E-commerce B2B: desafios e particularidades de um segmento em ascensão

Quando surge o assunto de vendas online, é bastante comum nos limitarmos apenas ao comércio B2C. No entanto, o e-commerce B2B também está ganhando bastante força no mercado, consolidando-se como uma alternativa viável e repleta de benefícios.

Pensando nisso, no artigo de hoje, vou abordar diversos tópicos relacionados ao e-commerce B2B, apresentando os desafios e as particularidades que envolvem esse setor.

O que é e-commerce B2B?

De maneira simples e direta, o e-commerce B2B (sigla para business to business) é uma loja virtual que vende produtos ou serviços para outra empresa.

Assim como qualquer organização B2C, os e-commerces B2B podem ter tamanhos, níveis de complexidade e modelos de negócio diferentes.

Ou seja, eles podem abranger segmentos variados e contemplar diversas soluções, desde serviços contábeis, jurídicos e digitais até produtos físicos como máquinas, equipamentos, bens de consumo, embalagens, entre outros.

Apesar do grande potencial envolvido, muitas pessoas ainda não fazem ideia do tamanho do mercado de e-commerce B2B. Para se ter uma ideia, dados divulgados pela McKinsey apontam um aumento de 62% do e-commerce B2B, considerando apenas o território brasileiro.

Além do mais, segundo informações da E-Consulting, antes mesmo da pandemia, as vendas online B2B movimentaram aproximadamente R$ 2,39 trilhões no Brasil.

As diferenças entre os e-commerces B2B e B2C

O e-commerce B2C tem como público-alvo os consumidores finais. Por isso, é comum que diversas lojas virtuais tentem simular uma jornada de compra relativamente parecida com o que acontece em uma loja física (guardadas, claro, as devidas proporções).

Por sua vez, o e-commerce B2B não segue o mesmo caminho linear. Isso acontece porque os clientes B2B acabam abrangendo setores com necessidades e processos de compra muito distintos.

Para poder explicar melhor, confira dois exemplos abaixo:

  • Um e-commerce B2B que distribui suprimentos médicos pode realizar vendas para laboratórios, clínicas privadas ou até mesmo hospitais públicos.
  • Em paralelo, uma distribuidora de alimentos pode vender tanto para restaurantes quanto para supermercados, que são modelos de negócio totalmente diferentes, mas utilizam o mesmo material base durante as rotinas de trabalho.

Com isso, é possível conquistar um faturamento maior e mais sólido, atingindo diferentes personas com a mesma solução ou produto. Além do mais, por conta da natureza digital do e-commerce B2B, você será capaz de alcançar potenciais clientes de diferentes regiões do Brasil e do mundo.

Particularidades do e-commerce B2B

Dito isso, chegou a hora de apresentar quais são as principais particularidades do modelo de e-commerce B2B.

Relações de longo prazo

Negociações entre empresas são muito mais do que transações pontuais. Na verdade, as compras nesse segmento podem gerar parcerias de longa duração.

Enquanto os consumidores finais costumam procurar produtos para atender às necessidades mais imediatas, o e-commerce B2B ajuda outros negócios a terem sucesso. Essa conexão, no final das contas, tem como objetivo contribuir para que ambas as partes conquistem ótimos resultados.

Assim, todos saem ganhando, e você poderá desfrutar desse benefício enquanto contribui para o sucesso do seu comprador.

Produtos e preços personalizados

A personalização é bastante útil para o e-commerce B2C. No entanto, quando falamos de e-commerce B2B, ela passa a ser imprescindível, principalmente para quem deseja garantir vendas mais expressivas.

Por esse motivo, é muito importante criar um modelo que permita uma negociação adaptável e que considere a realidade das empresas de cada comprador. Diferentemente dos vendedores B2C, no e-commerce B2B, pode ser necessário aderir à prática de definição de preços com base em fatores externos.

Por exemplo, se determinado produto tem um preço base específico, cabe ao distribuidor ajustá-lo de maneira dinâmica para atacadistas, varejistas e distribuidores, levando em conta aspectos como volume, localização ou outros critérios pré-estabelecidos.

Métodos de pagamento mais complexos

Um consumidor comum geralmente conclui suas transações através do cartão de crédito, boleto bancário ou por meio de soluções como o Pix. No entanto, quando falamos de empresas, o assunto é um pouco mais complexo.

Quando uma organização compra em um e-commerce B2B, ela espera ter acesso a opções de pagamento compatíveis com a sua realidade. Isso inclui descontos com base na quantidade de materiais adquiridos, além de métodos de pagamento específicos, como transferência, parcelamento em boleto ou, em alguns casos, através de alternativas mais modernas como o blockchain.

