Queda na audiência do e-commerce em agosto é destaque no relatório da Conversion

Segundo relatório* da Conversion, em agosto, a audiência dos sites e aplicativos de e-commerce brasileiros tiveram uma leve baixa de 1,2%, em comparação com julho. Ainda assim, a audiência do mercado recebeu 2,28 bilhões de acessos, assim como a participação das 10 maiores cresceu 1,3 pontos percentuais.

Muito dessa queda, segundo aponta o estudo, é consequência de algumas peculiaridades do ano de 2022. Como, por exemplo, o atual cenário econômico, com alta da inflação. Além disso, a incerteza em relação às eleições e o desemprego em alta podem contribuir para a queda nas vendas do e-commerce em agosto.

Mercado competitivo
Se antes o e-commerce brasileiro era dominado apenas por empresas nacionais, hoje o país possui as três maiores empresas do segmento de países de fora: MercadoLivre, Shopee e Amazon.

Se levarmos em conta os 10 maiores sites, sua metade é composta por e-commerces brasileiros. Como curiosidade, somente esses 10 sites detêm 52,5% do mercado, número que era 51,2% em agosto. Para demostrar o poder de atuação deste mercado no Brasil, sites e aplicativos de e-commerce somados tiveram 27,6 bilhões de acessos nos últimos 12 meses.
Marcas de destaque por setor
Entre os destaques do levantamento da Conversion, vale mencionar o recorte Share of Search. Neste caso, revela quais as marcas mais lembradas em cada um dos segmentos. Essa metodologia ocorre de forma preditiva em relação ao market share — ou seja, mostra a tendência de participação de mercado de cada loja.

As marcas com maior Share of Search são:

Amazon (52%, setor Importados);
Petz (47%, setor Pet);
e Stanley (43%, setor Presentes & Flores).

“APÓS UM BOM MÊS DE JULHO, O VAREJO BRASILEIRO TEVE UMA PEQUENA E QUASE IMPERCEPTÍVEL RETRAÇÃO, MESMO COM O DIA DOS PAIS”, ANALISA DIEGO IVO, FUNDADOR E CEO DA CONVERSION. “NO ÚLTIMO MÊS, O E-COMMERCE BRASILEIRO TINHA CRESCIDO 6,3%, DE MODO QUE FOI DIFÍCIL MANTER ESSAS BOAS TAXAS”, DIZ IVO. “MAS O VAREJO ESTÁ VIVENDO UM BOM MOMENTO DE RETOMADA”, CONCLUI.

*Acesse o Relatório Setores E-commerce no Brasil -Agosto 2022 publicado na Biblioteca do RadarIC+ em Pesquisas Externas:
https://radaric.correios.com.br/3d-flip-book/relatorio-setores-e-commerce-no-brasil-conversion-setembro-2022-referente-a-agosto-2022/

Na Shopee, um e-mail do CEO decreta fim do crescimento a qualquer custo

Em e-mail a funcionários, obtido pelo Neofeed, Forrest Li, CEO do Sea group, holding que controla a Shopee, alerta sobre a nova filosofia. Mudanças começam nas políticas de reembolso para funcionários.

A Shoppe atravessa o momento conturbado em seus negócios. Somente em setembro, a companhia informou que estava encerrando suas operações na Argentina e que iria reduzir o quadro de funcionários em outros mercados da América Latina.

Também nesse mês a plataforma de e-commerce promoveu um aumento no take rate cobrado dos sellers no Brasil. As medidas destacaram dúvidas sobre o futuro do negócio. A tensão foi tanta que o Forrest Li, fundador CEO do Sea group, conglomerado de Cingapura que controla a operação, enviou pessoalmente um e-mail aos funcionários da companhia abordando esses movimentos.

Mas além das explicações sobre esse contexto, o documento obtido pelo NeoFeed, trouxe também um aviso: a companhia vai apertar ainda mais o cinto.

