E-commerce desacelera e registra crescimento de 2% em 2022

Desaceleração foi impulsionada pela volta completa do comércio presencial pós-pandemia

O e-commerce brasileiro registrou crescimento tímido de 2% em 2022, de acordo com relatório produzido pela NIELSENIQ|EBIT, divulgado no último dia 2. O levantamento mostra que a desaceleração no volume de vendas foi impulsionada pelo segundo semestre do ano, que foi mais fraco, junto a volta completa do comércio presencial no pós-pandemia.

“Os resultados, em geral, demonstram desaceleração do crescimento do e-commerce no Brasil. Isso ocorre porque vivemos um momento em que há uma retomada do comércio presencial, com o fim definitivo do isolamento social durante a pandemia no Brasil, além de um ambiente com inflação e juros altos. Mesmo assim, o crescimento de 2% ainda representa relevância e estabilidade do setor”, avaliou o head de e-commerce da NIELSENIQ|EBIT, Marcelo Osanai.

O segmento que teve maior destaque de crescimento na comparação anual foi o de Perfumaria e Cosméticos, com crescimento de 21,2%. O setor se distanciou em quase 5 pontos percentuais do segundo colocado — Pet Shop, com 16,3%. Em seguida, ficou o segmento de Eletrônicos com 10,5%, e Casa e Decoração (9,6%).

Em volume de pedidos, o grupo de Alimentos e Bebidas continua registrando o melhor desempenho, com alta de 71,7%, em relação a 2021. O segmento de Perfumaria e Cosméticos também visualizou alta, com crescimento de 22,8%, no mesmo período de comparação.

Indicador de consumo nos lares brasileiros fecha 2022 com alta de 3,89%

Este é o terceiro mês seguido que o indicador permanece acima dos 3%.

Indicador consumo
A Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS) divulgou nesta quinta-feira, 26, que o indicador de dezembro de 2022 do consumo nos lares brasileiros fechou em 3,89%. O resultado foi o maior acumulado desde junho de 2021, quando, naquele mês, o índice atingiu a marca de 4,01%.

Entre alguns fatores para o aumento do consumo estão a deflação dos alimentos básicos, o pagamento de auxílios sociais e aumento do emprego formal. Durante todo o último trimestre, o indicador de consumo permaneceu acima dos 3% e acumulou altas de 3,02% em outubro, 3,52% em novembro e 3,89% em dezembro.

Na comparação com o mês anterior, o aumento no consumo dos lares foi de 15,09%. Quando comparados ao ano anterior, a alta é de 6,23%. Todos os indicadores foram deflacionados pelo índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA), medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O resultado também superou as projeções feitas pela associação, que projetava um aumento entre 3% e 3,30%. Segundo Marcio Milan, vice-presidente institucional da ABRAS, a previsibilidade nos recebimentos dos auxílios e o aumento de beneficiários impulsionaram o consumo do gênero alimentício. Os dois fatores impactaram, principalmente, famílias com baixo poder aquisitivo por conta da inflação.

Para o ano de 2023, a entidade projetou, inicialmente, um crescimento de 2,5% do consumo nos lares. Milan destacou que as análises sinalizam para um crescimento positivo, apesar do comprometimento da renda com pagamento de dívidas e despesas do começo de ano.

O diretor explica que o reajuste do salário mínimo acima da inflação e a manutenção do pagamento do valor do Bolsa Família influenciam o crescimento do consumo. “ Nessa leitura inicial do cenário, eles são recursos que trazem segurança para os beneficiários e mais assertividade às operações do varejo”, finaliza Milan.

Alimentos
O indicador Abrasmercado é responsável por medir a variação de preços nos supermercados. No mês de dezembro do ano passado, o índice encerrou o ano com alta de 7,69% na cesta composta por 35 produtos de largo consumo. Dentre os itens estão alimentos, bebidas, carnes, produtos de limpeza, itens de higiene e beleza.

Já no recorte da cesta básica, composta por 12 produtos, houve uma variação de 0,39% em dezembro na comparação com novembro. Com isso, o preço médio ficou em R$ 317,56. As principais quedas foram puxadas pele leite longa vida (-3,83%), farinha de trigo (-1,76), carne (-0,71), queijo (-0,39%) e café moído (-0,31%).

Entre os alimentos que mais pressionaram a cesta de alimentos no ano estão a batata (+56,89%), cebola (+51,10%), queijo muçarela (+48,05%), farinha de mandioca (+43,34%), refrigerante (+35,66%), farinha de trigo (+33,98).