Ciclo de compras mais longo

As transações por meio do e-commerce B2B possuem um ciclo mais longo, contrastando diretamente com o modelo B2C, em que os clientes compram de forma mais rápida.

Por esse motivo, os vendedores B2B podem ter que lidar com uma base menor de leads. Em compensação, é comum que haja um ticket médio mais alto, mais cotações e recorrência de compras.

Isso acontece porque as empresas procuram encontrar fornecedores confiáveis para manter a continuidade nas negociações. Afinal, o processo de produção de uma fábrica, ou de uma empresa do varejo, se torna muito mais otimizado quando uma parceria de sucesso é formada.

Dessa forma, enquanto o e-commerce B2B conquista vendas mais consistentes, o comprador garante um fluxo de trabalho contínuo para a empresa.

Um ponto em comum entre B2B e B2C

Por outro lado, é preciso pontuar que também existe uma semelhança muito evidente entre os consumidores B2C e B2B. No caso, estou falando do desejo de ter uma experiência única e dinâmica durante todo o procedimento.

Apostal do omnichannel é uma das formas mais eficazes de colocar isso em prática, afinal, estamos falando de um conceito que busca unificar a experiência entre ambientes físicos e digitais e que já se tornou uma realidade em empresas dos mais diferentes segmentos.

Através dessa solução, é possível garantir um diferencial maior para o seu negócio, oferecendo uma experiência integrada e alcançando novas oportunidades, sem deixar de lado aqueles clientes que ainda preferem as negociações mais tradicionais.

Além do mais, para tirar essa ideia do papel, é muito importante que sua loja virtual esteja em uma plataforma de e-commerce personalizável. Ela precisa oferecer as funcionalidades necessárias para o e-commerce B2B e ser otimizada para diversos tipos de negócios.

Live commerce tem taxa de conversão superior à do e-commerce tradicional

As diversas facilidades e funcionalidades e o crescimento das lives impulsionaram modelo.

O live commerce, modalidade de vendas por meio de vídeos ao vivo, é uma das tendências recentes no varejo atual que ganhou espaço durante a pandemia. Com as pessoas passando mais tempo em casa e, consequentemente, em seus celulares, as transmissões ao vivo ganharam volume e espaço na rotina do consumidor.

Apesar de recente, o novo modelo já apresenta resultados que comprovam sua eficácia, principalmente se comparado com métricas do e-commerce tradicional. Segundo pesquisa feita pelo Grupo Bittencourt, consultoria especializada no desenvolvimento, gestão e expansão, a taxa de conversão do live commerce é de 16%, enquanto a do e-commerce tradicional é de 2%.

“Numa sessão de live commerce a atenção do consumidor está direcionada para o conteúdo apresentado. É uma entrega completa de experiência e relacionamento com conexão real e instantânea com os consumidores”, explicou Lyana Bittencourt, CEO do Grupo Bittencourt

O live commerce tem como objetivo resolver um dos principais problemas do varejo, que é transmitir a humanização e a experiência do universo físico para o digital. Por meio do streaming, o consumidor pode interagir ao vivo e ainda comprar em tom de uma conversa comum.

Lyana também destaca as diversas facilidades e funcionalidades deste modelo, como permitir que o cliente compre os produtos na mesma tela em que assiste à live, o check-out descomplicado e todo o conteúdo único da transmissão. “As marcas costumam fazer ofertas exclusivas para a live, ou seja, além de tudo, o consumidor tem o senso de urgência e da escassez da oferta, o que acaba resultado em vendas e resultado para as marcas”, completou Lyana.

Para a pesquisa, a consultoria utilizou como base os resultados alcançados na operação de 2021 da plataforma de live commerce StreamShop. A empresa somou ao longo do ano passado diversas parcerias com grandes players do varejo nacional, como Natura, Vivo, Buscapé, Riachuelo, Banco Inter e Reserva, entre outros.

C&A lança entrega em até 2 horas e devolução de pedido on-line na loja

Recursos visam aprimorar a integração entre o ambiente físico e o digital. Operação on-line da marca cresceu mais de 30% em 2021, com receita de R$ 900 milhões.

C&A lançou recentemente dois novos recursos para as compras online: a entrega super expressa, em até duas horas após a realização do pedido, e a devolução em loja dos pedidos realizados pela internet, de acordo com informações exclusivas obtidas pela EXAME. Ambos os recursos visam acelerar o desenvolvimento da operação digital da companhia e da consequente integração com as lojas físicas – principalmente após o boom de compras on-line durante a pandemia. No último ano, as vendas digitais cresceram 36,8% em 2021 e chegaram a R$ 900,7 milhões.