“Devemos encontrar todas as formas de reduzir nossos custos operacionais. Quanto mais dinheiro economizamos a cada dia, mais tempo podemos comprar para enfrentar essa tempestade”, informa um dos trechos do e-mail enviado pelo CEO da Sea aos funcionários da Shopee em todo o mundo.

A mensagem lista algumas das ações que serão adotadas de imediato para reduzir os gastos. As principais medidas estão relacionadas aos gastos dos funcionários em viagens de trabalho a partir de outubro, todos os reembolsos para essas viagens estarão limitadas a voos de classe econômica e a um valor de US$ 150 por diária em hotéis. Em viagens internacionais, as despesas com refeições estarão restritas a US$ 30 por dia, enquanto no caso do transporte, a orientação é usar a opção mais econômica ofertada por serviços locais de mobilidade.

Além disso, Li informou que os líderes da companhia não irão receber nenhuma compensação no curto prazo. A ordem é economizar o máximo de recursos até que a empresa esteja saudável financeiramente.

O executivo explicou que as medidas integram um plano da empresa para se tornar autossuficiente- o que consiste em atingir fluxo de caixa positivo. Isso deverá ser feito num período entre 12 e 18 meses. “A única maneira de nos libertarmos da dependência de capital externa é nos tornarmos autossuficientes, gerando caixa suficiente para todas as nossas necessidades e projetos”, diz um dos trechos do documento.

Virar essa chave não será fácil. Apesar de reportar um crescimento de receita de 75,6%, para US$ 1,75 bilhão, no segundo trimestre de 2022, e de 27,2% no volume bruto de mercadorias (GMV), para US$ 19 bilhões, a Shopee viu seu prejuízo operacional passar de US$ 579,8 milhões para US$ 648,1 milhões na comparação com igual período de 2021.

Os resultados impactaram diretamente o desempenho na bolsa de valores. Avaliado em US$ 33,2 bilhões, o grupo comandado por Li já perdeu mais de 70% de valor de mercado desde o começo do ano.

A Shopee cresceu ao aproveitar de uma estratégia agressiva de expansão, bancada pelo dinheiro de investidores. Foi desta forma que a empresa ganhou fôlego para sair da Ásia e conquistar novos mercados na América Latina e na Europa.

Nos últimos meses, no entanto a empresa passou a enfrentar dificuldades. Ao mesmo tempo em que os resultados financeiros apontam para o aumento do prejuízo, o mercado ficou mais restrito e com menos opções para novas captações. A solução, então, foi mudar a estratégia.

“No passado focamos primeiro no crescimento e às vezes o crescimento a qualquer custo. Essa não foi uma abordagem errada, pois as condições globais estavam repletas de oportunidades na época”, diz um dos trechos do e-mail. “Mas agora que as condições globais mudaram, nós também devemos nos adaptar”.

Essa adaptação se traduziu no fim das operações na Argentina, Espanha e Índia. Houve também redução do quadro de funcionários em mercados como Chile, Colômbia, México, Tailândia, Indonésia, Vietnã. O Brasil, a princípio, passou ileso no que diz respeito aos cortes.

Numa tentativa de tranquilizar os funcionários, mas ainda manter o alerta, Li afirmou que a empresa hoje tem uma base sólida de dinheiro” que coloca o negócio “em uma posição segura em relação ao mercado de tecnologia. “No entanto, podemos facilmente extinguir essa base se não formos cuidadosos”, acrescentou.

FedEx desaba 22% com freada na economia; CEO fala em ‘recessão global’

A FedEx reportou um trimestre fiscal bem abaixo da expectativa — com a freada na economia global acertando em cheio a operação da companhia — e disse que terá que fazer um programa “profundo” de corte de custos.

A receita com as entregas de e-commerce nos Estados Unidos ficou US$ 300 milhões abaixo das projeções apresentadas pela própria empresa em junho. Já as operações na Ásia e na Europa tiveram um resultado US$ 500 milhões abaixo do previsto.

