Black Friday 2022: Volume de produtos movimentados já é 15% maior do que no ano passado

As 350 milhões de encomendas movimentadas representam 4,9 milhões pedidos, segundo levantamento da Senior Sistemas.

Muitos brasileiros não esperaram a sexta-feira que dá nome ao período de promoções Black Friday para ir às compras. Segundo um levantamento da Senior Sistemas, mais de 350 milhões de produtos já foram movimentados entre segunda e quarta-feira durante esta semana de descontos. Esse total representa um aumento de 15% em relação ao mesmo intervalo de 2021.

Presente na gestão logística das empresas, a companhia enxerga hoje a Black Friday como uma das datas mais importantes para os varejistas.

Entusiasmo com Black Friday diminuiu 43% no Brasil em três anos, mostra pesquisa da plataforma de e-commerce Picodi

Levantamento da plataforma de e-commerce Picodi ainda mostra que o valor no carrinho brasileiro fica em torno de R$ 626, com descontos de, em média, 31%.No mundo, a porcentagem da queda do entusiasmo é a mesma registrada no Brasil, de 43%.
Com base em dados de busca do Google Trends, o levantamento mostra que o Brasil está entre os principais países cujo interesse por descontos na data comercial diminuiu significativamente desde 2019. A maior queda foi registrada na Turquia, com 81%, seguida por Nigéria (67%), Colômbia (63%), Rússia (58%) e Polônia (54%).

“Isto está muito provavelmente relacionado não somente à pandemia e à instabilidade financeira, mas também ao uso excessivo dos nomes ‘Black Friday’ e ‘Black Week’ para vendas que não as do final de novembro”, explica a pesquisa.

Há países, por outro lado, que registraram aumento de buscas por descontos da Black Friday, como Chile (33%), Japão (22%) e Finlândia (1%).

Padrão de consumo no Brasil
Embora o interesse tenha diminuído, a Black Friday continua sendo um dos períodos mais importantes para o comércio brasileiro. Na última sexta-feira do mês de novembro do ano passado, dia 26, o número de vendas foi 385% maior em comparação a um dia normal. No mundo, a cifra foi de 320%.

Quando a data comercial bate à porta, as categorias de produtos mais populares entre os brasileiros são móveis, eletrônicos e eletrodomésticos, vestuário e cosméticos, nesta ordem.

A pesquisa ainda mostra que o valor no carrinho brasileiro fica em torno de R$ 626, com descontos de, em média, 31%. Em geral, o potencial de economia é de R$ 283.

E-commerce pesa na balança com US$ 10 bi de importação por ano

Compras diretas de consumidores no exterior dobra em 9 meses sobre igual período de 2021.

Reflexo dos novos hábitos de consumo do brasileiro, as importações de pequeno valor, que incluem as encomendas internacionais que chegam via e-commerce, somaram US$ 8,49 bilhões até setembro deste ano, mais que o dobro dos US$ 3,92 bilhões em igual período do ano passado.

Em 12 meses, o valor dessas compras menores, contabilizadas pelo Banco Central (BC), chega a US$ 10,24 bilhões. Também com avanço, mas com valores absolutos mais baixos, as exportações de pequeno valor registradas pelo BC atingiram US$ 2,89 bilhões no acumulado de janeiro até setembro deste ano, quase o dobro do US$ 1,53 bilhão de iguais meses de 2021.

Ao lado das compras externas de criptoativos, as importações de pequeno valor devem, apontam economistas, fazer diferença maior este ano no ajuste que o Banco Central faz a partir dos valores de exportação e importação de bens apurados pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex/ME). O resultado desse ajuste é o saldo de balança comercial a ser considerado para o balanço de pagamentos.

Desde 2018 esse ajuste do BC tem sido de déficit, com redução portanto, dos saldos apurados pela Secex. Mesmo com o avanço das importações de criptomoedas e de encomendas de pequeno valor, porém, dizem economistas, o saldo da balança comercial deste ano após ajuste do BC ainda deverá ser robusto.

O BC considera como importações ou exportações de pequeno valor a comercialização de bens via facilitadoras de pagamentos, incluindo encomendas internacionais que chegam e saem do país pelos Correios ou por courier. Os valores para registro no balanço de pagamentos do BC é feito com base em informações de contratos de câmbio. Pelos Correios, a importação comum por pessoa física é limitada a US$ 3 mil por operação.