Em relação à entrega super expressa, o recurso está em fase de testes somente na capital paulista e disponível para as compras realizadas entre 9h e 17h e funciona somente para os produtos disponibilizados pelo estoque da C&A (compras via marketplace não estão incluídas nessa novidade). Até o Dia das Mães, a meta da companhia é que toda a região metropolitana já possa contar com o recurso. Com a entrega rápida (comparável à de players como Amazon e Mercado Livre, além da Amaro, no próprio setor) a empresa se torna – entre as grandes varejistas de moda – a campeã em prazo de entrega na região.

A razão operacional para  testar o modelo em São Paulo está relacionada, em termos de infraestrutura, ao aprimoramento do Centro de Distribuição que atende o e-commerce da C&A. O galpão recebeu investimentos no último ano, principalmente dedicados a ganhos de precisão e de velocidade – que permitiram testar e adotar o modelo de entrega rápida.

É o primeiro passo para crescer em todo o país. Hoje, a operação digital conta com cerca de 4 milhões de usuários ativos por mês. Para atender esse público, a companhia já estuda como levar o mesmo modelo de entrega expressa a outros estados. “Já estudamos a expansão e acreditamos que seja feita gradativamente. De todo modo, no resto do Brasil, já temos um last mile com prazo competitivo, por conta da nossa capilaridade com o Ship From Store, que transforma nossas mais de 300 lojas em minicentros de distribuição”, afirma Francislei Donatti, vice-presidente comercial da C&A.

Devolução em loja com reembolso

E, falando em lojas, os pontos físicos devem ganhar mais uma função além de funcionarem como ponto de apoio para o estoque do e-commerce. A partir deste mês, clientes poderão devolver peças adquiridas via e-commerce nas lojas físicasO projeto é chamado de “devolução omnicanal” pela empresa e visa acelerar a resolução de um dos principais gargalos do varejo digital hoje: a logística reversa. Mais uma vez, não há player comparável do tamanho da C&A, no Brasil, que tenha uma operação similar estruturada.

De acordo com a C&A, a devolução já está disponível em todo o país e poderá ser realizada por clientes entre 1 a 10 dias úteis após o recebimento da peça em casa, direto no caixa. A partir daí, ele receberá um recibo com todas as informações sobre o prazo de estorno, dependendo da forma como a compra foi paga – pix, cartão de crédito ou boleto bancário. Vale lembrar que, por lei, qualquer compra realizada on-line pode ser devolvida em até sete dias após o recebimento com estorno do valor pago, é o chamado “direito de arrependimento”.

“Essa novidade nos deixa certos de que pensamos a omnicanalidade de ponta a ponta na jornada de compra. Ao facilitar a devolução de um produto, a gente oferece ao cliente a segurança de investir e ficar apenas com o que realmente vale a pena”, diz Donatti.

Ainda falando em omnicanalidade e tocando no ponto das lojas físicas, no fim do ano passado, pouco antes da reabertura total, a companhia reformulou o conceito de loja, trazendo pontos como provadores que mudam de cor, um estúdio para produção de conteúdo e as compras sem fila. Os novos planos parecem ser mais um passo em direção a uma visão mais moderna para as vendas da companhia – e, é claro, aos clientes mais jovens, cada vez mais digitais.

O marketplace para pequenos pet shops que desafia gigantes do mercado pet

A startup Woof ajuda empreendedores do setor e quer servir de meio-campo para lojistas que desejam estar no páreo das grandes redes.

A resposta para ganhar destaque em um mercado tão disputado quanto o para produtos para animais de estimação, no qual grandes varejistas como Petz, Cobasi e Petlove aproveitam operações sólidas, receitas na casa dos milhões e uma extensa lista de parceiros, depende de inovação. Pensando nisso, os empreendedores Caetano Altafin e Marcela Grezes fundaram a Woof, uma startup que contraria a lógica das grandes redes ao apoiar os pet shops de bairro.

Fundada em 2018, a Woof funciona como um marketplace de produtos pet, com a diferença de anunciar por ali apenas itens vendidos por pequenos empreendedores do setor. O que a startup faz é, basicamente, atuar no meio-campo entre os tutores em busca de itens para seus animais e mais de 2 mil pet shops de bairro pelo país.

A lógica possibilita a entrega gratuita dos itens no mesmo dia ou de forma programada em 270 cidades brasileiras, de 23 estados, além de ter criado a principal rede de pet shops afiliados do Brasil.