Os resultados, ainda preliminares, saíram na quinta-feira depois do fechamento do mercado, e a ação da empresa abriu na segunda (20), em queda de 22%.

Outras empresas de entrega de mercadorias sofreram com a notícia. A UPS caía 7%, e as principais concorrentes da FedEx na Europa também operavam no vermelho: queda de 5% para o Deutsche Post e 10% para o Royal Mail.

FedEx desaba 22% com freada na economia

Os resultados frustrantes da FedEx indicam uma freada na atividade econômica, particularmente no e-commerce. Mas a empresa também está sob a pressão de investidores ativistas para melhorar as suas margens operacionais, o que, segundo os analistas, contribuiu para amplificar a queda nas ações.

O CEO Raj Subramaniam disse que a FedEx congelou a contratação de novos funcionários, fechará 90 escritórios e deixará no chão parte de sua frota de aviões cargueiros. As entregas aos domingos também serão reduzidas.

Em entrevista à CNBC, o executivo disse que se prepara para uma recessão global. “Estou decepcionado com os resultados,” disse Subramaniam, que assumiu o cargo em junho. “O principal fator é a situação macro que estamos enfrentando.”

Com a reabertura da economia pós-pandemia, as pessoas voltaram a viajar, estão gastando mais com restaurantes e serviços. Ao mesmo tempo, reduziram as compras no comércio eletrônico. A Amazon e outras companhias de e-commerce já sentiram os efeitos dessa transição.

Dia do Cliente aquece o varejo brasileiro: especialista lista dicas para aumentar as vendas online

Data comemorativa é a oportunidade de agradecer aos que ajudam na manutenção dos negócios durante todo o ano

O Dia do Cliente existe desde 2003 e é comemorado em 15 de setembro. Adotar iniciativas que aumentem as vendas e o tráfego do varejo é uma estratégia para que os consumidores consigam comprar itens com descontos no mês em que não acontece nenhuma data comemorativa. O mercado está atento às tendências de compras e sabe que os descontos nos sites e plataformas online geram maior rentabilidade para as empresas. De acordo com um estudo da NielsenIQ Ebit em parceria com a Bexs Pay, 91,7% dos consumidores têm a intenção de continuar comprando online em 2022.

“As comemorações do Dia do Cliente são estratégicas para o setor varejista, já que acontecem entre os meses do Dia dos Pais e do Dia das Crianças. O comércio costumava ser mais morno no mês de setembro, mas essa data vem justamente para movimentar as vendas nesse período, com descontos e promoções. É preciso preparar o negócio para aproveitar as oportunidades”, comenta Fernanda Hermanny, CEO da Afilio, empresa de marketing de performance que conecta anunciantes a uma rede própria com mais de cem mil afiliados.

Fernanda traz três dicas para quem deseja aproveitar o Dia do Cliente para impulsionar as vendas online. Confira:

Aposte no marketing de afiliação

As estratégias de divulgação têm grande peso nos resultados das vendas em datas promocionais, como é o caso da Semana do Cliente. O marketing de afiliação é um dos caminhos para alcançar bons números. Trata-se de uma estratégia de publicidade online, em que parceiros promovem produtos e serviços para potencializar a divulgação de ofertas e descontos, em troca de comissões.

“A Afilio, por exemplo, tem uma rede diversificada com mais de cem mil filiados, que atendem diversos segmentos e trabalham em canais como sites de conteúdo, redes sociais, e-mail marketing, sites de cashback e de cupons de desconto, entre outros, prontos para alcançar os consumidores e entregar bons resultados aos anunciantes”, explica Fernanda.

Esteja presente em mais de um canal

Estar presente em diferentes canais de venda e atendimento é uma exigência do mercado atual e um desejo do público, que prioriza serviços omnichannel, que tragam comodidade, praticidade e autonomia para decidir que canais utilizar durante a jornada de compra.

