Mesmo com lojas físicas abertas, vendas do varejo on-line sobem 54% em dezembro

As vendas varejistas realizadas pela internet seguem em expansão no Brasil. No mês de dezembro de 2020, elas registraram alta de 53,83%, em relação ao mesmo período de 2019. O faturamento, considerando a mesma base comparativa, teve crescimento de 55,74%.

Os dados são do índice MCC-ENET, desenvolvido pelo Comitê de Métricas da Câmara Brasileira da Economia Digital (camara-e.net) em parceria com o Neotrust/Movimento Compre & Confie.

“Mesmo com a flexibilização e a abertura das lojas do varejo físico para um cenário mais semelhante ao observado antes da pandemia, os dados de dezembro comprovam que as compras on-line tornaram-se um hábito dos consumidores brasileiros. O forte crescimento das vendas de Natal ajudou para que o resultado consolidado do ano realmente fosse um sucesso para o setor”, afirma o coordenador do Comitê de Métricas da camara-e.net e fundador do Neotrust/Compre & Confie, André Dias.

Apesar da boa evolução, as vendas no e-commerce registraram queda de 27,16% na comparação entre dezembro e novembro de 2020. No acumulado do ano, por sua vez, elas fecharam com índice positivo: a tal foi de 73,88%.

Maior alta foi no Nordeste

Considerando-se separadamente as regiões brasileiras, o Nordeste foi aquela que registrou os melhores índices em dezembro, com alta de 77,63% nas vendas do varejo eletrônico. Em seguida, aparecem Sul (66,22%), Sudeste (48,32%), Centro-Oeste (46,99%) e Norte (39,25%). No ano, mais uma vez, o destaque ficou para o Nordeste (alta de 100,34%), seguido por Sul (79,22%), Norte (73,24%), Centro-Oeste (72,87%) e Sudeste (68,74%).

O faturamento do comércio eletrônico, na comparação entre dezembro e novembro, também registrou variação negativa, neste caso de 38,06%. Mais uma vez, no acumulado do ano, houve alta – de 83,68%.

O e-commerce representou, em novembro de 2020, 14,4% do comércio varejista restrito (exceto veículos, peças e materiais de construção). No acumulado dos últimos 12 meses, a participação do e-commerce no comércio varejista correspondeu a 9,3%. Esse indicador foi feito a partir da última Pesquisa Mensal do Comércio do IBGE, divulgado no dia 15 de janeiro.

De acordo com a mesma pesquisa, em novembro, a composição de compras realizadas pela internet, por segmento, ficou da seguinte forma: equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (41,8%); móveis e eletrodomésticos (25,9%); e tecidos, vestuário e calçados (11,8%). Na sequência, aparecem artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (7,5%), outros artigos de usos pessoal e doméstico (7,4%); hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (3,3%); e, por último, livros, jornais, revistas e papelaria (2,3%).

Outra métrica avaliada pelo MCC-ENET revela que, no trimestre de outubro a dezembro de 2020, 18,4% dos internautas brasileiros realizaram ao menos uma compra online, o que representa uma alta de 0,5 ponto porcentual em relação ao trimestre anterior (17,9%). Já na comparação com o mesmo período em 2019 (13,7%), houve crescimento de 4,7 pontos porcentuais.

Alibaba tem receita trimestral acima das previsões

O Alibaba divulgou na última terça-feira (01), receita trimestral acima das estimativas de Wall Street, com a divisão de comércio eletrônico se beneficiando de uma migração para compras on-line desencadeada pela pandemia do coronavírus.

Os resultados aparecem no momento em que a China reprime o império de negócios do fundador da empresa, Jack Ma, tendo forçado a suspensão de um IPO de 37 bilhões de dólares da subsidiária financeira do grupo, a Ant Group.

O faturamento referente ao evento na China do Dia do Solteiro, maior evento de compras on-line do mundo, que ofusca as receitas geradas nos feriados de compras nos EUA, Black Friday e Cyber Monday – teve vendas de 74 bilhões de dólares em novembro.

