América Latina se torna nova potência mundial do e-commerce na pandemia

Na América Latina, foram gastos mais de US$ 14 bilhões de forma on-line apenas no setor de Moda e Acessórios em 2020, de acordo com o relatório “A próxima fronteira: os mercados mais promissores para líderes de comércio eletrônico emergentes em 2021 e além”, realizado pela PayU.

Nas plataformas da PayU, foi evidenciado um crescimento de três dígitos (191%) nos gastos on-line dos consumidores neste setor. A Argentina registrou um crescimento ano-a-ano de 447% nos gastos totais e o valor médio de transação mais alto, de US$ 108.

No setor de Beleza e Cosméticos, quase US$ 3,8 bilhões foram gastos no ano passado. O México e o Brasil mostraram as maiores oportunidades para varejistas on-line neste setor, em termos de maior gasto total on-line dos consumidores.

Os dados são do relatório mostram que os gastos on-line totais nesta categoria aumentaram nesses países em 1.410% e 1.276%, respectivamente, entre 2019 e 2020, com o crescimento anual total dos gastos on-line na região chegando a 133%.

O relatório aponta que até o final de 2021, as vendas totais de e-commerce de Moda e Acessórios na América Latina devem ultrapassar US$ 1,7 bilhão.

Mandaê expande atuação e abre operações em Minas Gerais

Empresa de logística prevê processamento de 1 milhão de encomendas do e-commerce local até o final de 2021, com soluções inteligentes e a custos reduzidos.

A Mandaê, plataforma de inteligência logística que conecta e-commerces a transportadoras, inicia no próximo mês um plano de expansão de suas operações na região Sudeste do País. O primeiro Estado fora de São Paulo a contar com as soluções logísticas da companhia será Minas Gerais, onde a Mandaê vai inaugurar, em junho, um cross docking em Contagem, com capacidade para atender o envio de encomendas de e-commerces mineiros para todas as regiões do País.

“Minas Gerais é o terceiro maior Estado brasileiro em número de lojas virtuais, atrás apenas de São Paulo e Rio de Janeiro, e precisa contar com empresas que ofereçam o melhor serviço logístico e estejam aptas a acompanhar a crescente expansão do comércio online”, destaca Marcelo Fujimoto, CEO da Mandaê. “Nosso objetivo e compromisso é atender a essa demanda por soluções logísticas inteligentes, rápidas e seguras”.

O executivo prevê que a Mandaê, em seu primeiro ano no Estado, conquiste 7% de share do mercado local, atingindo a marca de 1 milhão de encomendas coletadas, processadas e enviadas ao cliente final das lojas virtuais de todo o Estado. A Mandaê projeta a abertura de mais operações no País dentro do plano de conquistar 30% do mercado de encomendas de PMEs até 2024.

Parcerias com transportadoras mineiras

Segundo Marcelo Fujimoto, os serviços da Mandaê poderão proporcionar às lojas virtuais mineiras uma economia de até 50% em custos logísticos, a exemplo do que já acontece de acordo com relatos dos clientes paulistas. “Nossa plataforma, que utiliza a tecnologia para conectar as lojas virtuais com as transportadoras parceiras mineiras, pode gerar várias economias em custos logísticos aos clientes, que vai desde a redução no custo de fretes, redução de backoffice, até redução de problemas de extravio e devoluções”, afirma Fujimoto.

“É muito importante que as lojas virtuais possam investir cada vez mais no fortalecimento de seus próprios canais de venda, para que com isso possam reduzir a dependência de marketplaces, evitando riscos futuros para o seu negócio”, observa o executivo.

Para o Head de Operações da Mandaê, Thammer Manzoni, os lojistas mineiros passarão a ter acesso a uma solução inovadora que entrega a melhor performance do mercado, ideal para otimizar os seus processos e elevar a qualidade do atendimento que oferecem.

Inteligência na coleta e monitoramento

A solução da Mandaê, que passa agora a ser disponível também em Minas Gerais, se destaca por uma coleta sob medida e um painel exclusivo para monitorar os envios, prevenir e solucionar eventuais ocorrências. ”Ao utilizar o serviço da Mandaê, a loja virtual pode focar em outras prioridades e investir cada vez mais no seu negócio, aumentando a sua competitividade no mercado on-line”, salienta Fujimoto. “Toda a operação logística é por nossa conta, e pode ser monitorada e acompanhada passo a passo pelos usuários, por um painel exclusivo, transmitindo segurança e tranquilidade aos e-commerces.”

Sobre a Mandaê

A Mandaê é uma plataforma logística que conecta pequenos e médios comércios eletrônicos com players logísticos. Utilizamos tecnologia, dados e algoritmos para oferecer aos e-commerces custos de transporte reduzidos, tempos de envio mais rápidos e melhor qualidade de envio. A nossa missão é devolver ao comércio on-line liberdade e controle através da melhor logística do Brasil.

 

Magalu, Renner, C&A e mais seis varejistas divulgaram resultados: quais brilharam e quais decepcionaram no 1º tri?

Analistas viram resultado de Magazine Luiza como positivo, enquanto Renner apareceu como destaque negativo.

Na reta final da temporada de resultados, diversas varejistas – e de diferentes segmentos – divulgaram resultados do primeiro trimestre de 2021 entre a noite da última quinta-feira (13) e a manhã de sexta (14), e também com desempenhos bastante distintos.

A equipe de análise do Credit Suisse destaca que as varejistas de vestuário Arezzo (ARZZ3), Grupo SBF (SBFG3) e Lojas Renner (LREN3) reportaram resultados ainda muito afetados pela pandemia.

Os analistas Victor Saragiotto e Pedro Pinto, comentam que, apesar disso, dá para notar diferentes desempenhos operacionais entre eles. Em uma espécie de ranking de qualidade do resultado, a equipe aponta que Arezzo foi melhor que o Grupo SBF e que Lojas Renner teve o pior dos três balanços.

Já o Bank of America também comentou o resultado de Track&Field (TFCO4), que avaliou como positivo. Confira quem se destacou (positivamente e negativamente) na temporada de resultados entre as varejistas (e o que esperar para as companhias):

E-commerce

Magazine Luiza (MGLU3)

Mais um resultado bastante promissor e que mostra a excelência de execução do Magazine Luiza. Contudo, as expectativas já altas para o balanço, o valuation considerado caro para os ativos guiaram uma visão mais cautelosa dos analistas.

O Magalu apresentou lucro líquido de R$ 258,6 milhões no primeiro trimestre de 2021, alta de 739,7% ante o mesmo período de 2020. Já o lucro líquido ajustado (que exclui os efeitos não recorrentes) foi de R$ 81,5 milhões, revertendo o prejuízo de R$ 8 milhões no primeiro trimestre de 2020.

O lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda), por sua vez, foi de R$ 695,6 milhões, alta de 109%; o indicador ajustado ficou em R$ 427,2, alta de 56%.

Segundo o Morgan Stanley, o Magazine Luiza entregou mais um trimestre forte, com crescimento de vendas brutas de mercadorias (GMV) de 63% na comparação anual, 14%  acima das estimativas do banco, apesar dos ventos contrários de novos fechamentos de lojas, enquanto a margem bruta se contraiu em mix de canais, a diluição das despesas com vendas, gerais e administrativas (SG&A, na sigla em inglês) suportou o avanço do Ebitda de 56%.

Os números continuaram a mostrar a força do modelo omnichannel (integração de canais) do Magalu, com vendas em lojas físicas estagnadas, mas crescimento do comércio eletrônico acima de 100%.

“Magalu continua avançando em sua estratégia de ecossistema, com uma combinação de iniciativas orgânicas e aquisições. Nas novas categorias, as groceries (produtos de supermercado) atingiram 40% dos itens vendidos, com a aquisição da VipCommerce complementando a variedade das vendas 1P [com estoque próprio] do Magalu, e a AiQFome, alcançou R$ 1,2 bilhão em vendas anualizadas, impulsionadas pelas aquisições da Tonolucro e Grandchef”, afirmam analistas do Morgan, que possuem recomendação overweight (exposição acima da média do mercado) para as ações.

A Levante Ideias de Investimentos destaca ainda que o grande número do resultado foi o varejo físico, cujas vendas cresceram 3,7% em relação ao mesmo período do ano passado, número que parece ainda melhor quando comparado ao resultado da Via Varejo (VVAR3) que apresentou queda de 9,6% no mesmo período. O indicador de Vendas Mesmas Lojas, que expurga as lojas inauguradas nos últimos 12 meses da comparação, apresentou leve queda de 0,5%.

No varejo digital direto (1P), o crescimento das vendas foi de 121,5%, taxa de crescimento extremamente positiva, já o marketplace (3P) também apresentou forte crescimento, de 98%. Segundo a consultoria E-bit, o mercado de e-commerce cresceu cerca de 38%no mesmo período em que as vendas on-line do Magalu cresceram cerca de 3 vezes mais.

Segundo o BBI, a rentabilidade foi uma surpresa positiva, com margem Ebitda de 5,2%, estável na comparação anual e superior à estimativa de 4,5% do BBI. O EBITDA ficou 17% acima da estimativa e o lucro líquido, de R$ 81 milhões, também superou a projeção do banco, que era R$ 66 milhões.

Assim como as outras grandes plataformas de comércio eletrônico, o primeiro trimestre foi outro trimestre forte para Magalu com o on-line, dizem os analistas, ressaltando que o crescimento no segmento continua elevado e o canal agora representa 70% das vendas, ante 53% no primeiro trimestre de 2020. “Dito isso, destacamos o desempenho do canal físico (+4% de crescimento) é impressionante em um ambiente tão difícil. As margens foram robustas, com o declínio da margem bruta de 2 pontos percentuais compensado por um declínio de 1,8 ponto percentual no SG&A (despesas com vendas, administrativas e gerais) como uma porcentagem de vendas (também ajudado pelo mix). Dados os altos níveis de competição no mercado, esta é uma surpresa positiva”.

O BBI ressalta ainda que as entregas em 24 horas atingiram 51% do total de vendas 1P, acima dos 25% de um ano atrás, e o foco agora está em conectar um número crescente de vendedores na rede logística da companhia. Atualmente, 40% dos pedidos usam a logística do Magalu.

Mesmo considerando que a companhia entregou mais “um resultado de alta qualidade”, os analistas continuam com uma visão mais cautelosa sobre o setor de e-commerce, diante das pressões competitivas. Por isso, mantêm a recomendação neutra para as ações, com preço-alvo inalterado de R$ 27.

A XP também ressalta que, apesar do sólido resultado apresentado pela companhia, a expectativa é de  um cenário competitivo bastante desafiador nesse ano, inclusive com iniciativas de players internacionais como Amazon e Alibaba, o que deve trazer volatilidade para as ações do setor no curto prazo. A recomendação segue neutra para a ação, com preço-alvo de R$ 27,0 por ação para o fim de 2021.

Mais otimista, a Levante que, apesar dos obstáculos, o Magalu segue como o principal nome do setor de e-commerce no Brasil, com a melhor logística e, na visão dos analistas, com a estratégia de longo prazo mais interessante. “Esperamos que a companhia continue a crescer, consolidando cada vez mais o setor que ainda tem espaço para crescer bastante no país”, apontam.

Na mesma linha, o Credit Suisse avalia que o movimento recente de saída de ações de crescimento para setores mais tradicionais da economia e preocupações recentes com inflação e alta de juros fizeram o segmento como um todo mais voltado ao e-commerce ter uma queda expressiva na Bolsa, mas os fundamentos de longo prazo (como aumento de penetração das vendas on-line) permanecem intactos.

Assim, avaliam que a ação aos níveis atuais podem ser um ponto de entrada para os investidores com um horizonte de investimento de longo prazo, sendo que o Magazine Luiza seria um bom veículo para surfar a tendência, ainda que mantenham recomendação neutra para a ação da companhia, com preço-alvo de R$ 24,97.

Westwing (WEST3)

A Westwing, varejista on-line de decoração, teve alta de mais de seis vezes do prejuízo no primeiro trimestre passando de R$ 2,5 milhões no primeiro trimestre de 2020 para R$ 16,6 milhões nos primeiros três meses deste ano, sendo explicado sobretudo pelo aumento dos custos e das despesas operacionais. A receita subiu 83%, a R$ 60,5 milhões, com o volume bruto de vendas registrando alta de 91%.

A XP avalia que os resultados foram em linha com as estimativas de receita e Ebitda e um prejuízo menor do que os analistas esperavam (de R$ 41 milhões), por conta de menores despesas não operacionais e do impacto do reconhecimento de imposto diferido no período.

“Esperamos que a companhia continue apresentando resultados crescentes à medida em que os investimentos em marketing devem trazer mais consumidores para a plataforma e os investimentos em tecnologia e logística devem melhorar a experiência do consumidor. Além disso, vemos acreditamos que a categoria de lifestyle combinado à continuidade de adição de novos fornecedores na plataforma (mais de 100 no trimestre) devem contribuir para aumento da recorrência de compras”, apontam, mantendo recomendação de compra e preço-alvo para o fim de 2021 de R$ 17 por ação.

