Com fechamento de CD da Magalu no Nordeste, o que esperar das operações da companhia no Ceará?

O fechamento foi anunciado ao mercado. A companhia confirmou ao Diário do Nordeste que finalizou as operações no CD de Maceió.

A Magazine Luiza encerrou as operações de dois centros de distribuição no País, sendo um deles em Maceió, Alagoas. O anúncio foi feito durante a divulgação dos resultados desanimadores do 2º trimestre deste ano, com prejuízo líquido ajustado de R$ 198,8 milhões.

A companhia, contudo, não informou o número de demissões com os fechamentos nem deu mais detalhes até a publicação desta matéria. O questionamento que se levanta é se esse fechamento de CD no Nordeste impactará o Ceará. Todavia, a Magalu também fechou um centro de distribuição no Sul, mas não informou qual estado.

Na avaliação do consultor de empresas e professor da Faculdade CDL, Christian Avesque, o movimento ocorre pelo fato da região não ser o mercado prioritário da companhia, além de poder contar com parceiros locais para uma logística de distribuição.

“Acredito que haverá zero impacto para o Ceará”, diz, acrescentando que a conjuntura econômica pressiona as empresas a se reestruturarem.

Atualmente, a Magalu já tem centro de distribuição em Maracanaú, na Região Metropolitana de Fortaleza. “Desde o fenômeno das Americanas, o setor varejista não consegue decolar e tem se recuperado aos poucos, também devido ao endividamento, juros altos e salários baixos, dificultando o acesso a bens duráveis”, enumera.

Outro ponto, pondera, é que os grandes grupos trabalham com muitos parceiros varejistas no marketplace. Para o especialista, isso permite o compartilhamento da distribuição e reduz os gastos logísticos. “São fortalecidas as parcerias para reduzir o custo operacional”, frisa.

O QUE ESPERAR DOS CDS PARA O NORDESTE?

Em 2021, o Ceará registrou um boom de condomínios logísticos, com a Amazon e a própria Magalu. Para Avesque, contudo, a tendência é que os grandes centros de distribuição comecem a desacelerar, dando lugar a espaços de até 1 mil m².

“Um movimento semelhante ao que ocorre com o grupo Alibaba (gigante chinesa do e-commerce). Esses pequenos CDs ficam com o raio mais focado e tempo de entrega mais rápido”, explica.

“Isso já está se consolidando em São Paulo, utilizando a geolocalização, mas, para o Nordeste, deve demorar até cinco anos para chegar, por demandar infraestrutura logística e muita tecnologia”, completa.

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E-commerce recupera tração, mas fecha primeiro semestre com queda de 7,3% em vendas, mostra NIQ|Ebit

O levantamento da NIQ|Ebit sobre o e-commerce, divulgado nesta semana, mostrou faturamento de R$ 119 bilhões em vendas no primeiro semestre de 2023. O resultado corresponde a um período negativo vivido no setor durante o começo do ano, recuperado no segundo trimestre. A retração na comparação com mesmo retrospecto em 2022 foi de 7,3%.

Um fator que contribuiu para a negativa nas vendas do período, conforme análise presente no estudo, foi a diminuição dos pedidos. A retração de 5,2% neste indicador no primeiro semestre foi considerada decisiva para um quadro geral negativo.

Contudo, uma recuperação no segundo trimestre mostrou a força do setor e a expectativa de melhora para a segunda metade do ano. Além disso, menos pedidos também representaram mais planejamento dos consumidores em relação à compra de itens.

“Os shoppers estão mais atentos, ampliando compras pensando em praticidade e planejando melhor seu orçamento pessoal. Há diminuição na quantidade de pedidos e aumento do valor gasto em compras para algumas categorias”, aponta Marcelo Osanai, head de e-commerce da NIQ|Ebit.

Ao todo, 53 milhões de pessoas compraram online no Brasil no primeiro semestre, representando aumento de 6% na comparação com o ano passado. À época, o índice contabilizou 49,8 milhões de consumidores no e-commerce.

Além disso, no total das vendas do e-commerce brasileiro, 62,2% vieram de lojas que não possuem estabelecimento físico.

