Câmara aprova Mover e alíquota de 20% sobre compras de até US$ 50

A Câmara dos Deputados aprovou o projeto de lei que cria a nova política automotiva brasileira, o Mover, e acaba com a isenção tributária para compras internacionais de até US$ 50, ao taxá-las com 20% de Imposto de Importação.

A tributação efetiva sobre os produtos deve alcançar cerca de 44,5%, já que também pagam 17% de ICMS para os Estados. A cobrança começará imediatamente após a sanção, que pode ocorrer ainda esta semana, e será aplicada inclusive sobre produtos que já foram comprados, mas não entraram no país antes da data em que a nova alíquota entrar em vigor.

Ainda falta a análise dos destaques dos partidos para modificar o projeto, mas todos são sobre questões envolvendo a nova política automotiva do governo e nenhum deles se refere à taxação das compras internacionais. Por acordo, todos os partidos – do PL ao Psol – tiraram os pedidos por alteração sobre este trecho do projeto.

A votação dos destaques será ainda nesta terça-feira e, já na quarta-feira, o projeto deve ser analisado pelo plenário do Senado Federal. O objetivo é aprovar o projeto a tempo de que seja sancionado antes de a medida provisória (MP) do programa Mobilidade Verde e Inovação, o Mover, perder a validade na sexta-feira.

O acordo ocorreu após semanas de negociações e muita pressão do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), para uma negociação que protegesse a indústria e varejo nacionais da concorrência com os marketplaces estrangeiros, em especial os chineses, como Shein, Alibaba e AliExpress. Por fim, a taxação recebeu apoio do PL do ex-presidente Jair Bolsonaro e do PT do presidente Luiz Inácio Lula da Silva — que se comprometeu a não vetá-la.

A alíquota que será cobrada foi um “meio-termo” encontrado ao longo das negociações. A proposta original do deputado Átila Lira (PP-PI), relator do projeto, era taxar as compras abaixo de US$ 50 com a mesma alíquota de 60% de Imposto de Importação já cobrada dos produtos acima dessa faixa de preço, o que resultaria numa alíquota efetiva de 90%.

Já integrantes do PL e do governo Lula defendiam manter a isenção com o argumento de que os produtos são adquiridos pela população mais pobre.

Ao longo do debate, a alíquota proposta baixou para 45% e 25%, até que, nesta terça-feira, o acordo foi fechado para a taxação em 20%. Decisão que não agradou totalmente nem os empresários brasileiros, que queriam uma cobrança maior, e nem os estrangeiros, que alegam que o imposto ficará em 44,5% no total, enquanto a média mundial é de 22%.

O presidente Lula chegou a dizer que poderia vetar a taxação, caso aprovada pelo Congresso, preocupado com o impacto em sua popularidade e nas relações com a China, maior parceiro comercial do Brasil. Mas se comprometeu a sanciona-la após encontro com Lira à tarde.

“É uma concertação de todos os partidos, com o Poder Executivo, para proteger a indústria nacional”, afirmou o líder do PT na Câmara, deputado Odair Cunha (MG). “O mundo inteiro se protege e é natural que o Brasil também tenha mecanismos para proteger suas empresas e garantir uma concorrência equilibrada”, disse.

O ex-presidente Bolsonaro foi às redes sociais defender, horas antes da votação, que seu governo “sempre foi contra qualquer taxação, majoração ou criação de novos impostos” e que era contra “qualquer projeto que onere ainda mais o cidadão brasileiro”.

O PL, partido dele, contudo, apoiou o projeto e tinha alguns dos principais defensores da cobrança, como os presidentes das frentes parlamentares do Empreendedorismo, deputado Joaquim Passarinho (PA), e do Comércio e Serviços, Domingos Sávio (MG).

O deputado Kim Kataguiri (União-SP) foi um dos mais ativos para desgastar o governo sobre o tema nas redes sociais e afirmou que não concordava com o acordo — apoiado, inclusive, pelo partido dele, o União Brasil. “O governo Lula não mexe com o rico que tem condição de sair do país e aproveitar a isenção comprando lá fora, mas taxa o pobre”, disse.

