Visa Registra Alta em Pagamentos no E-commerce

As transações realizadas no e-commerce com credenciais da Visa foram seis vezes maiores no último trimestre de 2020, na comparação com o mesmo intervalo de 2019, segundo dados da rede de processamento Visanet. Houve, também, um aumento de 17% no volume total de pagamentos eletrônicos realizados nos canais físicos e digitais pela classe média e um incremento de 13% no ticket médio gasto com credenciais Visa. Segundo a empresa, os dados reforçam as tendências de aumento da representatividade de vendas on-line, de experiência de compra multicanal e de migração dos estabelecimentos comerciais para o ambiente virtual.

Pagamento por Aproximação
Outra solução que se destaca no meio de pagamentos é a tecnologia de aproximação. De acordo com o estudo, transações por aproximação com Visa cresceram cinco vezes em dezembro. Já na comparação entre o primeiro e o quarto trimestre de 2020, o uso quase quadruplicou. O consumidor passou a utilizar esse meio de pagamento de forma mais intensa em estabelecimentos como supermercados, farmácias e padarias.

E-commerce deve crescer 32% em 2021, prevê pesquisa da XP; cashback é destaque

Embora a pandemia do novo coronavírus tenha afetado a economia como um todo, o setor de e-commerce seguiu firme durante todo o ano de 2020, apresentando recordes históricos. Agora, mesmo com a chegada da vacina — e a consequente normalização da mobilidade –, a expectativa é que as compras on-line continuem mostrando um desempenho forte, com um crescimento superior a 32% em 2021. É o que prevê um relatório da XP Investimentos, divulgado na última segunda-feira (8).

O levantamento mostra uma visão otimista do mercado para um país que ainda tem muito espaço para a expansão do e-commerce. Em 2019, por exemplo, a taxa de penetração das vendas on-line ficou em 6%. No ano passado, esse índice cresceu e fechou em 9%. A maior contribuição para esse resultado veio do segmento de eletrônicos, que registrou um quarto de todos os pedidos. Na sequência, a categoria de jogos contribuiu cerca de 19%.

“Se olharmos a penetração por categoria, fica claro que o e-commerce brasileiro ainda tem muito crescimento para entregar, o que deve ser acelerado pela digitalização dos consumidores aliada ao fortalecimento das iniciativas multicanal. Vemos a multicanalidade como uma vantagem competitiva, pois oferece aos clientes uma experiência mais ampla e completa, aliada a redução dos custos de entrega”, diz a pesquisa.

O relatório também ressalta que, diferente de outros países, como Estados Unidos e China, onde uma única companhia domina o comércio eletrônico, no Brasil existe uma forte concorrência interna — com marcas fortes e consolidadas — além da concorrência externa, com nomes como Amazon e Alibaba.

“Esperamos ver um cenário competitivo muito mais desafiador em 2021 e, portanto, acreditamos que empresas maiores e consolidadas devem ter a vantagem, pois oferecem uma plataforma mais robusta ao mesmo tempo em que têm mais escala”, destaca a equipe de analistas da XP.

Serviços financeiros e cashbacks

Parte desse crescimento do comércio virtual está e deve continuar ligado aos serviços financeiros oferecidos pelas empresas. Um exemplo disso é o Mercado Livre, com sua carteira digital Mercado Pago oferecendo soluções financeiras para facilitar as compras. Os bancos digitais estão inclusos nesse ambiente, pois se movimentam e criaram seus próprios marketplaces, como é o caso do Inter, PagBank e BMG.

Além de facilitar o pagamento e o recebimento das transações realizadas nas plataformas, essas carteiras ainda oferecem cashbacks, que é um forte atrativo para os consumidores, com recompensas por cada compra realizada. “À princípio, isso pode ser visto como uma forma simples de “dar descontos” aos seus clientes, mas na verdade é muito mais do que isso. É um mecanismo que aumenta sua conversão de vendas e, ao mesmo tempo, aumenta a frequência de compra e a fidelização”, avalia o estudo.

