Programa Brasil Mais quer aumentar digitalização de pequenos negócios

As micro e pequenas empresas terão à disposição ferramentas para se digitalizar e ajuda para desenvolver projetos de tecnologia 4.0. A Secretaria Especial de Produtividade e Competitividade do Ministério da Economia lançou na segunda-feira (27) duas modalidades do Programa Brasil Mais, que pretende melhorar a competitividade das empresas brasileiras.

Chamada de Transformação Digital, a primeira modalidade consiste na adoção de ferramentas plug and play (com reconhecimento e instalação automática pelo computador) de baixo custo por um pequeno negócio para resolver problemas previamente diagnosticados decorrentes da falta de digitalização. O processo terá acompanhamento técnico do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).

A segunda nova modalidade, Smart Factory, é destinada às indústrias de micro, pequeno e médio porte. O processo prevê a seleção de projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai). Os projetos deverão seguir a tecnologia 4.0, que prevê a melhoria de processos industriais e o aumento de produtividade decorrente da modernização.

Além do Senai, o Smart Factory terá o apoio do Ministério da Economia, da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Ampliação
Com a ampliação, o Programa Brasil Mais passa a contar com três modalidades de atendimento. Até agora, o programa era estruturado no Brasil Mais Produtividade, que tem 90 mil empresas atendidas ou em atendimento desde que foi lançado, no primeiro semestre de 2020.

O Brasil Mais Produtividade é dividido em dois eixos: um com apoio do Sebrae e outro com apoio do Senai. O eixo do Sebrae prevê consultorias de inovação e de melhorias de práticas gerenciais, para aumentar o faturamento e reduzir custo de micro e pequenas empresas. O pequeno negócio não paga nada.

O eixo do Senai é voltado para a aplicação de princípios de manufatura enxuta a indústrias de até 499 funcionários. Os atendimentos são feitos pela entidade a um custo de R$2,4 milhões para a empresa.

China: JD.com registra crescimento lento em festival 618

As vendas totais da JD.com, empresa de e-commerce com sede na China, aumentaram 10,3% nos 18 dias do Festival 618, primeiro grande festival de compras desde o surto mais recente da covid-19 no país. Frente os números registrado no evento em 2021, quando o aumento foi de 27,7%, a companhia considerou o resultado “muito abaixo”.

O número deste ano foi o mais lento para o varejista, mostrando como o apetite do consumidor na segunda maior economia do mundo foi atingido por bloqueios para interromper a variante Omicron do coronavírus e desacelerar as condições econômicas.

Os compradores chineses compraram 379,3 bilhões de yuans (US$ 56,48 bilhões) em mercadorias na plataforma da JD durante o período “618”, informou em sua conta oficial do WeChat.

“Estamos melhorando ainda mais os serviços de entrega em áreas urbanas e rurais”, acrescentou em comunicado, referindo-se aos esforços durante o evento que se basearam em sua infraestrutura de cadeia de suprimentos e tecnologia de inteligência digital.

O evento 618 é o segundo maior festival de compras da China depois do Dia dos Solteiros em novembro e foi iniciado em 2004 para marcar o aniversário de fundação da JD.com. Os rivais, administrados pelo Alibaba Group e Pinduoduo, tendem a não publicar 618 números.

Mas a consultoria Syntun estimou que as plataformas de comércio eletrônico online, incluindo o mercado Tmall do Alibaba, JD.com e Pinduoduo juntos, alcançaram 582,6 bilhões de yuans (US$ 86,75 bilhões) em 618 vendas este ano, quase estável em comparação com os 578,5 bilhões de yuans do ano passado.

Apesar dos esforços das empresas de comércio eletrônico este ano, como simplificar as regras de promoção e oferecer descontos mais profundos, “a reação do mercado foi morna”, disse Syntun em relatório no domingo (19).

Os festivais de compras são tradicionalmente populares na China, com muitos compradores adiando as compras para se beneficiar dos enormes descontos que oferecem para atrair compradores.

Mas já havia sinais no ano passado de queda na demanda do consumidor em tais eventos, quando o rival Alibaba viu um crescimento de vendas de apenas 8,5% durante o frenesi do Dia dos Solteiros, também o mais lento de todos os tempos.

Nos últimos três meses, a batalha da China para conter a covid-19 trouxe medidas de bloqueio de intensidade variável em dezenas de cidades, afetando gastos, meios de subsistência e cadeias de suprimentos.