A lógica de fidelização copia o que é visto com passagens aéreas, nos moldes dos programas de milhas. Os clientes ganham descontos em produtos recorrentes e a opção de programar compras de itens de higiene e alimentação. Na ponta, um software também permite que tutores possam receber informações e indicações de produtos adequados ao seu pet, considerando a idade, raça, hábitos e outras particularidades de cada animal.

“A nossa ideia é acompanhar o tutor e o animal de estimação ao longo de toda a vida, com as particularidades de cada momento”, diz Altafin, fundador e CEO da Woof. Para fins de comparação, a Woof atua como a Shopper, o supermercado online que já atraiu mais de R$ 300 milhões em aportes com sua proposta de compras programadas, usando os pet locais como os operadores da última milha — a entrega entre o ponto de distribuição e a casa do comprador.

Adotar o modelo de marketplace para pequenos empreendedores transforma a Woof em um canal de vendas para as PMEs do setor, hoje maior parte do mercado pet nacional, mas que ainda carece de infraestrutura tecnológica, segundo Altafin. “Queremos preparar os pet shops locais a surfar no mercado de gigantes”.

A proposta chamou a atenção de investidores. A Woof acaba de captar R$ 6,2 milhões em uma rodada liderada pelos grupos de investimento-anjo BR Angels, GV Angels, Urca Angels e Anjos do Brasil.

Segundo Orlando Cintra, fundador da BR Angels, investir no mercado pet é uma aposta promissora, e apoiar pequenos negócios do setor pode potencializar a criação de um ecossistema que, em breve, irá conectar empresas de diferentes portes. “Acreditamos que isso vai gerar valor para todos. Para nós, para a startup e para o ecossistema sendo criado dia após dia”, diz.

Universidade pet

Com o aporte, a Woof está de olho na educação empreendedora dos donos dos pet shops que fazem parte da rede. O primeiro esforço está na Woof Academy, braço educativo da startup dedicado a ajudar pet shops — e seus proprietários — a usarem dados para gerir o negócio. Por trás das aulas está um software próprio da Woof que será disponibilizado para esses pequenos negócios.

Além da parte de sistema operacional, a proposta é também oferecer aulas de marketing, gestão de estoque e gestão de negócios. “Vamos dar mais competitividade e relevância para esses comércios. Num cenário em que as grandes empresas estão engolindo esses estabelecimentos, a fórmula da Woof é apostar nos pequenos empreendedores.”

A captação também acelera os planos da Woof em lançar a Woof TV, um canal de conteúdo informativo em áudio e vídeo para tutores que querem cuidar melhor de seus pets.

Em último lugar, a Woof por Pet Shops (WPS), que integrará uma gama de soluções financeiras, digitalização de vendas, branding e marketing para pet shops afiliados. A WPS também servirá como um banho de loja, permitindo que esses estabelecimentos usem a bandeira da Woof e, em contrapartida, ganhem poder de barganha com fornecedores. “Elas já têm a penetração de mercado, falta apenas a inteligência para operar em tempos de digitalização”, diz o CEO.

Com todos os lançamentos, a Woof espera triplicar de tamanho em 2022 — mas a empresa não divulga números de faturamento.

Mercado Livre lança curso gratuito para formação de assistentes de e-commerce

Empreendedor participante do programa terá acesso ao banco para contratar jovens talentos

Voltado à formação gratuita de assistentes de e-commerce de todo Brasil, o Programa ON foi lançado pelo Mercado Livre em parceria com a plataforma de recrutamento e seleção Taqe. A iniciativa visa colaborar com a capacitação e inserção de jovens a partir de 16 anos no mercado digital. Não há pré-requisitos para participar e as inscrições podem ser feitas no site do programa.

“O comércio digital tem sido uma importante ferramenta de inclusão e geração de renda e empregos não apenas no Brasil. Na América Latina, mais de 900 mil famílias têm a nossa plataforma como fonte principal de renda”, diz Laura Motta, gerente de sustentabilidade do Mercado Livre no Brasil.

Totalmente online e com duração de 4,5 horas, o Programa ON foi estruturado para oferecer de forma rápida os conhecimentos básicos para a inserção de novos profissionais no mercado de comércio eletrônico.

A trilha de formação conta com aulas gravadas e divididas em 6 módulos: o e-commerce no Brasil e no mundo; o ecossistema do Mercado Livre; elaboração e publicação de anúncios; branding e construção de vídeos; tratamento de leads; e técnicas de venda, negociação e financiamento.

O Mercado Livre também vai estimular empreendedores a contratar os jovens que se formarem no curso. Para isso, o empreendedor participante do programa terá acesso ao banco de talentos e poderá convidar os profissionais para uma conversa ou entrevista.