Em contrapartida, a carne bovina registrou deflação acumulada no ano e fechou com queda de -4,77% nos cortes dianteiros e -3,96 para traseiro. Também acumularam variação negativa o biscoito cream cracker (-8,03%), leite longa vida (-4,83%), açúcar refinado (-4,55%), óleo de soja (-4,41%).

Relatório Setores do E-commerce: Black Friday atrai mais visitas ao e-commerce do que Natal

O comércio eletrônico registrou melhor desempenho em novembro; buscas de fim de ano se concentraram em produtos infantis, alimentos e viagens de férias.

Depois de um pico de tráfego no e-commerce brasileiro em novembro, por ocasião da Black Friday, o setor registrou baixa em dezembro — embora este também seja um mês esperado pelos lojistas por causa das compras de Natal.

Na comparação mensal, houve queda de 4,7% nas visitas únicas entre as plataformas do comércio eletrônico, somando 2,5 bilhões de acessos no mês. Foi o segundo melhor desempenho de 2022, contudo: em Novembro, esse número havia sido de 2,63 bilhões.

Os dados fazem parte do novo Relatório Setores E-commerce no Brasil da Conversion referente ao mês de dezembro de 2022 e já disponível para download na Biblioteca do RadarIC em Pesquisas Externas pelo endereço eletrônico: https://radaric.correios.com.br/3d-flip-book/relatorio-setores-e-commerce-no-brasil-jan2023-referente-a-dez-2022/.

Em outras palavras, a Black Friday atraiu mais pessoas ao e-commerce do que o Natal, apesar dessa última data do ano ainda ser considerada mais importante pelos setores do varejo e de serviços — ao menos em termos de receitas. O perfil de segmentos mais acessados pelos consumidores reforça essa percepção: se no mês da Black Friday houve aumento nas buscas por itens esportivos, eletrodomésticos e eletrônicos e joias e relógios, em dezembro quem viu suas visitas aumentarem foram os players de produtos infantis (10,5%), do turismo (7,6%), de comidas e bebidas (6,4%).

Lives da Shopee fazem tráfego em lojas crescerem até 70%

Varejista online fez mais de 750 transmissões, que tiveram 10 milhões de visualizações, em 2022.

A plataforma de comércio eletrônico Shopee promoveu, em 2022, mais de 750 transmissões ao vivo por meio da ferramenta Shopee Lives, que começou a ser usada em março do ano passado. Segundo a empresa, alguns lojistas que tiveram produtos exibidos nas sessões chegaram a ter 70% de aumento no tráfego na comparação com um dia normal. As vendas chegaram a representar 30% do total de um dia.

“Começamos a testar a ferramenta, que já era utilizada em outros países em que a Shopee opera, no início do ano passado e fomos aprimorando a tecnologia que é nossa para a realidade local. O resultado vem nos surpreendendo e é mais um recurso que oferecemos para consumidores terem mais benefícios para economizar e para nossos vendedores alavancarem suas vendas e ganharem visibilidade em nosso app”, conta Felipe Piringer, responsável pelo Marketing da Shopee no Brasil.

São Paulo, 24 de janeiro de 2023 – A Shopee, plataforma de comércio eletrônico que conecta vendedores, marcas e consumidores, tem inovado na forma como engaja seus usuários e uma das estratégias é o uso de transmissões ao vivo para venda e entretenimento direto do app do marketplace.

Desde março de 2022, quando teve início o uso da ferramenta, as Shopee Lives têm agradado tanto consumidores como vendedores que além de ganharem mais visibilidade para suas lojas viram suas vendas aumentarem durante as sessões. Alguns lojistas que tiveram produtos exibidos nas sessões chegaram a ter 70% de aumento no tráfego em sua loja comparado a um dia normal e as vendas chegaram a representar 30% do total de um dia.

A maior audiência foi entre as Shopee Lives foi da Festa Junina, com mais de 22 mil pessoas assistindo simultaneamente. As lives com mais vendas foram a Super Shopee Live em 9.9, apresentada pelo Lusca Vivot e um adm da Shopee. Além disso, os itens mais vendidos em 2022 por meio das lives foram fritadeira elétrica, consoles PlayStation 5 e XBOX S 2020, itens de decoração e casa, como jogo de lençol de cama de casal, e de moda, como bota galocha feminina.

