Buslog inaugura serviço de entregas em menos de 24h no trecho SP-Rio

A BUSLOG lança o serviço no setor rodoviário que permite entregas no mesmo dia entre as cidades de São Paulo e Rio de Janeiro. O novo produto chega para atender a demanda de empresas e empreendedores que necessitam de mais agilidade em suas entregas, permitindo que produtos postados até as 11 horas sejam retirados no mesmo dia.

O novo serviço foi apresentado na Intermodal South America 2023, evento que aconteceu em São Paulo de 28/02 a 02/03/2023. De acordo com o diretor-executivo da BUSLOG, Marcelo Barreto, a nova funcionalidade atende uma demanda que ainda não era contemplada no setor rodoviário. E também contava com pouca oferta no mercado como um todo, especialmente considerando longas distâncias.

“Falando em prazo total para uma entrega dentro de São Paulo e Rio de Janeiro, por exemplo, a média praticada no mercado é de 3 dias. Na BUSLOG, até por conta de nosso modelo de negócio, que conta com a malha rodoviária do Grupo JCA, esse período atualmente é de até 2 dias, podendo chegar antes. Com esse lançamento, a proposta é garantir uma entrega em D0, no mesmo dia, dando segurança ao cliente de que o produto estará na cidade destino e disponível para retirada horas após a postagem”, explica.

Como funciona o novo serviço
Neste primeiro momento, a nova solução atenderá exclusivamente as cidades de São Paulo e Rio de Janeiro, podendo ser ampliada para outras localidades ainda nesse semestre. Para garantir que um produto postado a mais de 400 km de distância esteja disponível para retirada horas depois, a BUSLOG estabeleceu um horário limite para o envio: 11 horas da manhã.

Em São Paulo, os clientes terão a possibilidade de despachar os pacotes tanto na Rodoviária do Tietê quanto na Garagem 3, na Vila Guilherme (Rua Coronel Marques Ribeiro, 325). No Rio de Janeiro, outras duas opções, a Garagem da Auto Viação 1001, no Caju (Rua Carlos Seidl, 950) e a Rodoviária Novo Rio.

As retiradas serão feitas nos mesmos pontos, de acordo com o selecionado na hora da postagem. Para as encomendas destinadas à Rodoviária Novo Rio, o destinatário tem até as 19 horas para buscá-la. Já nos outros locais, os produtos estarão à disposição até as 22 horas.

Como isso é possível
A BUSLOG possui a seu favor a extensa malha rodoviária das regiões Sul e Sudeste do país, percorrida diariamente pelos ônibus das empresas do Grupo JCA: Auto Viação 1001, Viação Catarinense, Viação Cometa, Rápido Ribeirão e Expresso do Sul. Juntas, representam uma frota de mais de 2 mil ônibus, com diversas saídas diárias. Todas as encomendas vão alocadas em um espaço totalmente dedicado a elas.

Sua presença física em mais de 200 localidades e parceria com diversas plataformas de fretes permitem que o cliente selecione a opção mais ágil, cômoda e econômica para o envio de encomendas. Em razão da rapidez com que os produtos podem chegar ao destinatário, o modelo mais contratado atualmente é o ‘balcão x balcão’ — representando mais de 30% da demanda.

Na prática, a empresa ou cliente pessoa física posta a encomenda em uma das lojas da BUSLOG e o pedido é enviado para a loja mais próxima de onde o destinatário está. Também é possível personalizar o modelo, adicionando um serviço de coleta e/ou de entrega ao endereço final.

Seja qual for a solução escolhida, todos os clientes da BUSLOG contam com as mesmas facilidades tecnológicas e aparatos de segurança, garantindo a integridade de todas as encomendas. As entregas são rastreadas via site em tempo real, permitindo que os clientes acompanhem o item enviado da coleta até a chegada ao destino, além de contarem com seguro em caso de avarias, furtos, roubos e violações.

E-commerces encerram 2022 com crescimento de 75% no faturamento, aponta estudo

De acordo com levantamento da SmartHint, sistema de busca e recomendação para e-commerce da América Latina, os varejistas observaram um crescimento de 75% no faturamento nas vendas em 2022, baseados nos clientes que utilizam o sistema da empresa. No ano de 2021, as lojas online faturaram aproximadamente R$ 277 milhões.

O estudo também apontou que, entre os 25 segmentos analisados, os três primeiros colocados na preferência do público foram os de Moda e Acessórios, com mais de 458 mil pedidos; seguido por Perfumaria, Cosméticos e Saúde, com 194 mil, e, na última colocação, Casa, Jardim e Decoração, com mais de 100 mil pedidos.

O ticket médio das vendas também apresentou um aumento de 9%. Em 2022, ele subiu para R$ 391, ao passo que ficou em torno de R$ 361 no ano anterior. A taxa de conversão, de 1,79%, foi 51% maior em comparação aos períodos anteriores.

“O ano de 2022 foi bom para o e-commerce, apresentamos resultados expressivos, e para 2023 o cenário tende a ser ainda mais positivo. Estamos alinhados com as expectativas do mercado, incluindo a AbComm (Associação Brasileira de Comércio Eletrônico), que prevê um faturamento de R$ 185,7 bilhões para o comércio online. Estamos bem confiantes nesse resultado”, conta Rodrigo Schiavini, diretor de negócios da SmartHint.

O estudo ainda destacou que, só em 2022, os sites que utilizam a ferramenta receberam mais de 69 mil visitantes. O período analisado foi de 1º de janeiro a 31 de dezembro.