Para estimular a demanda este ano, as principais plataformas de comércio eletrônico pressionaram as marcas a oferecer descontos maiores para o evento 618, mas algumas empresas e agentes disseram à Reuters que planejavam reduzir essa participação.

Além das empresas de comércio eletrônico, mais plataformas de internet e lojas offline se juntaram ao evento deste ano, entre elas as plataformas de vídeos curtos Douyin e Kuaishou.

Brasil retorna ao grupo das 10 maiores economias do mundo

Em ranking elaborado a partir das estimativas do FMI para este ano, PIB brasileiro cresce 14% em dólares e ultrapassa Rússia, Coreia e Austrália

Impulsionada pela valorização recente do real, a economia foi alçada de volta ao clube das dez maiores economias do mundo, clube que não frequentava desde 2019. O ranking foi elaborado pela agência de classificação de risco Austin Rating, a partir das estimativas para a atividade econômica dos diversos países feitas pelo Fundo Monetário Internacional (FMI).

O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro projetado pelo Fundo para este ano ficou em US$ 1,833 trilhão, 14% maior que o indicado ainda por dados preliminares para o PIB de 2021, também denominado em dólares. O bastante para ultrapassar por pouco mais de US$ 4 bilhões o PIB da Rússia, a 11ª colocada no ranking.

Além da Rússia, o Brasil ultrapassou também Coreia e Austrália, que este ano ocuparão a 12ª e a 13ª posições, respectivamente. A economia brasileira alçara o patamar das dez maiores do mundo em 2006, após ter caído desse grupo cinco anos antes. No ano passado, o PIB brasileiro ficou na pior colocação desde 2004, quando também havia sido o 13º colocado.

No ranking elaborado sobre as estimativas do FMI para este ano, a China, que em 1995 ficava logo atrás do Brasil, na nona posição, se consolida no segundo lugar. O PIB chinês projetado para este ano já beira os US$ 20 trilhões, mais de dez vezes superior ao brasileiro. Até 2027, conforme as projeções do Fundo, encostará nos Estados Unidos, primeiro colocado do ranking, que então já terá um PIB superior a US$ 30 bilhões.

Mercado Livre e Shopee são as principais plataformas de compras nas favelas do Brasil

Entrega é uma das principais barreiras para a expansão desse mercado nas comunidades.

Mercado Livre e Shopee são as principais plataformas de compras nas 15 maiores favelas do Brasil. Com um potencial de compra de R$ 9,9 bilhões, os moradores das 15 maiores comunidades do Brasil aderiram as compras online e 38% fazem compras por este canal. Desenvolvida pelo Outdoor Social Inteligência, a Pesquisa Persona Favela mapeou os itens mais comprados entre eletroeletrônicos e carros e motocicletas, as plataformas de compras e a forma de entrega mais utilizada nas favelas.

Foram entrevistados 462 moradores das 15 maiores comunidades dos municípios de Porto Alegre, Curitiba, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Brasília, Salvador, Recife, Fortaleza, São Luís e Belém.

Segundo a pesquisa, as plataformas mais utilizadas para fazer compras são Mercado Livre (49%), Shopee (37%), Ifood (31%), Americanas (25%) e Magazine Luiza (20%).

“Mercado Livre e Shopee se destacam pela cultura de startup, visão global, e por enxergarem a favela sem preconceito. O modelo de marketplace que vende de tudo, desde um sapato a um eletroeletrônico, também reafirma esse olhar para a favela como potência e que lá a audiência para ser alcançada”, afirma Emilia Rabello, CEO da holding Outdoor Social.

Apesar de 82% dos entrevistados que realizam compras pela internet receberem o produto na porta de casa, Emília destaca que essa é ainda é uma barreira muito grande para a expansão das compras online.

Para viabilizar a entrega porta a porta, as empresas devem olhar para dentro das favelas, gerar empregabilidade e renda para os moradores, para que eles realizem as entregas. Como exemplo, Emília cita os projetos Favela Brasil Xpress e o NaPorta, que viabilizam as entregas dentro das comunidades cadastradas, empregando os entregadores locais.

“O consumo online está em expansão, mas ainda existe um oceano azul muito grande para ser navegado. A expansão desse mercado depende dos investimentos da indústria e dos grandes varejistas. É preciso um olhar especial para esse público. Falar diretamente com os moradores dessas comunidades”, diz.