Roupas e calçados

Lojas Renner (LREN3)

A Lojas Renner reportou um prejuízo líquido de R$ 147,7 milhões no primeiro trimestre de 2021, depois de lucrar R$ 7,1 milhões no mesmo período do ano passado. Já o Ebitda da varejista de roupas excluindo arrendamentos somou R$ 31,8 milhões, valor 85,5% menor que o do primeiro trimestre de 2020. A receita líquida da empresa foi de R$ 1,36 bilhão, o que representa uma queda de 12% na comparação anual. Houve uma queda de 12,7% das vendas nas lojas por conta das maiores restrições à mobilidade, parcialmente compensada pelo salto de 173% nas vendas digitais.

Segundo a administração da Renner, o prejuízo ocorreu devido à retomada nos protocolos de distanciamento social realizados para conter a proliferação da Covid-19. “Desta forma, os clientes se mostraram novamente mais cautelosos quanto à circulação em shoppings, resultando em um fluxo inferior no primeiro trimestre, em comparação com o mesmo período do ano anterior”, afirma a companhia. De acordo com a Renner, nos primeiros três meses deste ano operou-se com 69% da carga horária total, versus 86% no mesmo período do ano passado. Por outro lado, a companhia aponta que as vendas têm apresentado crescimento consistente desde 19 de abril, quando houve reabertura quase integral do parque de lojas.

O Bradesco BBI destaca que os resultados da Renner foram ruins, como já era esperado, destacando que os lucros provenientes do vestuário ficaram abaixo das estimativas do banco e os serviços financeiros superaram as projeções.

Assim como os demais varejistas de roupas, os resultados da Renner no primeiro trimestre foram fortemente impactados pelo fechamento de lojas e restrições provocadas pela pandemia, dizem os analistas, ressaltando que as lojas operaram no seu horário normal em 69% do tempo no primeiro trimestre, ante 86% no primeiro trimestre do ano passado. A queda de 12,7% nas vendas de mesmas lojas foram um pouco mais fracas do que a estimativa do banco (-11%), mas ficaram acima da Guararapes (-16%), dona da Riachuelo, e da Marisa (-30%).

O Ebitda consolidado (vendas + serviços financeiros) caiu 86% no período para R$ 32 milhões, não muito longe da estimativa de R$ 72 milhões do BBI, mas o banco destaca que em um primeiro trimestre “normal” esperaria um Ebitda consolidado de R$ 400 milhões, então o pequeno erro versus a estimativa é um pequeno arredondamento. O prejuízo líquido de R$ 148 milhões ficou um pouco maior da estimativa de perda de R$ 121 milhões – e se compara a um lucro de R$ 8 milhões no primeiro trimestre de 2020 um lucro de R$ 158 milhões no primeiro trimestre de 2019. “É importante ressaltar que a Renner observou que, como as restrições diminuíram desde meados de abril, as vendas se recuperaram bem, apresentando ‘crescimento robusto’ ante 2019. Isso está em em linha com o feedback de outros varejistas de vestuário”

Os analistas destacam três pontos positivos sobre o balanço: um declínio menor nas vendas em mesmas lojas do que os pares; uma contribuição mais forte do comércio eletrônico (17,5% na Renner contra 16,3% na Marisa e 13,3% na Guararapes); e o retorno com serviços financeiros, embora nesse ponto a Renner se assemelhe aos concorrentes. Do lado negativo, o BBI destaca que a pressão na margem bruta de 3,3 pontos percentuais era esperada, mas é provável que continue a se arrastar nos próximos trimestres.

“Dado o momento de recuperação no setor de varejo, achamos que o mercado não deveria prestar muita atenção às perdas de Ebitda da Renner no vestuário, por serem claramente pontuais. Mais importante, o resultado da Renner e das demais varejistas de roupas sugere que a recuperação das vendas, à medida que as restrições foram amenizadas, tem sido mais forte do que o esperado, e achamos que as vendas gerais no segundo trimestre podem acabar não ficando muito distante dos níveis de 2019”.

Assim, o BBI acredita que a desalavancagem operacional não será tão forte no segundo trimestre e um ambiente de vendas razoável reduz a necessidade de grandes movimentações para zerar as ações.

No geral, o banco disse que segue otimista com a recuperação, por isso mantém recomendação outperform (desempenho acima da média do mercado), com preço-alvo de R$ 50 para as ações. Ainda assim, os analistas ponderam que preferem Guararapes, cujo múltiplo de preço sobre lucro (P/E) está estimado em 19,6 vezes para 2022, contra o múltiplo de 29,5 vezes da Renner (ante um múltiplo considerado justo pelo BBI de cerca de 34 vezes).

A XP também aponta que a companhia reportou resultados fracos e abaixo do esperado, sendo em sua maioria explicados por investimentos na construção do seu ecossistema (o que deve ser mantido no curto prazo, mas com os frutos somente vistos de forma mais evidente em 2022). Além disso, a companhia sinalizou que o ambiente competitivo está mais promocional enquanto o setor enfrenta aumento de custos, de modo que os analistas avaliam que a rentabilidade deve seguir pressionada.

Os analistas apontam que o curto prazo segue desafiador por conta das incertezas em relação à pandemia, o que impacta a confiança do consumidor e consequentemente a demanda.

Além disso, as margens brutas devem seguir pressionadas devido ao ambiente mais promocional combinado à pressão de custos de matéria prima.

“No entanto, a companhia já sinalizou uma recuperação gradual nas vendas, a qual acreditamos que deve continuar uma vez que entendemos que existe uma demanda reprimida pela categoria, de forma que o setor deve ser um dos principais beneficiários da recuperação econômica e da retomada da normalidade”, apontam. A recomendação é neutra para os ativos, com preço-alvo de R$ 50, com os analistas da XP destacando a falta de visibilidade do uso dos recursos da oferta realizada pela companhia em abril, quando a varejista captou quase R$ 4 bilhões em meio à expectativa de aquisições no setor.

O Credit Suisse aponta que a queda  nas vendas veio em linha com as já reduzidas expectativas baseadas nos impactos persistentes da pandemia, mas a lucratividade acabou vindo até pior do que se esperava.

“Digno de nota, as vendas digitais cresceram 173%, totalizando agora 17,5% do total de vendas. As horas trabalhadas no primeiro trimestre de 2021 foram de 69% contra os níveis normais de 86% no primeiro trimestre de 2020. Abril e março até agora mostram esse número em 58% e 85%, respectivamente”, argumentam os analistas.

