Operadores logísticos apostam em geolocalização das encomendas

Aquisições para expandir atuação e tecnologia para agilizar tempo de resposta ao cliente sustentam estratégias para superar incertezas da economia.

Altamente fragmentado, o que favorece um intenso movimento de fusões e aquisições e a abertura de novas frentes de negócios, o mercado brasileiro de operadores logísticos mantém bom ritmo de crescimento neste ano, mesmo num cenário de economia ainda instável.

A preocupação de algumas empresas é ampliar o controle da geolocalização das encomendas que estão com seus entregadores. A Temp Log, que atua com armazenamento, fracionamento e transporte de produtos para a indústria farmacêutica (movimenta 40% da toxina botulínica que circula no país), tem entre suas prioridades a gestão do atendimento no pós-venda.

“O objetivo é agilizar o tempo de resposta ao cliente, com a revisão dos aplicativos móveis de rastreabilidade das entregas”, explica Ricardo Canteras, diretor comercial da Temp Log. “Em cinco anos”, diz ele, “não será mais possível fazer logística sem data e hora das entregas.”
No caso da JSL, uma das maiores empresas de logística do país, controlada pelo grupo Simpar, a base de crescimento nos próximos meses vem dos contratos fechados nos segmentos de papel e celulose, mineração, automotivo, alimentos e bebidas, aponta Ramon Alcaraz, CEO da companhia.

No front interno, a estratégia consiste em buscar sinergias com os atuais clientes para ampliar a participação nas operações de cada um. “No ano de 2022, celebramos R$ 6 bilhões em novos contratos com prazo médio de 50 meses, sendo 93% em clientes já existentes”, informa. A frente internacional é outro ponto de destaque. O plano de expandir no exterior começou com a operação na África do Sul, na qual já foram destinados investimentos de cerca de R$ 140 milhões.

Para complementar a atuação nessas duas frentes, a JSL busca aumentar a competitividade com a diversificação de seu mix de serviços. No início de março, a empresa anunciou a aquisição da IC Transportes. A operação, no valor total de R$ 587 milhões, abre a possibilidade de atuar nos mercados de grãos, fertilizantes e combustíveis.

Com 370 clientes, a IC Transportes é uma das maiores empresas do setor, com uma receita líquida de R$ 1,4 bilhão em 2022. “A IC Transportes se torna a segunda maior empresa do grupo Simpar, e vai melhorar nosso portfólio em segmentos em que não estávamos presentes”, diz Alcaraz.
Também empenhada em fortalecer suas operações, a Multilog aposta no crescimento orgânico e em novas aquisições, segundo seu presidente, Djalma Vilela. Fundada em Santa Catarina, a empresa tem unidades distribuídas no Nordeste, São Paulo e Rio Grande do Sul.

Em 2022, a Multilog foi às compras. Adquiriu a Martins Medeiros, na região Nordeste, e a Apoio Logística, aquisições que permitiram ampliar a estrutura comercial em São Paulo e Santa Catarina. “Com isso, encerramos 2022 com a marca de R$ 1 bilhão em faturamento, alcançando a meta prevista para 2025”, conta Vilela.

A Multilog opera todos os serviços de logística para diversos segmentos (alimentos, bens de consumo, saúde, químico, automotivo e agronegócio), com 38 unidades em pontos de fronteiras secas no Mercosul, 2,2 milhões de metros quadrados em áreas de armazenagem, incluindo 13 unidades alfandegadas e 15 centros de distribuição.

“Em 2023, devemos seguir expandindo nossa atuação com investimentos na estrutura de operações e em tecnologia e olhando o mercado sob perspectiva de novas aquisições”, diz Vilela. “A previsão é alcançar R$ 1,4 bilhão em faturamento, dos quais 50% provenientes da operação de transportes e centros de distribuição”, assinala.

Com as dificuldades da economia brasileira, os operadores logísticos estão adotando medidas ao longo deste ano que visam flexibilizar contratos, revisar as cadeias de suprimentos, fazer uso mais intensivo de dados, executar o compartilhamento de capacidade e, também, fomentar a multimodalidade, como explica Marcella Cunha, diretora-executiva da Associação Brasileira de Operadores Logísticos (Abol).

As expectativas para 2023 são positivas e se baseiam na tendência de crescimento registrado em anos anteriores, comenta. Em 2021, por exemplo, de acordo com pesquisa realizada pela Abol e pelo Instituto de Logística e Supply Chain (Ilos), a receita operacional bruta das empresas brasileiras de logística atingiu R$ 166 bilhões, desempenho que garantiu dois milhões de empregos, entre diretos e indiretos, o equivalente a 2% do total de pessoas ocupadas no país, assinala a diretora.

“Mas a inflação de insumos, especialmente de combustíveis, segue como uma preocupação das empresas para este ano”, afirma. “As altas de preço do diesel devem seguir ao menos até o primeiro trimestre deste ano. Não sabemos qual será o impacto no médio e longo prazos. Por isso, todo esforço deve ser feito para mitigar a alta de custos”, diz.
Para a Abol, o fundamental é priorizar os colaboradores e clientes, investir em tecnologias estratégicas para alavancar o negócio – como o data analytics –, ter persistência, fortalecer o networking e melhorar os controles e a gestão interna.

Segundo Marcella Cunha, o segmento alimentício é o que tem apresentado maior estabilidade em momentos de crise, mas setores como o agronegócio, autopeças e varejo devem puxar o crescimento. “O ganho de competitividade está atrelado à melhoria de processo aplicando engenharia, eficiência interna na cadeia de custos e produtividade”, acentua.

A DHL Supply Chain, que faz parte do grupo alemão Deutsche Post DHL, concentra seus esforços em melhorar a flexibilidade e agilidade dos processos logísticos, destaca Solon Barrios, vice-presidente de transportes da subsidiária brasileira. Em fevereiro, a empresa anunciou investimentos de R$ 800 milhões no Brasil até 2025, destinados a impulsionar novas oportunidades nos mercados de transporte, e-commerce e saúde.

