Novo clube de vantagens da Fast Shop prevê entregas em até 2 horas

A expectativa da marca é triplicar a recorrência de compra.

O novo programa de relacionamento da rede de varejo Fast Shop garante benefícios como frete e instalação grátis, entregas ultrarápidas e serviços diversos, entre outras vantagens. O clube de vantagens é válido para o site, o aplicativo e as mais de 80 lojas da rede em todo País.

O programa é dividido em dois planos. O Prime, no valor de R$ 14,90 por mês, dá direito a ofertas exclusivas, frete grátis, atendimento personalizado no SAC e no televendas e suporte técnico remoto. O Prime Plus, no valor de R$ 39,90, além de todos os benefícios do Prime, também oferece entregas em até duas horas sem custo adicional, duas instalações gratuitas por ano e suporte técnico remoto e presencial.

A empresa já oferecia o modelo de entregas UltraFast para alguns produtos e cidades em parceria com a Uber. Segundo a empresa, entre 1º de dezembro e 18 de janeiro, foram realizadas mais de 2,6 mil entregas com o UltraFast.

Triplicar recorrência de compra

A expectativa da marca com o Fast Prime é triplicar a recorrência de compra. “Queremos estreitar a conexão do público com o conceito de varejo premium da Fast Shop, apresentando um programa baseado na oferta de produtos e serviços diferenciados e atendimento altamente especializado”, afirma o diretor-geral de Operações da Fast Shop, Eduardo Salem.

Programas de relacionamento e fidelização têm se tornado cada vez mais diferenciais na decisão de compra e no estímulo ao consumo. Dados da pesquisa Consumer Scan 2020 Brazil, realizada com mais de 1.500 pessoas em todo País pela Kantar e pela BrandLoyalty, mostram que 68% dos consumidores gastariam mais se existissem programas de fidelidade nos estabelecimentos que frequentam.

A mesma pesquisa mostra a importância da entrega de benefícios que vão além das ofertas: entre os entrevistados, 85% esperam ser recompensados por sua fidelidade com vantagens que vão além de descontos.

Vendas on-line crescem 35,81% em março

Resultado foi impactado pelo aumento de restrições de isolamento social.

Com as medidas de isolamento social mais restritivas para conter o pior momento da pandemia, as vendas feitas pela internet registraram uma evolução de 35,81% em março, em relação a fevereiro. Segundo o índice MCC-ENET, do Movimento Compre & Confie, em parceria com o Comitê de Métricas da Câmara Brasileira da Economia Digital (camara-e.net).

Se comparado a 2020, os números são ainda mais significativos, de 72,56%. No acumulado dos últimos 12 meses, a variação foi de 88,08%.  “A manutenção dos altos índices de crescimento comprova que o comportamento de consumo on-line do brasileiro realmente passou por um processo de transformação permanente”, avalia Felipe Brandão, secretário executivo da camara-e.net.

Ao observar a métrica de vendas regional, na comparação de março com fevereiro, a composição ficou da seguinte forma: Sul (44,43%), Centro-Oeste (44,11%), Sudeste (33,94%), Nordeste (33,23%) e Norte (30,06%). Por sua vez, no acumulado dos últimos 12 meses, os resultados foram: Nordeste (117,74%), Norte (107,08%), Centro-Oeste (106,13%), Sul (101,15%) e Sudeste (78,28%).

O faturamento das lojas virtuais também teve alta na comparação entre março deste ano com o mesmo período de 2020: 86,68%.

Participação no varejo

A participação do e-commerce no varejo restrito (exceto veículos, peças e materiais de construção) foi de 10,6% em fevereiro, índice feito com a partir da última Pesquisa Mensal do Comércio do IBGE, divulgado no dia 13 de abril.

Já as categorias com maior volume de compras, em fevereiro, foram as de equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (42,6%), móveis e eletrodomésticos (26,7%); e tecidos, vestuário e calçados (10,8%).

Na sequência, artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (7,4%), outros artigos de usos pessoal e doméstico (6,5%); hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (3,5%).

Segundo a pesquisa, 17,2% dos internautas brasileiros realizaram ao menos uma compra on-line no trimestre de janeiro a março de 2021, uma queda de 18,4% em relação ao trimestre anterior. Já na comparação com o mesmo período em 2020, houve crescimento de 12,3%.

