do comércio eletrônico, novos meios de pagamento, fusões e aquisições, varejistas têm de garantir segurança física e cibernética de suas lojas e centros de distribuição.

Há alguns anos, o setor varejista vem passando por uma verdadeira revolução, com as empresas investindo em transformação digital e na diversificação de suas ofertas e negócios para, mais do que ganhar competividade, garantir sua sobrevivência e crescimento no mercado. A pandemia acelerou este processo, com grandes varejistas buscando conciliar estratégias de atuação em lojas físicas e on-line. Intensificou-se também um movimento de fusões e aquisições para complementar e ampliar suas ofertas, inclusive com o ingresso em outros setores de atuação como financeiro.

“Hoje já não são raras as empresas que oferecem serviços financeiros ou fazem parcerias com startups e concorrentes para expandir o portfólio de clientes e diversificar produtos e serviços oferecidos”, afirma Michel Ricardo, gerente de contas de Varejo da Genetec. Exemplos disso são lojas de eletroeletrônicos, que agora vendem roupas, calçados e muito mais; lojas de vestuário que compram redes de produtos esportivos, e por aí vai. Outro movimento percebido no mercado são grandes redes de varejo reunindo seus programas de fidelidade para oferecer melhores benefícios aos seus clientes e, é claro, o surgimento de novos meios de pagamentos, como cartões de financiamento próprios, aplicativos financeiros e o PIX, entre outros.

Toda esta movimentação se justifica pela grande adesão dos consumidores ao comércio digital, que vem crescendo ano após ano, e com sua maior exigência em relação às experiências mais satisfatórias e interessantes, que, por sua vez, demandam sofisticadas estratégias de marketing, vendas e logística. “Toda esta mudança de escopo na atuação do varejo exige a adoção de novas tecnologias, que geram volumes gigantescos de dados a serem armazenados, processados e analisados, com total segurança física e cibernética e garantia de privacidade, para respeitar a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), seja nas lojas, centros de distribuição, portos e fábricas, entre outros espaços”, explica Silva.

Integração com IoT

Segundo ele, uma grande varejista com Genetec tem uma solução aberta, unificada, completa, flexível e escalável, que lhe dará controle total e centralizado de suas lojas, exigindo, em muitos casos, um investimento equivalente a apenas 30% do orçamento gasto atualmente, e reduzindo seu volume de perdas mensal em até 50%. “Com o Security Center, a segurança assume um papel estratégico também para os negócios, pois ao gerir todos os seus ativos, integrando inclusive soluções de IoT, auxiliando outras áreas como Recursos Humanos, Marketing, Vendas e Logística, entre outras”, comenta o executivo da Genetec.

Integrando as soluções IoT, a solução da Genetec pode monitorar, por exemplo, a temperatura dos freezers das lojas, gerando alertas quando estão desregulados para evitar eventual deterioração de produtos. Pode gerenciar também os sistemas de iluminação, garantindo o desligamento das áreas vazias ou no fim do expediente. “Só com estas providências já dá para perceber que a diminuição geral de custos é significativa”, enfatiza Ricardo.

Contribuição para a gestão de ocupação

Durante e depois da pandemia, a tendência é que o varejo precise se preocupar com o número de pessoas em suas lojas e se preocupe em saber quais corredores ou gondolas são mais visitados. Para ajudar nesta tarefa, para as lojas físicas, uma das soluções desenvolvidas pela Genetec é o Pacote de Gerenciamento de Ocupação, que viabiliza o controle do número de pessoas que entram e saem dos estabelecimentos, assim como a contagem dos clientes que estão em cada uma das áreas, facilitando o controle de aglomeração e identificando produtos que estão chamando mais atenção.