Rafaela Vitória, economista-chefe do Banco Inter, projeta para 2022 superávit comercial entre US$ 50 bilhões e US$ 55 bilhões, pelo critério do BC. Ela lembra que até o ano passado, o impacto maior nesse ajuste feito pela autoridade monetária vinha das operações relacionadas ao Repetro, regime aduaneiro destinado para compra e venda de equipamentos para exportação de petróleo. Em 2021, as importações do Repetro registradas pelo Banco Central somaram US$ 15,06 bilhões de janeiro a setembro. Neste ano, também até setembro, foi US$ 1,8 bilhão de importações do Repetro.

Em 2022, destaca Rafaela, essa conciliação feita pelo Banco Central passou a ficar sob maior influência dos criptoativos e importações e exportações de pequeno valor, numa tendência que deve se manter não somente até o fim do ano como também para os próximos períodos.

As importações de pequeno valor, avalia a economista, refletem uma mudança de hábito do consumidor, que após a pandemia ficou mais à vontade para o varejo on-line com plataformas internacionais que, por meio da tecnologia, deram mais acesso a fornecedores de fora. “É como uma pequena abertura comercial ao consumidor brasileiro”, avalia, que aderiu a essas compras internacionais mesmo com câmbio não tão favorável, após desvalorização de cerca de 30% do real em relação ao dólar nos últimos dois anos.
“O Repetro vai ficando menos relevante enquanto novos temas estão surgindo [no ajuste da balança do BC]”, diz o economista Livio Ribeiro, pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre) e sócio da consultoria BRCG. “Há uma tendência consolidada de maior importância dos criptoativos e das importações e exportações de pequeno valor que fica progressivamente mais clara.”

As projeções de Ribeiro são de superávit comercial em 2022, pelo critério Secex, de US$ 57 bilhões. O ajuste do BC, estima, deve ficar em torno de um déficit de US$ 17 bilhões, levando a um superávit comercial pela autoridade monetária de cerca de US$ 40 bilhões. Nesse ajuste, a tendência das criptomoedas e das operações de pequeno valor veio para ficar, diz, numa mudança estrutural para a conta de conciliação feita habitualmente pelo Banco Central. “Ficou para trás o período em que o ajuste do BC se limitava a US$ 2 bilhões ou US$ 3 bilhões.”

Ribeiro lembra que a importação de criptoativos tende a pesar na conciliação do BC porque a exportação desses valores é praticamente nula. Pelos dados oficiais, a exportação de criptomoedas somou apenas US$ 113 milhões em 12 meses encerrados até setembro enquanto as importações desses ativos atingiu US$ 6,97 bilhões pelo mesmo critério.

Já as importações de pequeno valor, explica Ribeiro, têm como contrapartida valores de exportações na mesma categoria que, embora menores, são suficientes para diluir o efeito dessas compras externas no ajuste do BC.
Pelos dados do Banco Central, em 12 meses até setembro o ajuste na balança comercial é de déficit de US$ 16,04 bilhões, sendo total de US$ 13,5 bilhões de saldo negativo correspondente ao efeito líquido – exportações menos importações – dos criptoativos (US$ 6,86 bilhões) e das transações comerciais internacionais de pequeno valor (US$ 6,64 bilhões).

A evolução das criptomoedas e das importações de pequeno valor tem levado a constantes revisões da projeção para o saldo da balança do BC, diz Silvio Campos Neto, da Tendências consultoria. Ele ressalta que os dois novos fenômenos, porém, estão em consonância com fatores econômicos e são menos aleatórios que as operações do Repetro, mais ligadas a ajustes de contabilização após uma mudança no incentivo fiscal.

A Tendência projeta superávit comercial para 2022 de US$ 58 bilhões pelo critério Secex, com saldo positivo de US$ 40,2 bilhões pelo critério do Banco Central.

Comércio eletrônico brasileiro perde mais de R$ 1 bilhão por problemas com pagamentos

Quase a metade dos consumidores online (47%) no Brasil relataram desistir de uma compra online durante o primeiro semestre deste ano devido a problemas com o processo de pagamento do comércio eletrônico, de acordo com uma nova pesquisa publicada pela fintech Zimpler.

