35% dos lojistas esperam poder entregar de forma mais rápida em 2022, mostra pesquisa

Pesquisa realizada pela SGPweb em parceria com o E-Commerce Brasil procurou investigar a experiência de profissionais de e-commerce com operações logísticas.

55% dos lojistas que responderam a pesquisa afirmaram que usam tanto os Correios quanto as transportadoras privadas para entregas de mercadorias.

30% afirmaram que usam apenas transportadoras, enquanto 15% usam apenas os Correios.

Além disso, para 90% dos entrevistados, as opções de entrega e armazenagem dos marketplaces são consideradas interessantes para o negócio.

Para os lojistas que atuam em mais de um canal de venda, 35% assinalaram que a principal dificuldade encontrada é encontrar canais que sejam realmente relevantes para o público consumidor ou para os produtos/serviços comercializados.

Na faixa dos 25% duas respostas: 1) curva de aprendizado de cada canal, pois cada um demanda conhecimentos específicos e; 2) a dedicação e atenção especial do time ao iniciar as vendas em um novo canal.

Já para 10% dos respondentes, a principal dificuldade está nas comissões, já que com margens baixas as comissões dos novos canais podem afetar os resultados. Por fim, para 5% a maior dificuldade é encontrar novos canais de venda nos quais a empresa consiga iniciar de forma fácil.

Para 2022, a principal expectativa dos lojistas quando o assunto é logística é ter entregas mais rápidas (35% das respostas). Na sequência, 30% dos lojistas esperam conseguir oferecer fretes mais baratos.

20% esperam poder ter mais informações de rastreio e acompanhamento de entregas. 15% desejam que surjam novos modelos logísticos que facilitem as trocas e devoluções.

O que o consumidor mais espera do Seller em 2022? Velocidade na entrega

Nos últimos 2 anos, o e-commerce atingiu números surpreendentes, visto que a pandemia induziu a maior parte dos lojistas a digitalizar seus negócios. Segundo o 44º relatório do Webshoppers, o comércio eletrônico brasileiro atingiu o maior patamar de vendas da história, movimentando 54 bilhões de reais, apenas no 1º semestre de 2021.

Com esse contexto, o perfil de consumo mudou e o e-commerce também teve que se adaptar às demandas dos consumidores. Uma das exigências mais óbvias é um dilema enfrentado desde o início da transformação digital: o tempo de entrega.

Com o crescimento do setor, claramente os marketplaces e lojas virtuais devem se preocupar em fornecer a melhor experiência de compra para o usuário. E, para atingir bons indicadores de desempenho, agilizar os processos é essencial.

Afinal, o que o consumidor mais quer na era dos dados e da internet, principalmente em 2022, é velocidade.

Tendência do e-commerce em 2022: entregas ainda mais rápidas

Segundo a pesquisa Consumer Insights for the 2021 Holiday Shopping Season Survey, realizada pela Outbrain com 8 mil consumidores da Europa e América do Norte, mais de 50% dos usuários afirmam que a velocidade na entrega é o principal tomador de decisão quando estão comprando um produto online.

Pensando nesses anseios do consumidor, os players do comércio eletrônico tiveram que pensar em estratégias que os tornassem ainda mais competitivos.

Em 2021, portanto, os principais marketplaces começaram a estrear suas próprias soluções logísticas, também conhecidas como fulfillments. Com elas, os lojistas com reputações altas podem armazenar estoque em centros de distribuição dos marketplaces, os quais ficam responsáveis pela expedição e envio dos produtos.

Essa estratégia fez com que os prazos de entrega despencassem. Já não é incomum consumidores receberem seus pedidos em 2 ou 3 dias úteis.

No segundo semestre de 2021, alguns marketplaces, como Mercado Livre, começaram a fornecer (também) a opção de envios flex na região centro-urbana da capital de São Paulo. Dividindo a região em microrregiões, começou a ser possível a entrega de produtos selecionados, disponíveis nos centros de distribuição, em até 1 dia útil. O custo de envio varia de R$8,90 a R$15,90, conforme a distância percorrida.

O Mercado Livre ainda fechou o ano com a expansão do território de cobertura dessa funcionalidade, cobrindo também a capital do Rio de Janeiro.

Esse fenômeno ficou conhecido como Same Day (ou “Mesmo Dia”, em tradução livre). Ou seja, a entrega dos pedidos realizados online passaram a ser finalizadas no mesmo dia, ou no dia seguinte do pagamento.

Isso melhorou a experiência de compra dos usuários, na mesma medida que os tornaram ainda mais ansiosos pela chegada dos seus produtos.

O que esperar desse cenário em 2022?

Em 2022, é esperada uma transição do fenômeno de Same Day para o de Same Hour (ou “Mesma Hora”, em tradução livre).

Isso se deve ao fato de que, com os players concorrentes se adequando a essa demanda do consumidor — de entregas em até 1 dia útil — aquele que entregar ainda mais rápido terá um grande diferencial. Estima-se que, até 2026, aproximadamente 25% das entregas serão realizadas no mesmo dia do checkout da compra.

A logística já é centro de investimento de grandes empresas do segmento, como Mercado Livre, Magazine Luiza e Amazon. O Magalu, aliás, dá benefícios para os vendedores, cadastrados em sua base, que realizam entregas dentro do prazo estabelecido, como o auxílio no custeio do frete grátis fornecido aos clientes que compram produtos acima de R$79,00.

Aqui você pode assistir algumas das tendências que prometem para este ano.

O que o lojista pode fazer para aumentar a velocidade na entrega dos produtos?

O vendedor que quer investir na logística em 2022 deve prestar atenção na expedição do seu negócio. Isso se deve ao fato de que o lojista não tem mais que se preocupar apenas em enviar os produtos no tempo correto, mas sim em tempos recordes.

Problemas na expedição podem, inclusive, surgir cedo. Vendedores que começam a vender a partir de 10 produtos online por dia já podem apresentar dificuldades em expedir tudo sem erros e no tempo correto, manualmente.

Por isso, ferramentas que automatizam a operação de empacotamento e etiquetagem, como um hub de integração, pode ser a solução para agilizar o processo de envio.

Vale ressaltar que os vendedores que adotam o fulfillment dos marketplaces precisam etiquetar os produtos corretamente antes de entregá-los nos centros de distribuição. Por isso, ter uma solução interna é essencial para se manter competitivo.