A tendência do ano é o ‘figital’

A pandemia também promoveu a união dos serviços físicos e digitais em uma nova modalidade denominada “figital”. As lojas varejistas, que muitos acreditavam seguir um modelo ultrapassado, estão passando por um processo de reinvenção e já são usadas como lojas de conveniência para compras físicas e, simultaneamente, como centros de distribuição de onde saem os pedidos virtuais.

Este movimento fica evidente com a ampliação da rede Amazon Go que a companhia quer realizar ainda em 2021. Já grupo chinês Alibaba dobrou sua participação e assumiu o controle da Sun Art, uma das principais redes de departamento da Ásia. Isso se estende ao comércio brasileiro, que, apesar de engatinhar, já traz novidades neste setor, como a Zaitt, que foi a primeira com este modelo de negócio no país.

“Embora acreditemos que os consumidores devem continuar a valorizar a experiência de compra na loja física, entendemos que os varejistas deverão redesenhar a experiência na loja e torná-la mais digital para se adaptar a clientes digitalizados. Levar conveniência às lojas será a chave para ter sucesso e se destacar no novo normal”, cravam os analista.

E-commerce na América Latina atinge USD 200 bilhões e é o segundo que mais cresce em 2020, segundo estudo do EBANX

Em meio à pandemia, mercado deve crescer 8,49% e vê subir participação de meios de pagamento alternativos, como cash vouchers e carteiras digitais; players internacionais dividem espaço com gigantes latinas entre as marcas mais confiadas pelo consumidor

Em um ano com uma pandemia sem precedentes e de muitas incertezas econômicas, o e-commerce na América Latina deve crescer 8,49% e atingir aproximadamente USD 200 bilhões em valor de mercado, tornando-se o segundo que mais cresce no mundo, aponta o estudo Beyond Borders 2020/2021, divulgado pela fintech EBANX.

A partir de dados colhidos com os principais players do setor em parceria com a AMI (Americas Market Intelligence), além de pesquisas com consumidores e dados internos do EBANX, a Beyond Borders 2020/2021 se dedicou a entender os impactos da COVID-19 no mercado de compras on-line da região e em quatro países latino-americanos: Brasil, México, Colômbia e Chile.

“Há uma nova América Latina que surge com a pandemia. A despeito dos trágicos efeitos à saúde pública e da crise na economia dos países, milhões de pessoas passaram a acessar bens e serviços de forma digital, e foram incluídas financeiramente com novos produtos. É este cenário que a Beyond Borders delineia, e que pode ser um caminho para a retomada econômica e para a inclusão de milhares de latino-americanos”, diz João Del Valle, cofundador e COO do EBANX.

Segundo o levantamento, 52 milhões de pessoas aderiram ao comércio eletrônico durante a pandemia na América Latina, elevando o número de consumidores on-line em até 30% nos países da região – um salto que, em condições normais, só seria alcançado em 2022.

“A pandemia mais que dobrou a estimativa de novos consumidores on-line na América Latina”, afirma Juliana Etcheverry, diretora de Expansão LatAm e Parcerias Estratégicas do EBANX. Medidas de isolamento social adotadas ao longo do ano, além do pagamento de auxílios emergenciais por meio de contas digitais, ajudaram a impulsionar o mercado on-line.

Novos métodos de pagamento como carteiras digitais e o cartão de débito, no Brasil, avançaram no e-commerce da região, chegando a crescer até 32% em alguns países, como ocorreu com e-wallets no Chile, segundo dados da AMI.

Ainda assim, pagamentos em dinheiro (ou cash vouchers, como o boleto bancário no Brasil e o OXXO, no México) representam até 20% das compras on-line na LatAm durante a pandemia, e crescem no e-commerce internacional. No Brasil, por exemplo, 68% apontam o boleto como método preferencial de pagamento para compras cross-border, aponta um levantamento realizado com 3.280 consumidores pela Beyond Borders 2020/2021.

Comércio cross-border
Nas compras internacionais, o fator preço se tornou ainda mais decisivo para o consumidor latino-americano, em meio a uma crise econômica com desemprego recorde. Pagar mais barato se tornou o principal motivador de compra em sites internacionais, segundo consumidores consultados pela Beyond Borders 2020/2021.