Parte dos investimentos visa apoiar a modernização e expansão de áreas de armazenagem em cinco Estados (São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo, Santa Catarina e Goiás), com destaque para sua operação de Extrema, no sul de Minas. “Em transporte, nosso plano inclui a expansão da rede nacional de hubs de transbordo e consolidação de carga, o investimento em sistemas de gestão de frota e análise de dados e ampliação da frota elétrica, que já supera atualmente 80 veículos”, conta Barrios.

A tecnologia tem sido ponto forte das alternativas adotadas pelos operadores logísticos. A norte-americana Penske, que neste ano completa 25 anos de operação no país, conseguiu consolidar-se em um mercado extremamente desafiador e competitivo, afirma Paulo Sarti, diretor-presidente da filial brasileira. A empresa foi bem-sucedida graças à estratégia de asset light (sem muitos ativos, como imóveis), de modo a destinar a maior parte dos investimentos a soluções tecnológicas.

“Com essa abordagem, podemos oferecer customização para cada cliente, com benefícios tangíveis, como corte de custos, melhorias significativas na gestão do estoque e aumento da competitividade em relação aos concorrentes”, afirma. Está nos planos da Penske implantar ainda neste ano um novo WMS (sistema de armazenagem) e inaugurar um novo hub para a consolidação de cargas.

A Sequoia Logística e Transportes, cuja atuação engloba operações logísticas de e-commerce e tecnologia, investe forte em automação, “o que é cada vez mais crucial para a produtividade, especialmente para uma empresa que atua com hubs logísticos”, diz Bruno Henrique Souza, vice-presidente de operações.

“Além disso, investimos nos processos de comunicação, tanto com os embarcadores quanto com os destinatários”, diz ele. A Sequoia atua tanto no segmento de serviços para consumidores (B2C) como no de venda para empresas. “Nosso diferencial é ser uma empresa one stop shop, com soluções desde coleta, armazenagem, separação, transporte e logística reversa até conserto de aparelhos para alguns segmentos”, indica.

A empresa francesa FM Logistic também utiliza a tecnologia como grande aliada para minimizar os impactos nos custos dos preços dos fretes, além de manter o padrão dos serviços e a competividade no mercado, segundo Ronaldo Fernandes da Silva, presidente da filial brasileira. Uma das soluções é o uso de software de gestão de transporte, que permite a otimização das rotas, a gestão das entregas, o controle do estoque e a redução de erros”, diz. Além disso, as tecnologias de automação de processos e de inteligência artificial ajudam a aumentar a eficiência do transporte e reduzir custos”, afirma.

O Brasil segue sendo um mercado-chave para os negócios da FM Logistic. A expectativa é dobrar o faturamento regional em três anos, diz Silva. A empresa opera com uma área total de armazenagem de 80 mil metros quadrados, em três centros de distribuição multiclientes localizados em São Paulo, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
Movimenta mais de 105 milhões de toneladas de produtos diversos, especialmente para clientes do e-commerce empresarial. “A perspectiva é seguir no ritmo de crescimento acima de 20% ao ano”, diz.

A preocupação em ganhar mais competitividade nas operações logísticas não mobiliza apenas os responsáveis diretamente pelo armazenamento e entrega das mercadorias aos clientes finais, mas também a outros integrantes da cadeia de suprimentos.

Cinco das principais tradings agrícolas que operam no país – Archer Daniels Midland (ADM), Amaggi, Bunge, Cargill e Louis Dreyfus Company (LDC) – entraram com pedido de aprovação no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para criação de uma joint venture no setor de transporte rodoviário.

O objetivo é ganhar mais agilidade e eficiência no escoamento da produção agrícola. Em especial, nos picos de safra, quando os gargalos logísticos ficam mais evidentes em toda a cadeia. “Não existe a pretensão de resolver todos os problemas do setor, até porque eles passam pelas estradas, portos e capacidade de armazenagem. Mas a intenção é minimizar alguns deles para os sócios”, diz Elvio Moro, responsável pelo projeto. A expectativa é que a nova empresa atenda somente 3% do volume total de cargas das cinco tradings. Os outros 97% dos grãos continuarão sob responsabilidade de transportadoras parceiras e motoristas autônomos.

AliExpress faz aniversário e se aproxima mais de brasileiros

O AliExpress, plataforma internacional de varejo do Grupo Alibaba, completa em março 13 anos com operação em mais de 200 países e conteúdo em 18 idiomas. Um deles é o Brasil, onde a data está sendo comemorada com uma campanha “Achadores de Achadinhos”, com a participação do influencer Lucas Rangel e um esquadrão para dar dicas para obter os melhores produtos do comércio eletrônico.

O objetivo do AliExpress é se aproximar cada vez mais dos consumidores brasileiros com ações interativas, em que poderão conhecer produtos e ter diferentes experiências de compra, em um ponto de ônibus na Avenida Paulista.

Segundo Briza Bueno, diretora da AliExpress no Brasil, a festa do 13º aniversário explora um conceito do grupo Alibaba de misturar ações de entretenimento com festivais de compras para surpreender na experiência. “Em nossa festa de aniversário usamos como referência um pilar muito importante para a AliExpress, a inovação. Com nossa ativação, levaremos a AliExpress a milhões de pessoas que passarem pelo site”.

É a primeira vez que o AliExpress faz uma ação de marca no Brasil. Em frente à estação Trianon Masp de Metrô, os consumidores que esperam o ônibus ou passeiam por um dos mais icônicos pontos de São Paulo poderão buscar os seus próprios achadinhos e aproveitar as ofertas do maior marketplace do mundo.

O abrigo contará com vídeos interativos que vão demonstrar a funcionalidade dos produtos mais inovadores do app, ofertas com preços especiais que durarão somente 03 horas e um display com os best-sellers onde bastará utilizar a busca por imagens do app para encontrá-los.

Achadores de Achadinhos
A nova campanha está focada nas redes sociais, com filmes divulgados em TikTok, Instagram, Facebook, Kwai e portais de conteúdo. Além do apoio de Lucas Rangel, influenciadores como Priscilla Alcantara, Victor Alves, Neto Lyra, Júlia Alvarenga e Larissa Luz também fazem parte do esquadrão de ‘Achadores’ do AliExpress.