Outra opção que pode aumentar a velocidade na entrega é a entrega colaborativa, também conhecida como Crowdshipping. Neste caso, corresponde a terceirização da entrega por meio de aplicativos de logística que fornecem entregadores que intermediam o envio dos produtos até o consumidor final.

Essa opção pode ser mais barata e dinâmica. No entanto, depende de elementos externos à empresa para finalizar a expedição, sendo suscetível a riscos.

Uma última opção — comum em lojas de departamentos, farmácias e supermercados — é o modelo PUDO, ou Pick-up & Drop-off (ou Clique e Retire, em tradução livre). Corresponde, neste caso, ao deslocamento do consumidor até um local de retirada do produto. Apesar da necessidade de locomoção, não é cobrado preço de frete.

Silenciosamente, o Rappi começa a virar um grande varejista

O Rappi vai chegar a 128 lojas no Brasil até o fim do mês e concentra seus esforços para ganhar mercado nessa vertical de negócios. A CEO da empresa no Brasil, Tijana Jankovic, quantos detalhes ao Neofeed.

Em março do ano passado, quando a operação foi iniciada por aqui, eram 10 lojas. Hoje, são 125 unidades espalhadas por 13 cidades e até o fim do mês serão 128. A meta: em breve, atingir 300 unidades no Brasil. A empresa em questão não tem sua marca instalada na porta e muito menos chama atenção para isso, mas, aos poucos, sem fazer alarde, está se transformando em uma grande varejista.
Num mercado em que varejistas viram banco e outros passam a atuar no setor de delivery, a startup colombiana Rappi, cofundada por Sebastian Mejía em 2015 e com operações no Brasil desde 2017, está fortalecendo sua vertical de varejo, batizada de Rappi Turbo. “Ele nos posiciona como dono da loja e não como marketplace que funciona como um conector”, diz Tijana Jankovic, do Rappi no Brasil, ao NeoFeed.

O serviço, que promete entregas em até 10 minutos e conta com uma rede de dark stories, agora começa a ganhar mais capilaridade. “Crescemos muito rápido nessa área. Começamos testando 10 lojas, em março do ano passado, e partimos para 125 lojas entre maio de 2021 e atualmente”, diz Tijana. Agora a expansão se dará de outra forma. Depois de abrir unidades nas principais capitais do País, o Rappi começa a entrar nas chamadas cidades tier 2 – grandes municípios como Santos e São José dos Campos, ambas no Estado de São Paulo, as duas mais recentes a serem abertas.
“Estamos aprendendo o modelo para atender essas cidades menores, que têm menos densidade e menos trânsito”, diz Tijana. Após o período de testes, a empresa já tem dez cidades mapeadas. Entram nessa leva Ribeirão Preto(SP), São José do Rio Preto (SP), Londrina (PR), Maringá (PR), entre outras.

Os testes do Rappi são necessários para conhecer bem os públicos e definir o nível de investimento que será feito em cada cidade. As dark stories, lojas que são próprias da empresa, tem entre 120 metros quadrados e 150 metros quadrados. São lojas com entre 1,2 mil e 1,5 mil produtos diferentes. Em algumas regiões é preciso aumentar o espaço, de acordo com o fluxo. No bairro do Itaim, na cidade de São Paulo, a loja saltou de 120 metros quadrados para uma de 250 metros quadrados. Em Copacabana, no Rio de Janeiro, a companhia fará um mesmo. Cada loja tem, em média, sete funcionários.

O avanço do Rappi nessa área, diz Tijana, não acontece no escuro. Como trabalha com entrega de supermercado já muitos anos, a startup já tem um mapa do que os consumidores de cada região costumam pedir e esses dados são usados na construção do portfólio de produtos das diferentes lojas.
“Estamos criando um novo momento de consumo. É uma vertical complementar, não compete com uma compra semanal, é uma compra de conveniência”, diz Tijana.  No início, o carro-chefe eram as bebidas geladas. Agora, um dos produtos que mais vende é pão. Produtos de higiene pessoal como escova, pasta de dente e papel higiênico também estão entre os mais comercializados – aqueles que faltam de última hora. Frutas e verduras começam a ganhar tração. Com tecnologia e análise de dados, a empresa pretende se antecipar e oferecer os produtos aos clientes. “Se você comprou uma escova de dentes há 3 meses, já sabemos que já passou da hora de trocar e oferecer”, diz Tijana. “Eu sei que você, por exemplo, consome chá de hortelã e tem um novo lançamento que posso oferecer para você”. O motor de previsibilidade de demanda também é crucial na gestão de estoque. “Usuários do bairro do Itaim pedem mais no período da noite, os do Morumbi pedem espalhados ao longo do dia”, diz Tijana.  E prossegue. “O fluxo de varejo tradicional não foi feito para ser digital. O Rappi Turbo é a nossa resposta para isso.”

Mas não é uma disputa tão simples. Além de brigar com os tradicionais iFood e Uber Eats em diferentes verticais o Rappi vem encontrando outros competidores como Magazine Luiza, Via e Mercado Livre, que também estão entrando em delivery, tanto de restaurantes como de alimentos e outros produtos. Há também a chegada de outros players como, por exemplo, a Daki que promete fazer entregas em quinze minutos . A startup recebeu aporte série A e B que totalizaram US$ 430 milhões e já virou unicórnio com apenas 11 meses de operação.
Para Mauro Schluther, especialista o professor de logística do Mackenzie, as entregas rápidas tendem a avançar para virar uma commodity, o que vai obrigar todas essas empresas a buscarem novos diferenciais. Nessa corrida, ele destaca as vantagens do Rappi. “Eles são bastante ágeis na implantação das inovações que impõe aos negócios”, afirma. “Ao mesmo tempo, eu não descartaria que eles fossem alvo de uma aquisição de um player.”
TIjana afirma que o Rappi já é veterano nesse segmento, já tem muito aprendizado no setor e outros players precisarão aprender também. “Mas, quando você olha o mercado de compras digitais no Brasil, ele tem uma penetração bizarramente baixa em comparação com tamanho do Brasil” afirma. O comércio eletrônico no país representa cerca de 6% das vendas totais.