Conexão com vendedores

“Queremos conectar os jovens formados pelo curso com vendedores da plataforma, gerando oportunidades de inclusão produtiva para os jovens e acelerando a digitalização dessas pequenas e médias empresas que fazem parte da nossa cadeia de valor”, prossegue Motta, acrescentando que somente em 2020, 93 mil novas micro e pequenas empresas passaram a fazer parte da plataforma no Brasil.

Além do Programa ON, o Mercado Livre investe em iniciativas como o First Mile, programa de desenvolvimento para pessoas negras em início de carreira e o IT Bootcamp, exclusivo para pessoas com deficiência na área de tecnologia.

Outros programas de inserção profissional são o Redes para o Futuro, voltado à formação e empregabilidade de jovens em logística, e o Meli para Todos, que capacita pessoas com deficiência para o mercado de logística.

PMEs fecham semana da Black Friday com faturamento de R$ 122 milhões

Enquanto o comércio varejista registrou crescimento tímido na Black Friday, as PMEs (pequenas e médias empresas) terminam a semana de ações promocionais com crescimento superior ao do mercado. Na semana da Black Friday, de terça-feira (23) à segunda (29), os e-commerces de PMEs faturaram R$ 122 milhões, valor 31% maior que o registrado no mesmo período do ano passado (R$ 93,4 milhões). Esses dados são calculados a partir do banco de dados da Nuvemshop.

No total, de terça a segunda, as PMEs venderam 2 milhões de produtos, quantidade 18% superior ao volume do mesmo período do ano passado. Os estados brasileiros que registraram os maiores faturamentos na Black Friday foram: São Paulo (R$ 64,4 milhões), Minas Gerais (R$ 12,6 milhões), Rio de Janeiro (R$ 8 milhões), Ceará (R$ 5,8 milhões) e Santa Catarina (R$ 5,5 milhões).

Apenas na data da Cyber Monday, o faturamento total das PMEs no e-commerce foi de R$ 15,4 milhões, valor 22% acima do faturamento da Cyber Monday em 2020. Foram vendidos, apenas na segunda-feira, 252 mil produtos em todo o país (aumento de 12% em comparação com o mesmo dia do ano passado) e os pedidos no dia 29 tiveram um ticket médio de R$ 257.

Reflexo da economia na Black Friday

Apesar do crescimento significativo das vendas virtuais dos pequenos e médios empreendedores neste ano, a comparação com a edição passada traz resultados que corroboram um novo cenário do comércio digital brasileiro. A Nuvemshop constatou que o ticket médio foi de R$ 217 para R$ 244, um aumento de 12%. Essa variação é superior à inflação, que está em alta neste ano.

“Os resultados da Black Friday deste ano indicam que, a despeito do cenário econômico atual, os pequenos e médios empreendedores conseguiram crescer acima do mercado. Para essas empresas, sabemos que a data tem uma grande importância para o faturamento do final de ano e a manutenção do desempenho das lojas virtuais no período. Por isso, observamos que a Black Friday 2021 começou mais cedo, com ações promocionais fortes desde a primeira semana do mês”, afirma Alejandro Vázquez, CCO e cofundador da Nuvemshop.

“A estratégia reflete a conjuntura do mercado: a economia deixou de crescer no ritmo que estava no começo do ano e, por conta disso, as PMEs tiveram que apostar fortemente no mês de novembro para impulsionar as vendas e atrair e reter clientes, já pensando no Natal e nas festas”, conta Vázquez.

Os consumidores também aproveitaram a data para adiantar a compra de alguns presentes para o Natal. O levantamento da Nuvemshop mostra que “Brinquedos” foi o quinto segmento de PMEs que mais vendeu no e-commerce neste ano, registrando um faturamento de R$
3,56 milhões. O segmento nem chegou a estar dentre as Top 5 categorias da Black Friday 2020, o que indica um novo comportamento do consumidor, que aproveitou os preços mais atrativos para antecipar presentes.

As cinco categorias que mais faturaram neste ano foram: Moda (R$ 58,4 milhões), Saúde & Beleza (R$ 8 milhões), Casa & Jardim (R$ 4,8 milhões), Eletrônicos (R$ 3,6 milhões) e Brinquedos (R$ 3,56 milhões) .

Meios de pagamento e logística em destaque

Os meios de pagamento oferecidos pelos e-commerces também retratam a situação econômica dos brasileiros neste ano. Embora o ticket médio das compras seja 12% maior, os consumidores pagaram em parcelas: 47% das compras foram pagas em 2 parcelas ou mais, enquanto no ano passado apenas 31% das compras não foram à vista. Consequentemente, o meio de pagamento mais utilizado nesta edição foi o cartão de crédito, responsável por mais da metade das transações das PMEs no e-commerce.