Como as lives funcionam
As Shopee Lives são executadas por um time interno da plataforma e, em grandes campanhas, com o suporte de uma produtora parceira. Elas permitem que os consumidores façam compras enquanto assistem às transmissões e se divertem com enquetes de engajamento em tempo real.

Os produtos exibidos e com ofertas exclusivas podem ser colocados no carrinho sem que o consumidor precise sair da sessão. A Shopee afirma que o sistema é fácil de ser gerenciado pelos vendedores, que também podem fazer o acompanhamento do desempenho da ação.

A Shopee destaca que, com as lives, o empreendedor ganha exposição, constrói uma comunidade com troca de mensagens ao vivo, mostra mais detalhes e funcionalidade do seu produto, aumenta o tráfego de sua loja e, consequentemente, alavanca vendas. O time da Shopee oferece treinamentos, divide as melhores práticas e assiste às lives para ajudar os vendedores a entregarem sempre a melhor qualidade aos consumidores.

“As transmissões trouxeram novos seguidores para a loja, proporcionando uma grande oportunidade de interação direta. Também tivemos uma boa conversão de vendas. Além disso, consideramos ser uma excelente forma de trabalharmos mais a credibilidade da marca Personale Magazine no marketplace”, afirma Anselmo Mansur, da Loja Personale Magazine.

Três tipos de lives
Atualmente, a Shopee promove três tipos diferentes de lives. As Shopee Lives são realizadas geralmente duas vezes por semana e são apresentadas por influenciadores fixos e convidados ou colaboradores do marketplace. As apresentações são dos produtos mais pedidos na plataforma e são oferecidos cupons adicionais de desconto e de frete grátis, além de ofertas exclusivas.

As lives do Esquadrão Shopee são realizadas diariamente por uma equipe de influenciadores contratados pela empresa. Eles fazem as transmissões direto do perfil pessoal de cada um no app da Shopee e são especialistas em assuntos específicos como cuidados com a pele, maquiagem, moda, lifestyle ou eletrônicos.

Existem, ainda, as lives conduzidas pelos vendedores. O recurso está em fase piloto para teste e liberado apenas para alguns empreendedores gerenciados e lojas de grandes marcas da seção Shopee Oficial. Em breve, a ferramenta estará disponível para mais lojistas.

E-commerce cresce 5% -Vendas online movimentam R$ 169 bilhões em 2022

As vendas totais registradas no e-commerce brasileiro atingiram R$ 169,6 bilhões em 2022.
O valor representa crescimento de 5% em relação ao ano anterior, segundo dados da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm). Foram cerca de 368,7 milhões de pedidos, com ticket médio de R$ 460.
Os segmentos em destaque foram eletrodomésticos, telefonia, eletrônicos, casa e decoração, informática e moda. De acordo com a ABComm, o setor de alimentos e bebidas também registrou crescimento, influenciado pela Copa do Mundo. Hoje, as vendas pela internet representam mais de 10% do varejo nacional.

Expectativas para este ano
Para 2023, a expectativa é que o comércio eletrônico cresça 9,5% em faturamento, alcançando R$ 186 bilhões. Os pedidos devem chegar a 395 milhões, com ticket médio de R$ 470. “Apesar da digitalização crescente da sociedade global, o pós-pandemia colocou os consumidores de volta nas ruas e esse contexto deve refletir em um crescimento mais lento do setor se comparado aos anos de isolamento social”, analisa Mauricio Salvador, presidente da ABComm.

Análise do comércio eletrônico brasileiro em novembro/2022 – Principais dados, market share, crescimento e estatísticas

Em novembro, o e-commerce brasileiro registrou 2,63 bilhões de visitas, de acordo com o relatório elaborado pela Conversion e disponibilizado na Biblioteca do RadarIC Relatório Setores E-commerce no Brasil- Dezembro 2022/Referente a Novembro 2022, superando em 13% o melhor desempenho do ano (2,33 bilhões, em julho).

Neste ano, para além da alta já esperada na procura por eletrônicos e eletrodomésticos (39,3%), os segmentos que aproveitaram a demanda aquecida foram os de Esportes (43,7%) e o de Joias e Relógios, que experimentou o crescimento mais expressivo do relatório: 65%.

Segmentos mais robustos do e-commerce também cresceram em tráfego em novembro, com destaque para os marketplaces, que tiveram 20% mais visitas do que no mês anterior.