Gangorra em compras e preços

No caso das categorias que mais pesam no faturamento bruto final do e-commerce, como Alimentos e Bebidas e Saúde, essa interpretação é considerada a mais compatível. A retração, portanto, assolou:

 Alimentos e Bebidas – 1,4%,
 Saúde – 3,5%
 Casa e Decoração – 12,3%
 Eletrodomésticos – 13,9%
 Informática – 20,4%
 Eletrônicos – 23,8%
 Moda e Acessórios – 26,1%
 Telefonia – 40%

Por outro lado, em três grupos considerados também importantes na análise, os tickets médios geraram equilíbrio e mostram, apesar da cautela, um valor mais alto gasto por usuários em menos pedidos. As categorias com crescimento são:

 Telefonia – 5,4%
 Eletrodomésticos – 1,5%
 Casa e Decoração – 0,4%

Contrapartida do e-commerce

Como dito anteriormente por Osanai, parte do apelo do e-commerce têm sido a praticidade. Com destaque para produtos de giro rápido, ou seja, uso cotidiano, o modelo facilitado o acesso a produtos tradicionalmente comprados no varejo físico. É o caso de alimentos, bebidas, produtos de higiene e perfumaria.

Outra variável apontada pela pesquisa é o uso de aplicativos de delivery,  cada vez mais adotadas por supermercados e farmácias de grandes centros no Brasil. Entre os motivos mais citados para a utilização do formato, ficaram entrega gratuita, descontos e praticidade.

No caso dos apps de supermercados, o frete grátis é o principal impulsionador (66%), seguido de promoções (58%), cupons de desconto (46%), economia de tempo (41%) e comodidade de não sair de casa (36%).

Já nas farmácias, o principal motivador é a promoção de itens em desconto (58%), frete grátis (54%), não precisar sair de casa (40%) e economia de tempo (38%).

No exterior

No cenário do e-commerce cross border durante o primeiro semestre deste ano, 68% dos respondentes afirmam ter realizado transações em plataformas estrangeiras. O índice cresceu em relação a 2022, quando 54% responderam da mesma forma.

Outro ponto é o aumento da frequência de compras em sites internacionais. O estudo mostra que 40% afirmam ter utilizado consumido nestas plataformas de fora do país entre duas e três vezes no primeiro semestre.

Estes e outros dados estão disponíveis na 48ª edição do relatório Webshoppers, produzido pela NIQ|Ebit.

‘https://www.ecommercebrasil.com.br/noticias/e-commerce-recupera-tracao-mas-fecha-primeiro-semestre-com-queda-de-73-em-vendas-mostra-niqebit

Via, dona de Casas Bahia e Ponto, deve fechar até 100 lojas neste ano

Com um prejuízo líquido de R$ 492 milhões no segundo trimestre de 2023, a Via, dona da Casas Bahia e Ponto, planeja fechar de 50 a 100 lojas que não têm apresentado bons resultados. A companhia também quer migrar categorias de produtos que não geravam vendas rentáveis para o shoppings virtual e só ficar com uma porcentagem da venda, sem ter o custo de arcar com o estoque.

No segundo trimestre, 2 lojas foram fechadas por apresentarem performance abaixo do esperado, totalizando 6 fechamentos no ano. Segundo a empresa, em sua maioria, todos os fechamentos ocorreram em municípios onde havia sobreposição de lojas.

Em seu relatório de resultados trimestrais, a Via projeta que essas mudanças devem acrescentar ao lucro antes do imposto de renda (LAIR), de mais de R$ 1 bilhão. A redução de estoques tem ainda o potencial de liberar R$ 1 bilhão em caixa para a empresa.

“Em um cenário como esse, é natural que as empresas revejam as operações e cortem despesas e linhas de negócios que eram apostas, que ainda não estão amadurecidas ou não performam bem.. É preciso fazer uma revisão das fontes de despesas. O fechamento de lojas anunciado vai nessa linha. Todas as empresas varejistas que apresentaram prejuízo no ano passado e neste ano fizeram o mesmo movimento”, analisa Eduardo Yamashita, COO da Gouvêa Ecosystem.

Yamashita destaca que o momento vivido pela Via e outras varejistas do setor é fruto do atual cenário econômico, com uma massa salarial bastante depreciada e a confiança do consumidor em patamares ainda baixos, ainda reticente em comprar itens duráveis, que têm ticket médio maior.

Com a perespectiva de melhoria do cenário econômico, projetada pelo Boletim Focus, do BC, a continuidade da queda na taxa de juros e a manutenção da inflação controlada, Yamashita acredita o brasileiro volte consumir nos terceiro e quarto trimestres. “A expectativa para o terceiro e, principalmente, para o quarto trimestre deste ano é que, de uma maneira geral, melhore bastante e beneficie essas empresas. Esperamos um terceiro trimestre melhor do que foi o segundo, mas ainda não puljante. E um quarto trimestre  melhor, com resultados mais eloquentes”, afirma.

‘https://mercadoeconsumo.com.br/11/08/2023/noticias-varejo/via-dona-de-casas-bahia-e-ponto-deve-fechar-ate-100-lojas-neste-ano/

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Com recuo do desemprego, consumo nos lares sobe 6,96% em junho

No primeiro semestre, aumento do consumo foi de 2,47%.