Foco na América Latina
Com 30 milhões de usuários em nove países da América Latina a startup tem como principais focos o Brasil ao lado de México e Colômbia (ela também está na Argentina, no Uruguai, no Chile, no Peru, Equador e Costa Rica). Do total de 300 dark stories que a empresa tem em todos os países em que atua, mais de um terço está no Brasil. Dos 3 mil funcionários, 700 estão por aqui.
“O Brasil é crucial na estratégia do Rappi porque é um dos mercados mais acostumados com conceito de superapp. O app brasileiro tem várias verticais como banco, turismo, farmácia, comércio e entretenimento. “Isso é muito favorável para outro pilar da estratégia que é o prime.” A empresa não divulga os números de usuários separadamente, mas Tijana diz que a maioria dos usuários ativos na companhia usam prime, serviço que foi impulsionado durante a pandemia. Trata-se de um serviço de assinatura inspirado pelo Amazon Prime que custa R$ 29,90 por mês. Ao pagar essa mensalidade, o usuário tem vantagens como frete grátis em pedidos acima de R$ 30,00, entra na frente da fila do suporte de atendimento e, agora, vai contar com outros benefícios como assinatura da HBO Max.
“Mas estamos relançando o programa e muita coisa vai mudar. Vamos oferecer mais serviços fora do nosso ecossistema”, afirma Tijana. A executiva diz que haverá outras ofertas, tanto no Rappi Bank, com taxas mais acessíveis, ao Rappi Travel, com diárias de hotéis mais baratas para os usuários prime. Os parceiros de varejo, de restaurantes e indústrias como Unilever, e Heineken, por exemplo, também poderão oferecer vantagens específicas para os usuários prime. “Estamos aperfeiçoando a nossa plataforma tecnológica para que isso seja mais fácil”, diz Tijana. “É um ganha- ganha para todos”.
Com isso, a indústria consegue se conectar ao usuário que tem frequência. Para o Rappi, a vantagem é o usuário enxergar mais valor em usar diariamente o app da companhia e trazer mais recorrência para o negócio. Tijuana não diz qual a receita da empresa, mas o Rappi está bem fornido de caixa.
Desde a sua fundação, o Rappi já recebeu aportes de US$ 2,2 bilhões e é avaliado em RS$ 5,2 bilhões. O mais recente investimento, em julho do ano passado, foi um cheque de US$ 500 milhões em uma série F liderada pelo fundo T.Rowe Price. Além dele, outros gigantes do Vale do Silício como Sequoia, Andreessen Horowitz e Softbank, acompanharam a rodada.
É com esse dinheiro que a startup está suportando o seu crescimento na área de dark stories. Ele também tem ajudado o Rappi a segurar as pontas do mercado de restaurantes. Na semana passada, a Uber Eats anunciou que vai abandonar o delivery de restaurantes. Por trás dessa medida está, sobretudo a disputa com o iFood. De acordo com o levantamento feito pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), em setembro do ano passado o iFood tinha 80% dos restaurantes, enquanto Uber Eats aparecia com 24% e o Rappi com 18%. A soma das participações dá mais do que 100% porque alguns estabelecimentos trabalham com mais de um aplicativo.
Mas, segundo as empresas, o iFood fecha o contrato de exclusividade com as grandes redes e restaurantes e barra o avanço dos concorrentes. Isso fez o próprio Rappi e o Uber Eats entrarem com uma representação contra o iFood no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), em setembro 2020. Como isso fica agora? “Primeiro, é muito triste ver um competidor, um colega de jogo, sair desse mercado. É uma notícia relevante porque não é um player pequeno saindo, é um player global bem estabelecido tomando uma decisão como essa”, diz Tijana. E prossegue. “Eles não estão mais nessa luta do (Cade), mas nós continuaremos.”

Pesquisa aponta que frete é fator decisivo de escolha para o consumidor

Para atender expectativas de diversos perfis de consumidores, a GIV Gráfica Online tem implantado novas modalidades de entrega, além de frete grátis para a região Sudeste.

A compra online passou a fazer parte do cotidiano da população mundial. Uma pesquisa feita pela Ebit|Nielsen aponta que 13 milhões de brasileiros realizaram sua primeira compra pela internet no ano de 2020, e o e-commerce em geral teve um aumento de 79,7 milhões de novos clientes. A mesma pesquisa ainda diz que 83% desses novos compradores pretendem repetir ou já repetiram a compra. Esses dados apontam também que só no ano de 2020 este aumento gerou um crescimento de 41% no faturamento dos comércios virtuais. Um dos fatores que contribuíram para esse desempenho, ainda segundo a Ebit|Nielsen, foi o frete grátis, fator decisivo em 43% das compras online.

Um levantamento feito pelo site Reclame AQUI diz que 63,9% das pessoas que já abandonaram um carrinho de compra, foi devido ao valor cobrado pelo frete. O mesmo estudo ainda aponta que 18,6% das pessoas acabam desistindo por conta do prazo da entrega ser muito longo. “Com base nesse levantamento feito pelo Reclame AQUI, as modalidades de frete da gráfica online também passou por modificações”, diz o Gerente de Operações da GIV Online, Felipe Augusto.

De acordo com o site Pier8 – Logística para E-commerce, boa parte dos consumidores procura por uma entrega rápida, que atenda sua necessidade de maneira eficiente. Por conta disso, algumas empresas passaram a adotar um sistema de frete internacional chamado de Same Day Delivery (Entrega no mesmo dia). Com essa escolha, o pedido e a entrega são realizados no mesmo dia.

“O modelo de entrega no mesmo dia ainda está crescendo no Brasil, poucas empresas já conseguiram se adequar a essa prática, já que para isso é preciso uma reestruturação de logística, além de uma equipe especializada e estudo a respeito do assunto”, finaliza Felipe Augusto, Gerente de Operações da Gráfica GIV Online.

‘Corrida maluca’ na logística: quem vai entregar mais rápido?

Uma semana? Um dia? Na mesma hora? Todos os consumidores querem receber o produto o mais rápido possível. E todo lojista quer proporcionar a melhor experiência a seus clientes. O boom de vendas no e-commerce vivenciado no último ano abriu os olhos de muitas companhias para a necessidade de serem reconhecidas como “a mais rápida de todas” ao entregar. Quem se beneficia dessa corrida é o consumidor. Se alguns anos atrás a “guerra” travada por e-commerces era a de quem mais conseguia oferecer o frete grátis, agora ostenta aquele que entregar mais rápido.

A entrega mais rápida, no entanto, é um assunto complexo e delicado, que depende não só da determinação e do investimento das empresas, mas também de uma infraestrutura robusta e bem organizada.