Com 1,15 bilhão de acessos, foi também o melhor desempenho do varejo eletrônico em 2022.

Outro segmento em alta foi o de Moda e Acessórios, que subiu 25% em tráfego durante novembro e se recuperou de uma sequência decrescente que já durava seis meses.

Os dados são do Relatório Setores do E-commerce, da Conversion, agência de Search Engine Optimization (SEO), que traz as principais análises sobre o cenário do comércio eletrônico brasileiro todos os meses.

Ranking e Market Share dos 10 maiores e-commerces do Brasil
O Relatório Setores do E-commerce no Brasil apresenta, mensalmente, o ranking dos principais e-commerces do país. Esse ranking está dividido em um geral e outro para cada uma das 18 categorias. Apenas 10 das maiores lojas do Brasil detêm 49,3% de toda a audiência do e-commerce no Brasil; o líder Mercado Livre tem 12,8% de share, enquanto Shopee tem 7% e Amazon Brasil tem 6,2%.

Também disponibilizamos a lista dos maiores e-commerce de importados em nosso guia de e-commerce cross-border.

Share of Search e as marcas com maior participação de mercado (market share)
A métrica do Share of Search é a parcela de busca de uma marca dentro da categoria de consumo em que ela atua. A fórmula para calcular o Share of Search é dividir o volume de buscas por uma marca pelo volume total de buscas de todas as marcas daquele segmento. O fato importante sobre ela é que a parcela de buscas é preditiva em relação ao market share, conforme demonstrou estudo de Les Binet.

Em nosso estudo, analisamos o Share of Search de todos os principais setores do e-commerce brasileiro. Neste aspecto, também houve troca de posições. A Amazon segue no topo como o e-commerce com a maior parcela de buscas entre todas as categorias, detendo 52% do setor de Importados. Dando sequência ao TOP 5 temos Stanley (50%), Loja do Mecânico (47%) e Petz (40%).

Apesar de mecanismos de busca serem a fonte de tráfego mais importante, deve haver um complemento entre orgânico e pago

A participação em nosso relatório e rankings é feita a partir do volume estimado de audiência dos sites, conforme metodologia que apresentamos. A audiência, por sua vez, é composta de canais de tráfegos que enviam visitantes para cada e-commerce. A principal forma de entrada é o chamado Direto, que é geralmente quando a pessoa digita o endereço da loja, e soma 45%.

Logo em seguida, o tráfego de busca orgânica (25,8%) e paga (18,7%) vêm respectivamente na segunda e terceira posição. Podemos dizer que as buscas são o mais importante canal para o e-commerce, porque elas revelam a intenção do consumidor e canalizam a demanda para as lojas virtuais. Inclusive, nas próprias lojas virtuais, o buscador é fundamental.

E, acima de tudo, o importante é proporcionar uma excelente experiência do usuário, fazendo com que o seu visitante queira gastar tempo navegando em seu site, garantindo uma probabilidade maior de retorno. Este é, aliás, o princípio do SEO Experience, a nova geração de otimização de sites.

Além de tráfego e boa experiência, é importante ter um mix de produtos robusto em seu nicho, precificação competitiva, frete rápido e ser uma marca amada pelos consumidores. Fácil?

Certamente não, mas a oportunidade está aberta a todos!

Vendas do varejo cresceram 10,5% no Natal deste ano, diz Cielo

Comparação é feita em relação à data em 2021; faturamento do e-commerce teve alta de 18,4% no período.
As vendas do varejo no Natal de 2022 tiveram alta de 10,5% em relação à mesma data no ano passado, segundo levantamento da Cielo. O levantamento foi feito entre os dias 19 e 25 de dezembro.

No e-commerce, a alta foi de 18,4%, enquanto o faturamento do comércio presencial registrou elevação de 10%.
A região Sul registrou a maior alta, de 12,8%, com destaques para o Paraná (+ 15,2%), Rio Grande do Sul (+ 11,9%) e Santa Catarina (+ 10,5%). A região Norte aparece na segunda posição com variação de 11,5%.

Em terceiro lugar está o Centro-Oeste (+10,9%). Goiás e Distrito Federal puxaram os resultados: cresceram 9,1% e 6,2%, respectivamente.

No Sudeste as vendas cresceram 9,3%, com destaques para Minas Gerais (+ 11,4%), São Paulo (+ 9,5%) e Rio de Janeiro (+ 6,1%).