“Registramos um consumo consistente e gradual até o fim do semestre, favorecido pelo recuo do desemprego, de reajustes salariais e da consolidação dos programas de transferência de renda. Para os próximos meses, se mantidas a menor pressão da inflação sobre a cesta de alimentos, o consumo tende a ser crescente, pois há datas importantes que incentivam o consumo como o Dia dos Supermercados, a Black Friday e as festas de fim de ano”, diz o vice-presidente da Abras, Marcio Milan.

Para a entidade, no segundo semestre, recursos que devem entrar na economia como o pagamento do 13º dos trabalhadores com carteira assinada, o pagamento de três lotes de restituições do Imposto de Renda 2023 somados à manutenção dos programas de transferência de renda devem produzir importantes efeitos no consumo das famílias.

Abrasmercado

A Abrasmercado (cesta composta por 35 produtos de largo consumo: alimentos, bebidas, carnes, produtos de limpeza, itens de higiene e beleza) encerrou o semestre com recuo de 1,75% nos preços.

Em junho, todas as regiões pesquisadas registraram deflação nos preços da cesta, que passou de R$ 750,22 em maio para R$ 741,23, um recuo de 1,20%, na média nacional.

As carnes foram os principais produtos da cesta com o maior recuo de preços no período. De janeiro a junho, a carne bovina – cortes do traseiro – registrou queda de 8,20% e os cortes do dianteiro, 5,88%. O frango congelado viu o preço cair em 5,78% e o pernil, 2,42%.

No recorte da cesta de alimentos básicos, com 12 produtos, houve variação de -1,77% em junho ante maio e o preço, na média nacional, caiu de R$ 322,00 em maio para R$ 316,29 em junho.

‘https://mercadoeconsumo.com.br/27/07/2023/noticias-varejo/com-recuo-do-desemprego-consumo-nos-lares-sobe-696-em-junho/

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Real Digital: explicando a ‘nova’ moeda oficial brasileira

Em breve, teremos um dinheiro “na rede”: o Real Digital; mas o que tem de específico nesta moeda, se hoje existem bancos online?

O Banco Central anunciou nesta semana as primeiras fases de ação para a concretização do Real Digital. Como o próprio nome diz, esta será uma “nova versão” do Real, completamente digital. Seguirá como a moeda oficial do Brasil, mas com o traço único que existe apenas em ambiente digital. Ela não pode ser, de maneira alguma, uma nota de real – e nem dinheiro físico. Ainda assim, é Real.

Para isso, o Real Digital – oficialmente uma Central Bank Digital Currency (CBDC) deverá seguir algumas diretrizes. A moeda será produzida e regulamentada pelo Banco Central, deverá seguir as regras e leis da política monetária do país, e terá o valor correspondente ao real “offline”.

Dinheiro Digital já existe?

E qual é a diferença entre usar o Real Digital e usar apenas bancos digitais, com valores existindo em conta e sendo usados em transações não físicas com cartões de débito? Basicamente, o intermediário e a intervenção de bancos. O Real Digital não precisa, necessariamente, ser “dinheiro de banco”. Ou seja: não precisa ser intermediado por alguma instituição financeira. Assim, não há pagamentos de taxas ao banco nem pelo comprador, nem pelo vendedor.

Outra questão bastante relevante é: não existe crédito no Real Digital. Quando você pega crédito, faz um empréstimo ou um financiamento, você pega dinheiro “emprestado” de um banco ou instituição financeira. Essa opção não existe com o Real Digital: ou você o tem, ou não pode usar. As transações em crédito seguirão sendo exclusivamente feita por intermediários.

Pioneirismo e primeiros testes do Real Digital

O Real Digital não é, realmente, novidade; a moeda está em desenvolvimento desde 2021. Também não é pioneira – alguns outros países desenvolvem projetos parecidos. Por que, então, chama tanta atenção?

Um dos motivos é que, embora o Brasil não seja o único nessa empreitada, é um dos principais. O brasileiro gosta de tecnologia e tem facilidade em absorver novas tendências. Isso é bastante prático para uma moeda digital oficial, pois os meios para fazer acontecer existem tanto na indústria quanto nas práticas diárias do consumidor.

Outra razão é que agora acontecem os primeiros passos concretos para a realização do Real Digital. O Banco Central revelou o início de um plano piloto e anunciou que em setembro de 2023 começará os testes com a moeda. 16 instituições financeiras selecionadas foram convidadas a se conectar nas redes de teste digital do Real Digital para testar a aplicabilidade do sistema.

