Por que a dona da Temu destronou o Alibaba como maior e-commerce da China?

Com um misto de preço baixo, frete grátis e compras gamificadas, Pinduoduo cresceu a ritmo acelerado e incomoda grandes concorrentes.

Enquanto a dona do AliExpress tenta se reestruturar em meio a vendas “decepcionantes”, seu principal rival na China, a Pinduoduo (PDD), rouba seu posto de maior e-commerce no país asiático. Com um misto de preço baixo, frete grátis e compras gamificadas, a controladora do aplicativo Temu – prestes a chegar ao Brasil – ultrapassou em tamanho a gigante de tecnologia co-fundada por Jack Ma, em dezembro do ano passado. E agora se consolida à frente do concorrente, à medida em que expande os negócios globalmente e tenta roubar a fatia da Amazon nos EUA.

Na última segunda-feira (27), a PDD era avaliada em US$ 218 bilhões, enquanto sua rival chinesa, o Alibaba, em US$ 196 bilhões – valor de mercado 70% menor que quatro anos atrás. A gigante de tecnologia passa por uma intensa reestruturação para enxugar custos e levantar capital, em meio a vendas que não engrenaram nos últimos anos.

Em receita, a PDD ainda fica atrás do Alibaba (BABA34) e da JD.com (outra gigante do varejo online chinês). Mas este cenário também caminha para mudar.

Entre 2019 a 2023, a dona da Temu viu suas receitas crescerem 69% ao ano – apenas em 2023, avançaram 90%, enquanto as concorrentes subiram a um ritmo bem mais lento, na faixa entre 4% e 5% ao ano. A plataforma teve receita de 88,9 bilhões de yuans (US$ 12,4 bilhões) no quarto trimestre do ano passado, primeiro crescimento de três dígitos desde o primeiro trimestre de 2021.

A Pinduoduo se tornou lucrativa pela primeira vez em 2021, após ter focado em redução de custos com logística e uma aposta maior no mercado de varejistas terceirizados. Em apenas dois anos, seu lucro líquido já havia se multiplicado em oito vezes.

Modelo de negócio

A Pinduoduo foi certeira ao conquistar um nicho mais jovem de consumidores que mistura compras e entretenimento. O modelo de compras em grupo que geravam descontos cresceu rapidamente e se expandiu por cidades menores da China. A plataforma conseguiu reunir no mesmo lugar, as redes sociais, consumidores ávidos por essas vantagens. Com tal estratégia, pegou Alibaba e JD “de calças curtas” e vem surpreendendo também outros players, como Shein e Shopee, em termos de popularidade.

Com crescimento acelerado, a PDD aproveitou para construir também uma plataforma de varejo voltada para o agronegócio, hoje a maior do país asiático. Ela acabou tirando de cena varejistas intermediários, conectando diretamente agricultores chineses a consumidores online.

Outra tacada que funcionou foi a expansão da Temu para o exterior, permitindo que vendedores da China pudessem oferecer seus produtos internacionalmente. Hoje, a plataforma de e-commerce é a que mais cresce nos Estados Unidos e Europa, enquanto se prepara para entrar em novos mercados.

Entre os americanos, já é o segundo aplicativo de compras mais popular, atrás apenas da Amazon. O número de usuários ativos mensais da Temu nos EUA disparou 950% no quatro trimestre de 2023, frente um ano antes, quando suas despesas digitais mais que triplicaram, de acordo com dados da fornecedora de dados Sensor Tower.

“A ampla gama de produtos da Temu é particularmente atraente para os consumidores, combinado com um sistema de compras on-line gamificado experiência que incentiva os clientes a tentar a sorte e passar mais tempo no site ou aplicativo”, avaliou, em fevereiro, o BTG Pactual, em relatório.

A varejista chinesa empreendeu uma campanha publicitária multibilionária na internet nos EUA, patrocinando eventos de grande porte como o Super Bowl, à medida em que busca ganhar a participação de mercado da Amazon no maior mercado consumidor do mundo. Os investimentos em marketing de Temu ultrapasaram US$ 1,5 bilhão em 2023 e devem dobrar em 2024, para US$ 3 bilhões.