Mesmo com a desvalorização das moedas locais frente ao dólar, que impactou negativamente as compras em varejistas internacionais em 2020, o latino-americano ampliou o consumo de produtos e serviços digitais e de assinatura oferecidos por grandes empresas globais – que cresceram até 63%.

A internacionalização do comércio eletrônico na América Latina se reflete também em algumas das marcas mais lembradas pelos consumidores. Netflix, SHEIN, Amazon, AliExpress e Spotify são algumas das nomeadas como mais dignas de confiança pelos consumidores entrevistados pela Beyond Borders 2020/2021.

Ao se considerar o tráfego de visitantes on-line, os principais players do e-commerce na América Latina são Mercado Libre, Americanas, OLX e Amazon, seguidos pelos brasileiros Magazine Luiza e Casas Bahia.

Brasil 
Principal mercado consumidor da América Latina, o Brasil teve um salto de 25% no número de consumidores on-line em 2020, segundo os números colhidos pela Beyond Borders 2020/2021. Com isso, o mercado de e-commerce no país deve crescer 8,3% neste ano, e acelerar 19% em 2021, chegando a um valor total de USD 134 bilhões.

Em meios de pagamento, o uso do cartão de débito no e-commerce cresceu 16% durante a pandemia, impulsionado por um novo protocolo de autenticação e pelo uso do auxílio emergencial para compras. Serviços digitais como streaming e jogos on-line aumentaram 42%, e as compras pelo celular atingiram níveis recordes: 85% dos consumidores consultados pela Beyond Borders 2020/2021 disseram já ter comprado pelo aparelho.

Mercado Livre, Americanas e OLX são os principais players de e-commerce no Brasil em tráfego on-line; a americana Amazon aparece em quarto lugar, seguida por Magazine Luiza e Casas Bahia.

México
País onde as compras pelo celular já ultrapassam o desktop, o México deve fechar o ano com 31% a mais de consumidores on-line, maior aumento da região. O mercado de e-commerce deve crescer 12% e saltar para 25% em 2021. Um dos principais destaques, assim como nos outros países, é o consumo de produtos digitais, que cresceu 37%.

Compras internacionais respondem por quase 20% do mercado de e-commerce, principalmente em função da proximidade com os Estados Unidos. Entre os consumidores entrevistados pela Beyond Borders 2020/2021, a preferência por sites internacionais é de 51%, dividindo a atenção com marcas do próprio país. Isso se traduz no tráfego on-line: Mercado Libre, Amazon e Coppel, numa divisão entre marcas locais e globais, são os principais players de e-commerce no México.

Quanto à forma de pagamento, destaca-se o voucher OXXO, que é o terceiro método mais utilizado no país, atrás apenas dos cartões de crédito e débito.

Colômbia
Um dos mercados de e-commerce que mais cresce na América Latina, a Colômbia viu o pagamento com e-wallets saltar 20% neste ano, segundo dados da AMI. As compras pelo celular se equiparam às feitas pelo desktop, e o mercado de e-commerce deve dobrar de tamanho até 2023.

Chama a atenção a penetração de serviços de streaming: 80% dos consumidores consultados pela Beyond Borders 2020/2021 no país possuía assinaturas, percentual bem maior que em outros mercados. Não por acaso, o consumo de produtos digitais na Colômbia cresceu 63% durante a pandemia, segundo dados da AMI.

Mercado Libre, Amazon e Falabella aparecem como os principais players de e-commerce no país, segundo dados de tráfego on-line.

Chile
Apesar de ser o menor mercado entre os países pesquisados, o Chile deve ver o volume de compras on-line dobrar de tamanho até 2023. A população do país é mais bancarizada que no resto da América Latina, e os cartões representam cerca de 85% dos pagamentos no comércio on-line.

Ao mesmo tempo, as compras pelo celular, apesar de ainda serem menos significativas do que em outros países, mostram altíssima aderência nos últimos meses: mais de 80% dos chilenos entrevistados pela Beyond Borders usaram algum app para fazer compras depois da pandemia, o que deve aumentar a participação deste tipo de compra no país.