“Estar presente no máximo de plataformas possível é essencial para bons resultados e também para uma maior satisfação dos consumidores. A omnicanalidade é uma das melhores estratégias que as empresas podem seguir e é importante garantir que os canais adotados sejam integrados e ofereçam um mesmo nível de qualidade nas interações com os usuários”, pontua a CEO da Afilio.

Garanta uma boa experiência

A jornada de compra deve ser descomplicada do início ao fim. Desde uma plataforma de fácil navegação e carregamento rápido, até boas condições de pagamento e entrega dos produtos, cada detalhe fará diferença na tomada de decisão do cliente e na sua experiência.

“Qualquer dificuldade pode ser suficiente para o consumidor fechar a página e buscar outra loja. Além de garantir uma boa experiência, é importante conhecer as preferências do público e usar essas informações para planejar ofertas certeiras para o Dia do Cliente”, finaliza a especialista.

Sobre a Afilio:

Fundada em 2008, a Afilio é uma empresa de marketing de performance que conecta grandes marcas a sua rede própria de afiliados, divulgando campanhas online em todos os formatos. Com mais de 100 mil afiliados cadastrados, promove campanhas para os maiores e-commerces do Brasil, como Gol, Leroy Merlin e Carrefour. Neste ano, foi eleita a Melhor Plataforma de Afiliação para E-Commerce na opinião dos afiliados, pelo prêmio Afiliados Brasil 2022.

Dia do Cliente: além dos descontos, empresários devem aproveitar para fortalecer relacionamentos

Celebrado no dia 15 de setembro todos os anos, o Dia do Cliente é uma oportunidade para fortalecer a relação entre empresário e consumidor.
Na próxima quinta-feira (15), será celebrado o Dia do Cliente, data comemorada no varejo com objetivo de parabenizar e agradecer aqueles que ajudam na manutenção dos negócios.

Na ocasião, as empresas costumam oferecer produtos com desconto e experiências diferenciadas para sua clientela, para fidelizá-lo ainda mais e mostrar sua apreciação pelo público.

A data é comemorada desde 2003 no país e foi criada por um empresário no Rio Grande do Sul como uma estratégia de estreitamento de relacionamento entre as empresas e seus clientes.

Aproveitando a ocasião para também impulsionar as vendas, o Dia do Cliente pode ajudar a aumentar as vendas em um mês que não conta com outras datas comemorativas, como Dia das Mães ou Dia dos Namorados.

De acordo com um relatório elaborado pela startup de negócios online Voxus, a data deve impulsionar principalmente as vendas no setor de moda, beleza, saúde e eletrônicos.

Na parte de vestuário, a startup estima que o crescimento das operações pode superar 160% apenas nos e-commerces.

A pesquisa estima que o setor de cosméticos deve ter um aumento médio de 30% nas transações, seguido pelos eletrônicos, com perspectiva de crescimento de 20%.

Ainda segundo a startup, uma das vantagens do Dia do Cliente é que as compras no período são bem mais abrangentes do que feriados específicos, como Dia dos Pais e Dia das Crianças, podendo ampliar as vendas para diferentes perfis que podem estar simplesmente procurando uma oportunidade de compra e não para cumprir um calendário.

Os empresários devem estar atentos a essa ocasião para fornecer uma experiência diferenciada ao seu cliente para fortalecer seu relacionamento, valendo desde promoções nos produtos, brindes nas compras, descontos progressivos e mais.

Magazine Luiza (MGLU3): entenda como o fim da alta da Selic vai impulsionar o varejo

Por que a taxa Selic é tão importante para as empresas de varejo? Mais do que qualquer outro setor, o varejo está nitidamente relacionado ao ciclo da economia. A demanda de farmácias e supermercados costuma ser mais resiliente do que a de lojas que vendem produtos eletroeletrônicos. Por isso há a penalização dessas companhias. É o que explica o engenheiro e especialista da Genial Investimentos, Iago Souza, em entrevista ao Suno Notícias no programa Raio-X do Setor.