Pinduoduo no Brasil

Este mês, a varejista chinesa encaminhou à Receita Federal do Brasil um pedido de certificação no programa Remessa Conforme, que permite importar mercadorias abaixo de US$ 50 sem pagar imposto de importação, tendo incidência de 17% de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços).

Já se falava, desde o ano passado, na chegada da Temu ao mercado brasileiro. Sua variedade de produtos, como pets, vestuário, brinquedos, casa e eletrônicos, a coloca como uma player importante para rivalizar com varejistas como Shopee e Amazon.

Marketplaces lidam com altos e baixos no mês de abril

Players e segmentos registraram aumentos e perdas em diversas frentes, e o tráfego do mercado caiu 2,8% em comparação a março.
Abril foi um mês de altos e baixos para o e-commerce brasileiro. Enquanto o volume de acessos às plataformas dos marketplaces via aplicativos subiu 2,3%, o tráfego no setor caiu 2,8% às vésperas do Dia das Mães, conforme apontam dados divulgados pela Conversion no relatório Setores do E-commerce no Brasil.

Líder entre os players do e-commerce nacional, o Mercado Livre cresceu 0,6% durante o período e ultrapassou a casa dos 340 milhões de acessos pela primeira vez em dois meses. A Shopee, terceira maior plataforma do país em termos de acessos, também subiu – e com mais intensidade – em 5,1%, com 182 milhões.

Já a lista de reduções é liderada pela Amazon Brasil, que somou 189 milhões de visitas (queda de 5,8%). OLX (-0,8%) e Magalu (-1,8%), que completam as cinco primeiras marcas mais visitadas, também retraíram.

Neste panorama, a categoria de Presentes e Flores ressecou significativos 11%, enquanto o de Comidas e Bebidas caiu 9,5% em comparação a março. No mesmo intervalo, o segmento Joias e Relógios registrou alta de 5,8% (quase a metade da queda de Presentes e Flores), o maior avanço entre todos os setores avaliados.

Em números absolutos, o resultado de 2024 ficou abaixo do desempenho registrado pelas plataformas em abril do ano passado, quando os acessos somaram 2,44 bilhões de visitas — uma retração de cerca de 1,6%.

Para Diego Ivo, CEO da Conversion, a explicação para a montanha-russa dos números passa pelas características típicas de abril, comumente um mês mais morno para o varejo brasileiro, já que é o último mês sem grandes eventos relacionados ao consumo.

‘Brás digital’: startup coloca lojistas do maior polo de moda da América Latina no comércio online

Empresa oferece consultoria para quem tem um comércio físico faturar também na internet. Desde 2015, mais de 1,5 mil negócios offline se digitalizaram com apoio da plataforma.

Startup coloca lojistas do Brás no comércio online.

A região do Brás, em São Paulo (SP), tem mais de 15 mil estabelecimentos comerciais – a maioria: lojas de atacado e varejo. É o maior polo de moda da América Latina. Por lá, além da Bia do BBB, passam mais de 300 mil pessoas por dia.

E o varejo físico tradicional está se digitalizando, ou seja, migrando do offline para o online. Um dos responsáveis por essa transição é o Rodrigo Garcia, que tem uma empresa focada na digitalização de negócios offline (veja na reportagem em vídeo acima).

A principal missão é digitalizar os lojistas do Brás e colocá-los para venderem diretamente aos consumidores finais através de marketplaces, os chamados shopping virtuais, que reúnem produtos de diversos lojistas.

O Rodrigo oferece consultoria para quem tem um comércio físico faturar também na internet. Desde 2015, mais de 1,5 mil empresas se digitalizaram com apoio da startup do Rodrigo. Metade, negócios do Brás, como a loja feminina do empreendedor Jehad Ayoud.

No mundo virtual, o lojista precisa se destacar nos sites de busca, nas redes sociais e também nos marketplaces. Para encantar o consumidor, tem que ter boas fotos e vídeos 🤳📱.