A pesquisa da Zimpler mostrou que 78% das compras abandonadas devido a problemas de pagamento eram de valores menores, abaixo de R$ 300. As compras acima de R$ 1.000 representaram apenas cerca de 5% do total da amostra, mas foram responsáveis por mais de 20% das perdas totais.

“Nosso estudo mostra que o custo de transações online frustradas foi de pelo menos R$ 1,3 bilhão – e potencialmente muito mais alto”, diz Johan Strand, CEO da Zimpler.

Segundo dados da Nielsen IBit, a receita total do comércio eletrônico no Brasil atingiu R$118 bilhões nos primeiros seis meses deste ano, o que significa que as transações online abandonadas representaram 1,1% das vendas totais. No entanto, o custo real para os varejistas provavelmente será maior, já que os consumidores têm menos probabilidades de voltar aos sites de comércio eletrônico após uma má experiência.

“Qualquer fricção nos sistemas de pagamentos online não só aumenta os custos dos varejistas de comércio eletrônico, mas também reduz as receitas”, acrescentou Strand.

Os dados da Nielsen IBit mostram que 6,2 milhões de brasileiros fizeram compras online nos primeiros seis meses de 2022.
O valor total das compras online continua aumentando, passando de R$ 76,2 bilhões no primeiro semestre de 2021, porém, na realidade, o número de brasileiros que compraram produtos ou serviços on-line caiu no primeiro semestre deste ano, abaixo dos 7,3 milhões de consumidores on-line no primeiro semestre de 2021.

“A contração na base de consumidores do comércio eletrônico, à medida que a pandemia diminui, sublinha a necessidade de que os varejistas se concentrem na experiência do usuário – qualquer transação fracassada não apenas representa a perda de receita daquele incidente individual, mas também põe em risco a capacidade da empresa de desenvolver relações comerciais duradouras com seus clientes online”, diz Raoul Mehta, general manager da Zimpler na América Latina.

Covid derruba gastos do consumidor chinês

O distrito mais populoso de Pequim pediu aos moradores que ficassem em casa, diante da alta de casos de covid-19.

Os gastos do consumidor chinês entraram em colapso com duas campanhas recentes no país: uma contra o aumento dos preços dos imóveis e outra para conter os surtos de covid-19. A queda disparou um alarme para empresas em todo o mundo, que concentraram suas esperanças em um consumidor chinês gastando mais.

As vendas do varejo caíram no mês passado, contrariando as expectativas, e deverão continuar em queda, num momento em que as autoridades chinesas lançam lockdowns a fim de conter surtos mais recentes de covid-19 e diante das medidas de afrouxamento, que têm tido pouco efeito em reverter a crise do mercado imobiliário.
A Alibaba, gigante do comércio on-line, divulgou na semana passada um prejuízo líquido inesperado, poucos dias após contrariar precedentes ao não divulgar números das vendas para a grande temporada de compras de 11 de novembro, o Dia dos Solteiros.
O conglomerado francês de produtos de luxo LVMH Moët Hennessy Louis Vuitton disse que sua subsidiária chinesa permaneceu estagnada no último trimestre, apesar de ter registrado um crescimento de 19% nas vendas globais.

O distrito mais populoso de Pequim pediu aos moradores que ficassem em casa hoje, diante da alta de casos de covid-19. Nacionalmente, o número de novos casos se manteve estável no domingo, enquanto a China enfrenta surtos em cidades como Zhengzhou, Guangzhou e Chongqing.
A capital chinesa registrou 621 novas infecções no sábado, acima das 515 do dia anterior. Na tarde de ontem havia registrado outras 516 novos casos.

Expectativa de vendas

A Black Friday desse ano promete movimentar o comércio de um jeito bem diferente. Ela vai acontecer durante a Copa do Mundo. Esse encontro de eventos tem sido visto pelos especialistas como um momento único para conquistar boas vendas!

De acordo com uma pesquisa do Instituto Ipsos, 71% dos entrevistados pretendem aproveitar a data para comprar e gastar um pouco mais durante a Bkack Friday 2022. Já pesquisa da Neotrust mostra que o número de pedidos no e-commerce brasileiro cresceu 4,3% no segundo trimestre de 2022, em comparação com o mesmo período de 2021. O faturamento nos primeiros cinco meses do ano foi 785% maior do que antes da pandemia.