O ponto menos negativo é que, como a administração fez questão de ressaltar no release de resultados, é que abril mostra um robusto crescimento mesmo comparado com 2019. “Assim, apesar do potencial espaço para uma revisão para baixo nas estimativas de lucros, admitimos que a atualização da tendência das vendas pode pesar mais no sentimento dos investidores.” A recomendação do Credit para LREN3 é neutra, com preço-alvo de R$ 48.

C&A (CEAB3)

A C&A teve prejuízo de R$ 138,5 milhões no primeiro trimestre de 2021, alta de 150% frente as perdas de R$ 55,4 milhões registradas em igual período de 2020. O Ebitda ficou negativo em R$ 37,3 milhões, ante dado positivo de R$ 78,1 milhões no mesmo período de 2020.

Já a receita líquida totalizou R$ 776,1 milhões, queda de 20,6% na base de comparação anual em meio ao impacto de fechamento de lojas e redução no horário da operação. A receita em vestuário foi de R$ 565,5 milhões, queda de 20,8%, enquanto a divisão de “fashiontronics” (eletrônicos) teve queda de 25,5%, totalizando R$ 142,9 milhões.

As vendas no conceito “mesmas lojas” caíram 21,7% em meio ao fechamento dos estabelecimentos e maiores restrições de funcionamento. Já as vendas brutas totais (GMV) tiveram alta de 178,4%, a R$ 139,2 milhões. A receita líquida on-line foi a R$ 106,6 milhões, alta de 176,2% frente 2020.

De acordo com os analistas da XP, os resultados foram abaixo do esperado, com um Ebitda negativo de R$ 134 milhões (versus previsão da XP de dado negativo de R$117 milhões), devido a uma compressão de margem bruta em vestuário mais forte ( de 5,9 pontos percentuais na comparação anual) devido ao ambiente mais promocional e pressão de custos combinado a maiores despesas operacionais.

No entanto, o segmento de serviços financeiros apresentou uma recuperação sequencial mais forte de receita versus o quarto trimestre de 2020, além de uma forte redução de despesas (queda de 43,5% na base anual).

A XP aponta que espera um curto prazo ainda desafiador por conta das incertezas em relação à pandemia, o que impacta a confiança do consumidor (principalmente os de classes mais baixas) e consequentemente a demanda, enquanto a margem bruta deve seguir pressionada.

Além disso, diferentemente da Lojas Renner, que sinalizou no seu resultado que já está vendo recuperação sequencial de vendas, a C&A comentou apenas que espera ver uma melhora gradual nas vendas a partir do mês de maio.

Ainda assim, os analistas mantêm recomendação de compra e preço alvo de R$ 18 por ação para o fim de 2021 por verem o papel em um valuation atrativo (de 21,5 vezes o preço sobre o lucro esperado para 2021) e esperam ver melhora nos resultados com a retomada/reabertura da economia, enquanto as diversas iniciativas da companhia, principalmente na frente digital e logística, devem trazer ganhos ao longo do tempo.

O Morgan aponta que a recuperação das vendas da varejista deu um passo atrás no primeiro trimestre, como esperado, embora a queda de 22% na base de comparação tenha sido pior que a expectativa. A receita da rede de lojas caiu 21% na comparação anual, para R$ 776 milhões, valor 4% abaixo do esperado pelo banco, ao mesmo tempo em que o lucro bruto declinou 26% anualmente.

“Conquanto os ventos de frente da segunda onda da Covid-19 e o relatado fechamento de lojas foram sentidos pelo segmento, a C&A performou pior que a Renner no trimestre”, aponta a equipe de análise.

O Morgan Stanley afirma, por outro lado, que as vendas on-line continuaram sendo um ponto positivo, com aumento de 2,8 vezes na comparação anual para R$ 139 milhões no valor bruto da mercadoria.

“Iniciativas de longo prazo continuam concentradas em volta da transformação digital e da modernização da cadeia de oferta, embora os ventos de frente da pandemia tenham provavelmente desacelerado o progresso no curto prazo”, explicam os analistas.

Grupo Soma (SOMA3)

O Grupo Soma, que anunciou recentemente acordo para aquisição da Hering, lucrou R$ 14,9 milhões no primeiro trimestre de 2021, ante prejuízo de R$ 4,3 milhões no mesmo período de 2020.

A receita líquida subiu 20% na mesma base de comparação, a R$ 356,6 milhões. O Ebitda ajustado foi de R$ 23,4 milhões no período, 254% superior frente o primeiro trimestre de 2020.

A XP destacou que o Grupo Soma reportou fortes resultados, acima das estimativas dos analistas e do consenso de mercado. Isso porque, apesar do trimestre bastante desafiador para o setor de vestuário, com restrições de circulação e horário de operação, o Grupo Soma foi capaz de entregar crescimento de receita bruta de 17% devido à forte performance do canal digital (alta de 75%) e do atacado (alta de 46%).

Além de entregar um crescimento (versus  queda de receita de seus pares), houve expansão de margem bruta (em alta de 5,5 ponto percentual) por conta de vendas a preços cheios no canal on-line e do forte crescimento da Farm Global (marca com a 2ª maior margem bruta do Grupo).

A XP reitera recomendação de compra e a empresa como nossa preferência no setor, mantendo o preço alvo de R$17,0 por ação para o fim de 2021.

A expectativa é de que o Grupo continue entregando resultados sólidos dado que (i) seu foco em atender classes A/B garante maior resiliência nas vendas; (ii) a Farm Global deve se beneficiar em países onde a vacinação está mais acelerada (como nos EUA); (iii) a companhia possui diversas iniciativas internas que devem destravar valor, como a integração de estoques entre o Grupo e as multimarcas (+Vendas) que já tem levado a um aumento das vendas, o lançamento dos Apps das marcas, a iniciativa de Live Commerce – a Lojix – com alta conversão de vendas e a captura de sinergias das aquisições recentes). Além disso, veem muito potencial com a fusão com a Cia. Hering ([ativo=HGXT3]).

Arezzo (ARZZ3)

A Arezzo &Co, que tem as marcas Arezzo, Schutz e Reserva, viu seu lucro líquido contábil subir 15%, para R$ 29,8 milhões. Já sem considerar efeitos não recorrentes, como os R$ 30 milhões em créditos fiscais, a empresa teve alta de 310,7% na comparação do lucro líquido.

A receita líquida subiu 33,2%, a R$ 499,9 milhões. O Ebitda teve alta de 79,9% na comparação anual, para R$ 64,74 milhões.