Vendas da B2W quase dobram no 1º tri, mas prejuízo cresce e vai a R$ 163 mi

A B2W teve forte aumento das vendas no primeiro trimestre, ainda sob impulso do comércio eletrônico na esteira das medidas de isolamento social, mas seu prejuízo cresceu diante de maiores subsídios para fretes grátis.

O grupo de comércio eletrônico anunciou na última quinta-feira (6), que teve prejuízo líquido de R$ 163,6 milhões no primeiro trimestre, perda maior do que os R$ 108 milhões em igual período de 2020.

A companhia, dona dos sites Submarino e Americanas.com, informou ainda que teve alta de 90,4% nas vendas brutas totais (GMV, na sigla em inglês) ano a ano, a R$ 8,68 bilhões.

A empresa, que no mês passado anunciou proposta de combinação de negócios com a Lojas Americanas para criação da companhia a ser listada em bolsa nos Estados Unidos, reportou receita líquida de R$ 2,94 bilhões no trimestre, crescimento de 73,5% em um ano.

Por outro lado, as despesas gerais ajustadas somaram R$ 808 milhões, representando 9,3% das vendas totais, um aumento de 0,5 ponto percentual ano a ano, refletindo investimentos maiores em entrega gratuita. Só as despesas com vendas dispararam 130%.

Assim, o resultado operacional medido pelo lucro antes de impostos, juros, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado somou R$ 129,4 milhões, alta de 1,4% em 12 meses.

No trimestre, o consumo de caixa foi de R$ 897,4 milhões, um aumento de 38,9% em um ano, com a companhia atribuindo essa evolução a fatores sazonais e ao aumento dos estoques.

IA humanizada vai fazer diferença na batalha do e-commerce

A meta é aperfeiçoar rapidamente a interação virtual com o consumidor, que se mostrou vital durante a pandemia.

NOVAS PRIORIDADES Tendências como realidade estendida e I.A. humanizada vão fazer a diferença nas vendas online no futuro próximo (Foto: Getty Images)

A pandemia de Covid-19 obrigou empresas a aumentar a presença on-line e acelerar a transformação digital sem ter clareza de como se preparar, planejar e conduzir essa jornada. “O brasileiro não é de se antecipar ou planejar, mas costuma reagir bem e se adaptar rápido”, resume Alexandre Thomaz, mestre em transformação digital pelo Ibmec e diretor-geral da Globant no Brasil.

Unicórnio argentino dedicado a inovação, design e engenharia, a Globant tem mais de 16 mil funcionários e cuida da transformação digital de clientes como Disney, Google, Latam, Johnson & Johnson e Santander. Sua equipe, espalhada por 16 países, identificou quatro tendências para o investimento em tecnologia das empresas nos próximos meses (leia abaixo). Segundo Thomaz, os esforços vão se concentrar na interação das empresas com o consumidor — temperados por crescente preocupação com cibersegurança.

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  1. Inteligência Artificial mais humanizada

Ferramentas como chatbots, reconhecimento de voz e assistentes digitais nem sempre são eficientes, o que traz frustração. Desenvolvedores de inteligência artificial (IA) precisam adotar pontos de vista externos e, assim como as outras áreas do negócio, manter o cliente no centro das decisões. Só assim chegarão a uma IA humanizada, capaz de reconhecer intenções, interagir de forma mais natural e pedir ajuda a um colega humano quando necessário.

– Conexão emocional com a marca pode elevar receitas em 23%, sugere uma pesquisa do Gallup.

(Foto: Divulgação)
  1. Consumo cresce com realidade estendida

Da manufatura ao varejo, passando por educação, entretenimento e saúde, experiências digitais devem se intensificar com experiências imersivas. No conceito de realidade estendida, empresas usam realidade virtual (VR) e realidade aumentada (AR), mas não só — os navegadores do desktop e do celular oferecem muitas possibilidades a explorar. Estudo da Forrester aponta que a pandemia aumentou a disposição do consumidor para essas experiências.

– Imagens 3D de produtos da Houzz permitem experimentar na própria casa antes de comprar (foto).
– A Louis Vuitton lançou objetos virtuais em 3D, e a coleção primavera/verão 2021 em realidade aumentada.

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  1. Uso de dados para criar experiências 

Empresas já usam dados para tomar decisões estratégicas. O próximo passo é distribuir o uso dos dados para o maior número possível de interações no dia a dia — por exemplo, para personalizar experiências e adaptar interfaces ao gosto individual de cada cliente.