A chilena Falabella, seguida de Mercado Libre e Yapo, aparece como o principal player de e-commerce no país, de acordo com dados de tráfego on-line.

 

Sobre o EBANX
O EBANX é uma fintech unicórnio com atuação global e DNA latino-americano. Tem operações no Brasil, México, Argentina, Colômbia, Chile, Peru, Equador, Bolívia e Uruguai.  Foi fundado em 2012 para resolver um gap de acesso entre latino-americanos e sites internacionais. Hoje, a empresa oferece mais de 100 opções locais de pagamento da América Latina, já ajudou mais de 70 milhões de latino-americanos a acessarem serviços e produtos globais, e mais de mil sites internacionais a expandirem para a região. AliExpress, Wish, Uber, Pipedrive, Airbnb e Spotify (esses dois em parceria com a Worldline) são algumas das empresas que usam as soluções do EBANX. Em 2019, começou a oferecer processamento local no Brasil, por meio da empresa EBANX Pagamentos Ltda. No início de 2020, entrou definitivamente no mundo B2C, com o lançamento da conta de pagamentos digital EBANX GO no Brasil. Para mais informações, visite https://business.ebanx.com/pt-br/.

 

Crescimento do e-commerce faz varejistas temerem ‘camelódromo digital’

Varejistas afirmam que sistema tributário brasileiro é arcaico e não pega sonegação fiscal em compras on-line

O IDV (Instituto para Desenvolvimento do Varejo), entidade que reúne cerca de 70 grandes varejistas do país, está estudando uma maneira para combater a informalidade e a sonegação de impostos em tempos de aumento nas vendas on-line. Nos meses de pico da restrição social, como abril e junho, mais de 5,7 milhões de clientes fizeram a sua primeira aquisição pela internet, segundo dados da Neotrust. Levantamento da Mastercard Brasil mostra ainda que 46% dos brasileiros aumentaram o volume de compras on-line durante a pandemia e 7% realizaram uma compra digital pela primeira vez. Com a intensificação do e-commerce, dizem representantes do varejo, a informalidade migrou para os meios digitais. “No começo eram camelôs em frente às lojas. Agora, são grandes camelódromos digitais que tiram proveito do nosso sistema tributário arcaico”, diz Flávio Rocha, das lojas Riachuelo e conselheiro do IDV. Ele se refere aos sites marketplace, que abrigam vendedores individuais e empresas que não possuíam lojas on-line -e que, em muitos casos, atuam na informalidade. O presidente do instituto, Marcelo Silva, deixa claro, no entanto, que não existem processos pontuais contra empresas específicas. “Estamos fazendo um conjunto de ações contra informalidade”, afirma. “Não sabemos em que estratosfera a sonegação está, por isso estamos estudando de um modo geral, com as receitas Federal e estaduais, uma forma de combate à pirataria”, diz o presidente do IDV. “Entendemos que muitas plataformas não emitem nota. Entregam para o consumidor com um documento de entrega, sem ser fiscal. E isso é concorrência desleal”, defende. Rocha afirma que o sistema tributário brasileiro foi feito para fiscalizar caminhões que transitavam em rodovias, mas que a evolução trazida pelo comércio eletrônico, onde as mercadorias são despachadas por correio ou transportadoras, exige uma nova abordagem do fisco. “Não adianta rastrear a mercadoria, tem que rastrear o pagamento. Antes, era mais fácil rastrear o caminhão de trigo do que três moedas de outro. Hoje, a mercadoria ficou irrastreável, mas o pagamento é totalmente rastreável.” O presidente do IDV diz que a sonegação aumenta a pobreza. “Somos 212 milhões e apenas 51 milhões tem algum tipo de formalidade. Evitar a sonegação vai fazer com que tenha mais dinheiro para bolsa família e aposentadoria”, diz ele.

Reino Unido estuda implantação de imposto sobre comércio eletrônico

O governo do Reino Unido está considerando a possibilidade de um imposto sobre o comércio eletrônico, à medida que a crise da Covid-19 está acelerando a deterioração das ruas comerciais em todo o país.