“Diante do cenário atual, com alta inflação, é natural que as compras acabem pesando mais no bolso do consumidor. Isso se reflete nas escolhas feitas, principalmente em relação ao pagamento. Os brasileiros recorreram às compras parceladas neste ano e o valor final do carrinho esteve um pouco maior, resultado da inflação e também da aposta nas compras da Black Friday para aproveitar descontos”, explica Guilherme Pedroso, country manager da Nuvemshop no Brasil.

Outra novidade desta edição é o Pix como uma das apostas em meios de pagamentos, principalmente para compras de até R$ 200. Neste ano, houve uma boa adoção do Pix, que foi a opção de pagamento de 8% das vendas online de PMEs, enquanto as vendas por boleto foram de apenas 5% e o cartão de débito foi responsável por apenas 0,5% das transações.

Ainda segundo a Nuvemshop, a digitalização das opções de envio também ajuda a impulsionar as vendas: 70% dos pedidos foram enviados por aplicativos de logística, enquanto só 30% dos pedidos foram enviados pelos Correios.

Conveniência supera preço na preferência do consumidor na Black Friday

Mercado&Consumo acompanhou bastidores das operações de e-commerce de marcas atendidas pela Synapcom.

No lugar de grandes promoções, o maior atrativo da Black Friday de 2021 foi a conveniência. A conclusão é de Fábio Fialho, CSO da empresa de full commerce Synapcom. Ela é um dos principais players no mercado no desenvolvimento de projetos para e-commerce no Brasil. A reportagem da Mercado&Consumo acompanhou uma manhã das operações da Synapcom, que atende marcas como Hershey’s, Diageo, Philips, Palmeiras e L’Oréal.

“Neste ano, a Black Friday foi diferente. As promoções foram muito mais concentradas. A quinta-feira vendeu tão bem quanto a sexta-feira”, afirma Fialho. Ele também destaca que, em 2021, a Black Friday foi omnichannel. Em 2020, por todas as questões sanitárias envolvidas relacionadas à pandemia de covid-19, a data foi basicamente online.

Em um retrospecto histórico, o executivo destaca que o e-commerce era muito usado por ter como diferencial a questão do preço. Mas, nos últimos quatro anos, o atrativo principal mudou. “A gente teve uma migração do motivo ‘preço’ pelo motivo ‘conveniência’. A gente incentivou muito no mercado a questão de agregar serviço e valor, que não se tratava apenas de preço.”

Atualmente, serviços de entrega no mesmo dia ou em poucas horas após a compra chamam a atenção do cliente. No caso da Black Friday, existe uma junção de dois fatores: as promoções do período e os serviços de conveniência.

Crescimento em todos os segmentos

Todos os segmentos relacionados ao e-commerce que a Synapcom opera apresentaram crescimento nesta Black Friday. O menor índice foi o da Moda, que cresceu 5% em relação ao ano passado e foi impactado pela retomada do varejo nos shoppings.

Nos segmentos de Beauty & Health e Tech & Home, a alta chega a 100% em comparação com os números do ano anterior. Mas Fábio Fialho destaca que muito desse crescimento está relacionado à entrada de novas empresas. “A gente teve um boom de clientes querendo ir para o digital em 2020 . Então a empresa cresceu 100% em relação ao primeiro ano no e-commerce”, completa o CSO.

Atualmente a Synapcom conta com 12 Centros de Distribuição espalhados pelo Brasil, além de estar presentes em cinco países na América Latina e possuir 15 dark stores – a meta é atingir 40 até o final de 2022.

 

Faturamento do e-commerce na Black Friday cresce 4% e alcança R$ 2,3 bilhões, segundo Neotrust

A Black Friday caminha para ser a maior de todos os tempos no e-commerce. Um levantamento realizado pela Neotrust mostra que o número total de compras via e-commerce até 10h desta sexta-feira (26/11) já totalizava 3.582.169 de pedidos (número estável na comparação com o mesmo período de 2020).

Ao todo, o valor faturado foi de R$ 2.345.518.189,00, com crescimento de 4% em relação ao mesmo período do ano anterior. O tíquete médio nacional das compras é de R$ 654,78 (4% superior a 2020).