Caso o piloto, que começa em setembro, seja eficiente, o Real Digital ganha potência para ser adotado oficialmente. O Banco Central prevê que, caso tudo desenrole com maestria, ainda em 2023 (no mais tardar, fevereiro de 2024) instituições financeiras possam ter acesso ao uso do Real Digital. O acesso público, porém, ainda será direcionado e não geral, e fará parte da fase de teste inicial, prevista para acabar em março do próximo ano.

O que precisa ser testado no Real Digital?

A fase de testes do Real Digital, na verdade, começou há tempos. Porém, não se pode testar demais quando o assunto é segurança. Pensando que é um dinheiro nacional, dá-se muita atenção à segurança e métodos de garanti-la. A privacidade também é bastante importante.

Então, o modelo piloto serve para colocar à prova a segurança e métodos de privacidade desenvolvidos. Assim, há tempo hábil de consertar erros e encontrar soluções antes de tudo ser “para valer.”

Além disso, é importante garantir que os processos estejam de acordo com as leis. A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), inclusive, também se aplica ao uso do Real Digital. Portanto, a proteção de informações é tão importante quanto a da parte financeira.

‘ https://www.consumidormoderno.com.br/2023/07/19/real-digital-banco-central/

Vendas no varejo têm baixa de 1% em maio e caem mais que o esperado

Instituições financeiras consultadas pelo Valor esperavam recuo mediano de 0,2%, com intervalo das projeções indo de queda de 0,8% a alta de 0,2%

O volume de vendas no varejo teve queda de 1% em maio, em relação ao mês anterior, na série com ajuste sazonal, segundo a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira. Em abril, perante o mês antecedente, o comércio restrito cedeu 0,1% – inicialmente, o dado foi divulgado como uma variação positiva de 0,1%, mas o IBGE revisou o dado.

O resultado de maio veio menor que o piso das projeções, segundo levantamento feito pelo Valor Data apurado junto a 25 consultorias e instituições financeiras. A mediana era de um recuo de 0,2% e o intervalo das projeções ia de queda de 0,8% a alta de 0,2%.

Na comparação com maio de 2022, o varejo restrito também caiu 1%. A expectativa mediana do Valor Data era de aumento de 1,6%, com intervalo entre queda de 0,8% e crescimento de 2,8%. O comércio restrito acumula alta de 0,8% nos 12 meses até maio. No ano até maio, houve alta de 1,3%.

A queda de 1% foi a mais intensa para maio desde 2018, quando foi de 1,8%, observou o IBGE. Na comparação com todos os meses da série histórica da pesquisa, o recuo foi o maior desde dezembro de 2022, mês em que registrou perda de 2,7%.

No varejo ampliado, que inclui as vendas de veículos e motos, partes e peças, material de construção e atacarejo, o volume de vendas diminuiu 1,1% na passagem entre abril e maio, já descontados os efeitos sazonais.

Os analistas de 21 bancos e consultorias esperavam queda de 0,5%, segundo a mediana. O intervalo das projeções ia de recuo de 2,2% a alta de 0,3% em maio. Em abril, frente a março, o comércio ampliado tinha caído 2,4% (após divulgação inicial de 1,6% de decréscimo).

Na comparação com maio de 2022, o volume de vendas do varejo ampliado subiu 3%. A expectativa mediana, pelo Valor Data, era de aumento de 4,4%. As projeções variavam entre elevação de 1,2% e 6,5%.

O IBGE mostrou ainda que a receita nominal do varejo restrito acumulou queda de 2,1% de abril para maio. Na comparação com maio de 2022, houve avanço de 0,3%.

Já a receita nominal do varejo ampliado – que inclui as vendas de veículos e motos, partes e peças, e material de construção – recuou 0,6% em maio ante abril, na série com ajuste sazonal. Na comparação com maio de 2022, houve alta de 5,7%.

Metade das oito atividades pesquisadas no varejo restrito registrou baixa no mês em maio assim como na comparação com mesmo mês de 2022.

Entre os destaques negativos na passagem entre abril e maio, está o setor de hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, o de maior peso no comércio, com queda de 3,2%. Também registraram recuo nas vendas tecidos, vestuário e calçados (-3,3%), outros artigos de uso pessoal e doméstico (-2,3%) e móveis e eletrodomésticos (-0,7%).

Por outro lado, registraram crescimento artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (2,3%), livros, jornais, revistas e papelaria (1,7%), combustíveis e lubrificantes (1,4%) e equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (1,1%).

No varejo ampliado, que inclui automóveis e peças, material de construção e atacarejo, houve alta de 2,1% em veículos, motos, partes e peças, e decréscimo de 0,9% em material de construção, na série com ajuste sazonal.