Para Elton Longhi, vice-presidente de Marcas e Negócios da FCB Brasil, agência responsável pela campanha, “levar a marca do mundo online para as ruas da maior cidade do país é uma forma de aproximar ainda mais o AliExpress do consumidor. É também uma nova forma de experimentar a compra pelo marketplace, que vai oferecer descontos e condições especiais para quem passar pela Avenida Paulista nos dias da ativação”, comenta.

Os filmes começaram a ser divulgados dia 20, inaugurando uma semana de promoções especiais no marketplace. Milhares de novos itens serão incluídos na categoria frete grátis, entregas em 24 horas e os produtos preferidos dos compradores brasileiros terão descontos de até 80%.

Use a Lupa
Entre as novidades que o AliExpress trouxe para seu aniversário está a função de busca por imagem. Quando você se apaixona por um produto numa loja, mas ele está muito caro, ou quando vê um item utilizado por uma celebridade e gostaria de ter um igual.

A ferramenta de pesquisa visual permite aos usuários procurar produtos sem a necessidade de digitar palavras-chave. Em vez disso, os clientes podem tirar fotos, fazer upload de uma imagem ou fornecer um link, o que pode ser útil quando se tem uma imagem de um produto que deseja encontrar, mas não sabe o nome ou as palavras-chave para pesquisá-lo.

Para melhorar ainda mais a experiência de compra dos clientes brasileiros do site, o AliExpress manterá as suas soluções logísticas mais eficientes na semana do aniversário. Os produtos serão despachados no mesmo dia em que o pedido do consumidor for feito no AliExpress, reduzindo o prazo de entrega.

Já os vendedores que adotam o método de full-commerce podem vender seus produtos com taxas de comissionamento a partir de 5% e custos de frete que começam em apenas R$ 6, com entregas em todo o território nacional.

Ao longo de sua trajetória de 13 no Brasil, o AliExpress implementou diversos recursos para melhorar a experiência de compra de seus usuários. Já são 8 voos fretados semanais para o Brasil, transporte do exterior até o solo brasileiro em 7 dias após o pedido; linha de produtos com entrega garantida até a porta do cliente em 15 dias; parcelamento sem juros; entregas em 24h; entrada de vendedores brasileiros na plataforma e serviço de atendimento ao consumidor em português.

Cashback, lives, entregas-relâmpago: quais são as estratégias das grandes varejistas para reconquistar clientes

Rombos e falências, além de quedas nas vendas, ressaltam a importância de adotar o relacionamento on-line como prioridade.

O varejo anda machucado. Mas como continuar atraindo o consumidor neste cenário? A Americanas relatou rombo contábil de R$ 20 bilhões, a Marisa busca renegociar dívidas brutas de curto prazo de menos de R$ 300 milhões e a Livraria Cultura teve a falência decretada. Pouco antes, o setor havia encerrado 2022 com o crescimento mais fraco em seis anos, segundo o IBGE. Apesar da alta de 1% nas vendas no período, foi o pior desempenho desde 2016 (-6,2%) e abaixo do ganho de 1,4% em 2021 – a escalada dos juros, com o encarecimento do crédito, é considerada uma das razões do freio nas compras.

Para consultores de mercado e executivos de grandes varejistas, os números “doloridos” não devem tirar o foco do ativo mais importante desse ramo da economia: o consumidor. A estratégia agora é tirar as melhores mágicas da cartola para que o espetáculo de compra & venda continue, com o relacionamento on-line como protagonista do show.

Antigos artifícios para seduzir o comprador, como o frete grátis e promoções-relâmpago, continuam na mesa, mas abrem espaço para novos apelos de gastos, como sessões de ofertas ao vivo nas madrugadas nos stories das redes sociais das fornecedoras; cupons de cashback, que permitem usar “créditos” em pedidos futuros, e até campanhas por divisão geracional.

“Uma das frentes que contribuem para engajar consumidores são as lives, transmissões ao vivo no app, com demonstração e vendas de produtos”, diz Felipe Piringer, head de marketing da Shopee, plataforma nascida em Cingapura que reúne mais de 30 categorias de itens de vendedores brasileiros e internacionais. No ar desde março de 2022, o recurso acumula mais de 750 transmissões e 10 milhões de visualizações. Alguns comerciantes com itens exibidos nas sessões chegaram a ter 70% de aumento no fluxo das lojas, comparado a um dia normal, e as vendas chegaram a representar 30% do total faturado em um único dia. Em fevereiro, foi realizada a primeira live na madrugada – entre 23h45 e 2h.

No Brasil desde 2019, a Shopee, que também opera com um site, não abre o número de consumidores ativos e prefere apostar as fichas de relacionamento na abordagem “app first” ou prioridade por operações feitas no aplicativo – mais de 95% das vendas são fechadas pelo celular. E a razão disso não está longe do aparelho: a varejista ultrapassou 15 milhões de seguidores, somando todas as redes sociais. “Sempre avaliamos como podemos ajudar empreendedores, consumidores e marcas a se beneficiarem do crescimento da economia digital”, afirma Piringer.

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A busca ativa pelo comprador inclui ainda cupons de cashback, para garantir o retorno aos balcões virtuais, e os “dias Shopee”, geralmente em datas de dígitos duplos (2/2, 4/4), em que as vantagens para os usuários são concentradas por períodos e categorias de produtos, como tecnologia ou moda. A campanha “2.2”, a primeira de 2023, ofereceu R$ 6milhões em cupons de descontos e vouchers de frete grátis para faturas acima de R$ 29. A fim de manter os usuários por mais tempo no app, o marketplace também coleciona joguinhos desenvolvidos para a plataforma, como Candy, Bolhas e Letras, inspirados em similares do mercado.

“Nosso consumidor é, na maioria, mais jovem”, justifica o executivo. Em uma pesquisa recente com 12 mil consumidores, ao serem questionados sobre o que buscam no app, a maior parcela (29%) apontou “renovar o guarda-roupa”, enquanto 14% optam por equipamentos de segurança para residências e negócios e 11% procuram itens para incrementar carros e motos. São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Bahia e Paraná são os estados onde a Shopee finaliza mais negócios.