Locaweb (LWSA3) e Sequoia (SEQL3) firmam parceria; veja como vai funcionar

Parceria entre empresas visa impulsionar gestão logística de micro, pequenos e médios empreendedores

A Locaweb (LWSA3) e a Sequoia (SEQL3) anunciaram nesta quarta-feira (1º) que fecharam uma parceria para impulsionar a gestão logística de micro, pequenos e médios empreendedores.

Em comunicado enviado ao mercado, a Locaweb disse que a parceria “será um motor logístico que simplifica a rotina de encomendas de diversos empreendedores e agrega valor aos nossos clientes”.

O acordo foi firmado entre a logtech que conecta vendedores a transportadoras e empresas de logística da Locaweb, a Melhor Envio, e a Drops, empresa controlada pela Sequoia e que oferece serviços de PUDOs (pick-up e drop-off points).

De acordo com a Locaweb, as operações da Melhor Envio e da Drops estão integradas sistêmica e operacionalmente. Pela Drops, os lojistas poderão encaminhar seus pedidos de diferentes players logísticos a um único local físico. Já pelas integrações da Melhor Envio, outras operações do ecossistema de Commerce da Locaweb poderão usar serviços da Drops.

“A expectativa é de que já no primeiro semestre de 2023 todos os clientes Melhor Envio tenham à disposição centenas de pontos Drops em todo o estado de São Paulo”, afirmou a Locaweb, no documento. Segundo a companhia, o serviço será estendido a outras regiões do Brasil ao longo do ano.

Shein e Shopee são os apps de compra preferidos dos brasileiros

Em alimentos e bebidas, o iFood lidera a categoria, segundo o levantamento feito pelo RankMyApp.

Shein e Shopee foram os aplicativos de compras mais buscados pelos brasileiros no segundo semestre de 2022, segundo um levantamento feito pelo RankMyApp com base no posicionamento diário dos apps nas principais categorias da Google Play Store Brasil e App Store Brasil.

Entre os usuários da Google Play, a Shein lidera, seguida de Shopee, Mercado Livre, Magalu e Americanas. Amazon Shopping, Casas Bahia, AliExpress, OLX e O Boticário completam a lista dos 10 preferidos.

Já entre os usuários da Apple Store, a liderança se inverte, com Shopee na primeira colocação, seguida pela Shein. Mercado Livre, Magalu, OLX, Americanas, Amazon Shopping, O Boticário, Enjoei e Lojas Renner completam o ranking.

“O estudo é fundamental para que as empresas possam avaliar como os seus apps estão posicionados em relação aos concorrentes e, a partir daí, tracem as melhores estratégias de mobile marketing”, afirma Rodrigo Thedim, head de Marketing e Vendas da RankMyApp.

iFood lidera em comida e bebida
Em alimentos e bebidas, o iFood lidera a sua categoria tanto no Google Play quanto na App Store. A surpresa fica por conta do app Zé Delivery, que ocupa a 2ª posição na Google Play, superando McDonald’s, Burger King, Habib’s, Aiqfome, Pede Pronto, Daki, Rappi e Bacio di Latte.

Atrás do iFood entre os mais buscados na Apple Store, estão McDonald’s, Burger King, Zé Delivery, Habib’s, Rappi, Ticket, Pede Pronto, Daki e Coco Bambu.

TikTok à frente na App Store e Netflix, na Google Play
As lojas de app apresentam uma diferença crucial ao definir o ranking de buscas em Entretenimento: o TikTok é incluído nessa categoria apenas pela App Store e ocupa a primeira colocação, seguido, respectivamente, por Netflix, HBO Max, Amazon Prime Video, Globoplay, Star+, Disney+, Top Figurinhas, Paramount+ e Face Dance.

Já na Google Play, que tem o TikTok na categoria Social, a líder é a Netflix, acompanhada por Pluto TV, HBO Max, Desfrutar de Dinheiro, Star+, Globoplay, Disney+, CineVision VS, Cine Flix Play V2 e ViX.

Nubank é o mais buscado em “Finanças”
O app do banco digital Nubank foi o mais buscado em Finanças tanto por usuários da Google Play quanto da App Store.

Na lista da Google Play, os melhores listados são Caixa Tem, Serasa, Inter, PicPay, C6 Bank, FGTS, Bitz, Carteira do Google e Caixa.

Já na App Store, aparecem Caixa Tem, C6 Bank, FGTS, PicPay, Inter, Caixa, Mercado Pago, Serasa e Banco Santander Brasil.

Uber lidera na Google Play e Google Maps, na App Store
Assim como em Entretenimento, as lojas avaliam de formas diferentes a categoria Mapas e Navegação. Considerada pela Google Play, a Uber lidera as buscas, seguida por 99, Waze, inDrive, Moovit, Cittamobi, Uber Life, Navegação GPS ao vivo, Radarbot e Lalamove para Entregadores.

Na App Store, que enquadra a Uber na categoria Viagens, o top 10 é composto por Google Maps, Waze, Moovit, Cittamobi, Bike Itaú, Radarbot, Urbano Norte, Waze Carpool, Spoten e Lady Driver.

Projeção coloca e-commerce brasileiro como líder global de crescimento

Com a transformação digital ao nível global tendo sido acelerada nos últimos anos, as atividades virtuais ganharam cada vez mais espaço, revolucionando o cotidiano das pessoas.