Das 27 unidades da federação, 23 apresentaram queda no volume de vendas entre abril e maio, com destaque para Alagoas (-5,9%), Rondônia (-5,3%) e Paraíba (-4,6%). Por outro lado, foram três altas – Tocantins (1,8%), Maranhão (0,4%) e Minas Gerais (0,4%) – e uma estabilidade (Amazonas).

https://valor.globo.com/brasil/noticia/2023/07/14/vendas-no-varejo-tem-baixa-de-1percent-em-maio-e-caem-mais-que-o-esperado.ghtml

Queda no varejo reflete crédito apertado e dívidas; programa Desenrola pode ajudar, dizem analistas

Vendas varejistas em maio mostraram valores negativos tanto para os segmentos de renda (-4,3%) quanto para as atividades de crédito (-3,8%).

O desempenho fraco das vendas no varejo em maio – o IBGE divulgou hoje uma queda mensal de 1,0% no conceito restrito e de 1,1% no comércio ampliado – reflete, segundo analistas, o momento de alto endividamento das famílias e as condições apertadas de crédito. Há uma expectativa de uma recuperação nos próximos meses, devido ao impacto das vendas de veículos motivada pelos estímulos ao setor dados pelo governo e pelo Desenrola, o programa federal de renegociação de dívidas que começa na próxima segunda-feira.

O Santander Brasil, destaca em sua análise da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) que, em termos gerais, os números de maio mostraram valores negativos tanto para os segmentos de renda, que caíram 4,3%, quanto para as atividades de crédito, que recuaram 3,8%.

“Foi um desempenho negativo para o varejo em maio. O índice amplo teve a segunda queda importante consecutiva, que compensou parte de seus ganhos recentes, seguindo um desempenho fraco de materiais de construção”, diz o analista Gabriel Couto.

Ele cita que o detalhamento do indicador mostrou um comportamento misto, uma vez que cinco em cada dez atividades varejistas caíram na margem. Vestuário (-3,3%) supermercados (-3,2%) e outros itens pessoais (-2,3%) foram os destaques no núcleo do índice. Móveis (-0,7%) também contribuíram negativamente.

Por outro lado, apresentaram alta os Farmacêuticos (+2,3%), livros (+1,7%), combustíveis (+1,4%) e material de escritório (+1,1%) contribuíram positivamente.

No índice amplo, os veículos tiveram um aumento de 2,1% no mês, compensando parcialmente a queda de 5,6% de abril, enquanto os materiais de construção caíram 0,9%.

Couto prevê que a atividade de varejo deve ter uma tendência de desempenho morno à frente. Com o resultado de hoje, o Santander mantém sua projeção de queda mensal de 0,4% para o IBC-Br, a “prévia” do PIB que o Banco Centra divulgará na semana que vem.

“Continuamos vendo sinais de desaceleração para a atividade ampla à frente, já que segmentos mais cíclicos indicam uma tendência contínua de desaceleração devido a condições financeiras altamente restritivas. Além disso, esperamos que o impacto positivo da safra recorde de verão se limite ao 1º trimestre e o início do 2º trimestre”, diz o analista do banco..

O economista da CM Capital, Matheus Pizzani, afirma que, apesar de ter surpreendido negativamente o mercado em termos de magnitude, o dado do IBGE divulgado hoje ficou em linha com as expectativas para o indicador em termos qualitativos.

“Isso porque, quando analisado o comportamento dos principais grupos de sua composição, é possível ver que a retração de maio foi causada por quedas em grupos como móveis e eletrodomésticos e até mesmo tecidos, vestiário e calçados, componentes sensíveis ao ciclo econômico e consequentemente aos efeitos da política monetária do país”, explica

A queda no grupo de hiper e supermercados, que possui elevada participação na composição do resultado do varejo, pode ser uma correção do forte crescimento registrado em abril, diz Pizzani, já que este grupo não sofre necessariamente com os efeitos da política monetária.

Estímulos

O economista espera uma recuperação nas vendas do varejo ao menos nas duas próximas divulgações, uma vez que o indicador de maio ainda não contemplou os efeitos da política de estímulo para a compra de automóveis. “Considerando o ano de 2023, a perspectiva já não é tão positiva, com os efeitos da desaceleração econômica, aumento do desemprego e crédito ainda

Para ele, existe uma possibilidade de amenização ou até de reversão de queda do comércio a depender do sucesso do programa Desenrola. A eficácia da implementação e o montante de recursos que conseguir efetivamente direcionar para o consumo das famílias é que vão ditar o ritmo de retomada do consumo, diz Pizzani.

Os economistas Marco Caruso e Igor Cadilhac, do PicPay, também acreditam que o volume de vendas do varejo doméstico deve ser impulsionado pelo do programa de incentivo aos carros populares. “Ainda assim, olhando à frente, o cenário é desafiador para o comércio, que enfrenta um crédito caro e o alto comprometimento da renda das famílias”, comentam.