A discussão maior foi em torno do fim da isenção para as importações, que “pegou carona” no projeto de lei do Mover, mas o programa para a indústria automobilística também causou discussões no plenário.

O PL acusou o governo de tentar fugir das amarras do Orçamento ao criar um fundo privado para gerir os R$ 19 bilhões em incentivos fiscais para as montadoras. O Executivo rebateu que isso permitirá investimentos de R$ 100 bilhões no desenvolvimento de veículos menos poluentes, movidos a etanol e eletrificação.

Last mile: como otimizar a última milha do seu e-commerce

Explore a importância do last mile para o sucesso do seu e-commerce, incluindo estratégias inovadoras para aumento da taxa de conversão e da retenção.

Explore a importância do last mile para o sucesso do seu e-commerce, incluindo estratégias inovadoras para aumento da taxa de conversão e da retenção.
A importância do last mile no e-commerce
O comércio eletrônico transformou a maneira como consumimos produtos, oferecendo conveniência, variedade e preços competitivos.

No entanto, a eficiência de todas as etapas da entrega, especialmente a última, conhecida como “last mile”, é crucial para a satisfação do cliente e o sucesso do e-commerce.

Esta matéria explorará a importância do last mile, desde sua definição até as soluções inovadoras que podem aprimorar essas fases da logística.

As três etapas que envolvem os processos logísticos das compras online
A logística do e-commerce pode ser dividida em três etapas principais: first mile, middle mile e last mile. Cada uma delas desempenha um papel fundamental na cadeia de suprimentos, afetando diretamente as estratégias, a eficiência, os custos e a satisfação do cliente.

First mile
First mile é a etapa inicial do processo de entrega, que começa com a coleta do produto do estoque do fabricante, da loja virtual ou do armazém de parceiros, e termina com a chegada do item ao centro de distribuição ou armazém.

Esta fase é crucial para garantir que os produtos estejam disponíveis para envio, envolvendo a preparação, o embalo e a primeira etapa do transporte.

Middle mile
Middle mile é a conexão entre o armazém do vendedor ou fabricante e o centro de distribuição dos operadores logísticos envolvidos nesse processo. Esta etapa foca na transferência eficiente de produtos em grandes volumes, otimizando o processo de distribuição para garantir que os itens cheguem ao local correto antes da entrega final. A eficiência aqui pode reduzir significativamente os custos operacionais e o tempo de entrega.

Last mile
O last mile é a última etapa do processo de entrega, quando o produto sai do centro de distribuição local, ou seja, mais próximo do destinatário, até o destino final: as mãos do cliente. É a parte mais visível para o consumidor e, frequentemente, a mais complexa e dispendiosa da cadeia logística. Desafios como o tráfego urbano, a precisão do endereço e as expectativas de entrega rápida tornam esta fase crítica para a satisfação do cliente.

Mas, afinal, qual a origem do termo last mile?
A origem do termo surgiu com a indústria de telecomunicações, descrevendo a dificuldade de conectar a rede de serviços ao consumidor final.

No contexto do e-commerce, o conceito foi adaptado para representar o processo final da entrega, destacando-se como uma das partes mais críticas na logística, devido aos desafios únicos que apresenta.

Benefícios em otimizar o last mile das operações de e-commerce
A otimização do last mile oferece vários benefícios, incluindo:

– Redução de custos;
– Aumento da eficiência;
– Maior aproximação com o cliente;
– Melhoria na satisfação do cliente.

Estratégias eficazes podem resultar em entregas mais rápidas, redução de erros e um aumento significativo da lealdade do cliente.

Impactos do last mile na operação de um e-commerce
A eficiência do last mile afeta diretamente a operação de um e-commerce, impactando o custo e o tempo de entrega.

Uma gestão ineficiente pode resultar em atrasos, aumentar as despesas de transporte e diminuir a satisfação do cliente, afetando negativamente a reputação da empresa.