“Mesmo diante de um cenário desafiador no país, a Arezzo foi capaz de entregar um crescimento expressivo de Ebitda, principalmente devido à assertividade das coleções e maturidade das vendas digitais — capazes de viabilizar a geração de receita mesmo com fechamento das lojas físicas durante grande parte do trimestre”, destacou a companhia em seu release de resultados.

Os analistas do Credit Suisse avaliam o resultado como positivo e apontam que eles superaram o pesado ambiente para o consumo, com 57,5% de lojas fechadas em março contra 47,9% no mesmo período do ano anterior. “Organicamente, todas as marcas cresceram dois dígitos, à exceção de marcas em processo de maturação como Alme e Fiever, o que é consequência de assertividade no mix, coleções frequentes e resiliência do canal digital”, avalia o Credit Suisse.

A equipe de análise também ressalta que as sinalizações de abril também parecem positivas. “As vendas acima da linha com base em 2019 ficaram praticamente estáveis em aproximadamente 90%, como visto no primeiro trimestre de 2021, mas com uma importante aceleração para 102% desde que as lojas se reabriram em abril.” A recomendação dos analistas para Arezzo é outperform, com preço-alvo de R$ 65.

SBF (SBFG3)

O Grupo SBF, dono da rede Centauro, teve prejuízo de R$ 36,2 milhões no primeiro trimestre, ante lucro de R$ 8,1 milhões em igual período do ano passado.

A receita teve alta de 60,8% na comparação anual, para R$ 812,8 milhões; o número foi beneficiado pelo desempenho da Fisia, distribuidora de produtos Nike no Brasil. O Ebitda teve queda de 14,9%, a R$ 37 milhões.

O Bradesco BBI apontou que os resultados ficaram em linha com as expectativas dos analistas e foram sólidos, dadas as circunstâncias desafiadoras.

A companhia mencionou que, conforme as restrições à circulação diminuíram entre abril e maio, está havendo uma recuperação nas vendas, com SSS positivo. A queda da margem bruta durante o trimestre foi resultado de um ambiente mais promocional, que vinha melhorando até a segunda onda da Covid-19 no primeiro trimestre, então a expectativa é de uma melhora conforme as lojas reabram. O maior mix de comércio eletrônico também pressionou a margem bruta para baixo.

A Fisia, que concentra a distribuição da marca Nike no Brasil, teve um trimestre forte, com o negócio on-line contribuindo significativamente, embora parte do forte resultado do Ebitda – uma margem de 9,8% – seja impulsionado pela venda de ações antigas adquiridas a preços mais favoráveis.

“No geral, acreditamos que o trimestre reforça a SBF como uma das líderes em comércio eletrônico entre os nomes de vestuário e calçados e continuamos a ver a Centauro como um consolidador natural em um mercado fragmentado, dados seus pontos fortes em comércio eletrônico e seu conceito de loja exclusivo”, afirmam. Dito isso, eles mantêm recomendação neutra e preço-alvo de R$ 30 ao analisar o valuation do papel.

O Credit Suisse entende que os resultados vieram em linha com as expectativas, com débil desempenho do faturamento orgânico e tépida evolução do e-commerce comparado com os pares (crescimento de 45% na comparação anual), por mais que a desaceleração sob a perspectiva de negócios e gestão era esperada, conforme lojas e horas trabalhadas foram reduzidas em 38% no primeiro trimestre de 2021 contra 13% no mesmo período do ano passado.

“Apesar de manter investimentos estratégicos, o Ebitda ex-IFRS não ficou longe do breakeven. Nesse contexto, a integração da Fisia foi uma surpresa agradável com margens sólidas”, comenta o banco suíço, que possui recomendação outperform para os ativos, com preço-alvo de R$ 31,50.

Track&Field (TFCO4)

A Track&Field teve lucro líquido de R$ 7,22 milhões no primeiro trimestre de 2021, revertendo prejuízo líquido de RS 556 mil em igual período de 2020.

Os analistas do Bank of America destacam os números como positivos, com as vendas nas mesmas lojas (próprias e franqueadas) aumentando 22,9%, acima do esperado.

A margem bruta teve alta de 11,6 pontos percentuais na base anual e excedeu os níveis de 2019. A forte alavancagem operacional e a disciplina de custos mitigaram o impacto de maiores despesas com pessoal da loja, marketing, aluguel e e-commerce, apontam os analistas.

“Continuamos otimistas com o impulso operacional da Track&Field, já que a demanda por roupas esportivas e confortáveis ​​continua forte, e a empresa tem participação em um mercado altamente fragmentado”, apontam os analistas, que também destacam as medidas para tornar as coleções mais atrativas e também para minimizar o risco e a perecibilidade de itens sazonais, reduzindo o número de peças mais pesadas. Já os esforços para encurtar os prazos de produção e reabastecer na temporada também devem limitar a exposição a itens com maior conteúdo de moda.

“A Track&Field também está em processo de quase dobrar suas unidades integradas digitalmente, melhorando a visibilidade do estoque on-line e permitindo recursos de envio da loja mais rápidos e mais baratos. Um terço da base de lojas também tem menos de três anos e em busca de maturação para ajudar a sustentar a força de vendas e a alavancagem operacional”, avaliam os analistas, que mantêm recomendação de compra para as ações, com preço-alvo de R$ 15.

Varejista de alimentos

Grupo Mateus (GMAT3)

A rede varejista Grupo Mateus reportou um lucro líquido de R$ 157 milhões no primeiro trimestre deste ano, em um crescimento de 53,9% em relação ao mesmo período do ano passado. O Ebitda foi de R$ 220 milhões, em avanço de 41,6% e a receita líquida somou R$ 3,362 bilhões, o que representa uma expansão de 39,6% sobre os primeiros três meses de 2020.

O Bradesco BBI aponta que os resultados do Grupo Mateus foram fortes, com expansão de novas lojas adicionando 30 pontos percentuais à alta das vendas totais. As novas lojas estão maturando rapidamente, chegando mesmo a superar os resultados de lojas maduras. Isso reforça a leitura de que a área de atuação do Mateus tem falta de lojas modernas, como as oferecidas pela empresa, na avaliação do BBI.

O banco destaca otimismo com a empresa, e prevê cerca de 20% de taxa anual de crescimento composto em vendas e na receita líquida entre 2020 e 2023. O BBI mantém recomendação outperform, e preço-alvo de R$ 11.

A XP destaca que os resultados ficaram acima das estimativas dos analisitas e em linha com o consenso de mercado. O principal destaque do resultado foi o crescimento de receita líquida e de vendas mesmas lojas, devido à forte expansão de lojas (11 unidades no trimestre e 43 nos últimos 12 meses). Em relação à rentabilidade, houve pressão de margem bruta devido ao impacto negativo da desaceleração de inflação na categoria de commodities, porém esta foi compensada por uma diluição de despesas operacionais.