China analisa fluxo pós-covid com festival de compras ‘618’

A China está pronta para obter uma imagem de como a política de zero COVID-19 do país e a desaceleração da economia afetaram o desejo dos compradores de fazer alarde, à medida que as plataformas de comércio eletrônico se preparam para relatar as receitas a partir do “618” festival de compras neste fim de semana.

Finalizando em 18 de junho, “618” é o segundo maior evento de compras da China em vendas após o Dia dos Solteiros de 11 de novembro, com os caçadores de pechinchas adiando as compras em antecipação a descontos em várias marcas.

No ano passado, o Alibaba Group Holding Tmall, JD.com e Pinduoduo atingiram um valor combinado de 578,4 bilhões de yuans (US$ 85,89 bilhões) em vendas no 618, um aumento de 26,5% em relação no ano anterior, mostram os dados da Syntun.

Mas a segunda maior economia do mundo foi prejudicada nos últimos três meses pelos esforços do governo para combater as repetidas ondas da covid-19, que levaram dezenas de cidades a impor medidas de bloqueio de intensidade variável, reduzindo os gastos, impactando os meios de subsistência e interrompendo fortemente o fornecimento.

Muitas cidades afrouxaram as restrições em junho e disseram que querem estimular o consumo para revitalizar a economia, com incentivos que incluem vouchers, subsídios para compradores de carros e pagamentos digitais em yuan.

Reconhecendo que as marcas foram atingidas pela pandemia, Alibaba e JD.com estão oferecendo medidas de suporte aos comerciantes, como prometer acelerar as transferências de depósitos de pré-venda para ajudar na liquidez dos comerciantes.

Eles também estão incentivando as marcas a oferecer seus maiores descontos de todos os tempos na esperança de estimular os gastos, com o JD.com estipulando que os compradores podem obter 50 yuans de desconto para cada 299 yuans que gastarem. Alibaba tem uma oferta semelhante. Os fornecedores pagam a conta desses descontos.

Algumas empresas e agentes disseram à Reuters, no entanto, que planejavam participar menos dos descontos este ano, porque eles ou seus clientes não tinham condições de pagar.

Fang Jianhua, fundador e presidente da IDG Capital e da marca de roupas Inman Apparel, apoiada pelo Alibaba, escreveu um artigo no WeChat no mês passado lamentando como os varejistas, especialmente em Xangai, estavam sofrendo no ambiente atual com a perda de vendas e que ele planejava “ficar de lado” para 618 – uma expressão chinesa de inação.

Em vez de descontos, Fang planeja “se concentrar em como usar nossos produtos e serviços para construir conexões emocionais com milhões de clientes”, disse ele sem dar detalhes.

Ainda assim, o evento está vendo uma tendência de varejistas, da fabricante de massas Barilla à marca de xampu Ryo, oferecer pacotes de “estoque”, contendo o que constituiria pedidos em massa de seus produtos.

Muitos compradores em cidades como Xangai e Pequim, que sofreram medidas de bloqueio pandêmico, correram para estocar alimentos e necessidades diárias, mesmo depois que as restrições de movimento diminuíram devido ao medo de que o bloqueio acontecesse novamente. O evento 618 foi idealizado pelo JD.com em 2004 para comemorar seu aniversário.

Vendas do varejo crescem 6,9% em maio, segundo ICVA

As vendas no varejo em maio de 2022 cresceram 6,9%, descontada a inflação, em comparação com igual mês de 2021. Em termos nominais, que espelham a receita de vendas observadas pelo varejista, o Índice Cielo do Varejo Ampliado (ICVA) apresentou alta de 23,9%.

A expansão das vendas está relacionada à base comparativa de maio do ano passado, período atingido por restrições ao funcionamento do comércio graças à Covid-19. O mesmo fenômeno foi registrado nos meses anteriores, segundo o índice.

Segundo a Cielo, efeitos de calendário, no entanto, prejudicaram o índice este ano. Houve uma terça-feira a mais, dia de movimento menor no comércio, e um sábado a menos, dia em que as vendas costumam ser mais fortes, em comparação com o mesmo mês de 2021. Eliminando estes efeitos, em termos nominais, o varejo apresentou crescimento de 24,2%. Na visão deflacionada, o aumento no volume de vendas foi de 7,1% sem os efeitos de troca de dias.