A disputa ficou tão acirrada que em julho deste ano o Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar) mandou Mercado Livre e Magazine Luiza provarem quem tinha a entrega mais rápida. Ambos os varejistas fizeram propagandas com o slogan. Ao final, o órgão entendeu que o Magalu tinha o direito da glória.

“Sempre que falarmos de logística, vamos nos basear em três pilares principais e que fazem toda a diferença para os clientes: entrega rápida, no prazo prometido (o que é qualidade de serviço) e com o menor custo. E uma coisa é fato: para se fazer logística rápida e barata, é preciso estar próximo ao consumidor. Por isso, transformamos as nossas mais de 1.300 lojas em minicentros de distribuição. É isso que significa oferecer a experiência multicanal para o cliente”, explica Luís Fernando Kfouri, Diretor de Logística do Magalu.

As estratégias da varejista de Franca não ficaram apenas na utilização de lojas físicas como centros de distribuição. A companhia investiu pesado em aquisições desde 2020. Para as entregas ultrarrápidas, o Magazine Luiza venceu a disputa com concorrentes e comprou a Sode (Soldados da Entrega) em julho deste ano, ampliando a sua malha logística com milhares de motos.

Mercado Livre também se movimenta

Não é porque o Conar avaliou que o Magazine Luiza tem direito a se posicionar como o varejista com a entrega mais rápida que o Mercado Livre, maior marketplace da América Latina, cruzou os braços.

O player segue com sua estratégia de investir alto em logística, com inaugurações de novos centros de distribuição e tecnologia de ponta. “Receber o produto em casa, de forma rápida, é um diferencial importantíssimo para a experiência de compra dos consumidores. Por isso, investimos fortemente na ampliação da nossa malha logística e no desenvolvimento de tecnologias próprias para cada vez mais melhorar os prazos dos envios e a experiência dos nossos milhões de usuários”, conta Luiz Vergueiro, Diretor de Logística do Mercado Livre.

Vergueiro explica como funciona o processo para que o produto chegue o quanto antes na porta da casa do consumidor. Atualmente, as entregas no mesmo dia estão dentro do modelo fulfillment, em que os produtos ficam armazenados em nossos centros de distribuição, e nós somos responsáveis por todo o processo logístico dos nossos vendedores, desde o estoque até a entrega ao consumidor final. Os nossos armazéns fulfillment comportam um grande sortimento de produtos, com mais de dez milhões de itens disponíveis. E toda essa estrutura é gerenciada por nós através de tecnologias desenvolvidas internamente, o que nos dá o controle de cada etapa do processo”.

O marketplace já realiza entregas no mesmo dia da compra em 50 cidades brasileiras, em até um dia para 2.100 cidades e no máximo em dois dias em 4.700 municípios do país. Ou seja, mais de 90% das entregas do Mercado Livre acontecem em até 48 horas.

Agora o normal é entregar no mesmo dia

No fim de julho, a Americanas entrou para o rol das empresas que podem afirmar que dispõem de uma entrega ultrarrápida. A companhia lançou o Americanas Delivery, que permite entregar uma seleção específica de produtos do marketplace em até 30 minutos.

A ação ainda é limitada por algumas categorias – como supermercados, farmácias, restaurantes, presentes, petshops – e cidades do Espírito Santo – Vitória, Serra, Vila Velha e Guarapari – além de Niterói, no Rio de Janeiro, mas tem uma proposta promissora. O desenvolvimento de uma entrega tão rápida só foi possível por causa da Shipp, plataforma de entregas rápidas com a qual a B2W firmou contrato.

A Amazon anunciou no começo de agosto que os membros da assinatura Prime em 50 cidades seriam beneficiados com a entrega no mesmo dia, independentemente do valor da compra. São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Pernambuco e também o Distrito Federal foram os locais beneficiados.

A novidade chegou em um momento em que a fama da Amazon de entregas rápidas começou a ser ofuscada pela aproximação de outros grandes marketplaces que atuam no Brasil, como Mercado Livre, Magazine Luiza e Americanas. Hoje, os quatro dominam a dianteira nas entregas em boa parte do país.

A entrega Prime gratuita em dois dias já é realidade para 700 cidades brasileiras há algum tempo. A falta de dark stores, ou seja, lojas ou estabelecimentos que funcionem como pequenos centros de distribuição, não parece perturbar a paz da companhia.

Para Mariana Roth, líder da Amazon Prime para o Brasil, que se manifestou na época da divulgação, o essencial é garantir que o anúncio da entrega rápida só seja feito em condições em que o marketplace consiga garantir os prazos prometidos, estratégia que visa à satisfação e melhor experiência do consumidor. Entregar antes do prometido também é visto como uma surpresa bem-vinda pela companhia.

Dark Stores e agências logísticas

Outra ferramenta da entrega rápida que beneficia muito os lojistas que se aproximam da linha de chegada é a dark store. Mesmo não sendo uma regra, o uso de estabelecimentos comerciais ou pequenos centros de distribuição mais próximos do consumidor tem garantido uma experiência mais satisfatória.

Quem usa tal estratégia com êxito é a Magazine Luiza, que utiliza o conceito como um pilar da estratégia omnichannel. Luís Fernando Kfouri, Diretor de Logística do Magalu, explica que é uma forma de oferecer uma experiência mais barata ao consumidor.

“Uma dark store pode funcionar em determinadas regiões para entregar mais rápido, mas, olhando o conjunto todo, não terá a mesma eficiência de uma loja física com conceito multicanal”, alerta, no entanto, o executivo. Segundo ele, para funcionar, a dark store precisa ter sinergia com o resto da operação.

Parte dessa sinergia foi construída pela Magazine Luiza com pesados investimentos em parceiros especializados em entregas. A aquisição da Sode possibilitou à empresa usar inteligência logística para eliminar etapas do processo de acordo com as estruturas de estoque mais próximas, entre elas as dark stores, beneficiando-se também do modelo ship from store.

Já para Luiz Vergueiro, Diretor de Logística do Mercado Livre, as agências logísticas, chamadas de Agências Mercado Livre, ajudam a compor a capilaridade necessária para as entregas mais rápidas longe dos grandes centros de distribuição. Mesmo sem dark stores, o marketplace hoje realiza entregas no mesmo dia para 50 cidades. Quando o assunto é frota própria, as duas empresas parecem ter um posicionamento parecido, sendo que ambas contam com investimentos em transporte próprio e de parceiros.