“O pacote de gestão de ocupação permite traçar as diretrizes de ocupação, que podem variar desde um limite máximo de pessoas dentro do estabelecimento até o número de pessoas por metro quadrado. Com ela, é possível monitorar continuamente os dados, para que seja possível tomar as medidas necessárias quando os limites forem atingidos, além de mobilizar suas operações para limitar o risco de transmissão da Covid-19”. detalha Ricardo.

Controle de movimentação de caixas e privacidade

Além de oferecer um amplo portfólio de câmeras de monitoramento, a Genetec vai muito além do simples monitoramento eletrônico. O Genetec Transaction Finder, por exemplo, monitora todas as transações nos caixas das lojas e permite agilizar o processo de auditoria ou o levantamento de dados sobre produtos específicos. Outra solução – o Genetec Privacy Protector, além de proteger a privacidade dos clientes, como exige a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), borrando as imagens de pessoas gravadas em determinadas ocorrências, ao proteger suas identidades, evita o vazamento de imagens dos sistemas de segurança internos dos varejistas.

Benefícios Múltiplos

Segundo o executivo da Genetec, a Genetec trabalhar para melhorar a troca de informações com o cliente, além de democratizar a tecnologia, engajar os funcionários e personalizar a interação das empresas com fornecedores e seus clientes. “As soluções são importantes para reduzir as perdas no varejo, proteger o patrimônio das empresas e dos clientes e otimizar operações”, observa.

Todas as soluções podem ser unificadas no Security Center e ficam acessíveis na central de segurança da rede varejista, na própria loja e até mesmo pelo celular do gestor, o que possibilita o monitoramento e controle integral da segurança e assegura a agilidade e qualidade das informações obtidas para os negócios. “É primordial que o varejo sempre atualize seus sistemas, gerando mais segurança para todas as partes e agilizando processos demorados e custosos, como uma auditoria”, completa Ricardo.

 

Batalha de gigantes: no varejo, Magalu e Via Varejo disputam mercado digital

Em plena pandemia, Magalu e Via Varejo foram grandes destaques na bolsa brasileira, principalmente em função do e-commerce.

Atualmente, a performance das gigantes do varejo está abaixo do Ibovespa, que acumula alta de 6% até maio de 2021. No entanto, especialistas atribuem isso principalmente ao movimento de rotação na bolsa, iniciado em novembro do ano passado. Isso porque ambas apresentaram bons números no encerramento de 2020 e no primeiro trimestre de 2021.

Magalu e Via Varejo: o que esperar daqui para frente?

Mas quem leva vantagem nessa batalha de gigantes? Afinal, o que acontecerá com o varejo em 2021? Será que dá para esperar o mesmo desempenho do ano passado, ou o e-commerce pode retrair ou continuar a crescer de forma mais lenta? A seguir, saiba mais sobre as perspectivas para o varejo e sobre o desempenho das duas empresas.

Crescimento do e-commerce

O e-commerce no Brasil registrou um crescimento de 91% no primeiro trimestre de 2021 em relação ao mesmo período do ano passado. Nesse sentido, o destaque ficou com os setores de eletroeletrônicos, que cresceu 134%, e farmácia, com aumento de 102,4%.

O levantamento é da Mastercard SpendingPulse, que mede as vendas físicas e on-line no país. Segundo Estanislau Bassols, gerente geral da Mastercard Brasil, esses números reforçam a crescente preferência dos consumidores por novas tecnologias e consumo online.

Já as vendas físicas registraram queda de 4,4% no trimestre. No entanto, a pesquisa chama atenção para o fato de que março de 2020 registrou consumo atípico, pois muitas pessoas se estocaram no início da pandemia. Logo, isso pode ter afetado o comparativo dos dois períodos.

Diferenciais de Magalu e Via Varejo

Historicamente, o varejo brasileiro é um setor de alta volatilidade. Quem acompanha o mercado há mais tempo certamente lembra de grandes players que fecharam nos anos 90, como Mesbla, Arapuã, Lojas Brasileiras, entre outros.