Segundo um levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cerca de 155 milhões de brasileiros, com 10 anos ou mais, possuem pelo menos um smartphone — equivalente a 84,4% da população brasileira. Considerando o cenário cada vez mais digitalizado e com o crescimento exponencial de usuários ao redor do mundo, a tendência é que o comércio eletrônico conquiste cada vez mais espaço. Tendo isso em mente, o Cuponation, plataforma de descontos online, realizou um levantamento sobre a possível taxa de crescimento do e-commerce no Brasil e no mundo, nos próximos cinco anos.

Segundo dados do banco internacional de dados Statista, a suposta taxa de crescimento anual composta de vendas do comércio eletrônico, entre 2023 e 2027, é de pelo menos 14.63%. A lista é composta por 19 nações, onde o Brasil fica em primeiro lugar do ranking de países com o maior crescimento nos próximos cinco anos, seguido por Argentina (14,61%), Turquia (14.33%), Índia (13,91%) e México (13,67%) — fechando o top 5.

Mandaê entrega 10% a mais de encomendas em 2022

A plataforma logística Mandaê entregou cerca de 4,8 milhões de encomendas em 2022. O valor representa 10% a mais comparado ao ano de 2021, quando entregou 4,4 milhões. A empresa de logística faz parte da Nuvemshop, plataforma para criação de lojas online que é líder na América Latina, com mais de 100 mil lojas.

“O ano passado foi um período desafiador, mas também de oportunidades para o e-commerce. O foco em crescimento nos permitiu ampliar nosso quadro de colaboradores”, comenta Vitor Cunha, diretor comercial da Mandaê. “Nossa meta para 2023 é superar o crescimento do ano passado”.

De acordo com Vitor, para ter sucesso no meio, é preciso estar atento às tendências. Para este ano, o especialista aponta que os consumidores estão optando por entregas cada vez mais rápidas. “Mesmo em um cenário de aumento de custo de combustível e de transporte, os consumidores sempre vão querer opções de entregas mais rápidas e de menor custo, então as grandes tendências sempre são as iniciativas que viabilizam esta equação.”

Soluções logísticas que ampliem o acesso a mais opções de entregas estarão melhor posicionadas para o crescimento. Entre essas opções destaca-se o Quick Commerce: entregas super-rápidas realizadas em horas e não mais em dias. Também estarão em alta as soluções de entrega com maior flexibilidade para coletar encomendas em centros de distribuição, lojas físicas ou qualquer outra origem e realizar entregas na residência, no trabalho ou em pontos de retirada.

Além disso, a integração de soluções de inteligência artificial e machine learning (aprendizado de máquina) na roteirização das entregas, gestão de performance e cotação de frete segue como tendência. “O crescimento exponencial da malha logística em conjunto com a pressão por menores custos inviabiliza a gestão por meio das ferramentas tradicionais. A automação vem para solucionar esse problema.”

O levantamento da Mandaê sobre os resultados do último ano ainda aponta que o estado de São Paulo foi o destino de cerca de 50% dos envios realizados pela empresa. Além de São Paulo, a plataforma logística possui um centro de distribuição em Minas Gerais, estado que compõe 15% do volume de pedidos atual.

Mercado Livre: VP detalha a ousadia para crescer em tempos de incerteza

Em entrevista à EXAME, executivos da plataforma de marketplace dizem que ganho de participação de mercado se intensificou após a crise da Americanas estourar.

“Só os paranóicos sobrevivem”. A frase é originalmente de Andrew Grove, ex-CEO da Intel, e repetida com frequência por um dos fundadores do Mercado Livre, virando uma espécie de lema para a empresa. Em um ambiente de juros em patamares mais altos – no caso do Brasil, perto de 14% ao ano -, só mesmo a inquietação parece ajudar o varejo a driblar as adversidades: os custos estão mais altos e a demanda, pressionada.

O terreno é de terra arrasada para parte do varejo, sendo a Americanas (AMER3) o caso mais evidente, com uma recuperação judicial provocada pela descoberta de um rombo de R$ 20 bilhões no balanço. Há ainda casos como o da Marisa (AMAR3) e da CVC (CVCB3), em reestruturação, e a gigante americana Amazon, que demitiu 18 mil funcionários em todo o mundo. Mas o Mercado Livre, indicam seus números, vive outra realidade.

“A gente está contratando. Seguimos crescendo, a única coisa é que diminuiu a taxa de crescimento”, diz Fernando Yunes, vice-presidente sênior e líder do Mercado Livre no Brasil em entrevista à EXAME Invest, dada ao lado de André Chaves, que é o responsável pela estratégia e desenvolvimento corporativo da varejista na América Latina. No Brasil, a receita do quarto trimestre cresceu 28% em moeda local, com avanço de 36% no varejo e 93% nas operações da fintech Mercado Pago. A receita de toda operação brasileira tinha saltado 61% no último trimestre de 2021.