Kfouri explicou que “é possível ter entregas no mesmo dia sem ter frota própria, só existe o desafio de conseguir equilibrar os três pilares fundamentais e também conseguir escalar para o país todo com qualidade”. Já Vergueiro complementou que “não é necessário ter uma frota própria para realizar entregas no mesmo dia, mas é fundamental contar com parceiros competentes no Brasil inteiro”.

Aplicativos acelerando tudo

Quem também está de olho no crescimento das vendas do e-commerce (e na corrida para as entregas ultrarrápidas) é o GPA. Para tanto, o grupo irá ampliar sua estratégia de estar onde o cliente estiver a fim de reduzir os prazos de entrega. De acordo com um documento apresentado, o cliente que fizer sua compra pelo Clique e Retire poderá retirar seus produtos uma hora após a realização do pedido nas lojas do Extra ou do Pão de Açúcar. No caso da modalidade Express, a entrega é realizada em até duas horas após a confirmação do pagamento. Nos dois casos, além da diminuição do tempo previsto para entrega e retirada, a operação foi ampliada para os domingos.

“Ao longo do segundo trimestre, fizemos significativos avanços na modalidade de entrega rápida, que já representa 33% do total de vendas online no período. Esse sólido desempenho é impulsionado pelas novas parcerias iniciadas no primeiro trimestre deste ano”, completa o documento. Isso foi possível após a ampliação da rede com a inclusão de iFood e B2W/Americanas, em adição a Rappi e Cornershop – esses últimos já operam com o GPA desde o trimestre passado.

O superapp Rappi anunciou o serviço de entregas “Rappi Turbo”. Como o nome sugere, a modalidade promete enviar produtos em até dez minutos. Para cumprir com as entregas, a Rappi hoje opera com 61 dark stores, espalhadas em bairros de São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, Belo Horizonte, Recife, Campinas e Niterói. Até o final do ano, porém, o plano da empresa é chegar a 150 dark stores – tudo para ampliar a cobertura das entregas ultrarrápidas.

O Mercado Livre nunca teve uma ideia central de superapp, mas tem o objetivo de avançar com o propósito de democratizar o comércio e os serviços financeiros por meio do aplicativo. Aproveitando o app e toda a malha logística, o marketplace segue com a premissa de democratizar as entregas – nesse caso, utilizando-se dos envios rápidos (e precisos) para o maior número de cidades do Brasil, e não apenas para os grandes centros. Luiz Vergueiro, Diretor de Logística da empresa no Brasil, afirma que “o objetivo é oferecer, continuamente, produtos e serviços que façam parte da jornada e do dia a dia dos nossos clientes, e atuar no momento certo da compra”.

Loggi inaugura novo megagalpão de R$ 150 milhões para acelerar entregas

Com o novo centro, a expectativa da startup é reduzir em até cinco horas o tempo de entrega na capital paulista – a ideia é que as encomendas na cidade sejam feitas em menos de 24 horas.

Depois de receber um dos maiores cheques do ano entre startups nacionais (US$ 212 milhões, em fevereiro), a Loggi anuncia hoje um novo galpão de entregas que promete agilizar suas operações.

Localizado em Cajamar (SP), o centro é fruto de um investimento de R$ 150 milhões e terá capacidade de processar 1 milhão de pacotes por dia até 2023 – atualmente, a empresa é capaz de processar a metade disso.

Com o novo centro, a expectativa da startup é reduzir em até cinco horas o tempo de entrega na capital paulista – a ideia é que as encomendas na cidade sejam feitas em menos de 24 horas.

“Esse centro foi resultado de muitos anos de pesquisa e de aprendizado de como processar pacotes com mais produtividade e eficiência e melhorando qualidade”, diz ao Estadão o diretor de operações da Loggi, Grégoire Balasko.

Estoque
O entreposto é do tipo cross-docking, no qual não há estocagem de itens, algo comum nos centros de distribuição tradicionais. Neles, os produtos ficam parados nas prateleiras para pronta-entrega. No caso da Loggi, os pacotes são reorganizados assim que chegam no local e enviados para os caminhões da startup, que farão o trajeto de entrega.

O investimento em automação e tecnologia, no entanto, é uma aposta de longo prazo, comenta Priscila. Devido ao alto custo de importação das máquinas, empresas do segmento ainda preferem apostar em mão de obra humana.

Expansão
A Loggi não quer ficar estacionada em Cajamar. A cidade de São João de Meriti (RJ) recebe hoje um novo cross-docking de 18 mil metros quadrados e menos “tecnológico” do que o paulista – o antigo galpão da startup no Estado fluminense, em Cordovil, tinha 2 mil metros quadrados.

Priscila, porém, lembra que os planos de expansão podem esbarrar na economia brasileira. “As empresas de logística sofreram pouco com a pandemia. Existe perspectiva de crescimento, mas isso depende da recuperação do País.”

Fast Shop vai usar tuk tuks para fazer entregas em até 1 hora em São Paulo

Rede de varejo inicia operação focada em sustentabilidade em parceria com a startup Veloo.

A rede de varejo Fast Shop vai começar a usar tuk tuks para fazer entregas na região central da cidade de São Paulo. A operação é realizada em parceria com a startup de logística Veloo. O veículo será usado na entrega de itens de pequeno e médio porte em até uma hora. A expectativa é a de que o formato seja explorado já durante a Black Friday.

Ainda em fase de projeto-piloto, a nova modalidade de delivery da Fast Shop conta com cerca de 100 tuk tuks envelopados para serem usados como plataforma de mídia pela varejista. A empresa destaca que, além de rápidos, os veículos são sustentáveis.

“Cuidar do meio ambiente é parte fundamental dentro da nossa missão de encantar e cuidar dos clientes por toda vida. O olhar para a sustentabilidade estará cada vez mais intrínseco aos nossos negócios”, explica o diretor geral de operações da Fast Shop, Eduardo Salem.

A varejista planeja expandir a nova modalidade de delivery sustentável para outras capitais onde atua já no início de 2022.

Fast Shop vai usar tuk tuks para fazer entregas em até 1 hora em São Paulo

Diferenciais do veículo

O maior diferencial do veículo, que passa a fazer parte da frota de entrega, é o respeito ao meio ambiente. Os veículos elétricos das Veloo têm bateria de lítio 60V 50 Ah, com potência de 3000Wh. Com autonomia de 80 quilômetros, são recarregados em até 6 horas e, por serem elétricos, não emitem CO2, diferentemente dos carros à combustão.