“Esperamos uma continuidade de resultados sólidos, impulsionadas pela forte expansão do Grupo que inclusive tem tido uma performance de vendas acima da média de lojas maduras. Além disso, o adensamento das rotas e maturação das lojas deve levar à diluição operacional, contribuindo para expansão de margem”, apontam os analistas, que mantêm recomendação de compra para as ações de GMAT3 e preço alvo de R$ 11 por ação.

Facebook anuncia lives para fomentar o e-commerce na plataforma

O evento começa nesta semana e segue até julho, e a empresa de Mark Zuckerberg tem como objetivo trazer marcas ainda maiores para plataforma e impulsionar a ideia de compras ao vivo. Além disso, as marcas podem ganhar popularidade em seus produtos com vídeos de “como fazer” e tutoriais.

Carrinho de compras com caixas em cima de um teclado

Durante os vídeos ao vivo, os consumidores poderão verificar maiores informações dos produtos apresentados sem precisar se desligar da plataforma e também podem adicioná-los ao carrinho de compras. Os usuários podem realizar a compra durante as lives, ou então podem aguardar até a finalização do conteúdo. As marcas receberão informações do cliente, como endereço para envio e, caso autorizado, e-mail e número de telefone.

As transmissões ao vivo compradas ganharam grande popularidade durante a pandemia da Covid-19 que impossibilitou a abertura de lojas em diversos locais do mundo e impulsionou o comércio eletrônico.

A chefe de produto do Facebook App Commerce, Yulie Kwon Kim, afirmou que o e-commerce tornou a experiência de compra mais conveniente, mas ressaltou que muitas pessoas olham vitrines procurando novidades e que, geralmente, os compradores querem ouvir opiniões sobre um produto.

 

Com mais de 300 mil novos negócios, Brasil bate recorde histórico de abertura de MEIs, revela Serasa Experian

Setor de Serviços é o principal responsável pelo resultado no primeiro mês do ano, o maior desde o início da série em 2010.

Indicador de Nascimento de Empresas da Serasa Experian registrou em janeiro deste ano 312.462 novos microempreendedores individuais (MEIs), crescimento de 21% em relação ao mesmo mês de 2020. Esse número é o maior de toda a série histórica, que começou em 2010. Na soma de todos os portes, 370.581 empresas foram abertas em janeiro deste ano, um aumento de 15,6% na comparação com o mesmo mês do ano anterior e também o maior volume mensal desde 2010. Confira a evolução da criação de empresas no gráfico abaixo:

Com mais de 300 mil novos negócios, Brasil bate recorde histórico de abertura de MEIs, revela Serasa Experian

De acordo com o economista da Serasa Experian, Luiz Rabi, o empreendedorismo por necessidade foi impulsionado pelo cenário de pandemia. O aumento da taxa de desemprego em todo país fez crescer o número de trabalhadores autônomos, que viram uma alternativa para geração de renda. “A possibilidade de trabalhar para si mesmo e alavancar seus ganhos financeiros passaram a ser mais interessantes para os brasileiros, principalmente devido ao momento de crise no mercado de trabalho formal. Além disso, a facilidade de gerar lucro com um menor investimento inicial e a aquisição de um CNPJ, que dá acesso às linhas de crédito específicas e aos benefícios previdenciários, são outros fatores que justificam a escolha de tornar-se um MEI mesmo diante de um cenário economicamente instável para as empresas”

Além do crescimento de 21% na comparação anual dos MEIs, as Sociedades Limitadas também registraram aumento de 42,6%. Já as Empresas Individuais tiveram queda de 16,7% na mesma análise.

Por setor, Serviços ganha destaque sendo o principal responsável pelo recorde do índice, com a abertura de 246.859 novos negócios, o maior número desde 2010. No entanto, a comparação interanual (jan21 x jan20) revela que o segmento de Comércio foi o que mais cresceu, veja no gráfico abaixo:

Com mais de 300 mil novos negócios, Brasil bate recorde histórico de abertura de MEIs, revela Serasa Experian

Ainda na comparação anual, a análise mostra que todas as regiões brasileiras tiveram aumento: Nordeste (24,5%), Norte (15,7%), Sul (15,4%), Centro-Oeste (14,0%) e Sudeste (13,2%).

Clique aqui e veja a série histórica com todos os dados.

 

Empreendedores enxergaram oportunidades na pandemia

Uma pesquisa realizada pela Serasa Experian em fevereiro deste ano mostra que, apesar dos desafios, muitos empreendedores brasileiros viram oportunidades durante a pandemia, principalmente para aprender novas modalidades de vendas e prestação de serviços.

De acordo com os dados, 73,4% dos empreendedores vendiam ou passaram a utilizar as vendas on-line para garantir o fluxo de caixa no período de pandemia. Questionados sobre os benefícios dessa atividade digital, os principais apontamentos foram, o aumento da exposição da marca, o maior alcance de clientes e a possibilidade de atendimento em diversas regiões. Por isso, 83,1% dos entrevistados pretendem continuar trabalhando com o auxílio do ambiente on-line. Outro recorte interessante foi o crescimento de 27,6% registrado para aqueles que estão investindo em novas tecnologias.

A fim de auxiliá-los no processo constante de melhoria dos negócios, a Serasa Experian disponibiliza cursos e promove uma série de conteúdos e webinars gratuitos, que permitem aos empresários encontrar novos caminhos e enfrentar os desafios do mercado.

Como parceira de negócios em todos os momentos, a Serasa Experian também disponibiliza soluções gratuitas para ajudar as micro, pequenas e médias empresas brasileiras que estão sofrendo os impactos da pandemia.

Com entrega em 1 dia em todo o Brasil, Azul Cargo quer crescer 50% em 2021

Serviço de logística expressa da companhia já é responsável por 30% do aumento de receitas no 1º trimestre; aumento da frota de aeronaves pequenas, que chegam a aeroportos menores, já está nos planos.

O dia era 19 de janeiro: em uma sessão transmitida ao vivo, a Anvisa aprovava o uso da Coronavac no Brasil. Minutos depois, a enfermeira Monica Calazans se tornou a primeira brasileira a ser vacinada contra o coronavírus – minutos antes do celular de Izabel Reis tocar freneticamente. “Precisamos mandar as vacinas para todos os estados. Ajuda a gente nessa?”, ouviu a diretora da Azul Cargo, divisão de cargas da Azul Linhas Aéreas.