Impactos do last mile na experiência do usuário
A experiência do usuário é influenciada pela eficiência do last mile.

Entregas rápidas e sem complicações aumentam a satisfação do cliente, enquanto atrasos e problemas podem levar à insatisfação e à perda de clientes.

Uma estratégia bem executada pode ser um diferencial competitivo importante no mercado de e-commerce.

Soluções inovadoras para aprimorar a última milha do seu e-commerce
Empresas que oferecem soluções completas de atendimento podem suportar operações logísticas completas, com armazenamento, atendimento de pedidos e integração aos demais serviços de entrega e logística reversa.

Essas soluções são ideais para empresas que atuam no comércio eletrônico por meio de site próprio ou marketplaces, permitindo que um único operador logístico seja capaz de fornecer todo o suporte necessário.

Escolha de parceiros logísticos que tenham capilaridade para otimizar a last mile da sua operação
Selecionar parceiros logísticos com ampla rede de distribuição e expertise em last mile é crucial para otimizar essa etapa.

Parceiros com capilaridade podem oferecer soluções mais eficientes e flexíveis, adaptando-se às necessidades específicas de cada e-commerce.

Fulfillment: a solução integrada para otimizar o processo logístico
A solução fulfillment suporta operações logísticas completas, com armazenagem, atendimento de pedidos e integração aos demais serviços de entrega e logística reversa. É a melhor escolha para empresas que atuam no comércio eletrônico, seja em site próprio ou marketplaces, pois poderão otimizar a resolução de todas as etapas do processo logístico facilitando a operacionalização das vendas online e reduzindo custos.

Entregas no mesmo dia
Em um mercado de consumo que exige rapidez, as opções de entrega em poucas horas, com acompanhamento em tempo real e interação entre destinatário e entregador, são excelentes para quem tem pressa em receber sua encomenda.

Segundo pesquisas, muitos consumidores desejam pagar a mais por entregas rápidas ou no mesmo dia, demonstrando uma clara preferência por soluções de entrega que minimizem o tempo de espera. Por exemplo, uma pesquisa realizada pela PwC revelou que 64% dos consumidores estariam dispostos a pagar mais por uma entrega no mesmo dia.

Implementação das estratégias de última milha
A implementação de estratégias de última milha é decisiva para o sucesso de qualquer operação de e-commerce. A matéria destacou a importância das três etapas logísticas – first mile, middle mile e last mile – e como cada uma contribui para a cadeia de suprimentos.

No entanto, é a última milha que mais impacta diretamente a percepção do cliente sobre a marca, transformando a etapa logística de entrega em um elemento estratégico para diferenciação competitiva.

A chave para uma implementação bem-sucedida envolve não apenas a escolha de parceiros logísticos com capacidade comprovada, mas também a busca constante por inovação e adaptação às novas tecnologias e expectativas dos consumidores.

Com o e-commerce em constante crescimento, empresas que priorizam e investem na otimização da última milha estão melhor posicionadas para conquistar e reter clientes, garantindo não só a satisfação, mas também a lealdade a longo prazo.

Shein expande marketplace em Minas Gerais e espera 3 mil vendas diárias

A Shein anunciou a expansão de seu marketplace em Minas Gerais, com a expectativa de que 3 mil produtores locais realizem uma média de 10 vendas diárias até o final de julho. Durante a coletiva de imprensa realizada em Belo Horizonte, a empresa detalhou seus planos, destacando a abertura do site para lojistas anunciarem produtos de revenda ou fabricação própria.

O projeto começou em 2022, com testes na região do Brás, em São Paulo, e agora pretende abranger Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Atualmente, o marketplace já conta com mil lojistas cadastrados em Minas Gerais.

De acordo com Raul Jacób, responsável pelo marketplace da Shein Brasil, a plataforma oferece aos lojistas a oportunidade de vender em uma das maiores plataformas de e-commerce de moda do mundo. Ele ressaltou a importância da formalização dos lojistas com CNPJ ativo e emissão de nota fiscal, garantindo segurança para compradores e vendedores, além de gerar receita para as cidades.