Segundo Cordeiro Junior, CEO da Veloo, a entrega feita em um carro comum, como uma Fiorino, emite cerca de 3.000kg de CO2 ao mês, em 2.500km percorridos. “Se colocarmos na ponta do lápis, quando o tuk tuk for implementado em todas as lojas Fast Shop, será feita uma redução em média de 255 mil toneladas de CO2 por mês, que deixaram de ser lançadas ao meio ambiente”, observa ele.

Outra iniciativa sustentável desenvolvida pela Fast Shop é o programa “De Volta ao Ciclo”, que visa conscientizar o consumidor sobre o descarte consciente de eletrônicos e incentivar a destinação correta desses produtos.

Nessa primeira etapa do projeto, coletores de eletroeletrônicos de pequeno e médio porte, como celulares, micro-ondas, televisores e notebooks, foram disponibilizados em 44 lojas da rede, incluindo as dos shoppings Ibirapuera, Lar Center, Iguatemi, Morumbi, Pátio Paulista e Bourbon Shopping, entre outros.

Ainda como forma de incentivo, a Fast Shop firmou uma parceria com a ISLA Sementes, empresa pioneira na produção de sementes no Brasil, e está distribuindo, para os clientes das lojas Higienópolis, Eldorado, Ibirapuera, Iguatemi SP e Paulista, envelopes de sementes de microverdes. A ação visa contribuir para a conscientização sobre a importância do descarte adequado.

Logística na Black Friday: como Correios e transportadoras se preparam para a data

Após mais de um ano e meio de pandemia, que resultou no “boom do e-commerce”, a expectativa do mercado é de que esta edição da Black Friday seja a maior de todas. Em 2020, inúmeras lojas surgiram, mas nem todas se sentiram preparadas para tamanho desafio. Agora, chegou a maior prova de fogo anual no setor de comércio eletrônico, com os consumidores mais familiarizados com as compras online.

Como o maior operador logístico do comércio eletrônico do país, os Correios anunciaram sua preparação para a Black Friday. Em evento online, o presidente dos Correios, Floriano Peixoto, frisou a relevância da data. “A Black Friday tem sido, nos últimos anos, uma experiência exitosa na empresa”, lembrou. “Os Correios estão se preparando há meses para esta data. Nosso objetivo é repetir a boa performance dos últimos anos com o acréscimo da experiência que tivemos. A cada ano, batemos novos recordes”.

Somente neste segundo semestre de 2021, a empresa alcançou o pico na distribuição de encomendas em um único dia, quando foram entregues 2,23 milhões de objetos. A estatal também contabilizou, em novembro, um marco nas postagens: 5 milhões de objetos enviados em um dia. Esses números superam os índices apurados na última Black Friday, segundo a empresa.

Os Correios afirmam que têm dedicado toda sua expertise e capacidade produtiva para acompanhar as demandas do mercado nos últimos dois anos – com destaque às parcerias com pequenos, médios e grandes empreendedores que viram no e-commerce a oportunidade de continuar e ampliar seus negócios na pandemia.

Preparação para a Black Friday

De acordo com a estatal, os Correios têm investido cada vez mais no aumento da qualidade operacional e capacidade logística, com objetivo de absorver o pico da demanda previsto para as datas promocionais de fim de ano, sem ampliar o prazo das entregas.

Diversas ações foram implementadas para atender às expectativas de crescimento do comércio eletrônico nesse período. “O engajamento é total em todas as áreas e etapas do processo logístico da empresa. Além disso, a estatal oferece soluções formatadas especialmente para o comércio eletrônico”, afirma a empresa em nota.

“Os Correios têm a liderança da logística do e-commerce no Brasil e estão sempre aprimorando os seus serviços. É isso que garantimos para a Black Friday 2021: estamos prontos e com a atenção plenamente voltada para entregar a melhor experiência aos clientes”, ressaltou o diretor de Negócios dos Correios, Alex do Nascimento.

O diretor de Operações da empresa, Carlos Henrique de Luca Ribeiro, destacou ainda os investimentos feitos na renovação da frota da empresa e na modernização da operação. “Estamos realizando uma nova onda de automação de processos na empresa. Vamos automatizar mais 9 centros de tratamento e estamos comprando máquinas muito mais modernas, inclusive específicas para atender os centros de tratamento internacionais”, salientou.

O aumento da capacidade da carga aérea para chegar mais rapidamente nas regiões Norte e Nordeste também é uma das apostas da empresa. “Seremos o único operador logístico do Brasil a oferecer prazo expresso para a maioria dos estados do Norte e Nordeste”, afirmou o diretor de Operações.

Eco-delivery e locker

Os Correios são o maior pilar logístico do país, mas as transportadoras privadas ganham cada vez mais espaço e também precisam se preparar para a época da Black Friday. A Jadlog, por exemplo, espera realizar cerca de 30% a mais de entregas do que na edição do ano passado. Já a DHL Express, estima entregar 55% a mais de encomendas.

A Jadlog desenvolveu um plano estratégico para a Black Friday que contemplam iniciativas como a operação 24 horas por 7 dias da semana, um maior número de entregadores, equipe adicional para as diferentes frentes operacionais, espaço ampliado para triagem de cargas e distribuição, entre outros pontos.

Para esta edição, a empresa vai atuar pela primeira vez no Brasil com o Predict, serviço que envia mensagens via SMS avisando o e-shopper sobre o horário de entrega de sua encomenda. O serviço pode ajudar a elevar a taxa de sucesso na primeira tentativa de entrega e melhorar o processo, adicionando conveniência e previsibilidade às compras online.

Além do delivery, a Jadlog também oferece o serviço Pick Up, que permite a retirada da mercadoria em cerca de 3 mil pontos parceiros da empresa, incluindo a parceria com a Clique e Retire que conta com 150 lockers entre Rio de Janeiro e São Paulo, bem como lojas de conveniência, cafeterias e revendas de eletroeletrônicos.

De acordo com a transportadora, essa opção também reduz significativamente o insucesso de entrega e os custos logísticos para os embarcadores e os consumidores finais, já que é, em média, 20% mais barata que a entrega domiciliar. A Jadlog atende mais de 40 mil clientes no Brasil. Desse total, cerca de 60% são PMEs (pequenas e médias empresas).