“O varejo em si apresenta uma maior sensibilidade ao mercado de crédito. A Selic saiu de 5,25% em agosto de 2021 para 13,75% no mesmo período de 2022. Estamos falando de uma política monetária contracionista. O efeito mais claro disso acaba sendo no custo de crédito, que é maior”, explica Souza. O mercado percebeu o efeito de aperto monetário que o Banco Central planejava para a economia, e as ações de varejo sofrem desde o início de 2022. No acumulado do ano, Magazine Luiza (MGLU3), Americanas (AMER3) e Via (VIIA3) recuam, respectivamente, 30,06%, 38,87% e 30,32%.

Com o efeito mais contracionista da economia, não só no Brasil mas no mundo, as empresas estão sendo mais criteriosas na concessão de crédito, já que o risco de inadimplência se torna maior e pode comprometer margens, que são de extrema importância para o setor.

Varejo de tecnologia sofre com juros e geração de caixa
Além das varejistas tradicionais, existe o impacto nas empresas de tecnologia, como o Méliuz (CASH3). O especialista no setor da Genial Investimentos, Igor Guedes, observa que o cenário é pior no curto prazo. “O Méliuz, que depende do e-commerce e do varejo tradicional, também é afetado pela taxa de juros e o critério para concessão de crédito. Além disso, você está na outra ponta em relação ao aumento de capital”, pondera.

Para empresas de tecnologia, a geração de caixa é pensada no futuro. Portanto já são negociadas por um valor mais baixo. “Quando houver o desconto desse fluxo de caixa que está lá na frente, será por uma taxa maior, já que o custo de capital subiu”, diz.

Naturalmente, quando a taxa de juros sobe, o valor dessas companhias cai. A partir do momento que há um arrefecimento da curva de juros – como o mercado começa a precificar no Brasil, que subiu os juros antes da maioria das economias do mundo –, pode haver uma vantagem para as empresas do setor.

“O Méliuz está construindo uma nova linha de negócios, de serviços financeiros, para entrar no mercado de crédito e diversificar seus negócios. O mercado de ‘shoppings’, o e-commerce e marketplace da empresa, não apresenta muita melhora a curto prazo. A contribuição dessa vertical dá-se pela credibilidade de que o mercado de cashback é muito competitivo. Há diversos outros players competindo com o Méliuz, então pode haver uma virada de chave ligada à vertical de marketplace. Porém, na frente de serviços financeiros, há um bom potencial que não está no preço da companhia. À medida que a taxa de juros for reprecificada no primeiro semestre do ano que vem, poderá haver uma alta nos preços da empresa”, avalia Guedes.

Competitividade no varejo e financeirização das empresas
Iago Souza observa que há uma demanda muito maior por serviços do que por bens no setor atualmente, algo bem diferente de quando a Selic estava em 2%. “Toda essa demanda foi reprimida e agora começa a voltar com bastante força. O volume de vendas também é muito discrepante em relação à receita. No ano, o dado avançou 1,4%, segundo o IBGE, enquanto a receita avançou 17%. Esse movimento é influenciado pelo preço que as varejistas têm repassado”, explica.

O diferencial das varejistas – que todas têm praticado, mas nem sempre com sucesso – é a financeirização do negócio, principalmente pela dependência antiga dessas companhias em crédito. “Esse setor busca atingir pessoas desbancarizadas, que o banco não quer conceder crédito. Assim, alavancam seu crescimento com um dinheiro que poderá ser utilizado até na própria loja. O crédito anda em conjunto com as vendas”, expõe.

Hoje a postura do varejo é muito mais racional, com o ciclo de altas da taxa básica de juros. Não há mais frete grátis, que era a grande vantagem da Shopee, por exemplo. Entre pares, Magalu tem apresentado a melhor performance no setor digital, diz o especialista. É a única varejista que ultrapassou a marca de 12 mil vendedores no marketplace. “A ideia é que a alavanca de crescimento seja a partir disso.”