Na opinião de Diego Adorno, gerente de produtos de dados da Cielo, o varejo continua em recuperação.  “O mês de maio é o sétimo seguido de alta nas vendas, mas é possível observar uma desaceleração em relação ao mês anterior. Isso acontece porque o comércio em maio do ano passado, objeto da comparação, sofreu menos com restrições do que o mês de abril de 2021. Excluindo a inflação, o varejo ainda não voltou ao patamar observado antes da pandemia”, afirma.

Inflação

O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), apurado pelo IBGE, apontou alta de 11,73% no acumulado dos últimos 12 meses, com alta de 0,47% no mês de maio, desacelerando em relação ao índice registrado no mês anterior. O grupo que mais impactou o índice foi o de Transportes, com alta de 1,34%.

Setores

Descontada a inflação e com o ajuste de calendário, todos os macrossetores apresentaram alta em relação a maio de 2021.

O destaque no macrossetor de Bens Duráveis e Semiduráveis foi o segmento de vestuário, segundo o índice.

No macrossetor de Bens Não Duráveis, um dos segmentos que mais colaboraram para o aumento do faturamento foi Postos de Gasolina.

Já o macrossetor de Serviços, Turismo e Transporte foi o segmento com maior crescimento.

Regiões

De acordo com o ICVA deflacionado e com ajuste de calendário, todas as regiões apresentaram crescimento em relação a maio do ano passado. A região Sudeste registrou alta de 8,3%, seguida da região Norte (+7,5%), Sul (+7,2%), Nordeste (+4,5%) e Centro-Oeste (+4,4%).

Segundo o ICVA nominal com ajuste de calendário na comparação com maio de 2021, as vendas na região Sudeste cresceram 27,1%, seguida da região Sul (+21,4%), Nordeste (+20,9%), Norte (+19,5%) e Centro-Oeste (+19,2%).

Centro-Oeste registra queda de quase 9% nas vendas por e-commerce

O faturamento também caiu 13,56%.

As compras online já se firmaram como um hábito no dia a dia dos consumidores do Centro-Oeste. Ainda assim, ao comparar os meses de abril e março, o setor teve uma queda nas vendas de 8,85%. Usando a mesma base comparativa, o faturamento também caiu 13,56%.

Os dados são do índice MCC-ENET, levantamento desenvolvido pela Neotrust | Movimento Compre & Confie em parceria com o Comitê de Métricas da Câmara Brasileira da Economia Digital (camara-e.net).

No ranking regional das vendas online, continuando na avaliação entre abril e março, todas as regiões tiveram variações negativas. Os resultados foram: Norte (-6,72%); Nordeste (-7,90%); Sudeste (-8,31%); e Sul (-10,02%).

“Historicamente, abril sempre foi um mês de quedas no comércio em geral, não apenas no e-commerce. Parte do motivo pelo qual é um período menos aquecida, é que os consumidores dispendem seus recursos com lazer, em razão dos feriados existentes nessa época”, afirma Renata Carvalho, coordenadora do Ciclo MPE da camara-e.net.

Vendas online no Centro-Oeste

Na comparação entre os meses de abril (2022 e 2021), as vendas por e-commerce do Centro-Oeste, neste caso, tiveram alta de 9,54%. O acumulado no ano segue em crescimento: 14,19%.

No ranking regional, do acumulado no ano, ficou em terceiro lugar, sendo Norte (28,03%) e Nordeste (19,50%) os melhores resultados; e Sul (12,09%); Sudeste (5,74%), as duas últimas colocadas.

Faturamento do Centro-Oeste

O faturamento do setor caiu (-7,50%), ao comparar abril deste ano com o mesmo mês de 2021. Em contrapartida, segue em ascensão no acumulado no ano: 6,67%.

Na composição regional, no acumulado no ano, ficou em penúltimo lugar. As demais regiões tiveram o seguinte desempenho: Nordeste (11,68%); Sul (10,95%); Norte (10,50%); e Sudeste (3,33%).

EUA: e-commerce ocupa 14,5% do varejo no país

Com base nos dados revisados ​​do Censo divulgado, na última quinta-feira (19), as vendas online nos EUA durante o quarto trimestre de 2021 foram de 14,5%, um total de 1,6 pontos percentuais acima do Censo de 12,9% relatado em fevereiro. E pelo menos até agora, seus dados revisados ​​mostram que o online não desistiu do impulso que recebeu da pandemia.