Outra transportadora, a DHL Express Brasil, está se preparando desde o início do ano para o dia 26 de novembro. “[Queremos] evitar ter grandes gargalos que pudessem impactar nosso business e de nossos clientes. E, com este foco, montamos planos de suporte a este momento em todas as áreas”, conta Ana Paula Emmerich, E-commerce and Sales Development Manager & Sales Training da DHL Express Brasil.

Para esta edição, a transportadora investiu em eco-delivery, que são entregas ecológicas através de carros e scooters elétricas. “Além disso, contamos com operações customizadas atendendo a específicos nichos e empresas com entregas no mesmo dia e aos finais de semana e envio para lockers.

Atualmente, o prazo mínimo de entrega da DHL Express é de 1 dia útil e máximo de até 5 dias úteis. As PMEs representam 70% da base total de clientes da transportadora.

A Logística da Black Friday – Correios Adotam Novas Medidas para Atender Demanda do E-commerce

No período que antecede a Black Friday, os Correios se reestruturaram para suportar o aumento de encomendas dos lojistas virtuais. Com exclusividade ao Jornal Giro News, Alex do Nascimento, Diretor de Negócios da estatal, revela que foi implementado um conjunto de medidas, visando oferecer atendimento adequado às necessidades do mercado. “Podemos destacar a ampliação da capacidade produtiva das unidades de atendimento, tratamento e distribuição; o aumento de equipes; o aporte adicional nas linhas de transporte; a fixação dos prazos de entrega; a oferta do prazo D+1 para o SEDEX em mais de 2.200 trechos; a disponibilidade de entrega no mesmo dia para a cidade de São Paulo e áreas de abrangência; e a implantação do tratamento de indenizações automáticas por atraso.”

Período de Vendas Ampliado
  Na percepção do diretor, cada vez mais, o varejo online tem procurado estender o período de vendas da Black Friday. “Com isso, a operação logística precisa estar pronta para responder às flutuações de demanda rapidamente. Foi com este pensamento que os Correios lançaram oficialmente sua campanha da Black Friday em 5 de novembro.” Outras tendências que ganharam força desde a última edição foram as compras por dispositivo móvel e os novos formatos de interação, como o live commerce. “Desde 2020, com a mudança no comportamento de consumo da população, fruto da aceleração da transformação digital, o mercado virtual observou um aumento exponencial de novos clientes”, analisa Alex.

Interiorização do E-commerce
  Segundo uma pesquisa do Facebook, o frete é o principal fator de decisão no momento da compra para 54% dos consumidores. Para atender à esta demanda, a “interiorização do e-commerce” é um movimento que vem gerando expressivos investimentos, afirma o diretor. “O e-commerce sai dos grandes centros urbanos e se direciona para o restante do país com a abertura de centros de distribuição em locais longínquos, para que o cliente, ao adquirir um produto, espere cada vez menos para tê-lo em casa.” As lojas físicas também se transformaram em pequenos hubs logísticos. De acordo com o diretor, neste cenário, as 6 mil agências dos Correios focam em oferecer apoio aos vendedores e compradores, na postagem e coleta dos produtos.

Por dentro das operações da Amazon no Brasil durante a Black Friday

A Black Friday já se consolidou como importante data comercial no Brasil há alguns anos, mas, em 2020, atingiu seu pico no país. Olhando especificamente para o e-commerce, o faturamento cresceu 68% em relação ao ano anterior, gerando um montante de 126,3 bilhões de reais, segundo estimativas da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm) em parceria com a Neotrust|Compre&Confie.

Para 2021, um ano em que a vacinação avançou, restrições foram relaxadas e o aumento de juros é uma realidade, ambas ainda projetam crescimento de vendas, apesar de mais tímido em relação ao ano anterior, de 34%. As perspectivas otimistas são compartilhadas por grandes companhias do setor, que reforçaram os investimentos no Brasil neste ano, de olho no período aquecido de compras. E é claro que a Amazon também busca o seu quinhão dentro do país.

Em novembro, a companhia fundada por Jeff Bezos anunciou a contratação de 5,5 mil pessoas de forma temporária para atender à demanda gerada pela tradicional sexta-feira de descontos. Serão 3.100 vagas para São Paulo, 370 em Minas Gerais, 700 no Rio de Janeiro, 660 no Rio Grande do Sul, 570 no Nordeste, 200 no Ceará, 300 em Pernambuco e 100 no Distrito Federal. Os funcionários devem se somar aos 6,3 mil efetivos que já fazem parte do quadro de funcionários da companhia, sendo que uma pequena porcentagem deles deve ser absorvida após o período de festas. Tudo depende das vendas no período e da necessidade de cada centro de distribuição, segundo a companhia.

Para minimizar o risco de contaminação por covid-19 com o crescimento tão grande do quadro de funcionários em pouco tempo, a companhia se preparou ao longo do ano e  implantou mais de 150 processos. Entre eles, está o uso de álcool em gel e o incentivo ao distanciamento com o apoio de tecnologia: câmeras especiais monitoram a aproximação de pessoas e emitem um alerta quando elas estão a menos de dois metros uma da outra. Quem é efetivo, já está acostumado com os protocolos, o que deve ajudar novos colaboradores a se integrarem sem aumentar os índices de transmissão da doença no fim de ano dentro dos galpões.

Estrategicamente, é possível perceber que esse é apenas o passo final de um plano construído pela companhia para conseguir atender à demanda dos consumidores pelos produtos em promoção no fim de ano. Em 2021, a companhia inaugurou quatro novos centros de distribuição no país, nas cidades de São João de Meriti (RJ), Cabo de Santo Agostinho (PE), Itaitinga (CE) e Cajamar (SP). Ao todo, são doze centros como esses no Brasil, sendo que o primeiro deles foi inaugurado em 2019. Um ritmo que acompanhou a evolução do próprio e-commerce no país dentro desse período, mesmo o setor representando pouco mais de 10% das vendas do varejo.

Com os novos centros, criados a partir de estudos de vendas dentro da Amazon, a companhia consegue aumentar as chances de que os produtos comprados cheguem em menos tempo aos clientes. Além de reforçar a competição contra as empresas nacionais. Dois pontos fundamentais nessa época do ano, em que consumidores tendem a aproveitar os descontos para garantir compras de Natal. Hoje, a Amazon prioriza a entrega em até dois dias para 700 cidades em todo o país, sendo que em 50 delas é possível receber os produtos no mesmo dia. As entregas são gratuitas para membros do Prime, assinatura de R$ 9,90 ao mês que garante, além disso, acesso ao streaming da companhia.