Com apoio da startup do Rodrigo, a loja do Jehad se transformou no que se chama de “figital”: um negócio físico e digital. E, hoje, o digital representa em torno de 30%, 40% do faturamento total da loja.

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E-commerces chineses dominam 50% das visitas em abril, anuncia Conversion

Em meio ao debate sobre o fim das isenções tributárias para compras internacionais abaixo de US$ 50 (cerca de R$ 256, na cotação de maio), as plataformas de importados, que seriam as mais impactadas por essa mudança, registraram crescimento pelo terceiro mês consecutivo, alcançando o melhor desempenho desde novembro de 2023.

Conforme o Relatório Setores do E-commerce, da Conversion, os importados representam hoje 7% do total de acessos em todas as plataformas online, com visitas provenientes principalmente da web, tanto por desktop quanto por dispositivos móveis.

Em abril, as visitas únicas chegaram a 170,6 milhões, um aumento de 0,9% em relação a março. O último desempenho superior ocorreu em novembro, com 202,5 milhões de acessos, muito impulsionados pela Black Friday.

O setor é dominado por empresas asiáticas, especialmente as chinesas Shein e Aliexpress, que juntas somaram 139 milhões de acessos, representando 82% do total de acessos no segmento de importados. No entanto, o maior crescimento foi registrado por outra empresa chinesa, a Made in China, que teve um aumento de 31,3% nas visitas mensais, entrando para a lista dos dez e-commerces internacionais mais visitados pelos brasileiros, na décima posição.

Com o fenômeno “chu hai (出海)”, que descreve a expansão global das empresas chinesas, os e-commerces chineses atualmente dominam 50% do ranking de importados no relatório. As empresas mais destacadas são: Shein (1º), Aliexpress (2º), Alibaba (5º), Banggood (8º) e Made in China (10º).

Também não se pode esquecer da chegada de outra gigante chinesa: Temu, que acabou de pedir registro para o Remessa Conforme, podendo começar suas atividades no Brasil no segundo semestre do ano.

Para o CEO da Conversion, Diego Ivo, “é importante que as empresas sejam ouvidas na discussão tributária. Apenas negócios habilitados no Programa Remessa Conforme (PRC) possuem a isenção atual, pagando uma taxa de 17% do ICMS.

Os e-commerces estrangeiros, que competem com os brasileiros sem a mesma carga tributária, estão impactando fortemente a indústria e o varejo no país, então creio que seja necessária alguma isonomia de tributos”, comenta.

Saúde & Farma: tendências e oportunidades no e-commerce

O e-commerce tem revolucionado diversos setores, e o mercado de Saúde & Farma no Brasil não é uma exceção. À medida que os consumidores se tornam cada vez mais digitais, as farmácias e empresas de saúde estão adaptando suas estratégias para atender a essa demanda crescente.

Descubra como o e-commerce está revolucionando o setor de Saúde & Farma no Brasil, impulsionando a digitalização de farmácias e empresas de saúde para atender às demandas crescentes dos consumidores digitais.

Segundo dados recentes da Febrafar, as vendas online de medicamentos e outros produtos de farmácia continuam crescendo, respondendo por mais de 20% do faturamento total em grandes redes, cujos canais online são mais maduros. Em 2024, 26,9% dos consumidores declararam realizar a compra de medicamentos de forma não presencial, ressaltando a significativa adoção do canal digital para a aquisição de medicamentos e indicando uma mudança nos hábitos de consumo dos clientes de farmácias.

Telemedicina integrada ao e-commerce
A integração da telemedicina com plataformas de e-commerce é uma tendência forte. Consultas médicas online que resultam em prescrições eletrônicas podem ser imediatamente atendidas por farmácias online, garantindo que os pacientes recebam seus medicamentos rapidamente e de forma segura. Essa sinergia entre telemedicina e e-commerce não só agiliza o atendimento ao paciente, mas também melhora a aderência ao tratamento ao facilitar o acesso imediato aos medicamentos prescritos.