“Por outro lado, precisamos analisar quais serão as consequências do Desenrola e o possível estímulo sobre os produtos eletrodomésticos. Para 2023, projetamos uma alta de 1,1% no comércio restrito e de 0,9% no comércio ampliado”, preveem.

Os especialistas do PicPay dizem esperar um IBC-Br de -0,2% no mês.

Claudia Moreno, economista do C6 Bank, destaca que o setor de varejo surpreendeu para cima no início do ano, mostrando uma devolução parcial dessa expansão nos últimos meses. “Nossa visão para o comércio é a de que os juros elevados e a desaceleração da economia global devem seguir pressionando o setor à frente, especialmente em segmentos sensíveis a crédito”, alerta. “O setor deve andar de lado até o final do ano”, completa.

A projeção do C6 Bank é que o varejo ampliado feche o ano com crescimento próximo a 5% em relação ao ano passado. “Apesar de a PMC ter vindo mais fraca, mantemos a previsão de crescimento do PIB para 2023 em 2,5%. Para 2024, nossa estimativa é que o crescimento do PIB seja de 1%”, estima.

Na análise de André Cordeiro, economista-sênior do Banco Inter, atividades mais ligadas ao consumo discricionário têm sofrido sofrendo mais, como vestuário e móveis, que no acumulado dos últimos 12 meses recuam mais de 10%.

“Por outro lado, atividades mais ligadas ao setor de serviços, que avançou 0,9% em maio, mostram bom desempenho, como combustíveis e materiais de escritório. Portanto, nota-se atividades mais ligadas à demanda se enfraquecendo, o que era de se esperar dado o ambiente de crédito escasso e alto nível de endividamento das famílias”, explica

Cordeiro diz que o setor de serviços que ainda se encontra muito acima do nível pré-pandemia, o que tem evitado que algumas das atividades do varejo deteriorem de maneira mais aguda.

Sem pressão sobre o BC

Mirella Hirakawa, economista sênior da AZ Quest, afirma que é possível observar desde abril um impacto contínuo de desaceleração de fatores vindos do mercado de crédito. Ela explica que, para a análise da PMC, a AZ Quest separa o indicador dois grupos: o dos itens mais sensíveis à renda e os mais afetados pelo crédito. Na média móvel trimestral, esses últimos caem próximo de 1%, quanto os demais estão de mantendo de lado.

“O que esses dados contam é que a parte do mercado de trabalho, que seria mais sensível à rede, ainda encontra alguma resiliência. Mas dentro da composição do número, os mais sensíveis ao crédito já mostram alguma desaceleração”, afirma.

Essa retração, ligada à manutenção de juros em patamares altos, está em linha com as expectativas, sem trazer grandes preocupações em relação à velocidade dessa desaceleração, diz Mirella. OU seja, não devem interferir nas decisões de política monetária. “Não demanda nenhuma urgência do Banco Central em reagir, em linha com uma análise parcimoniosa e cautelosa do BC, sem necessidade de velocidades intempestivas de cortes de juros nas próximas reuniões”, comenta.

Para Leonardo Costa, economista da ASA Investments, os dados de hoje mostram que há uma clara perda de ímpeto no comércio e a esperada desaceleração do consumo vem ganhando mais consistência.

Para o Bradesco, a queda nas vendas varejistas mostra que o comércio começa a perder força na margem, como esperado, após surpresas de alta nas divulgações anteriores. “O dado é compatível com nossa expectativa de acomodação do PIB no segundo trimestre, ainda com crescimento (+0,3%).”

Carlos Lopes, economista no banco BV, afirma que a queda de maio já era esperada (sua projeção era de um recuo de 0,8%) porque está havendo uma espécie de devolução de parte dos ganhos observado nos meses anteriores.

“A gente ainda não tem série longa desse componente, que tem um peso relevante na série. Mas a dica dos últimos números é que esse setor foi muito bem nos últimos meses. Foi quem acabou puxando e dando essa discrepância do varejo nos últimos meses, com ganhos mais expressivos. E agora parece devolver parte dessa alta”, comenta.

A expectativa de Lopes é que o varejo vá continuar desacelerando, em função dos juros ainda bem acima de um nível neutro, que têm servido de freio para a economia. Mas ele considera que atividade está num nível bom, exatamente quando isso é colocado num contexto de juros altos.

Claudio Felisoni, presidente do IBevar e professor da FIA Business School, afirma que, observando as linhas de tendência das vendas dessazonalizadas, tanto no conceito restrito como no ampliado das vendas, existe praticamente uma situação de estabilidade desde o início de 2022, estendendo-se também no exercício de 2023.