No quarto trimestre, a receita da companhia cresceu 56%, para US$ 3 bilhões. O lucro líquido de todo o grupo chegou a US$ 165 milhões, revertendo o prejuízo registrado no mesmo período de 2021, de US$ 46 milhões. No ano, a última linha do balanço de todo o negócio saltou nada menos que 480%, para US$ 482 milhões.
A receita foi a tal “paranóia” de crescer somada à sorte. Ainda em 2021, a empresa criou um programa de produtividade de custos. A visão era criar uma agenda de produtividade que permitisse investir mais para seguir crescendo. “Só que os juros subiram muito rápido. Então, todo o ‘funding’ gerado pelo programa, no final, foi usado para segurar nossas margens”, diz Yunes.
A escalada dos juros pode ter mudado o percurso do programa da empresa, mas ajudou a manter as margens quando todo o mercado perdia rentabilidade. “Essa disciplina nos colocou numa posição mais confortável do que a das outras empresas que estavam gastando e nos permitiu não fazer um ajuste duro nesse ano [2022]”, acrescenta Chaves.
Com números tão positivos, a empresa foi abocanhando mais participação na disputa do comércio online, mas a corrida por fatias desse bolo ganhou mais intensidade no começo desse ano com um dos players, a Americanas, perdendo parte do seu espaço. Até novembro de 2022, o Mercado Livre liderava o comércio online brasileiro, com 14% de audiência, segundo a Conversion, que monitora ferramentas de pesquisas.
Os ganhos de participação de mercado vêm desde o terceiro trimestre de 2020, conta Yunes, mas agora a velocidade ficou maior. “Abrimos esse ano ganhando share. Então, sim, houve uma aceleração. Viemos nessa tendência há muito tempo e isso, depois do episódio, se intensificou.”

Leia abaixo a entrevista com os executivos do Mercado Livre:

Exame Invest: Todo o setor tem sinalizado que está pressionado. O que o Mercado Livre tem de diferente?

Fernando Yunes: Os principais diferencias que o Mercado Livre tem começam pelo lado do sortimento. Temos o maior sortimento de produtos e marcas do Brasil e da América Latina. Ano passado adicionamos 513 novas marcas, como Farm, Ellus, Rayban, GoPro, Shiseido e Universal Music. Há mais de 1.600 marcas que a gente trouxe em dois anos, muitas que são as preferidas dos clientes. Ao mesmo tempo, somamos mais 170 mil vendedores de middle e long tail. Com isso, chegamos a mais de 400 milhões de produtos anunciados, que é um número superior à soma do segundo e do terceiro concorrentes.
O segundo ponto vem de uma usabilidade do aplicativo e do site muito simples e intuitiva. É muito rápido e simples de você fazer uma compra. E a velocidade de logística é a maior do mercado. A gente está entregando quase 80% em até 48 horas e, na média Brasil, 51% em até um dia. Também estamos com pós-venda muito eficiente, com um programa de devoluções que ficou muito mais simples. A gente já tem agora 7.100 ‘places’, que são locais físicos ligados na rede logística do Meli para que as pessoas possam fazer pick up ou devolução de produtos.

Chaves: O interessante é como isso se traduz depois para o acionista, né? Justamente por ter a maior variedade, significa que o consumidor vem mais naturalmente, está mais fidelizado. A gente consegue ter um orçamento de marketing muito menor do que a maioria do mercado porque a gente tem mais escala, tem mais oferta e tem mais busca natural, mas retenção de compradores. A gente presta um serviço para os nossos vendedores que a gente consegue derivar em muitos casos até 80% do volume deles. A gente cobra um take rate dele que seja um take rate sustentável para o negócio, ao mesmo tempo que ele veja muito valor. E a gente traz muito volume para ele também. Por outro lado, a gente conseguiu uma escala logística, por conta do volume, em que os custos logísticos são muito baratos. Certamente baratos comparado ao resto do mercado.

EXAME Invest: Mas o cenário é complexo do ponto de vista de custos e vemos todo o setor desafiado, não?

Chaves: A gente concorda com isso. Achamos que, ao longo dos anos, a escala que a gente construiu e os investimentos de tecnologia permitem que, de um lado a gente tenha muitas alavancas de monetizar, e do outro a gente consiga operar com o custo baixo. Então a gente conseguiu ter um negócio que, apesar de todo o desafio, ele não só foi rentável regionalmente como também foi rentável no Brasil ao longo do ano.

Exame Invest: O relatório do quarto trimestre fala em ganho de participação. É de se imaginar que isso tenha ficado ainda mais intenso no começo do ano com o cenário complexo do varejo. Especificamente o episódio com a Americanas tem garantido uma fatia maior do bolo para vocês? Vocês ganharam participação desde o começo da crise deles?

Yunes: O contexto é super desafiado, com o impacto de juros e inflação pegando o custo das empresas. E o mercado também não está voando, a demanda está impactada por inflação e juros. Mas desde o segundo trimestre de 2020 a gente vem ganhando ‘market share’ trimestre após trimestre de forma consistente. Então, já são praticamente três anos que a gente ganha share consistentemente e no ano passado isso aconteceu também. Abrimos esse ano ganhando share. Então, sim, houve uma aceleração. A gente não pode abrir o quanto e também não sabe o quanto disso se mantém. Mas viemos nessa tendência há muito tempo e isso, depois do episódio, se intensificou.

Exame Invest: E como vocês estão driblando esse momento mais complexo para o ambiente de negócios?

Yunes: É, o momento é realmente complexo. O crédito para o segmento todo começa a ficar mais caro com o receio dos bancos de exposição aos players. Custos de antecipação ficam mais caros também. Desde o ano passado acho que a gente se antecipou muito bem em criar uma agenda de produtividade de custos muito cedo na empresa. Antes dos juros subirem. A gente até teve uma certa sorte, porque a nossa visão era criar um programa de produtividade, que gerasse ‘saving’ para poder crescer. Só que os juros subiram muito rápido. Então, todo o ‘funding’ gerado pelo programa, no final, foi usado para segurar nossas margens. Mas foi ótimo que a gente começou isso com essa antecedência. Então a gente conseguiu manter margens e manter uma capacidade de investimento diferenciada. Acho que a gente está num momento de seguir muito comprometido com o Brasil. Vai ser mais um ano muito forte de investimento. A cada ano a gente investe mais do que no ano anterior e esse ano vai ser assim.