Apesar das novidades em curso, Piringer destaca que campanhas “mais tradicionais” de descontos não decepcionam. Até hoje, a promoção de maior sucesso aconteceu em novembro de 2022, em dois dias de Black Friday. Foi registrado um aumento de mais de 300% nas vendas de lojas locais ante um dia comum – com uma movimentação de R$ 65 milhões somente de vantagens para os usuários, como cashbacks e cupons.

“Por conta da facilidade de comparação de preços no mundo digital, os descontos são os recursos que mais chamam a atenção do consumidor”, diz Maurício Morgado, coordenador do Centro de Excelência em Varejo da FGV-Eaesp. Com isso, os preços dinâmicos, aqueles que mudam ao longo dos dias com base em variáveis como demanda e popularidade, acabam perdendo força. “É muito fácil fazer pesquisa de preço on-line, então não adianta organizar promoções como concursos ou sorteios. As pessoas comparam os valores entre as lojas.”
Aquilo que parece funcionar melhor hoje para fisgar o consumidor passa pelas redes sociais, segundo Morgado, que acaba de voltar da feira de negócios americana NRF Retail’s Big Show, um dos maiores eventos sobre varejo do mundo. “Isso faz com que o comprador entre em interação com a marca”, afirma. A “pesca” já acontece no Instagram e, mais recentemente, no TikTok. “Como esse relacionamento se inicia no celular, as varejistas podem continuar a conversa no WhatsApp, o que acaba trazendo melhores resultados.”

Porém, diz o especialista, uma interação digital sem informações úteis sobre o usuário não se sustenta por muito tempo. As empresas precisam, cada vez mais, juntar dados sobre os consumidores e mandar somente as ofertas que eles gostariam de receber. “Para isso, é necessário saber captar o estilo de vida, idade e gênero, além de deduzir a renda do público, para gerar mensagens mais customizadas”, diz Morgado.
Marcelo Giugliano, diretor de varejo para moda, casa & garagem e entretenimento da Amazon Brasil, que oferece mais de 50 milhões de produtos em 30 categorias via site ou app, diz que o trabalho de escuta é constante. “Estamos sempre observando o que o cliente quer”, destaca. Um exemplo foi o lançamento de novas divisões de mercadorias, como instrumentos musicais e cervejas, com base nas buscas dos internautas em 2022.

Em campanha recente de volta às aulas, iniciada em dezembro do ano passado, a marca disparou uma pesquisa para “centenas” de consumidores para checar a experiência de compras na plataforma. Descobriu que o brasileiro queria, além da conveniência da aquisição a distância, preços mais baixos. Isso levou à criação de uma nova ferramenta de busca de itens, dividida por personagens famosos nas papelarias, como Harry Potter e Hello Kitty, que facilitasse a visualização dos artigos. “Também foi possível direcionar a seleção por marcas ou idade escolar”, diz Giugliano.

Relatório destaca importância da ênfase na segurança dos dados de usuários, personalização de serviços e solução de problemas na compra

Fora das vitrines digitais, uma das principais ferramentas de fidelização da Amazon continua sendo o programa de benefícios Prime, que dá acesso a promoções exclusivas no comércio eletrônico, entrega gratuita de bens selecionados e opções de entretenimento no streaming de filmes, séries e músicas. “São 200 milhões de membros, em todo o mundo.”

No Brasil, Giugliano diz que a companhia fundada pelo bilionário Jeff Bezos está acelerando o potencial de remessa de mercadorias. De 2019 até hoje, o grupo passou de 1 para 12 centros de distribuição no país, o que ajuda a enxugar os prazos de chegada das encomendas. Já é possível enviar os pacotes em mais de mil cidades em até dois dias úteis e em mais de cem, em um dia.

Na opinião de Fernando Gambôa, sócio-líder de consumo e varejo da consultoria KPMG no Brasil e América do Sul, além do fator preço, o tempo de recebimento dos pedidos é o que mais pesa na decisão de finalizar uma compra nos apps. “Não adianta a loja ter boas ofertas se continua com prazos maiores de entrega e taxa de frete acima das concorrentes.”

O consultor de empresas César Souza, autor do livro “O jeito de ser Magalu” (editora Rocco), que fala sobre o modelo de negócios e filosofia de gestão do Magazine Luiza, diz que o comércio vai ter que se reinventar além da rapidez do envio e da possibilidade de compra em redes sociais. “O varejo está meio obsoleto e pobre de ideias novas”, diz.

Para ele, nos próximos meses ganharão relevância a flexibilidade de pagamentos, como customizar condições especialmente para itens mais caros, e a melhor “apresentação” das mercadorias nas vitrines virtuais. “É preciso diferenciar os produtos, apontando os benefícios para o consumidor, em vez de mostrar somente descrições técnicas”, afirma. “Uma coisa é dizer que o equipamento tem 500 GB de memória e outra é informar que ele vai eliminar dez minutos por hora de trabalho.”

A mudança na relação do varejo com um consumidor mais exigente, apontada por Souza, aparece no Relatório Global de Excelência na Experiência do Cliente, levantamento conduzido pela KPMG em 2022 com mais de 89 mil consumidores em 25 países, inclusive o Brasil. O documento identifica os pilares essenciais para a construção de melhores ligações com o comprador. Entre eles, estão a ênfase na segurança dos dados dos usuários, a resolução da “dor” do cliente ou como priorizar a solução de um problema durante a compra antes de nvestigar a causa do “perrengue” e a personalização dos serviços.

No último caso saudar o cliente pelo nome ou lembrar de datas de aniversário em e-mails pode ter até um efeito positivo, mas o público não se impressiona mais com isso – além do fator preço, o tempo de recebimento dos pedidos é o que mais pesa na decisão de finalizar uma compra nos apps. “O foco na experiência do cliente não deve ser apenas uma atribuição da força de vendas, na etapa da pré-venda, mas um mantra a ser adotado por toda a organização”, diz Gambôa, da KMPG.

É o que promete fazer o GPA, dono das bandeiras Pão de Açúcar e Extra, com mais de 30 milhões de clientes cadastrados. “As vendas on-line representam atualmente cerca de 10% do faturamento do grupo [era de 3% antes da pandemia] e temos como meta dobrar essa participação até 2024”, afirma Marcelo Rizzi, diretor-executivo de digital e transformação.