Segundo a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico, a expectativa é que o e-commerce possa movimentar R$6 bilhões de reais em vendas na Black Friday. Os números apontam ainda um possível crescimento de 3,5% nas vendas quando comparados com o ano anterior.

E, para corroborar com expectativa de aumento de vendas na Black Friday 2022, o Centro de Estudos Econômicos da Acirp elaborou pesquisa com empresários da cidade de Rio Preto e identificou que boa parte dos comerciantes entrevistados (71,11%) tem expectativa otimista em relação as vendas. A expectativa de 73% dos entrevistados é que haja um aumento de até 10% na comparação com o mesmo período do ano passado. O ticket médio esperado pelos comerciantes para a data é de R$ 265,50.

A pesquisa possibilitou entrevistas juntos aos MEI, microempresas, empresas de pequeno porte e grandes empresas. Os microempreendedores individuais e as microempresas são as mais otimistas com relação a data. Contudo, as empresas de pequeno porte possuem a maior expectativa em relação ao tíquete médio esperado (R$ 419,23).

Ou seja, esse momento promete mexer com a vida dos brasileiros, tanto os que compram quanto os que vendem! Vale lembrar, também, que o fim de ano marca o pagamento do 13º salário, o que coloca dinheiro no bolso e estimula o consumo.

E com relação a movimentação de recursos do 13º salário na economia do município, o Centro de Estudos Econômicos da Acirp também elaborou estudos mostrando injetar na economia o montante de 380,2 milhões de reais, levando em consideração os recebíveis referentes aos trabalhadores formais.

Porém, para aproveitar todos esses benefícios, é necessário se preparar. Quem faz um bom planejamento sai na frente e deixa tudo em ordem para colher os resultados. É nesse planejamento que a Acirp, cumpre, mais uma vez, seu papel indispensável como agente fomentador no aumento das vendas dos empresários, consolidando sua missão de representar a “Voz de quem produz”.

Na ‘Black’ da Copa, crescimento de 3% a 9%

Venda de TV já sobe 59%, mas desempenho desigual em categorias e redes puxa para baixo expansão geral.

A Black Friday de 2022 entra na sua semana decisiva com ritmo de crescimento um pouco acima do ano passado, porém com resultados desiguais entre produtos e entre os próprios grupos de varejo – grandes plataformas on-line que já vinham se descolando da média crescem mais. Ações comerciais mais agressivas, previstas para os próximos dias, foram antecipadas para acelerar mais a demanda.

Será a primeira vez na história do setor com Black Friday, Copa e Natal num espaço de menos de 40 dias, tornando o cenário mais intenso em campanhas e lançamentos daqui para frente. A Via (dona de Casas Bahia e Ponto) já se movimentou nessa direção. “Antecipamos algumas ações da semana da Black para o fim da semana [passado] para fazer a venda e a entrega da TV, por exemplo, até o jogo do Brasil. E também porque vimos que há um ritmo de venda mais forte nos últimos dias, e queremos aproveitar essa curva de crescimento”, diz Abel Ornelas, vice-presidente comercial da Via.

Para Roberto Wajnsztok, CEO da Origin Consultoria e ex-Walmart.com, fatores como o ambiente de deterioração macro e de incerteza política vêm afetando o nível de confiança do consumidor neste fim de ano. “Era esperado que esse clima ainda tenso no país se reduzisse após as eleições, mas isso não diminuiu tanto. Minha orientação a meus clientes é venderem o que puder agora, pelos riscos desse cenário incerto, e porque ainda há o impacto do desempenho do país na Copa”, diz.

Taxa de juros em alta fez varejistas adotarem mais cautela na hora de formar estoques para esta edição do evento

“Mas não acontecerão loucuras nas lojas, mesmo que a venda seja tímida, na faixa de um dígito de alta. É bom o consumidor não esperar grandes vantagens porque os estoque caíram muito nos últimos meses, após a alta no custo do capital neste ano”, acrescenta.

No mercado, as projeções para a Black Friday, em sua maioria, variam de aumento de 3% a 9% nas vendas, em valor (sem descontar a inflação), considerando as análises de empresas e entidades ouvidas, entre elas, Confederação Nacional do Comércio e Turismo (estimativa de 7,6%), empresa de pesquisas GfK Brasil (entre 8% e 9%) e a ABComm (3,5%), associação do comércio on-line. Na edição de 2021 do evento, a expansão foi de 8%, segundo dados do IBGE.