A receita total do Alibaba aumentou 37%, para 221,1 bilhões de yuanes (34,24 bilhões de dólares) no trimestre encerrado em 31 de dezembro, acima das estimativas dos analistas de 214,38 bilhões de yuanes, segundo dados IBES da Refinitiv.

A receita de seus principais sites de e-commerce aumentou 38%, para um recorde de 195,54 bilhões de yuanes, impulsionada pelas operações da empresa na China, enquanto a economia se recuperava da crise da Covid-19.

O lucro líquido atribuível aos acionistas ordinários foi de 79,43 bilhões de yuanes, ante 52,31 bilhões um ano antes.

A receita para computação em nuvem aumentou 50% ano a ano, atingindo 16,12 bilhões de yuanes, com a divisão divulgando um Ebitda positivo pela primeira vez.

O Alibaba também disse que “não foi capaz de concluir uma avaliação justa” do impacto que o IPO interrompido da Ant terá sobre a empresa.

As autoridades suspenderam a oferta planejada depois que Ma fez comentários públicos criticando os reguladores financeiros da empresa em novembro. Em dezembro, os reguladores começaram a investigar o Alibaba sobre alegadas práticas monopolistas.

 

Lives com vendedores do marketplace aumentam as vendas na Americanas

Toda quarta-feira, às 19h, lojistas parceiros da Americanas poderão fazer demonstrações de seus produtos por meio de chamado live commerce, ou transmissões ao vivo em vídeo, promovidas pela gigante do varejo.

A Americanas, que estreou o projeto Americanas ao Vivo em junho do ano passado, vai oferecer toda a estrutura para as transmissões. Uma equipe de produção ajuda a desenvolver o roteiro da transmissão e dá dicas de gestão de tempo para o lojista.

“Identificamos no Americanas ao Vivo a possibilidade de oferecer aos consumidores uma nova forma de experimentar os produtos, além de apresentar os grandes lançamentos do mercado em primeira mão. Com o potencial que enxergamos no projeto, entendemos que era mais um canal que poderíamos oferecer para os nossos lojistas parceiros crescerem e se desenvolverem ainda mais na nossa plataforma”, afirma o head de marketing da plataforma digital Americanas, Leonardo Rocha.

Desde que deu início ao projeto, a empresa já promoveu mais de 50 horas de transmissão com artistas e influenciadores apresentando produtos ao vivo para os clientes, com a possibilidade de compra imediata pelo app. Com essas ações, que incluíram condições de pagamento exclusivas para os itens demonstrados, a Americanas registrou um crescimento de mais de dez vezes na busca dos produtos divulgados durante as lives e uma conversão de vendas sete vezes maior.

Os lojistas da B2W Marketplace que desejarem participar do Americanas ao Vivo podem se inscrever pelo hotsite criado para ação.

 

Jornal da China pede restrições mais rígidas aos algoritmos usados ​​por plataformas on-line

A China deve aumentar os esforços para proteger os usuários on-line contra violações de privacidade e licitações para direcionar o tráfego da web, tornando mais rígidas as regulamentações sobre o uso de algoritmos por plataformas de internet, disse o jornal estatal People’s Daily.

Os comentários no jornal oficial do Partido Comunista, no poder, seguem as críticas deste mês da Associação de Consumidores da China, dirigidas a empresas de internet que fazem mau uso de dados pessoais e “intimidam” as pessoas para fazer compras e promoções.

Algoritmos podem cortar custos combinando necessidades com serviços, mas algumas plataformas infringem os direitos do consumidor pela “aplicação imprópria de algoritmos” para invadir a privacidade e o uso direto da web, disse o jornal em um editorial na última quinta-feira (28).

“É necessário estabelecer um sistema de supervisão abrangente … para que as aplicações algorítmicas sigam regras e regulamentos e os direitos do consumidor possam ser protegidos”, acrescentou.

O autor do artigo assinado, Yin Shuanghong, um nome que apresenta jogos de palavras com imagens comunistas, listou a legislação nacional, a regulamentação da indústria e a observância social como áreas de preocupação.