– O Instituto Forrester mostra que 85% dos tomadores de decisão priorizam dados para definir suas escolhas.
– Na Amazon, 35% das vendas são fruto das recomendações feitas a partir do histórico de navegação na plataforma.

(Foto: Getty Images)
  1. Cibersegurança a cada passo

Desde o início da pandemia, cibercrimes aumentaram 300%, segundo o FBI. É necessário incorporar segurança, proteção e criptografia em cada etapa da interação com o cliente. Há várias linhas de atuação: incluir segurança no ciclo de desenvolvimento de software; envolver os responsáveis por segurança nos processos de transformação digital e desenvolver sentinelas tecnológicas para resposta rápida às ameaças, usando machine learning e inteligência artificial.

-O IDC avalia que o gasto global com segurança deve crescer 8% ao ano, para US$ 175 bilhões em 2024.

-Já em 2026 podemos começar a sentir os efeitos da computação quântica como arma cibernética. Empresas como Mastercard se preparam par esse cenário.

Receita do Mercado Livre cresce 139% no Brasil

O Mercado Livre mais do que dobrou sua receita no primeiro trimestre, uma vez que as medidas de isolamento para conter uma segunda onda da pandemia da Covid-19 na América Latina mantiveram robusta a demanda pelos serviços on-line do maior portal de comércio eletrônico e serviços financeiros da região.

A companhia relatou na última quarta-feira (5), receita líquida de 1,4 bilhão de dólares no período, aumento ano a ano de 111,4% em dólares e de 158,4% em moeda constante.

O Brasil, que representa 56% do total, teve expansão de 93% em dólar e 139% em reais.

Segundo o presidente de “commerce” do Mercado Livre, Stelleo Tolda, os números refletem entre outros fatores a entrada de dezenas de milhares de novos vendedores no marketplace, que recorreram aos canais on-line para dar sobrevida aos negócios físicos fechados por meses durante a pandemia.

Segundo ele, a partir deste segundo trimestre, o crescimento deve ser menor ano a ano, porque a comparação já será também com períodos de 2020 totalmente afetados pelos efeitos da pandemia.

“Neste primeiro trimestre tivemos um trimestre com pandemia comparado com um sem ela no ano passado”, disse Tolda à Reuters.

O prejuízo líquido no trimestre somou 34 milhões de dólares, ante 21,1 milhões em igual etapa de 2020, com o Mercado Livre mantendo foco na expansão de estrutura logística e tecnológica, enquanto se depara com a concorrência crescente de rivais como a gigante norte-americana Amazon e no Brasil, incluindo Magazine Luiza, Via Varejo e B2W.

O Mercado Livre, que no início do ano anunciou plano de investir 10 bilhões de reais no Brasil, inaugurou no mês passado seu quinto grande centro logístico no país, em Santa Catarina.

A companhia planeja abrir outras três dessas unidades em seu maior mercado latino-americano em 2021, com foco na região Sudeste.

No fim de março, o número de usuários ativos era de 69,8 milhões, avanço de 61,6% em 12 meses, enquanto a de vendedores superou um milhão.

O volume de vendas (GMV, na sigla em inglês) foi de 6,1 bilhões de dólares, crescimento de 77,4% em dólar sobre um ano antes. Em moedas locais, o aumento foi de 114,3%.

O braço de serviços financeiros do grupo, Mercado Pago, teve no período 14,7 bilhões de dólares em pagamentos, alta de 81,8% em dólares e 129,2% em moeda constante. A carteira de crédito atingiu 576 milhões de dólares, mais do que dobrando em um ano.

 

Comércio eletrônico salta para US$ 26,7 trilhões na pandemia, revela UNCTAD

Um novo relatório da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento, UNCTAD, revela que a pandemia elevou o volume do comércio eletrônico.

Com o aumento, o peso deste setor no total das vendas de varejo subiu de 16%, em 2019, para 19% no ano passado. No total, o comércio eletrônico arrecadou US$ 26,7 trilhões.

Crescimento

De acordo com a pesquisa, as vendas no varejo on-line cresceram em vários países. A Coreia do Sul liderou o crescimento passando de 20,8% em 2019 para 25,9% no ano passado.

O chefe da Seção dos Países Menos Avançados da UNCTAD, Rolf Traeger, falou à ONU News, de Viena, sobre as principais conclusões do relatório.