Informações do The Guardian revelam que o governo britânico estuda várias formas de mudar o equilíbrio entre os gastos em lojas on-line e lojas físicas. Um número recorde de lojas de rua está desaparecendo, em parte devido aos sucessivos confinamentos, e há o temor de que as cidades fiquem permanentemente diferentes quando as medidas contra o coronavírus forem relaxadas.

Alguns políticos acreditam que um imposto sobre o comércio eletrônico poderia ajudar a prevenir esta situação, mas o British Retail Consortium, entre outros, já alertou para o fato de que esse imposto também atingirá os lojistas de rua que possuam loja on-line. Além disso, a medida também levará a preços mais altos para os consumidores.

Os CEOs de alguns grandes varejistas são a favor do imposto on-line. Estes insistem, particularmente, em condições de igualdade. No Reino Unido, os varejistas são parcialmente tributados sobre o espaço de varejo em que operam (as chamadas taxas comerciais). Isso dá aos players que operam exclusivamente on-line, como a Amazon, uma grande vantagem.

Impulsionados pela crise da Covid-19, os gastos on-line no Reino Unido aumentaram 46% no ano passado. O comércio eletrônico representa 30% do total das vendas no varejo.

Pesquisa mostra que 47% dos brasileiros têm comprado mais on-line na pandemia

A crise do novo coronavírus, e o consequente isolamento social a nível global trouxeram mudanças significativas nos hábitos de consumo da população, com impacto especialmente em economias locais. Segundo a pesquisa Shopping During The Pandemic, realizada pela Ipsos com entrevistados de 28 países, 47% dos brasileiros têm feito mais compras on-line do que faziam antes da pandemia de Covid-19. No mundo todo, o índice é de 43%.

Os respondentes que mais aumentaram a frequência com que fazem compras on-line, desde o início da crise sanitária, foram os do Chile (59%), Reino Unido (55%), Turquia e Coreia do Sul (54%). Enquanto 47% das pessoas no Brasil estão comprando mais pela internet, 17% relataram comprar menos e 36% compram tanto quanto antes.

Com o aumento das compras em plataformas digitais, 36% dos entrevistados País disseram que estão comprando menos em lojas pequenas, de comércio local, se comparado ao período pré-pandemia. Por outro lado, 49% afirmaram ir a lojas tanto quanto antes e 15% têm frequentado tais estabelecimentos com mais frequência do que antes da crise do novo coronavírus.

No que diz respeito aos hábitos de compra, o brasileiro tem evitado frequentar lojas locais mais do que a média das nações. No mundo todo, o percentual de pessoas que tem saído menos para comprar em comércios da proximidade é de 30%.

Mulher, jovem e de alta renda

Globalmente, as pessoas com poder aquisitivo mais alto tiveram o crescimento mais significativo nas compras on-line: 49% fazem mais compras pela internet do que antes. Entre os respondentes de baixa renda, são 37%; na classe média, são 43%.

O perfil que mais aderiu às compras on-line durante a crise de Covid-19, além de ser de alta renda, é também majoritariamente feminino e jovem. De todas as participantes do estudo, 45% disseram estar comprando mais pela internet, contra 41% dos homens. Além disso, 45% dos entrevistados com menos de 35 anos aumentaram o consumo on-line na pandemia, contra 40% entre os mais velhos, de 50 a 74 anos.

“Enquanto 49% das pessoas de classe alta aderiram às compras on-line no mundo, no Brasil o número chegou a 59%. Além disso, as mulheres brasileiras também foram mais seduzidas por esta modalidade de compra (53%, contra 45% globalmente). Sendo assim, é importante que as marcas que querem chegar até o consumidor digital do Brasil pensem em estratégias que atraiam estes públicos”, analisa Rafael Lindemeyer, diretor de negócios na Ipsos.

Restaurantes versus delivery

Assim como a ida às lojas físicas, o brasileiro tem evitado comer fora mais do que o resto do mundo. Dos respondentes do País, 67% declararam estar indo a restaurantes locais com menos assiduidade do que antes. Considerando todas as nações, são 63%.

Apesar da queda da clientela nos salões dos restaurantes de bairro, apenas um entre cada quatro brasileiros (25%) disse ter pedido mais delivery no período pandêmico. Em contrapartida, 35% estão comprando menos comida por delivery e 40% escolhem a modalidade de entrega em casa tanto quanto faziam antes.