“A regulamentação do algoritmo não pode depender apenas da consciência da plataforma”, disse o artigo, acrescentando que as plataformas costumam estar em uma posição mais forte do que os consumidores.

A China aumentou o escrutínio de suas empresas de Internet ao consumidor nos últimos meses, aplicando multas e iniciando investigações em algumas das empresas de maior perfil.

No final do ano passado, Pequim emitiu um projeto de regras com o objetivo de prevenir o comportamento monopolista de empresas de internet. Também lançou uma investigação anti-monopólio na Alibaba Group Holding Ltd.

 

 

Brasil fica em 66º em ranking de países para abrir negócios on-line

Pesquisa avalia critérios como conectividade e bancarização da população.

O Brasil é o 66º colocado em um ranking de melhores países para abrir um negócio on-line, segundo a lista feita pela Best Accounting Software. A organização é dedicada a avaliar sistemas para pequenas empresas e usou critérios como conectividade, velocidade da internet, número proporcional de usuários de redes sociais, bancarizados e tempo necessário para se abrir uma empresa, entre outros.

Mais de 200 países foram avaliados, mas apenas 99 aparecem no ranking devido à ausência de dados em alguns lugares. Segundo reportagem da Folha de S. Paulo, o Brasil ficou atrás de países em que o acesso à internet é controlado, como a China ou a Arábia Saudita, ou de economias bem menores, como Uruguai e Vietnã.

Todos os dez mais bem posicionados são países desenvolvidos, sendo a Dinamarca líder da lista, seguida por Suíça, Holanda e Estados Unidos. Porém, nenhum deles se destaca em todos os aspectos. Os Emirados Árabes Unidos, por exemplo, são os melhores em velocidade de internet para dispositivos móveis. Já a Nova Zelândia é a que mais se destaca em termos de bom ambiente para se começar uma startup.

“Não há um único desafio que afete a maior parte dos países. Por exemplo, aqueles com renda nacional bruta maior tendem a ter conectividade e práticas melhores para dar início a um negócio, mas os empreendedores são frequentemente confrontados com taxas corporativas altas”, explicou a pesquisadora Rebecca Moody, que coordenou o levantamento, à publicação.

Brasil com pouco acesso à internet

Ainda segundo a reportagem, ao todo, foram analisadas 20 categorias diferentes. Além das já mencionadas, os pesquisadores olharam para aspectos bastante específicos, tal qual o número de coworkings disponíveis em um país.

Para avaliá-los, os pesquisadores usaram documentos públicos de entidades como o Banco Mundial e a Tax Foundation. Cada critério recebeu então um número de 0 a 100 e cada país foi pontuado de acordo com a posição que ocupava em relação aos demais. A Dinamarca, mais bem colocada, tem 78,46 pontos. O Haiti, último no ranking, 14,93.

Moody avalia que a má posição brasileira, abaixo da média dos países na segunda metade do ranking, se dá principalmente pelo baixo acesso da população à internet e à péssima infraestrutura. No entanto, a pesquisadora destaca o potencial nacional para fomentar o surgimento de startups.

Ainda de acordo com a Folha de S. Paulo, a pesquisa menciona o crescimento do setor no ano passado e ressalta 2021 como o ano para criar um negócio on-line, sem citar a pandemia. A expectativa é de que as vendas on-line globais cheguem a US$ 6,5 trilhões até 2023, representando 22% do varejo. Hoje, não chega a 15%.

“O que podemos esperar a longo prazo sobre o verdadeiro impacto da pandemia é incerto e está para ser sentido, já que ainda estamos no meio disso tudo. Mas ter uma presença on-line tem se tornado uma prioridade para muitos negócios cujas lojas de tijolo e argamassa foram impactadas pelo lockdown”, completou Moody à publicação.