Shopee, AliExpress, Shein já tomaram a atenção do consumidor brasileiro em uma concorrência “desleal”, por seus preços baratos e frete gratuito. Mas a alegria do ‘cross border’, como é chamado, deve durar pouco: o Legislativo brasileiro pretende taxar esses serviços – e em breve. “Existe uma margem enorme que poderia beneficiar o governo com a tributação. Além disso, há um ganho em dólar para quem vende, com uma mão de obra muito mais barata na China, e uma escalada muito mais fácil em um país como o Brasil”, Souza observa.

No entanto, a logística ainda pode ser outro fator problemático para o varejo ‘de fora’, que terá dificuldades para elevar seus serviços do tipo no Brasil. “O prazo de entrega ainda é uma dificuldade. Sabemos que, falando em varejo, é tudo para ontem. Os consumidores querem receber o produto o mais rápido possível. Para isso, é preciso investir em centros de distribuição locais. Agora, com o varejo mais racional, há um sentimento maior de como as operações são realizadas no Brasil”, diz o especialista.

FedEx adiciona 400 novos veículos para processo de renovação de frota no Brasil

Nos últimos quatro anos, cerca de 800 veículos foram substituídos por modelos 0 km e ingressaram na frota brasileira

A FedEx Express, empresa subsidiária da FedEx Corp, anunciou a renovação de parte da sua frota no País. Atualmente a frota conta com 2.900 equipamentos, entre caminhões, carretas e vans, e a companhia adquiriu 408 novos veículos destas categorias. A distribuição deles será feita ao longo do ano fiscal de 2023, que vai de junho de 2022 a maio de 2023, para as filiais em todas as regiões do Brasil.

A FedEx segue um programa global na renovação da frota, como parte dos compromissos com a proteção do meio ambiente e segurança das operações. Nos últimos quatro anos, cerca de 800 veículos foram substituídos por modelos 0 km e ingressaram na frota brasileira. Com a conclusão do programa deste ano fiscal, a média da frota será de 7 anos, representando uma redução de 22% em comparação com 2018.

Além disso, os novos caminhões possuem a classificação Proconve P7. Segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), esta classificação indica que os veículos emitem 60% menos oxido de nitrogênio e 80% menos material particulado (poeira e fumaça) que o nível anterior, P5.

“Reconhecemos que nossos negócios têm impacto no meio ambiente e continuamos comprometidos a minimizá-lo. A FedEx está trabalhando em soluções para transportar mercadorias de forma mais sustentável não apenas no Brasil, mas em todo o mundo“, destacou Camila Lima, diretora de Planejamento e Energia da FedEx Express no Brasil.

Sustentabilidade

Globalmente, a FedEx tem como meta obter operações neutras de carbono até 2040. Para atingir esse objetivo, a empresa destinou US$2 bilhões em investimento inicial para três áreas: veículos elétricos, energia sustentável e sequestro de carbono. Dentro da quantia, está incluso uma contribuição de US$ 100 milhões à Universidade de Yale para construção do Yale Center for Natural Carbon Capture.

No Brasil, a companhia já realiza um projeto-piloto com motocicletas elétricas em Recife, Pernambuco, e em Brasília, Distrito Federal. A companhia espera que até 2040 toda sua frota de PUD seja com veículos elétricos de emissão zero. A substituição ocorrerá de maneira faseada.

Americanas Marketplace lança curso para preparar os vendedores para a Black Friday

Programa tem o objetivo de preparar lojistas para feriados do segundo semestre.
Americanas Marketplace lança curso para preparar os vendedores para a Black Friday.

Com foco nas datas comemorativas do segundo semestre, a Americanas Marketplace iniciou uma jornada de preparação de seus lojistas parceiros para as vendas que se estenderão até a Black Friday.