Thalisson Barbosa, sócio de uma fábrica de tricô em Monte Sião, relatou um aumento significativo no faturamento desde que começou a vender na Shein, com 80% do faturamento atual vindo da plataforma.

A logística da Shein já está ativa em 42 municípios mineiros, incluindo Contagem, Betim, Uberlândia, Uberaba, Nova Serrana, Juiz de Fora, Divinópolis, Montes Claros e Ipatinga. Jacob destacou o potencial de regiões como o Vale do Jequitinhonha, conhecido pelo artesanato, e expressou entusiasmo com a expansão em Minas Gerais.

Lojistas interessados em vender na plataforma podem acessar o site br.shein.com e efetuar um pré-cadastro, sujeito à aprovação. A comissão sobre as vendas é de 16%.

Por que a dona da Temu destronou o Alibaba como maior e-commerce da China?

Com um misto de preço baixo, frete grátis e compras gamificadas, Pinduoduo cresceu a ritmo acelerado e incomoda grandes concorrentes.

Enquanto a dona do AliExpress tenta se reestruturar em meio a vendas “decepcionantes”, seu principal rival na China, a Pinduoduo (PDD), rouba seu posto de maior e-commerce no país asiático. Com um misto de preço baixo, frete grátis e compras gamificadas, a controladora do aplicativo Temu – prestes a chegar ao Brasil – ultrapassou em tamanho a gigante de tecnologia co-fundada por Jack Ma, em dezembro do ano passado. E agora se consolida à frente do concorrente, à medida em que expande os negócios globalmente e tenta roubar a fatia da Amazon nos EUA.

Na última segunda-feira (27), a PDD era avaliada em US$ 218 bilhões, enquanto sua rival chinesa, o Alibaba, em US$ 196 bilhões – valor de mercado 70% menor que quatro anos atrás. A gigante de tecnologia passa por uma intensa reestruturação para enxugar custos e levantar capital, em meio a vendas que não engrenaram nos últimos anos.

Em receita, a PDD ainda fica atrás do Alibaba (BABA34) e da JD.com (outra gigante do varejo online chinês). Mas este cenário também caminha para mudar.

Entre 2019 a 2023, a dona da Temu viu suas receitas crescerem 69% ao ano – apenas em 2023, avançaram 90%, enquanto as concorrentes subiram a um ritmo bem mais lento, na faixa entre 4% e 5% ao ano. A plataforma teve receita de 88,9 bilhões de yuans (US$ 12,4 bilhões) no quarto trimestre do ano passado, primeiro crescimento de três dígitos desde o primeiro trimestre de 2021.

A Pinduoduo se tornou lucrativa pela primeira vez em 2021, após ter focado em redução de custos com logística e uma aposta maior no mercado de varejistas terceirizados. Em apenas dois anos, seu lucro líquido já havia se multiplicado em oito vezes.

Modelo de negócio

A Pinduoduo foi certeira ao conquistar um nicho mais jovem de consumidores que mistura compras e entretenimento. O modelo de compras em grupo que geravam descontos cresceu rapidamente e se expandiu por cidades menores da China. A plataforma conseguiu reunir no mesmo lugar, as redes sociais, consumidores ávidos por essas vantagens. Com tal estratégia, pegou Alibaba e JD “de calças curtas” e vem surpreendendo também outros players, como Shein e Shopee, em termos de popularidade.

Com crescimento acelerado, a PDD aproveitou para construir também uma plataforma de varejo voltada para o agronegócio, hoje a maior do país asiático. Ela acabou tirando de cena varejistas intermediários, conectando diretamente agricultores chineses a consumidores online.

Outra tacada que funcionou foi a expansão da Temu para o exterior, permitindo que vendedores da China pudessem oferecer seus produtos internacionalmente. Hoje, a plataforma de e-commerce é a que mais cresce nos Estados Unidos e Europa, enquanto se prepara para entrar em novos mercados.