 

Descentralização do e-commerce potencializa a cadeia logística, explica executivo da Total Express

Durante palestra no The Future of E-Commerce, edição Logística, Eduardo Mayerhofer, Diretor Comercial & Marketing da Total Express, explicou um pouco sobre o processo de descentralização vivenciado hoje pelo varejo brasileiro. De acordo com o executivo, essa é uma tendência mundial que pode beneficiar as entregas e melhorar a experiência dos consumidores.

Ele usou como exemplo os faturamentos assustadores no e-commerce mundial para expressar o crescimento das vendas on-line e, como consequência, a evolução dos processos logísticos em que as empresas brasileiras podem se espelhar.

O mais impressionante, segundo Mayerhofer, é a eficiência com que de países como os Estados Unidos e China, que, em escala continental, conseguem entregar de maneira cada vez mais rápida e inovadora.

Por aqui, já se fala bastante em “same day delivery” (entregas no mesmo dia), mas a média de prazo de entrega no Brasil ainda é de 9 dias, o que afasta o país da experiência que é esperada pela tendência internacional.

Para o executivo, no entanto, essa realidade é uma grande oportunidade para o mercado. Isso porque percebe-se hoje uma descentralização do eixo Rio-São Paulo, que foi durante muito tempo o polo consumidor e distribuidor do e-commerce no Brasil.

Para ele, a descentralização traz diversos benefícios, dos quais ele cita a facilidade de entrega, fragmentação de coleta, capacidade de personalizar o atendimento de acordo com a região e a redução dos custos.

5 principais motivos para a descentralização de operações logísticas:

  • Proximidade dos consumidores e embarcadores locais;
  • Redução do tempo de entrega;
  • Redução de custos;
  • Fragmentação da capacidade de coleta;
  • Viabilização das operações de entrega no mesmo dia.

“Hoje já vemos os grandes varejistas brasileiros próximos aos outros polos consumidores do Brasil, principalmente no Nordeste”, ele explica.

Para as grandes empresas varejistas não é custoso descentralizar os estoques, por causa do forte giro dessas marcas. Porém, para os menores, não é tão simples assim: “é preciso inovar e pensar em alternativas”, diz Mayerhofer.

Os marketplaces, por sua vez, vêm pensando na oferta de facilidades para os lojistas das plataformas, principalmente os pequenos e médios.

“É daí que surge essa necessidade dos marketplaces em construir CDs em múltiplas localidades”, argumenta o executivo, pois isso acaba auxiliando a distribuição e a capilaridade dos lojistas das plataforma, o que, por sua vez, torna-se uma alternativa para os menores.

Ship from store

Segundo ele, a modalidade que mais cresceu entre os varejistas em 2020 foi o ship from store (a entrega vinda da loja).

Além de usar o estoque da loja para fazer a entrega do e-commerce, o ship from store ajuda na regionalização do e-commerce e também na redução de custos e desperdícios para a marca. Funciona basicamente como um hub logístico.

Um estoque menos central, porém localizado perto dos consumidores, torna-se uma vitrine virtual que agiliza o giro de produtos e ainda beneficia a receita da loja.

De acordo com Eduardo, algumas marcas conseguem aumentar em até 30% os lucros com essa estratégia.

Benefícios do ship from store:

  • Aumento da receita;
  • Regionalização;
  • Otimização;
  • Menor desperdício;
  • Minimização de riscos.

F2C

Ligar a indústria ao consumidor final também é uma alternativa viável em alguns casos: na China e nos EUA, esse tipo de estratégia já vem se mostrando muito lucrativa. Conhecida como F2C (Factory to consumer), nela são eliminadas as etapas intermediárias entre indústria e consumidor final (como a distribuição e as redes varejistas), permitindo a venda por um preço mais baixo e aproveitando os estoques e malha de distribuição da própria fábrica.

Dark stores

O conceito de dark stores (algo como “lojas escuras”, em Português) se tornou muito popular em 2020 em decorrência do fechamento das lojas durante os primeiros meses da pandemia.

Não é propriamente o estoque da loja física, pois estes espaços não estão abertos ao consumidor do estabelecimento, mas servem como pequenos espaços mais próximos dos polos consumidores para entrega exclusiva do e-commerce. Muitas vezes aproveitando a estrutura física de estabelecimentos da marca já existentes.