Já a região Nordeste registrou alta de 7,6%. Bahia (+ 9,2%), Ceará (+ 5,0%) e Paraíba (+ 4,4%) e Pernambuco (+ 2,7%) foram os estados cujas variações foram as mais significativas.

Na avaliação de Vitor Levi, superintendente de dados e inovação da Cielo, o fato de o Dia de o Natal ter caído no domingo colaborou com os resultados deste ano.

O consumidor teve a semana completa, incluindo o sábado, dia de vendas fortes, para poder realizar suas compras. Os segmentos dos presenteáveis tiveram grande destaque, como cosméticos e livrarias”, diz.

Desempenho por setor
Veja a variação nas vendas no Natal de 2022 na comparação com o do ano passado:

Turismo e Transporte: + 26,1%;
Cosméticos e Higiene Pessoal: + 23,0%;
Livrarias, Papelarias e afins: +22,0%;
Óticas e Joalherias: + 17,0%;
Drogarias e Farmácias: + 15,3%.
Entenda o índice
O Índice Cielo do Varejo Ampliado (ICVA) acompanha mensalmente a evolução do varejo brasileiro, de acordo com as vendas realizadas em 18 setores mapeados pela Cielo, desde pequenos lojistas a grandes varejistas. Eles respondem por 1,1 milhão de varejistas credenciados à companhia. O peso de cada setor no resultado geral do indicador é definido pelo seu desempenho no mês.

A unidade de Inteligência da Cielo desenvolveu modelos matemáticos e estatísticos que foram aplicados à base da companhia com o objetivo de isolar os efeitos do comportamento competitivo do mercado de credenciamento –como a variação de market share –e os da substituição de cheque e dinheiro no consumo.

Esse índice não se trata de prévia dos resultados da Cielo, que é impactada por uma série de outras alavancas, tanto de receitas quanto de custos e despesas.

Nem lojas resistem a Natal morno e varejo deve crescer um dígito baixo

Após Black Friday em que ponto físico foi melhor, fluxo cai; on-line prevê recuo de 10%.

Dados preliminares de fluxo de consumidores no comércio neste Natal, além das projeções de entidades do varejo físico e on-line, indicam fraco desempenho para a data. O tráfego de clientes em lojas, com desempenho mais animador na Black Friday, perdeu força em dezembro. No comércio digital, a previsão é de recuo de 10% no faturamento. Até o calendário pesa contra neste ano: com o Natal no domingo, as lojas não terão o fim de semana completo para vender.

Apesar de a baixa demanda em dezembro levar a um aumento de liquidações em janeiro, os estoques baixos devem limitar ações comerciais mais agressivas no início de 2023, dizem consultores.
No geral, as estimativas das associações, para dezembro, são de expansão real (descontada a inflação) de 1,2% a 1,8% nas vendas sobre dezembro de 2021. Em termos nominais, a taxa esperada chega a 8%, segundo federação do comércio paulista. Os shoppings preveem alta nominal de 4% – a inflação estimada em 2022 alcança 5,9% (IPCA).

Ao se retirar o efeito inflacionário dos cálculos do setor, de maneira a se verificar nível de volume vendido, pode ocorrer, portanto, queda de um dígito ou tímido ganho real, a depender da previsão.

A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) estima que seria preciso alcançar crescimento de 5% em dezembro para conseguir equiparar as vendas ao nível de 2019. A entidade reviu neste mês a taxa de crescimento inicialmente prevista para o Natal, passando de 2,1% para 1,2%, para cerca de R$ 65 bilhões.
Maior entidade do setor, o Instituto para o Desenvolvimento do Varejo (IDV) estimou, nesta semana, alta nominal de 1,8% em dezembro sobre 2021 – em termos reais, equivale a 4% de retração.

“Há um conjunto de fatores positivos e negativos que afetam o consumo, mas os negativos têm pesado mais nos resultados, como mostra o desempenho do comércio em datas recentes já afetadas por esse ‘macro’ difícil. E isso não dá sinais de melhora no curto prazo”, diz Fabio Bentes, economista da CNC, que representa 34 federações. Para 2023, a projeção é de alta de cerca de 1% nas vendas.

Bentes cita, como pontos mais animadores, o aumento na circulação de pessoas no varejo neste ano, a queda na taxa de desemprego (para 8,4%, menor índice desde 2014, versus 14,7% em abril de 2021), e o recuo da inflação. Após 25 meses de alta nos preços, houve desaceleração neste semestre.