A plataforma já investia em cursos gratuitos de capacitação para para aqueles que querem atuar no e-commerce. Ao longo do primeiro semestre deste ano, 81% do total de parceiros capacitados em todo o ano passado concluíram os cursos na plataforma. Dos vendedores ativos, 40% já consumiram algum conteúdo e destes 88% indicariam para um colega.

“Sabemos que muitos empreendedores buscam, cada vez mais, o mundo digital como uma alternativa de venda, mas nem todos têm a experiência com vendas online. Para esse público, a Americanas Marketplace oferece cursos gratuitos que ensinam desde como fotografar e cadastrar seus produtos até a venda na nossa plataforma. Além da capacitação, nosso objetivo também é dar o empurrão que falta para eles levarem seus negócios mais longe conosco”, destaca Mayra Gianoni, gerente de negócios da Americanas Marketplace.

Iniciativa “Ative sua loja em 7 dias”
Para cumprir essa meta, a marca lançou a iniciativa “Ative sua loja em 7 dias”, que tem o objetivo de incentivar o parceiro a acelerar e realizar a ativação completa da sua loja em até 7 dias úteis, contando com o auxílio de conteúdos atualizados na plataforma de capacitação da Americanas Marketplace.

Ao final dos sete dias de projeto, os empreendedores parceiros têm acesso a uma aula exclusiva, ao vivo, com Ale Nogueira, fundador e CEO da Universidade Marketplaces – empresa especializada em conteúdo, treinamentos, mentorias e consultorias.

A aula tem o objetivo de solucionar dúvidas sobre o processo de ativação, além de contar com dicas e indicações de boas práticas sobre como efetuar a primeira venda.

Governo libera R$ 40 bilhões de crédito a MEIs até dezembro de 2022

Meta da equipe econômica é que sejam liberados até R$ 72 bilhões até dezembro de 2024

Às vésperas das eleições, o governo abriu a torneira e acelerou a liberação de empréstimos para microempreendedores individuais (MEIs), microempresas e empresas de pequeno porte. A meta da equipe econômica é que sejam liberados até R$ 72 bilhões até dezembro de 2024 (previsão que abarca dois anos do próximo governo), sendo mais da metade ainda neste ano.

Desse total, R$ 50 bilhões seriam por meio do Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe) e R$ 22 bilhões por meio do Programa Emergencial de Acesso a Crédito (Peac).

Somente em 2022, esses desembolsos podem chegar a R$ 40 bilhões, segundo estimativas da equipe econômica. Técnicos do Ministério da Economia se convenceram de que a liberação de empréstimos para MEIs, micro e pequenas empresas pode se transformar em votos.

“Em vez de dar R$ 10 bilhões para empresas grandes, dar R$ 1 bilhão para empresas pequenas é mais desenvolvimento social, mais desenvolvimento econômico e mais voto no final do dia”, afirmou o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Gustavo Montezano, em evento do banco BTG Pactual na semana passada.

No caso do Peac, o BNDES reabriu a linha na segunda-feira. A novidade é que o programa aceitará também MEIs.

Programas de crédito
Desde 25 de julho, MEIs, micro e pequenas empresas podem contratar novos empréstimos via Pronampe. Banco do Brasil, Caixa e Bradesco já liberaram mais de R$ 10 bilhões em operações de crédito por meio do programa, e o governo espera que os bancos públicos e privados emprestem entre R$ 30 bilhões e R$ 40 bilhões em 2022.

Apesar de a liberação bilionária vir em meio à campanha, o presidente da Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento (Acrefi), Luis Eduardo da Costa Carvalho, observa que os programas foram reabertos este ano com apoio majoritário do Congresso, inclusive de parlamentares da oposição, da mesma forma que a ampliação de benefícios sociais.

“Essas medidas foram adotadas com muito sucesso durante a pandemia e trouxeram grande benefício às pequenas e às médias empresas. É natural que fossem renovadas, independentemente do ano eleitoral”, diz.