Porém, com tantas alternativas de entrega, por que os prazos não diminuem?

Segundo o executivo, a redução dos voos e a dependência do mercado aéreo prejudicou muitas entregas em escala global e regional também, o que aumentou os prazos em 2020.

Ele espera que com a lenta retomada das atividades em 2021, haja uma mudança de prazos novamente. “Nós, consumidores, somos quem determinamos quais são as necessidades de produção da indústria ou não”, ele explica.

Para ele, o mercado logístico já está mudando. As empresas estão cada vez mais preocupadas em atender de maneira flexível as empresas médias e pequenas, tirando um pouco a dependência dos lojistas das grandes (e caras) transportadoras tradicionais que não se adaptaram.

Pudos

Nova modalidade de entrega, ainda sem tradução, que serve como ponto de transferência secundária, como uma lavanderia ou loja de outra categoria. Trata-se de pontos de “pick up ou drop off”, que funcionam como pontos de retirada e despache de mercadorias.

  • Beneficiam os consumidores que moram em locais de difícil acesso fora da área de cobertura das transportadoras;
  • Beneficia as lojas que não tem uma vazão grande e precisam de soluções logísticas para pequenas quantidades;
  • E beneficia também as transportadoras, que conseguem atender mais lojas e consumidores, dando vazão às demandas que antes ficavam represadas pela dificuldade de entrega.

O The Future Of E-Commerce – Logística 2021 abre o calendário de eventos do E-Commerce Brasil em 2021. Todas as palestras serão disponibilizadas no canal do ECBR no YouTube nos próximos dias.

E-commerce global pode movimentar US$ 3,4 tri em 2025

E-commerce global pode movimentar US$ 3,4 trilhões em 2025

A pandemia de Covid-19 acelerou a mudança das lojas físicas para virtuais. Esse boom de vendas on-line causou um aumento expressivo no número de usuários e na receita. De acordo com os dados apresentados pela consultoria italiana Finaria.it, o número de usuários de comércio eletrônico aumentou 9,5% na comparação anual em meio ao surto de coronavírus e atingiu mais de 3,4 bilhões em 2020. A tendência de aumento deve continuar este ano, com o número crescendo 10%, para 3,8 bilhões.

Esse novo contingente de compradores on-line se refletiu no aumento de receita: o incremento foi de 25%, para US$ 2,43 trilhões em 2020. Muitas plataformas de varejo testemunharam um aumento de tráfego sem precedentes no ano passado, ultrapassando até mesmo os picos das temporadas de férias. As estatísticas mostram que as receitas globais de comércio eletrônico devem chegar a mais de US$ 2,7 trilhões em 2021 e continuar subindo para US$ 3,4 trilhões em 2025.

O setor de moda é o mais representativo nas compras on-line, com expectativa de gerar US$ 759,5 bilhões de receita em 2021, um aumento de 15%. Nos próximos quatro anos, as vendas on-line de vestuário e acessórios devem atingir a marca de US$ 1 trilhão. Com US$ 590,7 bilhões de receita prevista para este ano – ou 12% de incremento – a categoria de brinquedos e hobbies foi classificada como a segunda maior no universo on-line. Espera-se que esse número chegue a US$ 766,8 bilhões em 2025. O levantamento também mostrou que as duas categorias devem gerar um terço das receitas globais de comércio eletrônico este ano.

Vendas on-line de acessórios pessoais alcançaram US$ 15 bilhões em 2020

A pandemia acelerou a adoção do comércio digital, mas a aceitação varia com a faixa etária. Os consumidores, especialmente os grupos mais jovens, são indiferentes à escolha entre atividades físicas ou virtuais, pois eles já não distinguem uma da outra. Em 2020, as vendas on-line globais de acessórios pessoais chegaram a US$ 15,8 bilhões.

Segundo dados do relatório Euromonitor International Digital Consumer Survey, divulgado nesta semana, os consumidores mais jovens preferem as interações digitais, enquanto 68% dos consumidores maiores de 60 anos preferem falar com representantes humanos. Os dados foram coletados entre março e abril de 2020.