Personalização e atendimento ao cliente
O uso de inteligência artificial e big data permite que plataformas de e-commerce ofereçam uma experiência personalizada para cada cliente. Recomendações de produtos com base no histórico de compras, lembretes de reabastecimento de medicamentos e atendimento ao cliente 24/7 são alguns exemplos de como a personalização está sendo implementada. Além disso, entre os consumidores que realizam compras de medicamentos de forma não presencial, o estudo da Febrafar aponta que 57,6% preferem usar o WhatsApp, seguido pelo telefone (30,4%), aplicativos (9,4%) e sites (1,7%). Essa tendência destaca o papel crucial do atendimento personalizado e da facilidade de acesso por meio desses canais.

Sustentabilidade nas entregas
A sustentabilidade está se tornando um diferencial competitivo. Empresas de e-commerce no setor de Saúde & Farma estão adotando práticas eco-friendly, como embalagens recicláveis e opções de entrega verde, para reduzir seu impacto ambiental e atrair consumidores conscientes. A adoção de práticas sustentáveis não só contribui para a preservação do meio ambiente, mas também melhora a imagem da empresa junto a um público cada vez mais preocupado com a sustentabilidade.

Expansão dos marketplaces de saúde
Marketplaces especializados em produtos de saúde e bem-estar estão ganhando força. Essas plataformas oferecem uma vasta gama de produtos, desde medicamentos e suplementos até equipamentos médicos e itens de higiene, proporcionando uma experiência de compra completa e conveniente para os consumidores. A variedade de produtos disponíveis em um único local facilita a vida dos consumidores e promove a competitividade entre os fornecedores, beneficiando os clientes com melhores preços e ofertas.

Confiança e segurança
Garantir a segurança e a autenticidade dos produtos é fundamental. Empresas estão investindo em certificações e em tecnologias de rastreamento para assegurar que medicamentos e produtos de saúde sejam genuínos e que a privacidade dos dados dos clientes seja protegida. A confiança dos consumidores é vital para o sucesso do e-commerce no setor de saúde, e investimentos em segurança são essenciais para manter essa confiança.

Parcerias estratégicas
Parcerias entre farmácias, hospitais e startups de tecnologia estão criando ecossistemas integrados que facilitam a jornada do paciente. Essas colaborações estão possibilitando a criação de soluções inovadoras que melhoram a acessibilidade e a eficiência do atendimento médico. As parcerias estratégicas permitem a integração de diferentes serviços e tecnologias, oferecendo uma experiência mais coesa e eficiente para os pacientes.

Oportunidades para expansão
Apesar do crescimento do e-commerce, o uso de sites e aplicativos específicos de entrega para a compra de medicamentos ainda não é um hábito da maioria dos consumidores. Isso representa uma oportunidade significativa para as farmácias expandirem e melhorarem seus serviços digitais, oferecendo plataformas mais integradas e fáceis de usar que encorajem uma maior adoção do comércio eletrônico.

Adoção crescente de compras online além dos medicamentos
O estudo da Febrafar ainda revela um aumento significativo no percentual de consumidores que costumam comprar diferentes produtos pela internet, passando de 11,2% em 2021 para 56,7% em 2024. Isso reflete uma maior digitalização dos consumidores, que se estende além do segmento de farmácias, abrangendo diversas categorias de produtos.

Conclusão
O e-commerce no mercado de Saúde & Farma no Brasil está transformando a forma como os consumidores acessam e compram produtos de saúde. Com foco na conveniência, personalização e sustentabilidade, as empresas estão bem posicionadas para atender às necessidades crescentes dos consumidores digitais. A inovação contínua e as parcerias estratégicas serão fundamentais para capitalizar essas oportunidades e promover um futuro mais saudável e acessível para todos. O setor está em um momento de grande potencial, e aqueles que investirem em tecnologia e inovação estarão na vanguarda dessa transformação.

Google investe US$ 350M no ecommerce indiano Flipkart

O Google está investindo quase US$ 350 milhões na Flipkart, startup indiana de comércio eletrônico de propriedade do Walmart. O aporte faz parte de uma rodada de quase US$ 1 bilhão iniciada em 2023, a qual foi liderada pelo próprio Walmart, responsável por aplicar US$ 600 milhões.