E a pandemia agravou ainda mais esse quadro. Segundo estudo da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o comércio perdeu 75,2 mil pontos de venda em 2020. Nesse sentido, o resultado só perde para 2016, quando foram fechadas 105,3 mil lojas por causa da crise.

Por outro lado, empresas que fortaleceram canais de e-commerce acabaram absorvendo o espaço deixado pelos varejistas tradicionais na pandemia. É o caso da Magalu e da Via, que investiram pesadamente nos meios digitais nos últimos anos.

Nesse sentido, ambas adquiriram fintechs, fortaleceram o marketplace e inovaram de outras formas nos meios digitais. A Magalu, por exemplo, adquiriu canais de tecnologia, moda e cultura geek no YouTube. Alguns exemplos são Canaltech, Steal The Look e Jovem Nerd. Dessa forma, a empresa aposta em estratégias de vendas para públicos direcionados para aumentar a sua base de clientes.

Por sua vez, a Via, que saiu mais atrasada no processo de digitalização, também fez o dever de casa. Nesse sentido, também está adquirindo fintechs e crescendo no mercado online. Por fim, cabe destacar a velocidade com que a companhia conseguiu fazer as mudança necessárias desde que a nova gestão assumiu, há menos de dois anos.

Riscos para as varejistas brasileiras

Apesar de as perspectivas permanecerem boas para o varejo em 2021, o mercado não será tão tranquilo para os gigantes do mercado. Isso porque grandes players internacionais, como Amazon (AMZO34) e Mercado Livre (MELI34) já mostraram interesse em ampliar sua participação no mercado brasileiro.

Dessa forma, recomenda-se cautela ao avaliar investimentos no setor por aqui. Inclusive, segundo analistas, a concorrência já está mais forte desde o segundo semestre de 2020, e isso existe que o investidor fique alerta para o comportamento das empresas daqui para frente.

E quanto às ações de Magalu e Via?

Outro ponto para o qual analistas chamam a atenção é em relação ao preço das ações de cada uma das empresas. Nesse sentido, há quem pense que, considerando o bom resultado da Magalu e Via Varejo, as ações da Via estão descontadas frente às da Magalu. Por outro lado, alguns analistas sustentam que isso faz sentido, já que considerando que Magalu é uma empresa consolidada há mais tempo do que Via.

Destaques Magalu no balanço do 1º trimestre

  • 63% de crescimento nas vendas totais, mesmo com fechamento parcial das lojas no ano;
  • Lucro líquido ajustado de R$ 81,5 milhões, revertendo o prejuízo de R$ 8 milhões do 1T20;
  • 114% de crescimento no e-commerce;
  • 70% de representatividade do e-commerce no total de vendas;
  • 4% de crescimento nas lojas físicas;
  • Lançamento de cartão de crédito com cashback e sem anuidade.

Destaques Via Varejo no balanço do 1º trimestre

  • GMV (ou volume bruto de mercadoria vendida) totalizou R$ 10,3 bilhões, aumento de 27%;
  • 56% do GMV total referentes a vendas digitais;
  • Lucro líquido 13,8 vezes superior ao do 1T20;
  • 30% de crescimento na carteira de crediário;
  • 130% de crescimento no e-commerce;
  • 123% de crescimento no marketplace;
  • Lucro líquido ajustado 4,84 vezes superior ao do 1T20.

Principais números da Magalu (MGLU3) e Via (VVAR3)

Por fim, veja como as empresas se saíram na divulgação do começo do ano.

                                                 Magalu                                  Via                                                      

1T21 2020 1T21 2020
Receita Líquida 8.252 29.178* 7.547 28.901
Lucro Bruto 2.070 7.520 2.369 9.466
EBITDA Ajustado 427 1.506 584 2.917
Endividamento Bruto 1.669 1.686 4.099 4.449
Caixa Líquido Ajustado 4.221 7.312 2.429 4.047
Lucro Líquido 258** 391 180 1.004
Patrimônio Líquido 7.270 7.325 6.163 5.979

*Vendas totais 2020 (incluindo marketplace): R$ 43,5 bilhões
**Lucro líquido ajustado: R$ 81 milhões

A caixa de surpresas do AliExpress para o Brasil

Empresa chinesa é sinônimo de e-commerce entre produtores, intermediários e consumidor final e (quase) em silêncio já tem por aqui seu quinto maior mercado.