Dados do levantamento mostram que os consumidores recorreram aos dispositivos com conexão à internet para manter suas rotinas em meio aos lockdowns que marcaram a pandemia de Covid-19. Usando tecnologias como videoconferência, aparelhos inteligentes, realidade aumentada (RA) e realidade virtual (RV), os consumidores criaram novos hábitos de trabalho, estudo, prática de exercícios, compras e socialização.

De acordo com o relatório, estas ferramentas digitais viabilizaram a Realidade Figital, que mantém os consumidores conectados virtualmente ao mundo exterior apesar da distância física. 87% dos consumidores possuem um smartphone, e estes aparelhos facilitam a adoção de protocolos mais seguros nos espaços físicos.

Outras formas de interação on-line

Os negócios físicos e tradicionais também evoluirão. As empresas dos setores de alimentação e varejo também estão repensando suas lojas físicas, aproveitando os espaços para atendimento de pedidos on-line ou retirada no local.

As empresas estão oferecendo novos produtos via delivery, bem como serviços virtuais que replicam experiências do mundo exterior.

Diante da relutância dos consumidores em visitar lojas lotadas e interagir com humanos, os supermercados se adaptaram rapidamente, oferecendo serviços de pedidos on-line e até entregas por robôs. Segundo o relatório, 44% dos consumidores receberiam tranquilamente uma entrega realizada por um drone ou robô.

A sociedade já estava adotando métodos de pagamento sem dinheiro em espécie ou cartões tradicionais, e a pandemia acelerou esta transição. 20% dos consumidores usam métodos de pagamento via celular diariamente, de acordo com a Euromonitor.

Se quiser baixar o relatório completo, acesse a página da Euromonitor International.

Amazon aumentará taxas para usuários espanhóis após imposto digital

A Amazon aumentará as taxas para empresas espanholas que usam sua plataforma em 3% a partir de abril, depois que o governo implantou o imposto digital, conforme documento da empresa visto pela Reuters.

Um porta-voz da Amazon confirmou que o chamado imposto do Google, que a Espanha começou a cobrar sobre as receitas de grandes empresas digitais a partir de 21 de janeiro, afetaria os usuários de seus serviços.

Países ao redor do mundo estão examinando maneiras de tributar as empresas globais de tecnologia sobre as receitas geradas em suas economias, na ausência de um acordo mais amplo sobre como lidar com seu papel crescente nos negócios e comércio.

O porta-voz acrescentou que a Amazon defende uma abordagem global, em vez de impostos aplicados por países individuais.

O documento da Amazon confirma uma reportagem anterior da mídia on-line espanhola El Confidencial.

A Amazon anunciou um movimento semelhante na França depois que o governo local também aprovou um “imposto Google”.

 

Expansão do comércio eletrônico movimenta mercado de galpões

A expansão do e-commerce e a busca por mais agilidade na ponta da entrega (last mile) revitalizou o segmento de espaços logísticos na cidade e seus arredores. A Fecomercio SP estimou que as vendas on-line representaram 5% da receita do varejo só entre julho e agosto de 2020. O desempenho acelerou a demanda por galpões para centros de distribuição (CDs) e investimentos em espaços alternativos.

Em um raio de 35 km da capital, o espaço disponível para galpões logísticos passou de 198 mil m2 em 2018 para 400 mil m2 em 2020, com novos espaços construídos representando 111 mil m2 em 2018 e 233 m2 em 2020, segundo dados da Jones Lang LaSalle (JLL).

De um lado, estão os grandes condomínios e CDs em raio de até 30 km da cidade, com destaque para Guarulhos e Cajamar, com novas instalações para Mercado Livre e Amazon, que tem quatro CDs na área. O mais recente, inaugurado em setembro, com mais de 100 mil m2 é o maior da marca no Brasil, diz Marcelo Giugliano, diretor de varejo da Amazon. No Estado de São Paulo, o estoque de empreendimentos de alto padrão alcançou 8 milhões de m2 e a vacância caiu de 18% para 13% entre janeiro e dezembro. “É o melhor ano desde 2011”, diz Giancarlo Nicastro, da SiiLa Brasil, especialista no monitoramento do setor.