Como parte do acordo, o gigante das buscas também fornecerá à Flipkart ofertas de nuvem, conforme anunciou a startup em breve comunicado nesta sexta (24). O Google, que atinge mais de meio bilhão de pessoas na Índia, identifica o país como um mercado externo importante.

Em 2020, a empresa revelou planos de investir US$ 10 bilhões em negócios indianos pelos próximos cinco e sete anos, segundo reportou o TechCrunch na época. Desde então, o Google investiu US$ 4,5 bilhões na operadora de telecomunicações Jio Platforms e mais US$ 1 bilhão na Airtel.

Líder do e-commerce indiano
A Flipkart, avaliada em mais de US$ 37 bilhões, lidera o mercado de comércio eletrônico na Índia, onde atende a centenas de milhões de consumidores em cidades menores do país. Em 2021, a startup recebeu US$ 3,6 bilhões em uma rodada de investimento que teve participação do SoftBank. Com a arrecadação, a empresa passou a valer mais do que o dobro do montante pelo qual o Walmart comprou uma participação de 77% em 2018.

Também proprietária da startup de comércio eletrônico de moda Myntra, a companhia comanda cerca de 48% do mercado indiano de comércio eletrônico, de acordo com dados da Bernstein – a consultoria estima ainda que o mercado de e-commerce da Índia valerá US$ 133 bilhões até o próximo ano.

As principais concorrentes da Flipkart são a Reliance Retail, Amazon e Meesho, apoiada pelo SoftBank. A Reliance Retail – administrada pelo homem mais rico da Ásia, Mukesh Ambani – foi avaliada em US$ 100 bilhões em um investimento de quase US$ 2 bilhões feito pela QIA, ADIA e KKR no ano passado

Shein e Shopee destacam “nacionalização” das operações no Brasil no 1° dia do Digitail

Shein e Shopee destacam “nacionalização” das operações no Brasil no 1° dia do Digitail
Shein e Shopee, as duas plataformas gigantes do varejo asiático em operação no Brasil, destacaram a nacionalização das transações no País no primeiro dia do Digitail Conference, evento realizado pela Gouvêa Experience, que acontece nos dias 22 e 23 de maio em São Paulo.

Segundo Raul Jacob, diretor de Marketing da Shein, a meta da companhia é chegar a 2026 com 85% das vendas totais realizadas por produtores brasileiros. Para isso, está expandindo a operação para mais cinco estados. No início do ano, chegou ao Rio Janeiro, agora, está indo para Minas Gerais e, até o final de 2024, desembarcará no Paraná, em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul.

Na prática, isso significa que a varejista está abrindo as portas para os produtores fora de São Paulo. Jacob explicou, na palestra “Made in Brazil: o fenômeno Shein também no marketplace”, apresentado nesta quarta-feira, 22, que “expansão”, para a empresa, significa levar a logística para os locais onde os vendedores estão e oferecer o mesmo nível de entrega e eficiência dos pontos onde já opera.

“Hoje, no Brasil, a gente tem três frentes de negócio: o marketplce que eu lidero, a produção local, isto é, marcas Shein feitas no Brasil, e a importação de produtos. Mas, o foco é 100% no marketplace e na produção local”, contou Jacob. Ainda segundo o executivo, atualmente, 55% das vendas da plataforma são realizadas por vendedores brasileiros.

“A gente consegue rodar uma operação aqui com a mesma qualidade, a mesma força, que temos na importação. O marketplace já representa o maior faturamento da Shein no Brasil e isso mostra que temos um poder de localização e nacionalização muito forte. É só mais um passinho para ter uma empresa 100% brasileira”, garantiu.

Shopee no Brasil e inovações para 2024
Rodrigo Farah, head de Branding e Live Commerce da Shopee, afirmou que 90% das transações dentro do aplicativo são nacionais, isto é, entre vendedores e consumidores brasileiros. São 3 milhões de empreendedores e lojistas no País cadastrados, entre os quais 9 em cada 10 possuem CNPJ. Para a companhia, ele afirmou, a taxação sobre produtos importados não irá impactar o negócio.