Chaves: Como cor para isso que o Yunes falou, nosso quadro de trabalhadores está muito diferente de todo o mundo de tecnologia, que está cortando vagas globalmente.

Yunes: Sim, a gente está contratando. Seguimos crescendo, a única coisa é que diminuiu a taxa de crescimento.

Chaves: Foram ganhos de eficiência ao longo de toda a cadeia. A gente revisou vários dos nossos processos, várias das nossas iniciativas para tentar ganhar alavancagem operacional. Isso quer dizer o quê? Meu custo tem que crescer menos que o crescimento da receita. E essa disciplina começou em 2021, não começou com uma reação ao mercado. Ela colocou a gente numa posição mais confortável do que a maioria das empresas, que estava gastando, e permitiu que a gente não fizesse um ajuste duro.

Exame Invest: Mas qual o diagnóstico para 2023? Vai ser de crescer com a rentabilidade avançando menos?

Yunes: A gente quer que a taxa de crescimento do negócio seja um pouco superior à do ano passado e que a margem de rentabilidade também avance um pouco. Então seria um ano de crescer mais e entregar uma rentabilidade melhor.

Exame Invest: Quando você fala em crescer mais, está falando em mais receita mesmo?

Yunes: Sim. Nossa GMV no ano passado foi de crescimento de 21%, não podemos abrir números mas queremos crescer em velocidade maior e a margem de Ebit e lucro um pouco também. Então seria um negócio crescendo um pouco mais rápido com uma margem um pouco melhor.

Chaves: Uma frase que nosso CFO repete sempre é: “ganhos modestos, mas consistentes de rentabilidade”. Quando se compõe com o crescimento de receita que segue acelerado, significa muito mais dólares sendo gerado de rentabilidade.

Exame Invest: Vocês falaram muito da frente logística, e um ponto forte do Mercado Livre é sua capacidade de fullfilment [a empresa fica responsável pela armazenagem do estoque do seller e pela entrega ao cliente após a venda], não?

Yunes: O fullfilment em Mercado Envios vemos como um pilar fundamental para seguir investindo e crescendo. Mais de 40% da nossa GMV [sigla em inglês para volume bruto de vendas] é enviado pelo fullfilment. Na hora que se soma o crossdock, que também são centros próprios do Mercado Livre, aí vai para mais de 90%. Hoje, o que é entregue fora da rede Mercado Livre é só 5% do volume, 95% passa pela rede. E o fullfilment é o modelo mais rápido que a gente tem de entrega.

Chaves: A gente encara a logística como um negócio de tecnologia porque a capacidade de botar metro quadrado de CD [centro de distribuição] não é única do Mercado Livre. Mas a gente tem mais de 2.000 engenheiros escrevendo programas, escrevendo códigos para as várias partes da logística. Então a gente tem muitas soluções que são únicas e que são proprietárias em toda a rede. Ou seja, não é não é que a gente sai na frente por ter mais metro quadrado, mas sai na frente por escrever código.

Exame Invest: Os analistas dos bancos de investimento falam muito do sucesso do ecossistema do Mercado Livre. Como essa estrutura que vocês criaram contribui para os resultados?

Yunes: Acho que aí tem dois pontos. O primeiro, que é a base de tudo, é a cultura da empresa. Numa cultura que compete e não colabora, é difícil potencializar sinergias. Cada um vai pensar no seu pedaço. Do lado da cultura, é uma cultura muito de dono. Muitos dos fundadores ainda estão na empresa, é uma cultura de visão de longo prazo, de ousar e tomar risco. Além de quebrar os silos da empresa. Então, potencializar o ecossistema é algo que as lideranças têm genuinamente como algo a construir, porque isso fortalece o negócio como um todo. Um desses elos importantes é a logística, o outro é o Mercado Pago.

Exame Invest: Que teve um resultado bastante relevante nesse último trimestre, não? No Brasil, a receita da fintech cresceu 93% (sem efeito do câmbio).
Yunes: Mercado Pago nasceu para servir o ecossistema para possibilitar que as transações acontecessem de forma segura entre compradores e vendedores. Hoje, 100% do que é transacionado no Mercado Livre vai por meio do Mercado Pago. Toda a parte de crédito para pessoas, para compradores e para vendedores Mercado Pago oferece dentro da plataforma. O comprador quando chega no check out tem várias opções de pagamento: pode pagar com dinheiro em conta do Mercado Pago ou com cartão de crédito Mercado Pago; também pode fazer um crédito do Mercado Pago ou pode pagar com cartão de outra bandeira. Então o Mercado Pago trouxe muitas soluções e a gente tá complementando elas. Você não precisa nem escolher uma ou outra, pode escolher algumas para utilizar os limites que você tem. Isso gerou muita conversão de venda e melhoria da experiência dos clientes. A gente suporta os vendedores também, que podem pegar crédito com o Mercado Pago. Com isso a gente ajuda eles a financiar fluxo de caixa, capital de giro, para investir e crescer o negócio. Também entramos em seguros, investimentos em cripto…Mercado Pago virou um banco digital completo, que serve os usuários do Mercado Livre. Mas ele vai para fora do Mercado Livre também servir clientes do mercado aberto. E aí o mercado financeiro é um mercado enorme, com potencial gigantesco.