“Enquanto o comércio de varejo físico teve, nas principais economias, uma retração de quase 1%, por causa do lockdown, isso esteve em forte contraste com o que aconteceu com o comércio eletrônico. Enquanto o comércio físico caiu 1%, o comércio eletrônico, entre empresas e consumidores, aumentou 22%. No ano passado, em 2020, o comercio eletrônico entre empresas e consumidores chegou a representar quase um quarto do comercio varejista total, em países como China, Coreia e Grã-Bretanha.”

Setores

Mas para Traeger, este crescimento foi desigual.

“Não foram todas as empresas de comércio eletrônico que se beneficiaram igualmente. As que mais se beneficiaram, que tiveram uma expansão nas suas vendas, foram aquelas que se dedicam diretamente a comércio eletrônico on-line. As principais empresas nesse campo são a Alibaba da China, a Amazon dos Estados Unidos, a JD.com da China e a Pinduoduo também da China. Por outro lado, as empresas que são ligadas a transporte ou a turismo tiveram uma queda importante nas suas vendas. Foi o caso de empresas como Uber, Expedia, Booking e Airbnb.”

A Expedia, por exemplo, caiu do 5º lugar de maiores empresa em 2019 para o 11º em 2020, a Booking Holdings do 6º para o 12º e o Airbnb do 11º para o 13º.

Apesar dessa redução, o Volume Bruto de Mercadorias das 13 principais empresas de comércio eletrônico aumentou 20,5% em 2020, mais do que tinha crescido em 2019, quando subiu 17,9%.

A UNCTAD destaca o crescimento de empresas como a Shopify, que aumentou 95,6%, e Walmart, cerca de 72,4%.

Tendência

No total, as vendas globais de comércio eletrônico, em 2019, tiveram um aumento de 4% em relação a 2018, de acordo com as últimas estimativas.

Esse valor inclui vendas entre empresas e para consumidores e é equivalente a 30% do Produto Interno Bruto, PIB, global naquele ano.

O relatório estima o valor do comércio eletrônico entre empresas em 2019 em US$ 21,8 trilhões, representando 82% de todo o comércio eletrônico. Esse número inclui vendas em plataformas de mercado online e transações de intercâmbio eletrônico de dados.

Estados Unidos

Os Estados Unidos continuaram a dominar o mercado de comércio eletrônico, à frente do Japão e da China.

Já as vendas para consumidores foram estimadas em US$ 4,9 trilhões em 2019, um aumento de 11% em relação a 2018. Os três principais países nessa área são China, Estados Unidos e Reino Unido.

Nessa categoria, o Brasil foi o 20º país com mais vendas, cerca de US$ 16 bilhões.

O comércio eletrônico entre países chegou a US$ 440 bilhões em 2019, um aumento de 9% em relação a 2018. O relatório nota que a parcela de consumidores on-line que fazem compras internacionais aumentou de 20% em 2017 para 25% em 2019.

Inclusão

A UNCTAD também destaca um novo índice sobre inclusão digital, que classificou 100 empresas, incluindo 14 firmas de comércio eletrônico, sobre contributos para acesso às tecnologias, desenvolvimento de capacidades, aumento de confiança e inovação.

Segundo a pesquisa, as empresas de comércio eletrônico tiveram desempenho inferior em comparação com empresas de outros setores digitais, como hardware ou serviços de telecomunicações.

Duas décadas

Por exemplo, a empresa de comércio eletrônico com melhor classificação foi o eBay, que surge apenas em 49º lugar. No geral, as empresas de comércio eletrônico obtiveram uma pontuação de 20 pontos em 100 possíveis.

De acordo com o relatório, um dos principais fatores é que estas empresas são relativamente jovens, normalmente fundadas apenas nas últimas duas décadas.

Segundo a UNCTAD, “essas empresas têm se concentrado mais nos acionistas do que no envolvimento com um amplo grupo de partes interessadas e na compilação de indicadores de desempenho ambiental, social e de governança.”

Consumidor terá proteção de normas internacionais em compras on-line

Diferentes setores trabalham na construção de uma proposta para criar regras mais flexíveis para ampliar a eficiência regulatória e simplificar os processos.

Motivada pela pandemia da Covid-19, as compras on-line cresceram 47% no primeiro semestre de 2020, segundo dados Ebit|Nielsen e a tendência é continuar crescendo, o que agrava a vulnerabilidade do consumidor. Para proteger o consumidor brasileiro e alinhar o Brasil às melhores práticas internacionais, a ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas participa da construção de uma proposta para modernizar o modelo regulatório.