Uma das frentes de trabalho é incrementar o app com recursos de “push notification” (mensagem de alerta) para ofertas personalizadas. Para isso, o GPA está investindo em um novo sistema de CDP (Customer Data Plataform) que ajuda a armazenar, organizar e enriquecer os dados coletados dos clientes. Hoje, mais da metade dos consumidores que compram nos canais digitais do grupo é composta de mulheres (53%), e a maioria (63%) tem entre 25 e 49 anos, informa Rizzi.

No varejo alimentar, quando se fala em compras pela internet, especialmente as de produtos perecíveis, há o desafio também de fazer com que cheguem o quanto antes a casa do cliente, com a mesma qualidade e na embalagem correta, lembra o executivo.

Nessa linha, a principal aposta para não deixar ninguém insatisfeito é encurtar o prazo de entrega, especialmente para remessas consideradas “ultrarrápidas”. O GPA ampliou os horários dos envios (até 22h) em mais dias (incluindo sábados e domingos) e em menos tempo (até 60 minutos). Faz parte desse esforço a incorporação do James Delivery, aprovada em novembro. Lançado em 2019 pelo próprio GPA e concorrendo com iFood e Rappi, o negócio corresponde agora a 15% das expedições realizadas em até 90 minutos e conseguiu elevar a participação desse tipo de despacho de 40% para 70%, nos últimos anos, com o apoio de 200 lojas.
O corte no tempo dos envios visa abrir ainda novas alternativas de receita, segundo o diretor. “Uma das ideias é aumentar a venda de sushis, feitos nos supermercados, atendendo a uma demanda dos clientes.”
Para Elói Assis, diretor-executivo de produtos de varejo da Totvs, que desenvolve sistemas sob medida para empresas de vários setores, há uma nova geração de consumidores que ajuda a pressionar os projetos. “São usuários com ciclos de engajamento e atenção cada vez menores, embalados pelos 280 caracteres permitidos no Twitter ou os vídeos de 15 segundos do TikTok”, compara.

Para o especialista, por causa desse novo freguês, “mais apressado”, a tendência é de crescimento do conceito conhecido como “hiperconveniência”. O cliente prefere consumir via apps ou sites capazes de proporcionar uma entrega entre 15 minutos e, no máximo, duas horas; procura lojas de conveniência dentro dos condomínios, “vending machines” em locais de fácil acesso e comércios “grab and go” (pegue e saia, do inglês), com pedido antecipado pelo celular.

Outro movimento que tem ocupado as agendas dos varejistas, diz Assis, é o “social commerce”, ou a venda direta em plataformas sociais. O Índice de Produtividade Tecnológica (IPT) de Varejo, levantamento elaborado pela Totvs em parceria com a H2R Pesquisas Avançadas, concluiu que 94% dos lojistas dispõem de, ao menos, um canal de vendas digital. O estudo ouviu 673 empresas nacionais e multinacionais de todas as regiões do Brasil, com faturamento igual ou superior a R$ 2 milhões.

De acordo com a pesquisa, os canais on-line mais usados são o “chat commerce” (via WhatsApp ou Messenger, com 80% de participação), seguido por Instagram e Facebook (67%) e o site próprio da marca (61%). “Ou seja, o ‘social’ já representa, para todos os efeitos, a maioria dos recursos digitais. O varejo tem de ir onde o consumidor está.”

Prova disso é a recente movimentação da fintech Magalu, braço financeiro do Magazine Luiza, que pretende criar um token nativo próprio para servir como moeda digital em um programa de benefícios voltado para consumidores e lojistas do ecossistema de varejo.

A marca, com 37 milhões de clientes, também estuda permitir a compra de produtos por meio de criptomoedas. “O consumidor encontra tudo o que precisa aqui, do umidificador de ar à cerveja e amendoim”, diz Felipe Cohen, diretor de operações de marketplace, na companhia há mais de sete anos.
Júlia Rueff, diretora sênior de marketplace do Mercado Livre, com mais de 88 milhões de usuários ativos em 18 países e 36 vendas realizadas por segundo, de acordo com a empresa, diz que é preciso estudar melhor como a divisão geracional dá as cartas no varejo digital – inclusive entre aqueles que não dão muito bola para os “feeds” do Instagram.

Pesquisas da empresa indicam que a geração Z, dos nascidos a partir de 1997 e considerada a mais “digital”, é o grupo que mais cresce nas filas dos caixas, representando 13% dos compradores da plataforma. Os millennials (1981-1996) são os que mais gastam, principalmente na seção de tecnologia, com 18% a mais de despesas ante a média dos outros usuários.
“Já os baby boomers (1946-1964) são os visitantes mais frequentes e acumulam 12% a mais de idas às compras em relação à média”, explica. “Gastam 28% mais com vinhos, por exemplo, do que os demais consumidores.” A executiva destaca ainda que o aumento da adesão a meios de pagamentos digitais deu um salto na pandemia e alargou a base de clientes. A possibilidade de pagar com Pix incluiu 700 mil novos usuários ao cadastro.

Para dar conta da diversidade de público, o plano do Mercado Livre é investir em novas tecnologias e nas categorias em oferta – somente no ano passado, foram aplicados R$ 17 bilhões, 70% a mais do que o registrado em 2021. Neste ano, os investimentos devem somar R$ 19 bilhões em operações no Brasil, principalmente nas áreas de tecnologia, logística e publicidade. Na cesta da inovação, entram sistemas de “machine learning” (aprendizado de máquina) que conseguem prever vendas futuras e garantir que os produtos estejam armazenados no centro de distribuição mais próximo do comprador. Nessa operação, mais de 200 mil previsões são feitas por minuto.

Nas “prateleiras”, a intenção é que a seção de moda ganhe mais reforço em 2023. Mais de 4 milhões de pesquisas de peças são realizadas diariamente e 27 milhões de interessados são registrados, ao mês, por essa linha, que conta com 1,7 mil marcas. “Já implementamos ferramentas como tabelas de medida para roupas e melhoramos a qualidade das fotos das mercadorias”, diz Rueff. “O cliente espera não só encontrar um look perfeito, mas conseguir escolher tamanho e caimento ideal.”