Chaves: Uma série de coisas que aconteceram no último no último ano que foram bem relevantes para o crescimento da rentabilidade. Hoje, uma das verticais do negócio passa por processar pagamentos fora do marketplace [ ]. Você pode vender no seu site e cobrar pelo Mercado Pago ou na sua loja física e usar nossa máquina de cartão. Teve um crescimento desse negócio, que segue crescendo as taxas muito saudáveis e com ganho de eficiência grande quando a gente verticalizou quase na totalidade de operação de adquirência. A gente não era adquirente próprio e passou a ser. Isso dá melhor serviço, mais taxa de aprovação e melhora a margem também. No lado da pessoa física a gente deu bastante eficiência na conta e a gente continua tendo desempenho bastante bom da carteira de créditos.

Exame Invest: Em que sentido?

Chaves: A gente tem um modelo bastante particular de crédito em que a gente faz toda a aprovação de crédito com base em dados proprietários. Ou seja, eu sei hoje não só o que você compra, mas o que que você navegou, como você navegou, o que que você digitou, que meios de pagamento você tem, endereço, etc. Isso tudo é tem uma camada de Inteligência Artificial por cima que consome esses dados e faz o credit score. Temos um credit score bastante bom e a gente fez uma boa gestão da carteira ao longo do período de crise.

Exame Invest: Sim, vocês fizeram provisões para perda, mas houve até mesmo redução disso no quarto trimestre. Como tem sido a atuação de vocês nessa concessão? Estão mais conservadores? (A operação do Mercado Crédito terminou 2022 com US$2,8 bilhões em carteira e um spread de 48% entre as receitas de crédito e as despesas associadas com provisões para perdas).

Chaves: A gente está mais conservador, especialmente no Brasil e um pouco menos no México e na Argentina. Muito do que a gente viu de expansão de rentabilidade agora em crédito foi isso. No final do segundo trimestre, a gente tomou a decisão de limitar créditos mais arriscados. E continuar buscando crescimento nos perfis menos arriscados. Pela natureza do nosso crédito esse perfil menos arriscado é até mais rentável. O que que a gente viu agora? A gente viu a maturação dessa decisão no quarto trimestre em que eu tenho mais carteira em perfis menos arriscados, que têm menos perda. E o segundo efeito, para ser 100% transparente, é a sazonalidade. Brasil, México e Argentina são países que têm entrada de caixa para as pessoas físicas no final do ano, com pagamento do décimo terceiro salário ou equivalente.

Exame Invest: Certo. A receita do Mercado Pago cresceu bastante no quarto trimestre e foi quase metade da receita total do grupo no período, mas quanto já contribui para o lucro do negócio?

Chaves: Esse número a gente não abre para o mercado. Mas o que posso falar é que é relevante. Já não se tem margens muito diferentes entre os dois negócios.
Exame Invest: Bom, dado tudo que falamos e o fato de que os indicadores macroeconômicos não deram sinais de melhora, quais os riscos que vocês veem para 2023 e mesmo 2024?

Yunes: Sempre tem um risco, né? O contexto macroeconômico com juros muito altos, ou se a gente tiver um aumento de desemprego e se a inflação persistir é ruim do poder aquisitivo. Tudo isso torna o contexto desafiador, mas os anos também não têm sido fáceis. Então a gente continua com uma visão otimista. O nosso segmento ainda tem uma penetração que não é alta. A penetração do e-commerce está ao redor de 15% ainda no varejo brasileiro. Tem muito espaço para crescer. Nos Estados Unidos já chegou nos 25%. Na China tem indicadores que passam dos 40%. Então o contexto como um todo pode estar desafiado, mas a gente acha que a penetração, e a conveniência toda que vem com a compra online, ainda tem muito espaço para avançar. Aí tem algo para seguir focando, melhorando as experiências e trazendo mais sortimento, fortalecendo a marca para acelerar a migração do offline pro online. Acho que parte disso se vê nessa iniciativa da gente de entrar no Big Brother, que foi uma decisão de 24 horas. Abriu a possibilidade, nos procuraram e a gente tomou a decisão. É algo novo que não temos a dimensão, mas vamos medir o quanto vai gerar de awareness. Então vem uma pegada de marca bem mais próxima dos brasileiros e talvez ajude a gente a trazer mais usuários que ainda não estão no e-commerce e ganhar market share. É o momento de ser ousado. A gente está tentando ser ousado no momento de incertezas. Estamos moderadamente otimistas.

Chaves: Nunca imunes, nunca confortáveis. Eu acho que qualquer empresa de tecnologia que se sentiu confortável ficou para trás na história. A gente está em setores de alta inovação e de alta competitividade, então não pode abaixar a guarda em momento algum. O nosso fundador tem uma frase que ele repete com alguma frequência que é: “só os paranoicos sobrevivem”. Portanto, a gente segue paranóico aqui.

Faturamento do e-commerce aumenta 33% em janeiro, de acordo com os dados da Nuvem Shopping

Lojistas começam o ano faturando R$ 237 milhões com vendas online. Roupa escolar, óculos de sol e perfumes são os produtos mais vendidos.

Já no primeiro mês do ano as pequenas e médias empresas aumentaram suas vendas online: o faturamento do e-commerce em janeiro chegou a R$ 237,5 milhões. O número representa um crescimento de 33% em comparação ao mesmo período de 2022 (R$ 177,7 milhões).