Esta seria uma revisão impressionante nos dados do Censo a qualquer momento, mas é particularmente problemática em tempos de mercados caóticos, quando mesmo notícias negativas modestas podem enviar investidores para as saídas.

De certa forma, os dados do Censo de fevereiro de 2022 foram o choque de dados que agitou o mercado – pelo menos a parte do mercado para a qual as vendas on-line são um fator importante para os negócios, o valor de mercado e o sentimento dos investidores.

O gráfico, usando dados de fevereiro de 2022, mostrou o pico de alta esperado no segundo trimestre de 2020 para 15,7%, depois um declínio acentuado eventualmente caindo para 12,9% no quarto trimestre de 2021.

Observá-lo deixa claro que a participação online foi menor do que seria se a tendência anterior tivesse continuado e a pandemia nunca tivesse acontecido. De fato, como está detalhado abaixo, a participação online teria sido de 13,7% no quarto trimestre de 2021 se a tendência histórica tivesse continuado sem uma pandemia.

Portanto, de acordo com este gráfico, com base nos dados de fevereiro, a participação online relatada de 12,9% foi realmente menor do que seria sem a pandemia. Sair da pandemia aparentemente fez com que a transformação digital fosse ao contrário.

E-commerce nos EUA em maio

O Censo divulgou dados revisados ​​de vendas on-line na semana passada, 19 de maio de 2022, como fazem a cada trimestre. Quando o Censo divulga seus números trimestrais, não é incomum ver revisões de trimestres anteriores. Essas revisões geralmente não ultrapassam 1% e, portanto, não têm impacto material nos relatórios do trimestre anterior.

Os dados do Censo de maio de 2022 refletiram um ajuste de onze anos nos dados de vendas on-line – até 2011. As revisões são bastante pequenas até o primeiro trimestre de 2020 – e, em seguida, as revisões são substanciais. Os dados agora mostram uma estimativa revisada do quarto trimestre de 2021 da participação online das vendas no varejo em 14,5%.

Comparando as vendas online do quarto trimestre de 2021 de 12,9% em fevereiro de 2022 e as vendas online do quarto trimestre de 2021 de 14,5% em maio, isso representa uma revisão para cima de 12,4%.

Varejo retoma aos números pré-pandemia, porém novo fator gera muita preocupação; entenda

As empresas de capital aberto no varejo de moda já estão conseguindo registrar níveis de pré-pandemia com a volta dos consumidores nas lojas, crescimento da receita, dos lucros e das margens, de acordo com o conjunto de balanços do 1º do trimestre do segmento. Porém, depois do pior cenário da pandemia do coronavírus, estão aparecendo outros desafios pela frente, como a alta da inflação e dos juros.

Na visão de Danniela Eiger, head de varejo e co-head de Equity Research da XP, o crescimento dos preços provoca um impacto generalizado, porém, certas empresas conseguem se diferenciar entre si em decorrência do seu público-alvo. 

Segundo ela, empresas que tem foco no público de alta renda, como Grupo Soma e Arezzo, podem se sobressair já que oferecerem uma maior resiliência e contam com um crescimento orgânico mais consistente.

Porém, para as outras empresas, a XP enxerga que o cenário macroeconômico terá maior peso, considerando a já alta inflação que pode subir ainda mais e o poder de compra encolhido da população. “Neste aspecto a Renner  é uma boa opção para se ter nesse setor, pois está posicionada acima dos seus pares e já teve correção de valuation, com destaque tanto para crescimento quanto de rentabilidade”, disse Danniela ao InfoMoney.

Retorno as lojas 

O respiro dos momentos mais tensos da pandemia, fez com que as atividades comerciais do país retomassem os atendimentos. Agora a projeção é que categorias como vestuários e calçados, que por conta da pandemia deixaram de ser prioridade para uma parcela dos brasileiros, voltem a chamar a atenção dos consumidores, por terem uma demanda reprimida.

“Isso foi refletido com mais força no varejo físico por conta da reabertura das lojas, a normalização do cotidiano das pessoas e os shoppings que estão com tráfego melhor. É uma categoria que tem correlação com eventos, com sair de casa, ir a um casamento, festa ou aniversário”, explicou Danniela ao InfoMoney.

Porém, ela diz que existe uma evidente disparidade entre empresas de baixa e de alta renda. 