De 28 países, apenas oito apresentam um índice de pessoas que aumentaram o consumo por delivery mais alto do que o de pessoas que diminuíram o consumo por delivery. São eles: Chile, Colômbia, Malásia, Estados Unidos, Bélgica, Coreia do Sul, Alemanha e Holanda. Na média do mundo todo, 23% têm recorrido com mais frequência à entrega de refeições, contra 32% que estão pedindo menos delivery e 45% que não mudaram seus hábitos.

“Os indicadores refletem comportamentos adquiridos durante o confinamento. Comprar menos por delivery não significa que o mercado de aplicativos esteja prejudicado, pois está em plena expansão, mas sim que restaurantes que não se adequam a este novo canal perdem apelo ao consumidor. É importante que as empresas do ramo tenham uma estratégia para não ficar de fora do leque de decisão do comprador”, ressalta Lindemeyer.

Redução na ida a restaurantes

As pessoas que menos têm saído para comer são mulheres: 66% do total de participantes do sexo feminino diminuíram suas idas a restaurantes, enquanto 59% dos homens fizeram o mesmo. A faixa etária de 50 a 74 anos está se prevenindo mais, pois 68% relataram queda na frequência com que comem fora. Entre aqueles com idade de 35 a 49 anos, são 64% e, entre os entrevistados com menos de 35 anos, 57%.

A pesquisa on-line foi realizada com 20.504 entrevistados de 28 países, com idades de 16 a 74 anos, entre os dias 20 de novembro e 04 de dezembro de 2020. A margem de erro para o Brasil é de 3,5 pontos percentuais.

Como o Brasil pode tirar o atraso do comércio eletrônico

Para o cofundador do Mercado Livre, o país “reúne as melhores condições para o crescimento do e-commerce”.

“O e-commerce brasileiro levou cerca de 20 anos para chegar a uma penetração de 6% do varejo brasileiro, entre 1999 até 2019.

Ninguém poderia imaginar, portanto, que os quatro pontos percentuais seguintes seriam conquistados em apenas 12 meses.

Esse foi o tamanho do avanço que 2020 trouxe para o comércio eletrônico brasileiro, em um ano em que esse canal virou a salvação para muita gente.

Do lado do consumidor, muitas pessoas novas, de diferentes faixas etárias e poder aquisitivo, recorreram aos sites por necessidade, diante do fechamento de lojas e do receio do Covid-19, ou curiosidade: será que a encomenda chega rápido mesmo?

Do lado do varejo, desde pequenos e médios lojistas, até players importantes da indústria, construíram ou ampliaram sua atuação no mundo on-line.

A necessidade de vender, pura e simples, fez o despertador digital soar para muitos.

A infraestrutura criada ao longo de mais de 20 anos nesse setor atendeu, em boa parte, as duas pontas. O consumidor teve uma boa experiência, o produto chegou.

O varejo físico encontrou dezenas de empresas e ferramentas dispostas a armazenar seus produtos, fazer o atendimento on-line e garantir a complexa logística.

A direção do e-commerce daqui para frente é apenas uma: para cima. É verdade que o lockdown e o auxílio emergencial trouxeram um impulso extra ao setor em 2020, mas, mesmo sem esses dois fatores, não existe a menor possibilidade de o varejo on-line perder participação no mercado.

Um crescimento de quatro pontos não deve acontecer de novo em tão pouco tempo. Mas, com a praticidade da compra em um clique, quem já conhecia o e-commerce está usando mais, enquanto quem ainda não conhecia passou a usar com frequência.

Além disso, 2021 ainda traz restrições para o varejo físico, o que impulsiona uma nova leva de novos entrantes nas compras digitais.

Entre as principais tendências do e-commerce aceleradas pela pandemia, a compra mobile — seja por meio do acesso ao site via celular ou por um aplicativo — viu seu uso crescer muito. Muitas pessoas tiveram o seu primeiro contato com o e-commerce direto no celular e isso deve continuar.