“Obviamente, há movimentos para cima e para baixo no entorno dessa tendência, porém não são alterações significativas do perfil de evolução das vendas. Esse quadro é compatível com a evolução das variáveis condicionantes do consumo”, comenta

Ele lembra que tem havido uma retomada do emprego e uma melhora da renda real disponível com o arrefecimento do ritmo inflacionário. E que isso corrobora essa análise o resultado em doze meses de apenas 0,08%, em que pesem os quatro últimos resultados positivos.

Felisoni diz que na análise das disposições de compra dos indivíduos captada por levantamentos nas redes sociais com algoritmos de inteligência artificial utilizados pelo Ibevar, de 22 segmentos do varejo (de bens e serviços) examinados algoritmos, apenas 5 registram retração.

“O longo período de estabilidade do consumo, a queda da inflação, a esperada redução da taxa básica (Selic), com seus reflexos, ainda que demorados na ponta, e o impulsionamento do emprego, justificam visão mais auspiciosa para o consumo nos próximos meses.”

https://www.infomoney.com.br/economia/queda-no-varejo-reflete-credito-apertado-e-dividas-programa-desenrola-pode-ajudar-dizem-analistas/

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Festas de São João impulsionam faturamento do setor varejista

Alimentos, vestuário e eletrônicos foram os segmentos que mais tiveram ganhos durante o período e indicam digitalização no varejo

No último fim de semana, as festas de São João celebradas em todo o país trouxeram um impulso significativo ao setor varejista. De acordo com informações da Rede, empresa de meios de pagamentos do Itaú, o faturamento do varejo registrou um crescimento de 24% nos dias 23 a 25 de junho, em comparação com o mesmo período do ano anterior. Esse aumento expressivo também foi acompanhado por um avanço de 28% no número de transações realizadas.

Esses dados revelam o impacto positivo que as festividades de São João exerceram sobre a economia do país. O aumento no consumo no varejo reflete uma maior disposição dos consumidores em gastar durante esse período festivo, impulsionando as vendas em diversos setores. Esse cenário pode ser atribuído tanto à melhoria da situação econômica do país quanto ao desejo das pessoas de comemorar e desfrutar das festas juninas.

Ainda segundo a Rede, os setores mais beneficiados foram os de alimentos e bebidas, vestuário e eletrônicos, que apresentaram um desempenho notável em relação ao mesmo período do ano passado. Essa tendência de aumento nas vendasse deve, em parte, à maior disponibilidade de recursos por parte dos consumidores e à busca por produtos relacionados às comemorações juninas, como comidas típicas, trajes tradicionais e itens de decoração.

É importante ressaltar que o aumento nas transações eletrônicas também indica um maior grau de digitalização do varejo. Com a crescente adoção de meios de pagamento online e a preferência dos consumidores por compras virtuais, o comércio eletrônico tem se tornado uma opção cada vez mais popular. A expansão das transações reflete, assim, a evolução das estratégias das empresas para se adaptarem ao cenário atual e atenderem às necessidades dos consumidores.

No geral, os resultados positivos obtidos durante as festas de São João no último fim de semana evidenciam a recuperação do setor varejista e a retomada gradual da economia. Essa alta no consumo representa uma oportunidade para as empresas impulsionarem suas vendas e estabelecerem um ritmo promissor para o restante do ano. Ao mesmo tempo, demonstra como eventos culturais podem ter um impacto significativo na dinâmica econômica de um país.

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A resposta das gigantes brasileiras às novas regras para Shein, Shopee e Aliexpress

Os representantes do Instituto para o Desenvolvimento do Varejo (IDV) pedem que seja revertida a regra que isenta o imposto de importação de compras no valor de até US$ 50 feitas em sites estrangeiros por pessoas físicas.

O pedido da associação que reúne mais de 60 empresas, como Magazine Luiza (MGLU3) e Americanas (AMER3), foi feito em reunião com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, neste sábado (1).

O IDV prevê que as novas regras do governo levarão ao fechamento de lojas e desemprego, por isso, a associação pede isonomia entre as varejistas.

“Não queremos aumento de impostos, mas isonomia. Que o varejo e indústria que atua aqui, com toda a folha de pagamento, tributos estaduais, federais e financeiros deve estar contemplados nessa alíquota”, disse o presidente da associação, Jorge Gonçalves Filho.

O IDV pede que o governo tenha uma alíquota que traga isonomia para a competição no setor varejista até o dia 1 de agosto. Segundo Gonçalves Filho, o ministro Haddad se comprometeu a corrigir a questão.

Isenção para Shein, Shopee e Aliexpress

O ministro da Fazenda assinou na sexta-feira (30) um conjunto de mudanças nas compras no comércio eletrônico internacional em sites como Shein, Shopee e Aliexpress.