Enquanto os lojistas refinam estratégias de contato com o consumidor, a indústria do varejo tem um nó para resolver nos bastidores. Dirigentes do setor estão se movimentando contra plataformas internacionais, principalmente as asiáticas sob a alegação de concorrência desleal.

“Não é só uma questão de não pagar tributos por produtos fabricados lá fora e entregues aqui [a estimativa de representantes do segmento é que a evasão fiscal no país, por conta do comércio via apps estrangeiros, gire em torno de R$ 14 bilhões anuais], mas pela facilidade de oferecer as mercadorias em qualquer lugar”, diz Eduardo Terra, presidente da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC), entidade que produz estudos de mercado para as empresas do setor. Compras internacionais entre pessoas físicas são isentas de taxas até o valor de US$ 50 e, muitas vezes, as remessas das fornecedoras orientais são consideradas transações dessa natureza.

“Queremos trabalhar com essa mesma facilidade, ou seja, vender um produto para qualquer usuário no mundo e postar pelo correio, sem burocracia.” Para discutir esse tema com autoridades e pares estrangeiros, Terra e uma comitiva de 40 varejistas devem desembarcar na China em setembro. “O mercado depara com uma questão global, de ‘cross border’ [modalidade de negócio baseada no fluxo de itens entre diferentes países], que poderá definir o futuro do varejo.”

Uber Resolve- Nova ferramenta de transporte e deslocamento de mercadorias

Inovação em App de Transporte. Uber escolhe Curitiba para lançamento de nova ferramenta de serviços extras.

A Uber está trazendo ao Brasil uma nova modalidade que permite a execução de atividades extras por motoristas do aplicativo. Chamado de Uber Resolve, o novo recurso desembarca inicialmente na cidade de Curitiba, onde passará por testes de usabilidade antes de sua expansão nacional.

Com o Uber Resolve, a ideia é que motoristas possam exercer outras atividades por meio do aplicativo, desde que relacionadas ao transporte e deslocamento de mercadorias em um determinado trajeto. A funcionalidade permite o envio ou retirada de encomendas em pontos determinados, sejam eles residências ou lojas. O serviço também permitirá a coleta de assinaturas.

Para ter acesso ao novo serviço, será necessário estabelecer um limite de tempo de deslocamento que pode variar de uma a quatro horas, e as entregas também precisarão acontecer em um raio de até 40 quilômetros de distância em relação ao solicitante.

De acordo com a Uber, caso a viagem exceda algum dos dois valores contratados, o usuário será cobrado pelo excedente. Viagens com duração inferior ao contratado também serão cobradas de forma integral.

De olho em tendências

A proposta do Uber Resolve vai de encontro a modelos similares já adotados por empresas do setor de entregas que, até então, não assumiam o papel de concorrentes diretos da Uber — que se limitava ao transporte de passageiros. Um exemplo está no unicórnio de entregas Rappi e a startup de logística Loggi. O diferencial, nos dois casos, está na ausência da opção de transporte de passageiros, como na Uber.

A empresa chinesa de delivery Lalamove também entra na lista. Em comum, todos os aplicativos se propõem a agilizar o processo de envio e retirada de encomendas em diferentes pontos de coleta.

Como utilizar o Uber Resolve:

* Após abrir o aplicativo da Uber, clique na aba “Envios”;
* Selecione “Envios por período”;
* Defina o tempo da tarefa, o endereço de retirada e o destino. É possível também modificar e adicionar paradas durante a viagem;
* Clique em “Escolher Resolve”;
Utilize o chat do aplicativo para informar o motorista sobre os detalhes do serviço e auxiliá-lo, caso necessário.

E-commerce: BBM reduz prazo de entrega em mais de 60 cidades do Brasil

A BBM Logística reduziu em 1 dia o prazo de entrega de pedidos feitos pelos principais parceiros em 68 cidades do Brasil. A marca foi alcançada por meio da Diálogo Logística, unidade de negócios do grupo, em um projeto iniciado em 2022 que abrange as regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste.

Entre as cidades impactadas pela iniciativa estão capitais como Curitiba (PR), Florianópolis (SC), Porto Alegre (RS), Salvador (BA), Recife (PE) e Fortaleza (CE). Além dos grandes centros urbanos, localidades próximas às capitais e o interior também serão incluídas, caso de Londrina e Maringá, no estado do Paraná, como também Tubarão (SC), Chapecó (SC), Passo Fundo (RS), Recife (PE) e Cariacica (ES).

A abrangência especial é oferecida para parceiros do grupo com maior volume de cargas. A iniciativa, que começou em agosto de 2022, gerou um crescimento de 30%, em comparação a junho e a tendência é de que em 2023 os resultados aumentem em 35%.

O diretor da unidade de negócios de e-commerce do Grupo BBM, Ricardo Hoerde, destacou a importância de entender as necessidades logísticas de cada parceiro para obter melhores resultados. “Nossa estratégia na BBM é sempre entender o que podemos fazer para melhorar nossos serviços diante da demanda fornecida pelos nossos parceiros. Sabemos que a logística é fator fundamental para a satisfação do cliente final que deseja receber suas encomendas no curto prazo”, explicou.

A Diálogo Logística tem foco em e-commerce e realiza cerca de 1,5 milhões de entregas mensais. Entre os formatos de serviço estão entrega standard (até 10kg) e entregas expressas (em até 48h), ambas para capitais e regiões metropolitanas.

Além disso, a empresa oferece o same day delivery, serviço que permite ao cliente receber o produto no mesmo dia da compra em cidades centrais do Brasil. Segundo o indicador de efetividade anual de performance de entrega da BBM, a Diálogo possui 98% de satisfação.

Atualmente, a BBM atende grandes marcas de varejo que têm o e-commerce como pilar importante de vendas. Entre os clientes em potencial estão empresas do comércio eletrônico de todo o país, além de marketplaces de vestuário, redes de supermercados, cosméticos e produtos farmacêuticos.