“Esse processo de nacionalização aconteceu ao longo de 4 anos, desde que a Shopee chegou [ao Brasil]. E batemos essa marca em março de 2024”, disse Farah. A empresa emprega diretamente mais 10 mil colaboradores em território nacional.

O executivo disse que a estratégia de marketing continua agressiva e sem nenhuma redução de recursos para este ano. “O foco é conseguir cada vez mais usuários mensais para a plataforma e uma das principais frentes de investimento é a live commerce combinada com marketing de afiliados”, contou.

Em sua palestra, “Live commerce exponencial: como explorar o verdadeiro potencial dessa ferramenta de vendas”, Farah contou que uma das novidades para este ano é a liberação do botão de live para os afiliados. São 2 milhões cadastrados. A opção, no entanto, não está disponível igualmente. “Liberamos para alguns afiliados e planejamos melhor comissionamento para aqueles que indicarem produtos em suas lives”.

O foco nessa ferramenta se baseia em alguns números que o executivo compartilhou com a plateia presencial e online do Digitail: na China, US$ 562 bilhões do faturamento da Shopee, em 2023, vieram de live commerce e a projeção é de que atinja US$ 843 bilhões no próximo ano. No Brasil, a empresa passou de 10 lives diárias no ano passado para 250 por dia este ano. As pesquisas da plataforma mostraram que os vendedores adeptos vendem 5 vezes mais e ampliam o número de seguidores, reforçando laços de comunidade, uma vez que que a estratégia aproxima quem vende de quem compra no marketplace.

No próximo dia 6 de junho, as ofertas da data dupla da Shopee serão transmitidas em live também pelo canal da Band, uma estratégia que algumas empresas começaram a adotar recentemente.

Shein rebate varejo e indústria e afirma que 88% das compras são feitas pelas classes C, D e E

Varejista diz que o que está em jogo é o poder de acesso e compra dos brasileiros a produtos internacionais.

A Shein publicou uma pesquisa feita pela Ipsos para rebater as críticas feitas pelo varejo e indústria nacionais de que a isenção fiscal prevista no Remessa Conforme para compras internacionais de até US$ 50 beneficia quem ganha mais.

Segundo o estudo, no primeiro trimestre de 2024, o percentual de consumidores das classes C, D e E que adquirem produtos internacionais na plataforma da empresa é de 88%, sendo 50% das classes D e E e 38% da classe C.

“Em um momento em que o que está em jogo é o poder de acesso e compra dos brasileiros a produtos internacionais de qualidade e acessíveis, a pesquisa realizada mostra o verdadeiro retrato dos consumidores da plataforma e ainda aponta que apenas 11% dos consumidores pertencem às classes A e B”, diz a gigante chinesa.

A Shein cita ainda o levantamento feito pelo Plano CDE, com consumidores de diversas plataformas internacionais, de que 61% do público vê nos sites internacionais a possibilidade para a população mais pobre ter acesso ao consumo – e que a desistência da compra quando são cobrados os impostos é maior entre as classes C, D e E (37%) que nas classes A e B (32%).

Nesta semana, a CNI (Confederação Nacional da Indústria), em parceria com o IPRI (Instituto de Pesquisa em Reputação e Imagem), divulgou uma pesquisa dizendo que apenas 18% da população com renda de até dois salários mínimos fizeram compras onlines internacionais de produtos com isenção de até US$ 50.enquanto 41% são feitas entre os que ganham acima de cinco mínimos.

Com faturamento de R$ 40 bi no comércio eletrônico, Santa Catarina recebe evento de e-commerce

Florianópolis recebeu na segunda quinzena de maio, o Uni E-commerce Con Florianópolis 2024. O evento ocorreu entre 15 e 16 de maio; Santa Catarina tem se destacado como o quarto maior vendedor por e-commerce no país, alcançando um total impressionante de R$ 40,46 bilhões em transações, conforme dados do Observatório do Comércio Eletrônico, plataforma do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).

Esses números colocam o estado em posição de destaque, ficando apenas atrás de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, que registraram, respectivamente, R$ 290,87 bilhões, R$ 88 bilhões e R$ 47,94 bilhões em vendas.