Para entender o que o AliExpress quer do Brasil no futuro próximo é preciso olhar para a China do passado recente. Em 1999, ano em que foi fundado o Alibaba – grupo sob o qual está esse gigante do e-commerce –, o PIB chinês havia acabado de passar a casa do trilhão de dólares e 224 milhões de pessoas no país viviam com menos de US$ 1 por dia, de acordo com o Banco Mundial. Dava 18% da população. Pequim decidiu acelerar essa redução com um mantra que para muitos liberais do Ocidente até hoje ainda não foi percebido: se na revolução industrial foi preciso ter legiões de operários, na era digital é preciso ter de consumidores. Assim, eliminar a pobreza foi uma decisão econômica de Estado. Jack Ma, o bilionário criador do conglomerado Alibaba, percebeu. E intuiu que o varejo global se resumiria a uma palavra: conexão. Foi o que fez. Conectou empresas com empresas (B2B), empresas com pessoas (B2C), pessoas com pessoas (C2C). Uma das soluções é o AliExpress. “A gente conseguiu presença mundial em duas centenas de países. O Brasil é um dos cinco maiores”, afirmou à DINHEIRO Yan Di, o country manager no País. Nesta entrevista, o executivo de 41 anos casado com uma brasileira de ascendência italiana, fala sobre as cinco armas que o gigante do e-commerce preparou.

“Antes de falar em experiência do usuário é preciso conhecê-lo. Saber a dor dele” Yan Di, Country Manager

ARMA 1 EXPERIÊNCIA DO USUÁRIO: PREÇO
Yan Di afirma que antes de oferecer qualquer experiência ao usuário, é preciso “saber qual a dor dele.” Para tanto, é necessário entender o comportamento do usuário. Foi o que fez. Formado em literatura, Di, que nasceu em uma família ligada ao mundo das artes – o pai é pintor e a mãe atua no comércio de instrumentos musicais –, se mudou para o Brasil há 20 anos para trabalhar na Huawei. Como diz, passou por todas as áreas. Supervisionou redes de infraestrutura de telecomunicação, foi gerente administrativo, de RH e do marketing. Foram 11 anos na empresa. E isso o obrigou a rodar por todo o Brasil e a América Latina. É dessa experiência que ele fala. “Viramos xodó do brasileiro, 90% do público em geral conhece a nossa marca”, disse. “Porque a gente é campeão mundial absoluto de preço. E 54% dos brasileiros, no momento de fazer compra on-line, consideram preço o fator decisivo.” Como grande hub de conexão entre produtores e a ponta final, uma arma potente nessa guerra é o fato de a plataforma ter 8,7 milhões de vendedores chineses. “A maioria fabricante, oferecendo o preço de fábrica.” Yan Di afirma que não é segredo que muita gente compra no Ali Express para revender em outros marketplaces.

ARMA 2 LOGÍSTICA
AliExpress é por definição um ambiente cross border – de compras e envios transnacionais. O problema para o brasileiro é que a China fica literalmente do outro lado do mundo. E se preço é o primeiro apelo na compra, receber num prazo razoável é o segundo. No site ReclameAqui, a marca fica para trás de Amazon, Americanas, Magazine Luiza e Mercado Pago nas avaliações. Boa parte das queixas recentes está relacionada a entregas. Esse nó a empresa atua para contornar. Para a chegada dos itens, o AliExpress passou a realizar quatro voos semanais para o Brasil e já garante entregas em São Paulo num prazo de até 12 dias. “Hoje, se você despacha um produto do Paraná para o Amazonas leva mais de 12 dias”, afirmou Di. A estratégia inclui ainda uma equipe de atendimento que fala em português. Foi mudada inclusive a política de devolução. “Se por qualquer motivo você não gostou do que comprou, pode trocar em ambiente nacional, não precisa devolver para a China. É a satisfação total para o consumidor.”