Amazon expande entrega no mesmo dia enquanto enfrenta desafios por crescimento lento

Gigante da tecnologia continua a dedicar recursos a instalações e serviços estruturados para entregar pacotes aos clientes em menos de um dia.

A Amazon está expandindo as opções de entrega ultrarrápida, um sinal de que continua comprometida em aumentar a velocidade de seu sistema de logística enquanto reduz os planos em outras áreas.

A gigante da tecnologia continua a dedicar recursos a instalações e erviços estruturados para entregar pacotes aos clientes em menos de um dia. As expansões estão acontecendo em um momento crucial para a Amazon, que enfrenta concorrência por opções de entrega rápida, enquanto o diretor-presidente Andy Jassy coloca um foco renovado nos lucros.

Uma parte central da estratégia de entrega ultrarrápida da Amazon é sua rede de galpões que a empresa chama de locais no mesmo dia. As instalações são uma fração do tamanho dos grandes galpões de atendimento da Amazon e são projetadas para preparar produtos para entrega imediata. Em contraste, os galpões maiores da Amazon normalmente contam com estações de entrega mais próximas dos clientes para o estágio final de remessa.

A Amazon abriu cerca de 45 dos locais menores desde 2019 e pode expandir para pelo menos 150 centros nos próximos anos, de acordo com a MWPVL International, que rastreia as operações de armazenamento da Amazon.

Os locais abriram principalmente perto de grandes cidades e entregam os 100 mil itens mais populares do catálogo da Amazon, disse MWPVL. Novos locais foram abertos recentemente em Los Angeles, San Francisco e Phoenix, de acordo com a Amazon, que se recusou a fornecer informações sobre quantos locais no mesmo dia possui.

Com entrega ultrarrápida, a empresa de tecnologia está buscando novas maneiras de usar seu amplo aparato de logística para competir com empresas como Walmart e Instacart, que também oferecem opções de remessa rápida aos clientes. O Walmart usou suas milhares de lojas para ajudar a atender pedidos online rápidos.

Analistas dizem que o serviço da Amazon pode ajudar a empresa a reter usuários de sua assinatura Amazon Prime de US$ 139 por ano, que também oferece streaming, descontos no Whole Foods Market e outras regalias. O serviço de remessa rápida da Amazon pode adicionar taxas para pedidos pequenos.
“Estamos sempre explorando maneiras de oferecer aos nossos clientes novos níveis de conveniência e opções de entrega que funcionem melhor para eles. A entrega no mesmo dia é uma das inovações mais recentes”, disse uma porta-voz da Amazon, acrescentando que mais de 1,5 milhão de clientes um mês estão tentando a entrega no mesmo dia pela primeira vez.

Mandaê entrega 10% a mais de encomendas em 2022

A plataforma logística Mandaê entregou cerca de 4,8 milhões de encomendas em 2022. O valor representa 10% a mais comparado ao ano de 2021, quando entregou 4,4 milhões. A empresa de logística faz parte da Nuvemshop, plataforma para criação de lojas online que é líder na América Latina, com mais de 100 mil lojas.

“O ano passado foi um período desafiador, mas também de oportunidades para o e-commerce. O foco em crescimento nos permitiu ampliar nosso quadro de colaboradores”, comenta Vitor Cunha, diretor comercial da Mandaê. “Nossa meta para 2023 é superar o crescimento do ano passado”.

De acordo com Vitor, para ter sucesso no meio, é preciso estar atento às tendências. Para este ano, o especialista aponta que os consumidores estão optando por entregas cada vez mais rápidas. “Mesmo em um cenário de aumento de custo de combustível e de transporte, os consumidores sempre vão querer opções de entregas mais rápidas e de menor custo, então as grandes tendências sempre são as iniciativas que viabilizam esta equação.”

Soluções logísticas que ampliem o acesso a mais opções de entregas estarão melhor posicionadas para o crescimento. Entre essas opções destaca-se o Quick Commerce: entregas super-rápidas realizadas em horas e não mais em dias. Também estarão em alta as soluções de entrega com maior flexibilidade para coletar encomendas em centros de distribuição, lojas físicas ou qualquer outra origem e realizar entregas na residência, no trabalho ou em pontos de retirada.

Além disso, a integração de soluções de inteligência artificial e machine learning (aprendizado de máquina) na roteirização das entregas, gestão de performance e cotação de frete segue como tendência. “O crescimento exponencial da malha logística em conjunto com a pressão por menores custos inviabiliza a gestão por meio das ferramentas tradicionais. A automação vem para solucionar esse problema.”

O levantamento da Mandaê sobre os resultados do último ano ainda aponta que o estado de São Paulo foi o destino de cerca de 50% dos envios realizados pela empresa. Além de São Paulo, a plataforma logística possui um centro de distribuição em Minas Gerais, estado que compõe 15% do volume de pedidos atual.

A importância da inovação na entrega: como os hubs logísticos metropolitanos impactam o CX?

Em um comércio eletrônico, em que a competitividade cresce a cada dia, garantir uma boa jornada de compra é essencial para varejistas que buscam crescer e fidelizar clientes.

Nesse processo, existem várias etapas envolvidas. A logística, por exemplo, passa por todos os caminhos e impacta diretamente a entrega final. O transporte é a ponte entre o produto e o cliente, por isso qualquer falha no envio pode gerar insatisfação e quebrar todo o ciclo positivo construído até aquele momento.

Quando uma companhia não percebe a logística como parte essencial do negócio, deixa de investir em soluções para melhorar a área, o que resulta em inúmeras falhas de operações, alto custo e clientes insatisfeitos.

O chamado “last mile” (ou última milha) se tornou fundamental como diferencial competitivo. Outras facilidades, como a logística reversa, os novos modelos de entrega e o uso de recursos de mobilidade urbana, ganharam mais destaque para melhorar a experiência do cliente e garantir a flexibilidade exigida, seja para receber, enviar ou devolver produtos em questão de dias ou até horas.

Com a grande diversidade de ofertas, as marcas precisam encontrar meios para se sobressaírem perante os seus concorrentes. Uma boa experiência de compra é um dos fatores essenciais para assegurar o retorno do consumidor e consolidar uma imagem positiva da empresa.