Os dados consolidam os resultados das compras realizadas desde o primeiro minuto de quinta-feira (25/11) em todo o país. De acordo com o levantamento, a região que mais consome durante a Black Friday é a Sudeste, com R$ 1.313.806.487,91 (56,01% do total faturado em todo o País). Em seguida, está o Nordeste, com R$ 435.094.297,18 (18,55%). Em terceiro lugar, o Sul, com R$ 354.438.631,07 (15,11%). O Centro-Oeste figura em quarto lugar, com R$ 173.777.443,64 (7,41%). Por fim aparece o Norte, com R$ 68.401.329,54 (2,92%).

Os resultados da Black Friday 2021 são monitorados pelo site Hora a Hora, iniciativa da Neotrust — uma das quatro unidades de negócio do T.Group. A iniciativa conta com a parceria da ClearSale e o patrocínio do Cartão Elo.

Produtos

As categorias de produtos mais compradas, pela ordem, são: Moda e Acessórios (1ª), Beleza e Perfumaria (2ª), Alimentos e Bebidas (3ª), Telefonia (4ª) e Eletroportáteis (5ª).

“O crescimento da categoria de Alimentos e Bebidas vem sendo puxado pela alta participação do segmento de Bebidas. Duas subcategorias que também crescem, mas sem participação relevante no faturamento, são Bombonière e Padaria”, afirma a Head de Inteligência na Neotrust, Paulina Gonçalves Dias.

Tentativas de fraudes

De acordo com projeção da ClearSale, referência em antifraude, o valor de fraudes evitadas até 11h desta sexta-feira é de R$ 48.291.486,89.

Os resultados da Black Friday 2021 são monitorados pelo site Hora a Hora, iniciativa da Neotrust — uma das quatro unidades de negócio do T.Group. A iniciativa conta com a parceria da ClearSale e patrocínio do Cartão Elo.

Perfil de consumo: mulheres lideram compras, com 57%

A maior parte dos pedidos é realizada por mulheres (57%), enquanto os homens ficam com 43% das compras.

A faixa etária que mais consome tem entre 26 e 35 anos (34,99%), seguida por consumidores de 36 a 50 anos (33,99%). Na sequência vem a faixa etária dos consumidores de até 25 anos (16,82%).

Os brasileiros com mais de 51 anos ocupam a menor porcentagem de compras on-line, representando 14,20% dos pedidos realizados.

Hora em Hora: 30 horas de monitoramento

No site www.blackfridayhorahora.com.br, a Neotrust disponibiliza diversos dados: faturamento do varejo com a data, o número de pedidos feitos e as categorias mais compradas, com dados nacionais e divididos por regiões.

As informações podem ser acompanhadas de forma gratuita na Black Friday – o monitoramento começou oficialmente na quinta-feira (25/11) e prossegue ininterruptamente até o final da sexta-feira.

Ao final do período, os dados passarão por um controle de qualidade e pela revisão das taxas de aprovação de pedidos. O resultado consolidado da Black Friday 2021 será divulgado na segunda semana de dezembro aos e-mails cadastrados.

 

Cyber Monday prorroga Black Friday e promete descontos de até 80% hoje

Quem perdeu a Black Friday ainda tem esta segunda-feira (29), a Cyber Monday, para realizar compras de itens em promoção. Como diz o nome, o foco é em produtos eletrônicos e eletrodomésticos, mas alguns produtos podem ser encontrados com descontos que podem chegar até 80%, segundo alguns varejistas.

As lojas Americanas prometem até 80% de desconto em alguns de seus produtos. Uma câmera filmadora HD à prova d’água sai de R$599,62 por R$199,90. Um pegador de macarrão de R$23,96 pode sere achado por 4,99. Já uma TV 82″ Ultra HD 4k com inteligência artificial sai de R$15.203,00 para R$12.922,00.

á o Submarino promete descontos de até 60%. Um smart speaker (caixa de som interligente) com assistente Google sai de R$299 por 149. Um webcam usb fullhd pode ser encontrada por R$ 56,85.

O site Cyber Monday reúne divesas ofertas, como uma parafusadeira à bateria vendida pela Loja do Mecânico, que sai de R$422 por R$229.

A Philips, por sua, vende uma “oferta secreta” de R$ 209,90 por R$89,99. A Amazon também promete descontos de até 60%, sendo as principais promoções livros clássicos da literatura mundial de escritores como Dostoiévski, Nabokov e Oscar Wilde.

 

Festival de compras do Dia dos Solteiros silenciado em meio à repressão tecnológica da China

O maior dia de compras online da China, conhecido como “Dia dos Solteiros” em 11 de novembro, está assumindo um tom abafado este ano com a repressão dos reguladores à indústria de tecnologia e o presidente Xi Jinping pressiona por “prosperidade comum”.