A proposta do Inmetro, que está em consulta pública, teve a participação de representantes do setor produtivo (Fiesp, CNI, Abinee, Sindipeças), setores governamentais e representantes do consumidor (Idec). O objetivo é elaborar um novo modelo menos burocrático e prescritivo, com regras mais flexíveis para ampliar a eficiência regulatória e simplificar os processos de registro de produtos e serviços para o setor produtivo.

Este movimento do setor, preocupado em modernizar as normas para que se adequem aos desafios da Indústria 4.0 e às inovações do atual ambiente de negócios, atende à Lei de Liberdade Econômica (13.874/19), que regulamenta o direito de desenvolver, executar, operar ou comercializar produto ou serviço em desacordo com a norma técnica que estiver desatualizada por força de desenvolvimento tecnológico consolidado internacionalmente.

Outro destaque foi a nova Lei das licitações (14.133/21) ter incluído a exigência dos produtos e serviços, tanto nacionais quanto internacionais, a serem adquiridos pela administração pública seguirem normas da ABNT – o que engloba a obrigatoriedade de apresentação de prova de qualidade, por exemplo. Para a associação, a exigência do cumprimento das normas é um importante avanço para a padronização de produtos de serviços na administração pública, com entregas de mais qualidade.

Proteção maior

A ABNT também tem se debruçado em cooperar com a regulamentação para proteção do consumidor através de sua participação no Comitê Internacional da ISO (International Organization for Standardization), voltado para a elaboração de normas internacionais para diretriz de investigação de incidente de consumidor. Em breve deve ser criado um comitê técnico voltado para a elaboração de normas para que as organizações aumentem a compreensão dos consumidores sobre termos e condições online.

Este comitê também deverá especificar orientação aos fornecedores de bens, serviços e conteúdo digital sobre design e apresentação clara de termos e condições on-line para maximizar a compreensão do consumidor e reduzir os prejuízos nas compras online.

O objetivo é que a norma seja utilizada por qualquer organização e ajude a criar termos e condições claros, acessíveis, justos e fáceis de entender, garantindo que os consumidores consigam tomar uma decisão mais consciente antes da compra ou utilização de bens, serviços e conteúdos digitais. Desta forma, a normalização pretende reduzir o risco de prejuízos decorrentes de cláusulas contratuais confusas, complicadas e abusivas, além de ajudar a melhorar os resultados positivos para os consumidores globais e aumentar a confiança nas empresas.

Para que o Brasil tenha participação nestes trabalhos internacionais, a ABNT convidou a Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) a participar e indicar representantes para atuarem nas atividades de normalização.

“Representantes dos consumidores agregam muito no processo de desenvolvimento das normas internacionais. Por isso, a parceria com especialistas da Senacon e outras entidades relevantes para a participação do Brasil nos trabalhos da ISO é de extrema importância. A partir do nosso comitê, é possível levarmos todos os posicionamentos brasileiros para discussão internacional”, explica Mario William Esper, Presidente da ABNT.

O Comitê ISO/PC 329 pretende elaborar normas técnicas na área de investigação de incidentes com consumidores. Ou seja, normas internacionais que forneçam um guia geral para investigações de incidentes em que consumidores sofrem lesões físicas ou morte no processo de uso de produtos, serviços, instalações ou coisas relacionadas a eles.

A investigação visa prevenir a recorrência de incidentes e contribuir para a segurança dos consumidores, beneficiando pessoas, grupos, comitês ou organizações de todos os tipos, como entidades privadas, públicas e sem fins lucrativos, independentemente do tamanho.

Aumento de devoluções on-line cria pressão no imobiliário logístico

Até 2025 serão necessários mais 1,7 milhões de metros quadrados para acomodar e processar a devolução de produtos, se assumir-se que 20% dos bens comprados on-line entre 2021 e 2025 serão devolvidos, revela o novo estudo da Savills.

O mesmo estudo revela que serão precisos mais 8,6 milhões de metros quadrados de espaço nos armazéns das empresas de entregas na Europa para dar resposta ao crescimento do e-commerce, até 2025. Com base em dados da Effigy Consulting, a análise da Savills aponta que foram entregues na Europa um total de 12,3 mil milhões de encomendas em 2019.