Nesse cenário, o hub logístico metropolitano é a tendência que vem alavancando as operações de empresas do varejo. Levando os produtos para mais próximo do cliente final os hubs viabilizam entregas no mesmo dia e até em horas. A escolha estratégica da localização é baseada em dados de vendas e geolocalização dos consumidores. Em alguns casos é possível armazenar os produtos mais vendidos numa determinada região antes mesmo da compra ser realizada pelos clientes.

Mas para o perfeito funcionamento desta modalidade é necessário que toda a cadeia logística esteja integrada e digitalizada. O sucesso da modalidade passa pela orquestração da plataforma de e-commerce, TMS e aplicativo de última milha.

Além de viabilizar entregas mais rápidas, a consolidação dos pacotes em hubs aliada a roteirização inteligente e eficiente das entregas reduz consideravelmente o custo do frete e proporciona melhor rentabilidade para vendas online.

*Vinicius Pessin é CEO da logtech Eu Entrego.

Maioria dos brasileiros prefere consumir em marketplace

Os marketplaces são o principal canal utilizado por consumidores que realizam compras on-line. A informação integra o estudo “Jornada de Compra do Consumidor Omnichannel – varejo de moda (roupas, calçados e acessórios)”, promovido pela SBVC (Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo), em parceria com o Instituto Qualibest, a fim de investigar o comportamento do consumidor no pós-pandemia.

Segundo a pesquisa, 98% dos consumidores ouvidos pesquisam antes de comprar itens de moda. Dentre os entrevistados, 40% têm o hábito de pesquisar antes de comprar acessórios, calçados e peças de vestuário em sites de busca, seguido por 22% em marketplaces.

Paralelamente, uma pesquisa realizada pela All in, em parceria com Opinion Box e Americanas Advertising, revelou que quase metade (47%) dos consumidores brasileiros confiam mais em marketplaces do que em ferramentas de buscas, como Google e Yahoo. A análise investigou a experiência de compra em marketplaces e o comportamento do consumidor durante a Black Friday e a Cyber Monday, realizadas em novembro de 2022.

Segundo o levantamento, os marketplaces foram citados pelos consumidores por conta de elementos como: fácil acesso a produtos, confiança em melhores preços, entrega e boa reputação. Outro detalhe é que 32% dos consumidores citaram a confiança na política de cancelamento, troca e devolução oferecida por marketplaces como um ponto positivo.

Resultado disso, os marketplaces já representam mais de 78% de todo o mercado do e-commerce, de acordo com informações presentes na 42ª edição do Webshoppers, elaborado pela Ebit|Nielsen em parceria com a Elo.

Para Rodrigo Cardoso, CEO da Lab2U – agência e consultoria em gestão para marketplaces -, os dados demonstram que os marketplaces têm ganhado força em todo o mundo nos últimos anos, e no Brasil não seria diferente: “As pessoas começaram a usar a internet e se sentiram mais confiantes na hora de fazer suas compras on-line. A propósito, as redes sociais ajudaram nesse impacto devido a popularização dos benefícios”.

De fato, 67% dos usuários do Instagram no Brasil seguem algum influenciador digital, 55% já fizeram uma compra depois que um produto ou serviço foi indicado – ou utilizado – por um influencer, de acordo com uma pesquisa realizada pela Opinion Box. O estudo também mostra que 18,5% dos entrevistados já foram influenciados durante seu processo de decisão de compra.

Cardoso explica que a experiência do cliente foi se aprimorando assim que os marketplaces se tornaram uma fonte de pesquisa e comparação de diversos produtos. “Os brasileiros perceberam que no comércio eletrônico é possível conferir avaliações e falar com a loja, além de ter várias formas de pagamento”.

Além disso, prossegue, um dos elementos que mais gera interesse na modalidade é a entrega do produto: “As pessoas estão cada vez mais priorizando a rapidez com que o pedido chega, e os marketplaces oferecem opções para que essa entrega se torne rápida e eficaz”.

Com efeito, 7 a cada 10 (73%) usuários esperam entregas ultrarrápidas para suas compras realizadas no ambiente virtual, segundo um estudo publicado pelo Capterra, plataforma de comparação de softwares, divulgado pelo jornal Gazeta do Povo.

Para Giovana Lima, integrante do departamento de marketing da Lab2U, um dos principais fatores que impulsionaram o varejo digital no país foi a mudança de comportamento dos consumidores, que enfrentaram os receios em compras on-line e se adaptaram com a nova realidade do isolamento.

“Com a adesão ao comércio eletrônico, os consumidores perceberam a praticidade de escolher entre várias opções de produtos, que permite a comparação de preços, além de receber a compra em casa, com rapidez na entrega”, afirma.

Lima também destaca que a maioria das pessoas gostaram do novo modelo de consumo e permanecem comprando on-line, o que fez com que a experiência do consumidor se intensificasse ainda mais no pós-pandemia.

Amazon estreia serviço de entregas aéreas na Índia a fim de aumentar sua operação logística

Para contribuir com as entregas da companhia na Índia, a Amazon anunciou que o país agora contará com uma pequena frota de aviões de carga. Desde 2016 atuando no setor das companhias aéreas, o marketplace já disponibilizou duas aeronaves para esse início das operações: são dois Boeing 737- 800 da companhia Quikjet Cargo Airlines, que a princípio entregarão em Hyderabad, Delhi e Mumbai.

Na inauguração do novo serviço, no último dia 23/01, Akhil Saxena, vice-presidente de atendimento ao cliente da Amazon, afirmou: “O lançamento apoiará mais de 1,1 milhão de vendedores no país, permitindo um grande crescimento de negócios auxiliares, como transporte e aviação, e gerando inúmeras oportunidades de trabalho”.

Entregas cada vez mais rápidas
Por ora, a Amazon diz que o Prime Air passará por uma bateria de testes neste primeiro momento. No entanto, o objetivo será realizar entregas no período de 1 hora após o pedido ter sido feito.

Hoje, a Amazon Índia possui centros de atendimento em 15 estados, fornecendo 43 milhões de pés cúbicos de espaço de armazenamento para o estoque do vendedor. Existem centros de classificação em 19 estados, com uma área de processamento de quase 2,3 milhões de pés quadrados.