Entre os americanos, já é o segundo aplicativo de compras mais popular, atrás apenas da Amazon. O número de usuários ativos mensais da Temu nos EUA disparou 950% no quatro trimestre de 2023, frente um ano antes, quando suas despesas digitais mais que triplicaram, de acordo com dados da fornecedora de dados Sensor Tower.

“A ampla gama de produtos da Temu é particularmente atraente para os consumidores, combinado com um sistema de compras on-line gamificado experiência que incentiva os clientes a tentar a sorte e passar mais tempo no site ou aplicativo”, avaliou, em fevereiro, o BTG Pactual, em relatório.

A varejista chinesa empreendeu uma campanha publicitária multibilionária na internet nos EUA, patrocinando eventos de grande porte como o Super Bowl, à medida em que busca ganhar a participação de mercado da Amazon no maior mercado consumidor do mundo. Os investimentos em marketing de Temu ultrapasaram US$ 1,5 bilhão em 2023 e devem dobrar em 2024, para US$ 3 bilhões.

Pinduoduo no Brasil

Este mês, a varejista chinesa encaminhou à Receita Federal do Brasil um pedido de certificação no programa Remessa Conforme, que permite importar mercadorias abaixo de US$ 50 sem pagar imposto de importação, tendo incidência de 17% de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços).

Já se falava, desde o ano passado, na chegada da Temu ao mercado brasileiro. Sua variedade de produtos, como pets, vestuário, brinquedos, casa e eletrônicos, a coloca como uma player importante para rivalizar com varejistas como Shopee e Amazon.

Marketplaces lidam com altos e baixos no mês de abril

Players e segmentos registraram aumentos e perdas em diversas frentes, e o tráfego do mercado caiu 2,8% em comparação a março.
Abril foi um mês de altos e baixos para o e-commerce brasileiro. Enquanto o volume de acessos às plataformas dos marketplaces via aplicativos subiu 2,3%, o tráfego no setor caiu 2,8% às vésperas do Dia das Mães, conforme apontam dados divulgados pela Conversion no relatório Setores do E-commerce no Brasil.

Líder entre os players do e-commerce nacional, o Mercado Livre cresceu 0,6% durante o período e ultrapassou a casa dos 340 milhões de acessos pela primeira vez em dois meses. A Shopee, terceira maior plataforma do país em termos de acessos, também subiu – e com mais intensidade – em 5,1%, com 182 milhões.

Já a lista de reduções é liderada pela Amazon Brasil, que somou 189 milhões de visitas (queda de 5,8%). OLX (-0,8%) e Magalu (-1,8%), que completam as cinco primeiras marcas mais visitadas, também retraíram.

Neste panorama, a categoria de Presentes e Flores ressecou significativos 11%, enquanto o de Comidas e Bebidas caiu 9,5% em comparação a março. No mesmo intervalo, o segmento Joias e Relógios registrou alta de 5,8% (quase a metade da queda de Presentes e Flores), o maior avanço entre todos os setores avaliados.

Em números absolutos, o resultado de 2024 ficou abaixo do desempenho registrado pelas plataformas em abril do ano passado, quando os acessos somaram 2,44 bilhões de visitas — uma retração de cerca de 1,6%.

Para Diego Ivo, CEO da Conversion, a explicação para a montanha-russa dos números passa pelas características típicas de abril, comumente um mês mais morno para o varejo brasileiro, já que é o último mês sem grandes eventos relacionados ao consumo.

E-commerces chineses dominam 50% das visitas em abril, anuncia Conversion

Em meio ao debate sobre o fim das isenções tributárias para compras internacionais abaixo de US$ 50 (cerca de R$ 256, na cotação de maio), as plataformas de importados, que seriam as mais impactadas por essa mudança, registraram crescimento pelo terceiro mês consecutivo, alcançando o melhor desempenho desde novembro de 2023.