A consultora imobiliária internacional também aponta que o número de devoluções de bens comprados on-line é já superior ao número de devoluções de compras em loja. “Um dos motivos centrais desse aumento é a impossibilidade de o consumidor poder experimentar e examinar os bens antes da compra”, refere a empresa.

A Market Research Associate da Savills Portugal, Alexandra Portugal Gomes, afirma que “são agora necessárias soluções de gestão de devoluções com áreas de armazéns destinadas a esse fim. As devoluções advindas do comércio on-line são mais uma variante que está a obrigar à reestruturação necessária de espaços logísticos existentes ou à procura de instalações complementares”.

A Savills sublinha ainda que, na Europa, podem observar-se diferenças na forma como alguns países lidam com as devoluções. “O Reino Unido demonstra uma melhor capacidade para lidar com este fenómeno em crescendo, o que está em consonância com o nível de penetração do e-commerce no país (28% em 2020)”, informa a consultora.

Nos Países Baixos, por outro lado, operadores logísticos terceiros (3PLs) estão a introduzir novas medidas para facilitar a devolução de bens.

Pode ler o relatório completo, em inglês, aqui.

Por que Magalu se espelha nos chineses

Para a varejista brasileira que quer digitalizar o País, Alibaba e Tencent são mais importantes que Amazon e Ebay.

Quando Frederico Trajano, presidente da varejista Magazine Luiza, comprou o AiQFome, a maior plataforma de entrega de comida do interior do país, não estava só de olho no mercado disputado por iFood e Rappi. No horizonte, estavam Jack Ma e Pony Ma, os bilionários que revolucionaram a cena digital chinesa com Alibaba e Tencent.

Na China, as duas gigantes duelam pelo negócio de entregas a domicílio a partir da Ele.me – adquirida pelo Alibaba em 2018, por US$ 9,8 bilhões -, e da Meituan, firma listada na bolsa de Hong Kong que levantou US$ 10 bilhões recentemente numa operação que aumentou a participação da Tencent para quase 20%.2 de 2

A entrega de comida ainda é um negócio custoso, mas Jack Ma e Pony Ma entenderam muito antes dos demais que o nome do jogo digital é trazer tráfego, o que se traduz em mais compras. Essa é a lógica por trás do sucesso dos superaplicativos chineses como o WeChat – estratégia que vem sendo adaptada pela Magazine Luiza.

Não à toa, a inspiração chinesa é cada vez mais citada por Frederico Trajano, num contraste com Amazon e eBay – há seis anos, quando estava construindo o marketplace (o shopping center virtual) da Magalu, era mais comum que Trajano citasse as companhias fundadas por Jeff Bezos e Pierre Omidyar.

Em entrevista ao Pipeline, Trajano explicou porque prefere a visão dos chineses, que dá abrangência aos supperapps, em vez da tendência “category killer” dos americanos, concentrando a atuação em áreas nas quais tenham vantagens competitivas quase insuperáveis.

“Os chineses ajudaram tanto os consumidores quanto os empreendedores a se digitalizar. Jack Ma está mais preocupado com os sellers [varejistas que operam no marketplace] do que Bezos, o que bate mais com o que penso. Quero digitalizar o Brasil, e não o mundo”, diz Trajano.

A força dos sellers para a Magalu pode ser vista nos resultados. Desde 2018, a companhia olha para o GMV – valor total de vendas, incluindo o marketplace -, e não só para a receita líquida. No ano passado, foram R$ 43,5 bilhões. O e-commerce já representa 65,6% das vendas totais.

As incursões em conteúdo, com a compra de Canaltech, Jovem Nerd e Steal the Look, fortalece o negócio de venda de publicidade on-line para os sellers. “A Amazon fatura mais de US$ 10 bi com ads [anúncios]. O Alibaba não cobra take rate [comissão] e toda a receita é em ads”, compara Trajano.

A estratégia da Magalu, que fez 17 aquisições desde o início do ano passado – ingressando não só em delivery de comida, mas reforçando a logística e a oferta de serviços aos sellers, -, também está mais próxima dos chineses por características históricas do varejo no Brasil.

O brasileiro de renda mais baixa, historicamente, precisa de crédito do varejo para consumir. “Renner, C&A, Pernambucanas e Magalu sempre tiveram uma operação financeira”, diz Trajano. Na Magalu, a Luizacred é uma joint venture com o Itaú, de 20 anos.