Dia festival de compras The Singles’ – também conhecido como Duplo 11 – é um evento enorme para China s empresas de comércio eletrônico. No ano passado, os consumidores gastaram US $ 74 bilhões nas plataformas de compras online do Alibaba durante os 11 dias do festival. O rival menor, JD.com, relatou vendas de US $ 40 bilhões durante um período de tempo semelhante.

Alibaba – a maior empresa de comércio eletrônico da China – geralmente dá uma grande festa de gala na noite anterior a 11 de novembro. Galas anteriores apresentaram superstars como Katy Perry e Taylor Swift e até atos acrobáticos do Cirque du Soleil .

Um contador ao vivo chamativo começa a funcionar à meia-noite para registrar em tempo real quanto os consumidores gastaram em plataformas Alibaba como Taobao e Tmall. O festival é visto como um barômetro do consumo no país mais populoso do mundo.

Este ano, o Alibaba diminuiu o entusiasmo. A gala online do Dia dos Solteiros na quinta-feira (11) será transmitida ao vivo devido aos surtos de COVID-19 em partes da China. O Alibaba diz que está se concentrando na sustentabilidade, apoiando instituições de caridade e inclusão – temas que se alinham com os objetivos climáticos de Pequim e os apelos de Xi por “prosperidade comum” que visa reduzir a desigualdade e o consumo excessivo.

“As festividades silenciosas deste ano são uma tempestade perfeita de pressões econômicas, competitivas e regulatórias”, disse Michael Norris, gerente de estratégia de pesquisa da consultoria AgencyChina, com sede em Xangai.

“Em termos de regulamentação, as plataformas de comércio eletrônico estão começando a entender como alinhar extravagâncias de consumo com temas de ‘prosperidade comum’”, disse ele.

No início deste ano, a plataforma de comércio eletrônico Pinduoduo prometeu dar US $ 1,5 bilhão em lucros aos agricultores para aumentar suas receitas, enquanto o Alibaba comprometeu US $ 15,5 bilhões em subsídios para pequenas e médias empresas e apoiando trabalhadores na economia gigante, como motoristas de entrega , de acordo com a agência de notícias local Zhejiang News.

Este ano, o Alibaba também destacou a sustentabilidade, estabelecendo pontos de reciclagem de embalagens e fazendo parceria com marcas para desenvolver embalagens mais ecológicas. Os clientes podem doar uma parte do lucro de suas compras para uma organização de caridade ou projeto de sua escolha.

A mudança para enfatizar a sustentabilidade ocorre depois que o Alibaba foi multado em um valor recorde de US $ 2,8 bilhões por violar as regras antitruste. O governo tem intensificado o escrutínio do setor de tecnologia e adotado medidas para conter as práticas monopolistas que ferem os direitos dos consumidores.

O aperto nas vendas do Dia dos Solteiros deste ano também pode refletir a demanda mais fraca do consumidor e a escassez de alguns produtos devido à escassez de materiais e energia, bem como dificuldades na movimentação de produtos através de canais de envio e entrega confusos.

Jacob Cooke, CEO da WPIC, uma empresa de marketing que ajuda empresas ocidentais a vender online na China, diz que descontos ultraprofundos serão menos comuns do que nas vendas anteriores do Dia dos Solteiros.

“Vamos ver estratégias como presentes de edição limitada sendo mais prevalentes em oposição a comerciantes despejando (itens) com um desconto de 90%…por falta de estoque, falta de abastecimento ”, disse.

Enquanto isso, plataformas de vídeo curtas populares como Kuaishou e Bytedance’s Douyin, que se voltaram para o comércio eletrônico, estão dando às plataformas de comércio eletrônico tradicionais como Alibaba e JD.com uma corrida pelo seu dinheiro.

As transmissões ao vivo nas plataformas de vídeo podem vender diretamente aos compradores por meio de suas transmissões. No ano passado, Douyin registrou 2 bilhões de yuans (US $ 313 milhões) em transações apenas no dia 11 de novembro.

“Em termos de comércio (de vídeo curto), será enorme porque é onde estão todos os olhos”, disse Cooke do WPIC.

O festival do Dia dos Solteiros aumenta pela metade as vendas de apresentadores de transmissão ao vivo como Yang Guang, que vende de tudo, de roupas a eletrodomésticos, em transmissões ao vivo, disse ele.

Mas ele disse que festividades prolongadas e esquemas de descontos complicados podem ser frustrantes para compradores e vendedores.

“Como streamers ao vivo, temos que pensar em estratégias diferentes para torná-los divertidos durante cada stream para manter os clientes interessados”, disse ele.