“De baixa renda, a C&A (CEAB3) teve uma aceleração de crescimento, mas ainda com margens pressionadas, pois não conseguiu repassar totalmente o preço aos consumidores. A C&A teve inclusive Ebitda negativo. Já a Renner (LREN3) teve aceleração mais forte do crescimento, mas também tem uma dinâmica de margem bastante comprimida. A expectativa é que a Renner tenha cada vez mais uma trajetória de recuperação de vendas e de rentabilidade”, finalizou Danniela.

Governo Federal descarta assinar MP para taxar compras do exterior adquiridas através da Shein, Shopee e AliExpress

O Governo Federal afirma que não assinará a Medida Provisória para taxar compras feitas por consumidores da Shein, Shopee e AliExpress, aplicativos chineses que disponibilizam produtos mais baratos.

O presidente Jair Bolsonaro anunciou em suas redes sociais no último sábado (21), que o Governo Federal não assinará nenhuma Medida Provisória (MP) para taxar compras do exterior feitas em aplicativos internacionais como Shein, Shopee e AliExpress. A afirmação foi feita dois dias após o ministro da Economia, Paulo Guedes, adotar uma posição contrária do presidente.

Todos os detalhes sobre a decisão do Governo Federal sobre não taxar compras internacionais

De acordo com Bolsonaro, em uma publicação no Twitter e Instagram, não será assinado nenhuma MP para taxar compras em aplicativos como Shein, Shopee e AliExpress, como grande parte da mídia está divulgando e para que irregularidades nestes serviços sejam corrigidas, a saída deve ser a fiscalização e não o aumento de impostos.

Na última quinta-feira (19), Guedes criticou as plataformas em um evento de uma consultoria. De acordo com o ministro, os aplicativos praticam fraude por não pagarem impostos. A regra atual permite a entrada de produtos de até US$ 50, sem nenhuma taxa, desde que a venda seja dada entre pessoas físicas. De acordo com o titular da pasta em um evento da Arko Advice com o Traders Club, o objetivo da MP é que “a regra do jogo” seja pelo menos igual para todo mundo.

Não deve ser permitido lojas que estão, claramente, aplicando fraudes, que entram sem imposto, sem nada e também afirmou que é uma fraude porque o valor do bem é falsificado.

Entenda como funciona o sistema de taxar compras da Shein, Shopee e AliExpress

De acordo com o presidente da Comissão de Direito Tributário da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-CE), Hamilton Sobreira, remetentes pessoas físicas podem enviar encomendas de até US$ 50 sem a cobrança de taxas para o consumidor final residente no Brasil, como dito anteriormente.

Acima deste valor, é cobrado 60% de tributos de importação. A partir de US$ 500, é acrescentado o Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e uma tarifa de despacho aduaneiro. O presidente destaca que manipular dados ao registrar mercadorias mais caras com preço abaixo do limite estabelecido é caracterizado como evasão fiscal tipificada como crime de sonegação.

É importante frisar também, que sites asiáticos como Shein, Shopee e AliExpress são uma alternativa para consumidores que buscam comprar artigos infantis, aparelhos eletrônicos e roupas infantis mais baratas. Para se ter uma noção, um brinquedo com 1 mil peças de blocos de montar, que em uma loja brasileira custa mais de R$ 330 reais, cai para R$ 39 a R$ 126,84 nestas plataformas online.

De onde surgiu a Medida Provisória para taxar compras internacionais?

O comércio por meio da Shein, Shopee e AliExpress tem se tornado cada vez mais popular no Brasil nos últimos anos, numa espécie de “camelódromo digital”. Sendo uma boa alternativa ao aumento de impostos, o governo federal defende a fiscalização das vendas com objetivo de evitar possíveis irregularidades.

O dono da rede de lojas Havan e aliado de longa data do atual presidente, o empresário Luciano Hang, ao lado do presidente da Multilaser, Alexandre Ostrowiecki, costuraram a articulação para o texto da Medida Provisória. Os empresários também se uniram a outros empresários do ramo.

Sendo assim, sob pressão da indústria e do varejo, o intuito seria tornar as regras para importação mais rígidas. Na receita Federal, há uma avaliação de que empresas internacionais estariam vendendo a brasileiros de forma ilegal. Outra fraude possível seria declarar o bem por um valor inferior, abaixo do limite estabelecido.