A EXAME visitou o centro de distribuição (CD) próximo a São Paulo, em que trabalham cerca de 250 colaboradores de forma fixa, número que deve subir para 700 na Black Friday e que deve permanecer em 350 após a data de descontos. Nos 57 mil metros quadrados do galpão, é possível notar que há espaços de sobra nas prateleiras em que os produtos são armazenados, bem como locais sem nenhum tipo de equipamento ou produto. “São espaços que reservamos para expandir rapidamente em datas de pico durante o ano. Dessa forma, garantimos maior eficiência no menor tempo”, diz Juliano Marcelino, gerente de operações do GRU8, o CD de Cajamar.

A operação no local funciona como fulfillment, ou seja, não é usada para armazenar os produtos vendidos pela operação de varejo da Amazon, mas sim dos vendedores que utilizam o marketplace. É possível encontrar de tudo: cosméticos, roupas, brinquedos, produtos para casa, alimentos, bebidas alcoólicas, perfumes e mais. A quantidade máxima de armazenamento depende do giro das vendas no período, o que impossibilita precisão em um número.

Por lá, cada um dos produtos é agrupado de acordo com critérios definidos pela empresa: as prateleiras de papelão guardam a maior parte dos itens, enquanto as de plástico são dedicadas exclusivamente ao armazenamento de comida (de humanos e de pets). Uma sala especial guarda os objetos frágeis e uma outra seção guarda os aerossóis, para que, em caso de vazamento, sejam rapidamente dissipados no ar.

Ao estar mais perto dos consumidores, a companhia resolve uma das principais queixas registradas no varejo digital de forma quase homogênea: a demora na entrega. Além disso, torna o frete mais barato para a própria operação, em um período de alta no preço dos combustíveis, já que há maior possibilidade de diversificação de veículos utilizados. Hoje, entregas feitas pela Amazon podem ser realizadas com carros e até motos em alguns casos. Tudo em nome da eficiência — que a companhia busca reforçar na Black Friday.

Questionado a respeito das dificuldades logísticas no país, Ricardo Pagani, diretor de operações da Amazon, não se intimida com o que o país tem a oferecer. “Estou há sete anos na Amazon e vi que, com a tecnologia adequada, é possível operar em qualquer parte do mundo. No Brasil, é necessário trazer esses avanços de forma totalmente customizada, não é apenas um plug and play, por mais importante que um novo componente ou uma nova plataforma seja. Esses problemas não são empecilhos para entregar uma boa velocidade de entrega”, diz.

A briga pelo cliente

Ampliando o foco para o setor, concorrentes também aproveitaram para reforçar a logística no tradicional período de descontos. Dados do Mercado Pago mostram que o custo do frete lidera os motivos que levam consumidores a desistir de compras on-line, seguidos pelo prazo de entrega, que corresponde a 16% dos abandonos de “carrinho”. De olho nisso, o Mercado Livre, maior marketplace da América Latina, anunciou em setembro que iria investir cerca de 5 bilhões de reais no país, sendo a maior parte dos investimentos destinados à logística.

Hoje, 50 cidades já têm entrega no mesmo dia, 2,1 mil contam com entrega em um dia e 4,7 mil em até dois dias. Este mês, o Mercado Livre anunciou, inclusive, a inauguração de um novo CD com logística especial para TVs de mais de 50 polegadas e itens de linha branca, para facilitar a entrega de produtos durante a Black Friday. Ao todo, a companhia tem 8 CDs de fulfillment no Brasil.

Outro gigante do e-commerce, o AliExpress, anunciou em outubro que vai aumentar a quantidade de voos para o Brasil para atender à demanda de consumidores durante a Black Friday. São cerca de cinco voos semanais da China para o Brasil em condições normais e, nesse período, serão seis. Além das entregas, a companhia também consegue tornar a devolução de produtos mais confortável no período, diminuindo a quantidade de produtos que têm de ser enviados para a China.

Do lado nacional, Magalu e Americanas também reforçaram a logística durante o ano, mesmo em meio ao cenário macroeconômico desfavorável. A companhia fundada por Luiza Trajano também realizou contratações para o período, sendo que 300 foram somente para o CD de Louveira, e Americanas vai abrir vagas nos 25 centros de distribuição da companhia em todo o país, que atendem tanto à operação física quanto online, sendo que dois deles foram inaugurados em 2021 — e a empresa já mira aumentar a participação das entregas em até 24 horas, que representam 51% do total.

De olho em driblar o cenário macroeconômico de aumento de juros, câmbio nas alturas e consequente restrição de consumo — alguns dos principais desafios para as companhias do setor em 2021 — a companhia fundada por Jeff Bezos antecipou as promoções de Black Friday. oferecendo descontos de até 60% de 19 a 29 de novembro em todas as categorias dentro do site — especialmente produtos eletrônicos, que tendem a entrar no maior pico de buscas do período. Um levantamento feito recentemente pelo Google mostrou que os celulares continuam no topo de buscas para a Black Friday em 2021. Novamente, movimentos similares foram feitos pela concorrentes, tanto nacionais quanto internacionais.

A Amazon não divulga projeções de venda para o período, mas estabelece que está “com foco total no cliente” não só na data, mas durante o ano todo. “Temos um inventário de mais de 40 milhões de produtos, que já estão posicionados de acordo com a demanda de cada região. Trata-se de um processo contínuo, que tem início a partir do momento que o cliente entra no nosso site e busca por um produto. Conseguimos rastrear de onde isso vem e administrar o nosso sortimento”, diz Ricardo.

O executivo afirma que a Amazon já tem outros planos para aperfeiçoar as operações da empresa no país, que devem ser implantados ainda em 2022. Sem dizer exatamente quais serão as modificações, ele dá três direções sobre o que a companhia deve fazer.

“Não é necessário ter consultoria para descobrir o que precisa ser feito. Consumidores sempre querem mais seleção de produtos, mais cores de tamanhos e mais produtos ao comprarem online. O segundo ponto é conveniência, receber da forma que quiser, com a maior comodidade possível, se necessário indo buscar encomendas em espaços dedicados a isso que não sejam necessariamente a casa das pessoas. A terceira é o melhor negócio, ou seja, a melhor qualidade pelo preço ideal”, diz. E reforça: mesmo há nove anos no Brasil, a companhia está no “dia um” do crescimento que quer atingir. A Black Friday é só mais um passo em direção ao plano de longo prazo. Uma coisa é certa: competição não vai faltar.