De acordo com um estudo realizado pela plataforma de pagamentos Nuvei, em parceria com a Americas Market Intelligence (AMI), espera-se que o mercado de e-commerce no país cresça aproximadamente 80% até 2026.

O setor atingiu aproximadamente R$ 211 bilhões em 2022, tem projeção de alcançar os R$ 432 bilhões em 2026, representando um aumento de aproximadamente 20% ao ano.

Diante da crescente complexidade das relações de consumo, o comércio eletrônico e os marketplaces enfrentam o desafio de obter o máximo de informações possíveis sobre o comportamento do consumidor e aprimorar o relacionamento com eles.

Durante os dois dias de encontro, o evento proporcionou aos lojistas de e-commerce insights valiosos, que destacaram estratégias comprovadas para aumentar as vendas no comércio eletrônico. Com a presença de especialistas renomados do mercado digital, como a Magis5, uma plataforma especializada em integração de marketplaces e automação, os participantes tiveram acesso a conhecimentos práticos essenciais para alavancar seus negócios na internet.

Entre os assuntos que foram discutidos no Uni E-commerce Con foi o acesso às tecnologias para a integração de lojas a marketplaces como Amazon, Shopee e Mercado Livre, como forma de impulsionar as vendas. “Nossa plataforma permite automatizar processos, como expedição de pedidos e emissão de notas fiscais, deixando o empreendedor livre para pensar de forma estratégica em seu negócio”, ressalta Claudio Dias, CEO da Magis5.

Centrais sindicais se unem a confederações pelo fim da isenção do imposto de importação

A taxação dos produtos dessas plataformas internacionais foi incluída no projeto de lei que regulamenta o Mover.

As centrais sindicais se uniram às confederações empresariais contra a manutenção da isenção do imposto de importação para produtos até US$ 50 e enviaram uma nota conjunta à Câmara dos Deputados pedindo o fim do benefício.

A taxação dos produtos dessas plataformas internacionais foi incluída no projeto de lei que regulamenta o Programa Mobilidade Verde e Inovação (Mover), voltado para o setor automotivo, mas enfrenta resistência do PT e de parte do governo Lula, que vê a medida como impopular. A votação da proposta estava prevista para acontecer nesta quarta-feira, 22, mas não foi incluída na pauta.

A nota conjunta cita “a injustificável desigualdade na tributação entre a produção nacional e as importações de até 50 dólares, via plataformas de comércio eletrônico, destrói empregos no Brasil. É impossível que a indústria e o comércio nacionais paguem em média 45% de impostos sobre o consumo (IPI, PIS/Cofins, ICMS e ISS) embutidos nos seus preços e concorram com produtos importados que pagam apenas 17% de ICMS e nada em tributos federais dentro do Remessa Conforme”, diz.

O documento cita ainda estudo realizado pelo Instituto de Pesquisa em Reputação e Imagem (IPRI), da FSB Holding, que aponta que entre as pessoas com renda familiar de até um salário mínimo, apenas 15% fizeram compras internacionais em sites ou aplicativos. Esse percentual chega a apenas 21% entre as pessoas que recebem entre um e dois salários mínimos. Quando se observa que o percentual chega a 41% entre as pessoas com renda familiar superior a cinco salários mínimos, fica evidente que quem mais se beneficia da vantagem tributária concedida às importações de até US$ 50 são as pessoas mais ricas.

Por outro lado, dados da área técnica da CNI apontam que, ao perder vendas para essas importações menos tributadas, a indústria e o comércio nacionais deixam de empregar 226 mil pessoas. Caso o valor dessas importações aumente, com produtos ainda mais caros, a redução na geração de empregos na economia brasileira pode chegar a 777,1 mil postos de trabalho.

A nota é assinada pelas Confederações Nacionais do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), da Indústria (CNI) e da Agricultura (CNA), bem como pela Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos, Força Sindical, Nova Central Sindical de Trabalhadores, Central dos Sindicatos Brasileiros, IndustriALL Global Union, Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio e Serviços e União Geral dos Trabalhadores.