“Mas há o impacto da taxa de juros muito elevada para pessoas físicas, em 56% ao ano, o maior patamar desde o primeiro trimestre de 2018. E o grau recorde de comprometimento da renda com dívida, em quase 29% em outubro, segundo dados do Banco Central”, diz.

As últimas datas de vendas do varejo mostram os efeitos desse cenário. Em agosto, quando ocorre o Dia dos Pais, a venda de roupas e calçados caiu 0,4%, e móveis e eletrônicos, 0,8%, segundo o IBGE. Em outubro (Dia das Crianças), vestuário recuou 1,1% e papelaria e informática não cresceu.

Depois disso, o país teve a pior Black Friday da história, com primeiro recuo nas vendas na data. Segundo José Barral, sócio da Cendon & Barral Assessoria e Consultoria, o cenário ‘macro’ atual, que afeta as projeções também de 2023, tem sido tópico central das discussões dos conselhos de administração.

“O poder de compra caiu e número de lojas, especialmente no varejo alimentar, só sobe. Então, alguém vai acabar perdendo um pedaço do bolo”, diz. “É bem provável ter um fim de ano e um 2023 forte no comércio de alta renda, que ainda tem parte do gasto reprimido da pandemia. Mas o que faz o varejo crescer são as classes C e D, e principalmente a C”, afirma.
No caso dos shoppings, há estimativa de avanço de 4% na receita, calculada pela Abrasce, a maior entidade do setor, com R$ 5,5 bilhões em vendas de 19 a 25 de dezembro. Para o comércio de São Paulo em geral (ruas e shoppings), há previsão de alta de 8% no mês, para R$ 112,4 bilhões, diz a FecomercioSP.
A Abrasce faz a ressalva de que a alta projetada reflete uma base de comparação normalizada de vendas, sem espaço para aumentos de dois dígitos como em 2021 versus 2020, ano de pandemia.

“No âmbito geral, o cenário ainda é restritivo ao consumo, considerando o quadro de preços elevados, aumento dos juros e incertezas econômicas para o próximo governo. No caso dos shoppings, temos uma recuperação contínua voltando ao período pré-pandemia”, diz Glauco Humai, presidente da entidade. A Alshop, entidade dos lojistas de shoppings, também estima alta de 4%, segundo o diretor Luis Ildefonso.

A loja física sentiu um dezembro mais desafiador do que o projetado, afirma a diretora da consultoria Virtual Gate, Heloísa Cranchi. A companhia faz contagem de pessoas em pontos-de-venda com mais de 3,5 mil câmeras em lojas.

A pedido do Valor, a empresa coletou dados de circulação nos pontos, que mostra recuo de 6,3% no tráfego de dezembro, até ontem, frente a 2021. Versus 2020, a queda é de 1,1% e, frente a 2019, ano anterior à pandemia, há uma diminuição forte, de 29,4%.

No varejo de cosméticos, há o melhor desempenho, com alta de 16,2% no fluxo sobre 2021. Em vestuário, o recuo atinge 6,8% e em móveis, queda de 1,8%.
Menos clientes circulando exige que aqueles que vão às ruas gastem mais para compensar o volume menor de compradores, a não ser que a venda on-line avance.

“Nós não esperávamos que a circulação caísse agora, por conta da base de comparação mais tímida do fluxo de 2021, quando ainda se sentia a covid”, diz Cranchi. “Temos conversado muito com clientes e, após a Black Friday deste ano, o certo otimismo que ainda existia se arrefeceu. O Natal não sinaliza uma venda expressiva”.
Cranchi lembra que o Natal neste ano acontece no fim de semana, com o dia 24 “caindo” no sábado. Em 2021, o dia 24 foi na sexta, mas houve lojas abrindo no domingo. “Se o Natal fosse na segunda ou na terça, teríamos um fim de semana inteiro para a venda acontecer.”