Do outro lado, cresce a oferta de espaços urbanos para estoques menores e entregas ligeiras, desde galpões antes fabris até mini-hubs em lojas, estacionamentos de shopping centers e de torres de escritórios vazias, além de armários para retirada dos produtos pelo consumidor (lockers) em estações de ônibus ou metrô.

Até espaços de escritórios e hotéis já compuseram ofertas para ocupação logística. “A vacância do segmento na cidade é de 3%”, estima Ricardo Hirata, gerente de locação industrial da JLL. Segundo ele, o mercado seguirá híbrido, com espaços em raio de 10 minutos do consumidor e 35 km ao redor da cidade.

Segundo Simone Santos, CEO da SDS, imobiliária de imóveis logísticos industriais, que registrou 30% de crescimento com locação de galpões em 2020 sobre 2019, pequenos espaços urbanos serão transformados em condomínios logísticos e alguns já têm locatários como Mercado Livre e a operadora LOG. Em Itaquera, a operadora Goodman já adquiriu terreno e em Osasco foi a vez da Bresco, que tem cerca de 160 mil m2 de ABL na região metropolitana e deve chegar a 300 mil m2 com novos projetos, diz o gerente de desenvolvimento de negócios Danilo Biajoli. Os espaços disponíveis são disputados com os setores residencial e varejo. A SDS tem dois contratos em fase de diligência e vê interesse no Butantã, na zona leste e na região central da cidade.

Um dos destaques em 2020 foi a compra da ex-fábrica da Ford, em São Bernardo do Campo, pela construtora São José, capitaneada por Mauro Silvestrini, em conjunto com a Fram Capital e apoio do Credit Suisse e do BTG. Por R$ 560 milhões, o grupo levou 460 mil m2 de área locável (ABL) a 12 km da praça da Sé e com linha de transmissão de energia dedicada.

A ideia é construir 13 galpões para uso múltiplo, ocupados por montadoras de automóveis, fornecedores do ramo, datacenters e empresas de comércio eletrônico com grandes CDs ou módulos de alto valor agregado, informa Carlos Carbone, consultor imobiliário da Fram Capital, que tem mais 60 mil m2 de galpões em Guarulhos e 90 mil m2 em Extrema (MG).

O interesse na última milha reforça investimentos. O Mercado Livre investiu na startup Kangu, que habilita pequenos comércios interessados em operar como mini-hubs para e-commerce. O Magazine Luiza comprou a plataforma GFL, com serviços como entrega no mesmo dia e coleta de produtos nas lojas ou depósitos dos vendedores de seu marketplace.
A B2W iniciou 2020 com 17 CDs e acrescentou mais cinco ao portfólio, cobrindo 12 Estados e desafogando os centros localizados em São Paulo. Em hubs urbanos investe desde 2014 com a compra da Direct. Hoje são cerca de 200 no país, 22 deles em São Paulo. Lojas Americanas e de parceiros somam 5 mil mini-hubs no país.

Em dois anos, o investimento em redução de prazos de entrega, aumento de frequência de compras e programa Frete Mais para frete gratuito alcançará R$ 5 bilhões. Em 2020 a B2W comprou a Supermercado Now e criou o aplicativo de entrega Ame Flash, que agrega interessados em entregas, inclusive a pé. “Hoje toda a entrega é feita pela própria operação”, diz o diretor da B2W Digital Raoni Lapagesse.

A separação de item caiu de 20 para cinco horas em sete CDs automatizados. No último trimestre de 2020, mais de 70% das entregas na cidade foram feitas em 24 horas e, em novembro, foram 144 mil entregas em menos de 3 horas.

O ano acabou com 81 lockers para retirada em estações de metrô e postos de gasolina, 19 deles em São Paulo.