A data promocional ocorre sempre na última sexta-feira de novembro – este ano cai no dia 25 -, mas o varejo costuma oferecer descontos e fazer campanhas de marketing durante todo mês. Este ano, segundo a GfK, as vendas totais de bens duráveis subiram 7% em valor (4,5% em volume) na semana de 7 a 13 de novembro versus a mesma semana de 2021. O ritmo supera o de um ano atrás, quando as vendas subiam um dígito baixo, na faixa de 3%, segundo pesquisas da época.

O avanço nas vendas foi mais expressivo de 7 a 13 de novembro este no para TVs, com alta de 59%; fritadeiras sem óleo, com aumento de 46%; e máquinas de café (24%). Sons portáteis (que podem ser conectados às TVs) crescem 40%. Smartphones têm recuo de 10%, um provável reflexo da busca maior pelas TVs, impulsionada pela Copa, mas há expectativa de melhora nas vendas entre a terceira e quarta semanas de novembro.

“Tudo indica que será uma Black Friday mais forte que a de 2021, quando a data ficou abaixo do previsto, então trata-se de uma base fraca. É a Black dos televisores, alvo central das ofertas, algumas delas bem agressivas, e dos portáteis para casa”, diz Felipe Mendes, diretor geral da GfK Brasil, que recebe dados de forma contínua das redes.

Na visão de Paulina Dias, da área de inteligência da Neotrust, é esperada alta nominal abaixo da inflação acumulada (em torno de 6%, pelo IPCA). “É algo positivo se lembrarmos que há queda [3,6% até setembro] no faturamento no comércio on-line no país ”, diz ela.

Mendes ressalta porém, que há sinais claros de aumento dos “gaps”, com diferenças de performance entre as empresas. “Um dos maiores marketplaces do país têm ido muito bem, está muito acima dos restantes, explodindo em vendas, e uma cadeia mais tradicional aparece em seguida, com números menos expressivos, mas positivos. Uma terceira cadeia tem os números piores”.

A GFK não divulga desempenho por marca, e entre as operações que acompanha estão Mercado Livre, Americanas, Magazine Luiza e Casas Bahia.
O Valor apurou que uma marca líder de eletrônicos e celulares ajudou a financiar o varejo na Black deste ano, ampliando mais prazo de pagamento das lojas, mas grandes varejistas não têm sido tão agressivas nas ações ao consumidor, gerando uma saia-justa com a marca. “Isso não pegou muito bem, então a expectativa é que nesta semana o barulho na mídia e a dose de ofertas suba um pouco”, diz uma fonte a par do assunto.

Em termos de descontos, tema polêmico na Black Friday, até o começo de novembro não havia um avanço expressivo sobre 2021. A depender da estratégia das redes, isso pode ser ajustado nos próximos dias.
Segundo dados da GfK, as reduções de preços acima de 10% responderam, no começo de novembro, por 26,3% do volume vendido de eletrônicos, frente a 27,5% um ano atrás. Em TVs, representaram 18,6% do volume vendido no ano em 2021, e 24,1% neste ano. Mendes lembra que há um novo complicador hoje, relativo à quantidade de variáveis nas promoções.

“Há desconto com PIX, desconto com cartão da loja, sem cartão da loja, desconto com cashback, e em compra feita por conta digital, e assim por diante. Ficou tudo mais confuso na visão do consumidor, o que gera ruído e pode frustar o cliente, que muitas vezes não entende se fez boa compra ou não”, diz. Há anos, a visão de “Black Fraude” acabou colando na imagem da data, em parte pela percepção de ofertas sem ganhos reais.

Levantamento do Valor mostra variações pequenas, e até queda, nos estoque das redes de capital aberto de junho para setembro. No fim do terceiro trimestre, as cadeias já teriam que armazenar mais produtos, de olho nos eventos. “A gestão dos estoques hoje passa pelo aumento no custo do dinheiro, após a escalada da taxa Selic, que encarece o estoque parado. Em 2021, as cadeias erraram no estoque porque a venda veio fraca. E errar de novo, com Selic a 14%, pode sair caríssimo. Por isso há muita cautela nessa conta nessa Black”, diz a diretora da empresa Virtual Gate, Heloísa Cranchi.