Quando se trata do consumo de novas categorias de produtos on-line, itens de supermercados devem continuar em expansão. É muito mais conveniente comprar tudo em poucos cliques e aguardar os produtos em casa.

Essa é uma das categorias em que apostamos no Mercado Livre, tanto para atrair novos clientes quanto para aumentar a recorrência. Hoje, o nosso usuário ativo faz, em média, uma compra por mês. Acreditamos que, ao trazer mais consumidores para itens de supermercado e também de moda, a atividade média pode aumentar para uma compra por semana.

Outra tendência interessante que veio com a pandemia e deve continuar presente é o e-commerce se tornando cada vez mais social e interagindo com as pessoas nas redes que elas usam.

O live commerce, que promove produtos por meio de lives, por exemplo, une duas tendências: a do entretenimento e a da compra on-line. É algo que tem um grande potencial, e em mercados como a China já está muito mais desenvolvido.

Mais investimentos em logística é outra tendência do e-commerce. Em 2020, tivemos grandes anúncios e isso deve seguir em 2021. A experiência do cliente no e-commerce está intimamente ligada à sua experiência com a entrega.

Enquanto a compra acontece em poucos cliques, em geral o consumidor passa dias esperando pelo produto. O frete no Brasil ainda é relativamente caro. É preciso diminuir o tempo de entrega e baixar custos. Isso se faz com escala e automação.

A integração entre mundo físico e on-line também é um grande desafio tecnológico para muitos lojistas. Pequenos comerciantes ainda carecem de softwares mais sofisticados para digitalizar seus estoques — algo mais evoluído em mercados como o chinês. Isso acaba elevando o tempo de entrega aqui.

Apesar do crescimento do e-commerce nacional, a má notícia é que continuamos atrasados na penetração do comércio on-line em nosso varejo. Os mercados mais desenvolvidos, China, Estados Unidos e Europa, viram seu percentual crescer na pandemia, e ficamos para trás.

A boa notícia é que o Brasil reúne as melhores condições para o crescimento do e-commerce no futuro.

Com mais de 212 milhões de habitantes, temos um tamanho de mercado muito bom. A penetração de cerca de 30% do e-commerce no varejo na China e de 20% nos Estados Unidos mostra que ainda podemos avançar em nosso índice de 10%.

Além disso, muitas empresas estão investindo para construir uma grande infraestrutura em diferentes áreas do e-commerce, como logística, tecnologia e atendimento ao cliente. Ainda vamos crescer muito.”

 

Pioneira no varejo digital no Centro-Oeste, Novo Mundo quer ser 100% multicanal até o fim do ano

Quase um terço da história da rede de varejo Novo Mundo, uma das maiores do Centro-Oeste do Brasil, é on-line. A empresa, que completa 65 anos em abril, possui um e-commerce há duas décadas e começou sua jornada rumo à multicanalidade em 2017. Nesta sexta-feira (5), uma nova filial com esse conceito é inaugurada em Goiânia (GO), e a expectativa é que, até o fim do ano, todas as unidades sejam assim.

As novas lojas exibem um outro nome na fachada: NovoMundo.com. A ideia de adicionar o “.com” é deixar claro que os preços são os mesmos praticados na internet. Para que isso seja possível, a empresa revisou as estruturas das lojas físicas e cortou custos.

As unidades contam com totens de autoatendimento e wi-fi grátis. Os vendedores são chamados de consultores e estão capacitados para atender aos clientes durante toda a compra, ajudando na escolha, no pagamento e na entrega do produto.

“As lojas não têm caixas. O cliente tem uma experiência positiva de preço e de compra”, afirma o diretor da Novo Mundo Digital, Matheus Sepulveda, em entrevista ao portal Mercado&Consumo. Segundo ele, o investimento na área digital jogou a favor da empresa desde o início da pandemia de Covid-19, quando muitas cidades do País entraram em quarentena e o comércio não essencial foi fechado. “Quando a crise chegou, nosso vendedor já tinha o hábito de fazer a venda remota e de se comunicar com o cliente WhatsApp.”