Em poucas horas, um dos pátios do aeroporto de Guarulhos foi tomado pela frota da empresa. Mobilizados de última hora, os voos ajudaram as vacinas a chegar em quase todos os estados do país, do sul e sudeste ao extremo norte, possibilitando que a campanha de vacinação fosse iniciada praticamente ao mesmo tempo no país todo, por volta de 20 de janeiro.

O episódio de sucesso contrasta com a confusão do A330 adesivado para buscar vacinas na Índia, mas que acabou ajudando no caos de Manaus após problemas na liberação dos imunizantes. Segundo Reis, essa foi a única ocasião em que as interlocuções da companhia com o governo aconteceram de forma errática.

“Em geral, nossas conversas com as autoridades sobre o transporte de vacinas e outros equipamentos e insumos são bastante organizadas. Especialmente com a ANAC, que tem facilitado a nossa vida em relação a regulamentações, por exemplo”, conta ela que, desde então, já coordenou o transporte de mais de 10 milhões de doses de vacinas e outras sete toneladas de kits de intubação, seja no porão de voos comerciais ou, nos casos em que o prazo é mais apertado, em voos cargueiros exclusivos – desde janeiro, já foram mais de 60 voos.

Para dar conta do recado, a Azul lançou em março a Azul Express, cuja missão é expandir o serviço de entrega em 24 horas para todo o Brasil. Por enquanto, o serviço está disponível apenas para as capitais, mas já responde por 30% do aumento de receitas registrado no 1º trimestre de 2021, quando a divisão de cargas cresceu 62% ante o mesmo período do ano anterior. A empresa não divulga valores mas, para efeitos de comparação, a receita com transporte de passageiros caiu quase 40% no mesmo período – prova de que o serviço de cargas tem participação mais do que relevante nos resultados da companhia, especialmente durante a pandemia.

“Se você quer mandar um iPhone de São Paulo para Sinop, para um cliente que quer pagar para receber no próximo dia, é só com a gente”, comentou o CEO da Azul, John Rodgerson, que recentemente revelou à EXAME os planos de aumentar a frota de Cessna Gran Caravans (aeronaves pequenas que operam nos menores aeroportos) em pelo menos 10 unidades, algumas delas exclusivas para cargas. “O valor de mercado dessas empresas não se justifica com uma operação focada no sudeste. Você precisa entregar no Brasil todo em um dia. Por isso a logística é tão importante nesse país.”

B2W coloca favelas no mapa do e-commerce com entregas em becos e vielas

Compras feitas nos sites da Americanas, Submarino, Shoptime e Sou Barato já são entregues em Paraisópolis; ideia da B2W é expandir para comunidades do Rio de Janeiro.

Moradores de Paraisópolis, segunda maior favela de São Paulo, podem agora receber compras feitas nos e-commerces da B2W Digital na porta de casa, mesmo nos becos e vielas de difícil acesso. A B2W engloba Americanas, Submarino, Shoptime e Sou Barato.

Por meio de um novo projeto de logística participativa da B2W Digital, os mais de 100.000 moradores da comunidade deixam de depender dos pontos de retirada dos produtos adquiridos pela internet, como agências de correios. A ideia é escalar a iniciativa para mais comunidades no país.

O projeto foi desenvolvido em parceria com o Favela Brasil Xpress, startup de logística local, e o G10 Favelas, bloco de líderes e empreendedores de impacto social das dez favelas mais ricas do Brasil.

Desde o início de abril, o Favela Brasil Xpress fez, diariamente, cerca de 350 entregas do e-commerce da B2W Digital aos moradores de Paraisópolis.

A operação conta com uma equipe de 35 colaboradores, incluindo entregadores da própria comunidade, que conhecem o bairro.

“O projeto desenvolvido em Paraisópolis envolve não apenas a venda e a conveniência na entrega de produtos mas também uma série de compromissos de sustentabilidade da empresa, como a geração de renda, inclusão e capacitação de pessoas em comunidades de vulnerabilidade social. Estamos usando a força da B2W para gerar impacto positivo na vida de muitas pessoas”, afirma André Biselli, gerente de operações da B2W Digital responsável pela logística “last mile”.

A próxima favela a ser atendida pela B2W é Heliópolis, também na capital paulista. Depois disso, a empresa pretende começar a operar em comunidades do Rio de Janeiro.

E se o seu vizinho lhe entregasse as encomendas?

A Shopopop, líder europeia de entregas colaborativas entre particulares, chega a Portugal para demonstrar que o seu modelo de delivery é uma solução segura, rápida – assegurando entregas a partir de duas horas após a recepção de pedido – e sustentável.

As entregas são realizadas por Shoppers, pessoas comuns, que rentabilizam os seus trajetos diários e tempos livres para ajudarem a sua comunidade e, em simultâneo, terem um rendimento extra.

Nos primeiros meses de operação, conta já com parceiros como lojas Minipreço, E.Leclerc, Meu Super e Horto do Campo Grande, e diversas pastelarias e mercearias.

A Shopopop é “a plataforma de logística ideal para sectores de atividade de grande distribuição alimentar, mas também para muitos outros negócios, cujas encomendas não se tratem de produtos para consumo imediato e não tenham dimensão superior à transportável num carro particular, de que são exemplo as floristas, mercearias, garrafeiras e grandes superfícies especializadas“, refere em comunicado.

Adicionalmente, disponibilizando serviços de ship from store, isto é, entregas ao domicílio a partir da loja, mas também store to store, assegurando o transporte de stock entre superfícies comerciais, num raio de 15km, a Shopopop representa também, em si própria, uma solução económica para o problema associado à last mile, onde se concentra 40% do custo total da logística.

Shopopop

Desde o seu lançamento em França, em 2016, a Shopopop acumulou 1400 parceiros com uma forte presença nas maiores cadeias de grande distribuição, como Intermarché, Eleclerc e Auchan, contabilizando cerca de 130 000 entregas mensais. Atualmente presente também em Itália, Bélgica e Portugal, o sucesso do modelo deriva do crescimento esperado do e-commerce para os próximos anos – o qual foi amplamente potencializado pelo contexto de Covid-19 –, mas também da tecnologia, do foco no cliente, facilidade de implementação, preço reduzido, capacidade de gerir as variações de volume de encomendas e ainda da sua vertente sustentável”, afirma João Sanches, Country Manager da Shopopop em Portugal.

“Na França, 20% dos supermercados já oferecem entregas colaborativas. Será interessante ver o quão rápido alcançaremos esta penetração nos novos países”, acrescenta.

Possibilitando entregas aos fins de semana e feriados e garantindo precisão horária de entrega ao cliente final, através de mensagens de aviso e possibilidade de monitorização em tempo real na plataforma, a Shopopop aproxima vizinhos e comunidades para assegurar entregas colaborativas eco-friendly, agora em Portugal.