O valor médio por compra chegou a R$ 251 no mês, um aumento de 7%. Já o volume de produtos vendidos foi de 4,3 milhões. Isso quer dizer 26% a mais que no mesmo período do ano passado (R$ 3,4 milhões) o número de pedidos online cresceu 24% passando de 762 mil para 946 mil.

“O início do ano costuma ser desafiador para as varejistas. No entanto, os dados mostram que os empreendedores online estão se planejando com mais antecedência ponto principalmente com a volta às aulas e as festas de carnaval presenciais estão aproveitando as datas para realizar campanhas específicas e aumentar suas vendas”, afirma Tamires, especialista em economia da Nuvem Shopping.

O que mais vende no comércio online?
Em janeiro de 2023, moda foi o segmento que liderou as vendas (R$ 88,5 milhões) seguido por:
• Saúde e beleza (R$ 19,5 milhões);
• Acessórios (R$ 18,5 milhões);
• Casa e Jardim (R$ 10,5 milhões);
• Joias (R$ 8,2 milhões).

Dentre os produtos mais vendidos no mês, estão: roupa escolar óculos de sol e perfumes.

Os dados ainda mostram que o cartão de crédito foi o meio de pagamento mais utilizado com 50% dos pedidos pagos. Entretanto, foi o pix que se destacou no levantamento. Em 2022, a solução representou 14,5% dos pagamentos no mês, enquanto no mesmo período deste ano chegou a 26%-um aumento de 80%.

O ranking nacional dos Estados com maior venda foi composto por:
• São Paulo (R$ 120,8 milhões);
• Minas gerais (R$ 24,4 milhões);
• Rio de janeiro (R$ 15,8 milhões).

Já os estados de Goiás e Santa Catarina apresentaram um crescimento percentual de destaque, superior à média nacional: 70% e 52%, respectivamente.

Os dados são da Nuvem Shopping, plataforma para criação de lojas online que é líder na América Latina. Foram levantados com a base dos mais de 100 mil lojistas da plataforma durante o período de janeiro de 2022 a 2023.

Lucro do Alibaba sobe após cortes de custos superarem mal-estar nas vendas

A empresa agora está focada em aumentar os lucros, enquanto navega na concorrência cada vez mais acirrada da arquirrival JD.com, bem como de empresas emergentes como a PDD Holdings.

O lucro do Alibaba Group Holding aumentou 69%, com o líder do comércio eletrônico da China controlando os custos e os compradores continuando a gastar na internet, em meio ao surto de covid.
A varejista online reportou lucro líquido de 46,8 bilhões de yuans (US$ 6,8 bilhões), superando facilmente a estimativa média de aproximadamente 35 bilhões de yuans no trimestre até dezembro, um pouco acima das projeções.

Os ganhos finais refletem, em parte, profundos cortes de custos em uma empresa que antes gastava agressivamente para expandir seus negócios internacionais e de serviços online. A empresa agora está focada em aumentar os lucros, enquanto navega na concorrência cada vez mais acirrada da arquirrival JD.com, bem como de empresas emergentes como a PDD Holdings.

O crescimento anêmico das vendas, no entanto, ressalta as difíceis condições econômicas depois que a China aboliu as restrições da covid em dezembro. Alguns investidores temem que uma recuperação sustentada nos gastos do consumidor possa levar tempo e que qualquer recuperação pode ser lenta. Ao mesmo tempo, empresas chinesas de internet, de JD a Meituan e PDD, estão intensificando os esforços para superar umas às outras desde que Pequim começou a conter uma repressão contundente ao setor de tecnologia, pesando nas margens.

Houve outros sinais preocupantes de crescimento no Alibaba. A receita de computação em nuvem, normalmente uma das divisões de crescimento mais rápido da empresa, aumentou apenas 3%, para 20,2 bilhões de yuans. Seu principal negócio de comércio chinês caiu 1% no trimestre.

“Uma desaceleração no crescimento do consumo digital da China, à medida que as restrições da covid são removidas, pode limitar os ganhos de receita de 2023 para Alibaba e Meituan se mais serviços concorrentes de comércio eletrônico e entrega surgirem, como os de JD.com e Douyin da ByteDance. O aumento do acesso aos serviços do Alibaba e Meituan por meio do WeChat da Tencent pode limitar os danos da concorrência adicional”, escreveram Catherine Lim e Trini Tan, analistas da BI.

Como a maior empresa de comércio eletrônico da China, o Alibaba é um barômetro para a demanda do consumidor no país. Suas ações ganharam 10% em 2023, já que a reviravolta na política da covid na China deve galvanizar a economia em geral. As vendas no varejo on-line em todo o país aumentaram 7,6% em relação ao ano anterior no quarto trimestre, de acordo com dados do National Bureau of Statistics.
Por enquanto, é provável que o Alibaba continue se concentrando na redução de custos e lucratividade, em vez de novas expansões de negócios. Para alcançar o que é chamado de “crescimento de alta qualidade”, a empresa cortou milhares de empregos no ano passado.

A empresa com sede em Hangzhou enfrenta uma concorrência acirrada em seu mercado doméstico da JD.com e plataformas emergentes de vídeo curto e transmissão ao vivo, como Douyin e Kuaishou Technology, da ByteDance, que intensificaram os esforços para atrair clientes e atrair comerciantes.
No exterior, a gigante da tecnologia está reduzindo suas ambições globais. O Alibaba vendeu a última de suas ações na gigante fintech indiana Paytm neste mês, acelerando a retirada da arena móvel e da internet que mais cresce no mundo.