No Magalu, o estoque (em valor) entre segundo e terceiro trimestres subiu 6,4%, na Via caiu 3,3% e na Americanas, teve queda de 8%. “Reduzimos estoque neste ano porque o risco de desabastecimento caiu. E reforçamos a compra após outubro, como normalmente ocorre. Tenho 80 dias de estoque em novembro. Está abaixo de um ano atrás porque antes estava mais alto que o normal. Não vai faltar produto”, diz Ornelas, da Via. “Estamos crescendo na Black acima dessa taxa inicial [7%] de novembro”, reportada pela GFK.
“O cliente quer comprar a TV acima de 60 polegadas que pode ser parcelada em até 30 vezes [nos cartões da rede]. Isso faz caber no bolso. Negociamos bem o estoque próprio, que é onde somos fortes, e vamos complementar com o marketplace de lojistas. E vamos ver mais ‘barulho’, mais campanhas, nesta semana que entra”.

Consultores têm destacado que o consumidor ainda não “acordou” para a Black e a Copa, por isso se espera mais ações a partir desta segunda-feira. Nas lojas, ainda há estimativa de tráfego maior. “Pelos levantamentos diários de circulação em lojas em novembro, coletados por equipamentos que medem fluxo, projetamos alta de 26% na circulação sobre 2021, mas ainda com queda em relação a 2019. Não normalizamos o fluxo ainda e calculamos que isso levará até cinco anos”, diz Cranchi, da Virtual Gate, referindo-se ao movimento verificado antes da pandemia.

Apesar da alta, varejo ainda não recuperou prejuízo

Dos 5.932.149 estabelecimentos do setor existentes em 2021, mais de 573 mil fecharam suas portas.

O varejo brasileiro deve movimentar, até o final de 2022, cerca de R$ 371,8 bilhões, o que representa uma vantagem de 10,6% em relação ao ano passado, quando esse número foi de R$ 336,3 bilhões. É o que aponta a Pesquisa IPC Maps.

Segundo o levantamento, embora o cenário seja de otimismo, o estudo mostra que o setor não conseguirá ainda recuperar as perdas obtidas com a pandemia. Em 2019, por exemplo, o potencial de consumo em varejo foi superior a R$ 420 bilhões.

São levadas em conta despesas com artigos de limpeza; mobiliários e artigos do lar; eletroeletrônicos; vestuário confeccionado; calçados; e joias, bijuterias e armarinhos.

Na contramão desse consumo em recuperação, destaca-se a queda na quantidade de comércios varejistas e atacadistas no país. Segundo o IPC Maps, dos 5.932.149 estabelecimentos do segmento existentes em 2021, mais de 573 mil fecharam suas portas, totalizando atualmente 5.358.525 unidades instaladas no Brasil.

De acordo com análise do Mitsubishi UFJ Financial Group, Inc (MUFG), “no quarto trimestre vemos espaço para um crescimento modesto de alguns segmentos do varejo estimulados por algumas datas-chave: o Dia das Crianças no dia 12 de outubro, a Black Friday em novembro, a Copa do Mundo e as vendas de Natal em dezembro. Os segmentos que podem se beneficiar mais desses eventos são supermercados, livraria & papelaria, bens pessoais, roupas e calçados.”

Segundo os analistas, “bens mais duráveis e caros, como eletrônicos, eletrodomésticos e veículos, são limitados pelas condições de crédito mais apertadas e pelo alto endividamento das famílias. Tal impacto pode superar o incentivo proporcionado pelas férias e eventos de fim de ano, o que significa que as vendas no varejo ampliado podem se contrair um pouco durante o quarto trimestre, estando em linha com a atividade econômica como um todo. Nossa previsão do PIB é de -0,3% para o quarto trimestre e 2,7% para o ano inteiro.”

Por outro lado, de acordo com estudo realizado pela Confederação Nacional do Comércio (CNC), setor supermercadista fechou o ano de 2021 um saldo positivo de 54 mil lojas, chegando a um total de 145 mil estabelecimentos em todo o país.

Análise do comércio eletrônico brasileiro em Outubro/2022- Relatório Conversion

Tráfego do e-commerce brasileiro cai 5% em outubro em relação ao melhor desempenho do ano.
Expectativa das plataformas online está em aquecimento da demanda por conta da Black Friday e das festas de fim de ano.