A particularidade brasileira torna mais natural o investimento de varejistas em serviços financeiros – no mundo digital, ninguém fez isso melhor do que os chineses. “O AliPay, plataforma de pagamentos com carteira digital e crédito, foi uma ferramenta fundamental para o Alibaba. E até hoje isso não é relevante para a Amazon”, observa o consultor Alberto Serrentino, fundador da Varese Retail.

Na Magalu, os serviços financeiros digitais devem crescer. No superapp, a conta digital desenvolvida pelo time de tecnologia da empresa já conta com três milhões de clientes.

A companhia também aguarda o aval do Banco Central para concluir a aquisição da Hub, que vai viabilizar a oferta direta de serviços como o Pix a consumidores e sellers – a fintech conta com mais de 4 milhões de contas ativas e processa mais de R$ 6,5 bilhões em pagamentos por ano.

“Existe uma bela oportunidade para caminhar em fintech”, diz o presidente da Magazine Luiza.

Numa tentativa de se diferenciar da concorrência – uma miríade de companhias também almeja ser um superapp à moda chinesa -, Trajano argumenta que as estratégias levam muitos anos para se consolidar.

Em serviço de entrega de comida, por exemplo, o AiQFome vai primeiro desbravar as cidades fora das capitais – o número de municípios atendidos já é de 700 e deve chegar a 2 mil. “A Magalu demorou várias décadas para entrar na capital”, compara – as lojas físicas só chegaram a São Paulo em 2008.

“Me preocupa quando todo mundo começa a falar [de superapp]. Não pode ser voluntarismo para jogar para o investidor”, disse ele, que visitou a China em 2018 para desenhar o novo ciclo estratégico da Magalu.

Trajano reforça a aposta no longo prazo ao lembrar do modelo escolhido para a companhia. A multicanalidade, integrando os canais físico e digital, levou 15 anos para fazer a fama de varejista de sucesso – a Magalu lançou seu e-commerce em 2000. O modelo foi criado em casa, sem inspirações americanas ou chinesas.

“Os investidores foram por uma década e meia contra minha visão de multicanalidade e agora, como teve sucesso, todo mundo fala”, diz, citando que é o único player de e-commerce que deu lucro – a B2W, que vai entrar na era da multicanalidade com a união com a Lojas Americanas, teve prejuízo de R$ 203 milhões no ano passado. O Mercado Livre reportou prejuízo de US$ 707 mil.

Por muitos anos, a Magazine Luiza não foi a queridinha do mercado – as ações chegaram a valer pouquíssimos centavos até 2015, para só depois engatar uma impressionante disparada. A Magalu, que acaba de completar dez anos desde o IPO, vale R$ 130 bilhões. Em 2021, os papéis caíram quase 20% (muitos investidores realizaram lucro e outros migraram para ativos que podem ganhar com o pós-vacina)

 

 

B2W faz parceria com plataforma de e-commerce que usa lives para impulsionar vendas

A B2W (BTOW3) firmou acordo com a plataforma de e-commerce OOOOO, que possui escritórios em Xangai e Oxford, na Inglaterra, para o lançamento de uma plataforma de live commerce no Brasil, mostra documento enviado ao mercado na última terça-feira (4).

Segundo o fato relevante, o acordo prevê a exclusividade do uso da tecnologia e da plataforma da OOOOO pela B2W no Brasil, incluindo também a possibilidade da formação de uma joint-venture entre as partes, para desenvolvimento contínuo das operações no país.

O live commerce é uma estratégia que utiliza vídeos ao vivo para vender ou promover produtos.

“A parceria vai permitir a aceleração das verticais de advertising e entretenimento da companhia, incluindo a Americanas ao Vivo, que foi lançada em 2020, trazendo para o Brasil o modelo de live commerce, de comprovado sucesso em outros países (já representando 10% das vendas de e-commerce na China)”, informou a companhia.

Além disso, a nova plataforma terá integração com o ecossistema completo da B2W, oferecendo a experiência da internet brasileira para os usuários, e também um app especializado em social commerce, que será lançado ainda este mês.

Com o conceito de “entertainment first, shopping later” (diversão primeiro, depois as compras, em tradução livre), a plataforma OOOOO é uma alternativa ao modelo tradicional de varejo, conectando marcas, criadores e compradores através de vídeos interativos, informou a empresa.

“Em menos de 1 ano de operação, a Americanas ao Vivo já registrou mais de 200 milhões de visualização e tem se destacado pelos altos níveis de engajamento, com uma conversão muito maior que a média do site”, disse.