Os cortes de custos – particularmente em seus serviços domésticos ao consumidor e comércio internacional – devem apoiar as margens do Alibaba no curto prazo. Mas, a longo prazo, ainda precisa encontrar uma resposta para a intensificação da concorrência.

Com o crescimento do número de usuários chegando ao limite, a empresa está se concentrando cada vez mais em áreas como serviços de computação em nuvem. Depois que as vendas na nuvem – outrora o maior impulsionador da empresa – atingiram seu ritmo de crescimento mais lento no trimestre de setembro, Zhang assumiu o cargo de presidente interino da Alibaba Cloud Intelligence e do aplicativo de comunicações corporativas DingTalk.

Outrora a empresa mais valiosa da China, o Alibaba agora corre o risco de se parecer mais com um utilitário depois que Pequim lançou sua repressão abrangente à indústria de tecnologia há cerca de dois anos. O governo forçou a afiliada financeira do Alibaba, Ant Group, a cancelar o que teria sido a maior oferta pública inicial do mundo em 2020 e, em seguida, lançou reformas que prejudicaram o modelo de negócios do Alibaba.

Embora Pequim tenha começado a liberar o setor de tecnologia, concedendo à Tencent Holdings uma série de títulos de jogos e permitindo que a gigante Didi Global retome a inscrição de novos usuários, um IPO da Ant ainda está no ar e o plano do Alibaba de mover sua listagem primária para Hong Kong foi adiado.

Tráfego do e-commerce brasileiro retrocede pelo segundo mês seguido

Volta às aulas e férias de janeiro garantem bons – e pontuais – desempenhos para segmentos de educação e de turismo. Seguindo a tendência de queda no consumo após as festas de fim de ano, o e-commerce brasileiro também tem visto esse fenômeno acontecer em seu tráfego.

Em janeiro, o volume de visitas às plataformas do país caiu 1,2% em comparação a dezembro — quando já havia registrado uma redução de 4,7% em relação ao mês anterior, marcado pela Black Friday. De novembro a janeiro, a redução no tráfego soma 5,6%. Para alguns segmentos, porém, o mês de janeiro foi positivo. É o caso dos lojistas de Educação, Livros e apelaria, que viram o tráfego subir 22% em comparação a dezembro.

Foi o melhor desempenho de todo o Relatório Setores E-commerce no Brasil – Fevereiro/2023-Referente à Janeiro/2023, da Conversion, já disponível na Biblioteca do RadarIC, link: https://radaric.correios.com.br/3d-flip-book/relatorio-setores-e-commerce-no-brasil-fevereiro-2023-referente-a-janeiro-2023/ .

O motivo é óbvio: a volta às aulas. “Esse dado reforça a importância de mensurar o tráfego das plataformas online. Elas captam, por uma outra via, as tendências centrais do consumo antes que as compras se materializem”, comenta Diego Ivo, CEO da Conversion.

Isso se vê também em outros indicadores do relatório de janeiro. O segundo melhor resultado do mês foi do segmento de turismo, com alta de 14% nas visitas únicas — o que reflete a procura das pessoas por viagens de férias nessa época do ano ou para o Carnaval. Isso vale ainda para o aumento de 8,4% no tráfego do segmento de Casa e Móveis, que pode expressar um movimento comum das famílias em renovar o espaço doméstico no início do ano.

Na contramão desses dados positivos estão os segmentos de Esportes, Moda e Acessórios e Joias e Relógios, que perderam, todos com quedas acima da casa dos 10%. O segmento mais importante do e-commerce brasileiro, o de marketplaces, também retraiu: -2,6%. Foi a segunda queda seguida desde a Black Friday, ficando na casa do 1,06 bilhão de visitas.
O resultado foi bastante afetado pela queda de 5,4% nos acessos via apps de smartphones.

Para Diego Ivo, não são números preocupantes para o segmento. “São plataformas muito robustas, que somam a maior parte do tráfego e das receitas do comércio eletrônico do país”.
Entre as marcas mais acessadas do país, nada novo sob o sol. O Mercado Livre segue na dianteira, com 349 milhões de visitas mensais. A empresa argentina reúne, sozinha, 14% do tráfego do e-commerce no Brasil.

A Amazon Brasil, na segunda colocação, subiu 6% em janeiro — no melhor desempenho entre as primeiras posicionadas. Shopee (-0,6%), Magalu (2,5%) e Americanas (-25,3%) completam o ranking. Já na métrica do Share of Search, a disputa segue acirrada entre três marcas de segmentos diferentes: a Stanley, de Presentes e Flores, a Amazon, dos marketplaces, e a Petz, das lojas de produtos para pets.

Em dezembro, a liderança estava com esta última, mas 2023 começou novamente com a marca norte-americana de copos térmicos à frente, somando 55% de todas as buscas no Google dentro do seu segmento — melhor desempenho considerando todas as analisadas no relatório.

A Amazon tem 49% das procuras e a Petz, 41%.
“Essa é uma disputa que será interessante de ver, assim como observar a própria relevância da métrica para os negócios”, finaliza Diego Ivo. Vale lembrar que o Share of Search é uma mensuração preditiva em que é possível observar a tendência dos consumidores pesquisando sobre produtos e marcas dentro da Internet.

Relatório Setores E-commerce no Brasil – Fevereiro/2023-Referente à Janeiro/2023-Conversion, disponível na Biblioteca do RadarIC (https://radaric.correios.com.br/3d-flip-book/relatorio-setores-e-commerce-no-brasil-fevereiro-2023-referente-a-janeiro-2023/).