Conforme o Relatório Setores do E-commerce, da Conversion, os importados representam hoje 7% do total de acessos em todas as plataformas online, com visitas provenientes principalmente da web, tanto por desktop quanto por dispositivos móveis.

Em abril, as visitas únicas chegaram a 170,6 milhões, um aumento de 0,9% em relação a março. O último desempenho superior ocorreu em novembro, com 202,5 milhões de acessos, muito impulsionados pela Black Friday.

O setor é dominado por empresas asiáticas, especialmente as chinesas Shein e Aliexpress, que juntas somaram 139 milhões de acessos, representando 82% do total de acessos no segmento de importados. No entanto, o maior crescimento foi registrado por outra empresa chinesa, a Made in China, que teve um aumento de 31,3% nas visitas mensais, entrando para a lista dos dez e-commerces internacionais mais visitados pelos brasileiros, na décima posição.

Com o fenômeno “chu hai (出海)”, que descreve a expansão global das empresas chinesas, os e-commerces chineses atualmente dominam 50% do ranking de importados no relatório. As empresas mais destacadas são: Shein (1º), Aliexpress (2º), Alibaba (5º), Banggood (8º) e Made in China (10º).

Também não se pode esquecer da chegada de outra gigante chinesa: Temu, que acabou de pedir registro para o Remessa Conforme, podendo começar suas atividades no Brasil no segundo semestre do ano.

Para o CEO da Conversion, Diego Ivo, “é importante que as empresas sejam ouvidas na discussão tributária. Apenas negócios habilitados no Programa Remessa Conforme (PRC) possuem a isenção atual, pagando uma taxa de 17% do ICMS.

Os e-commerces estrangeiros, que competem com os brasileiros sem a mesma carga tributária, estão impactando fortemente a indústria e o varejo no país, então creio que seja necessária alguma isonomia de tributos”, comenta.

Shein e Shopee destacam “nacionalização” das operações no Brasil no 1° dia do Digitail

Shein e Shopee destacam “nacionalização” das operações no Brasil no 1° dia do Digitail
Shein e Shopee, as duas plataformas gigantes do varejo asiático em operação no Brasil, destacaram a nacionalização das transações no País no primeiro dia do Digitail Conference, evento realizado pela Gouvêa Experience, que acontece nos dias 22 e 23 de maio em São Paulo.

Segundo Raul Jacob, diretor de Marketing da Shein, a meta da companhia é chegar a 2026 com 85% das vendas totais realizadas por produtores brasileiros. Para isso, está expandindo a operação para mais cinco estados. No início do ano, chegou ao Rio Janeiro, agora, está indo para Minas Gerais e, até o final de 2024, desembarcará no Paraná, em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul.

Na prática, isso significa que a varejista está abrindo as portas para os produtores fora de São Paulo. Jacob explicou, na palestra “Made in Brazil: o fenômeno Shein também no marketplace”, apresentado nesta quarta-feira, 22, que “expansão”, para a empresa, significa levar a logística para os locais onde os vendedores estão e oferecer o mesmo nível de entrega e eficiência dos pontos onde já opera.

“Hoje, no Brasil, a gente tem três frentes de negócio: o marketplce que eu lidero, a produção local, isto é, marcas Shein feitas no Brasil, e a importação de produtos. Mas, o foco é 100% no marketplace e na produção local”, contou Jacob. Ainda segundo o executivo, atualmente, 55% das vendas da plataforma são realizadas por vendedores brasileiros.

“A gente consegue rodar uma operação aqui com a mesma qualidade, a mesma força, que temos na importação. O marketplace já representa o maior faturamento da Shein no Brasil e isso mostra que temos um poder de localização e nacionalização muito forte. É só mais um passinho para ter uma empresa 100% brasileira”, garantiu.