ARMA 3 EXPERIÊNCIA CHINESA
O e-commerce no Brasil, que explodiu na pandemia, foi pouco superior no ano passado a US$ 15 bilhões. Na China, é de US$ 1 trilhão – 65 vezes mais. “A China é o primeiro país do mundo em que o e-commerce chegou a 50% do varejo total”, afirmou Yan Di. O executivo visita seu país natal de três a quatro vezes por ano. “Não dá para não voltar para a China por muito tempo. Você acaba desatualizado.” Beber na fonte da principal e maior fronteira do e-commerce global é uma vantagem competitiva que seus concorrentes terão como barreira. É uma Curva de Aprendizagem orgânica para o AliExpress. Isso significa inclusive tendências de marketing, e não apenas de experiências dos usuários nas plataformas. O live commerce, por exemplo. “Foi uma grande inovação da China e quem inventou foi o grupo Alibaba”, disse. “Já responde por 10% do e-commerce chinês inteiro e neste ano deve dobrar.” Yan Di destaca que o live commerce é um modelo mais inclusivo de vender porque basta ter um celular e sair fazendo um vídeo oferecendo seu produto ou serviço. “Isso é extremamente útil no momento de dificuldade econômica.”

ARMA 4 SOLUÇÕES FINANCEIRAS
Antes de assumir o cargo principal do AliExpress no Brasil, em abril em 2020, Yan Di foi por um ano o country manager do Ant, braço financeiro do Alibaba Group no País. A atuação é ainda tímida. De reconhecimento do mercado brasileiro. Enquanto esteve à frente da operação, o Ant trabalhou no levantamento de dados e informações. Por ora, o modelo aqui se baseia principalmente no serviço de conta digital. Ainda não chegou a um nível universalizado de uso como na China. Mas a entrada full virá. “Vai ser uma peça importante para a família AliExpress porque facilitará o pagamento. Mas estamos abraçando esse ecossistema gradualmente.” O primeiro passo foi de desembarque e reconhecimento de terreno. Outro será de apoio a operações da plataforma. Um terceiro mais atuante no sistema. Uma clássica abordagem chinesa.

ARMA 5 SEDUÇÃO
Uma sedução comercial, é claro. Mas hoje o brasileiro se comporta apenas como um consumidor. Seu papel no AliExpress é o de quem compra. Uma arma infalível será inundar o marketplace com quem vende. Como já fazem russos e turcos, acessando mercados globais – e principalmente o mercado chinês – com seus produtos. Uma via de mão dupla. “A China não é apenas o maior parceiro comercial do Brasil por alguns anos consecutivos, deve ser também uma grande fonte de inspiração tecnológica”, afirmou Di. “É uma questão de tempo até a gente abrir a nossa porta para os brasileiros venderem para o resto do mundo.” Xi Jinping, Jack Ma e Yan Di conjugam um mesmo norte. O de que ser o maior país do mundo exigiria o óbvio: ser o maior comerciante do mundo. É por esse motivo que o AliExpress olha o Brasil com atenção.

Yan Di, country manager da operação AliExpress no Brasil, vive no País há 20 anos, é casado com brasileira e diz amar Florianópolis e Rio de Janeiro. Mas é acima de tudo um propagador da China moderna e das mudanças pelas quais passa sua terra natal. Seu perfil no LinkedIn é um espaço de publicidade dessa Nova China. Aqui, ele cita quatro destinos imperdíveis para quem quer visitar o oriente e, segundo ele, “voltar transformado”