Uma queda em fluxo poderia ser equilibrada por um aumento na demanda no on-line, mas não há sinais de uma retomada no digital. A consultoria Neotrust prevê vendas de R$ 6,2 bilhões de 10 a 24 de dezembro, recuo de 10%. Para o tíquete médio, é projetada queda de 1%, e em pedidos, de 9%. Até setembro, o faturamento do comércio eletrônico caiu 3,6%.
Após a semana que vem, parte da atenção se volta para as vendas de liquidação do início de 2023 “Em janeiro, se ficar no zero a zero já vai ser bom”, afirma Cranchi. Os consultores ouvidos lembram que deve sobrar menos bens duráveis para queimas de estoques de janeiro – dados de estoque das redes de capital aberto mostra recuo nos valores no terceiro trimestre.
Caso as redes terminem dezembro com vendas mornas, mas com margens mais protegidas, pode ser o aspecto positivo do período. “Não tem espaço para discussão de incentivos ao consumo no curto prazo, no próximo governo. A agenda do setor terá que ser muito voltada para eficiência na gestão dos custos, dos investimentos e do fluxo de caixa”, diz Barral.

Black Friday e Natal mostram avanço dos programas de incentivo

Resgates cresceram 24% durante as promoções de novembro

A Incentivar, pioneira em incentivo inteligente no Brasil, registrou um crescimento de 24% nos resgates da plataforma.

O ano de 2022 é o terceiro consecutivo a registrar queda na renda dos brasileiros. Segundo o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), nos últimos três anos o poder de compra caiu 21%. Como reflexo, as pessoas buscam alternativas para fechar as contas no final do mês. Uma delas são os programas de incentivo, utilizados por empresas para engajar trabalhadores.

Em novembro, a Incentivar, pioneira em incentivo inteligente no Brasil, registrou um crescimento de 24% nos resgates da plataforma, em comparação com o mesmo período do ano passado. Segundo os responsáveis pelo levantamento, esse aumento do consumo justamente no período de descontos da Black Friday reflete uma preocupação maior dos brasileiros na administração desses benefícios.

Segundo Rodolfo Carvalho, CEO da Incentivar, esses programas têm sido vistos como dinheiro. “Os participantes têm poupado os pontos para usá-los nas promoções”, afirma. Segundo ele, o que antes era visto como um presente para quem batesse as metas de cada mês agora serve para reduzir os impactos da inflação. “A política de incentivos ganhou outro patamar de importância no dia a dia dos trabalhadores”, diz ele.

Amazon registra perda de R$ 5 trilhões, a maior de sua história

Logo no início do ano, Amazon apresentou o primeiro resultado negativo em sete anos e viu o valor das ações cair 8%
Amazon registrou perda de mais de 1 trilhão de dólares (quase R$ 5,1 tri) em valor de mercado;

Aumento da inflação e aperto da política monetária com aumento das taxas de juros seriam os principais motivos;

Reportagem do New York Times afirmou que a Amazon planejava demitir cerca de 10.000 funcionários em seus setores corporativo e de tecnologia ainda neste ano.

A Amazon, companhia de varejo online, não tem vivido dias muito favoráveis. Após a suspensão da construção de novos armazéns e de anunciar uma demissão em massa, a empresa contabilizou um prejuízo de mais de 1 trilhão de dólares (quase R$ 5,1 tri) em valor de mercado.

Em novembro, a Bloomberg já havia informado sobre uma perda de US$ 1 bilhão em valor de mercado da Amazon e que os principais motivos para esse novo registro seriam o aumento da inflação, o aperto da política monetária com aumento das taxas de juros no país para controlar os preços, ambiente econômico mais apertado e temores de uma recessão.

Logo no início do ano, a empresa apresentou o primeiro resultado negativo em sete anos e viu o valor das ações cair 8%. O Bloomberg Billionaires Index estimou que Jeff Bezos perdeu cerca de US$ 13 bilhões em apenas algumas horas com a movimentação do mercado financeiro.

No mês passado, uma reportagem do New York Times afirmou que a Amazon planejava demitir cerca de 10.000 funcionários em seus setores corporativo e de tecnologia ainda neste ano.

Este seria o maior número de cortes de empregos realizados em qualquer ponto da história da gigante do comércio eletrônico com sede em Seattle. A companhia estaria sentindo os efeitos do mau momento econômico que prejudica grandes empresas de tecnologia.

As demissões afetarão principalmente os envolvidos com projetos ligados ao assistente de voz Alexa da Amazon, bem como seus departamentos de varejo e recursos humanos, de acordo com o Times.

A empresa ainda não definiu um número específico de cortes de empregos, embora demitir 10.000 pessoas represente cerca de 3% de seu quadro de funcionários corporativos e menos de 1% de sua força de trabalho global de 1,5 milhão.