Shopee no Brasil e inovações para 2024
Rodrigo Farah, head de Branding e Live Commerce da Shopee, afirmou que 90% das transações dentro do aplicativo são nacionais, isto é, entre vendedores e consumidores brasileiros. São 3 milhões de empreendedores e lojistas no País cadastrados, entre os quais 9 em cada 10 possuem CNPJ. Para a companhia, ele afirmou, a taxação sobre produtos importados não irá impactar o negócio.

“Esse processo de nacionalização aconteceu ao longo de 4 anos, desde que a Shopee chegou [ao Brasil]. E batemos essa marca em março de 2024”, disse Farah. A empresa emprega diretamente mais 10 mil colaboradores em território nacional.

O executivo disse que a estratégia de marketing continua agressiva e sem nenhuma redução de recursos para este ano. “O foco é conseguir cada vez mais usuários mensais para a plataforma e uma das principais frentes de investimento é a live commerce combinada com marketing de afiliados”, contou.

Em sua palestra, “Live commerce exponencial: como explorar o verdadeiro potencial dessa ferramenta de vendas”, Farah contou que uma das novidades para este ano é a liberação do botão de live para os afiliados. São 2 milhões cadastrados. A opção, no entanto, não está disponível igualmente. “Liberamos para alguns afiliados e planejamos melhor comissionamento para aqueles que indicarem produtos em suas lives”.

O foco nessa ferramenta se baseia em alguns números que o executivo compartilhou com a plateia presencial e online do Digitail: na China, US$ 562 bilhões do faturamento da Shopee, em 2023, vieram de live commerce e a projeção é de que atinja US$ 843 bilhões no próximo ano. No Brasil, a empresa passou de 10 lives diárias no ano passado para 250 por dia este ano. As pesquisas da plataforma mostraram que os vendedores adeptos vendem 5 vezes mais e ampliam o número de seguidores, reforçando laços de comunidade, uma vez que que a estratégia aproxima quem vende de quem compra no marketplace.

No próximo dia 6 de junho, as ofertas da data dupla da Shopee serão transmitidas em live também pelo canal da Band, uma estratégia que algumas empresas começaram a adotar recentemente.

Shein rebate varejo e indústria e afirma que 88% das compras são feitas pelas classes C, D e E

Varejista diz que o que está em jogo é o poder de acesso e compra dos brasileiros a produtos internacionais.

A Shein publicou uma pesquisa feita pela Ipsos para rebater as críticas feitas pelo varejo e indústria nacionais de que a isenção fiscal prevista no Remessa Conforme para compras internacionais de até US$ 50 beneficia quem ganha mais.

Segundo o estudo, no primeiro trimestre de 2024, o percentual de consumidores das classes C, D e E que adquirem produtos internacionais na plataforma da empresa é de 88%, sendo 50% das classes D e E e 38% da classe C.

“Em um momento em que o que está em jogo é o poder de acesso e compra dos brasileiros a produtos internacionais de qualidade e acessíveis, a pesquisa realizada mostra o verdadeiro retrato dos consumidores da plataforma e ainda aponta que apenas 11% dos consumidores pertencem às classes A e B”, diz a gigante chinesa.

A Shein cita ainda o levantamento feito pelo Plano CDE, com consumidores de diversas plataformas internacionais, de que 61% do público vê nos sites internacionais a possibilidade para a população mais pobre ter acesso ao consumo – e que a desistência da compra quando são cobrados os impostos é maior entre as classes C, D e E (37%) que nas classes A e B (32%).

Nesta semana, a CNI (Confederação Nacional da Indústria), em parceria com o IPRI (Instituto de Pesquisa em Reputação e Imagem), divulgou uma pesquisa dizendo que apenas 18% da população com renda de até dois salários mínimos fizeram compras onlines internacionais de produtos com isenção de até US$ 50.enquanto 41% são feitas entre os que ganham acima de cinco mínimos.

Centrais sindicais se unem a confederações pelo fim da isenção do imposto de importação

A taxação dos produtos dessas plataformas internacionais foi incluída no projeto de lei que regulamenta o Mover.