Domínio do Centro-Norte-Nordeste

A Novo Mundo foi fundada em 1956 em Goiânia com foco na comercialização de móveis. Hoje, vende também roupas, brinquedos e eletrodomésticos, entre outros milhares de produtos, diretamente e por meio de parceiros – o site se tornou um marketplace em 2018. Atualmente, são 147 lojas físicas e cinco Centros e Distribuição em nove Estados e no Distrito Federal.

“Nosso objetivo principal é dominar o Centro-Norte-Nordeste do Brasil”, alerta Sepulveda, que faz parte da terceira geração da família do fundador Luziano Martins Ribeiro e começou como trainee, há sete anos. No ano passado, José Carlos Guimarães foi a primeiro executivo fora do núcleo familiar a assumir o cargo de CEO.

No curto prazo, estão os planos de migrar completamente as lojas para o modelo “.com” e triplicar o número de parceiros do marketplace (hoje são cerca de 500). “Vamos investir mais na omnicanalidade e buscar uma experiência sem atrito, uma jornada sem interrupção. A ideia é que, a partir do momento em que o cliente estiver dentro da Novo Mundo, seja no site, seja na loja, o vendedor tenha acesso a ele, se ele desejar compartilhar informações e experiências.”

 

Amazon registra lucro de US$ 7,2 bilhões no 4º trimestre de 2020

A Amazon registrou lucro líquido de US$ 7,2 bilhões no quarto trimestre de 2020, ou US$ 14,09 por ação diluída, um avanço ante os US$ 3,3 bilhões, ou US$ 6,47 por ação, de igual período de 2019. O resultado superou com folga a previsão de lucro de US$ 7,19 por ação dos analistas ouvidos pela FactSet.

A empresa também informou uma troca de comando e sua ação oscilava entre ganhos e perdas no after hours em Nova York.

As vendas da companhia ficaram em US$ 125,6 bilhões no quarto trimestre do ano passado, também acima dos US$ 87,4 bilhões de igual período de 2019. Excluindo-se o US$ 1,7 bilhão de impacto favorável do câmbio, as vendas líquidas tiveram crescimento de 42% na comparação anual, aponta a empresa.

No balanço, a Amazon também anunciou que seu executivo-chefe (CEO), Jeff Bezos, fundador da empresa, passará no terceiro trimestre deste ano à função de diretor executivo.

O próximo CEO da companhia será Andy Jassy, hoje CEO da Amazon Web Services, negócio de computação em nuvem da empresa.

Varejo digital: AliExpress tem os preços mais competitivos do e-commerce no Brasil

O chinês AliExpress oferece os preços mais baratos em 85% dos itens pesquisados e, na média, os valores praticados são 39,2% mais baixos que os de outros nove marketplaces que atuam no Brasil. A conclusão é de uma pesquisa feita pela consultoria Price Survey entre 18 e 28 de dezembro de 2020.

O estudo comparou os preços cobrados por 328 produtos comuns, ou seja, que podem ser encontrados com as mesmas características e versões em vários serviços de compras. Foram analisados os dez sites com maior participação de mercado no e-commerce brasileiro: AliExpress, Americanas.com, Casas Bahia, Extra, Kabum, Magazine Luiza, Mercado Livre, Ponto Frio, Shoptime e Submarino.

Depois do AliExpress, o marketplace com melhores preços é o Mercado Livre, seguido por Ponto Frio. Na média, um item disponível no AliExpress é 36,49% mais barato do que no Mercado Livre e 37,91% mais barato do que no Ponto Frio, aponta a análise.

Os itens avaliados foram divididos em 11 categorias diferentes e, em todas elas, o AliExpress apareceu com os melhores preços. A maior diferença de preços ocorreu na categoria “Beleza e Saúde”, em que os itens vendidos no AliExpress apareceram com preços 74% mais baixos, na média, que os oferecidos por outros serviços.

Além de Beleza e Saúde, foram avaliadas categorias como Relógios, Esportes e Entretenimento, Equipamentos/Acessórios para Carros/Motos, Brinquedos e Hobbies, Telefones e Telecomunicações, Eletrodomésticos, Computador e Escritório, Eletrônicos, Mães e Filhos e Casa e Jardim.