Embora o atual governo “bata o bumbo” na campanha, Carvalho acredita que os programas devem ser mantidos e até ampliados por qualquer que saia vencedor. “Já foi comprovada a eficiência dessas linhas, que devem, sim, continuar em um novo governo. A inadimplência é baixa e gera bons resultados para as cadeias produtivas e para a geração de empregos. É um ganha-ganha para a sociedade”, diz.

Perspectivas do varejo para o segundo semestre e os desafios para 2023

Não é novidade o quanto as transformações digitais têm gerado impacto no setor varejista. A aceleração do e-commerce, por exemplo, indica um novo caminho para o setor e reforça a importância da diversificação dos canais de venda e atendimento ao cliente.

A preocupação com o atendimento humanizado, processo de logística inteligente, integração dos processos de venda e jornada de compras otimizada são rotinas cada vez mais comuns para as PME’s. Mas o que tudo isso tem em comum? A tecnologia. Empresas mais conectadas, receptivas à novas tecnologias e abertas a descobrir e adotar novas soluções tendem a se destacar.

Os reflexos da crise sanitária causada pela pandemia da covid-19 ainda impactam consideravelmente a economia brasileira, principalmente os setores da indústria e do varejo, que se viram obrigados a rever os seus modelos de negócio para atender às novas necessidades do mercado.

A migração do analógico para o digital foi antecipada sem aviso prévio. Empresas de diversos setores passaram a repensar seus espaços de trabalho e novos hábitos de consumo surgiram, com novas necessidades e desafios.

O contexto, apesar de desafiador, indica um cenário de oportunidades. A boa adesão às compras online deu suporte para as empresas que experimentaram o comércio online pela primeira vez, o que manteve as vendas aquecidas durante o isolamento social.

No entanto, a maior mudança ocorreu no varejo físico. As lojas físicas nunca estiveram tão conectadas com os canais online. Existe uma sinergia promissora entre o digital e o analógico, o que permite que as empresas mais afastadas dos grandes centros urbanos possam ganhar agilidade e visibilidade, sem deixar de lado a experiência de venda mais consultiva, característica do ambiente físico.

Pequenas e médias empresas, que se apoiam no regionalismo e na proximidade dos seus consumidores alvo, estão mais adeptas às novas tecnologias. O que se vê é a adoção de novas práticas no varejo local, como a venda e o atendimento por aplicativos, redes sociais e outros meios digitais, entregas por delivery e a possibilidade de comprar online e retirar na loja, por exemplo.

Por outro lado, essa mudança de perspectiva traz consigo alguns desafios. Uma consequência da diversificação dos canais de venda (física e online) é o aumento da demanda, o que exige um controle ainda maior das vendas e estoque.

Esse controle possibilita ter acesso a dados extremamente valiosos, como os padrões de consumo e sazonalidade, por exemplo, que não só aumentam as vendas como melhoram as margens, reduzem custos com desperdícios e maximizam o lucro.

Além disso, a alta adesão às plataformas digitais e o crescente compartilhamento de dados online impulsionou os chamados crimes cibernéticos. As empresas que atuam em ambiente digital devem estar preparadas para garantir a privacidade e a segurança de dados de seus clientes.

As empresas devem, portanto, estar preparadas para oferecer experiências satisfatórias tanto no físico como no online e de forma integrada, seja para controles de estoque, atendimento assíncrono ou acesso às informações de clientes em qualquer unidade e canal. O uso de ferramentas e sistemas personalizados podem contribuir para um processo de venda integrado e multiplataforma.

Todos os pontos levantados não seriam viáveis sem a possibilidade de contar com parcerias estratégicas. O pequeno varejista deve contar com parceiros que facilitem a digitalização e integração dos processos de venda e gestão de suas empresas, com segurança e de forma descomplicada.

Em 2023, o desafio está em buscar alternativas em gestão empresarial que otimizem os custos transacionais e logísticos envolvidos no cotidiano dos pequenos e médios empresários, proporcionalmente sustentável ao processo de recuperação econômica e financeira do País nos próximos anos.