As centrais sindicais se uniram às confederações empresariais contra a manutenção da isenção do imposto de importação para produtos até US$ 50 e enviaram uma nota conjunta à Câmara dos Deputados pedindo o fim do benefício.

A taxação dos produtos dessas plataformas internacionais foi incluída no projeto de lei que regulamenta o Programa Mobilidade Verde e Inovação (Mover), voltado para o setor automotivo, mas enfrenta resistência do PT e de parte do governo Lula, que vê a medida como impopular. A votação da proposta estava prevista para acontecer nesta quarta-feira, 22, mas não foi incluída na pauta.

A nota conjunta cita “a injustificável desigualdade na tributação entre a produção nacional e as importações de até 50 dólares, via plataformas de comércio eletrônico, destrói empregos no Brasil. É impossível que a indústria e o comércio nacionais paguem em média 45% de impostos sobre o consumo (IPI, PIS/Cofins, ICMS e ISS) embutidos nos seus preços e concorram com produtos importados que pagam apenas 17% de ICMS e nada em tributos federais dentro do Remessa Conforme”, diz.

O documento cita ainda estudo realizado pelo Instituto de Pesquisa em Reputação e Imagem (IPRI), da FSB Holding, que aponta que entre as pessoas com renda familiar de até um salário mínimo, apenas 15% fizeram compras internacionais em sites ou aplicativos. Esse percentual chega a apenas 21% entre as pessoas que recebem entre um e dois salários mínimos. Quando se observa que o percentual chega a 41% entre as pessoas com renda familiar superior a cinco salários mínimos, fica evidente que quem mais se beneficia da vantagem tributária concedida às importações de até US$ 50 são as pessoas mais ricas.

Por outro lado, dados da área técnica da CNI apontam que, ao perder vendas para essas importações menos tributadas, a indústria e o comércio nacionais deixam de empregar 226 mil pessoas. Caso o valor dessas importações aumente, com produtos ainda mais caros, a redução na geração de empregos na economia brasileira pode chegar a 777,1 mil postos de trabalho.

A nota é assinada pelas Confederações Nacionais do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), da Indústria (CNI) e da Agricultura (CNA), bem como pela Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos, Força Sindical, Nova Central Sindical de Trabalhadores, Central dos Sindicatos Brasileiros, IndustriALL Global Union, Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio e Serviços e União Geral dos Trabalhadores.

Carsten inaugura armazém logístico em Agudos (SP)

Com capacidade mínima de 10 mil m², o empreendimento receberá os serviços de armazenagem, cross-docking e distribuição e será operado com logística verde.

Um conteúdo

Focada em inovação e ousadia, a Carsten inaugurou no mês de maio um novo armazém logístico em Agudos (SP), na região de Bauru, com capacidade mínima de 10 mil m². O espaço receberá os serviços de armazenagem, cross-docking e distribuição, conectando com o imenso kwow-how rodoviário já existente e tornando o seu portfólio cada vez mais completo.

Localizado no interior do estado, com entroncamento rodoviário para todas as regiões, o empreendimento é um ponto estratégico que facilita a operação, trazendo mais eficiência, capacidade de atendimento e agilidade para os clientes.

“O nosso armazém não só traz ainda mais capacidade de atendimento e eficiência aos nossos clientes, como também reforça nosso compromisso com a sustentabilidade, nos colocando como protagonistas no sentido de inovação, tecnologia e responsabilidade com o meio ambiente”, destacou o CEO da Carsten, Rennan Carsten Laurentino.

Alinhada com a sustentabilidade, a Carsten irá operar o novo armazém com logística verde: energia fotovoltaica, empilhadeiras e paleteiras 100% elétricas.

A segurança e a tecnologia também serão fatores muito presentes. Por meio de tecnologia WMS, será possível ter visibilidade de todo o estoque para gerenciar as operações de atendimento da cadeia de suprimentos.

Este armazém consolida o compromisso da empresa em oferecer uma logística 360º, com todas as soluções necessárias para que os clientes estejam preparados para chegar ainda mais longe.