Agora, as compras de até US$ 50 (cerca de R$ 240) terão a alíquota de impostos de importação zerada. No entanto, a medida será válida para empresas que ingressarem no plano de conformidade do governo, estando em dia com suas demais obrigações tributárias.

As gigantes internacionais Shein, Shopee e Aliexpress devem aderir ao plano de conformidade do governo. Anteriormente, a regra de isenção de compras de até US$ 50 era válida entre pessoas físicas.

Além dos estados: Governo federal prepara medida para garantir pagamento de impostos por varejistas internacionais

Estados definem alíquota de 17% de ICMS para compras de importados on-line.

O Ministério da Fazenda ainda trabalha no chamado “plano de conformidade” para fazer com que empresas de e-commerce, especialmente os estrangeiros, paguem os tributos devidos e respeitem a legislação brasileira. Esse imposto é de 60% e, na visão da Receita Federal, não está sendo pago por parte das empresas.

Nesta semana, o Comitê Nacional de Secretários de Fazenda dos Estados e do Distrito Federal (Comsefaz) decidiu, por unanimidade, adotar uma alíquota de 17% de Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) para as compras feitas em plataformas online de varejistas internacionais.
No campo federal, uma primeira versão do plano, com uma lista de ações, foi encaminhado para as empresas em meados do mês passado. As empresas, então, apresentaram sugestões e dados sobre o plano. A adesão será voluntária, mas o governo está confiante de que irá conseguir colher assinaturas das principais empresas do ramo.

Diálogo com os Correios
A expectativa interna no Ministério da Fazenda é que a medida seja concluída e assinada depois do feriado de Corpus Christi, que ocorre na semana que vem.

A pasta ainda acerta com os Correios os últimos detalhes do conjunto de ações. A conversa com os Correios é necessária porque a empresa pública é que faz a entrada das mercadorias no Brasil.

Lista de medidas
A plataforma de e-commerce que assinar o plano também terá que preencher antecipadamente a declaração de remessa de um produto de fora vendido no Brasil e recolher o tributo devido. Assim, a empresa pagará o imposto ainda no exterior, não apenas quando a mercadoria chegar ao Brasil.

A intenção do governo é que as empresas paguem o tributo, o imposto de importação, por meio de uma ferramenta online específica. Essa ferramenta está praticamente pronta e é de fácil execução, de acordo com integrantes da fazenda.
Assim, o pagamento seria feito ainda no território de origem do produto e pago diretamente pela empresa. Assim, a mercadoria chegaria no Brasil já com os tributos pagos e inclusive com mais facilidade para desembaraço aduaneiro.

Gestão de risco
Com esse dado em mãos, a Receita fará a gestão de risco enquanto o avião com as encomendas estiver a caminho do país. A ideia é que, antes de a mercadoria chegar, seja informado se o produto vai para o canal verde (onde é liberado e vai direto pra casa do adquirente) ou vermelho (onde é fiscalizado pela Receita).
Atualmente, todas as remessas vão para um local de triagem, a maior parte delas em Curitiba. Com a nova sistemática, boa parte dos pacotes poderá ir direto para a casa do consumidor. Sem a necessidade de o produto passar por um entreposto de fiscalização, ele chegará muito mais rápido na casa do consumidor.
Polêmica
A ideia surgiu depois da polêmica criada pela intenção do governo de acabar com a isenção de US$ 50 nas remessas de importados de pessoa física para pessoa física — forma pela qual a Receita Federal acredita que as plataformas de comércio eletrônico estrangeiras “burlam” o pagamento dos impostos. O presidente Lula mandou suspender a ideia depois da má repercussão.
Integrantes da Fazenda ressaltam agora que não haverá aumento e nem criação de tributos, porque o imposto já existe. Trata-se de um esforço para que os impostos de importação devidos sejam efetivamente pagos. O imposto de importação de produtos como esse é de 60%.
A equipe do ministro Fernando Haddad e ele pessoalmente conversaram com representantes das empresas asiáticas Shein, AliExpress e Shopee nas últimas semanas para que elas façam a adesão ao plano de conformidade.
Embora o governo tenha evitado citar o nome das empresas, são elas os principais alvos das medidas. Mas a Fazenda também manteve conversas e vai enviar o plano para outras companhias do ramo, como americana Amazon e Mercado Livre.
O governo tem dito que as empresas se comprometeram a não repassar o pagamento dos impostos para os consumidores.

Fonte : https://valor.globo.com/brasil/noticia/2023/06/03/alem-dos-estados-governo-federal-prepara-medida-para-garantir-pagamento-de-impostos-por-varejistas-internacionais.ghtml

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