 

 

Mercado Livre investirá R$ 4 bilhões em São Paulo, com geração de 5 mil empregos

O Governador João Doria anunciou ontem (17), em Cajamar, uma parceria com o Mercado Livre que inclui investimento de R$ 4 bilhões pela plataforma de e-commerce no estado de São Paulo, além da geração de cinco mil novos empregos até o final de 2021.

O acordo também prevê parcerias para formação em qualificação e empreendedorismo, com oferta de cursos nas áreas de vendas, logística e tecnologia. A empresa ainda vai oferecer descontos para participantes do Empreenda Rápido, programa da Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado e Sebrae-SP.

No ano passado, o Mercado Livre ajudou a formalizar mais de 66 mil empresas que iniciaram suas vendas na plataforma. Com o investimento recorde de R﹩ 4 bilhões, a meta é gerar 5 mil empregos diretos em logística e tecnologia nas regiões de Osasco, Cajamar e Louveira – serão 400 vagas em TI, 4,1 mil em logística e outras 400 em setores diversos da empresa.

“Estamos entusiasmados com o avanço das nossas parceiras para ajudar a fomentar o desenvolvimento econômico do estado de São Paulo, cientes do impacto positivo deste aporte para toda a nossa operação no Brasil. Afinal, aqui estão localizados 85% dos vendedores do Mercado Livre no país e é também onde mantemos grande parte dos nossos centros logísticos, além da nossa sede em Osasco. Este compromisso vai além do aporte financeiro, pois nos preocupamos com o desenvolvimento das comunidades onde atuamos e apoiamos o empreendedorismo investindo em educação e profissionalização” afirmou Fernando Yunes, Vice-Presidente Sênior e Líder do Mercado Livre no Brasil.

“Este é o maior anúncio, realizado nessa gestão, de investimentos por uma empresa em um ano. Estamos aqui juntos honrando o compromisso de gerar oportunidade de emprego e renda para a população, apoiando nossos investidores através de modelo desburocratizado, mas principalmente apoiando os empreendedores e os trabalhadores com qualificação profissional e microcrédito, para que todos possam ter acesso a emprego e renda, porque esta é a melhor forma de dar dignidade”, disse a Secretária de Desenvolvimento Econômico, Patrícia Ellen.

Qualificação profissional

A parceria entre o Governo do Estado e o Mercado Livre irá oferecer 100 mil vagas para o curso “Como vender on-line? ”, criado pelo Mercado Livre em parceria com Centro Paula Souza e Sebrae-SP, por meio do programa Empreenda Rápido. As inscrições devem começar no segundo semestre.

Já os estudantes das Etecs e Fatecs das regiões de Cajamar, Louveira, Sorocaba e Osasco serão direcionados para as vagas abertas pelo programa Minha Chance. Além disso, o Mercado Livre irá apoiar o aperfeiçoamento dos cursos de Logística do ensino profissionalizante estadual.

Empreendedorismo

Empreendedores que participam de cursos do programa estadual Empreenda Rápido terão direito a benefícios como desconto na compra de máquinas de pagamento Mercado Pago e um mês de taxa zero, além de bônus de crédito, treinamento e capacitação gratuitas de Mercado Ads para ampliar visibilidade de produtos. Já o Estado vai oferecer linhas de crédito do Banco do Povo para 340 mil empreendedores do Mercado Livre em todas as regiões de São Paulo.

Fedex anuncia o lançamento de seu laboratório de aprendizagem em comércio eletrônico para diversos proprietários de pequenas empresas

A gigante de entrega global FedEx anunciou o lançamento de seu E-commerce Learning Lab, um novo programa desenvolvido em colaboração com o Accion Opportunity Fund.

O objetivo do programa é ajudar diversos proprietários de pequenas empresas que estão tentando desenvolver e expandir suas operações de comércio eletrônico devido à pandemia do coronavírus e à dependência da Internet durante a pandemia.

O programa terá um foco específico em empresas dirigidas por minorias e mulheres e fornecerá treinamento prático intenso a 150 proprietários de pequenas empresas em todo o país por meio de workshops e treinamento individual por especialistas em comércio eletrônico. Os proprietários de pequenas empresas também receberão suporte técnico gratuito na criação e manutenção de suas operações e lojas virtuais.

Isso inclui marketing, gerenciamento de promoções, atendimento ao cliente, gerenciamento de pedidos e entregas e suporte fotográfico do produto.

“Não é segredo que a pandemia teve um impacto significativo sobre os proprietários de pequenos negócios, especialmente mulheres e pessoas negras. Por meio de nossa nova colaboração com a AOF, estamos ajudando a  colocar essas pequenas empresas de volta, o que é especialmente importante à medida que o crescimento recorde nos volumes de comércio eletrônico continua ”, Brie Carere, diretor de marketing e comunicações da FedEx disse em um comunicado à imprensa . “Com o lançamento do FedEx E-Commerce Learning Lab, não só ajudaremos os indivíduos a atender às necessidades dos clientes de novas maneiras, mas também forneceremos uma programação abrangente que os equipará com as ferramentas para navegar por esses tempos incertos.”

De acordo com o Digital E-Commerce , os consumidores gastaram US $ 861,12 bilhões on-line com comerciantes nos EUA em 2020, um aumento de 44,0% e quase o triplo do valor de 2019.

O programa está planejado para durar cinco meses, começando em setembro. De acordo com a FedEx, o prazo permitirá que a FedEx apoie os participantes do programa com marketing e promoções de feriados , bem como suporte técnico no gerenciamento de pedidos de feriados.

Os participantes do programa não podem ter uma presença on-line atual para seus negócios, devem produzir e vender um produto alimentício pré-embalado e estável, ou mercadoria geral não alimentícia, ganhar menos de $ 500.000 e estar dispostos a se comprometer com a participação total no programa. Os interessados ​​podem se inscrever para serem avisados ​​quando o aplicativo estiver no ar, em junho.

“Junto com a FedEx, temos a oportunidade de ajudar a elevar a voz de empreendedores que muitas vezes passam despercebidos”, disse Luz Urrutia, CEO da Accion Opportunity Fund. “Ao oferecer acesso a recursos e oportunidades e fornecer suporte personalizado, podemos preparar essas comunidades para o crescimento futuro e, em última análise, desenvolver oportunidades econômicas mais equitativas para uma ampla gama de negócios. ”

Em fevereiro de 2020, a FedEx nomeou Ramona Hood como seu CEO, o primeiro CEO negro na história da empresa.