Em outubro, o e-commerce brasileiro registrou 2,20 bilhões de visitas, de acordo com o Relatório Setores E-Commerce, elaborado pela Conversion. O número representa estabilidade (-0,4%) na comparação ao mês anterior.
Vale lembrar, porém, que em setembro houve queda mais robusta, de 4,4%, logo após uma retração de 1% entre julho e agosto.
Em relação a julho, aliás, mês com o melhor resultado do ano, a retração agora é de 5,1%. A retração também foi sentida pelas marcas. A chinesa Shopee teve o pior desempenho, encolhendo 3,8% na comparação a setembro. O líder Mercado Livre perdeu 1% de sua base de tráfego, enquanto a Amazon Brasil caiu 1,7%.
Na contramão, a Magalu subiu 2,2% e a Americanas, que fecha os cinco primeiros, se manteve no patamar dos 93 milhões de acessos.
O resultado do mês também se observa no principal segmento do e-commerce brasileiro: o de varejo (marketplaces), que caiu 2,5% em outubro. Foi o quarto mês seguido em curva descendente.

Dia das Crianças impulsiona e-commerce do setor infantil
Para alguns segmentos do e-commerce, no entanto, outubro foi um mês animador. É o caso, principalmente, das plataformas de produtos infantis: confirmando a relevância da sazonalidade do calendário brasileiro, elas tiveram um incremento expressivo de 28% por conta do Dia das Crianças, alcançando o segundo melhor desempenho de 2022, com 11,2 milhões de visitas.
Na esteira da data, o tráfego do segmento pet também subiu (16%). Com 19 milhões de acessos, registrou, de longe, o melhor resultado do ano, levando consigo tanto o desempenho das marcas do mercado quanto as visitas via apps.
Outra novidade do relatório de outubro é que, pela primeira vez, a Amazon Brasil perdeu a liderança isolada do Share of Search. Até o mês passado, a empresa norte-americana reunia, sozinha, mais da metade (52%) de todas as citações no Google dentro do seu segmento de Importados.
Agora, a posição é compartilhada com a Stanley, marca de copos térmicos que ficaram famosos em 2020. Ambos somam 48% de Share of Search em seus próprios segmentos (a Stanley pertence ao de Presentes e Flores).
Acesse o Relatório Setores E-commerce no Brasil Conversion- Novembro /Referente a Outubro 2022, completo em https://lp.conversion.com.br/relatorio-setores-ecommerce

Brasil e Reino Unido assinam memorando de entendimento na OMC

Ajustes garantirão que o Brexit não prejudique fluxos comerciais do Brasil com a União Europeia e Reino Unido.

O Brasil e o Reino Unido concluíram as negociações referentes à repartição do volume das quotas tarifárias de importação (TRQs) da União Europeia (UE) entre o bloco europeu e o Reino Unido, em decorrência da saída do Reino Unido do bloco (Brexit). Memorando de Entendimento nesse sentido foi assinado na quinta-feira, 17, na Organização Mundial do Comércio (OMC), informam em Nota Conjunta os Ministérios das Relações Exteriores, da Economia e da Agricultura.

Conforme comunicado do Ministério da Agricultura, após mais de quatro anos de negociações, o acordo proporcionará ajustes com relação à repartição aplicada provisoriamente por UE e Reino Unido desde 2021.

Esses ajustes garantirão que o Brexit não prejudicará os fluxos comerciais regulares do Brasil com a UE e com o Reino Unido, de produtos agrícolas e não agrícolas. Os volumes negociados levaram em consideração as exportações de períodos anteriores do Brasil para os países europeus.

O Brasil já havia concluído as negociações com a UE no último dia 14 de setembro. Após a conclusão dos trâmites de formalização do acordo no âmbito interno dos dois parceiros e no âmbito da OMC, o resultado será incorporado às listas de compromissos da UE e do Reino Unido na OMC, disse o ministério na nota.

Conforme as regras da OMC, os detalhes do acordo ainda têm caráter reservado. O Brasil confia que as novas condições acordadas serão implementadas pelos parceiros com a maior brevidade possível, para que os exportadores brasileiros possam delas se beneficiar já no início do segundo semestre de 2023, quando se iniciam os “anos-quota” regulares para a maioria das TRQs.